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A diversidade dos modos de transporte e a desigualdade espacial das redes

1. Relacionar o encurtamento das distâncias com o desenvolvimento dos transportes

A evolução dos transportes tem sido tão rápida que quase podemos afirmar que o ser humano venceu
distâncias, dando-nos a sensação de que a distância física diminuiu tendo "encolhido" o Mundo.

A modernização dos transportes modificou a noção de distância. Antigamente a distância física media-se
em termos absolutos, ou seja a distância em quilómetros, mas na atualidade mede-se em termos relativos
(distância-relativa): como a distância-tempo e a distância-custo. A maior velocidade dos transportes
permitiu diminuir a distância-tempo que corresponde ao tempo utilizado para percorrer uma determinada
distância. A maior capacidade de carga dos transportes e a diminuição dos custos permitiram reduzir a
distância-custo que corresponde ao custo associado a uma determinada distância.

A acessibilidade dos lugares pode ser medida utilizando os indicadores distância-tempo e distância-custo.
As principais redes de transporte utilizadas para o estabelecimento de ligações são: a rede rodoviária, a
rede ferroviária, a rede marítima e a rede aérea. A escolha do modo transporte a utilizar depende de vários
fatores, podendo enunciar-se como os mais importantes o custo do transporte, o tipo de mercadoria a
transportar, a distância a vencer, o tempo gasto no percurso e o tipo de trajeto a percorrer.

2. Relacionar a dinamização das atividades económicas com o desenvolvimento dos transportes.

As redes e modos de transporte permitem o aumento da acessibilidade (reduzem a distância-tempo),


intensificam as trocas comerciais, promovem o aumento da produção, flexibilizam a localização da
indústria, promovem a terciarização da sociedade (desenvolvimento e expansão dos serviços e comércio),
facilitam a divisão internacional do trabalho, criam empregos, contribuem para a estruturação do espaço
urbano, intensificam os movimentos pendulares, diminuem o isolamento das regiões mais desfavorecidas,
contribuem para o decréscimo das assimetrias socioeconómicas regionais, promovem o aumento da
qualidade de vida e promovem o intercâmbio cultural.

3. Comparar as vantagens e as desvantagens dos diferentes modos de transporte.

Transporte rodoviário

Vantagens – Elevada flexibilidade, devido ao elevado número de vias e a uma rede muito ramificada

Permite o transporte porta a parta

Menos exigente em termos de investimento, pois não necessita de instalações especificas

Permite deslocações rápidas no caso das mercadorias

Transporte de passageiros é mais confortável e mais barato

Mais competitivos para as curtas e médias distâncias.

Desvantagens – Contribui para a saturação do tráfego, principalmente em redor dos grandes centros
urbanos

Gerador de graves problemas de poluição sonora e atmosférica

Dispendioso em termos energéticos, pois provoca um elevado consumo de combustíveis


Elevada sinistralidade

Reduzida capacidade de carga

Transporte ferroviário

Vantagens – Modo mais económico para o transporte de mercadorias pesadas e volumosas em meio
terrestre, em grandes distâncias

Elevada capacidade de carga

Baixo índice de sinistralidade

Não tem problemas de congestionamento

Impacto ambiental reduzido

O metro é um dos modos mais eficazes de se circular de forma rápida e económica em meio
urbano.

Desvantagens – Fraca flexibilidade

As suas infraestruturas obrigam a investimentos avultados

Nas áreas montanhosas, a construção é mais complexa e dispendiosas

Elevado consumo de energia

Transporte aquático

Vantagens – Elevada capacidade de cargas pesadas e volumosas a longas distâncias

É o único modo de transporte intercontinental e transoceânico para cargas volumosas

Transporta toda a gama de mercadorias: solidas, líquidas, granéis, produtos alimentares, e até
outros meios de transporte

É fundamental para o transporte de mercadorias entro o continente e as regiões autónomas

Desvantagens – Modo de transporte mais lento

As construções de infraestruturas portuárias são financeiramente muito exigentes

Provoca poluição marítima, em particular, resultante da lavagem de tanques dos


petroleiros e de derrames originados por acidentes.

