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Continuada a Distância
Curso de
Hiperatividade/Transtorno de
Déficit de Atenção
Aluno:
MÓDULO I
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na bibliografia consultada.
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MÓDULO I
TIPOS DE ESTUDO
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tempo. A partir de um controle rigoroso, é possível obter a validade interna, que é a
capacidade da amostragem de permitir assumir, no final do estudo, qual a direção e o
valor das relações causais observadas. Nesse estudo, a validade externa não é grande,
já que não se pode generalizar a partir de sujeitos únicos, mas pode ser aumentada
mediante a repetição do estudo com diferentes casos. Trata-se de um modelo de
pesquisa pouco utilizado com pacientes com TDAH, segundo a literatura. As
desvantagens desse tipo de estudo são as informações originais incompletas; má
memória das informações; a escolha não-aleatória dos casos, além do longo tempo de
pesquisa. Em estudo realizado no nosso meio, Golfeto (1997ª) exemplifica a utilidade do
estudo de caso para o acompanhamento de pacientes com TDAH ao longo do tempo.
Johnston (1996) chamou a atenção para a necessidade da realização de
estudos retrospectivos do TDAH, pois poucos analisam a vida pregressa dessas
crianças e a de seus pais. Entretanto, os estudos retrospectivos apresentam problemas
metodológicos de difícil resolução. Examinando prontuários antigos, precisamos decidir
quais crianças pertenceram ao grupo do TDAH.
Estudos longitudinais com grupo-controle seriam os mais adequados para nos
dar maior precisão da definição do TDAH, bem como das diferenças de acordo com
sexo e etapas do desenvolvimento (Barbosa e Gaião, 2001). Entretanto, são mais
difíceis de ser implementado logisticamente e de custo muito mais elevado (ver, na
seqüência, a descrição dos estudos longitudinais no TDAH).
ESCALAS DE AVALIAÇÃO
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Esses instrumentos podem ser aplicados utilizando o ponto de corte, o que vai
permitir detectar, a princípio, crianças “prováveis positivas” para esses transtornos,
facilitando assim a avaliação diagnóstica que será realizada pelo especialista, mediante
cuidadosa história clínica contada por pais e professores.
As escalas de avaliação não são instrumentos de diagnóstico porque sofrem de
uma baixa especificidade e sensibilidade, sendo úteis para as pesquisas de
porcentagem da sintomatologia e no rastreio diagnóstico da sintomatologia do
transtorno. O uso de escalas de triagem esbarra no limite clínico, pois a hiperatividade
ocorre em outros transtornos psiquiátricos além do TDAH, facilitando, assim, a detecção
de casos falso-positivos. Além disso, são poucos os instrumentos validados e
normatizados para a população brasileira.
Sexo e idade
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entrevistas estruturadas nos pais e as 216 crianças foram submetidas a exames
neurológicos, neuropsicológicos e testes de habilidades específicas. A amostra final de
108 crianças; 8,3% de meninos com TDAH e 0% de meninas. A prevalência de
sintomas hipercinéticos foi de 34,3% em meninos e 26,9% em meninas; a prevalência
de impulsividade foi 24,2% em meninos e 19,4% em meninas; a prevalência para a
desatenção foi de 24,1% em meninos e 10,2% em meninas. Esses pacientes foram
reexaminados aos 13 anos de idade, e os dados apontaram 3% de meninos com TDAH
e 0% das meninas, sendo que a amostra foi de 95 meninos e 96 meninas. A prevalência
para o sintoma de hiperatividade foi de 18% nos meninos e de 4% nas meninas. Os
sintomas de desatenção e impulsividade não foram detectados.
Entretanto, alguns estudos tendem a mostrar que a taxa de prevalência do
TDAH é semelhante entre os sexos. Breen e Altepeter (1990), em estudo sobre
diferenças comportamentais e cognitivas entre meninos e meninas com TDAH,
observavam que não houve diferença significativa entre os sexos. Esse foi o primeiro
trabalho a divergir dos pesquisadores da época, quando, segundo Gaião (2001), ainda
não se predizia a igualdade da freqüência do TDAH em ambos sexos.
Idade
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aumentada nessa fase do desenvolvimento (Golfeto, 1997a e b).
