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BAIXA DO PORTO
Geografia
2019/2020
2
Índice
Metodologia ...................................................................................................................... 5
Enquadramento dos Quarteirões na Freguesia e no concelho do Porto ........................... 6
Contextualização dos Quarteirões .................................................................................. 10
Tratamento Estatístico e Análise dos Resultados do Grupo ........................................... 11
Caracterização dos quarteirões em relação ao número de pisos ................................. 11
Análise do número de edifícios por rua ...................................................................... 14
Análise do estado de ocupação por número de pisos.................................................. 16
Análise do estado de conservação dos edifícios ......................................................... 18
Análise referente à situação dos edifícios no mercado ............................................... 19
Análise da função dos edifícios .................................................................................. 20
Rés- do- Chão .................................................................................................. 20
Pisos Superiores ............................................................................................... 21
Função predominante no Edifício .................................................................... 22
Análise cruzada do estado de conservação dos edifícios dos quarteirões relativamente
ao tipo de situação do mercado dos mesmos .............................................................. 24
Tratamento Estatístico e Análise dos Resultados da Base de Dados Global.................. 25
Avaliação da forma como varia o estado de ocupação dos edifícios entre freguesias 25
Enquadramento dos quarteirões estudados por cada grupo no universo de quarteirões
recolhidos pela turma, utilizando metodologias estatísticas descritivas e inferencial 27
Conclusão ....................................................................................................................... 32
Referências Bibliográficas .............................................................................................. 34
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Introdução
O presente relatório encontra-se focado no Levantamento Funcional dos
Edifícios da Baixa do Porto, contudo pertenceu ao nosso grupo fazer uma abordagem
mais pormenorizada aos quarteirões 15007,15008 e 15009 circunscritos no concelho do
Porto mais precisamente na freguesia de Vitória.
Os locais com património histórico, como são o caso da Baixa do Porto estão em
constante reabilitação ou regeneração.
Em suma, o trabalho permite ter uma visão mais atual das modificações que o
espaço geográfico sofre constantemente e das características dos edifícios desses
espaços.
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Metodologia
O desenvolvimento deste trabalho foi constituído por cinco fases: a recolha de
informação no local; a inserção dos dados recolhidos no LimeSurvey; a limpeza e
organização dos dados no Excel; o tratamento dos dados no SPSS e respetiva análise
dos resultados. Por fim, procedeu-se à realização do relatório.
No que respeita à primeira fase, realizou-se uma análise dos quarteirões, sendo
feito uma impressão da análise da planta dos mesmos. O próximo passo consistiu na
deslocação ao local, recolhendo a informação detalhada de cada edifício pertencente aos
nossos quarteirões. Dessa informação consta, por exemplo, o número de pisos,
ocupação dos edifícios entre outros elementos constituintes da folha disponibilizada.
Contudo, ao recolhermos a informação, verificamos que no quarteirão nº15007, os
edifícios 008,009,001,003, haviam sido os únicos que não foram demolidos,
impossibilitando, assim, a recolha da informação dos restantes. Após a realização do
levantamento, segue-se a segunda fase que consistiu na inserção da informação
recolhida no LimeSurvey.
5
Enquadramento dos Quarteirões na Freguesia e no
concelho do Porto
Fig.
2-
Os três quarteirões são compostos no total por 69 edifícios, dos quais apenas 44
foi possível retirar informações para análise.
6
Quarteirão 15007
7
Quarteirão 15008
8
Quarteirão 15009
Fig. 7 – Fotografia por satélite do quarteirão, Google Earth, Fig. 8 – Mapa de campo do quarteirão estudado
2019
9
Contextualização dos Quarteirões
História da Freguesia de Vitória
Localizada junto à Zona Histórica do Porto, a freguesia de Santa Maria de
Vitória surge no seguimento do primeiro alargamento das Muralhas Fernandinas. A
designação “Vitória” pensa-se estar associada a um combate entre mouros e cristãos.
