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subtítulo
AVALIAÇÃO, PARECER E REVISÃO POR PARES
Os textos que compõem esta obra foram avaliados por pares e indicados para publicação.
Formato: e-book
Acesso em www.editorabagai.com.br
ISBN: 978-65-5368-021-0
CDD 370.7
10-2022/20 CDU 37.01
Índice para catálogo sistemático:
1. Educação: Gênero.
https://doi.org/10.37008/978-65-5368-021-0.05.01.22
www.editorabagai.com.br /editorabagai
/editorabagai contato@editorabagai.com.br
JOÃO PAULO BALISCEI
organizador
É DE MENINA OU MENINO?
Imagens de gêneros, sexualidades e educação
1.ª Edição - Copyright© 2021 dos autores
Direitos de Edição Reservados à Editora Bagai.
O conteúdo de cada capítulo é de inteira e exclusiva responsabilidade do(s) seu(s) respectivo(s)
autor(es). As normas ortográficas, questões gramaticais, sistema de citações e referencial bibliográfico
são prerrogativas de cada autor(es).
Revisão Os autores
EPÍGRAFE
1
Doutor em Educação pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual
de Maringá - UEM. Professor na UEM. Coordenador do grupo de pesquisa em Arte,
Educação e Imagens – ARTEI; e artista visual.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6980650407208999.
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Exemplifico com (PIN)Ken (2020), Bar(BLUE) (2020) e 32 (2021), que podem ser
localizadas em meu perfil do Instagram: @joaopaulobaliscei.
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Resultante da transmissão de um novo vírus da família do coronavírus, o qual teve
seu primeiro registro em seres humanos em 2019, na cidade de Wuhan, na China.
Para prevenção, entre outros cuidados, recomenda-se manter o distanciamento social
e usar máscaras.
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uma série de desenho animado. No capítulo “Será que Ele é”? A construção
do preconceito transfóbico no vilão Ele do desenho As Meninas Superpodero-
sas, o autor confronta a caracterização diabólica e animalesca do vilão
queer com dados de violências e assassinatos cometidos no Brasil contra
pessoas transgênero e travestis.
Em Ilustração e Literatura Infantil: uma perspectiva a partir da
Cultura Visual na coletânea Corpim, de Ziraldo, Gabrielle Nayara do
Prado Ramos e Eloiza Amália Bergo Sestito Silva investigam dois livros
endereçados às crianças. Nas análises, problematizam ilustrações que
recorrem à cor rosa como marcador da pele e de legitimação da raça e etnia
branca, e elogiam outras, em que há sutis fissuras às lógicas de gênero.
Larissa Nayara Coelho Kimura, autora do capítulo A generificação
endereçada pela plataforma Pornhub na era farmacopornográfica: horny boy
fucked his stepmom, analisa o vídeo com mais acessos em uma plataforma
de conteúdo pornô. Diante dessa produção cuja narrativa exibe uma
madrasta transando com seu enteado, a autora associa o feminino à
disponibilidade e o masculino à sensação de identificação por parte do
expectador.
O último capítulo foi escrito por Leonardo Stabele Santos e tem
como título “Os outros que tinham problemas comigo”: história pública e
a homofobia na História em Quadrinhos dos Jovens Vingadores. Nele, o
autor comenta sobre os super-heróis Wiccano e Hulkling, da história
em quadrinhos Jovens Vingadores, e debate sobre a potencialidade desses
artefatos em tematizar as vivências de pessoas não heterossexuais.
Tendo apresentado os textos que integram esses três eixos, explico,
ainda, que há outros caminhos, combinações e ordens que podem ser
estabelecidas, e que, de diversas formas, os capítulos que compõem esta
coletânea estabelecem flertes e se abraçam. Seja seguindo a linearidade
que estabeleci, ou criando a sua própria, desejo que, conforme avance
nas páginas (impressas ou digitais), você passe a se incomodar com as
imagens de gêneros e sexualidades endereçadas às crianças; e que, com
isso, também suspeite, problematize e coloque em xeque brinquedos,
vídeos, músicas, animações, produtos alimentícios, roupas, livros e
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REFERÊNCIAS
CUNHA, Susana Rangel Vieira da. Menin@s nas tramas da cultura visual. In: BUS-
SOLETTI, Denise; MEIRA, Mirela (org.). Infâncias em passagens. Pelotas: Editora
e Gráfica Universitária da UFPel, 2010, p. 55-78.
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É de menina ou menino?
GÊNEROCOMO PRIMEIRO
APRENDIZADO DE VIDA
“Parabéns, é uma criança!”:
Cultura Visual (heteroterrorizante) nos Chás de Revelação;
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INTRODUÇÃO
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Doutor em Educação pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual
de Maringá - UEM. Professor na UEM. Coordenador do grupo de pesquisa em Arte,
Educação e Imagens – ARTEI; e artista visual.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6980650407208999.
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Uso o verbo entre aspas pois não concordo que “viado”, “bicha” e “mulherzinha” e
tampouco “sapatão”, “mulher-homem” e “mamão-macho” sejam palavras negativas,
contudo, preciso reconhecer a intenção de ofensa que subjaz a iniciativa daqueles/as
que escolhem essas palavras, entre tantas outras, para evidenciar o “desvio” que outro
corpo acarreta à norma.
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homem, por que ele precisou fazê-lo com uma arma? Soaria afetado e
feminino demais para ele estourar o balão com uma agulha ou outro
objeto delicado?
Os estudos da brasileira Marcia Tiburi (2020) quanto às questões
políticas, culturais e estéticas do Brasil bolsonarista oferecem significativas
contribuições para essa análise. Conforme explica a autora, no Brasil
contemporâneo sob o governo bolsonarista, tem se intensificado aquilo
a que ela denomina como turbotecnomachonazifascismo. Dentre outras
coisas, essa força opera com a “[...] barbárie e a brutalidade de homens
apresentados como ‘machos’ como tecnologia política”. Semelhantemente
ao heteroterrorismo, o turbotecnomachonazifacismo, então, não só
vigia os corpos das crianças para que elas sejam lidas e classificadas de
modos binários antes mesmo do nascimento, como também assombra
os corpos dos sujeitos adultos. Atribui o churrasco a eles, e a sobremesa
a elas; confere valentia a eles, e passividade a elas; armas de fogo a eles
e surpresa a elas.
Para que a sexualidade e mesmo a masculinidade de um homem,
branco, cristão, cisgênero e supostamente heterossexual não fosse ques-
tionada quando envolvido em uma brincadeira de “descobrir” o sexo da
criança – ainda que sua filha - ele teve que recorrer ao uso da arma de
fogo. De certa forma, esse artefato, como símbolo intermediário, auto-
riza-o a acessar jogos e valores tidos como “femininos” sem que tenha
sua masculinidade e heterossexualidade colocadas em xeque.
CONSIDERAÇÕES
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REFERÊNCIAS
BALISCEI, João Paulo; SILVA, Carolina Vendrame da; CALSA, Geiva Carolina.
Feminismos, Imagens e Educação: análise visual das representações femininas nas capas
dos cadernos universitários da marca Tilibra. Revista Textura, Canoas, v.20, n.42,
p.244-278, jan./abr.2018. Disponível em <http://www.periodicos.ulbra.br/index.php/
txra/article/view/3219/2779>. Acesso em 19 de jun. 2021.
ROMERO, Jéssica; BALISCEI, João Paulo. “Deixar o mundo ser salvo pelos homens?
claro que não!”: Estudo sobre protagonismo feminino em filmes de animação. In:
DICKMANN, Ivanio (org.). Educar é um ato de coragem, v.3, Veranópolis: Diálogo
Freiriano, 2020, p. 23-62. Disponível em: <https://drive.google.com/drive/u/4/folder-
s/1gnHHOSGHyap9ytNJGeBFU8Oklxkvae Gj>. Acesso em 19 de jun. 2021.
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INTRODUÇÃO
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Mestranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual
de Maringá – UEM. Integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Diversidade
Sexual – NUDISEX. Lattes: http://lattes.cnpq.br/5201767164101890.
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Doutorando em Educação pelo Programa de Pós-graduação da Universidade Estadual
de Maringá. Professor na Universidade Estadual do Paraná - UNESPAR. Integrante
do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Diversidade Sexual - NUDISEX.
Lates: http://lattes.cnpq.br/8403751902893496.
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Pós-doutora e Doutora em Educação Escolar pela Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” - UNESP. Professora na UEM. Coordenadora do Núcleo
de Estudos e Pesquisas em Diversidade Sexual - NUDISEX.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/9562371036022440.
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É de menina ou menino?
e se tornando uma tendência nas redes sociais, tanto entre pessoas anô-
nimas, quanto entre famosos/as.
Esses chás acontecem da seguinte forma: geralmente se trata de
um casal heterossexual que está à espera de uma criança, e a algum/a
conhecido/a da família, é pedido que vá até a sala de ultrassom e veja
qual é o sexo do/a bebê, sem dizer nada a ninguém. Posteriormente,
o casal organiza uma festa para que o sexo do/a bebê seja revelado de
algum modo criativo, como: o estouro de balões, sprays com conteúdos
em azul ou rosa, fatias de bolo, fumaças coloridas, entre outros. E a
partir disso, são filmadas as reações dos/as convidados/as diante da
anunciação do sexo.
É menino ou menina? Estes são os únicos gêneros possíveis,
enunciados nesses chás diante do sexo biológico que a criança apre-
senta. É comum que se utilizem apenas de duas cores para a decoração
desses eventos, sendo a cor rosa mais empregada para se referir ao sexo
feminino, e a cor azul, ao sexo masculino - acompanhado de diversos
estereótipos sobre o “ser menino” ou o “ser menina”.