A lentidão limita o transporta de mercadorias perecíveis, apesar da capacidade de


refrigeração que alguns barcos já têm.

Em Portugal:

- as infraestruturas são pouco desenvolvidas

- as áreas de influência dos portos (hinterlands) são reduzidas por falta de


acessibilidade
- a permanência nos portos tem custos elevados

Transporte aéreo

Vantagens – Rapidez na deslocação

É o modo que, estatisticamente, tem menor índice de acidentes

No transporte de passageiros é confortável e algumas deslocações são baratas (voos low-


cost).

Competitivo no transporte de mercadorias perecíveis, como órgãos humanos para


transplantes ou flores.

Desvantagens – O custo ainda consegue ser elevado

Fraca capacidade de carga

Elevado consumo de combustível

Poluição atmosférica e sonora

O congestionamento do tráfego aéreo em alguns aeroportos, leva a minutos de espera


para a aterragens

Apesar da fraca sinistralidade, apresenta grande vulnerabilidade ao terrorismo.

4. Conhecer a distribuição espacial das redes de transporte no território português.

A rede rodoviária

A rede rodoviária nacional consiste numa rede fundamental, numa rede complementar, em estradas
regionais e em redes municipais.

A densidade da rede rodoviária de Portugal é desigual, apesar de ter havido melhorias. O interior continua
a registar uma baixa densidade, enquanto que as áreas metropolitanas continuam a ser aquelas onde as
redes são consideravelmente densas.

A densidade da rede rodoviária acompanha a distribuição espacial da população, embora se tente


combater esta desigualdade, contruindo vias para o interior.

De facto, as opções políticas privilegiam em primeiro lugar as regiões mais populosas e só depois as do
interior o que agrava as assimetrias regionais.

A rede rodoviária fundamental consiste num conjunto de todos os Itinerários Principais (IP), como as
autoestradas e as vias rápidas. Esta rede fundamental:

- constitui o esqueleto de toda a rede rodoviária e do território nacional em geral

- liga Lisboa ao Porto

- cria ligações eficazes entre as capitais de distrito

- liga os portos e aeroportos principais do litoral à fronteira com Espanha e, logo à Europa.
A rede nacional complementar é constituída pelos Itinerários complementares (IC) e as Estradas Nacionais
(EN). Esta rede garante as ligações entre a rede fundamental e as principais cidades do país.

As estradas regionais (ER) asseguram as comunicações rodoviárias do continente com interesse


supramunicipal e complementar à rede rodoviária nacional. Garantem o desenvolvimento das zonas
fronteiriças, costeiras e outras de interesse turístico, assegurando também a ligação entre agrupamentos
de concelhos.

As estradas que não são incluídas no Plano Nacional Rodoviário integram as redes municipais. São
hierarquicamente inferiores às estradas nacionais e, normalmente são estradas mal conservadas, no
entanto, são importantes nas acessibilidades a escala local e conferem ao modo rodoviário o transporte
porta a porta. O PRODAC (Programa Operacional de Desenvolvimento das Acessibilidades) teve um papel
crucial, uma vez que, uma grande parte dos seus fundos foram canalizados para a melhoria e reabilitação
da rede municipal. Este programa ao melhorar a rede rodoviária concelhia, melhora também as
acessibilidades locais, contribuindo para o desenvolvimento económico numa escala local.

A rede rodoviária tem contribuído decisivamente para a melhoria das acessibilidades externas e internas.
Embora o país tenha “encolhido”, ou seja, a distância tempo tem reduzido entre os lugares, existem ainda
claras assimetrias regionais. Os principais centros urbanos foram favorecidos, em particular a cidade de
Lisboa. Mas o desenvolvimento da rede rodoviária também favoreceu o crescimento das cidades de média
dimensão, mas só as do litoral, mas também as do interior. No entanto, continuam a permanecer regiões
relativamente isoladas.

