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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SANTA COMBA DÃO

CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE GESTÃO E PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS


INFORMÁTICOS
2013-2016
PROGRAMAÇÃO E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

MÓDULO 12 – Introdução aos Sistemas de Informação (28 aulas/45min)

Sistemas de Informação

O termo sistema aplica-se a um conjunto de


elementos em interação, organizados em
função de um objetivo. Dependendo do nível
de especificação podemos confirmar a
existência de sistemas dentro de sistemas
cujos objetivos individuais contribuem para o
resultado do sistema na globalidade.

Um sistema de informação (SI) é o conjunto


de recursos utilizados para recolher e tratar
os dados e a informação que são
importantes para a atividade de uma
organização.

Os objetivos de um sistema de informação


passam por satisfazer as necessidades de
informação de uma organização, recolhendo
dados e informação, processando e armazenando, distribuindo e disponibilizando a informação a quem dela necessita.

Hoje em dia os sistemas de informação são baseados em computadores, dados as suas qualidades de processamento e
armazenamento de dados e informação. Há alguns anos os sistemas de informação eram constituídos por dossiers,
armários, folhas de papel e agrafos.

Os sistemas de informação devem ser concebidos tendo em conta os níveis típicos de uma organização, as
necessidades de informação não são iguais para todos os membros da organização nem nos diferentes níveis.

Níveis de uma organização Tipos de informação


Informação de longo prazo (p.ex. total de portas vendidas
Estratégico por modelo, por ano, produtividade por setor)

Informação de médio prazo (p.ex. quantas portas foram


Tático vendidas, qual as quantidades de matérias primas a
encomendar para o mês?)
Dados do dia-a-dia da organização (p.ex. quantas portas
Operacional foram produzidas, existe stock suficiente para hoje?)

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Fases de desenvolvimento de um sistema de informação

O processo de desenvolver um sistema de informação não se resume ao ato de programar, estes sistemas são
complexos e não é possível conceber um sem planear totalmente o sistema. Quanto melhor for o plano melhor será o
resultado, não dependemos da sorte. Quanto melhor o plano menores os riscos que corremos de ter de refazer o
trabalho.

As principais fases do desenvolvimento de um SI:

1. Planeamento

Nesta fase é tomada a decisão de construir o sistema ou renovar o existente. Para esta decisão é necessário
criar um estudo de viabilidade que inclua uma análise dos custos e dos benefícios do projeto.

2. Análise
Nesta fase o trabalho depende dos analistas de sistemas, são eles que fazem um levantamento dos requisitos,
definem as especificações e criam um modelo conceptual do sistema, descrevendo a solução técnica que é
necessária. Nesta fase o analista define o que o sistema tem de fazer.

3. Desenho
Esta fase parte do plano criado na fase anterior, os analistas criam a arquitetura global do sistema, com
indicações técnicas detalhadas para os programadores saberem como devem desenvolver os programas.
Nesta fase o analista define como o sistema deve fazer o que tem de fazer. É fundamental fazer uma análise
das possíveis soluções técnicas (a nível de hardware e software) que podem fazer parte do SI. Deve ser
indicado que tipo de sistema informático vai ser necessário (computadores, discos, redes, sistemas operativos,
dispositivos móveis, etc.) bem como o sistema de gestão de bases de dados a utilizar, a estrutura da base de
dados, os programas a desenvolver especificando: o modelo lógico e físico das bases de dados, o desenho dos
esquemas lógicos (fluxogramas, algoritmos, árvores e tabelas de decisão), desenhos dos processos e fluxos de
dados existentes no sistema (que vão dar origem aos programas), desenho de interfaces (menus, formulários,
etc) dos programas e ainda os outputs como por exemplo as impressões.

4. Implementação
A fase de implementação é o trabalho de programar o sistema, os programadores munidos dos planos criados
nas fases anteriores desenvolvem os programas.

5. Testes e instalação

Teste do módulo X
Testes de
Testes de Testes de Sistema
integração
Teste do módulo Y aceitação instalação pronto
dos
módulos
Teste do módulo Z

Imagem retirada do livro “Sistemas de Informação”, Porto Editora, Artur Augusto Azul

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Esta fase é fundamental para a qualidade do produto final. É fundamental realizar testes de modo a averiguar
que os objetivos do sistema são alcançados, verificando se as funcionalidades definidas inicialmente estão
implementadas de acordo com as especificações.
Devem, ainda, ser conduzidos testes de carga ao sistema, verificando o volume de dados que o sistema poderá
processar (em termos de número de utilizadores) bem como a capacidade de guardar esses dados.
Os futuros utilizadores do sistema devem ser chamados a participar nesta fase de modo a realizar testes de
aceitação do sistema.
Após a avaliação positiva do sistema nos testes passamos à fase de instalação e formação dos utilizadores.

6. Manutenção
A manutenção do SI pode incluir diferentes tarefas, desde o simples apoio aos utilizadores até à resolução de
problemas que ocorram, para além de possíveis atualizações ou alterações às funcionalidades inicialmente
criadas.

Modelação de processos

Compete aos analistas de sistemas criar modelos dos sistemas de informação a criar. Um modelo é uma representação
da realidade do sistema. Para definir o modelo existem duas fases: a modelação dos processos e a modelação dos
dados.

Diagrama de Fluxo de Dados

Os DFDs são a ferramenta mais utilizada para a modelação de processos de um SI.

