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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Escola de Ciências e Tecnologia (ECT)


Bacharelado em Ciências e Tecnologia (BCT)
ECT2106 - CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE (30h) - T06 (2021.2)
Docente: Prof. Angela Luzia Mirada

CTS - Atividade Avaliativa – U2

Trabalho e Renda
A Dimensão Social da Covid-19 no Brasil

Discentes: Josafá Gomes, Jackson


Silva, Jasiel Silva, Jacson Ribeiro,
Janilson Souza, Marcelo Firmino.

Natal/RN, 19 de Janeiro de 2022.


UFRN
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Escola de Ciências e Tecnologia (ECT)
Bacharelado em Ciências e Tecnologia (BCT)
ECT2106 - CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE (30h) - T06 (2021.2)
Docente: Prof. Angela Luzia Mirada

CTS - Atividade Avaliativa – U2

1. Introdução
No Brasil, país de características históricas e estruturais marcadas pela pobreza,
profunda desigualdade social, precária estruturação do mercado de trabalho e alta
concentração de renda, as múltiplas dimensões dessa gritante desigualdade se
expressam não só nas abissais disparidades de renda mas, também, na ausência de
infraestrutura básica. Ainda, a atual crise da pandemia de covid-19 evidencia as
mazelas de uma sociedade patriarcal, com aumento expressivo da violência doméstica
contra as mulheres, justo no momento em que, devido ao isolamento domiciliar, o
trabalho reprodutivo e de cuidados se torna ainda mais imprescindível e se converte
no centro das rotinas diárias.

Nosso grupo designou uma pesquisa nas redes sociais e obtemos resultados que nos
confirmaram, a devastação social devido a covid em nosso país. E as várias práticas
maléficas que se intensificaram neste período. A desigualdade social prevalece até os
dias atuais.

Neste contexto, o que obtemos de informação é que nas inúmeras vezes vemos as
disparidades sociais, que sempre as classes mais pobres é quem sofre mais
consequências. Exemplificando nessa pandemia tivemos casos em que aqueles de
classe média alta tinham e tem até os dias atuais mais facilidade ao quesito de ser
atendido em uma unidade de saúde, já que por terem um poder aquisitivo maior, eram
atendidos com mais rapidez e sem filas em hospitais particulares, ao contrário disso, a
classe pobre tinha que se amontoar em corredores de hospitais públicos contribuindo
assim para a proliferação do vírus. Isso é tão grave que nos afeta diariamente, pois
pessoas que tem todos os cuidados necessários podem correr o risco de pegar devido
as más condições da rede pública.

Natal/RN, 19 de Janeiro de 2022.


UFRN
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Escola de Ciências e Tecnologia (ECT)
Bacharelado em Ciências e Tecnologia (BCT)
ECT2106 - CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE (30h) - T06 (2021.2)
Docente: Prof. Angela Luzia Mirada

CTS - Atividade Avaliativa – U2

2. Pobreza e Desigualdade Social

Segundo estudos dirigidos pela Universidade Tiradentes em Sergipe, “A queda de


4,1% no Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, confirmada nesta semana pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou outra antiga ferida da sociedade
brasileira: a desigualdade social entre ricos e pobres, que acabou agravada pela
pandemia do coronavírus. Dados recentes do Centro de Políticas Sociais da Fundação
Getúlio Vargas (FGV), baseados em pesquisas do próprio IBGE, mostraram que 12,8%
da nossa população ficou abaixo da linha de pobreza extrema, isto é, precisam sobreviver
e sustentar a família com apenas R$ 246 por mês.” Com as medidas que o Brasil tomou
para conter a proliferação do coronavírus, como a restrição a atividades comerciais, levou
grande parte da população a perder seus empregos e consequentemente a perda da
renda.

2.2 Estruturação Precária do Mercado de Trabalho

No Brasil os efeitos foram particularmente significativos, não somente em função


da queda sem precedentes da população ocupada e da população economicamente
ativa, mas também pelo fato de que, diferentemente de recessões anteriores, desta vez
os trabalhadores informais foram mais atingidos que os formais. Em particular, embora a
redução do emprego formal em 2020 tenha sido expressiva (-4,2%), a queda no emprego
informal foi proporcionalmente três vezes maior (-12,6%).
As ocupações de baixa escolaridade foram particularmente afetadas, com redução
de 20,6% no emprego de pessoas com até 3 anos de estudo e de 15,8% no grupo com
escolaridade entre 4 e 7 anos. Por outro lado, houve um aumento de 4,8% no emprego de
pessoas com 15 anos ou mais de estudo.
Segundo os autores, o problema antes da pandemia não era a falta de empregos,
mas a baixa qualidade de grande parte dos postos de trabalho gerados. Embora
houvesse uma vigorosa criação de empregos para trabalhadores mais qualificados em
segmentos de serviços modernos, como tecnologia da informação, uma parcela
expressiva dos empregos se concentrava em atividades de serviços pessoais,
caracterizadas por baixos salários e ausência de proteção social. Os trabalhadores de
qualificação intermediária, por sua vez, foram fortemente afetados pelas forças da
automação e da globalização, especialmente na indústria.

Natal/RN, 19 de Janeiro de 2022.


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Além da queda da demanda por seus serviços, esses trabalhadores de menor


qualificação serão afetados por outra consequência da pandemia, que é o aumento da
concentração do emprego em grandes empresas. Na medida em que pequenas e médias
empresas têm menor acesso ao crédito, é provável que o número de falências seja mais
elevado neste grupo. Como empresas de menor porte empregam em média trabalhadores
de menor qualificação, o aumento da concentração tende a agravar a desigualdade no
mercado de trabalho. Dentre as ocupações que vão se expandir, incluem-se as chamadas
STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática), serviços na área de saúde,
transporte de mercadorias e serviços voltados para empresas. Dentre as ocupações que
terão menos demanda, incluem-se, por exemplo, serviços de alimentação, atividades
administrativas, atendimento ao consumidor e vendas.

