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São Paulo

História, Origens e
Monumentos.

Passeios pelo centro da Cidade

Professora: Andréa Penteado.


Um pouco do que sabemos
Após o Descobrimento do Brasil, em 22 de abril de 1500, a Coroa Portuguesa
passa a enviar para nossas terras bandeirantes - exploradores que vinham
desbravar e reconhecer as terras brasileiras.

Assim, chegou aqui João Ramalho, um bandeirante que começou a percorrer o


litoral paulista em 1513. O fidalgo português faz amizade com o chefe
indígena Tibiriçá, casa-se com sua filha e passa a ter a tribo lutando a seu favor
pela colonização e catequese das demais tribos. No mesmo ano, ele funda a
Vila de Santo André da Borda do Campo.

Em dezembro de 1553, recebe o Padre Jesuíta Manuel da Nóbrega, vindo de


Portugal com a missão de construir uma escola pública e gratuita para
alfabetizar os índios e também “catequizá-los”, segundo o Cristianismo.

O padre subiu a Serra de Paranapiacaba até a casa de João Ramalho, onde


foi recebido e passou a procurar um lugar para fundar a Igreja e Escola que
dariam início à Cidade de São Paulo. Escolheu uma colina chamada
Inhapuambuçu pelos índios, que ficava no alto do vale formado pelo Rio
Anhamgabaú .

Alí, Manuel da Nóbrega e os padres, também jesuítas, José de Anchieta e


Manuel de Paiva, após construírem, com ajuda dos índios, uma casinha de
taipa (para servir de Colégio) e um altar improvisado, no dia 25 de janeiro de
1554, rezaram a Missa que inaugurou o chamado “Real Colégio de
Piratininga”, data que consideramos a da “fundação de São Paulo”.

Após isto, os padres dão início à construção de alojamentos para a moradia da


comunidade que se formava, de um Colégio maior e também de uma Igreja. As
construções são inauguradas em 1556.

A partir daí, os portugueses mantêm-se vivendo na Vila de Santo André,


sob comando de João Ramalho, enquanto os índios vivem na comunidade
de Piratininga, sob a administração dos padres Jesuítas.

Logo, iniciam-se disputas de poder entre as duas comunidades, pois


diferiam no modo de pensar em “como tratar os índios”. Em 1560, Mem de Sá,
que era Governador - Geral do Brasil, evacua a Vila de Santo André e
transfere todos os moradores para Piratininga, inclusive o Pelourinho, que
passa a localizar-se na frente do Colégio Jesuíta. A vila, então, cresceu e
também seus campos cultivados e atingiu uma população de cerca de 1500
moradores.

Em 1640, os Jesuítas foram expulsos de Piratininga por lutarem contra a


escravização dos índios. Quando retornaram em 1653, o Colégio e a Igreja
estavam em ruínas. Reconstruíram um novo conjunto, mas logo são expulsos,
pela segunda vez, pelo Marquês de Pombal.

Em 1711, o rei D. João V de Portugal eleva a Capitania de São Paulo à


condição de Cidade. No entanto, esta não é próspera como outras (a do Rio de
Janeiro, por exemplo).

Em 1808, a família Real Portuguesa (D. João VI e D. Maria), fugindo das


invasões Napoleônicas, fixa-se no Brasil, no Rio de Janeiro e, em 1815,
declaram o Brasil não mais como uma colônia, mas como parte do Reino Unido
de Portugal e Algarve e nossa Cidade é promovia à capital da província
(estado) de São Paulo.

A 7 de setembro de 1822, D. Pedro I, filho do Casal D. João VI e D. Maria (que


já haviam retornados a Portugal), proclama a Independência do Brasil,
formando o Império Brasileiro, do qual ele próprio (D. Pedro I) é proclamado
Imperador.

Entre os anos de 1862 e 1872, a lavoura cafeeira começa a expandir-se. O


café “entra na moda” e é bebido em toda a Europa e São Paulo começa a
crescer.

Em 1872 inicia-se os serviços de águas e esgotos e, também, a iluminação


das ruas com postes à gás e a circulação de bondes puxados a cavalo.

Em 1884, surgem as primeiras linhas telefônicas e a partir de 1900 os


bondes e iluminação de ruas elétricos.

