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Introdução
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Diálogos
1.
De certa feita Hsi-t’ang, Pai-chang e Nan-ch’uan acompanharam o
Patriarca para observar a lua. O Patriarca perguntou, “O que
faremos agora?”
Hsi-t’ang disse, “Devemos fazer oferendas”.
Pai-chang disse, “Melhor praticar”.
Nan-ch’uan sacudiu suas mangas e foi embora. O Patriarca disse,
“Os sutras entram o tesouro, a meditação volta ao mar. Somente
P’u-yuan (nome do Dharma de Nan-ch’uan) vai além de todas as
coisas”.
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Quando o Mestre Ch’an Wu-yeh de Fen-chou foi ver o Patriarca, o
Patriarca notou que sua aparência era fora do comum e que sua
voz parecia o som de um sino. Ele disse, “Um tal imponente salão
de Buda, mas sem Buda nele”.
Wu-yeh respeitosamente ajoelhou e disse, “Eu estudei os textos
que contém os ensinamentos dos três veículos e entendi grosso
modo seus significados. Também ouvi falar muito dos métodos de
ensinamento da escola Ch’an que a mente é o Buda: isso é algo que
ainda não compreendi”.
O Patriarca disse, “Essa mente mesmo que não compreende é a
coisa. Nada mais existe além disso”.
Wu-yeh perguntou ainda, “O que é o selo mental que o Patriarca
secretamente transmitiu do Oeste?”
O Patriarca disse, “O Venerável parece ligeiramente perturbado
hoje. Venha em algum outro momento para perguntar”.
Quando Wu-yeh ia se retirar, o Patriarca lhe chamou, “Venerável!”
Wu-yeh voltou a cabeça e o Patriarca lhe perguntou, “O que é?” Ao
ouvir isso Wu-yeh experimentou o despertar. Ele se inclinou ao
Patriarca, que disse, “Esse camarada idiota! Para que está
reverenciando?”
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Um dia, quando Yin-feng estava empurrando um carrinho cheio de
terra, ele viu o Patriarca que estava sentado no chão com suas
pernas estiradas bloqueando o caminho. Ele disse, “Mestre, por
favor tire as pernas do caminho”.
O Patriarca disse, “Já que eu as estiquei, não vou tirá-las”.
“Já que estou me movendo em frente, não vou me retirar”, disse
Yin-feng, empurrando o carrinho sobre as pernas do Patriarca e as
machucando.
Mais tarde o Patriarca voltou ao salão do Dharma com um
machado em sua mão e perguntou, “Aquele que machucou os pés
deste velho monge, se adiante”. Yin-feng veio em frente ao
Patriarca e esticou seu pescoço. O Patriarca abaixou o machado.
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O leigo P’ang também perguntou, “A água não tem ossos nem
tendões, e contudo sustenta um barco de dez toneladas. Qual o
significado disto?”
O Patriarca disse, “Não há água nem barco aqui; de que ossos e
tendões você está falando?”
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Havia um jovem cujo nome era Tan-yuan. De certa feita, voltando
de uma peregrinação, ele foi ao Patriarca e desenhou um círculo
em frente a ele. Ele então entrou no círculo, se inclinou e se
quedou ali. O Patriarca lhe perguntou, “Você quer virar Buda?”
O jovem monge replicou, “Não sei como esfregar meus olhos”.
O Patriarca disse, “Não sou tão bom quanto você”. O jovem monge
não soube o que responder.
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Parte Três
Discípulos de Ma-tsu
Hsi-t’ang Chih-tsang
Pai-chang Huai-hai
O Mestre Ch’an Huai-hai da Montanha de Pai-chang era um nativo
de Chang-le em Fu-chou. Seu nome de família era Wang. Ele
deixou a poeira do mundo numa idade tenra, e se dedicou aos três
estudos. Mais tarde ele foi estudar com Ta-chi e antes de muito
tempo se tornou um de seus discípulos mais destacados. Junto com
Nan- ch’uan e Hsi-t’ang, eles eram ditos serem “aqueles que
haviam entrado no quarto”. Estes três grandes eram sem iguais
entre todos os discípulos de Ma-tsu. Depois de ter passado alguns
anos com Ma-tsu, o Mestre foi viver na Montanha Ta-hsiung em
Hung-chou, que por causa de seus penhascos abruptos também era
conhecida como Montanha de Pai-chang (cem metros). Não levou
muito tempo, praticantes de todas as partes vieram investigar o
Ch’an sob a tutela do Mestre; dentre seus muitos discípulos,
destacam-se Kuei-shan e Huang-po. O Mestre era considerado ter
sido o primeiro a estabelecer regras para os mosteiros Ch’an, que
mais tarde se tornaram conhecidas como os Regulamentos Puros
de Pai-chang. Considera-se que as instituições monásticas Ch’an
adotaram os padrões que ele erigiu para suas inspirações e
orientações, com isso assegurando seu nome como um dos mais
importantes mestres Ch’an de todos os tempos.
Nan-ch’uan P’u-yuan
Ta-chu Hui-hai
O Mestre Ch’an Ta-chu era nativo de Chien-chou. Seu nome de
família era Chu. Ele deixou o lar e começou a praticar o Budismo
sob o Venerável Tao-chih do Mosteiro Ta-yun em Yueh-chou. Mais
tarde ele foi a Kiangsi e se tornou um discípulo de Ma-tsu. Ele se
quedou com Ma-tsu durante seis anos, depois do que retornou a
Yueh-chou para cuidar de seu idoso professor. Durante aquele
tempo ele compôs um tratado entitulado: Discurso sobre os
Essenciais de Entrar o Caminho Através da Iluminação Súbita
(Tun-wu ju-tao yao-men lun). Foi somente depois que Ma-tsu viu e
aprovou o texto que Ta-chu começou a ensinar.
Ma-ku Pao-ch’e
Ta-mei Fa-ch’ang
Fen-chou Wu-yeh
Wu-tai Yin-feng
Leigo P’ang-yün
Kuei-tsung Chih-ch’ang