2.3 Alta Concentração de Renda

Segundo a revista Veja, em 2000, o grupo dos brasileiros mais ricos (2,1 milhões
de pessoas ou 1% da população) detinha 44,2% de toda a renda nacional. Agora é dono
de 49,6%. No Brasil, houve um aumento expressivo na concentração da riqueza. O país é
um dos lugares no planeta com maior nível de desigualdade de renda, superado por
apenas meia dúzia numa lista de 127 países, quando se usa a “régua” criada pelo
matemático italiano Conrado Gini para aferir a diferença de rendimentos entre os mais
pobres e os mais ricos.
O Brasil registrou um recorde no ano passado: o mais elevado grau de
concentração de renda nos últimos 20 anos — na escala Gini, virou o milênio no patamar
de 84,7 (em cem), encerrou o primeiro ano da pandemia em 89,0. A tradução do quadro é
essa, segundo os pesquisadores: em 2000, o grupo dos brasileiros mais ricos (2,1
milhões de pessoas ou 1% da população) detinha 44,2% de toda a renda, agora é dono
de quase metade da riqueza nacional, ou seja, 49,6%. Já eram ricos e ficaram ainda mais
ricos (5,4 pontos percentuais) nas últimas duas décadas. é o oposto do que ocorreu, por
exemplo, no Chile e no México, que junto com o Brasil compõem o trio econômico mais
dinâmico da América Latina.

Natal/RN, 19 de Janeiro de 2022.


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2.4 Aumento da violência doméstica

A pandemia também resultou em um aumento expressivo no número de casos de


violência doméstica. Em momentos de tamanha incerteza dor e decepções, a ansiedade
aliada a problemas psicológicos não tratados e depressão tornaram-se grandes vilões
para aqueles se encontravam “aprisionados em seus próprios lares”, Em razão do
isolamento social e do confinamento aos quais a população está submetida, decorrentes
da Pandemia do COVID-19, os órgãos de Segurança Pública e aqueles vinculados ao
Poder Judiciário, têm observado um aumento significativo dos casos de violência
doméstica no Distrito Federal e em outras Unidades Federativas, como, inclusive, já vem
sendo noticiado em diferentes veículos de comunicação. No Brasil, estima-se que as
denúncias de violência doméstica tenham aumentado em até 50%.

Natal/RN, 19 de Janeiro de 2022.


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CTS - Atividade Avaliativa – U2

3. Conclusão

É neste cenário que o Estado, como indutor do desenvolvimento econômico e das


políticas públicas urgentes ao enfrentamento da pandemia, aparece como ator
fundamental. Cabe-lhe o dever-poder de financiar e coordenar esforços para manter e
expandir os serviços básicos essenciais e de implementar as indispensáveis medidas
emergenciais via ampliação do gasto público, sem se preocupar com as restrições fiscais.
Podemos afirmar que, diante das circunstâncias supracitadas há uma produção
social de riscos que promovem efeitos colaterais muitas vezes nocivos. Efeitos que não
atingem somente os mais carentes e necessitados, mas também, os “ricos e poderosos''.
Portanto, o que se deveria tomar de providências era uma unificação social, onde se
usasse o dinheiro público para organizar contratos com hospitais particulares e aumentar
o número de hospitais de campanha, para assim, termos um tratamento digno para todos.
Não só bastava isso também, aqueles de classes mais altas, onde se concentra a maior
riqueza, entrar num consenso e fortalecer as redes públicas de hospitais para melhores
condições e consequentemente quando vencermos este vírus possamos estar felizes e
abraçando a todos, voltando a realidade de anos anteriores.

Natal/RN, 19 de Janeiro de 2022.


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4. Referencial Bibliográfico

CASADO, José. Concentração de renda no Brasil é recorde. Veja, Rio de Janeiro -


RJ, 25 jun. 2021. Política, p. 01-01. Disponível em:
https://veja.abril.com.br/coluna/jose-casado/credit-suisse-concentracao-de-renda-
no-brasil-e-recorde/. Acesso em: 13 jan. 2022.

DICAS de Saúde Mental - GESM: A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM TEMPOS DE


PANDEMIA. Governo Federal, [S. l.], 25 jun. 2021. Politica, p. 01-18. Disponível
em: https://www.sejus.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2021/01/violencia-domestica-
em-tempos-de-pandemia.pdf. Acesso em: 13 jan. 2022.

PANDEMIA agravou o aumento da pobreza no Brasil. Unit Universidade


Tiradentes, Aracaju - SE, 5 mar. 2021. Economia, p. 01. Disponível em:
https://portal.unit.br/blog/noticias/pandemia-agravou-o-aumento-da-pobreza-no-
brasil/. Acesso em: 16 jan. 2022.

REINHOLZ, Fabiana. Mercado de trabalho: “O problema no Brasil é sistêmico e


estrutural". Brasil de fato Rs, Porto Alegre, 10 fev. 2021. Economia, p. 01.
Disponível em: https://www.brasildefators.com.br/2021/02/10/mercado-de-trabalho-
o-problema-no-brasil-e-sistemico-e-estrutural. Acesso em: 14 jan. 2022.

Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Cap 6. Trabalho e Renda.


IBRE - Instituto Brasileiro de Economia.

Natal/RN, 19 de Janeiro de 2022.


UFRN

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