Relacionamos tais episódios àquilo que Judith Butler (2003)
conceitua como “gêneros inteligíveis”, que diz respeito aos corpos que
apresentarão relação e coerência entre sexo, gênero, prática sexual e desejo.
Conforme acrescenta Berenice Bento (2011), esses corpos, obedecerão,
então, a lógica vulva-mulher-feminilidade se opondo ao pênis-homem-
-masculinidade. Sendo assim, por meio dos chás de revelação podemos
observar que mesmo antes do nascimento da criança, já são cristalizados
práticas e discursos para a manutenção das normas que regularão os
gêneros dos/as bebês, no sentido de vigiá-los/as para que se encaixem
dentro da perspectiva dos “gêneros inteligíveis”. Posto isso, Paul B. Pre-
ciado (2020) discute que é por meio da criança que se normalizará o/a
adulto/a e que este/a é responsável por naturalizar essa norma. Há uma
intensa vigilância nos berços para converter todos os corpos das crianças
em sujeitos/as que vivam sua sexualidade dentro da heterossexualidade.
A partir dessa discussão, ancorados nos Estudos de Gênero e nos
Estudos Feministas, sob a ótica de uma perspectiva pós-estruturalista,
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O livro Manifiesto contra-sexual – Prácticas subversivas de identidad sexual (2002) foi
publicado durante a transição de gênero do autor, por isso ainda fora associado ao seu
nome morto. Neste texto, para referenciá-lo, recorremos ao seu nome após a transição.
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Vídeo disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=TPVvyF3ZseM>. Acesso
em: 17 ago. 2021.
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Vídeo parte 1 disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=NdR7i7mtY-8>.
Acesso em: 17 ago. 2021.Vídeo parte 2 disponível em <https://www.youtube.com/
watch?v=EqtJS49GKaM>. Acesso em: 17 ago. 2021.
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Vídeo disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=KBPakHumFQA>.
Acesso em: 17 ago. 2021.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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BARIFOUSE, Rafael. Por que a ‘criadora do chá de revelação’ se arrepende de ter ajudado
a lançar a moda. BBC News Brasil. 5 dezembro 2019. Disponível em: <https://www.
bbc.com/portuguese/internacional-50663535>. Acesso em 17 de ago. 2021.
BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
BENTO, Berenice. Na escola se aprende que a diferença faz a diferença. Revista Estudos
Feministas, Florianópolis, 19(2): 336, maio-agosto, 2011, p. 549-559.
BUTLER, Judith. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do “sexo”. Tradução:
Tomaz Tadeu da Silva. Belo Horizonte: editora Autêntica, 2ª edição, 2000.
MORENO, Montserrat. Como se ensina a ser menina. Tradução de Ana Venite Fuzatto.
São Paulo: Moderna, 1999.
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MÁSCARAS
COMO ARTEFATOS DEMARCADORES DE MASCULINIDADES E
FEMINILIDADES: GÊNERO, CULTURA VISUAL E INFÂNCIAS
Regina Ridão Ribeiro de Paula13
Thalia Mendes Rocha14
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como defende Baliscei (2020, p. 54) “Ao invés disso, incentivam-se que
as imagens da cultura visual – que há tantos anos vêm sendo evitadas
pelos/as profissionais, currículo e espaços escolares – sejam inseridas e
debatidas nas discussões educativas.”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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João Paulo Baliscei (org.)
BORRE, Luciana. As imagens que invadem as salas de aula: reflexões sobre a cultura
visual. Aparecida, SP: Idéias e Letras, 2010.
DIOVANA, Michele. Kit 3 Mascaras 3d Infantil. Taquara, Rio Grande do Sul, 2021.
Disponível em/: https://www.elo7.com.br/kit-3-mascaras-3d-infantil/dp/12DCFAD.
Acesso em: 9 jul. 2021.
ESTADÃO. Uso de máscara deve ser decisão de Estados e municípios, diz Bolsonaro.
Nd+ Notícias. Santa Catarina, 11 ago. 2020b. Disponível em: https://ndmais.com.br/
saude/estados-e-municipios-devem-decidir-sobre-uso-de- mascara-diz-bolsonaro/.
Acesso em: 30 ago. 2021.
SILVA, Pedro Kascher; RIBEIRO, Camilla Costa; DUARTE, Marta Cristina. Avaliação
do uso de máscaras de acordo com sexo, idade e situação laboral durante a pandemia de
COVID-19. Revista: Brazilian Journal of Health Review. Curitiba, v.4, n.1, p.465- 474
jan./feb. 2021. Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/
article/view/22735/18221. Acesso em: 29 jun. 2021.
TV TEM. Funcionária de padaria tem braço quebrado por cliente após pedir para homem
usar máscara contra a Covid. São José do Rio Preto, 14 ago. 2021. G1 Globo. Disponível
em: https://g1.globo.com/sp/sao-jose-do-rio-preto- aracatuba/noticia/2021/06/14/funcio-
naria-de-padaria-e-agredida-apos-pedir-para- cliente-usar-mascara-contra-a-covid-19.
ghtml. Acesso em: 30 ago.2021.
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INTRODUÇÃO
mais à frente.
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É DE MENINO OU DE MENINA?
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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
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tem lugar, não deve haver divisão de brinquedos, de tarefas e nem deve
haver mutilações como forma de identificar sexo ou gênero.
Essa análise permite entender que a violência de gênero se inscreve
nos corpos dos infantes muito antes de eles ou elas terem tempo para
compreender sua própria existência ou até mesmo de se decidirem se
querem ou não perfurar ou mutilar seus corpos, como no caso do uso
compulsório do acessório auricular, ou se prefere boneco/as ou aviões,
enfim. A docilização e a virilização são, em última instância, resultado
da concepção equivocada de sexo e de sexualidade. Ao apreendê-los
com um dado material, como a verdade de si, acolhem como verdadeiro
aquilo que lhe atribuem como sendo natural de um e de outro sem
considerar a experiência particular de cada indivíduo que só é possível
pela sua sexualidade.
REFERÊNCIAS
BALISCEI, João Paulo; CUNHA, Susana Rangel Vieira da. “Faça como homem”:
cultura visual e o projeto de masculinização dos meninos. Revista Textura, Canoas, v.
23, n. 54, p. 367-391, 2021. Disponível em: http://www.periodicos.ulbra.br/index.php/
txra/article/view/5926/4074. Acesso em: 25 junho 2021.
BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo. Tradução Sérgio Milliet. 4. ed. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1986.
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João Paulo Baliscei (org.)
noticia/2019/05/meninos-podem-e-devem-brincar- de-boneca-se-eles-quiserem.html>.
Acesso em: 25 de jun de 2021.
NUNES, Sílvia Alexim. O corpo do diabo entre a cruz e a caldeirinha: um estudo sobre
a mulher, o masoquismo e a feminilidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
PRADO, Carolina; GUIMARÃES, Gabriela. Mães e filhos [UOL]. O que você precisa
saber antes de furar a orelha de um recém-nascido. Disponível em: <https://www.uol.
com.br/universa/noticias/redacao/2017/12/28/o-que-voce-precisa- saber-antes-de-fu-
rar-a-orelha-de-um-recem-nascido.htm>. Acesso em 25 jun 2021.
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ANUNCIAMOS,
SENHOR(A),
O VOSSO GÊNERO
Rodrigo Pedro Casteleira19
INTRODUÇÃO
pEb6YcW35viCuSwv8>.
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A imagem de gênero dos corpos que desceram das naus era narrada
(também) por indumentárias europeias. As vestimentas de marujos e
jesuítas, conforme a Figura 2, centralizam o entorno da haste cruzada
erguida, margeada pelos corpos dos povos originários. O símbolo falo-
cêntrico imprime, minimamente, dois movimentos: a) a genitalização
de deus; e b) demarca a égide pecaminosa dos corpos indígenas e suas
práticas. Ao genitalizar com o pênis o deus cristão europeu, a figura-
ção paterna, da proteção e da guerra subsidia as campanhas militares
ocidentais. Achille Mbembe (2020) demarca bem como as forças das
expedições, de conquista e/ou de repressão às contra insurgências da
colonização foram nevrálgicas no processo de colonização. Rebelar-se
era preciso. Em nome de deus, o pai, no entanto, a criação pela des-
truição ocidental materializa-se. E é em nome dele, também, que seus/
suas filhos/filhas precisam da correção para encontrar a retidão da vida.
Assim, pretendo articular este ensaio para pensar as ações orques-
tradas contra os corpos que verteram seus desejos (também) genitais
contrários ao que pregava os colonizadores cristãos para pensar a orga-
nização ocidental falocentrada. Problematizo, ainda, a ideia do falo
como algo não pensando desde e para corpos indígenas e negros, talvez
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DE BAIXO
REFERÊNCIAS
FOUCAULT, Michel. Os Anormais. 2. ed. São Paulo: Wmf Martins Fontes, 2010.
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Figura 1: Meninos podem brincar com bonecas? E as meninas podem brincar com bolas?
Fonte: <https://novaescola.org.br/conteudo/7723/brincadeiras-nao-tem-sexo>.
Acesso em 06 de set. 2021.
