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A evolução dos transportes tem sido tão rápida que quase podemos afirmar que o ser humano venceu
distâncias, dando-nos a sensação de que a distância física diminuiu tendo "encolhido" o Mundo.
A modernização dos transportes modificou a noção de distância. Antigamente a distância física media-se
em termos absolutos, ou seja a distância em quilómetros, mas na atualidade mede-se em termos relativos
(distância-relativa): como a distância-tempo e a distância-custo. A maior velocidade dos transportes
permitiu diminuir a distância-tempo que corresponde ao tempo utilizado para percorrer uma determinada
distância. A maior capacidade de carga dos transportes e a diminuição dos custos permitiram reduzir a
distância-custo que corresponde ao custo associado a uma determinada distância.
A acessibilidade dos lugares pode ser medida utilizando os indicadores distância-tempo e distância-custo.
As principais redes de transporte utilizadas para o estabelecimento de ligações são: a rede rodoviária, a
rede ferroviária, a rede marítima e a rede aérea. A escolha do modo transporte a utilizar depende de vários
fatores, podendo enunciar-se como os mais importantes o custo do transporte, o tipo de mercadoria a
transportar, a distância a vencer, o tempo gasto no percurso e o tipo de trajeto a percorrer.
Transporte rodoviário
Vantagens – Elevada flexibilidade, devido ao elevado número de vias e a uma rede muito ramificada
Desvantagens – Contribui para a saturação do tráfego, principalmente em redor dos grandes centros
urbanos
Transporte ferroviário
Vantagens – Modo mais económico para o transporte de mercadorias pesadas e volumosas em meio
terrestre, em grandes distâncias
O metro é um dos modos mais eficazes de se circular de forma rápida e económica em meio
urbano.
Transporte aquático
Transporta toda a gama de mercadorias: solidas, líquidas, granéis, produtos alimentares, e até
outros meios de transporte
Em Portugal:
Transporte aéreo
A rede rodoviária
A rede rodoviária nacional consiste numa rede fundamental, numa rede complementar, em estradas
regionais e em redes municipais.
A densidade da rede rodoviária de Portugal é desigual, apesar de ter havido melhorias. O interior continua
a registar uma baixa densidade, enquanto que as áreas metropolitanas continuam a ser aquelas onde as
redes são consideravelmente densas.
De facto, as opções políticas privilegiam em primeiro lugar as regiões mais populosas e só depois as do
interior o que agrava as assimetrias regionais.
A rede rodoviária fundamental consiste num conjunto de todos os Itinerários Principais (IP), como as
autoestradas e as vias rápidas. Esta rede fundamental:
- liga os portos e aeroportos principais do litoral à fronteira com Espanha e, logo à Europa.
A rede nacional complementar é constituída pelos Itinerários complementares (IC) e as Estradas Nacionais
(EN). Esta rede garante as ligações entre a rede fundamental e as principais cidades do país.
As estradas que não são incluídas no Plano Nacional Rodoviário integram as redes municipais. São
hierarquicamente inferiores às estradas nacionais e, normalmente são estradas mal conservadas, no
entanto, são importantes nas acessibilidades a escala local e conferem ao modo rodoviário o transporte
porta a porta. O PRODAC (Programa Operacional de Desenvolvimento das Acessibilidades) teve um papel
crucial, uma vez que, uma grande parte dos seus fundos foram canalizados para a melhoria e reabilitação
da rede municipal. Este programa ao melhorar a rede rodoviária concelhia, melhora também as
acessibilidades locais, contribuindo para o desenvolvimento económico numa escala local.
A rede rodoviária tem contribuído decisivamente para a melhoria das acessibilidades externas e internas.
Embora o país tenha “encolhido”, ou seja, a distância tempo tem reduzido entre os lugares, existem ainda
claras assimetrias regionais. Os principais centros urbanos foram favorecidos, em particular a cidade de
Lisboa. Mas o desenvolvimento da rede rodoviária também favoreceu o crescimento das cidades de média
dimensão, mas só as do litoral, mas também as do interior. No entanto, continuam a permanecer regiões
relativamente isoladas.
A rede ferroviária
A Rede Ferroviária Portuguesa teve uma evolução, não muito favorável, são exemplos disso:
- apenas há poucos anos foram construídos os metris e superfície do Porto e na Margem Sul
- há regiões que só recentemente têm transporte suburbano eletrificado e com via dupla
- é inexistente as vias-férreas em cidades de média dimensão ou a sua deficiência e falta de ligação direta a
um grande centro urbano
A análise da rede ferroviária portuguesa mostra que esta não está estruturada, pelo menos da mesma
forma que a rede rodoviária. Apresenta um padrão que beneficia claramente o litoral ocidental entre
Braga e Setúbal. No interior sul, as linhas obedecem uma lógica de localização dos recursos minerais e não
tanto o serviço às populações.