Este combate, com a vitória dos cristãos, serviu de inspiração para vários outros nomes
como Campanhã, Batalha, Rio Tinto, etc. Outra explicação encontrada para esta
designação tem a ver com a “vitória moral”, isto é a conversão de vários judeus para a
religião cristã, pois neste local existia uma das três principais judiarias, que atrás da
Cadeia da Relação e do Convento da Vitória situava-se uma antiga sinagoga. Esta
freguesia, umas das mais antigas do Porto, apresenta vários monumentos de grande
importância, entre os quais, a Torre dos Clérigos, a Igreja dos Carmelitas, a Cadeia da
Relação do Porto. A freguesia de Vitória, em 2013, foi integrada na União de
Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia e São Nicolau.
De acordo com os Censos de 2011, no período entre 1981 a 2011, esta freguesia,
viu o número de população residente diminuir. Este decréscimo está na ordem de mais
de 50%, demonstrando a tendência atual de diminuição da densidade populacional na
designada Zona Histórica do Porto.
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Tratamento Estatístico e Análise dos Resultados do
Grupo
Estatísticas
Especifique o número de pisos:
N Válido 44
Omisso 1
Média 4,86
Mediana 5,00
Moda 4
Erro Desvio 1,287
Variância 1,655
Assimetria ,403
Erro de assimetria padrão ,357
Curtose -,067
Erro de Curtose padrão ,702
Mínimo 2
Máximo 8
Percentis 25 4,00
50 5,00
75 6,00
Tabela 2- Frequência absoluta e relativa relativamente ao número de pisos dos edifícios analisados pelo
grupo 4
Número de pisos
Percentagemvál Percentagemac
Frequência Percentagem ida umulativa
Válido 2 1 2,3 2,3 2,3
3 3 6,8 6,8 9,1
4 16 36,4 36,4 45,5
5 12 27,3 27,3 72,7
6 6 13,6 13,6 86,4
7 5 11,4 11,4 97,7
8 1 2,3 2,3 100,0
Total 44 100,0 100,0
12
Testes de Normalidade
Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk
Estatística gl Sig. Estatística gl Sig.
Especifique o número de ,204 44 ,000 ,924 44 ,007
pisos:
a. Correlação de Significância de Lilliefors
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Análise do número de edifícios por rua
Através da análise dos gráficos e da tabela, podemos concluir que a maioria dos
edifícios, ou seja, 24,4 % situam-se na Rua da Fábrica, seguido da Rua do Almada que
contém 22,2 % dos edifícios totais. A Rua de Santa Teresa posiciona-se em terceiro
lugar relativamente à rua com mais edifícios, englobando 8 deles.
A rua com menos edifícios analisados e que abrange apenas 2,2% dos edifícios
totais é a Praça D.Filipa de Lencastre, seguida do Largo Moinho de Vento com o dobro
dos edifícios, ou seja 4,4 %.
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As ruas de Avis, Ceuta e de José Falcão contêm a mesma quantidade de
edifícios, representando 26,7%.
Análise da ocupação dos edifícios
Ocupação do edifício
Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem válida acumulativa
Válido Ocupado 24 54,5 54,5 54,5
Pelo menos um piso 4 9,1 9,1 63,6
desocupado
Mais de 50% dos seus pisos 9 20,5 20,5 84,1
desocupados
Devoluto 7 15,9 15,9 100,0
Total 44 100,0 100,0
15
Existem, porém, 9 edifícios com mais de 50% dos seus pisos desocupados, 7
edifícios devolutos e 4 edifícios com pelo menos um piso desocupado.
Considerando a tabela 6, é possível afirmar que o único edifício que tem 2 pisos
encontra-se ocupado.
Relativamente aos 3 edifícios com 3 pisos, dois encontram-se ocupados e um
tem mais de 50% dos seus pisos desocupados.
No que diz respeito aos edifícios com 4 pisos, oito dos dezasseis apresentam-se
ocupados, um tem pelo menos um piso desocupado, dois têm mais de 50 % dos pisos
desocupados e cinco encontram-se devolutos.
Comparando agora os edifícios com 5 pisos, cinco estão ocupados, um tem pelo
menos um piso desocupado, quatro têm, mais de 50 % dos pisos desocupados e dois
estão devolutos.
Os edifícios com 6 pisos, a grande maioria estão ocupados e existe apenas um
com pelo menos um piso desocupado.
Relativo aos edifícios com 7 pisos, três encontram-se ocupados, um pelo menos
com um piso desocupado e outro com mais de 50% dos seus pisos desocupados.
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Por último, o único edifício com 8 pisos encontra-se com mais de 50% dos seus
pisos desocupados.