Os sintomas podem persistir na adolescência e na vida adulta, e nesse período
etário o diagnóstico torna-se mais difícil. Um fator complicador no diagnóstico para o
TDAH na adolescência e na vida adulta é que as co-morbidades do TDAH são mais
facilmente identificadas como o problema principal ou mais grave. Tal fato dificulta o uso
de técnicas metodológicas para calcular a taxa de prevalência desse transtorno na
população (Mannuzza e cols., 1998).
Em um estudo sobre TDAH, com 15 anos de duração, Weiss e Hechtman
(1993) referiram que 66% das crianças diagnosticadas com TDAH, quando adultas,
continuavam apresentando, de forma total ou parcial, déficit de atenção. Lambert e
colaboradores (1987), em um estudo epidemiológico, demonstraram que, cinco anos
depois, 43% das crianças diagnosticadas com TDAH ainda apresentavam
hiperatividade, enquanto Gittelman e colaboradores (1985), em um estudo prospectivo
com adolescentes e adultos masculinos, todos diagnosticados no passado com TDAH,
encontraram 32% destes com déficit de atenção e hiperatividade. Weiss e
colaboradores (2000) mostram porcentagem de persistência de 60%; Barkley e
colaboradores (1990) sugerem porcentagem de persistência em torno 65% Hart e
colaboradores (1994) indicam porcentagem de persistência um pouco acima de 60%; e
Biederman e colaboradores (1996) mostram porcentagem de persistência maior do que
80%. Os estudos longitudinais de Wender (2001) mostraram taxa de prevalência entre 2
e 7% de TDAH em adultos, numa proporção de dois homens para uma mulher. Esse
mesmo autor estima que de 60 a 70% das crianças que apresentavam TDAH continuam
com esse diagnóstico na vida adulta.
Concluímos, assim, que a persistência desses transtornos, apesar de estudos
de prevalência distintos, confirma-se com uma cifra elevada.
Portanto, o pressuposto de que o transtorno desapareceria com a entrada na
adolescência não tem suporte na literatura científica.
Percebe-se, ainda, que a persistência do transtorno na vida adulta pode estar
associada a um prognóstico ruim para esses pacientes. Babinky e Lambert (1999)
estudaram a relação entre TDAH, transtorno de conduta na infância e atividades
criminais, utilizando o DSM-IV como critério diagnóstico. A amostra constou de 230
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crianças do sexo masculino e 75 do sexo feminino, com idade média de 9 anos. Esses
indivíduos foram estudados prospectivamente e os resultados foram comparados com
os de grupo-controle, constituído por 360 presidiários, com idade média de 26 anos. Os
dados foram colhidos por meio de entrevistas com os pais e os professores das
crianças, e entrevistas com os presidiários. Os resultados dessa pesquisa mostram que
o TDAH tipo hiperativo/impulsivo e os problemas de conduta na infância ocorreram
independentemente, bem como predizem risco de encarceramento para meninos e não
para meninas. Ambos predispõem à criminalidade na vida adulta. A história de vida das
crianças com TDAH do tipo hiperativo/impulsivo associa-se a alto risco para
comportamentos anti-sociais. Crianças com transtornos de conduta têm alto risco para
atitudes criminais mais graves, como assaltos, roubos e uso de armas, enquanto os
hiperativos/impulsivos têm risco para atividades criminais menos graves, tais como
vandalismo e agressões físicas.
FATORES DE RISCO
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desatenção.
Scahill e colaboradores (1999), estudando 449 crianças da zona rural,
observaram que o TDAH está associado a múltiplas mudanças familiares, baixa renda
familiar, crianças que vivem em lugar superpovoado, história de doença psiquiátrica
materna e famílias desestruturadas.
Segundo Baptiste (1998), ocorre uma maior prevalência de hemorragia vaginal,
pré-eclampsia e 20% de prematuridade e baixo peso ao nascer nas crianças com
TDAH. Segundo esse autor, fatores de risco como anóxia, encefalites, traumatismo
craniano e intoxicações por chumbo e monóxido de carbono podem estar associados a
alguns casos de TDAH.
Segundo Smucker e Hedáyat (2001), é importante explorar a história
psicossocial da família. O impacto de fatores psicossociais, tais como pobreza,
desintegração social e eventos traumáticos, foi ainda pouco pesquisado. As
adversidades impostas por certos fatores psicossociais aumentam os riscos para o
TDAH ou o TDAH aumenta os riscos de adversidades psicossociais? São necessários,
ainda, estudos longitudinais que incluam análise da vulnerabilidade genética e
adversidades sociais para ajudar a entender melhor esses achados.