O padrão ferroviário assemelha-se a um do país pouco desenvolvido, com uma rede estruturada em
função do litoral mais desenvolvido.
A rede ferroviária nacional divide-se na rede fundamental, na rede complementar e na rede secundária.
A rede de portos
As principais rodovias e ferrovias de Portugal foram implantadas no litoral e ao longo dos principais rios
navegáveis.
Hoje em dia ainda é observada uma grande complementaridade entre os modos marítimo e ferroviário. A
necessidade de transbordo do modo marítimo faz do modo ferroviário o aliado perfeito, pois este último é
o mais competitivo para o transporte terrestre de mercadorias pesadas e volumosas em grandes
quantidades.
O porto de Lisboa tem como valências os terminais Ro-Ro (roll-on / roll-off), cerealífero, petrolífero,
carbonífero e de contentores. Apesar de estar na proximidade de vias ferroviárias e rodoviárias
importantes tem alguns problemas graves de acessibilidade por estar localizado junto ao centro de Lisboa,
normalmente com transito muito congestionado.
O porto de Sines é o mais recente dos principais portos portugueses. É o único porto de águas profundas
e, por isso, permite a atracagem de grandes navios, também é o único porto capaz de receber grandes
petroleiros. Os acessos rodoviários são bons e dispõe de um ramal rodoviário com ligações às redes
transeuropeias.
O porto de Leixões é o que serve todo o Norte de Portugal e grande parte do Centro e ainda o Noroeste de
Espanha. Foi alvo de melhorias ao nível das acessibilidades, marítimas e terrestres. Sofre dos
condicionamentos de uma localização urbana.
O porto de Setúbal é um porto com boas perspetivas de desenvolvimento, quer pelas condições naturais
que pela localização numa área industrial, com a proximidade à plataforma logística. Regista o maior
movimento Ro-Ro do país, pois é aí que a Autoeuropa tem um terminal dedicado. Possui também uma boa
acessibilidade rodoviária e ferroviária.
5. Compreender a importância da inserção das redes de transporte nacionais nas redes transeuropeias.
A Política Comum dos Transportes (PCT), apesar de institucionalizada no Tratado de Roma, tardou a ser
definida e aplicada. Só no Tratado de Maastricht começou a ganhar os seus contornos e definições gerais.
Atualmente, muitos dos problemas que se pretendiam resolver com a PCT continuam por solucionar:
O PET - Plano Estratégico de Transportes 2008-2020 tem como objetivos principais aumentar a
competitividade dos portos portugueses, reforçar as ligações ferroviárias de Portugal com Espanha,
melhorar os eixos rodoviários e criar um sistema aeroportuário na região de Lisboa.
A construção da Rede Ferroviária de Alta Velocidade (RAVE) é uma das condições necessárias para colocar
Portugal na Rede Transeuropeia de Transportes, pois, ao ligar cidades como Lisboa a Madrid, vai ligar
Portugal ao resto da Europa.
As redes portuguesas dos diferentes modos de transporte tendem a integrar-se cada vez mais nas redes
europeias, pelo que, no âmbito do Programa Operacional de Acessibilidade e Transportes 2000-2006,
foram definidos os corredores de tráfego internacional de ligação à Europa.
Vantagens
Desvantagens
Estas constituem uma desvantagem pois implicam gastos que não conseguimos suportar por falta de
dinheiro
Segurança
O crescimento da utilização de transportes está associado à grande utilização de combustíveis fósseis como
fonte de energia – o setor dos transportes é um dos maiores responsáveis pela emissão de gases que
contribuem para o agravamento do efeito de estufa e para a formação de ozono na troposfera.
A poluição atmosférica é a causa de muitas doenças, tais como doenças do sistema respiratório, da pele,
alergias e problemas do sistema cardiovascular.
A diminuição dos problemas ambientais e de saúde associados aos transportes é uma das preocupações da
política nacional e comunitária para este setor. Para tal, devem-se tomar certas medidas:
- criação de iniciativas como o Dia Europeu sem Carros e programas como o «Miniautocarros Elétricos».
O transporte marítimo causa também graves problemas ambientais, que se associam principalmente aos
desastres petroleiros que originam marés negras e às lavagens de porões.
O transporte multimodal é uma modalidade de transporte que se caracteriza pela utilização de dois ou mais
modos de transporte para transportar as mercadorias da origem até o destino final, podendo-se valer de
camiões, comboios, navios, aviões ou outros meios de equipamentos necessários para realizar as entregas,
e com toda a operação coberta por um único documento fiscal o CTMC – Conhecimento de Transporte
Multimodal de Cargas, o qual é emitido pelo Operador de Transporte Multimodal (OTM), empresa que
assume total responsabilidade pela operação.
