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Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Faculdade de Engenharia

SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ESGOTOS


CODICRED 4422T-04
ÁREA – Tratamento de Lodo
c
Tratamento convencional

Área - Tratamento de Lodo


Área - Tratamento de Lodo
TRATAMENTO DE LODO:
-Lodo
-Adensamento
-Digestão
-Desidratação
Tratamento de lodo

O termo “lodo” tem sido utilizado para


designar os subprodutos sólidos do
tratamento de esgotos.

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Conforme NBR 12.209:
“Lodo
suspenção aquosa de componentes
minerais e orgânicos separados no
sistema de tratamento.”
Tamanho do “problema”
Na RMSP a SABESP estimou:
• 25 milhões de habitantes;
• 52,4 m³/s de esgoto gerado;

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• 891 toneladas de sólidos seco/dia
(35,64gss.hab/dia)
• O volume de lodo 2.050 a 3.000 m³/dia
Tipos de lodo

•Lodo primário /cru / bruto: vem da remoção de


sólidos sedimentáveis no tratamento primário
(decantadores primários);
•Lodo secundário /biológico / excedente: é
gerado na etapa biológica do tratamento. Esse
lodo é a própria biomassa que cresceu às custas

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do alimento fornecido pelo esgoto afluente.
•Lodo misto: é o resultado da mistura do lodo
primário com o secundário.
•Lodo químico: só é produzido em estações que
explicitamente incorporam uma etapa físico-
química de tratamento da fase líquida.
EDP

Qr
XVR
V
PXv

Qr

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Tipos de lodo
Lodo Origem

Lodo primário • Tanque séptico


• Decantador
Lodo biológico • Lodos ativados convencional
aeróbio (não • Reatores aeróbios com biofilmes- de alta carga ( filtro biológico de alta carga,
estabilizado) biofiltros aerados submersos e biodiscos)
Lodo Secundário

Lodo biológico • Lodos ativados – aeração prolongada


aeróbio • Reatores aeróbios com biofilmes- baixa carga( filtro biológico de baixa carga,
(estabilizado*) biofiltros aerados e biodiscos)

Lodo biológico • Lagoas de estabilização (lagoas facultativas, lagoas anaeróbias-facultativas,

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anaeróbio lagoas aeradas facultativas, lagoas aeradas de mistura completa-lagoas de
(estabilizado) decantação)
• Reatores anaeróbios ( UASB, filtros anaeróbios)
Lodo químico • Decantador primário com precipitação química
• Sistemas com precipitação química de fósforo

* Lodo estabilizado também denominado de digerido é um lodo com menor teor de


matéria orgânica, ou seja, maior teor de sólidos inorgânicos, por isso este lodo não
requer etapa de digestão posterior.
Características do lodo

a) Relação entre o teor de sólidos secos e de umidade:


% 100  ó   %
Ex um lodo com teor de sólidos secos de 2% possui umidade
de 98%. Assim em cada 100kg de lodo, 98 kg são de água e
2kg de lodo.

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A umidade influi nas características mecânicas:
Umidade Teor de sólidos secos (TS) Propriedade mecânica do lodo

100 a 75% 0 a 25% Lodo fluido

75 a 65% 25 a 35% Torta semi-sólida

65 a 40 % 35 a 60% Sólido duro

40 a 15% 60 a 85% Lodo em grânulos

15 a 0 % 85 a 100% Lodo desintegrado em pó fino


Características do lodo
b) Densidade do lodo ρ:
A densidade do lodo, na maior parte do seu
processamento, é bem próxima à da água.
Valores usuais de densidade:
•Lodo líquido (durante o seu tratamento)

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1,02 a 1,03 ( 1020 a 1030 kg/m³)
•Lodo desidratado (a seguir para a disposição
final) 1,05 a 1,08 ( 1050 a 1080 kg/m³)
Características do lodo
c) Concentração de sólidos secos:
A concentração de sólidos em um lodo é expressa
na forma de sólidos secos, ou seja, excluindo-se o
peso da água componente do lodo.

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çã   ⁄ 100
çã   %
1 10 ⁄   í   ⁄
Características do lodo
d) Relação de vazão, carga e concentração:
Vazão = Carga / Concentração
        ó     ã   ⁄
ã       ⁄
ó. %
  í       ⁄ ³ 
100

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Onde:
Q – Vazão de lodo (m³ /dia)
M – Massa de sólidos secos (kgSS /dia)
ρ – densidade do lodo
γ – massa específica da água, 1000 kg /m³
TS- Teor de sólidos (%)
Tratamento de lodo
Tipo de tratamento depende:
•Produção (origem/quantidade) de lodo na fase
líquida => tipo de tratamento da ETE;
•Frequência de descarte de lodo da fase líquida:

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Lagoas facultativas sem descarte

Reatores anaeróbios descartes eventuais

Lodo ativado convencional retirada contínua

•Destino final do lodo.