A rede ferroviária

A Rede Ferroviária Portuguesa teve uma evolução, não muito favorável, são exemplos disso:

- o fraco desenvolvimento da rede de metro em Lisboa

- apenas há poucos anos foram construídos os metris e superfície do Porto e na Margem Sul

- há regiões que só recentemente têm transporte suburbano eletrificado e com via dupla

- não existe comboio de alta velocidade

- é inexistente as vias-férreas em cidades de média dimensão ou a sua deficiência e falta de ligação direta a
um grande centro urbano

A análise da rede ferroviária portuguesa mostra que esta não está estruturada, pelo menos da mesma
forma que a rede rodoviária. Apresenta um padrão que beneficia claramente o litoral ocidental entre
Braga e Setúbal. No interior sul, as linhas obedecem uma lógica de localização dos recursos minerais e não
tanto o serviço às populações.

O padrão ferroviário assemelha-se a um do país pouco desenvolvido, com uma rede estruturada em
função do litoral mais desenvolvido.

A rede ferroviária nacional divide-se na rede fundamental, na rede complementar e na rede secundária.

A rede de portos
As principais rodovias e ferrovias de Portugal foram implantadas no litoral e ao longo dos principais rios
navegáveis.

Hoje em dia ainda é observada uma grande complementaridade entre os modos marítimo e ferroviário. A
necessidade de transbordo do modo marítimo faz do modo ferroviário o aliado perfeito, pois este último é
o mais competitivo para o transporte terrestre de mercadorias pesadas e volumosas em grandes
quantidades.

Os portos estão localizados de forma regular ao longo da costa.

Em Portugal, temos o porto de Lisboa, de Sines, de Leixões e de Setúbal.

O porto de Lisboa tem como valências os terminais Ro-Ro (roll-on / roll-off), cerealífero, petrolífero,
carbonífero e de contentores. Apesar de estar na proximidade de vias ferroviárias e rodoviárias
importantes tem alguns problemas graves de acessibilidade por estar localizado junto ao centro de Lisboa,
normalmente com transito muito congestionado.

O porto de Sines é o mais recente dos principais portos portugueses. É o único porto de águas profundas
e, por isso, permite a atracagem de grandes navios, também é o único porto capaz de receber grandes
petroleiros. Os acessos rodoviários são bons e dispõe de um ramal rodoviário com ligações às redes
transeuropeias.

O porto de Leixões é o que serve todo o Norte de Portugal e grande parte do Centro e ainda o Noroeste de
Espanha. Foi alvo de melhorias ao nível das acessibilidades, marítimas e terrestres. Sofre dos
condicionamentos de uma localização urbana.

O porto de Setúbal é um porto com boas perspetivas de desenvolvimento, quer pelas condições naturais
que pela localização numa área industrial, com a proximidade à plataforma logística. Regista o maior
movimento Ro-Ro do país, pois é aí que a Autoeuropa tem um terminal dedicado. Possui também uma boa
acessibilidade rodoviária e ferroviária.

A plataforma logística é o local onde se concentram infraestruturas de transporte e equipamentos


destinados a melhorar a circulação de bens e mercadorias. É uma área de logística constituída por um
recinto delimitado, onde estão instalados operadores e empresas que exercem atividades relacionadas com
as cadeias de abastecimento, transporte e distribuição, dispondo de serviços comuns de manutenção e de
apoio às empresas, pessoas e veículos, incluindo atividades produtivas de baixa intensidade.

5. Compreender a importância da inserção das redes de transporte nacionais nas redes transeuropeias.

A Política Comum dos Transportes (PCT), apesar de institucionalizada no Tratado de Roma, tardou a ser
definida e aplicada. Só no Tratado de Maastricht começou a ganhar os seus contornos e definições gerais.

Atualmente, muitos dos problemas que se pretendiam resolver com a PCT continuam por solucionar:

• assimetrias geográficas ao nível das infraestruturas e das empresas de transportes;

• congestionamento de vários eixos europeus;

• disparidades no crescimento de vários modos de transporte;

• crescimento da dependência face ao petróleo;

• aumento dos custos económicos e do impacte ambiental.