Enquanto no transporte multimodal apenas é emitido um documento de transporte para cada operação e a
OTM assume total responsabilidade pela operação, no transporte intermodal são emitidos documentos
diferentes por cada operação e a responsabilidade é repartida entre os diferentes transportadores.
• redução da burocracia
• combinação de diferentes modos de transporte de maneira mais eficiente, e em alguns casos até
energeticamente mais eficiente;
• melhor uso da tecnologia de informação, pois se o OTM for bem informatizado todo o processo
aproveitará da informatização;
• maior proveito dos demais serviços do OTM, como armazenagem e plataformas de carga e descarga.
A revolução das telecomunicações e o seu impacto nas relações interterritoriais
As tecnologias da informação e da comunicação (TIC) são cada vez mais utilizadas e têm hoje em dia uma
função fundamental na dinamização das atividades económicas e das relações territoriais.
Em Portugal tem havido progressos significativos tanto no que diz respeito à criação de infraestruturas e ao
alargamento das redes de telecomunicação, como no que se refere à capacidade de acesso e de utilização.
Os contrastes apresentados pela distribuição das redes de telecomunicação podem se explicar pela maior
concentração da população e atividades económicas no litoral.
As redes de comunicação distribuem-se: pela rede móvel, pelos cabos submarinos, pelos satélites e pela
internet.
Porém, todo o território português está coberto pelas redes de serviços essenciais (rádio, televisão e
telefone fixo e móvel).
A rede de telecomunicações que liga o Continente às Regiões Autónomas é essencialmente constituída por
cabos submarinos e fibra ótica.
Portugal encontra-se ligado ao mundo por serviços internacionais de comunicação por satélite e por uma
rede de cabos submarinos de fibra ótica.
2) Relacionar o aumento dos fluxos de comunicação com o progresso e a rapidez de difusão das novas
Tecnologias de Informação e Telecomunicação (TIC).
As tecnologias da informação e da comunicação (TIC) são cada vez mais utilizadas e têm hoje em dia uma
função fundamental na dinamização das atividades económicas e das relações territoriais.
Os fluxos de informação são cada vez mais rápidos e intensos, aumentando os contactos e intercâmbios
entre espaços distantes. São cada vez mais as empresas que utilizam as TIC e serviços disponíveis na
internet.
Em Portugal, têm vindo a ser desenvolvidas ações com vista a reduzir essas desigualdades, nomeadamente
através da ligação de todas as escolas à internet.
4) Relacionar o aumento de relações espaciais e pessoais com a modernização dos transportes e das
comunicações.
No nosso país, apesar de ainda se verificarem grandes assimetrias na acessibilidade digital e nas
consequências que daí advêm a nível regional e até nacional, nas últimas décadas, tem-se registado um
aumento considerável de utilizadores de TIC.
Tal evolução, tem permitido que a revolução digital em curso, tenha vindo a permitir uma maior
conectividade entre pessoas, instituições e empresas, quer no território nacional, quer em termos
internacionais, permitindo desenvolver uma nova organização da sociedade e da economia, tornando a
sociedade cada vez mais "digital".
As pessoas ficam assim "mais próximas", neste caso, pela facilidade de comunicação, permitindo que se
compreenda melhor o conceito de "aldeia global", pois qualquer pessoa pode saber/ conhecer o que se
passa no mundo inteiro, criando-se uma interligação entre todos os espaços e as pessoas, originando-se
uma teia de relações (rede), reforçando a interdependência dos diferentes espaços mundiais e sustentando
a globalização económica, política e sociocultural.
6) Compreender as implicações do uso dos transportes e das TIC na qualidade de vida da população.
A influência das TIC faz-se sentir em inúmeros aspetos da nossa vida quotidiana, e tem bastantes
vantagens:
• com as TIC, os cidadãos com necessidades especiais têm maior facilidade e mais oportunidades de
inserção no mercado de trabalho;
• a crescente adesão ao teletrabalho tem como consequência direta uma redução das deslocações
pendulares e, em alguns casos, a mudança de residência para áreas rurais (o que as pode revitalizar e
repovoar).
• os perigos para a saúde humana, como são a emissão de radiações nocivas e os problemas psicológicos
de dependência.
A integração de Portugal na UE: novos desafios, novas oportunidades
Para a UE
Desafios
• Um maior empobrecimento geral devido ao baixo PIB da maioria dos novos países membros;
• Uma maior heterogeneidade económica, social e cultural, que implica um maior esforço de conciliação de
interesses;
Oportunidades
Para Portugal
Desafios
• Passou a haver mais concorrência nas exportações e na captação de investimento estrangeiro, pois os
novos Estados-membros encontram-se, de um modo geral, mais perto dos países da UE com maior poder
de compra, dispõem de mão de obra mais instruída, qualificada e barata, e apresentam uma maior
produtividade.
