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ESTRUTURA DO
DOCUMENTO BASE
NACIONAL COMUM
CURRICULAR/2017
Autor
Reitor da UNIASSELVI
Pró-Reitora do EAD
UNIASSELVI
ETAPA 2
ESTRUTURA DO
DOCUMENTO BASE
NACIONAL COMUM
CURRICULAR/2017
1 INTRODUÇÃO
Caro aluno, para conhecer a estrutura da Base Nacional Comum Cur-
ricular na intenção de aproximar as práticas pedagógicas às necessidades
do estudante, cabe considerar sua concepção sócio-histórica sobre o que
é educação e ensino-aprendizagem, representados nas habilidades e com-
petências evidenciadas pelas políticas públicas que organizam e sustentam
o cenário escolar.
Para tanto, este estudo procurará apresentar a Base numa forma planifi-
cada, pois este documento, por ser extenso, pode denotar certa dificuldade
quando é necessário acessá-lo de forma rápida, ou ainda pode dar margem
para estranhamento por ser algo novo e ao mesmo tempo inovador no sen-
tido de trazer ‘os conteúdos e seus componentes curriculares’ num mesmo
arquivo, com uma sequência organizada do simples ao complexo.
Tal exposição sempre acontecerá num espaço público e democrático. Veja que para alguns, esse
direcionamento da Base pelas habilidades e competências descritivas e normativas descreve
um cenário elaborado por regras a serem seguidas, ou até mesmo impostas, que determinam o
currículo para a nação, apesar de suas diferenças. Neste cenário, o currículo está entre muitas
constatações, sendo “construções sociais que atendem a determinadas finalidades da educação
e, por isso, reúnem sujeitos em determinados territórios, sustentam e são sustentadas por relações
de poder que produzem saberes” (LOPES; MACEDO, 2011, p. 121).
Por outro lado, justamente porque a sociedade é denunciada pelas
diferenças, que há a necessidade de um norte na educação, um farol a ser
seguido para que os episódios de exclusão, quando acontecerem, se ate-
nuem, uma vez que todo cidadão é igual, o que o torna diferente são as
possibilidades de constituição.
A BNCC está envolta às concepções que, por ora, se entrelaçam, se
opõem, assim como todos os demais documentos que orientam um princípio
de igualdade, haja vista que ela foi criada sob tensões de posicionamentos
políticos.
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
É possível compreender como a educação é vista pela Base por meio
desta representação. Num primeiro momento, observam-se dois grandes
eixos denominados de habilidades e competências, ou seja, este documento
vislumbra a educação a partir do trabalho em fatias, que juntas formam o
todo, ou seja, as habilidades consolidadas são sacramentadas na competên-
cia de/para.
Justamente por acreditar nesse funcionamento de ensino, a Base foi
organizada em competências, versando perspectivas gerais específicas da
área de conhecimento e do componente curricular uníssonas aos níveis da
Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, conforme será repor-
tado ao longo do texto. No entanto, o que significa o termo “competência”
aos olhos da Base? Na BNCC, competência está “definida como a mobiliza-
ção de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas,
cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas
complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo
do trabalho” (BRASIL, 2017, p. 8).
A partir destes significados, percebe-se que a competência está voltada
ao movimento, ao sair de uma posição, a uma ação que visa ao impulso,
à participação e ao envolvimento, ou seja, para o estudante conquistar a
competência, ele tem que sair da sua zona de conforto, assim como todos
que estão a sua volta. Portanto, o que a Base propõe ao ser organizada por
competência é a disposição, seja ela para o aluno, o professor, os órgãos
públicos e gestores.
Na intenção de abranger a todos, a BNCC traz três modalidades de
competências, sendo: as gerais, as específicas de área e ainda as específi-
cas do componente, para o caso de as áreas compreenderem mais de um
componente. Na sequência, serão expostas suas competências gerais:
Veja que a figura traz o panorama do código. As suas duas primeiras letras
representam a etapa em curso, neste caso, Ensino Fundamental; os números
na sequência sinalizam os anos escolares a que se referem tal habilidade,
aqui representando o 6º e o 7º ano; quando forem habilidades para os 6º,
7º, 8º e 9º anos, serão representados desta forma: “EF69”. O segundo par de
letras contidas no código refere-se ao componente curricular, no caso deste
exemplo, Educação Física; na sequência, o último par de números representa
a posição da habilidade, neste caso, a habilidade exposta é a primeira.