Com o “final” da escravidão – cuja pauta debate-se ainda- em 1888, faz-se


necessário resolver questões de mão de obra. Inicia-se os movimentos de
imigração. Em 1885, há cerca de 30 mil habitantes em São Paulo, já em 1905,
este número saltou para 300 mil. A última corrente migratória dá-se no início do
século XX e é marcada pela vinda dos japoneses. Antes disto, correram a São
Paulo primeiro os italianos, em maior número, seguidos dos espanhóis,
portugueses, alemães e russos, todos procurando trabalho, principalmente na
lavoura.

Com isto tudo, a população aumenta demais e há a necessidade de produzir-se


manufaturas para o comercio (roupas, sapatos etc.) Entre o final do século XIX e
o início do século XX (entre aproximadamente 1885 e 1910), crescem as
pequenas fábricas de fundo de quintal, porões etc.

É o início da indústria que foi dominado por aqueles imigrantes que sabiam
fazer “alguma coisa” “artesanal”, entre eles famílias como: Matarazzo,
Gamba, Jafet, Maluf, etc.
Deu certo. Em 1885, havia 326 empresas em São Paulo, e em 1907, já eram
4.145!!!

O crescimento da Indústria e comércio cresceu tanto que nossa capital passou a


perna no Rio de Janeiro (então, Guanabara, capital federal). E novos bairros
começaram a crescer: Lapa, Brás, Belenzinho, Mooca, etc.

Em 1924, deu-se em São Paulo a Revolução Tenentista (segunda do país, a


primeira foi no Rio de Janeiro, em 1922). Tenentes do exército levantaram-se
contra a Federação em prol do voto secreto, da centralização do poder, da
obrigatoriedade do ensino primário e da restrição do poder executivo.

Foram derrotados pelas tropas federais.

Alguns oficiais fogem para o Rio Grande do Sul e lá encontram Luis Carlos
Prestes que já havia organizado, também, uma coluna de esquerda, contra o
governo federal. Desta união nasce a Coluna Prestes, que marcha por todo o
país numa guerrilha de esquerda, até ser vencida em 1935, pelo governo do
Presidente Getúlio Vargas.

REVOLUÇÃO DE 30

A queda da Bolsa de Nova York, em 1929, desaba com o preço do café no


exterior, e com a queda do café a indústria cresce ainda mais em São Paulo
e as oligarquias da agricultura que sempre detiveram o poder político tentam
emperrar este crescimento.

Neste período o Brasil é comandado pela chamada Política do Café (estado de


S. Paulo que produzia café) com Leite (estado de Minas Gerais, maior produtor
de leite). Ora, o Presidente da nação é um mineiro, ora, é um paulista.

Os estados do Rio Grande do Sul e Paraíba, apoiados por Minas Gerais, lançam
um candidato Rio Grandense à Presidência: Getúlio Vargas. Mas ele perde
as eleições para Julio Prestes, rompendo a política do Café com Leite.

Acontece, então, o primeiro golpe de estado brasileiro. Uma Junta Militar,


guiada pelas oligarquias agrícolas, impede que o novo presidente tome
posse. Institui-se um Governo Provisório e Getúlio Vargas assume.
Sua maior herança à época foi a instituição das Leis Trabalhistas, a criação dos
Ministérios do Trabalho e do Comércio e Indústria.
REVOLUÇÃO DE 32.

O clima é de Ditadura. Os paulistas derrotados (pelos mineiros), organizam-


se para derrubar o poder e criam a Frente Única Paulista que defende o
desligamento de São Paulo do resto do Brasil.

Em 9 de julho de 1932, estoura a revolução separatista. A batalha estende-se


por 3 meses e São Paulo é derrotada em 2 de outubro, quando os rebeldes
rendem-se.

ROTEIRO DO CENTRO VELHO DE SÃO PAULO


O chamado Centro Velho é aquele onde nossa cidade foi fundada, entre os rios
Anhangabaú (Vale do Anhangabaú) e Tamanduateí. Toda a parte que vai do Largo do
Patriarca em direção à praça da República é considerada Centro Novo e começou a
desenvolver-se, apenas, a partir do final do século passado.