Etapas do tratamento de lodo
O tratamento de lodo pode ser subdivido em três etapas principais:
• Adensamento
Reduz o teor de umidade -> remover água e assim
reduzir volume e aumentar o teor de sólidos (TS = ~4 a 8%).
• Digestão de lodo
Complementa estabilização bioquímica, isto é
aumentar o grau de mineralização (maior teor de sólidos inorgânicos).

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• Desidratação
Remoção de água de forma a atingir-se teores de
sólidos (TS) superiores a 20%, reduzindo-se assim drasticamente o
volume de lodo a ser transportado e compatibilizando-o com aplicações
tais como disposição em aterros ou na agricultura.
Tratamento e disposição do lodo
Fluxogramas usuais

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Tratamento e disposição do lodo
Fluxogramas usuais

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Etapas do tratamento de lodo
reduz o teor de umidade

Remove água :. reduz volume

ADENSAMENTO Aumenta o teor de sólidos (~4 a 8%).

estabilização bioquímica
aumentar o grau de

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mineralização
DIGESTÃO

DESIDRATAÇÃO
remoção de água de forma
a atingir-se teores de
sólidos superiores a 20%,
Adensamento de lodo
O adensamento de lodo pode ser feito por três processos principais:
• O adensamento por flotação
com ar dissolvido

• Adensamento mecânico
de lodos

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Centrífuga Prensa desaguadora

• O adensamento por
gravidade
Adensamento de lodo -

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• Funcionamento: O adensamento típico consiste no processo de separação
líquido-sólido através de ar difuso, promovido pela injeção de bolhas de gás,
usualmente ar, na massa líquida. As bolhas de gás aderem às partículas sólidas
diminuindo sua densidade, de modo a promover o arraste ou flutuação até a
superfície líquida.
Adensamento de lodo - Adensamento por gravidade
• Adensadores por gravidade são unidades semelhantes
aos decantadores de seção circular em planta,
• Alimentados com o lodo pelo centro e na parte superior,
no interior de um anteparo que o direciona para o fundo,
de onde é removido após sofrer adensamento.
• O sobrenadante
escoa pelos

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vertedores
perimetrais
posicionados à
superfície do
adensador, podendo
ser recirculados à
entrada da ETE.
Dimensionamento dos adensadores por
gravidade
O principal fator de dimensionamento dos adensadores por gravidade é
a taxa de aplicação de sólidos (TASol), que é o fluxo de massa de sólidos
aplicados por unidade de área superficial dos adensadores.

Onde

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• TASol – Taxa de aplicação de sólidos (kg /m².dia)
• M – Massa de sólidos (kg SS /dia)
• A – Área do adensador (m²)

A TASol depende do tipo de lodo a ser adensado, sendo propostas as


seguintes faixas de valores
Dimensionamento dos adensadores por
gravidade
Taxa de aplicação de sólidos (TASol) (kg
Máximo teor de
SS/m².d)
sólidos em
Tipo de lodo
Faixa usual Valor máximo cfe suspensão no lodo
(Pacheco&Pessoa) NBR 12.209 adensado (% )

Lodo primário bruto


<150 <8
100 a 150
Lodo primário estabilizado
<120 <8

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Lodo biológico (lodo ativado)
20 a 40 <30 <3

Lodo biológico (filtro biológico)


40 a 50 <50 <5

Lodo misto (primário bruto + lodo


ativado) 24 a 70 <50 <5

Lodo misto (primário bruto+ filtro


biológico) 60 a 100 <60 <6
Dimensionamento dos adensadores por
gravidade
• A taxa de aplicação hidráulica qA( ou escoamento superficial), vazão
de lodo aplicada por unidade de área superficial dos adensadores,
deverá ser mantida dentro de certas faixas.