INTRODUÇÃO
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Graduada em Licenciatura em Educação Física, pela Universidade Federal de
Brasília, pós-graduada em Psicomotricidade Clínica e Relacional, pela Universidade
Cândido Mendes, mestranda em Educação pela Universidade Federal de Rondônia,
2021. Lattes: http://lattes.cnpq.br/0846504158119583.
22
Doutor em Educação (UEM/PR). Professor do Departamento de Educação e da
Especialização de Gênero e Diversidade na Escola no Campus Rolim de Moura e do
Programa de Pós-Graduação em Educação no Campus José Ribeiro Filho da Universi-
dade Federal de Rondônia (DAED/GDE/PPGE- UNIR). Líder do Grupo de Estudos
e Pesquisas em Estudos Culturais e Educação Contemporânea – GEPECEC/UNIR.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/9453815210695929.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
HOOKS, Bell. Eros, erotismo e o processo pedagógico. In: LOURO, Guacira Lopes
(Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 2. ed. 2. reimp. Belo Horizonte:
Autêntica, 2003. (113-123).
SILVEIRA, Rosa Maria Hessel, Livros perigosos para garotos e maravilhosos para
meninas: O gênero social diferenciando o gênero discursivo. Simpósio Internacional de
Estudos de Gêneros textuais. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2009. Disponível
em: https://www.ucs.br/ucs/extensao/agenda/eventos/vsiget/portugues/anais/arquivos/
livr os_perigosos_para_garotos_e_maravilhosos_para_meninas_o_genero_social_difer
enciando.pdf. Acesso em: 26 de agosto de 2021.
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Figura 1: “Contracorrente”
Fonte: <https://www.acessa.com/cultura/arquivo/cinematografica/2017/08/22-vic-
tor-antes-depois-dzi- croquettes/>. Acesso em 30º de set. de 2021.
PRÓLOGO: INTRODUÇÃO
26
Utilizamos, durante o trabalho, uma escrita em terceira pessoa do plural. Quando
necessário, valemo- nos da primeira pessoa do plural para generalizações.
27
As narrativas que se seguem são transcrições dos diálogos. Os diálogos foram gra-
vados por meio de um celular smartphone e depois transcritos. Após isso, cada pessoa
participante conferiu a transcrição e verificou se concordava ou não com o conteúdo.
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REFERÊNCIAS
CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. (org.). Cultura com aspas e outros ensaios. São
Paulo: Cosac Naify, 2009.
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A CONSTRUÇÃO VISUAL DO
FEMININO
Onde estão as artistas mulheres?
Uma busca em livros didáticos para o Ensino Médio;
“O meu irmão tinha uma boneca e o meu irmão mais novo usava isso como
chantagem”: Representações Sociais de educadoras da Educação Básica sobre gênero.
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Figura 1: Cartaz As mulheres precisam estar nuas para entrar no Museu de Arte de São
Paulo?, do coletivo Guerrilla Girls.
Fonte: MASP. Disponível em: <https://masp.org.br/busca?search=guerrilla>.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
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Belidson Dias (2013) utiliza a tradução literal da expressão em língua inglesa Art-
s-based educational research (ABER). Segundo o autor, no Brasil também é utilizada a
terminologia Investigação Educacional Baseada nas Artes (IEBA).
36
Conforme Dias (2013, p.25) “A/R/T é uma metáfora para: Artist (artista), Resear-
cher (Pesquisador), Teacher (Professor) e graph (grafia): escrita/representação. Na a/r/
tografia saber, fazer e realizar se fundem”. Assim, ao elegermos a a/r/tografia como
orientação metodológica, pretendemos que os participantes do Pibid vinculados ao
núcleo Arte vivenciem três formas de ser próprias às práticas a/r/tográficas (ser artista,
ser pesquisador e ser professor). Os resultados apresentados aqui referem- se particu-
larmente à dimensão da pesquisa.
37
Discutimos a representatividade de homens e mulheres artistas, pois não identifi-
camos nas publicações artistas com outras identidades de gênero.
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Os livros analisados pela equipe do projeto História da _rte foram: 1) A História da
Arte (de Ernst Hans Gombrich, Editora LTC, 2000, 688 páginas). 2) Arte Moderna
(de Giulio Carlo Argan, Cosac Naify, 1992, 709 páginas). 3) Arte Contemporânea:
Uma História Concisa (de Michael Archer, Martins Fontes, 2001, 263 páginas). 4)
Arte Contemporânea: Uma Introdução (de Anne Cauquelin, Martins Fontes, 2005,
169 páginas). 5) Conceitos Fundamentais da História da Arte (de Heinrich Wölfflin,
Martins Fontes, 2015, 348 páginas). 6) Estilos, Escolas & Movimentos: Guia Enci-
clopédico da Arte (de Amy Dempsey, Cosac Naify, 2005, 304 páginas). 7) Guia de
História da Arte (de Giulio Carlo Argan e Maurizio Fagiolo, Editorial Estampa,
1994, 158 páginas). 8) Iniciação à História da Arte (de Horst W. Janson e Anthony F.
Janson, Martins Fontes, 2009, 475 páginas). 9) Teorias da Arte Moderna (de Hers-
chel B. Chipp, Martins Fontes, 1988, 675 páginas). 10) Tudo sobre Arte (de Stephen
FarthingSextante, 2010, 576 páginas). 11) História da Cidade (de Leonardo Benevolo,
Perspectiva, 2009, 728 páginas) (CARVALHO, MORESCHI e PEREIRA, 2019).,
106
É de menina ou menino?
39
O panfleto teve tiragem de 13 mil exemplares em português e 2 mil em inglês e foi
distribuído gratuitamente ao longo do ano de 2017 na entrada de museus do Brasil e de
outros países selecionados pela equipe. Também está disponível no website do projeto
(https://historiadrte.cargo.site/resultados).
107
João Paulo Baliscei (org.)
40
A Grande Odalisca (1814) - Pintura de Jean Auguste Dominique Ingres (1780 - 1867),
disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ingre,_Grande_Oda-
lisque.jpg.
108
É de menina ou menino?
Figura 2 - EvaMarie Lindahl e Ditte Ejlerskov Viken. Sobre: as páginas brancas. Insta-
lação. 200 livros e cartaz em impressão digital sobre papel. Em exposição no MASP.
Fotografia de Eduardo Ortega.
Fonte: MASP. Disponível em: <https://masp.org.br/acervo/obra/sobre-as-pagi-
nas-brancas>.
109
João Paulo Baliscei (org.)
41
Realizamos a opção de registrar também os nomes de grupos, para não legitimar
a ideia comum de que a Arte é produzida apenas individualmente. Neste texto tra-
tamos apenas dos dados sobre o gênero dos artistas. Informações sobre etnia, ano de
nascimento e morte, continente e país de nascimento e morte, modalidade de criação
e sobre os grupos serão objeto de análise em outras publicações.
42
Priorizamos as buscas nas seguintes plataformas: Oxford Art Online, Enciclopédia
Itaú Cultural e Wikipédia.
110
É de menina ou menino?
43
Consideramos como artistas as pessoas cujas criações estão relacionadas às seguintes
modalidades de criação: Artes Visuais - inclui pessoas com produção nas áreas de arte digital,
body art, curadoria, desenho, design (moda, gráfico, têxtil e objetos), escultura, fotografia,
gravura, instalação, intervenção, performance, pintura e quadrinhos; Teatro - inclui pessoas
envolvidas com criação teatral, isto é, dramaturgos, atores, diretores e cenógrafos; Música -
inclui pessoas envolvidas com a criação musical, tal como, compositores, letristas, arranjadores,
instrumentistas e cantores; Dança - inclui pessoas envolvidas com a criação em dança, ou
seja, coreógrafos, dançarinos, bailarinos, cenógrafos e diretores; e Audiovisual - inclui pessoas
que se dedicam a criação de vídeos para cinema e televisão (diretores, roteiristas, produtores
e atores) e jogos eletrônicos (animadores, roteiristas, programadores, etc.).
44
Listamos como Outros as pessoas que não se dedicam a nenhuma das modalidades de
criação anteriores, como, por exemplo, antropólogos, arquitetos, biólogos, cartógrafos,
colecionadores, educadores, empresários, escritores, filósofos, historiadores, jornalistas,
militares, nobres, pensadores, pesquisadores, poetas, políticos, religiosos, sociólogos, etc.).
45
Devido ao arredondamento, a soma dos percentuais é diferente de 100% em algu-
mas tabelas.
111
João Paulo Baliscei (org.)
(2017). Esta situação também foi anunciada por Ana Mae Barbosa, em
2016, quando versões preliminares da BNCC estavam disponíveis para
consulta pública. Para a autora, a inserção da Arte na área de Linguagens
e suas Tecnologias no Ensino Médio, como um “sub-componente”, con-
siste em uma estratégia “SUB-repticiamente intencional com o objetivo
de, sem ferir a Lei de Diretrizes e Bases, retirar Arte do currículo, ou
melhor, não contratar professores de Artes, que ficarão atreladas às outras
disciplinas” (BARBOSA, 2016). De fato, o PNLD 2021, amparado pela
BNCC, não apresentou um livro didático específico para Arte, como no
PNLD 2018, mas sim, de Linguagens e suas Tecnologias.
Apesar da diferença no quantitativo de referências artísticas, de
modo geral, as publicações reproduzem a lógica de inviabilização da
Arte produzida por mulheres: Em Percursos da Arte, dos 522 artistas, 437
são homens e 85 mulheres e em #Novo ensino médio, dos 49 artistas, 40
são homens e 9 mulheres. Em ambos, cerca de 80% dos artistas men-
cionados são homens. Essa desigualdade, além de ser problematizada
pelos projetos artísticos que apresentamos, também tem sido discutida
no âmbito acadêmico por Luciana Loponte (2005, 2008, 2014) e Ana
Mae Barbosa e Vitória Amaral (2019).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
112
É de menina ou menino?
