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 Se a impactação levar a obstrução importante:

NEFROLITÍASE o Eleva-se a pressão do trato urinário;


o Distensão aguda da capsula renal;
COMPOSIÇÃO
o Sinal de Giordano positivo;
Prevalência  Pode apresentar náuseas, vômitos, sudorese fria,
síncope, taquicardia e hipertensão artérial;
 Comumente são observados cálculos compostos por sais
 OBS: Não se espera sinais de irritação peritoneal na
de cálcio (Oxalato de cálcio é a maioria), seguido por
cólica nefrética;
estruvita (fosfato de amônio magnesiano), cálculo de
 A localização da dor se relaciona com a topografia do
ácido úrico e, finalmente, cálculo de cistina; cálculo impactado;
PATOGÊNESE  Giordano pode não ocorrer em cálculos presentas na
JVU;
Conceitos gerais
HEMATÚRIA
 Condições que favorecem a supersaturação da urina,
favorecem a formação de cálculos;  É a segunda causa mais comum de hematúria, perdendo
 O produto de solubilidade de cada componente sofre apenas para a infecção urinária, podendo ser macro ou
influência direta do pH urinário; microscópica;
 Detectada em 90% dos pacientes;
 Pode ser único sinal da nefrolitíase;

INFECÇÃO

 É a complicação mais temível da litíase com cálculo


impactado;
  Podem evoluir com febre alta, calafrios e leucocitose com
 Os cristais são formados por um processo chamado de desvio à esquerda;
nucleação que pode ser dividido em homogênea ou  A sepse costuma ser intensa e de rápida instalação,
heterogênea; podendo levar a pionefrose;
 Após a formação dos cristais eles podem ou não se
transformar em cálculos macroscópicos, ou seja, pessoas OBSTRUÇÃO
com cristais detectados no EAS não necessariamente
 Caso ocorra obstrução total pode levar a uma
apresentarão nefrolitíase;
hidronefrose progressiva e perda do parênquima renal;
 Após a formação de cristais eles podem sofrer outros dois
processos chamados de crescimento e agregação; NEFROCALCINOSE

 É uma forma de apresentação da litíase por fosfato de


Inibidores fisiológicos cálcio (apatita);
 Ocorre calcificação do parênquima renal (Depósitos
 Água e citrato de magnésio são inibidores naturais da
difusos sobre as papilas renais);
nucleação;
 Pode ser assintomática ou determinar cólica pelo seu
 A água e algumas proteínas urinárias são inibidores
desprendimento para a pelve renal;
naturais do crescimento e agregação dos cristais;
CÁLCULOS CORALIFORME S
MANIFESTAÇÕES CLÍNIC AS
 Geralmente assintomáticos;
 Não necessariamente provocam sintomas;
 Ocupam toda a pelve e cálices renais;
 A dor típica é decorrente de sua mobilização;
 Geralmente formados por estruvita;
 Algumas pessoas podem apresentar uma síndrome
 Associam ao mal prognóstico do rim acometido
clássica conhecida como cólica nefrética;
(Degeneração parenquimatosa);
 Três pontos do sistema coletor costumam ser obstruídos:
 Mesmo sem sintomas requerem terapia intervencionista;
o Junção ureteropélvica (Mais comum);
o 1/3 médio do ureter;
DIAGNÓSTICO
o Junção vesicoureteral;
 Existem mesmo nefrolitíase?
CÓLICA NEFRÉTICA (UR ETEROLITÍASE  Qual a composição do cálculo?
SINTOMÁTICA)  Que fator predispôs à formação?
 Ocorre a migração do cálculo da pelve renal para o ureter,
com isso, o paciente apresenta dor intensa devido a
EXISTE MESMO NEFROLITÍASE?
impactação do cálculo nos pontos de constrição
fisiológica;  Observar as apresentações clínicas típicas: Síndrome de
 Dor em cólica que podem durar de 20 a 60 min; cólica nefrética; hidronefrose e hematúria;
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS  Opioides apenas em pacientes que não aceitam ou não
toleram os AINEs;
 Aneurisma de aorta abdominal em expansão; apendicite;
diverticulite aguda; pielonefrite; cistite bacteriana e o Bloqueadores alfa-1-adrenérgicos
infarto renal;
 A urinocultura e a dosagem do LDH ajudam na  AINE + alfabloqueador – Terapia Médica Expulsiva
diferenciação com ITU e oclusão de artéria renal, (TME);
respectivamente;  Pacientes que não possuem abordagem urológica
 Exame abdominal + métodos de imagem, descartam imediata podem tentar a TME por 4-6 semanas;
aneurisma, apendicite e diverticulite, entre outras causas  Tamsulosin (0,4 mg/dia);
de peritonite localizada;
Hidratação
 O exame de urina pode confundir o diagnóstico, pois em
alguns casos de aneurisma em expansão ou apendicite Dissolução química do cálculo
aguda podem cursar com hematúria;
 A presença de cristais urinários não garante o diagnóstico  Somente o de ácido úrico pode ser passível de ser
de litíase; dissolvido por meio da alcalinização da urina;
 Pouco empregada na atualidade;
MÉTODOS DE IMAGEM
Seguimento
 TC helicoidal não contrastada (padrão ouro) e USG do
trato urinário (segunda escolha);  O manejo conservador TME pode ser utilizado para
 Rx de abdome e urografia excretora não são mais cálculos ureterais menores ou iguais a 10 mm;
utilizados de rotina;  USG após 7-14 dias, para verificar se houve migração do
 A RM é inferior à TC para visualização dos cálculos, cálculo;
entretanto, pode ser considerada como opção em  Se o cálculo não for expelido em até 4-6 semanas, uma
pacientes que precisam evitar exposição à radiação abordagem intervencionista deverá ser programada;
ionizante, como grávidas;
INTERVENÇÃO UROLÓGIC A
QUAL É A COMPOSIÇÃO DO CÁLCULO?
 Para cálculos acima de 10 mm;
 Favorece a elaboração da estratégia preventiva;
 Espectroscopia por infravermelho ou difração por raios-X; Indicações de intervenção urológica precoce

