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GM DO

BRASIL
COMEÇOU
SUAS
ATIVIDADE
S EM 1925,
EM UM
GALPÃO
NO
BAIRRO
PAULISTA
NO DO
IPIRANGA
2015-01-26

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Word Añade este
 Além de modelos
Chevrolet, linha
montava carros
da Cadillac,
Buick e
Oldsmobile;
produção inicial
era de 25 carros
por dia
 Os chamados
caravanistas
eram os
responsáveis por
levar, rodando,
os veículos da
fábrica aos
clientes pelo
país; vendas
eram feitas por
150 ‘agentes’
SÃO CAETANO DO
SUL – No início dos
anos 20, o Brasil e a
General Motors ainda
não se conheciam, mas
já tinham muita coisa em
comum. A principal
delas: estavam em plena
ebulição.

Com pouco mais de dez


anos, a GM, fundada em
1908 pelo comerciante
americano de carros
William C. Durant, um
empreendedor como
poucos na época, já
havia incorporado
importantes fabricantes
de veículos e dominava
mais da metade do
mercado norte-
americano em seu
segmento.

Estavam sob sua batuta


linhas de produção
como a do elegante
Cadillac, do Oldsmobile,
produzido dede 1897, e
da Chevrolet, comprada
definitivamente em
1918. Esta última foi
fundada por Louis
Chevrolet em 1911, que
começou sua carreira
consertando bicicletas e
competindo como
ciclista. Ele conheceu o
fundador da GM ao
pilotar os automóveis
Buick em competições, e
juntos fundaram a
Chevrolet Motor Car
Company, que Louis
deixou em 1913.
Enquanto isso no Brasil,
o ritmo das inovações
ainda estava muito
aquém do fervor
industrial dos Estados
Unidos. O primeiro
veículo automotor a
rodas no país foi trazido
por Santos Dumont em
1890. No estado de São
Paulo trafegavam
apenas 16 veículos
quando, em 1903, foram
editadas as primeiras
normas de trânsito.
Mas o melhor estava por
vir. Por volta de 1920,
abastecido pelo campo,
o Brasil viveu momentos
de entusiasmo com o
aumento das vendas de
café no mercado
internacional. O poder
aquisitivo daqueles que
já detinham o dinheiro
começou a aumentar
ainda mais. Em 1923, já
circulavam 30 mil
veículos pelas ruas do
país.
O crescimento da frota
coincidiu com o plano da
General Motors de se
internacionalizar. Após
deter sete linhas de
veículos, além de peças,
e de consolidar sua
posição no EUA,
construiu uma fábrica
em Copenhague, capital
da Dinamarca, para
atender aos países
escandinavos, como
Áustria, Alemanha e
Rússia. No ano
seguinte, foi para a
Bélgica. Em 1918,
chegou ao Canadá, a
partir da compra da
Chevrolet Motor
Company. Em seguida,
adquiriu o controle da
Opel, na Alemanha. Em
1925, foi a vez da
Vauxhall Motors Ltd., na
Inglaterra.

A primeira linha de
montagem
Naquele mesmo ano, a
General Motors chegou
ao Brasil e à Argentina,
por meio da
Manufacturing Facility. A
Companhia Geral de
Motores do Brasil foi
registrada no
Tabelionato de São
Paulo no dia 26 de
janeiro de 1925.
Naquele mês, deu-se o
início das obras da
primeira linha de
montagem. O local
escolhido era um grande
galpão localizado na
Avenida Presidente
Wilson, 201, no bairro
paulistano do Ipiranga,
símbolo da emergência
industrial da metrópole
nos anos 20, próximo da
ferrovia Santos-Jundiaí.

Em setembro, oito
meses depois da
fundação, a empresa
trouxe a público seu
primeiro carro com a
marca Chevrolet. A partir
dali, no Brasil, a GM
nunca mais parou. A
companhia trazia em
CKDs (veículos
totalmente
desmontados) todos os
seus modelos das
marcas Buick,
Oldsmobile, Chevrolet,
Oakland, Cadillac e
Pontiac. A produção
inicial era de 25
unidades por dia. No
ano seguinte, a marca
elevou-se para 40
unidades diárias e, em
1927, para 150 por dia.
O ano de 1926 reuniu
marcos importantes para
a General Motors: mais
de 150 agentes vendiam
carros da empresa em
todo o país; começou a
circular a revista da
companhia; e foi
realizada uma grande
exposição de
automóveis. Dias antes
do evento, as principais
ruas de São Paulo foram
tomadas por quase uma
centena de carros que
anunciavam a
exposição. Resultado:
cerca de 40 mil pessoas
deslumbravam-se com o
mais novo sonho dos
brasileiros – os
automóveis.

No ano seguinte, foi


produzido o Chevrolet
de número 25 mil, o que
era fabuloso para o
Brasil da época. Para
registrar a data, a GM
organizou um evento na
fábrica, durante a
montagem de um carro,
reunindo pessoas
importantes, como
diretores de um banco
de Nova York e
executivos da General
Motors Corporation. O
carro foi montado em 20
minutos, impressionando
os convidados ali
presentes.

Os cerca de 800
funcionários da fábrica
do Ipiranga, boa parte
imigrantes, estavam
admirados com a
transformação que o
pátio sofria da noite para
o dia. No final do
expediente, os
trabalhadores
observavam o local
cheio de veículos,
prontos para a entrega.
Na manhã do dia
seguinte não havia mais
nenhum. Todos os
automóveis haviam sido
retirados pelos
chamados caravanistas,
os motoristas que os
conduziam para os mais
variados pontos do país.

Objeto de desejo

A localização da fábrica
era estratégica: um dos
locais mais
movimentados de São
Paulo na época. A
capital paulista tinha 700
mil moradores, perdendo
para o Rio de Janeiro.
Sua vantagem, no
entanto, era a ebulição
da indústria, sinalizando
que a cidade seria o
grande polo no país, que
somava então 34
milhões de habitantes.
Embora fossem
acessíveis apenas à
parcela mais abastada
da população, os carros
já eram o grande desejo
de muita gente.

Desde o início a General


Motors teve a
sensibilidade de
trabalhar com os
públicos, incluindo
potenciais
consumidores. Aos
ricos, uma propaganda
para lá de direcionada,
como em um anúncio
impresso na década de
20: “Os hábitos da vida
social impõem aos
elementos de escol a
obrigação de só
escolher para o seu uso
aquilo que condiz com a
sua distinção individual.
É essa razão porque o
carro La Salle,
construído pela fábrica
Cadillac, tem sido
distinguido pela
preferência dos
exigentes desde seu
aparecimento”. Já para a
população de menor
poder aquisitivo a
publicidade dizia: “O
preço reduzido do novo
Chevrolet não impediu
que se dessem ao
público os melhores
rolamentos que se
podem adquirir”.
A propaganda foi um
dos trunfos da GM
trazidos dos Estados
Unidos. Boa parte das
peças se referiam ao
sucesso da empresa
entre os americanos. De
Detroit, capital da
velocidade e sede da
GM, a paixão por carros
foi transmitida para todo
o mundo, inclusive para
o Brasil.

Em 1928, a empresa
alcançou a marca de 50
mil veículos produzidos.
A capacidade da fábrica
do Ipiranga estava
praticamente esgotada.
Era preciso partir para
um local mais espaçoso.
Sim, a empresa e seus
automóveis tinham sido
muito bem recebidos
pelos brasileiros. E era
preciso crescer para
atender a uma

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