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Ana Mae. Políticas públicas para o Ensino da Arte no Brasil: o perde e
ganha das lutas. 2016. Disponível em: <http://www3.eca.usp.br/sites/default/files/form/
biblioteca/acervo/producao- academica/002791825.pdf>. Acesso em: 16 de jun. 2021.
BBC. Brasil é último em ranking que analisa reação de países à covid-19. Disponível
em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-55870630>. Acesso em: 16 de jun. 2021.
BORRE, Luciana. Desalinhos: sobre abordagens a/r/tográficas. In.: BORRE, Luciana. Bor-
dando afetos na formação docente. Conceição da Feira: Andarilha Edições, 2020. 122-134 p.
113
João Paulo Baliscei (org.)
BRUNS, Juliana Pedroso; FURB, Rita Buzzi. Formação de professores no Pibid: Mapea-
mento das teses publicadas no Brasil no período de 2010 a 2019. Teoria e Prática da
Educação, v. 24, n. 1, p. 133-154, 15 jun. 2021. Disponível em: <https://periodicos.uem.
br/ojs/index.php/TeorPratEduc/article/view/51034>. Acesso em: 16 de jun. 2021.
GATTI, Bernardete A.; ANDRÉ, Marli E. D. A.; GIMENES, Nelson A. S.; FERRAGUT,
114
É de menina ou menino?
HERNÁNDEZ, Fernando H. A pesquisa baseada nas artes: propostas para repensar a pesquisa
educativa. Tradução: Tatiana Fernandez. In.: DIAS, Belidson; IRWIN, Rita L (org.). Pesquisa
educacional baseada em arte: a/r/tografia. Santa Maria: Ed. Da UFSM, 2013. 39-62 p.
IRWIN, Rita L. A/r/tografia. In.: DIAS, Belidson; IRWIN, Rita L. (org.). Pesquisa
educacional baseada em arte: a/r/tografia. Santa Maria: Ed. Da UFSM, 2013. 27- 35 p.
MASP. Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. Histórias das mulheres, Histórias
Feministas. Organização editorial: Mariana Leme, Adriano Pedrosa e Isabella Rjeille; cura-
doria Histórias das mulheres de Julia Bryan-Wilson, Mariana Leme e Lilia Moritz Schwarcz;
curadoria de Histórias feministas de Isabella Rjeille. São Paulo: MASP, 2019. 320p., il.
MEIRA, Beá; SOTER, Silvia; PRESTO, Rafael. Percursos da arte: volume único:
ensino médio. 1. ed. São Paulo: Scipione, 2016.
PERES, José Roberto Pereira Peres. Questões atuais do Ensino de Arte no Brasil: O
lugar da Arte na Base Nacional Comum Curricular. Colégio Pedro II, Revista do
Departamento de Desenho e Artes Visuais, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 24- 36, 2017.
Disponível em: <https://www.cp2.g12.br/ojs/index.php/revistaddav/article/view/1163>.
Acesso em: 16 de jun. 2021.
115
João Paulo Baliscei (org.)
MULHERES E NATUREZA:
APROXIMAÇÕES E AFASTAMENTOS GENERIFICADOS46
INTRODUÇÃO
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APROXIMAÇÕES E AFASTAMENTOS
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
124
É de menina ou menino?
125
João Paulo Baliscei (org.)
REFERÊNCIAS
ACCORSI, Fernanda Amorim. MAIO, Eliane Rose. O objeto jogado do quarto andar
era um corpo – de mulher. Diversidade e Educação, v. 7, n. 1, 2019, p.27-38. Disponível
em: < https://periodicos.furg.br/divedu/article/view/8681>. Acesso em: 06 de jul de 2021.
126
É de menina ou menino?
KOSS, M. V. Feminino + masculino: uma nova coreografia para a eterna dança das
polaridades. São Paulo. Escrituras, 2000.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das
Letras, 2019.
127
João Paulo Baliscei (org.)
MENSTRUAÇÃO
E MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS: UM CAMINHO
PARA CONSTRUIR E RECONSTRUIR SIGNIFICADOS
INTRODUÇÃO
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João Paulo Baliscei (org.)
DO SAGRADO AO NOJENTO
52
Em respeito à sua identidade de gênero, utilizamos o pronome masculino para nos
referirmos ao autor, um homem transsexual, ainda que na autoria de sua publicação
conste seu nome civil.
130
É de menina ou menino?
uma-em-cada-quatro- adolescentes-brasileiras-nao-tem-acesso-a-absorventes.shtml>
Acesso em: 04 set. 2021.
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É de menina ou menino?
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João Paulo Baliscei (org.)
Figura 2: Taste Flower de Anna Volpi; Visión (2009) de Isa Sanz, Tecitura de um EU mulher (2019)
de Beatriz Nolli; Period piece de Nolwen Cifuentes; Ummeli (2011) de Zanele Muholi; fotografia
de Yung Cheng Lin, The Vulva Gallery de Hilde Atalanta, performance de Cass Clemmer e Corpo
que flui (2019) de Jacqueline Amadio.
Fontes: <http://annavolpi.com/albums-work/flower/>; <https://www.isasanz.com/english/
art-work/i- bleed-but-do-not-die/>; NOLLI, Beatriz Marques, 2019;
<https://phmuseum.com/nolwencif/story/period-piece-6bc7e1ed82>;
<https://www.designindaba.com/articles/creative-work/period-pains>;
<https://www.hypeness.com.br/2015/07/serie-fotografica-retrata-temas-do-universo-feminino-
-que- ainda-sao-alvo-de-preconceito/>; <https://www.thevulvagallery.com/the-vulva-gallery>;
<https://www.allure.com/story/artist-cass-clemmer-viral-photo-periods-women-men>; ABREU,
Jacqueline Amadio de, 2019. Acesso em: 04 de set. de 2020.
Ao nos voltarmos para as diversas manifestações artísticas que
exploram as questões de gênero, sexualidades, corpos e menstruação,
selecionamos, no campo da fotografia, por exemplo, as artistas fotógrafas
Anna Volpi, italiana, e Isa Sanz, espanhola. Ambas registram suas visões
acerca da menstruação e expõem suas relações com o sangue, de forma
a revelar beleza, levantar reflexões e ressignificar tabus sobre o período
menstrual. Nolwen Cifuentes, por sua vez, quem nasceu em Califórnia
134
É de menina ou menino?
54
“Not all women menstruate and not those who menstruate are women”. Period.
Inc. “Let Us Bleed” Ft. The Period Prince, 3 jul. 2018. Disponível em: <https://www.
facebook.com/periodmovement/videos/850952811771443/> Acesso em: 04 jul. 2021.
135
João Paulo Baliscei (org.)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
136
É de menina ou menino?
REFERÊNCIAS
ABREU, Jacqueline Amadio de. Da carne de dentro e da carne para fora: Formas
de habitar o corpo e figurações possíveis para um devir-mulher. 2019. 116f. Gradua-
ção (Trabalho de Conclusão de Curso em Artes Visuais) - Universidade Estadual de
Maringá, Maringá.
ASSAD, Beatriz Flüegel. Políticas públicas acerca da pobreza menstrual e sua contri-
buição para o combate da desigualdade de gênero. Revista Antinomias. v.2, n.1, jan/
jun 2021. p. 140-160.
BÍBLIA, Levítico. In BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada: Edição Pastoral. São Paulo:
Paulus, 1990. p 110-140.
ELOI, Carla Luã. Não se nasce Malévola, torna-se: A representação da mulher nos
contos de fada. Rio de Janeiro: Metanoia, 2018.
HYPENESS, Redação da. Série fotográfica quebra tabus ao retratar temas do universo
feminino que ainda são alvo de preconceito. Hypeness, 2016. Disponível em: <https://
www.hypeness.com.br/2015/07/serie-fotografica-retrata-temas-do- universo-feminino-
-que-ainda-sao-alvo-de-preconceito/> Acesso em: 04 jul. 2021.
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wp- content/uploads/2013/04/G%C3%8ANERO-CONCEITOS-E-TERMOS.pdf>.
Acesso em: 04 de set. de 2021.
LOPONTE, Luciana Gruppelli. Gênero, visualidade e arte. In: ICLE, Gilberto (Org.)
Pedagogia da arte. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2010.
LOURO, Guacira Lopes. Corpos que escapam. Labrys - estudos feministas. n. 4, 2003.
Disponível em: <https://www.labrys.net.br/labrys4/textos/guacira1.htm>. Acesso em:
21 de fev. de 2021.
LUCIA, Renata Andrea Santana de; BALISCEI, João Paulo. Poéticas de duas artistas
mulheres: A vagina da artista em performances feministas. In: RIGUE, Fernanda Mon-
teiro; AMESTOY, Micheli Bordoli; MALAVOLTA, Ana Paula Parise (org.). O que
pode a educação no Brasil hoje? 2. Veranópolis: Diálogo Freiriano, 2020. v.2. p.95- 115.
MCNAMARA, Brittney. Period Activist Cass Clemmer Responds to hate after posting
period photo. Teen Vogue, 2017. Disponível em: <https://www.teenvogue.com/story/
period-activist-cass-clemmer-what-its-like-to-get- perios-while-transgender>. Acesso
em: 06 de abril de 2021.
138
É de menina ou menino?
INTRODUÇÃO
55
Doutora em Educação pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Esta-
dual de Maringá – UEM. Professora na Universidade Cesumar – UniCesumar.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5245170435261805.
56
Doutora em Educação pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual
de Campinas – UNICAMP. Professora na Universidade Estadual de Maringá – UEM.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/3457378901881611.
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É de menina ou menino?