Um dos grandes objetivos da PCT continua a ser a construção de uma Rede Transeuropeia de Transportes
(RTE-T), que tem como objetivos principais assegurar a mobilidade às pessoas e às mercadorias, oferecer
infraestruturas de qualidade, incluir todos os modos de transporte, cobrir a totalidade do território da UE e
ser economicamente viável.

O PET - Plano Estratégico de Transportes 2008-2020 tem como objetivos principais aumentar a
competitividade dos portos portugueses, reforçar as ligações ferroviárias de Portugal com Espanha,
melhorar os eixos rodoviários e criar um sistema aeroportuário na região de Lisboa.

De acordo com as orientações da política comunitária de reequilibrar a distribuição modal e de revitalizar o


transporte ferroviário, a Rede Europeia de Alta Velocidade assume um papel muito importante.

A construção da Rede Ferroviária de Alta Velocidade (RAVE) é uma das condições necessárias para colocar
Portugal na Rede Transeuropeia de Transportes, pois, ao ligar cidades como Lisboa a Madrid, vai ligar
Portugal ao resto da Europa.

As redes portuguesas dos diferentes modos de transporte tendem a integrar-se cada vez mais nas redes
europeias, pelo que, no âmbito do Programa Operacional de Acessibilidade e Transportes 2000-2006,
foram definidos os corredores de tráfego internacional de ligação à Europa.

Impactos da ligação de Portugal à rede transeuropeia

Vantagens

 Melhor mobilidade de pessoas e mercadorias


 Diminuição das distâncias relativas
 Permite a multimodalidade

Desvantagens

• Investimento na inovação tecnológica, em domínios como a intermodalidade;

• O desenvolvimento de modos de transporte mais seguros e menos poluentes;

• Desenvolvimento de sistemas de transporte inteligentes.

Estas constituem uma desvantagem pois implicam gastos que não conseguimos suportar por falta de
dinheiro

6. Equacionar as questões da segurança, do ambiente e da saúde, resultantes do uso dos diferentes


modos de transporte.

Segurança

Apesar do desenvolvimento dos métodos de segurança de veículos e infraestruturas, continuam a registar-


se acidentes, que podem mesmo ser catástrofes no caso do transporte aéreo, marítimo e ferroviário. É em
Espanha e em Portugal que se registam alguns dos piores acidentes ferroviários da Europa. Os acidentes
com transportes rodoviários não costumam ter dimensão de catástrofe. Porém, devido à grande utilização
do meio rodoviário, estes acontecem com maior frequência, o que torna a sinistralidade rodoviária um
problema grave. Felizmente, com a melhoria da segurança dos veículos e da rede rodoviária, tem havido
uma diminuição dos acidentes e a da sua gravidade.
Ambiente e saúde

O crescimento da utilização de transportes está associado à grande utilização de combustíveis fósseis como
fonte de energia – o setor dos transportes é um dos maiores responsáveis pela emissão de gases que
contribuem para o agravamento do efeito de estufa e para a formação de ozono na troposfera.

A poluição atmosférica é a causa de muitas doenças, tais como doenças do sistema respiratório, da pele,
alergias e problemas do sistema cardiovascular.

A diminuição dos problemas ambientais e de saúde associados aos transportes é uma das preocupações da
política nacional e comunitária para este setor. Para tal, devem-se tomar certas medidas:

- redução do peso do transporte rodoviário face aos restantes modos de transporte;

- aumento do investimento em investigação e desenvolvimento;

- desenvolvimento de um mercado de veículos não poluentes e autossuficientes em termos energéticos;

- criação de iniciativas como o Dia Europeu sem Carros e programas como o «Miniautocarros Elétricos».

O transporte marítimo causa também graves problemas ambientais, que se associam principalmente aos
desastres petroleiros que originam marés negras e às lavagens de porões.