O Pátio do Colégio
Chama-se Pátio do Colégio o conjunto arquitetônico que incluía o “Real Colégio de
Piratininga” e a Igreja Jesuíta construída de taipa de pilão sob a direção dos padres
Manuel da Nóbrega, José de Anchieta e Manoel de Paiva, em 1556.
Embora o conjunto arquitetônico não seja mais o original, a configuração urbanística
(ruas, quadras etc.) é exatamente a mesma que foi concebida pelos padres para
abrigar a comunidade local.
O prédio original foi projetado pelo padre Afonso Brás (primeiro arquiteto em São
Paulo) e construído com ajuda dos índios guaianás.
Após a expulsão dos jesuítas em 1640, os prédios foram abandonados e
desmoronaram.
Em 1667, os jesuítas retornaram e construíram nova Igreja e Colégio, inspirados na
Igreja Nossa Senhora da Graça, de Olinda, obra do padre arquiteto Francisco Dias.
Com a segunda expulsão dos jesuítas, em 1759, o prédio do Colégio passou a sediar o
Palácio dos Governadores.
Em 1881, o Presidente de nossa Província, Florêncio de Abreu, reformou o
prédio, transformando-o radicalmente.
Dez anos depois, a Igreja foi interditada, pensando-se em construir, ali, o Congresso
Constituinte de São Paulo. A Diocese e a população recorreram à justiça e tiveram
reintegração de posse em 1896, mas, após ficar cinco anos fechada e sem
manutenção, a Igreja desmoronou.
Apenas em 1970, foi iniciada, com apoio de intelectuais e políticos paulistas, a
reconstrução do Pátio do Colégio, uma réplica idêntica àquela inaugurada em 1556.

Mosteiro e Igreja de São Bento


O Templo dos Beneditinos está construído ao lado de onde estava a Oca do índio
Tibiriçá.
Em 1598, foi erguida, ali, uma capela, a Nossa Senhora de Monte Serrat, e em 1600 o
frei Matheus d’Ascenção fundou o Mosteiro dos Beneditinos.
Nesse lugar, em 1641, os espanhóis da Vila do Piratininga, tentando tomar o poder a
Portugal, aclamaram Amador Bueno como novo Rei, que recusou a “honra”, negando-
se a trair a coroa portuguesa e refugiando-se na igreja dos beneditinos.
Entre 1911 e 1922, deu-se início à reconstrução do conjunto pelos arquitetos Richard
Berndl e Georg Przyrembel, dentro do estilo neoclássico, com rasgos góticos, bastante
severos, segundo os padrões alemães.
A decoração interna foi realizada pelo pintor e escultor Beneditino D. Adelberto
Gressnight, inspirada no quattrocento italiano.
O altar-mor é em mármore de carrara; o balcão lateral, em mármore amarelo e o coro
em madeira de imbuia.

Igreja de Santo Antonio


No mais rústico colonial brasileiro, não se sabe a data exata em que foi erigida, mas
documentos datados de 1592, citam-na. Com ajuda de alguns devotos, ela foi
reformada em 1717. Um grande incêndio no centro, em 1891, exigiu reparos que se
seguiram até 1894.
Seu frontispício é datado de 1899, financiado por doações da baronesa de Tatuí e da
condessa de Prates.

Solar da Marquesa de Santos


Adquirido pela Marquesa Maria Domitilia de Castro Canto e Mello; a Marquesa de
Santos, protagonista de um dos mais célebres “casos de amor “da história do Brasil,
em 1843; o solar é o remanescente vivo das moradias colônias do século XVIII, em
taipa de pilão.

Viaduto do Chá
A obra de construção do Viaduto, iniciou-se em 1888, e foi inaugurado em 1892. Seu
objetivo era unir o Centro Velho à Cidade Nova, separadas pelo rio Anhangabaú. Seu
nome provém de ser um prolongamento da, então, Rua do Chá (atual barão de
Itapetininga).
Seus metais foram inteiramente trazidos da Alemanha.
De início, cobrava-se um pedágio para sua travessia; que beneficiava ao Barão de
Tatuí e sua esposa, os proprietários. Quando caiu aos cuidados da municipalidade, em
1897, foi extinta a cobrança.
Na década de 30, o Viaduto já não suportava o tráfego da cidade e foi reprojetado,
reconstruído e reinaugurado em 1938.