(Timóteo, 2: 9-15)
Durante séculos a Igreja Católica em aliança com os poderes
seculares ditou as normas sociais e protagonizou o discurso moralizador
sobre o uso dos corpos no ocidente. Ademais, exerceu seu pensamento
moralizante na nova terra, a Terra de Santa Cruz, o Brasil colonizado
por Portugal no século XVI. Neste percurso, uma de suas atividades
mais significativas foi o adestramento da sexualidade e dos corpos de
nativos/as e colonizadores/as para o estabelecimento de famílias como
eixo da moral da nova sociedade. Para que esse objetivo se concretizasse,
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FASES DE TRANSIÇÃO
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CONSIDERAÇÕES
150
É de menina ou menino?
REFERÊNCIAS
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Brasiliense, 1984
DEL PRIORE, Mary. A mulher na história do Brasil. 4 ed. – São Paulo: Contexto, 1994.
PINSKY, Carla Bassanezi. Mulheres dos anos dourados. In: DEL PRIORE, Mary.
(org.). História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2015.
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PINTO, Céli Regina Jardim. Feminismo, história e poder. Rev. Sociol. Polít., Curi-
tiba, v. 18, n. 36, p.1-11, 2010. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/rsp/article/
view/31624/20159>. Acesso em: 10 de setembro de 2021.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. 1989. Tradução: Chris-
tine Rufino Dabat e Maria Betânia Ávila. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/
pluginfile.php/185058/mod_resource/content/2/G%C3%A Anero-Joan%20Scott.pdf>.
Acesso em: 25 de setembro de 2021.
152
É de menina ou menino?
“GAROTA?”
DORIS, A “IRMÃ FEIA” DA ANIMAÇÃO SHREK:
CULTURA VISUAL E TRANSGENERIDADES
INTRODUÇÃO
57
Graduado no curso de Licenciatura em Artes Visuais através da Universidade
Estadual de Maringá. Lattes: http://lattes.cnpq.br/8067557049468786.
58
Doutor em Educação pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual
de Maringá - UEM. Professor na UEM. Coordenador do grupo de pesquisa em Arte,
Educação e Imagens – ARTEI; e artista visual.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6980650407208999.
59
Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Educação pela Universidade Estadual
de Maringá. Lattes: http://lattes.cnpq.br/9222816124433562.
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das divisões sociais da vida real que é reproduzida pelo reino fictício e
fantástico que integra a série de animações Shrek.
Ainda que Doris expresse uma personalidade gentil, respeitosa e
ética, nessa cena ela é equiparada aos vilões e vilãs. Apesar de sua bon-
dade, ela é, portanto, localizada como má, inclusive fisicamente. Além
disso, para nós, quando optam por apresentar Doris como bartender na
“Maçã Envenenada”, não é apenas sugerido que ela ocupa um lugar de
igualdade e semelhança entre os/as antagonistas no que diz respeito
ao repúdio e desaprovação por parte do público, mas também, que ela
está em um nível inferior ao deles/as. Enquanto vilões e vilãs bebem e
se divertem em um momento de lazer, Doris trabalha, servindo-os/as.
Ainda sobre a cena ilustrada pela figura, verificamos que o foco da
câmera evidencia o rosto de Doris. Ela é apresentada utilizando vestido
roxo, cabelo preso e maquiagem “carregada”. Suas sobrancelhas grossas,
o maxilar largo e arqueado, a voz grave, os ombros largos, e sobretudo a
cor acinzentada da parte inferior de seu rosto (indicativos de resquícios
de barba), podem ser associados ao que socialmente se entende como
masculino. Se por um lado não há “transparência” quanto à identidade
de gênero de Doris, por outro, é bastante “transparente” sua condição
de sujeito à margem dos/as demais personagens. Isso fica evidente, por
exemplo, nas piadas que lançam sobre e contra ela.
Nesse sentido, pensando com Preciado (2020, p. 218), ao colocar uma
figura que não responda à norma, no caso, uma personagem trans, é preciso
entender os contrapontos que, ao invés de a estruturarem e complexificarem,
têm mais a ver com a validação de uma forma específica, o que o autor chama
de “encenação da diferença (desde os freak shows estadunidenses que confir-
mavam ao visitante sua própria normalidade [...])”. Em outras palavras, as
relações que circulam Doris servem para legitimar as feminilidades cisgênero
em cima da negação ou violação de sua identidade. Ela está ali para que as
princesas cis sejam naturalizadas, em contraponto à aberração, o que fica
muito nítido nos espaços que ela ocupa dentro da narrativa.
Ainda em Shrek II (2004) há, por exemplo, uma cena pós-créditos,
que integra a versão especial e estendida do filme, na qual a transfobia é
158
É de menina ou menino?
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Simon é conhecido por alavancar a carreira de diversos grupos de sucesso, como
o One Direction - grupo de meninos cantores - mas também conhecido por ser muito
rígido em suas críticas.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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É de menina ou menino?
62
Site oficial REDETRANS Brasil: <http://redetransbrasil.org.br/>. Acesso em: 15
de nov. de 2020.
63
Site oficial ANTRA: <http://antrabrasil.org.>. Acesso em: 16 de maio de 2021.
163
João Paulo Baliscei (org.)
REFERÊNCIAS
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Pinóquio e as Irmãs Más como imagens transgêneras em Shrek: traços pedagógicos.
Visualidades, Goiânia, v.1, n.8, 2012, p.177-189. Disponível em<https://www.revistas.
ufg.br/VISUAL/article/view/18225/10889>. Acesso em 31 de jul. 2021.
ELOI, Caluã. Não se nasce Malévola, torna-se: a representação da mulher nos contos
de fadas. Rio de Janeiro: Metanoia, 2018.
JESUS, Jaqueline Gomes de. Orientações sobre identidade de gênero: Conceitos e termos.
Guia técnico sobre pessoas transexuais, travestis e demais transgêneros, para formadores
de opinião. [Online] Brasília: 2012. Disponível em:<http://www.diversidadesexual.com.
br/wp- content/uploads/2013/04/G%C3%8ANERO-CONCEITOS-E-TERMOS.
pdf>.Acesso em 29 de mai. 2020.
164
É de menina ou menino?
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INTRODUÇÃO
64
Parte dessas discussões foram publicadas em França e Calsa (2017) e França (2014).
65
Doutora em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Uni-
versidade Estadual de Maringá - UEM. Professora da UNESPAR. Coordenadora
do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação, Diversidade e Cultura - GEPEDIC.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8009677334152001.
66
Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas. Professora da
UEM. Lattes: http://lattes.cnpq.br/3457378901881611.
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Embora tivessem dois homens – um professor da quarta série e um técnico responsável
pelo laboratório de informática-, apenas as professoras aceitaram aderir à pesquisa.
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É de menina ou menino?
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João Paulo Baliscei (org.)
68
Identificação das participantes – P (professoras); F: Funcionárias; FF: Pesquisadora
(Fabiane França). A numeração é aleatória para diferenciação das participantes.
172
É de menina ou menino?
será que nós nos damos conta que fazemos isso? Que reproduzimos essa
divisão entre homens e mulheres?”. Essa discussão nos lembra a obra de
Alícia Fernández (1994), A mulher escondida na professora, na qual assi-
nala que, embora as mulheres se sintam insatisfeitas e sobrecarregadas
com a quantidade de afazeres que assumem, são também responsáveis
por consolidar as desigualdades nas relações de gênero ao assumirem o
papel de quem deve cuidar da casa e da família, tanto como mãe quanto
como professora. A fala e o silêncio das participantes condizem com o
comentário da autora ao indicar que a mulher em seu papel de mãe e
professora contribui para manter este “quem” é a mulher nas interações
com seus filhos e filhas, com seus alunos e alunas.
Essa influência foi evidenciada pelo grupo ao relatar duas dife-
rentes representações sociais sobre o brincar de boneca apresentadas
pelas participantes, P13 e P3, em que denunciam o modo como o olhar
do/a adulto/a direciona as escolhas das crianças. Na primeira situação,
um menino que gosta de brincar de boneca e tem de esconder isso por
ser chantageado (P13), enquanto na segunda, a ausência da boneca da
menina é substituída por um carrinho (P3).
P13: o meu irmão tinha uma boneca e o meu irmão
mais novo usava isso como chantagem e ele guardava
embaixo da cama. Quando fazia alguma coisa, o outro
dizia eu vou contar que você brinca de boneca (risos do
grupo, grifo nosso). P3: tem uma psicóloga que escreveu
um livro dizendo que queria mudar isso quando tivesse
filhos. Quando ela teve uma filha não deu pra ela uma
boneca, dava só brinquedos masculinos, mas ela tam-
bém fez uma inversão né [...] é uma coisa tão natural
da mulher, que a menina, uma vez ela se pegou com a
filha fazendo o carrinho dormir, dando mamadeira e
colocando no berço, ou seja, o carrinho era a boneca
dela, então daí ela percebeu que era uma coisa natural
que não pode forçar uma situação (grifo nosso).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
176
É de menina ou menino?
REFERÊNCIAS
_______. Representações Sociais de gênero na escola: diálogo com educadoras. 2014. 186
f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR, 2014.
FRANÇA, Fabiane Freire. CALSA, Geiva Carolina. A escola como um ambiente que
(re)produz representações de gênero: como repensá-las? Revista Educação Cultura e
Sociedade. Sinop/MT/Brasil, v. 7, n. 1, p. 14-31, 2017. Disponível em: http://sinop.unemat.
br/projetos/revista/index.php/educacao/article/view/2583. Acesso em: 31 de ago. 2021.
177
João Paulo Baliscei (org.)
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido.13. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
178
É de menina ou menino?