Postos
Ocupação_recodificada N Posto Médio
Especifique o número de 1 24 22,50
pisos: 2 4 28,88
3 9 24,33
4 7 16,50
Total 44
O1-Ocupado;
O2- Edifício parcialmente ocupado, com pelo menos um piso desocupado;
O3- Edifício significativamente devoluto, com mais de 50% dos seus pisos desocupados;
O4- Devoluto;
Estatísticas de testea,b
Especifique o número de pisos:
H de Kruskal-Wallis 2,906
gl 3
Significância Sig. ,406
a. Teste KruskalWallis
b. Variável de Agrupamento: Ocupação_recodificada
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Como já foi referido anteriormente, a distribuição não é normal, de maneira a que
temos de utilizar um Teste Não Paramétrico. Para analisar a relação existente entre a
ocupação e o número de pisos o teste mais adequado é o Teste H de Kruskal-Wallis.
Para isso recodificamos a variável “Especifique qual a ocupação do edifício” para
“Ocupação_Recodificada”.
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Gráfico 6- Estado de conservação dos edifícios
Contudo é importante salientar que quando as obras destes edifícios forem concluídas,
haverá a necessidade de reabilitar mais de metade dos restantes, para que os quarteirões
tenham edifícios em bom estado.
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Com pelo menos uma 1 2,3 2,3 90,9
divisão para trespassar
Com pelo menos uma 4 9,1 9,1 100,0
divisão para arrendar
Total 44 100,0 100,0
20
Válido Comércio 27 61,4 61,4 61,4
Devoluto 6 13,6 13,6 75,0
Hotelaria 2 4,5 4,5 79,5
Impossível de especificar 1 2,3 2,3 81,8
Restauração 7 15,9 15,9 97,7
Serviços 1 2,3 2,3 100,0
Total 44 100,0 100,0
▪ Pisos Superiores
Tabela 11 –Frequências absolutas e relativas sobre a função predominante dos pisos superiores
Funçãopredominantedoedificio
22
Percentagemvál Percentagemac
Frequência Percentagem ida umulativa
Válido Comercial 7 15,9 15,9 15,9
Devoluto 9 20,5 20,5 36,4
Hotelaria 6 13,6 13,6 50,0
Residencial 14 31,8 31,8 81,8
Restauração 3 6,8 6,8 88,6
Serviços 5 11,4 11,4 100,0
Total 44 100,0 100,0
23
Em contrapartida os Serviços e a Restauração são as funções que
menos predominam nos edifícios, apresentando, portanto, estatisticamente uma menor
frequência absoluta e relativa. De todas as funções dos edifícios, destacadas, a
Restauração é função a que apresenta uma menor frequência absoluta- 3, quer isto dizer
que só existem 3 prédios onde a Restauração é a função predominante, ou que só em
6,8% dos prédios a função predominante é a restauração.
25
EC4 3 17 1 7 72 5 29
O1-Ocupado;
O2- Edifício parcialmente ocupado, com pelo menos um piso desocupado;
O3- Edifício significativamente devoluto, com mais de 50% dos seus pisos desocupados;
O4- Devoluto;
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Enquadramento dos quarteirões estudados por cada grupo no universo de
quarteirões recolhidos pela turma, utilizando metodologias estatísticas
descritivas e inferencial
27
Na base global, tal como na do grupo, os resultados referentes ao
número de pisos é um pouco semelhante visto que o número de pisos mais frequente é
4, verificado em aproximadamente 28% dos edifícios.
N Válido 1320
Omisso 0
Média 3,46
Erro de média padrão ,043
Mediana 3,00
Moda 4
Erro Desvio 1,562
Variância 2,440
Assimetria ,477
Erro de assimetria padrão ,067
Curtose ,575
Erro de Curtose padrão ,135
Mínimo 1
Máximo 9
Soma 4570
Percentis 25 2,00
50 3,00
28
75 4,00
Testes de Normalidade
Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk
Estatística gl Sig. Estatística gl Sig.
Especifique o número de ,150 1320 ,000 ,937 1320 ,000
pisos:
a. Correlação de Significância de Lilliefors
Realizado o teste de normalidade (tabela 18) chegamos à conclusão que tal como
nos edifícios analisados pelo nosso grupo, a distribuição dos edifícios na turma não
seguem uma distribuição normal.