Q- vazão de lodo (m³/dia)


As – área superficial do adensador (m²)

Taxa de aplicação hidráulica qA (m³/m².d)

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Tipo de lodo Faixa usual Valor máximo cfe NBR
(Pacheco&Pessoa) 12.209
Lodo primário bruto <30
15 a 30
Lodo primário estabilizado <50
Lodo biológico (lodo ativado) <8
4a8
Lodo biológico (filtro biológico) <8
Lodo misto (primário bruto + lodo ativado) <12
6 a 12
Lodo misto (primário bruto+ filtro biológico) <12
Dimensionamento dos adensadores por gravidade
A NBR – 12.290 da ABNT faz recomendações adicionais:
• profundidade útil mínima dos adensadores igual a 3,0 m;
• tempo de detenção hidráulico máximo de 24 horas
• obrigatoriedade de remoção mecanizada de lodo quando se
utilizam diâmetros superiores a 3,0 m.
• A tubulação de remoção de lodo deve ter diâmetro mínimo de
150 mm; a tubulação de transporte de lodo em conduto livre
deve ter declividade mínima de 3 %.

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• O poço de acumulação de lodo no fundo do adensador deve ter
paredes com inclinação igual ou superior a 1,5 na vertical para 1
na horizontal, terminando em base inferior com dimensão
horizontal mínima de 0,60 m.
Quando o tempo de detenção for superior a 24 horas, pode-se
recircular uma parcela do esgoto tratado (o efluente final da ETE) -
vazão calculada para garantir o atendimento ao valor limite.
Digestão de Lodo
• Digestão consiste na estabilização bioquímica, ou seja,
aumentar o teor de sólidos inorgânicos do lodo;
• Podem ou não ser necessária dependo do tipo de tratamento
de esgotos e de suas condições operacionais;
• Para o processo de digestão são empregados digestores
aeróbios ou anaeróbios, sendo que em ambos os casos deseja-

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se a redução do teor de voláteis do lodo via metabolismo
endógeno;
Digestores de Lodo
Digestores aeróbios:
• são tanques providos de sistema de aeração.
• Os volumes dos sistema aeróbio são relativamente menores que os
anaeróbios, o que pode diminuir os custos de implantação (mesmo
necessitando-se dos equipamentos de aeração).
• Inconveniente é o custo de energia para os aeradores.

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Digestores anaeróbios:
• Mais empregados e com possibilidade de geração de energia.
• Estágios da digestão teórica:
• a) Período de acidificação;
• b) Período de regressão ácida ou liquefação;
• c) Período de estabilização e gaseificação.
Digestores Anaeróbios de Lodo
Digestor anaeróbio de lodo estágio
Digestor anaeróbio de lodo taxa convencional
simples alta taxa

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Digestor anaeróbio duplo estágio
Digestores Anaeróbios de Lodo
O volume útil dos digestores anaeróbios com base na taxa de aplicação
de sólidos em suspensão voláteis e no tempo de detenção hidráulico:

    çã    
Onde
• Vdig Ana – Volume de digestores anaeróbios (m³)
• M – Fração volátil da produção de lodo (kg SSV/dia)
• Taxa de aplicação de sólidos em suspenção voláteis (kg SSV /m³.dia) valor segundo

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NBR 12.209

De acordo com a NBR 12.209, os digestores anaeróbios podem ser classificados:


• a) convencional não homogeneizada, quando se processa com taxa de aplicação de
SSV sobre o digestor igual ou inferior a 0,5 kg/m³.d;
• b) convencional homogeneizada, quando se processa com taxa de aplicação de SSV
sabre o digestor entre 0,5 kg/m³.d e 1 ,2 kg/m³.d,
• c) de alta taxa quando se processa com taxa de aplicação de SSV sobre o digestor
entre 1,2 kg/m³.d e 4,8 kg/m³.d.
Digestores Anaeróbios de Lodo

 
 
Onde
• tdent Hidr – Tempo de detenção hidráulico nos digestores anaeróbios (dias) verificar se
atende aos limites da NBR 12.209
• Vdig Ana – Volume de digestores anaeróbios (m³)
• Q – Vazão total de lodo (m³/dia)

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O tempo de digestão deve ser:
a) para digestor convencional não homogeneizado: ≥ 45 dias;
b) para digestor convencional homogeneizado: ≥ 30 dias;
c) para digestor de alta taxa, não aquecido: ≥ 22 dias
d) para digestor de alta taxa, aquecido: ≥ 18 dias.
Digestores Anaeróbios de Lodo
Os digestores com taxa de aplicação de SSV superior a 0,5kg/m3.d devem
ser homogeneizados por um dos seguintes dispositivos:
a) Misturador com agitação interna;
densidade de potência: dp ≥1 W/m³ para digestor convencional;
dp ≥ 5W/m³ para digestor de alta taxa

b) Sistema de homogeneização por gás;

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Injetar ≈ 0,007 m³ gás/ min por m³ de volume da unidade

c) Bombas de recirculação externa.