Teatro Municipal
Construído entre 1903 e 1911, pelo arquiteto Ramos de Azevedo, foi inaugurado
com a ópera, adaptada da peça teatral de Sheakespeare, Hamlet.
É predominante o estilo barroco sobre alguns rasgos renascentistas (a título de
curiosidade: nome provém da palavra francesa barroque que nomeia as pérolas do tipo
“grão de arroz”, que são pérolas consideradas defeituosas. Assim, chamou-se barroco
aquilo que era exageradamente entalhado, retorcido e decorado. Por volta de 1500,
quando os portugueses chegaram ao Brasil, iniciava-se na Europa - época dos palácios
e impérios - uma moda chamada Renascentista. Atingiu as três áreas da Arte, a
plástica, o teatro e a música, bem como a dança, a arquitetura e a decoração. O nome
Renascimento refere-se ao renascimento das artes, arquitetura e filosofia dos
Gregos Antigos - Antiguidade, datada de cerca de 3000 a.C. a 350 a.C.; seu
período mais áureo. De fato, os Gregos foram dominadores de grande perfeição,
suas pinturas e esculturas representavam a natureza e as figuras humanas de modo
perfeito; a arquitetura era portentosa, elegante e, ao mesmo tempo, sóbria, sem
exageros demais, onde um homem “sentia-se bem”; o teatro e a música (tragédia e
comédia Gregas) eram capazes de comover a qualquer um; e a filosofia,
extremamente humanista, buscava compreender a alma humana e enobrece-la,
acreditando na igualdade entre os homens, no direito à liberdade e à justiça. A moda
renascentista espalhou-se por todo o continente europeu e durou cerca de 100 anos.
Conforme o tempo passava, os artistas iam exagerando cada vez mais o “virtuosismo”
com que copiavam a natureza. Iam colocando enfeites e enfeites, até tornar a produção
exagerada demais. Então, os críticos da época, num tom pejorativo apelidaram a nova
tendência que surgia em meados do século XVII de “barroque”: algo exagerado e
enfeitado para além do belo). O portal de entrada é decorado ao estilo Luis XV.
O interior do Teatro Municipal paulistano é luxuosamente decorado com mármores
italianos, estuques de gesso, pinturas, espelhos e sancas.
O prédio foi totalmente reformado em 1991.

Atual Prédio da Secretaria de Esportes e Turismo


Antigo prédio do Banco de São Paulo, é um exemplar da arquitetura Art-decó, da
primeira metade do século. Seu projeto é do arquiteto Álvaro Botelho.
Edifício do Banespa
Projeto do arquiteto Plínio Botelho do Amaral, foi modificado pela construtora Camargo
e Mesquita para assemelhar-se ao Empire State Building, um dos mais famosos
edifícios de Nova York. Sua construção data de 1939 a 47.

Palácio da Justiça
Construído entre 1920 e 1933, por Domiziano Rossi; tem estilo renascentista tardio,
com excessivos adornos e barroquismos. Seu interior é luxuosamente adornado com
mármores italianos e metais, tendo por característica o desprezo aos aspectos
funcionais.

Catedral da Sé
Projetada pelo arquiteto Maximiliano Hehl, foi concluída em 1954.
Construída em granito, obedece ao mais rigoroso estilo Gótico (predominante no
período medieval europeu).
Tem 111m de comprimento, por 46m de largura, 65m de altura na cúpula central.
Possui um órgão alemão de 10 mil tubos; o maior das Igrejas brasileiras e um Carrilhão
(relógio de sinos) com 59 sinos, que toca diferentes músicas.
Em sua cripta jazem todos os bispos de São Paulo, além das cinzas do regente Feijó e
do Chefe Tibiriçá.

Marco Zero
Inaugurado em setembro de 1934, é o Marco Zero, geográfico de São Paulo. Todas as
ruas e numerações partem deste marco para fora.

Link recomendado:

ONG VIVA O CENTRO, CONTÉM OS MAPAS DO CENTRO VELHO DE SÂO


PAULO, ROTEIROS, ETC.

< http://www.vivaocentro.org.br/bancodados/roteiro_turistico/index.htm >


UMA DAS SUGESTÕES DE ROTEIRO DO VIVA O CENTRO:

Roteiro C: Pátio do Colégio

PONTOS TURÍSTICOS

REFERÊNCIA - NOME DO PONTO TURÍSTICO


NO MAPA (Os locais mais importantes e conhecidos estão marcados com )
1C - Pátio do Colégio
Próximo 1C - Museu Pe. Anchieta
Próximo 1C - Capela de Anchieta
Próximo 1C - Ladeira General Carneiro (Aberta em 1842)
Próximo 1C - Viaduto Boa Vista
2C - Primeiro Tribunal da Alçada Civil
3C - Secretaria Municipal de Negócios Jurídicos Início séc. XX
4C - Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania
5C - Centro Cultural da Caixa Econômica Federal
6C - Solar da Marquesa de Santos – Museu da Cidade de São Paulo
7C - Beco do Colégio
8C - Casa no. 1

http://www.vivaocentro.org.br/bancodados/roteiro_turistico/roteiro_c.htm

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