TECNOLOGIAS
CONTEMPORÂNEAS DE
CONTROLE
DE GÊNEROS E SEXUALIDADES
179
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DIÁLOGOS ANTECEDENTES
73
A Pandemia da COVID-19 foi originada pela transmissão de um novo vírus (SAR-
S-CoV-2) da família do coronavírus, tendo seu primeiro registro em seres humanos na
cidade de Wuhan, na China, ano de 2019. Os procedimentos de prevenção da doença
são: manter o distanciamento social, manter ambientes arejados, higienizar as mãos
frequentemente e usar máscaras, entre outros cuidados.
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A trajetória teórica que até aqui nos ancorou servirá para embasar
e ampliar nossa criticidade quanto ao artefato cultural que nos instiga
inquietação devido aos endereçamentos ao público infantil e às mensa-
gens que comporta e propaga. O objeto de análise selecionado se trata
do clipe musical Nosso gênero vem de Deus (2019), interpretado pelo Trio
R3 - composto por duas meninas e um menino. Para melhor analisar-
mos e discorrermos sobre as imagens advindas do objeto, optamos por
utilizar como metodologia o conjunto de procedimentos que orienta
investigações visuais críticas e inventivas, denominado PROVOQUE,
de João Paulo Baliscei (2020a).
Para isso, seguindo a trajetória do PROVOQUE (BALISCEI,
2020a), somos incitado/a ao flerte com o objeto de análise, sendo esse o
momento que evidencia nossos interesses e aproximações com o video-
clipe. Ainda que sejamos interpelado/a por motivações diferentes e
atravessamentos sociais diversos, bem como inquietações e incômodos
subjetivos (que tocam um homem negro e uma mulher nipo- brasileira,
respectivamente), justificamos a escolha desta produção audiovisual
pelas possíveis limitações de expressões de gênero, assim como de raça e
sexualidade implícitas nos discursos e nas visualidades, principalmente
por meio das cores.
Percebemos, já nas cenas iniciais de Nosso gênero vem de Deus
(2019), a divisão dos grupos de meninas e de meninos, demarcados
visualmente. No videoclipe, todos os meninos utilizam alguma peça de
roupa com a cor azul, ao passo que as meninas usam vestidos, laços e a
185
João Paulo Baliscei (org.)
cor rosa. Além disso, os dois grupos se diferenciam pelos brinquedos que
carregam em cenas do videoclipe: os meninos manuseiam carrinhos e
as meninas seguram bonecas. Para reforçar tais diferenciações, a canção
irrompe com a exclamação das crianças intérpretes “Sou menino! Sou
menina!” e tem seu refrão marcado pelos versos: “Sou menina, menina
feminina/ Sou menino, menino masculino/ Não somos acidentes/ Nem
erros divergentes/ Fomos feitos pelo criador”. Durante todo o percurso
do vídeo, o cenário permanece segregado entre meninos e meninas, sem
que eles e elas se misturem.
Diante dessas observações, direcionamos o olhar de estranhamento
para questões como: de que modo os conceitos de raça, gênero, sexuali-
dade e cor atravessam as visualidades e os discursos de Nosso gênero vem
de Deus (2019)? Qual a concepção de masculinidade e feminilidade (re)
produzidas nesse videoclipe? A quem se referem os termos “acidentes”
e “erros divergentes” apresentados na canção? Por que as crianças intér-
pretes negam ser essas identidades?
Para investigar essas problematizações, confrontamos as narrativas
visuais e discursivas do videoclipe com os conceitos de raça, gênero,
sexualidade, cor e interseccionalidade, abordados anteriormente. Assim,
ainda que durante a análise reforcemos um conceito ou outro, salientamos
que todos os marcadores operam de modos interligados e confluem na
legitimação de determinados estereótipos.
Ao analisar a canção, nos chama a atenção a performatividade
incitada e esperada desse “menino masculino” e dessa “menina feminina”
- afirmativas enfatizadas na letra da música. Pois, advindas do senso
comum, observa-se como ambas as atuações de gênero supracitadas,
além de serem tratadas exclusivamente como dicotômicas, são expostas
e apresentadas como as únicas possíveis. Vemos que na música há uma
ênfase nos gêneros de modo binário, fixo, inato e resultante da decisão
(inquestionável) de um “ser superior” que determinaria a aparência bio-
lógica dos sujeitos. Mencionando as expressões de gênero no singular
(masculino e feminino), a letra se vincula à crença e à visão ideológica
que molda e oportuniza apenas um único jeito de ser homem e mulher,
186
É de menina ou menino?
190
É de menina ou menino?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Silvio. Racismo Estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
. Abordagem histórica e artística do uso das cores azul e rosa como pedagogias
de gênero e sexualidade. Revista Teias, Rio de Janeiro, v. 21, p. 223- 244, ago. 2020b.
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CUNHA, Susana Rangel Vieira da. Menin@s nas tramas da cultura visual. In: BUS-
SOLETTI, Denise; MEIRA, Mirela (Org.). Infâncias em Passagens. Pelotas: Editora
e Gráfica Universitária da UFPel, v. 1, 2010, p. 55-78.
HOOKS, Bell. Olhares negros: raça e representação. Trad. Stephanie Borges. São
Paulo: Elefante, 2019.
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Brasília: Autora, 2012.KELLNER, Douglas. A cultura da mídia – estudos culturais:
identidade e política entre o moderno e o pós-moderno, Bauru: SP: EDUSC, 2001.
RIBEIRO, Djamila. Mulher negra: o outro do outro. In: RIBEIRO, Djamila. O que é
lugar de fala. Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2017, p. 20-29.
192
É de menina ou menino?
Marcus Turíbio74
Julia Moreira Guimarães75
Jocy Meneses dos Santos Junior76
INTRODUÇÃO
74
Discente na Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás.
Participante do PIP- UFG 2021/2022. Bolsista CNPq (PIBIC).
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4126308941378703.
75
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura Visual da Univer-
sidade Federal de Goiás. Auxiliar de atividades educativas na SME/Goiânia.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5435151879610085.
76
Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura Visual da Universidade
Federal de Goiás. Bolsista FAPEG. Lattes: http://lattes.cnpq.br/1046601120345232.
193
João Paulo Baliscei (org.)
78
A sigla LGBTQIAP+ refere-se às pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, trans-
sexuais, transgêneros, queer, intersexo, assexuais, agênero, pansexuais e às demais que
não seguem às imposições cisheteronormativas mas também não se sentem abrangidas
por essas nomenclaturas.
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Tradução convencionalmente utilizada para “Act Like a Man box”, título original
79
em inglês.
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80
Nome original: Scooby-Doo. (1969-). Criado por Joe Ruby e Ken Spears.
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Homem que mostrou que mais de 50% dos homens só procuram tratamento quando
202
É de menina ou menino?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
204
É de menina ou menino?
REFERÊNCIAS
BALISCEI, João Paulo; CALSA, Geiva Carolina; HERRAIZ, Fernando García. Imagens
da Disney (re)produzindo gênero: revisão da produção acadêmica (2003- 2015). Revista
Digital do LAV, Santa Maria, v. 10, n. 3, p. 156-178, set./dez. 2017.
KIVEL, Paul. Men's work: how to stop the violence that tears our lives apart. 2. ed.
Center City: Hazelden, 1998.
LEÃO, Natália. Saúde: 50% dos homens só vão ao médico com sintomas avançados.
GQ, São Paulo, 26 out. 2018. Disponível em: https://gq.globo.com/Corpo/Saude/
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SABAT, Ruth. Infância e gênero: o que se aprende nos filmes infantis? In: REUNIÃO
ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
EM EDUCAÇÃO, 24., 2001, Caxambu. Anais [...]. Caxambu: ANPEd, 2001, p. 1-11.
SABAT, Ruth. Filmes infantis como máquinas de ensinar. In: REUNIÃO ANUAL
DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM
EDUCAÇÃO,25., 2002, Caxambu. Anais [...]. Caxambu: ANPEd, 2002, p. 1-17.
THE MASK you live in. Direção de Jennifer Siebel Newsom. Sacramento: The Repre-
sentation Project, 2015. 1 vídeo (90 min).
206
É de menina ou menino?
Figura 1: Ele.
Fonte:<https://www.einerd.com.br/as-meninas-superpoderosas-filme-dos-beatles-ins-
pirou-criacao-do- vilao-ele/>.Acesso em 1º de maio de 2021.
INTRODUÇÃO
86
Pós Graduado em Psicopedagogia Clínica e Institucional – UNIPAR; e em Gestão
Escolar – Faculdade São Brás. Graduado em Pedagogia – UNIPAR. Professor da
Rede Estadual de Educação do Estado do Paraná – SEED e da Rede Municipal de
Educação de Terra Roxa, Paraná. Integrante do grupo de pesquisa em Arte, Educação
e Imagens – ARTEI. Lattes: http://lattes.cnpq.br/1506234432415507.
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abjeto e ao Diabo. Desse modo, essa visão negativa vai sendo elaborada
e reforçada gradativamente e o indivíduo tende a se desenvolver formu-
lando pensamentos e construções pejorativos sobre pessoas que têm um
comportamento que não se encaixa dentro dos padrões heteronormativos.
A TRANSFOBIA NO BRASIL
214
É de menina ou menino?
216
É de menina ou menino?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Louro (2018) enfatiza que para garantir uma coerência, uma soli-
dez e a permanência das normas são realizados grandes investimentos
continuados e repetitivos, sendo eles produzidos por diversas vertentes
sociais e culturais, como famílias, escolas, igrejas, leis, mídias e também
pela própria ciência. Há intuito de afirmar e reafirmar as normas que
regulam os gêneros e as sexualidades. Desse modo, essas normas são
voltadas aos corpos e delimitam a sanidade, moralidade, legitimidade
e coerência. Aqueles e aquelas que escapam ou atravessam esses limites
são vistos/as como corpos ilegítimos, imorais, insanos e patológicos, ou
seja, corpos impossíveis de existirem.