7. Conhecer as vantagens do uso do transporte multimodal.

O transporte multimodal é uma modalidade de transporte que se caracteriza pela utilização de dois ou mais
modos de transporte para transportar as mercadorias da origem até o destino final, podendo-se valer de
camiões, comboios, navios, aviões ou outros meios de equipamentos necessários para realizar as entregas,
e com toda a operação coberta por um único documento fiscal o CTMC – Conhecimento de Transporte
Multimodal de Cargas, o qual é emitido pelo Operador de Transporte Multimodal (OTM), empresa que
assume total responsabilidade pela operação.

Enquanto no transporte multimodal apenas é emitido um documento de transporte para cada operação e a
OTM assume total responsabilidade pela operação, no transporte intermodal são emitidos documentos
diferentes por cada operação e a responsabilidade é repartida entre os diferentes transportadores.

Pode-se resumir as vantagens da multimodalidade nos seguintes tópicos:

• redução da burocracia

• combinação de diferentes modos de transporte de maneira mais eficiente, e em alguns casos até
energeticamente mais eficiente;

• redução de custos no processo de mudança de transporte;

• possibilidade de agregar valor e oferecer mais benefícios;

• facilidade na resolução de problemas por haver apenas um responsável pela carga;

• melhor uso da tecnologia de informação, pois se o OTM for bem informatizado todo o processo
aproveitará da informatização;
• maior proveito dos demais serviços do OTM, como armazenagem e plataformas de carga e descarga.
A revolução das telecomunicações e o seu impacto nas relações interterritoriais

1) Conhecer a distribuição espacial das redes de comunicação no território português.

Com o desenvolvimento das telecomunicações a difusão de informação, a distância-tempo e a distância-


custo diminuíram bastante. Surgiu então um novo conceito de espaço, o ciberespaço, onde se desenvolve
uma interação casa vez maior entre pessoas, empresas e organizações de todo o mundo.

As tecnologias da informação e da comunicação (TIC) são cada vez mais utilizadas e têm hoje em dia uma
função fundamental na dinamização das atividades económicas e das relações territoriais.

Em Portugal tem havido progressos significativos tanto no que diz respeito à criação de infraestruturas e ao
alargamento das redes de telecomunicação, como no que se refere à capacidade de acesso e de utilização.

Os contrastes apresentados pela distribuição das redes de telecomunicação podem se explicar pela maior
concentração da população e atividades económicas no litoral.

As redes de comunicação distribuem-se: pela rede móvel, pelos cabos submarinos, pelos satélites e pela
internet.

Porém, todo o território português está coberto pelas redes de serviços essenciais (rádio, televisão e
telefone fixo e móvel).

A rede de telecomunicações que liga o Continente às Regiões Autónomas é essencialmente constituída por
cabos submarinos e fibra ótica.

Portugal encontra-se ligado ao mundo por serviços internacionais de comunicação por satélite e por uma
rede de cabos submarinos de fibra ótica.

2) Relacionar o aumento dos fluxos de comunicação com o progresso e a rapidez de difusão das novas
Tecnologias de Informação e Telecomunicação (TIC).

Com o desenvolvimento das telecomunicações a difusão de informação, a distância tempo e a distância-


custo diminuíram bastante. Surgiu então um novo conceito de espaço, o ciberespaço, onde se desenvolve
uma interação cada vez maior entre pessoas, empresas e organizações de todo o mundo.

As tecnologias da informação e da comunicação (TIC) são cada vez mais utilizadas e têm hoje em dia uma
função fundamental na dinamização das atividades económicas e das relações territoriais.

3) Equacionar os impactos territoriais resultantes do desenvolvimento das TIC.

Os fluxos de informação são cada vez mais rápidos e intensos, aumentando os contactos e intercâmbios
entre espaços distantes. São cada vez mais as empresas que utilizam as TIC e serviços disponíveis na
internet.