COMENTÁRIOS:
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à idade, ao sexo e às condições socioeconômicas. Esperava-se que tal informação
fornecesse resultados semelhantes. Será que estas escalas podem conduzir os sujeitos
das diferentes pesquisas a dar respostas semelhantes? E, portanto, levar a resultados
semelhantes? Os critérios diagnósticos são os mesmos, assim como o ponto de corte. O
especialista faz o diagnóstico e pode induzir os pacientes em suas respostas. É difícil a
pesquisa em que o especialista está num experimento cego, ou seja, ele não é isento de
conhecimentos prévios. O método nem sempre leva a resultados semelhantes, as
pesquisas são conduzidas para um conjunto de informações controvertidas.
As pesquisas epidemiológicas nos fornecem acúmulos de resultados que
apontam para novas pesquisas que têm como meta identificar essas controvérsias e, se
possível, chegar a conclusões unânimes, amplificar as informações e diminuir o
redutivismo dos números.
Com a introdução da computação, a pesquisa epidemiológica sofreu uma
verdadeira revolução graças à possibilidade de aumento da capacidade dos bancos de
dados, além da criação de técnicas de análises estatísticas. A computação também
tornou possível o aperfeiçoamento dos testes de significância estatística, cada vez mais
precisos e específicos. Essa análise, em estudo de casos, poderia ser a solução para
evitar pesquisas muito estruturadas e divergentes? E a análise poderia abrir caminho
para pesquisas em situações mais abrangentes?
A epidemiologia deve desenvolver técnicas de pesquisa mais apuradas para
detectar as inúmeras possibilidades que cada ser humano traz dentro de si e de
estabelecer relações com o meio ambiente. Assim, abre-se a possibilidade de uma
“epidemiologia clínica” da saúde mental coletiva menos biológica.
Etiologia
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porém, várias formas apoiadas por evidencias convincentes, focalizadas em alguma
anormalidade de funcionamento cerebral, genética ou adquirida e até mesmo através da
socialização.
Segundo Kaplan, Sadock e Grebb (1997), por mais que não exista base
neurofisiológica ou neuroquímica específica para o transtorno, o TDAH está associado a
outros transtornos que afetam as funções cerebrais, como o transtorno de
aprendizagem.
As exposições tóxicas pré-natais, pré-maturidade e insulto mecânico pré-natal
ao sistema nervoso central fetal, também são fatores que podem contribuir para o
TDAH. Apesar de estar caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e
impulsividade, existem diferentes quadros clínicos, bem como várias possibilidades de
tratamento, indicando que, pelo menos ao nível fenotípico, o TDAH é uma patologia
bastante heterogênea (ROMAN, et al., 2003).
Fatores Genéticos
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Lesão Cerebral
Segundo Kaplan, Sadock e Grebb (1997), algumas das crianças com TDAH
podem durante o período fetal e perinatal ter sofrido uma lesão cerebral mínima ou sutil
do Sistema Nervoso Cerebral. Esta lesão poderia ter sido causada por insultos
circulatórios, tóxicos, metabólicos, mecânico, bem como por estresse e insulto físico ao
cérebro durante a primeira infância, causados por infecção, inflamação e traumatismo.
Esta gravidade mínima, sutil e subclínica da lesão cerebral podem ser responsáveis
pela gênese de distúrbios do aprendizado e do TDAH. Sinais neurológicos não focais
(leves) são freqüentes.
Barkley (2002) descreve que algumas pesquisas no inicio do século XX
convenceram os cientistas de que lesões cerebrais provenientes de infecções, trauma
por queda ou no crânio e complicações da gravidez ou parto, eram as principais causas
dos sintomas apresentados no TDAH. Porém, com o passar do tempo, há mais de 20
anos, os cientistas perceberam que a maioria das crianças com TDAH não
apresentavam história de lesões cerebrais, estando apenas relacionadas 5 a 10% das
crianças que desenvolveram o TDAH devido a algum tipo de lesão cerebral, embora
deva haver algo disruptivo no desenvolvimento dessa porção do cérebro.
Fatores Neuroquímicos
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neurotransmissor responsável no desenvolvimento do TDAH.