•por terem economias mais débeis do que a portuguesa, estes países estão a desviar uma fatia importante
dos fundos de coesão, que já não virão para Portugal.
Oportunidades
A UE tem vindo a criar, desde finais da década de 1960, programas (tais como os «Programas de Ação em
matéria do Ambiente», «LIFE» e «Programa Ação 2020») e órgãos político-administrativos com vista à
proteção do ambiente. Para além disso, assinou o Tratado de Maastricht (1992) e o Tratado de Amesterdão
(1997), que estabelecem, respetivamente, a Política Comum Ambiental e a preservação ambiental como
prioridade.
• tornar a UE uma economia hipercarbonica, eficiente na utilização dos recursos, verde e competitiva.
• proteger os cidadãos da União contra pressões de caráter ambiental e risco para a saúde e bem estar
• aumentar a sustentabilidade da UE
• alterações climáticas;
• natureza e biodiversidade;
Em Portugal, a Política do Ambiente teve início com a Lei das Bases do Ambiente, em 1987.
No âmbito da primeira prioridade, criou-se o PERSU (Plano Estratégico para Resíduos Sólidos Urbanos), que
atua nos domínios da prevenção, valorização e armazenamento seguros dos resíduos sólidos.
Na questão da gestão e conservação dos recursos hídricos, foi criado o Plano Nacional da Água e os Planos
de Bacia Hidrográfica.
Com vista na redução dos problemas do litoral foram criados os POOC (Planos de Ordenamento das Orlas
Costeiras), que procuram criar condições de proteção e mitigação dos processos relacionados com a erosão
costeira e a crescente pressão demográfica sobre essas áreas.
Tendo em vista a preservação da biodiversidade e a proteção ambiental foram criadas as áreas protegidas,
das quais se destacam os parques naturais e as reservas naturais. Ainda a este nível vigora a Rede Natural
2000 onde estão definidas as áreas que interessa preservar e proteger na UE.
Portugal não tem recursos endógenos fósseis, por isso tem de ganhar competitividade pela utilização mais
racional e eficiente da energia. Isto passa também pela opção pelas energias renováveis.
A Estratégia Nacional para o Mar 2013-2020 apresenta um novo modelo de desenvolvimento do oceano e
das zonas costeiras, algo que permitirá a Portugal responder a desafios no âmbito da competitividade da
economia do mar.
A Europa sempre foi uma região de contrastes de desenvolvimento económico, social e cultural. Há um
forte contraste norte-sul, mas também oeste-este: as regiões do Sul foram incapazes de se desenvolver em
definitivo, e o alargamento a leste foi integrando cada vez mais países.
A densidade populacional é um dos indicadores que melhor refletem este desequilíbrio: no litoral, onde
existe maior fomento da atividade económica e do emprego, regista-se maior densidade populacional.
6) Compreender que a política comunitária visa a coesão económica e social dos países- membros.
A política de coesão regional da UE promove a redução das disparidades económicas, sociais e territoriais,
aplicando os fundos estruturais e de investimento.
Englobam:
• Fundo de Coesão
• Os Estados-membros com Rendimento Nacional Bruto por habitante inferior a 90% da média da UE.
• Apoiar os países e as regiões afetadas por desastres ou catástrofes naturais, como inundações ou
incêndios.
A política de coesão tem um papel primordial na estratégia comunitária para o crescimento e o emprego –
Europa 2020 – com três prioridades:
• Desenvolvimento sustentável promove uma economia mais eficiente em termos de gestão dos recursos,
hipercarbonica e competitiva.
• Desenvolvimento inclusivo promova a participação no mercado de trabalho e uma maior coesão social e
territorial.
7) Conhecer os critérios definidos pelo Conselho Europeu para adesão dos PECO (Países da Europa
Central e Oriental).
A adesão dos novos estados-membros, tal como a dos novos países candidatos dependem de determinadas
condições a cumprir antes da adesão. Estas condições dizem respeito a aspetos políticos e económicos e à
capacidade de transposição, para o direito interno de cada país de todas as normas políticas comunitárias,
de modo a não colocar em causa os objetivos comunitários e caminhar no sentido de uma união cada vez
mais efetiva e profunda.
Critérios de Copenhaga:
• Que o país candidato disponha de instituições estáveis que garantam a democracia, o Estado de direito,
os direitos humanos, e o respeito pelas minorias e a sua proteção- Critério politico;
• Que o país candidato tenha uma economia de mercado em funcionamento e a capacidade para
responder à pressão da concorrência e às forças de mercado dentro da EU – critério económico;
• A capacidade dos candidatos para assumirem as suas obrigações, incluindo a adesão aos objetivos de
união politica, económica e monetária- critério jurídico;