A utilização das TIC e a rapidez de comunicação proporcionada aumentam as possibilidades de negócios e


dinamizam a economia. As TIC, se contribuem para reduzir distâncias e aproximar agentes económicos e
pessoas de todo o mundo, também evidenciam as desigualdades entre países e regiões, devido à
necessidade de formação para utilizar as TIC e aos custos dos equipamentos e dos serviços.

Em Portugal, têm vindo a ser desenvolvidas ações com vista a reduzir essas desigualdades, nomeadamente
através da ligação de todas as escolas à internet.
4) Relacionar o aumento de relações espaciais e pessoais com a modernização dos transportes e das
comunicações.

As telecomunicações proporcionam um alargamento dos espaços de vivência e de interação. Existe uma


forte interação e complementaridade entre os transportes e as comunicações, sobretudo nos contactos
entre utentes e fornecedores de serviços, nos sistemas de localização e orientação, na logística e gestão do
trânsito.

A globalização é consequência do desenvolvimento dos transportes e das telecomunicações.

5) Compreender a importância das redes portuguesas nos fluxos mundiais e no ciberespaço.

No nosso país, apesar de ainda se verificarem grandes assimetrias na acessibilidade digital e nas
consequências que daí advêm a nível regional e até nacional, nas últimas décadas, tem-se registado um
aumento considerável de utilizadores de TIC.

Tal evolução, tem permitido que a revolução digital em curso, tenha vindo a permitir uma maior
conectividade entre pessoas, instituições e empresas, quer no território nacional, quer em termos
internacionais, permitindo desenvolver uma nova organização da sociedade e da economia, tornando a
sociedade cada vez mais "digital".

As pessoas ficam assim "mais próximas", neste caso, pela facilidade de comunicação, permitindo que se
compreenda melhor o conceito de "aldeia global", pois qualquer pessoa pode saber/ conhecer o que se
passa no mundo inteiro, criando-se uma interligação entre todos os espaços e as pessoas, originando-se
uma teia de relações (rede), reforçando a interdependência dos diferentes espaços mundiais e sustentando
a globalização económica, política e sociocultural.

6) Compreender as implicações do uso dos transportes e das TIC na qualidade de vida da população.

A influência das TIC faz-se sentir em inúmeros aspetos da nossa vida quotidiana, e tem bastantes
vantagens:

• a criação de sistemas de transporte inteligente (ITS) possibilita uma mobilidade sustentada;

• com as TIC, os cidadãos com necessidades especiais têm maior facilidade e mais oportunidades de
inserção no mercado de trabalho;

• a crescente adesão ao teletrabalho tem como consequência direta uma redução das deslocações
pendulares e, em alguns casos, a mudança de residência para áreas rurais (o que as pode revitalizar e
repovoar).

• na maior facilidade de estabelecer contactos, adquirir bens, aceder a serviços, etc.;

As TIC têm, porém, alguns efeitos perversos na qualidade de vida:

• a insegurança provocada pela difusão de vírus informáticos;


• o perigo de fraude no comércio eletrónico e transações financeiras;

• a falta de atenção a aspetos de caráter ético;

• os perigos associados ao «convívio» com desconhecidos na internet;

• os perigos para a saúde humana, como são a emissão de radiações nocivas e os problemas psicológicos
de dependência.
A integração de Portugal na UE: novos desafios, novas oportunidades

1) Conhecer as implicações, para Portugal, do alargamento da UE a leste.

Para a UE

Desafios

• Um maior empobrecimento geral devido ao baixo PIB da maioria dos novos países membros;

• Uma maior heterogeneidade económica, social e cultural, que implica um maior esforço de conciliação de
interesses;

• Adaptação das principais políticas comunitárias e da composição e funcionamento das instituições da UE


– para tal serviram o Tratado de Amesterdão (1997) e o Tratado de Lisboa (2007).

Oportunidades

• A expansão do Mercado Único;

• O reforço da posição da UE no contexto político internacional e no mercado mundial.