Fatores Neurofisiológicos
Chumbos
De acordo com Weiss (1995), estudos confirmaram que altos níveis de chumbo
no sangue produzem transtornos cognitivos e comportamentais em algumas crianças,
estando estes associados a maior risco de comportamento hiperativo e desatenção. Por
ser um metal sem nenhum valor biológico conhecido, quando ingerido, pode envenenar
o sistema energético humano. Alguns estudos, segundo Barkley (2002) evidencia a
relação entre o chumbo e a hiperatividade, mostrando que níveis altos de chumbo no
organismo podem causar o TDAH.
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são excessivamente estimulantes à criança, uma vez que ela vivencia jogos de
videogames, televisão, múltiplas atividades extra-escolares, convive com pais
estressados que vivem correndo sem tempo para nada, inclusive para ela, e que a
cobram excessivamente; conseqüentemente, ela pode ficar habituada a muitas
novidades, estímulos complexos e seus sistemas de atenção podem não responder aos
estímulos de nível mais baixo envolvidos no trabalho escolar.
De acordo com Kaplan, Sadock e Grebb (1997), os eventos psíquicos
estressantes, uma perturbação no equilíbrio familiar, e outros fatores indutores de
ansiedade contribuem para a iniciação ou perturbação do TDAH.
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Estudos mostraram que os pais que apresentam o TDAH são mais propensos a
ter filhos com este transtorno, devido os fatores hereditários, bem como complicações
durante a gravidez ou no parto, mãe fumante, consumidora de álcool, mãe com
convulsões, internadas várias vezes durante ou após o parto, bebês prematuros e de
baixo peso, têm maior probabilidade de desenvolver o TDAH mais tarde, durante a
infância (BARKLEY, op cit.).
Podemos perceber que existe uma variedade de possíveis causas para o
TDAH, mas que nenhuma isoladamente é comprovada como a desencadeadora desse
transtorno. Verificamos, ainda, que os fatores genéticos e alguns problemas
ocasionados pela lesão cerebral constituem uma das causas mais importantes para
explicação do TDAH.
Epidemiologia
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em meninos do que em meninas. Como descrevem Golfeto e Barbosa (2003), em
amostras clínicas, nove meninos para uma menina; em amostras comunitárias, quatro
meninos para cada menina; no DSM-III 10,1% dos meninos e 3,3% das meninas na
faixa etária entre 4 a 11 anos, e 7,3% dos meninos e 3,4% das meninas entre 12 e 16
anos. Entretanto, Breen e Altepets (1990) em estudos realizados mostram que a taxa de
prevalência do TDAH é semelhante para meninos e meninas; sendo o primeiro trabalho
a divergir das opiniões dos pesquisadores da época, pois ainda não existia a freqüência
do TDAH em ambos os sexos.
Golfeto e Barbosa (2003) ainda descrevem que aqui no Brasil os estudos
realizados por Gaião e Barbosa (2001) enfatizam que a sintomatologia hipercinética
está presente, na mesma intensidade e freqüência, tanto em meninas como em
meninos, encontrando uma prevalência de 3,7%.
Segundo Arnold e Jensen (1999) as meninas que sofrem com TDAH podem
estar mais prejudicadas na cognição e atenção do que os meninos. Um estudo realizado
por Biederman e cols. (2002) constatou que:
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diagnósticos atuais. Gaião e Barbosa mencionam ao citar Gherpelli e Reed (1997) que
por mais que os critérios incluam sintomas comportamentais específicos, existe uma
necessidade um julgamento clínico subjetivo para decidir se o comportamento
encontrado pode ser qualificado como um sintoma ou sinal diagnóstico, ou se esse
conjunto de comportamento é suficientemente importante em nível funcional para ser
considerado como uma entidade nosológica.