QUAL É O FATOR PREDISPONENTE À FORMAÇÃO  Cálculo > 10 mm;


DO CÁLCULO?  Infecção urinária associada (Desobstrução da via);
 Sintomas refratários ao tratamento clínico;
 Obstrução persistente e/ou progressiva;
 IRA (obstrução bilateral completa ou unilateral em rim
único);

Modalidades de intervenção urológica para retirada de
cálculos urinários:

 Litotripsia com ondas de choque extracorpórea (LECO);


 Litotripsia por ureterorrenoscopia;
 Nefrolitotomia percutânea;
 Nefrolitotomia aberta;

LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA COM ONDAS DE


CHOQUE (LECO)

 Considerado tto de primeira escolha para maioria dos


cálculos renais e ureterais;

Não deve ser indicada nas seguintes situações:

 Cálculos > 20 mm;


TRATAMENTO AGUDO  Localizados em polo inferior do rim;
 Densidade elevada (cistina);
CÓLICA NEFRÉTICA ( URETEROLITÍASE
SINTOMÁTICA) Complicações:
Analgesia  Hematoma perinéfrico (raro);
 Suspender AAS duas semanas antes do procedimento;
 AINEs;
 AINEs suspender 48 horas antes; MEDIDAS GERAIS

Contraindicações:  Aumento da ingesta hídrica, objetivando:


 Diluição dos íons urinários;
 Eliminar cristais pré-formados, com o aumento do
fluxo;

CÁLCULOS DE CÁLCIO – PREVENÇÃO

Hipercalciúria idiopática

 Principal distúrbio metabólico relacionado à formação de


cálculos urinários;
  Excreção urinária de cálcio > 300 mg/dia em homens e
>250 mg/dia em mulheres, ou maior que 4mg/kg/dia em
LITOTRIPSIA POR URETERORRENOSCOPIA ambos os sexos na vigência de normocalcemia;
 Condição autossômica dominante;
 Utiliza-se um ureteroscópio rígido, semirrígido ou flexível;
 Necessário excluir hipertireoidismo, síndrome de
 Método de escolha para retirada dos cálculos impactados Cushing, sarcoidose, tumores malignos, imobilidade,
em ureter distal; intoxicação pela vitamina D, doença de Page, etc;
 Segunda escolha para cálculos proximais;  Intervalo geral entre reicidivas é de dois a três anos;
NEFROLITOTOMIA PERCUTÂNEA  A prevenção se baseia na restrição dietética de sal e
proteínas de origem animal, NÃO DE CÁLCIO;
 Cálculos <1cm podem ser removidos diretamente pelo  Caso a hipercalciúria se mantenha está indicado o
fórcipe, pelo canal de nefrostomia; tratamento com diuréticos tiazídicos, hidroclorotiazida
 Maiores que 2 cm deve ser fragmentados pela litotripsia, (12,5-25 mg/dia);
para depois serem removidos;  Pode-se lançar mão de quelantes de cálcio: fosfato
inorgânico, fosfato de celulose e citrato de potássio
Indicações: (observando os efeitos adversos);