Para Portugal

Desafios

• Tornou-se mais periférico, o que reduziu os seus fundos estruturais;

• Passou a haver mais concorrência nas exportações e na captação de investimento estrangeiro, pois os
novos Estados-membros encontram-se, de um modo geral, mais perto dos países da UE com maior poder
de compra, dispõem de mão de obra mais instruída, qualificada e barata, e apresentam uma maior
produtividade.

•por terem economias mais débeis do que a portuguesa, estes países estão a desviar uma fatia importante
dos fundos de coesão, que já não virão para Portugal.

Oportunidades

• Maior possibilidade de internacionalização da economia portuguesa;

• Participação no maior mercado comum do mundo.

2) Compreender a importância que a política do ambiente tem vindo a assumir na UE.

A UE tem vindo a criar, desde finais da década de 1960, programas (tais como os «Programas de Ação em
matéria do Ambiente», «LIFE» e «Programa Ação 2020») e órgãos político-administrativos com vista à
proteção do ambiente. Para além disso, assinou o Tratado de Maastricht (1992) e o Tratado de Amesterdão
(1997), que estabelecem, respetivamente, a Política Comum Ambiental e a preservação ambiental como
prioridade.

O 7ºPrograma Ambiental da UE tem como principais objetivos:

• proteger, conservar e reforçar o capital natural da União

• tornar a UE uma economia hipercarbonica, eficiente na utilização dos recursos, verde e competitiva.
• proteger os cidadãos da União contra pressões de caráter ambiental e risco para a saúde e bem estar

• maximizar os benefícios da legislação da União relativa ao ambiente.

• assegurar investimentos para a política relativa ao ambiente e ao clima e determinar corretamente os


preços

• melhorar a integração e a coerência das políticas ambientais

• aumentar a sustentabilidade da UE

• melhorar a eficácia da UE na confrontação dos desafios ambientais á escala regional e mundial

A UE pretende dissociar o crescimento económico da degradação ambiental. Tradicionalmente, o


crescimento económico provocava degradação ambiental, porém, hoje em dia, é possível fazer crescer a
economia, respeitando o ambiente. A Política Comunitária do Ambiente visa criar condições que
incentivem as pessoas e as empresas a utilizar os recursos com mais moderação, e por isso, definiu como
prioridades ambientais:

• alterações climáticas;

• natureza e biodiversidade;

• recursos naturais e resíduos;

• ambiente, saúde e qualidade de vida.

3) Conhecer a política do ambiente em Portugal, relacionando-a com as realizações mais importantes, no


país, em termos ambientais.

Em Portugal, a Política do Ambiente teve início com a Lei das Bases do Ambiente, em 1987.

As prioridades em termos ambientais têm sido:

• o tratamento dos resíduos sólidos urbanos e industriais


• a gestão e conservação dos recursos hídricos
• a requalificação e proteção da orla costeira
• a preservação da biodiversidade

No âmbito da primeira prioridade, criou-se o PERSU (Plano Estratégico para Resíduos Sólidos Urbanos), que
atua nos domínios da prevenção, valorização e armazenamento seguros dos resíduos sólidos.

Na questão da gestão e conservação dos recursos hídricos, foi criado o Plano Nacional da Água e os Planos
de Bacia Hidrográfica.

Com vista na redução dos problemas do litoral foram criados os POOC (Planos de Ordenamento das Orlas
Costeiras), que procuram criar condições de proteção e mitigação dos processos relacionados com a erosão
costeira e a crescente pressão demográfica sobre essas áreas.

Tendo em vista a preservação da biodiversidade e a proteção ambiental foram criadas as áreas protegidas,
das quais se destacam os parques naturais e as reservas naturais. Ainda a este nível vigora a Rede Natural
2000 onde estão definidas as áreas que interessa preservar e proteger na UE.
Portugal não tem recursos endógenos fósseis, por isso tem de ganhar competitividade pela utilização mais
racional e eficiente da energia. Isto passa também pela opção pelas energias renováveis.

A Estratégia Nacional para o Mar 2013-2020 apresenta um novo modelo de desenvolvimento do oceano e
das zonas costeiras, algo que permitirá a Portugal responder a desafios no âmbito da competitividade da
economia do mar.