Um diagrama de fluxo de dados é uma representação gráfica do fluxo dos dados através de um sistema de informação.
Trata-se de um processo preliminar de desenvolvimento de um sistema de informação, no qual se elabora uma
imagem global do sistema.

Os DFDs também são utilizados para criar uma visualização do processamento dos dados através de um desenho
estruturado.

O DFD mostra o tipo de informação que o sistema recebe e envia, bem como a origem da informação e onde esta é
armazenada. Este diagrama não mostra a sequência dos processos ou se a informação é processada em sequência ou
em paralelo.

Um DFD representa os processos, os fluxos de dados, os arquivos ou depósitos de dados e as entidades externas.

Autor Entidade externa Fluxo de dados Processo Arquivo de dados

Calcular
DeMarco Cliente total Encomendas

Gane/Carson Cliente Calcular total Encomendas

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Processos – são as operações ou funções que um SI deve desempenhar (operações que lidam com dados ou
informação); Correspondem a operações de entrada, transformação ou saída de dados de um determinado ponto do
sistema. Exemplos: receção e validação ou rejeição de encomendas; cálculo do valor global da encomenda; etc. Cada
processo corresponderá a um módulo ou função a desenvolver pelo programador. O nome do processo deve ser
indicado por um verbo no infinitivo e o seu objeto.

Fluxos de dados – dados que circulam na organização (entre processos e outras entidades); Nos DFDs os fluxos de
dados têm de estar sempre ligados a um processo, entrando ou saindo.

Arquivos de dados – local onde os dados são guardados; representam conjuntos de dados que o sistema necessita,
por exemplo, os dados de clientes, produtos, etc. Normalmente correspondem a ficheiros ou tabelas de uma base de
dados.

Entidade externa – são externas ao sistema e dão origem aos dados ou são destinatários dos outputs. Podem ser
pessoas ou organizações ou até outros sistemas.

A elaboração de um DFD deve ser feita através de uma abordagem top-down, começando de um nível mais geral para
ir aumentando o detalho conforme vamos conhecendo melhor o sistema.

É comum desenhar em primeiro lugar o diagrama de contexto (nível 0), que mostra a interação entre o sistema e as
entidades externas. Este diagrama permite definir os limites do sistema, o que está dentro do sistema fará parte do
sistema de informação e do processo de modelação.

Este diagrama de contexto é depois “explodido” para produzir um DFD de nível 1 que mostra algum detalhe do
sistema a modelar. No nível 1 do sistema dividimos o processo inicial em subsistemas (processos), cada qual processa
a informação de entrada e saída, para além de promover as funcionalidades do sistema como um todo. Neste nível
também são identificados os arquivos de dados.

Exemplo de um DFD

Uma loja de um centro comercial pretende implementar um sistema de vendas (vulgo POS – Point of Sale System) que
além de permitir processar as vendas do dia-a-dia deve fornecer relatórios para o gestor com informação estratégica
do negócio.

DFD – nível 0

DFD - nível 1

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Dicionário de dados

Os DFDs dão uma imagem visual da forma como os dados circulam entre processos, entidades e arquivos de dados
dentro de uma organização.

Para a análise de sistemas essa representação pode ser muito valiosa, mas também insuficiente se não for
acompanhada de descrições detalhadas e rigorosas acerca das caraterísticas dos dados referidos. É para isso que
existem os chamados dicionário de dados.

Um dicionário de dados é uma coleção de dados sobre dados, ou seja, é uma descrição detalhada, rigorosa e exaustiva
dos vários tipos de dados de um SI ou BD, tornando-se assim fundamental para a elaboração das bases de dados ou
ficheiros com que o sistema terá de lidar.

Algumas regras importantes para a elaboração dos DFDs

Um DFD parece ser relativamente simples de fazer, são poucos elementos diferentes a considerar e só algumas setas…
Uma boa maneira de saber se o DFD está terminado é aplicar um simples teste: pedimos a uma pessoa que não
conheça o sistema para fazer uma leitura do DFD descrevendo o sistema com base no que lê no diagrama. Se a leitura
refere os aspetos principais do sistema então podemos considerar que o DFD é razoavelmente adequado.

Fluxos de dados ilegais

Os fluxos de dados têm de começar ou terminar sempre num processo.


Todos os fluxos de dados existentes num nível devem aparecer no nível seguinte, o que adiciona mais detalhe.
Princípio da conservação dos dados:
- todos os dados que saem de um processo têm de ser produzidos por esse mesmo processo

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- os dados que saem de um arquivo de dados têm de ter por base um fluxo de dados de entrada no mesmo
arquivo;

Processos com erros

Os processos devem ter sempre fluxos de entrada e de saída, pelo menos um de cada. Quando um processo só tem
fluxos de entrada e não de saída é conhecido como um buraco negro. Quando um processo tem saídas e não tem
entradas é um milagre.
Os processos só devem ter outputs que podem gerar a partir dos inputs.
Os processos devem ser numerados para facilitar a identificação, sem repetições.
Quando se divide um processo para aumentar o detalhe, todos os fluxos, entidades e arquivos ligados ao processo têm
também de existir no nível de maior detalhe.

Bibliografia

Sistemas de Informação, Técnico de Informática de Gestão – Artur Augusto Azul – Porto Editora

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