Postos
ocupação_recodificada N Posto Médio
Especifique o número de 1 843 674,96
pisos: 2 153 772,97
29
3 99 756,10
4 214 445,26
Total 1309
Estatísticas de testea,b
Especifique o
número de
pisos:
H de Kruskal-Wallis 94,245
gl 3
Significância Sig. ,000
a. Teste KruskalWallis
b. Variável de Agrupamento:
ocupação_recodificada
Após ser realizado o teste H de Kruskal-Wallis para a base de grupo (tabela 7),
segue-se aqui a mesma situação. A distribuição também não é normal e por isso
utilizamos um teste não paramétrico.
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Utilizando as referências da tabela 20, que transmitem informações
correspondentes à ocupação dos edifícios por número de pisos, chega-se a uma dedução
de como estão ocupados os edifícios da Baixa do Porto.
Nos 169 edifícios onde o número de pisos é 5, de acordo com a tabela 20, observa-se
que 111 deles estão ocupados, 21 parcialmente ocupados, com pelo menos um piso
devoluto, 22 com mais de 50% dos seus pisos desocupados, e por fim 15 edifícios
encontram-se em devoluto. Num total de 70 edifícios onde o número de pisos é 6,
observa-se que 47 deles estão ocupados, 16 com pelo menos um piso desocupado, 5
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com 50% dos seus pisos desocupados e 2 edifícios em devoluto. Nos 25 edifícios onde
o número de pisos é 7, consta-se que 20 deles se encontram ocupados, 2 com pelo
menos um piso desocupado, 1 com pelo 50% dos pisos desocupados, e 2 deles em
devoluto. Nos 7 edifícios onde o número de pisos é 8, observa-se que 3 deles estão
ocupados, 1 com pelo menos um piso desocupado, 1 com pelo 50% dos pisos
desocupados e 2 deles em devoluto.
Por fim, num total de 11 edifícios onde o número de pisos é 9, 10 deles estão ocupados,
e o outro tem pelo menos um piso desocupado.
Conclusão
Este relatório tem como finalidade, recorrendo a métodos estatísticos,
compreender e analisar a realidade dos edifícios da cidade do Porto, sobretudo na
freguesia de Vitória. O mesmo foi feito tendo em conta variáveis como o número de
pisos, a ocupação, o estado de conservação, a situação no mercado e a função
predominante dos edifícios, no entanto, em algumas fases do trabalho para além de
considerarmos os edifícios do nosso grupo, foi necessário considerar a base de dados
geral.
32
Após realizado este trabalho de campo conseguimos aprofundar os nossos
conhecimentos, de uma forma mais prática visto que tínhamos um maior contacto com a
realidade, respeitantes à organização das cidades.
Relativamente à análise do número de edifícios por rua, conclui-se que a rua que obtém
o maior número de edifícios é a Rua da Fábrica e a que possui menos é a Praça D.Filipa
de Lencastre.
No que diz respeito à análise cruzada entre o número de pisos e a ocupação dos
edifícios, depreendemos que os edifícios que têm o maior número de ocupação são os
que têm 4 pisos, contudo este também apresenta o maior número de edifícios devolutos.
Acerca da análise do estado de conservação dos edifícios percebemos que mais de 50%
dos edifícios dos nossos quarteirões, não necessitam de uma reabilitação e apenas 4,5 %
dos edifícios encontram-se em obras ou em remodelação.
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Considerando o edifício como um todo, a função predominante é a residencial,
verificando-se, assim, 14 casos nos 44 edifícios estudados. Em contrapartida os serviços
e a restauração são as funções que menos predominam nos edifícios.
Por fim, a última análise feita à base de dados do grupo refere-se ao estado de
conservação dos edifícios dos quarteirões relativamente ao tipo de situação de mercado,
mediante isto, é de destacar que, como já foi referido 24 deles não necessitam de
reabilitação, sendo impossível avaliar a situação no mercado de 20, os restantes que
necessitam de uma reabilitação média ou profunda é impossível avaliar a situação no
mercado.
O trabalho permitiu ter uma noção da distribuição e organização das funções, serviços e
equipamentos no espaço geográfico e das características dos edifícios desses espaços.
Referências Bibliográficas
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