4) Conhecer a existência de disparidades económicas e sociais a nível regional, em Portugal.

A Europa sempre foi uma região de contrastes de desenvolvimento económico, social e cultural. Há um
forte contraste norte-sul, mas também oeste-este: as regiões do Sul foram incapazes de se desenvolver em
definitivo, e o alargamento a leste foi integrando cada vez mais países.

Os contrastes no desenvolvimento regional em Portugal são quase sempre norte-sul e litoral-interior.

A densidade populacional é um dos indicadores que melhor refletem este desequilíbrio: no litoral, onde
existe maior fomento da atividade económica e do emprego, regista-se maior densidade populacional.

5) Equacionar possíveis soluções, com vista à minimização dessas disparidades, em Portugal.

Para combater as assimetrias regionais em Portugal, deve:

• melhorar a rede de transportes;

• consolidar as infraestruturas e os equipamentos coletivos;

• promover a descentralização urbana;

• preservar e valorizar os recursos naturais e a biodiversidade.

6) Compreender que a política comunitária visa a coesão económica e social dos países- membros.

A política de coesão regional da UE promove a redução das disparidades económicas, sociais e territoriais,
aplicando os fundos estruturais e de investimento.

Esta política engloba:

Englobam:

• Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER)

• Fundo Social Europeu (FSE)

• Fundo Europeu Agrícola do Desenvolvimento Rural (FEADER)

• Fundo Europeu para os Assuntos Marítimos e as Pescas (FEAMP)

• Fundo de Coesão

• Fundo de Solidariedade da UE (FSEU)

Têm como objetivo:

• Fortalecer a coesão económica e social na UE, reduzindo os desequilíbrios entre as regiões.


• Reduzir as desigualdades entre as pessoas, melhorando as oportunidades de emprego e de educação e
diminuindo a vulnerabilidade à pobreza.

• Reduzir as desigualdades entre as pessoas, melhorando as oportunidades de emprego e de educação e


diminuindo a vulnerabilidade à pobreza.

• Resolver problemas das zonas rurais e promover o seu desenvolvimento sustentável.

• Apoiar as pescas (emprego, formação, modernização) e promover o desenvolvimento e a


sustentabilidade das comunidades costeiras.

• Os Estados-membros com Rendimento Nacional Bruto por habitante inferior a 90% da média da UE.

• Apoiar os países e as regiões afetadas por desastres ou catástrofes naturais, como inundações ou
incêndios.

A política de coesão tem um papel primordial na estratégia comunitária para o crescimento e o emprego –
Europa 2020 – com três prioridades:

• Desenvolvimento inteligente significa desenvolver uma economia baseada no conhecimento e na


inovação

• Desenvolvimento sustentável promove uma economia mais eficiente em termos de gestão dos recursos,
hipercarbonica e competitiva.

• Desenvolvimento inclusivo promova a participação no mercado de trabalho e uma maior coesão social e
territorial.

7) Conhecer os critérios definidos pelo Conselho Europeu para adesão dos PECO (Países da Europa
Central e Oriental).

A adesão dos novos estados-membros, tal como a dos novos países candidatos dependem de determinadas
condições a cumprir antes da adesão. Estas condições dizem respeito a aspetos políticos e económicos e à
capacidade de transposição, para o direito interno de cada país de todas as normas políticas comunitárias,
de modo a não colocar em causa os objetivos comunitários e caminhar no sentido de uma união cada vez
mais efetiva e profunda.

Critérios de Copenhaga:

• Que o país candidato disponha de instituições estáveis que garantam a democracia, o Estado de direito,
os direitos humanos, e o respeito pelas minorias e a sua proteção- Critério politico;

• Que o país candidato tenha uma economia de mercado em funcionamento e a capacidade para
responder à pressão da concorrência e às forças de mercado dentro da EU – critério económico;

• A capacidade dos candidatos para assumirem as suas obrigações, incluindo a adesão aos objetivos de
união politica, económica e monetária- critério jurídico;

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