O aspecto mais importante do processo de diagnóstico é um cuidadoso
histórico clínico e desenvolvimental. A avaliação desse transtorno inclui,
freqüentemente, um levantamento do funcionamento intelectual acadêmico, social e
emocional da criança. De acordo co Goldstein e Goldstein (2002), para obter um
diagnóstico minucioso é necessário incluir a coleta e a observação de oito tipos de
informação tais como:
O histórico do desenvolvimento da família e da criança, já que são
fundamentais as informações relativas aos problemas que a família teve, os métodos
utilizados para impor disciplina, e quais os sinais precoces de temperamento da vida da
criança. A inteligência é outro fator que deve receber atenção, pois muitas crianças
podem apresentar problemas de hiperatividade como resultado de frustrações, sem ser
necessariamente uma dificuldade temperamental, já que as crianças com inteligência
abaixo da média ficam mais vulneráveis às exigências; por isso é importante realizar
testes de inteligência, para verificar o nível intelectual desta criança. Uma avaliação
completa da hiperatividade precisa incluir dados sobre a personalidade e desempenho
emocional da mesma, assim como o seu desempenho escolar: os amigos são outro
meio de obter informações sobre a hiperatividade, já que é difícil a criança hiperativa
manter amizades. Outros fatores como a disciplina e o comportamento em casa e na
sala de aula são importantes para que ocorra uma avaliação detalhada de como é seu
comportamento e quais suas atitudes para seguir regras e respeitar limites. O último
fator é a consulta médica, que deve incluir detalhes em observações para obter um
diagnóstico preciso.
Para tal investigação, Martins, Tramontina e Rohde (2003) enfatizam que é
necessário que um médico psiquiatra, neurologista ou pediatra, conheça o
desenvolvimento normal com os comportamentos esperados nas diferentes fases do
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seu desenvolvimento normal com os comportamentos esperados nas diferentes fases
do seu desenvolvimento e as possíveis manifestações correntes nas várias formas de
distúrbios que ocorrem durante o desenvolvimento: toda história da criança, seu
passado, seu desenvolvimento no contexto familiar, o relato da concepção, da gestação
e do parto, o desenvolvimento neuropsicomotor, cognitivo, funcionamento escolar,
amizades, como a criança é inserida no contexto familiar, bem como a história médica
familiar com especial atenção à história do TDAH.
Os pais exercem um papel fundamental para a realização da avaliação dos
sintomas, como, onde, quando, com quem, e em que intensidade acontece. É
importante também ouvir a criança, avaliando a sua visão sobre a presença dos
sintomas da doença.
Segundo estes mesmos autores, o diagnóstico do TDAH também pode envolver
avaliações complementares de outros profissionais com especialidade médicas, como
uma avaliação das capacidades auditiva e visual, já que algumas dificuldades
atentativas podem ocorrer na vigência desses déficits sensoriais. Como também
recorrer à escola, pedindo auxilio aos professores para responderem escalas para
avaliar a desatenção, hiperatividade, impulsividade; também se faz necessário recorrer
a uma avaliação neurológica, neuropsicológica e psicopedagogia ou pedagógica.
Gaião e Barbosa (2001) enfatizam importância do pesquisador ou clinico
informar-se detalhadamente sobre a conduta da criança e utilizar instrumentos que
permitam quantificá-la, como é o exemplo do Questionário Abreviado de conners para
Pais e Professores, que é um dos instrumentos mais utilizados para detectar os
Transtornos Hipercinéticos; o qual é composto pelos fatores: Hiperatividade,
desatenção, passividade e tensão.
De acordo com a CID-10 (1993), esse transtorno e denominado de Transtornos
Hipercinéticos (F-90) e subdividido em Transtorno de conduta Hipercinética (F-90.1) e
Transtorno Hipercinético não especificados (F-90.9). Esse grupo de transtorno e
caracterizado por início precoce, com um comportamento hiperativo, desatenção e falta
de envolvimento persistente nas tarefas, conduta evasiva nas situações e persistência
no tempo destas características de comportamento.
Para classificar o Transtorno Hipercinético segundo a CID-10, é fundamental a
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criança atenção comprometida (que é manifestada por interromper tarefas
prematuramente e por deixar atividades inacabadas) e hiperatividade (que implica em
inquietação excessiva, em especial, em situações que requerem calma relativa). Ambas
são necessárias e devem ser evidentes em mais de uma situação, como na escola, em
casa e na clínica.
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descrevem Martins, Tramontina e Rohde (2003), enfatizando que a sintomatologia da
desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade, quando forem apresentadas nos
ambientes sociais como casa e escola, de forma acentuada os critérios do DSM-IV ou
da CID-10 deve receber o diagnóstico do TDAH, mesmo sem apresentar alterações no
exame neurológico, na avaliação neuropsicológica ou, ainda, em qualquer outro exame
neuroimagem.
