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CARUARU
2021
Humanismo
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Humanismo nas artes
Através das suas obras, os intelectuais e artistas passaram a explorar temas que
tivessem relação com a figura humana, inspirados pelos clássicos da Antiguidade greco-
romana como modelos de verdade, beleza e perfeição. As esculturas e pinturas agora
apresentavam altíssimos graus de detalhes nas expressões faciais e nas proporções
humanas, e o período foi marcado pelo desenvolvimento de diversas técnicas.
A perspectiva com ponto de fuga (também chamada de perspectiva
renascentista) foi uma das técnicas de pintura desenvolvida durante o movimento
humanista, proporcionando simetria e profundidade às obras. Nas artes plásticas e na
medicina, o humanismo foi representado em obras e estudos sobre anatomia e
funcionamento do corpo humano.
Pintura
• Leonardo da Vinci: A Última Ceia, Mona Lisa e Homem Vitruviano
• Michelangelo: A Criação de Adão, Teto da Capela Sistina e Juízo Final
• Raphael Sanzio: Escola de Atenas, Madona Sistina e Transfiguração
• Sandro Botticelli: O Nascimento de Vênus, A Adoração dos Magos e A
Primavera
Escultura
• Michelangelo: La Pieta, Moisés e Madonna de Bruges
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• Donatello: São Marcos, Profetas e Dav
Antropocentrismo
Características do antropocentrismo
A centralidade do ser humano trazida pelo antropocentrismo apresenta reflexos
em diversas áreas do conhecimento, sendo importante para a literatura, pintura, escultura
e música, além da própria filosofia. Atualmente, esse pensamento se encontra bastante
difuso, mas em sua origem podem ser observadas algumas características que
possibilitam diferenciá-lo da doutrina à qual ele se opõe.
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• Esse pensamento filosófico também será marcado pelo cientificismo, segundo o
qual o homem pode exercer controle sobre a natureza, sendo possível estudá-la e
compreendê-la;
• Uma vez que o deus judaico-cristão deixa de ser o centro do universo, as ações
tomadas pelos seres humanos devem levar em consideração apenas as
consequências que elas poderão causar aos próprios seres humanos. Por isso, diz-
se que, no antropocentrismo, o homem é o fim das coisas;
• Por fim, a filosofia antropocêntrica será marcada por um certo essencialismo. Isso
diz respeito ao fato de que, segundo essa doutrina, o ser humano possui uma
essência que é imutável, natural e central. Essa propriedade não poderia ser
observada em nenhuma outra espécie.
Racionalismo
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pelo racionalismo e pelo cientificismo de Descartes, a maioria dos
iluministas pregava o papel crítico da razão, considerando essa a única
ferramenta capaz de esclarecer a humanidade.
Materialismo
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instâncias pudessem existir independentes da realidade material. Cumpre frisar que a
própria noção de matéria varia dentre as correntes de pensamento que endossam o
materialismo.
Na Antiguidade Grega, Demócrito, Epicuro e seus respectivos discípulos
desenvolveram seus sistemas de pensamento sob um argumento cosmológico (ou,
metafísico) materialista. A despeito de suas distinções, esses filósofos consideraram a
matéria, com sua estrutura atômica, como substância e princípio vital do universo, com
capacidade (força ou energia) inata para se combinarem dando origem a tudo o que existe.
Ainda negaram o pressuposto teleológico, como também, reduziram as experiências
psíquicas e espirituais dos seres humanos ao nosso sistema sensorial. Nesse sentido, os
fenômenos mentais, a consciência, as sensações e sentimentos seriam meramente
produtos de modificações na substância material do ser humano. A questão, aqui, é que
“o universo, em sua totalidade, incluindo toda vida e mente, pode ser reduzido e explicado
em termos de matéria em movimento” (CHAMPLIN, 2014, v. 4, p. 158).
O paradigma materialista desaguou na modernidade irrigando a mente de
diversos pensadores modernos e contemporâneos, tais como Thomas Hobbes, Denis
Diderot, Karl Marx, John Dewey, entre outros. Servido de pressuposto filosófico e
metodológico para questões científicas, no campo da física, psicologia e até mesmo das
ciências sociais (com o positivismo e o marxismo). Na versão, nominada por Nicola
Abbagnano (2007) de materialismo psicofísico, todas as faculdades humanas – tanto do
ser, como do agir – são resultado do organismo físico que, por sua vez, é determinado
pelo universo material circundante. Nisto, as atividades psíquicas são consideradas
processos do sistema nervoso central.
Esses diferentes formatos do materialismo não se limitam as teses filosóficas –
que, por natureza, carecem de confirmação –, pois, alguns de seus proponentes defendem-
nas como doutrina de vida que suplante as “alienantes” e “ilusórias” afeições religiosas.
Esse anseio polêmico e “profético” foi encarnado por duas escolas de pensamento,
especialmente, no final do século XIX, o positivismo e o marxismo.
Na sua vertente positivista, o credo materialista contribuiu para eleição da
ciência como tábua da verdade. Sendo assim traduzida pelo que chamamos de
cientificismo, abrangendo tanto as ciências naturais, quanto o campo das humanidades.
Mais do que uma forma de conhecimento, o materialismo científico é apresentado como
uma cosmovisão que busca reduzir tudo ao nível da observação, por conseguinte,
excluindo tudo aquilo que escape desse critério.
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Noutro polo, Karl Marx faz uma releitura da dialética hegeliana, podando seus
pilares idealistas, e apresentando-a sob um fundamento materialista. Inspirado por esse
argumento de seu mentor, Friedrich Engels postula que natureza e a história estão em
contínua mudança, ou ainda, num processo evolutivo decorrente de tríades (tese, antítese
e síntese). Essa acepção receberia o rótulo de materialismo dialético.
No tocante a realidade humana, essa teoria tornou-se conhecida pela alcunha de
materialismo histórico. O conhecimento dessa dimensão humana da realidade, nessa
concepção, deve estar enraizado na realidade histórica. Mas, o que constituiria a
materialidade da história? As inúmeras interpretações a respeito do pensamento de Marx
nos levariam para respostas, igualmente, incontáveis. Porém, segundo Abbagnano (2007,
p. 652), esse cânon de interpretação
[…] consiste em atribuir aos fatores econômicos (técnicas de trabalho
e de produção, relações de trabalho e de produção) peso preponderante
na determinação dos acontecimentos históricos. O pressuposto desse
cânon é o ponto de vista antropológico defendido por Marx, segundo o
qual a personalidade humana é constituída intrinsecamente (em sua
própria natureza) por relações de trabalho e de produção de que o
homem participa para prover às suas necessidades. A “consciência” do
homem (suas crenças religiosas, morais, políticas, etc.) é resultado
dessas relações, e não seu pressuposto.
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dialético, quanto aqueles que o adotam na sua versão prática e moral, como se não
houvesse Deus.
Referências
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, teologia e filosofia. Vol. 4-5.
São Paulo: Hagnos, 2014.
DIANA, Daniela. Características do humanismo. In: Toda Matéria. Disponível em:
<https://www.todamateria.com.br/caracteristicas-do-humanismo/>.
OLSON, Roger. História da teologia cristã. São Paulo: Vida, 2001.
SENA, Ailton. Antropocentrismo. In: Educa+Brasil. Disponível em:
<https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/antropocentrismo>.
SILVA, Ezir George. Modernidade e pluralidade. Caruaru: Edições FAFICA, 2008.
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos
históricos. São Paulo: Contexto, 2014.
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