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IFMS INSTITUTO FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL

CAMPUS DE JARDIM MS
GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO
PROFª. JOYCE DE OLIVEIRA
DORA ESTELA
HENRIQUE GLÓRIA
VICTOR ARECO

VAZIOS URBANOS NO BAIRRO COHAB EM JARDIM MS

Introdução

O presente trabalho tem como objetivo apresentar um estudo sobre uso e


ocupação de solos na área da Cohab, em Jardim MS, que possui diversos espaços
vazios dentro da sua malha urbana. Após uma rápida análise de percepção visual na
área de estudo, foi possível observar que a Cohab existe vários terrenos vazios. É
notório que a área de estudo possui muitos espaços que ainda podem ser ocupados
dentro da malha urbana consolidada a cumprir suas funções sociais da propriedade.
Com o intuito de fazer um levantamento desses espaços, a pesquisa busca
ainda fazer uma crítica a alguns usos e ocupações dos lotes e a falta de fiscalização
desses espaços, por muitos lotes estarem invadindo outros terrenos. Segundo o
plano diretor da cidade a Cohab ocupa cinco Zoneamento de Uso e Ocupação do
Solo da Sede de Jardim, com base nesse estudo a Cohab é dividida em: Zona de
Uso Espacial (ZUE), Zona de Consolidação I (ZC I), Zona de Consolidação II (ZC II),
Zona de Dinamização Econômica II (ZDE II) e Zona de Abastecimento e Serviços de
Apoio I (ZAA I).
Para uma melhor compreensão do que se trata a pesquisa, se torna
necessário entender o que é espaço urbano, seus agentes de transformação e quais
são os processos de valorização da terra. Segundo Correa (1993), diversas
atividades econômicas como comércio, educação, saúde, transporte, serviços de
limpeza, serviços de alimentação, agrega a ocupação e gestão de uso da terra, e a
junção dessas diversas atividades se torna um espaço urbano, como um local de
mercado. Sendo assim podemos entender o espaço urbano como: [...] é um produto
social, resultados de ações acumuladas através do tempo, e engendradas por
agentes que consomem e produzem o espaço. (CORREA, 1993, p 11).
De modo geral o planejamento urbano de Jardim apresenta soluções
ordenadas de setores subdivididos, de certa forma a falta áreas construídas na
região da Cohab se denomina por diversas questões, tanto pela falta de práticas
urbanísticas democráticas e o desenvolvimento da política urbana. A necessidades
de enriquecer esses terrenos e expandir o desenvolvimento da cidade promove
outras fontes de trabalho, gerando riqueza, bens e serviços, tendo como finalidade a
satisfação de necessidades humanas e enfrentando a problemática dos vazios
urbanos.

Metodologia
Para a realização das atividades da pesquisa utilizamos a base cartográfica
municipal e imagens orbitais e fotografias a nível terrestre (street view), do software
Google Earth, e recorremos ao software open source Quantum GIS 22 para o
armazenamento, processamento e modelagem dos dados, bem como geração dos
produtos cartográficos. Buscando facilitar a explanação, as etapas do trabalho são
explicitadas no fluxograma da Figura 1 e detalhadas abaixo.

Figura 1

Inicialmente determinamos os critérios que seriam seguidos para a


identificação dos vazios urbanos no software QGIS 22. Para este estudo, os vazios
foram determinados apenas como os imóveis desprovidos de edificação através das
imagens geradas pelo Google Earth, e confirmadas por street view e visita em
campo. Os lotes que não tinha edificação, mas apresentava movimentação (muro,
limpeza, materiais de construção e automóveis) não foram considerados como lote
vazio.
A área de enfoque desta pesquisa, contempla o bairro Cohab, localizado no
município de Jardim MS que foi selecionada em virtude de ser uma região em
constante desenvolvimento por ser uma área de parte industrial e uma área com
grande movimentação comercial, dessa forma, existe um grande incentivo ao
crescimento.
Como primeira análise foram identificados os vazios urbanos a partir da base
cartográfica municipal disponível no site IBGE. Através dos setores censitários de
Jardim MS, Sirgas 2000 UTM 21 sul, delimitamos a área de estudo e criamos uma
máscara da Cohab para assim simplificar o estudo. Os dados de logradouros
também contribuíram para a delimitação das quadras e dos vazios urbanos.
Para a delimitação dos vazios urbanos, criamos uma camada Shapefile onde
foi gerada uma tabela de atributos utilizando a calculadora de campo encontrada no
QGIS. Calculamos a área em metros quadrados (m²) em geometria utilizando a
função $área. Para o cálculo preciso da área dos polígonos utilizamos a
configuração None/Planimetric nas configurações das medições.
Desta maneira, pôde-se utilizar algoritmos que identificaram a partir das
relações topológicas os lotes que não possuíam edificação. Tendo em vista a
desatualização da base cartográfica, também foram feitas análises a partir das
imagens orbitais e terrestres do Google Earth e Street View, além de uma pesquisa
em campo, fazendo assim uma validação dos dados da primeira análise.
Figura 2 e 3
Imagens registradas em campo da Cohab
Para o entendimento do mapa, classificamos em duas classes:
1- Vazios urbanos, onde os lotes não possuem edificação;
2- Lotes edificados: onde os lotes possuem edificações;
Por fim, através da tabela de atributos com as quadras delimitadas e suas
respectivas áreas, pudemos analisar os resultados na qual especificaremos abaixo.

Resultados e discussões
Podemos considerar a partir do mapa da Figura 4, produzido a partir da
análise dos dados da base cartográfica municipal ao se utilizar o SIG através de
algoritmos que identificam as relações topológicas existentes entre as geometrias
dos lotes, logradouros e edificações, a presença de inúmeros vazios urbanos.
A área de estudo está localizada ao sul de Jardim MS com o total de 595,482
m², ao todo foram coletadas as informações de 83 quadras, sendo 64 lotes vazios,
com uma área de 127,595 m².

Essa
pesquisa analisa todos os impactos da região urbana que geram problemas
econômico. Ainda assim, esta análise demonstra-se de suma importância, por
apresentar uma possibilidade rápida de identificação de vazios, caso as informações
do cadastro fossem atualizadas e consistentes, devido à poderosa ferramenta que é
o SIG.

Figura 4

O dado gerado pela pesquisa demostra que há uma grande extensão de


espaços vazios na área da Cohab, esses vazios urbanos podem ser preenchidos
com um planejamento adequado para as especificas zonas da região. Uma das
zonas que está inserida na área de estudo e a Zonas de Consolidação 1 (ZC 1), que
são áreas ocupadas e consolidadas, de uso principalmente residencial, próximas ao
centro, que tem prioridade na urbanização, na ocupação dos vazios urbanos e no
adensamento, ou seja, o processo de infraestrutura nessa região é de suma
importância para o desenvolvimento da cidade.

A área de estudo pode ser observada que uma grande parte da região é bem
desenvolvida, com áreas residências, comerciais e espaço público. Ao sul da Cohab
observamos que é uma área próxima à BR-060 com características para o
desenvolvimento de atividades industriais mais pesadas e de grande porte,
geradoras de tráfego ou que servem de apoio ao tráfego rodoviário mais intenso, ou
seja, a parte urbana dessa região acaba ficando vazia. Em análise de estudo as 83
quadras da Cohab, os lotes mais vazios ficam localizados na zona industrial.
Ilustramos através do gráfico abaixo (Figura 5) o relatório da área de estudo,
mostrando a área total da Cohab, os cheios e os respectivos vazios.

Figura 5

Referências

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