A partir da análise do personagem Ele, percebemos que esse vilão
é apresentado e entendido como um corpo estranho dentro de uma
sociedade cis- heteronormativa. Ao ser apresentado como vilão com
características Queer, esse personagem pode influenciar que, desde a
infância, travestis, transexuais e outros sujeitos que não se identificam
com as heteronormatividade sejam lidos como alguém a ser temido,
confrontado ou mesmo exterminado.
Além do mais, analisamos como negativa a incorporação de uma
identidade Queer na figura de um vilão com características relaciona-
das ao Diabo. Ele, no modo como é apresentado na série, é associado
à maldade, ao egoísmo e à falta de ética. Sua associação ao Diabo e à
217
João Paulo Baliscei (org.)
REFERÊNCIAS
GONÇALVES Jr., Sara Wagner Pimenta. A travesti, o vaticano e a sala de aula. Revista
de Estudos Amazônicos (UFAM), ano 19, n. 1, Ago/Dez, 2019. Disponível em:< https://
periodicos.ufam.edu.br/index.php/somanlu/article/view/6868>. Acesso em: 15 de janeiro
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JESUS, Jaqueline Gomes de. Orientação sobre identidade de gênero: conceitos e ter-
mos. Brasília, 2012. Disponível em<http://www.diversidadesexual.com.br/wp- content/
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30 ago. 2021.
LOUREIRO, Gabriela; VIEIRA, Helena. Transgênero: tudo o que você sabe está
errado. Revista Galileu, n. 292, Nov, 2015, p. 44-53.
LOURO, Guacira Lopes. Pedagogias da sexualidade. In: LOURO, Guacira Lopes (Org.).
O corpo Educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2000, p. 7-34.
_______. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte:
Autêntica Editora, 2018.
SILVA, Fernando Guimarães Oliveira da; MAIO, Eliane Rose. Gabrielly, diferenças
e as trans na educação do oeste paulista. Revista Internacional de Educação Superior,
v.7, Campinas, São Paulo, 2020. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/
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POTTS, Donna L. Channeling Girl Power: positive female media imagens in “The
Powerpuff Girls”. Simile – Studies in Media & Information Literacy Education, v.1, n.
4, 2001, p. 1-9. Disponível em:<https://www.researchgate.net/publication/ 251011658_
Channeling_Girl_Power_Positive_Female_Media_Images_in_The_Pow erpuff_Girls>.
Acesso em: 7 maio 2021.
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João Paulo Baliscei (org.)
INTRODUÇÃO
87
Gabrielle Nayara do Prado Ramos, graduada em Pedagogia pela Universidade
Estadual de Maringá- UEM/2020. Lattes: http://lattes.cnpq.br/4429526526513583.
88
Doutora em Educação pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual
de Maringá - UEM. Professora na UEM. Participante do grupo de pesquisa em Arte,
Educação e Imagens – ARTEI. Lattes:http://lattes.cnpq.br/8659322801087223.
220
É de menina ou menino?
89
Ziraldo Alves Pinto é um cartunista, desenhista, jornalista, cronista, chargista,
pintor e dramaturgo brasileiro. Responsável por obras aclamadas, por seu diferencial
com as ilustrações.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
229
João Paulo Baliscei (org.)
REFERÊNCIAS
NUNES, Luciana Borre. As imagens que invadem as salas de aula: reflexão sobre cultura
visual. Aparecida, SP: Ideia e Letras, 2010.
OTT, Robert William. Ensinando crítica nos museus. In: BARBOSA, Ana Mae Tavares
(org.). Arte-educação: leitura no subsolo. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2011. p. 127-141.
_______. Um Sorriso Chamado Luiz. São Paulo: Melhoramentos, 1987b. (Série Corpim).
230
É de menina ou menino?
SILVA, Flávia Carolina da; PACÍFICO, Tânia Mara Pacífico. Análise das relações raciais
nas imagens de um livro didático de português do 5° ano. In: ANPED SUL, 10., 2014,
Florianópolis. Anais eletrônicos […]. Florianópolis: UDESC, 2014. Disponível em:
<http://xanpedsul.faed.udesc.br/arq_pdf/681-0.pdf>. Acesso em: 23 fev. 2021.
VIANNA, Maria Letícia Rauen. Desenhando com todos os lados do cérebro: possi-
bilidades para transformação das imagens escolares. Ibpex: Curitiba, 2010.
231
João Paulo Baliscei (org.)
Figura 1: A madrasta.
Fonte: Disponível em <https://pt.pornhub.com/view_video.php?viewkey=ph-
58c466aa61bc5>. Acesso em: 12 mar. 2021.
INTRODUÇÃO
90
Especialista em Arteterapia pela Faculdade Vicentina e Núcleo de Arte e Educação
em Campinas. Arteterapeuta e Instrutora de Arte e Cultura na Secretaria de Assis-
tência Social de Presidente Epitácio – SP. Integrante do grupo de pesquisa em Arte,
Educação e Imagens – ARTEI. Lattes: http://lattes.cnpq.br/7054270800542202.
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236
É de menina ou menino?
Por fim, ela se deita abaixo do pênis dele esperando para que ele
ejacule em seu rosto. O vocativo “mãe” é sempre presente nas frases
dele, que consuma a ação, agradece sua “mãe” e recebe como devolu-
tiva a frase: “ de nada querido, eu te amo”, e o pedido de que aquilo fique
apenas entre eles.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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João Paulo Baliscei (org.)
240
É de menina ou menino?
REFERÊNCIAS
FERREIRA, Paula; GRANDELLE, Renato. Bolsonaro sugere que pais rasguem pági-
nas sobre educação sexual de Caderneta de Saúde da Adolescente. Site O Globo, 2019.
Disponível em: <https://oglobo.globo.com/brasil/bolsonaro-sugere-que- pais-rasguem-
-paginas-sobre-educacao-sexual-de-caderneta-de-saude-da- adolescente-23506442>.
Acesso em: 16 set. 2021.
_______. A Cultura da mídia e o triunfo do espetáculo. Revista Líbero, São Paulo, n°.
11, Vol. 6, p. 04 – 15, 2004. Disponível em: <http://docplayer.com.br/7654581-A-cultu-
ra-da-midia-e-o-triunfo-do- espetaculo.html>. Acesso em: 29 mar. 2021.
NUNES, Luciana Borre. As imagens que invadem as salas de aula: reflexões sobre a
cultura visual. Aparecida, SP: Ideias et letras, 2010.
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João Paulo Baliscei (org.)
UNAIDS, Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV, AIDS. Guia da termi-
nologia do Unaids. Brasília, p. 07 – 42, 2017. Disponível em: <https://unaids.org.br/
wp-content/uploads/2015/06/WEB_2018_01_18_Guia Terminologia_UNAIDS.pdf>.
Acesso em: 14 set. 2021.
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É de menina ou menino?
PONTAPÉ INICIAL
Neste primeiro momento, a equipe foi composta por Rapaz de Ferro, Wiccano,
93
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94
Pondera-se aqui sobre a atuação e a vigilância do Comic Code Authority (CCA),
uma espécie de código de ética e moralidade que deveria ser seguido pelas editoras
de quadrinhos para que suas publicações fossem permitidas para a comercialização.
Entrou em vigência em meados da década de 1950, por parte das próprias editoras de
quadrinhos estadunidense que entendiam que a regulamentação dos quadrinhos poria
fim à queda nas vendas. A face pública deste código foi o psiquiatra Fredrik Wertham
e seu livro A Sedução dos Inocentes, que apresentava os “males” da leitura de revistas
de histórias em quadrinhos para crianças e adolescentes. Segundo ele, a leitura de
quadrinhos do Batman e Robin, por exemplo, despertaria gatilhos homossexuais nos
meninos, pois estes dois super-heróis eram o sonho idealizado pelos homossexuais.
Contudo, com pesquisas recentes que tiveram acesso a documentos do estudo de
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É de menina ou menino?
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João Paulo Baliscei (org.)
CONSIDERAÇÕES INCONCLUSIVAS
96
Iniciativa surgida em 1995 que visava combater a midiatização pejorativa acerca do
HIV e da Aids, nos Estados Unidos. Também se propôs premiar iniciativas midiáticas
que retratassem, de forma coesa, positiva e representativa, as vivencias LGBTQIA+.
A publicação Young Avengers #2 (2013), ganhou o prêmio em 2014, por trazer uma
equipe majoritariamente LGBTQIA+. Em 2021, foi premiado o quadrinho Empyre
Aftermath: Avengers #1, que apresenta o desfecho para os super-heróis Wiccano e
Hulkling. Eles se casam, naquele que é tido por ser o primeiro casamento gay entre
super-heróis da Marvel.
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João Paulo Baliscei (org.)
Vale salientar que este foi o primeiro beijo entre Wiccano e Hulkling em mais de 7
97
REFERÊNCIAS
BALISCEI, João Paulo; CUNHA, Susana Rangel Vieira da. “Faça como homem”:
cultura visual e o projeto de masculinização dos meninos. Textura, Canoas, v. 23, n. 54,
p. 367–391, 2021. Disponível em: http://www.periodicos.ulbra.br/index.php/txra/article/
view/5926/4074. Acesso em: 30 set. 2021.