A criança hiperativa
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seu ego. Depois de superar esta situação é uma forma de fortalecer seu ego. Depois de
superar esta situação, a criança muda de atitudes, e esforça-se para conquistar os
demais, para obter seu afeto e aprovação, estando esta atitude da criança relacionada
com a necessidade de aceitação condicional, que segundo a Teoria da Personalidade
de Rogers, se refere à necessidade do indivíduo ser aceito, ou que haja consideração
positiva das suas experiências, principalmente quando a outra pessoa é importante para
a criança. Conseqüentemente, a criança vai fazer uso freqüente de suas habilidades e
destrezas, repetindo especialmente aquelas que descobriu provocarem maior
admiração. Trata-se do período de graça, que Wallon situa em torno dos 3-4 anos, no
qual a criança tenta “seduzir” os demais com a ostentação de suas “gracinhas”. Em
torno dos 4-5 anos, elas introduzem um novo elemento que é a imitação dos modelos
adultos, que se traduzem em gestos e atitudes, na forma de se expressar e, pouco a
pouco, na forma de pensar.
Segundo Andrade (2003), logo nos primeiros anos de vida notam-se alterações
no processo de desenvolvimento neurológico e emocional de criança que apresentam
TDAH, as mães destas mesmas crianças relataram em estudos que seus filhos se
mexiam muito, mesmo antes do nascimento (vida intra-uterina).
As crianças, no seu primeiro ano de vida, são bebês que podem apresentar
baixo peso, ficam em estado de hiperalerta, dormem pouco e têm sono agitado, dirigem
o olhar a qualquer estímulo, movimentam os membros superiores e inferiores com
freqüência, apresentando desta forma os primeiros sinais de hipercinesia, como
descreve Gaião e Barbosa (2001), ao citar Golfeto (1997), e acrescenta que o déficit da
atenção é um sintoma de difícil observação nesta etapa evolutiva. Os bebês sentem
cólicas abdominais intensas, regurgitam o leite com freqüência, sugam o leite com força,
com características de voracidade e não gostam de colo e são sempre insatisfeitas, são
crianças irritadas que choram muito nos primeiros meses de vida. Quando começam a
andar caem mais do que andam, apresentam dificuldades de ficarem quietas sejam em
cadeiras ou até mesmo no chão. Já apresentam sinais de impulsividade, pois estão
sempre em situações ou lugares perigosos. Ao completarem um ano fica mais fácil de
os pais perceberem sua agitação, pois são mais agitadas do que as outras da sua
idade, sendo necessário ser vigiada constantemente, pois, vivem fazendo arte que, em
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geral, é mais grave do que o esperado para a idade está sempre buscando novas
situações e novos estímulos.
Segundo Gaião e Barbosa (2001), a partir dos dois anos tornam-se ainda mais
agitadas, perdem o interesse pelos brinquedos e os destroem, mudam de atividade com
freqüência, observando desta forma os primeiros sinais de desatenção. Outro fator
importante nesta fase diz respeito à fala da criança que se apresenta mais lenta com
alterações fonoarticulatórias, com omissões distorções fonéticas ocasionando em
algumas crianças retardo na linguagem. As alterações da fala, quando não
diagnosticadas a tempo, poderão acarretar dificuldades ou alteração no processo de
alfabetização. A sintomatologia clássica da Síndrome Hipercinética já está bem-
desenvolvida e presente, na idade pré-escolar, evidenciando a desobediência como
sinal de indisciplina.
A criança com TDAH tem uma aparência normal, não há nenhum sinal exterior
de que algo esteja fisicamente errado com o Sistema Nervoso Central ou seu cérebro, e
pode ter uma inteligência normal, o que dificulta diagnosticá-la de “pestinha”. Ela
sempre perde os objetos, é desordenada, é distraída, esquecendo-se das horas do
almoço, jantar, do banho e de fazer as tarefas. Tem esquecimento fácil; possui mais
energia e menos necessidade de sono e repouso. Para essas crianças, é difícil controlar
a atividade, atenção e interações sociais para conformarem-se às normas esperadas da
situação em particular. Esses traços levam-nas a estarem seguidamente em apuros com
adultos, e serem malquistos por seus pares. Geralmente tiram notas baixas na escola e
podem apresentar deficiências específicas de aprendizado e/ou transtorno concomitante
de conduta (WEISS, 1995).