 Tamanho > 2 cm; Hiperoxalúria


 Cálculos coraliformes;
 Localizados em polo renal inferior;  > 50 mg/dia;
 Refratários à LECO;  Espinafre, amêndoas, chocolate, beterraba, amendoim,
cereja, pimentão, chá;
NEFROLITOTOMIA ABERT A  Uso de vitamina C > 500 mg/dia;
 A forma mais comum é a hiperoxalúria entérica,
 Obsoleta; acompanha a síndrome de má absorção intestinal devido
a esteatorreia;
Indicações:
 O tto consiste na redução de oxalato e gordura na dieta,
 Refratariedade aos métodos não invasivos ou suplementos orais de cálcio e colestiramina, além do
minimamente invasivos; aumento da ingesta hídrica;
 Cálculos anatomicamente complexos e extensos, em
Hiperuricosúria
geral coraliformes;
 20% dos pacientes com cálculo de oxalato de cálcio têm
TRATAMENTO DA LITÍAS E COMPLICADA hiperuricosúria;
 É quando um cálculo obstrutivo se associa à uma
Hipocitratúria
infecção renal ou quando sobrevém insuficiência renal
aguda pós-renal, por obstrução ureteral total bilateral ou  Excreção urinária < 300 mg/dia em mulheres e <250
em rim único; mg/dia em homens;
 Primeiro passo deve ser desobstruir a via urinária, em  O citrato se liga ao cálcio formando citrato de cálcio que
seguida retirar o cálculo; é solúvel na urina;
 Pode ser agravada pelo uso de diuréticos tiazídicos e pelo
Procedimentos para desobstrução:
consumo excessivo de proteínas contento enxofre e
 Nefrostomia percutânea (Cateter “único-J”); fósforo que estimulam a reabsorção de citrato no túbulo
 Stent ureteral (cateter “duplo-J”); proximal;
 O tto é baseado na reposição oral de citrato;
TRATAMENTO CRÔNICO
Acidose tubular distal (tipo 1)
 A conduta se baseia no tipo de cálculo encontrado e, no
distúrbio metabólico predisponente;  Distúrbio na secreção de H+ no túbulo coletor, resultando
na incapacidade de acidificar a urina, resultando em uma
acidose metabólica hiperclorêmica (ânion-gap normal),  Acetazolamida (250 mg à noite), também induz diurese
acompanhada de hipocitratúria e supersaturação de alcalina;
fosfato de cálcio na urina;  Em pacientes que as medidas falham ou que mantêm
 Em crianças causa nefrolitíase recorrente, deficit de hiperuricosúria > 1000 mg/dia, utiliza-se alopurinol (100
crescimento e raquitismo; mg/dia);
 Em adultos pode ter além da nefrolitíase, formação de
cistais de cálcio no interstício renal (nefrocalcinose), que CÁLCULOS DE CISTINA – PREVENÇÃO
pode levar a perda de função renal;
 Cistinúria é uma doença genética autossômica recessiva;
 O tratamento é a reposição oral de álcali (citrato de
potássio), que reduz a acidose metabólica e diminui a  Perda urinária de aminoáceidos básicos;
taxa de formação de cálculos;  O limite de solubilidade urinária da cistina é de 250 mg/L;
 São cálculos duros e radiopacos;
Hiperparatireoidismo primário  Diagnóstico é confirmado por análise direta do cálculo,
presença, no EAS de cistais hexagonais típicos e
 As manifestações incluem litíase urinária de repetição, dosagem de cistina na urina;
úlcera péptica e distúrbios ósseos;  Indivíduos normais excretam <18 mg/g de creatinina, os
 O tto é a paratireoidectomia subtotal; portadores de cistinúria, a excreção ultrapassa 250 mg/g
de creatinina;
CÁLCULOS DE ESTRUVID A – PREVENÇÃO  Teste do cianeto-nitroprussiato funciona como triagem;
 Corresponde a 10-20% de todos os cálculos;  Na ausência de terapia efetiva, os pcts formam cálculos
 As bactérias produtoras de uréase são, geralmente, de repetição que ocupam a pelve renal, obstruem o trato
Proteus, Pseudomonas e Enterococcus, além de outras urinário e levam à falência renal progressiva;
menos comuns;
Tratamento
 Fatores de risco para litíase por estruvita incluem
condições relacionadas à infecção do trato urinário, sexo  O citrato de potássio em associação à acetazolamida,
feminino, bexiga neurogênica, anomalias congênitas da impedem as recidivas em indivíduos que seguem à risca
via urinária, prostatismo e drenagem crônica da via as recomendações da ingesta hídrica adequada;
urinária com cateter;  Restrição de metionina (precursor da cistina);
 O exame de urina pode revelar proteinúria (menor que 1  Muitos pacientes não toleram o uso de álcali associado a
g/dia), pH alcalino, entre 7,5 e 8,0; quantidade aumentada de líquidos, e apresentam
desconforto abdominal e flatulência.
Tratamento

 Remoção completa de todos os cálculos, somado à


correção do estado obstrutivo e das anomalias presentes
no trato urinário;
 A nefrolitotomia percutânea é geralmente a abordagem
inicial;
 Para aqueles com anomalias urinárias impossibilitadas de
correção cirúrgica, ou com cálculos residuais impossíveis
de serem removidos, a ATBterapia profilática deve ser
prescrita por tempo indeterminado, utiliza-se antagonista
da uréase;

CÁLCULOS DE ÁCIDO ÚRICO – PREVENÇÃO

 Radiotransparentes;
 História familiar de gota geralmente está presente;
 Superprodução de ácido úrico, e excreção aumentada de
urina persistentemente ácida e baixos volumes urinários;
 Excreção de ácido úrico > 800 mg/dia em homens e >750
mg/dia em mulheres;

Tratamento

 Restrição de alimentos ricos em purinas (fígado, miolos,


aves, alguns peixes, aspargos, espinafre);
 Medicações que mantêm o pH urinário >6,5;
 Bicarbonato de poássio e o citrato de potássio (40 a 80
mEq/dia);
 Não utilizar SÓDIO para alcalinizar a urina pois exerce
efeito hipercalciúrico;

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