98
Por meio das redes sociais, Jim Cheung ironizou a tentativa de censura por parte do
prefeito Marcelo Crivella, e para a divulgação de seus próximos livros, propôs convidar
o mandatário como garoto propaganda.
253
João Paulo Baliscei (org.)
COHEN, Stanley. Folk devils and moral panics: The creation of the Mods and Rockers.
Londres: Routledge classics, 2011. v. 5.
EISNER, Will. Quadrinhos e arte sequencial. 1. ed. São Paulo- SP: Martins Fontes, 1989.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. 20. ed. Petrópolis- RJ:
Editora Vozes, 1999.
254
É de menina ou menino?
255
SOBRE O ORGANIZADOR
256
164-166, 175-177, 179, 186-187, 191, 204, 206-
ÍNDICE REMISSIVO 207, 213, 217-219, 229, 231, 234-235, 239-
240, 242, 255
A escola 8, 11, 13, 27, 34, 44, 79-80, 82-83, 90,
94-97, 109, 118, 136, 153, 164-166, 168-169,
aluno 63, 80, 82-83, 85 173-176, 191, 204, 214-215, 217, 235, 247-248
arte 7, 9, 15, 17, 30, 46, 58, 63, 92, 102-114, 127, esporte 24, 102
129, 131-132, 135-137, 150, 152, 179, 192-193,
206, 219, 221, 231, 240, 253, 255 F
azul 9, 15, 18, 22, 25-26, 29, 32, 35, 37-38, família 9-10, 21, 26-27, 32, 34, 40, 64, 79,
40-41, 52, 76, 80, 174, 179, 184, 186, 190, 255 91-93, 96-97, 118-120, 142, 144-146, 148,
154, 171-172, 180, 200-202
B
feminilidade 12, 19, 34, 59, 64-65, 69, 78, 96,
bebê 20, 25, 28, 32, 37, 39-43, 57, 65, 70, 76, 155-156, 185-186, 190, 214
78, 162, 182
fobia 194-195
bissexual 90, 93
G
boneca 5-6, 11, 13, 16, 22, 56-57, 64-66, 101,
165, 172-174 gay 9, 90-94, 96-97, 187, 215, 245, 250-251, 253
brinquedo 8, 28, 52, 65, 174 gênero 2, 5-11, 13-25, 27-30, 32-35, 37, 41-44,
46-49, 51, 53-54, 64, 66, 68, 70-73, 75-77,
C 79-90, 92-94, 99, 101, 104-106, 109-112, 114,
capitalista 124, 146, 238 116-117, 119-120, 122, 124, 126-129, 131-134,
cisgênero 13, 18, 28-29, 39, 118, 135, 154-158, 136-140, 144-145, 147, 149-151, 153, 155-157,
160-161, 212 159-160, 163, 165-173, 175-199, 203-205, 207,
209-215, 218, 223, 227, 232, 235-237, 241,
corpo 17, 20, 23, 25, 28, 34-35, 37-39, 44, 243, 254-255
59, 61-63, 69, 73-74, 77, 80-82, 84-86, 89, 93,
96-97, 99, 115, 125, 130, 132-134, 136, 138- H
139, 141-142, 144, 148-150, 154, 159-160, 177, heroínas 19, 153
182-183, 187, 189, 204, 206, 208, 210, 216, 218, heróis 9, 15, 153-154, 198, 245
220, 223-224, 227, 229, 234-237, 240, 248-249
heterossexualidade 22-24, 28, 32, 34, 155, 164,
criança 5, 10, 16-18, 20-21, 24-33, 38-42, 183, 247, 250
56, 64-65, 75-80, 83, 90, 94, 153, 167,
186, 220, 225 homem 8-9, 20, 23, 27-28, 39-44, 50-52, 55,
58-61, 63-64, 68, 75-76, 90, 93, 95, 117, 119,
cultura 5-12, 14-19, 21, 24, 26-27, 29-30, 122, 124, 127, 129, 140, 145, 154, 159-160, 170-
34, 46-48, 53-55, 57, 64, 67-68, 73, 80, 82, 85, 171, 174, 179, 181-182, 184-185, 188, 193-194,
87, 98-99, 101, 106, 115, 117, 119, 124, 128- 197-199, 201-204, 211, 233, 239, 252
129, 145, 152-153, 155, 160-163, 165, 167, 169,
175-178, 182-183, 188, 190-193, 195, 199-200, homossexualidade 78, 95, 134, 211-212, 245-
204-205, 211, 219-222, 224, 228-229, 231-232, 247, 249, 251
237, 240-244, 246, 249, 252-253, 255 I
cultura visual 5-12, 14-18, 21, 24, 26-27, 29-30, identidade 34, 39, 44, 51, 64, 66, 68-69, 85, 93,
46-48, 53-55, 57, 64, 67-68, 101, 128, 152-153, 96, 105, 109, 128-129, 134, 136, 145, 155-157,
155, 160, 162-163, 178, 190-193, 204, 219-221, 159, 161, 163, 168, 171, 174, 191, 207, 212-213,
228-229, 240, 243, 252, 255 216, 218, 229, 233, 240
currículo 9, 44, 54, 70, 87, 111, 196-197 imagem 8, 21, 25-26, 39, 52, 56-57, 59, 64,
D 71-73, 78, 92, 120, 139, 149, 198, 203, 211-212,
228, 248, 251
discriminação 107, 119, 122, 135, 191, 209, 212
infância 23, 27, 29, 51, 87, 92-93, 152-155, 164,
docente 15, 81, 99, 103, 112, 176 194, 202, 204, 216-217, 241
E L
educação 2, 5-7, 9-13, 15-17, 30-31, 44, 46, 53, lésbica 78, 94-96
62, 65, 69-70, 78-79, 81-82, 84-89, 98-105,
111-115, 125, 127, 134, 137-138, 147, 150, 152,
257
M S
mãe 22, 27, 37-43, 59, 62, 64-65, 76, 83, 90-91, sexo 5, 10-11, 16, 18, 20-21, 24-28, 31-34,
93, 97-98, 118, 124, 139, 146, 148-149, 171-174, 36-44, 55, 57-66, 68, 70, 75, 78-79, 83, 127,
183, 237-239, 247 135, 139-140, 142, 146, 148, 154, 160, 170, 207,
masculinidade 6, 13, 19, 28, 34, 42-43, 45, 48, 210, 212, 214, 218, 232, 234-236, 238, 240, 247
59, 61, 66, 69-70, 90, 98, 117, 119, 179, 185, 188, sexualidade 5-6, 8, 11, 13, 16, 20, 24-25, 28,
190-191, 193-195, 198-201, 214, 229 32, 34, 44, 57-58, 64-68, 71, 73-77, 80-81, 84,
maternidade 6, 12, 59, 66-67, 101, 118, 138- 86-90, 94-99, 128, 130-131, 134, 138-140, 142,
142, 148-149, 186 144, 146-150, 153, 164, 166, 168-170, 175-181,
183-185, 187-191, 194, 206-207, 210-211, 218,
menstruação 5, 12, 101, 118, 127-130, 132-135 233-237, 239-241, 247-248
mulher 8, 20, 23, 41, 43, 52, 58-62, 65, 69, T
75-76, 90, 92-93, 95-97, 116-117, 119, 121,
124-125, 127-129, 131, 133-134, 136-137, 139- transexuais 88, 132, 162-163, 207, 212-217
147, 149-151, 159-160, 163, 170-174, 180-182, transgênero 14, 155, 160-162, 218
184-185, 191, 194, 197, 208, 211, 227-229, 233, V
236-237, 239, 247, 254
vilã 163
N
vilão 6, 13-14, 58, 178, 206-207, 209, 212,
natureza 5, 12, 34, 62-64, 101, 115-120, 122- 216-217, 225
125, 144-145, 237, 243
violência 24, 29, 50-51, 68, 73, 89, 97, 99, 119,
normatividade 106 128, 132, 139, 142-143, 147, 149, 155, 161, 201,
P 213-217, 232, 235
pai 22, 27, 38-43, 62, 64, 66, 72, 76, 91, 98, virilização 5, 11, 16, 56-57, 61, 64, 66-68
116, 183, 200-201, 243 visualidade 137, 220, 227-228
paternidade 56, 68, 165
patriarcado 12, 19, 30, 118-119, 122-
126, 137, 189
pedagogias 9, 15, 44, 51, 82, 86, 115, 136, 177,
186, 190, 196, 198, 214, 218, 232, 240, 248
personagem 13, 52, 107, 155-162, 198, 201-203,
206-212, 216-218, 225, 227, 239, 246-247, 249
política 23, 27-28, 77, 99, 103, 106, 125, 146-
147, 149-150, 176, 191, 232, 237, 240
pornografia 13, 232-233, 235-236, 239-240
preconceito 6, 14, 134, 136, 178, 206-207,
212, 216, 252
professor 7, 17, 22, 31, 70, 79, 84-85, 87, 89,
97, 102, 104, 111-112, 152, 169, 183, 206,
208, 235, 255
R
raça 6, 13-14, 20, 88-89, 128, 149, 175, 178-182,
184-185, 188-191, 224-227
representação 39, 69, 80, 104, 107, 136, 150,
154-155, 163, 167, 170-171, 173-174, 191-193,
198, 200, 207, 211, 218, 221, 223-225, 227-228,
233, 236-237, 239, 247, 249-250
rosa 8-9, 14-15, 18, 25-26, 29, 32-33, 35, 37-38,
40-41, 52, 76, 80, 86, 174, 179, 185-187, 190,
209, 226-227, 237, 255
258
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Este livro foi composto pela Editora Bagai.
www.editorabagai.com.br /editorabagai
/editorabagai contato@editorabagai.com.br
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