Qbomba=Vútil digestor/8 horas
Desidratação de Lodo
• O objetivo da desidratação de lodo é elevar o teor de
sólidos geralmente acima de 20%, de modo a reduzir o
volume a ser transportado e a permitir a sua disposição
final em aterros, agricultura, etc..
• Pode ser feita via

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• Natural: feita em leitos de secagem ou lagoas de lodo
• Mecanizada. As máquinas desaguadoras têm o seu
emprego crescido nos últimos anos, principalmente
filtros-prensa de placas ou de esteira, bem como os
decanters centrífugos.
Desidratação de Lodo - via natural
• As lagoas de lodo não devem ser consideradas soluções definitivas
muito adequadas.
• Os leitos de secagem
• O lodo seca por infiltração de água no leito e por evaporação ao sol.
• Mais vantajoso em pequenos sistemas de tratamento.
• A área de leitos necessária é relativamente grande
(0,1m²/habitante).
• Dificuldades:

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• O custo de sua estrutura
• Operação de remoção do lodo desidratado
• Locais com excesso de chuva podem
inviabilizar o seu uso
Desidratação de Lodo - Leitos de secagem de lodo
São áreas retangulares, confinadas lateralmente por uma mureta de arrimo
ou terra, sendo preenchidas por:
• Camada de aterro argiloso compactado com 20 a 30 cm de espessura;
• Tubos de drenagem ( metade superior do tubo-dreno perfurada);
• Camada de brita de dimensões de 15 a 30 mm espessura 20 a 30cm;
• Camada de arreia de dimensão 0,5 a 2 mm e espessura de 15 a 20cm;
• Camada de tijolos cerâmicos não rejuntados .

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Desidratação de Lodo - Leitos de secagem de lodo

Área 6 - Tratamento de Lodo


Desidratação de Lodo - Leitos de secagem de
lodo

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Desidratação de Lodo - Leitos de secagem de
lodo
• Os leitos são alimentados sob a forma de rodízio, a partir de canais com
comportas.
• Um ciclo típico de operação de leitos de secagem é de 30 dias de duração
total, sendo 20 dias para a desidratação do lodo e 10 dias para a remoção
do lodo seco e para rearranjo do leito.
• A altura livre das paredes do leito de secagem, acima da superfície
drenante, deve ser de 0,50 m a 1 m;

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• A altura do Iodo sobre a camada drenante não pode exceder 0,35 m.
Desidratação de Lodo - Leitos de secagem de
lodo
 
 
    çã    
Onde
• A Leito sec – Área do leito de secagem (m²)
• M p leito – Massa de sólidos suspensão voláteis a serem desidratados (kg
SSV/dia)

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• Taxa de aplicação de sólidos em leitos de secagem, cfe NBR 12.209
≤ 15 kg SS / m2 x ciclo (Valor usual são taxas da ordem e 10 a 12 kg SS / m²
x ciclo)
Desidratação mecânica de lodo
Os principais tipos de máquina disponíveis no mercado são os
• filtros-prensa de placas,
• filtros-prensa contínuos de esteira,
• os filtros a vácuo e
• os decanters centrífugos.

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Desidratação mecânica de lodo

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Desidratação mecânica de lodo

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Desidratação mecânica de lodo

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Filtro prensa
Desidratação mecânica de lodo

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Prensa desaguadora
Para onde vai o lodo?
• Aterros sanitários (landfill) ou aterros específicos (monofill);
• Uso em solos agrícolas ou áreas degradadas (recuperação das
características dos solos);
• Torta de lodo misturada à argila para produção de agregados leves
para concretos;
• Torta de lodo mistura à argila (40% em peso de sólidos secos) para
fabricação de tijolos de cerâmica.

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• Cinzas resultante da incineração da torta, na fabricação de
cimento.
Material Consultado

• ABNT – NBR 12.209/1992: ―Projeto de Estações de Tratamento de


Esgoto Sanitário
• Tratamento de Esgoto – Roque Passos Piveli.
• DACACH, N.G – Tratamento Primário de Esgotos. ABES
• PESSOA, C. A. e JORDÃO, E. P. - Tratamento de Esgotos Domésticos.

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ABES/BNH.

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