Vale salientar que a ordem das habilidades não indica grau de relevância
entre elas, a numeração é somente questão de arranjo e de organização,
conforme o documento mostra: “Vale destacar que o uso de numeração
sequencial para identificar as habilidades de cada ano ou bloco de anos não
representa uma ordem ou hierarquia esperada das aprendizagens” (BRASIL,
2017, p. 31). Portanto, a ordem é uma questão de clareza e precisão.
Assim, o que a Base Nacional Comum Curricular propõe é que a escola
ofereça conhecimento a partir do mínimo que ela descreve, ou seja, o aluno
não pode encerrar um ciclo, uma série, em dívida com este mínimo. O que
se espera é além do que é proposto.
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
A Figura 9 configura de forma geral e sintetizada todos os elementos
que foram apresentados, mostrando que a Base acentua e sistematiza o que
já era conhecido dentro da esfera escolar e isso poderá ser visto também no
nível do Ensino Médio com algumas anuências.
Embora isso soe como algo que foi manifestado pela BNCC, de acordo
com Alves (2019, p. 108), os itinerários “não são uma novidade da BNCC, já
estavam previstos na atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais do
Ensino Médio pelo CNEM, Parecer CNE/CEB nº 5/2011”.
Os campos de atuação social no Ensino Médio contextualizam as prá-
ticas de Linguagem de Língua Portuguesa e se relacionam com os campos
do Ensino Fundamental, de acordo com a exposição do quadro na Figura 11.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Caro aluno, fazer um caminho que leve ao conhecimento do processo
de aprendizagem estruturado nas duas versões da BNCC, sendo a primeira
de 20 de dezembro de 2017, formulada para a Educação Infantil e o Ensino
Fundamental, e a segunda de 14 de dezembro de 2018, para o Ensino Médio,
foi retomar as memórias de outros documentos e até mesmo as memórias
acerca do tempo em que a BNCC foi sendo construída pelas mãos e con-
cepções do homem materializadas nas habilidades e competências.
Frente às concepções que foram tecendo esse estudo, pode-se constatar
que a Base Nacional Comum Curricular é um documento de ressignificação
de sentidos, buscando aprimorar alguns acontecimentos no espaço escolar
e garantir a educação de qualidade para todos, uma vez que ela é “um do-
cumento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressi-
vo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao
longo das etapas e modalidades da Educação Básica” (BRASIL, 2017, p. 7).
Uma previsão do que é básico na aprendizagem do estudante, um cidadão
de direitos já defendidos na CF/88.
Nota-se, ainda, que esse documento, além de evidenciar a aprendizagem
mínima traduzida nas habilidades e competências que o estudante deve ter,
exorta para a responsabilidade de todos quanto à educação sistematizada,
dado que tudo é apresentado numa ordem gradativa e isso é muito conside-
rável, porque o estudante tem a possibilidade da retomada para garantir sua
aprendizagem e, na sequência, algo novo é exposto e deve ser explorado pela
escola na missão de cumprir o seu papel de gestora do conhecimento, assim
como a família, de acompanhar, e dos órgãos públicos, de sustentar o ensino.
Ela se desenvolve a partir de três competências, denominadas de
Competências Gerais, Específicas e da Área, que vão sendo articuladas a
outros denominadores, que na Educação Infantil responde como direitos
de aprendizagem, sendo: conviver; brincar; participar; explorar; expressar e
conhecer-se.
REFERÊNCIAS
ALVES, V. M. S. História na Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio:
alguns apontamentos. Escritas: Revista do Curso de História de Araguaína, v.
11, n. 1, p. 99-115, 2019.