Barkley (2002), descreve que o TDAH é um transtorno real, que ocasiona
problemas e obstáculos reais, podendo ser associado a um desgosto e uma irritação.
Entretanto, este autor alega que para ser comprovado que o TDAH é um transtorno
comportamental real, os cientistas precisam demonstrar que este transtorno se faz
presente, logo no início do desenvolvimento da criança; sendo persistente durante o
período de desenvolvimento, e que é de difícil explicação puramente por fatores
ambientais ou sociais, que está associado a fatores biológicos que podem afetar o
funcionamento do cérebro ou de seu desenvolvimento, como o exemplo da genética,
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traumas, toxinas, entre outros. Deve-se conseguir distinguir com precisão a criança
hiperativa da criança normal, sem este transtorno. O transtorno ocorre em diferentes
situações, embora existam ocasiões em que ele não se apresenta e que a criança é
afetada, invariavelmente, em sua capacidade de responder com sucesso às situações
que se esperam a crianças de sua faixa etária.
Como podemos perceber, as características do TDAH aparecem bem cedo
para a maioria das pessoas, logo na primeira infância. O distúrbio é caracterizado por
comportamentos crônicos, com duração mínima de seis meses, que se instalam
definitivamente antes dos sete anos. De acordo com Castro e Malagris (2003), os
estudos mais recentes consideram que uma criança, para apresentar esse distúrbio,
deve apresentar déficit de atenção, atividade motora excessiva e impulsividade por falta
de controle em um nível que interfere em seu rendimento escolar e em seus
relacionamentos familiares ou sociais. Porém, Barkley (2002) reconhece mais dois
problemas adicionais para aqueles com TDAH, que são: dificuldades para seguir regras
e instruções e variabilidade extrema em suas respostas a situações. Esses sintomas
estão associados a um déficit primário na inibição do comportamento, que é o símbolo
do TDAH.
Para compreender o TDAH é necessário conhecer melhor as características
supracitadas que serão descritas nos módulos seguintes.
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Hiperatividade/Transtorno de
Déficit de Atenção
MÓDULO II
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MÓDULO II
Déficit de atenção
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Brioso e Sarriá (1995), ao citar Veja (1998), comentam que uma forma de
compreender o alcance dos distúrbios de atenção nos hiperativos é fazer referência ao
desenvolvimento normal do controle da atenção. Até os dois anos de idade, a atenção da
criança é controlada e determinada por estímulos externos, esta criança não possui ainda
controle voluntário, o qual só começa a surgir entre os dois anos de idade. A criança já
consegue se concentrar em alguns aspectos de estimulação externa, mas sua atenção
ainda é dominada pelos estímulos, e desta forma, continua sendo dirigida pelo exterior.
Só a partir dos seis anos que o controle da atenção passa a ser interno. A criança já
consegue desenvolver estratégias para atender os estímulos que ela considera
importantes para solucionar problemas, sejam eles ou não os aspectos mais centrais da
estimulação externa. Conclui-se que com as crianças hiperativas estes processos
encontram-se alterados, já que o processo de atenção continua sendo dirigido à
estimulação externa.
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excessivamente agitadas e ativas. Geralmente é percebido nos diversos ambientes em
que a criança interage, pela dificuldade que ela apresenta de ficar parada, não
conseguindo controlar o corpo em situações que exijam que fiquem sentadas e em
silêncio por muito tempo.
Essa característica do TDAH pode ser descrita como inquietação, impaciência,
fala em excesso, a criança parece movida por um motor, não consegue permanecer
sentada, produz sons estranhos, está sempre em movimento e atrapalhando o
funcionamento de algo; estas são algumas das muitas definições que escutamos, quando
se referem à atividade motora da criança portadora do TDAH.
A ausência de um objetivo concreto, para a atividade corporal excessiva e
desorganizada é que permite diferenciá-la da superatividade, que observamos no
desenvolvimento normal da criança em certas situações, como comentam Brioso e Sarriá
(1995).
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Socialização da criança hiperativa: escola e amigos
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tentativa de controlar os amigos, o que as leva a outros comportamentos errados e a uma
maior rejeição; conseqüentemente restringe-se ainda mais a oportunidade que tem a
criança hiperativa de desenvolver e praticar as habilidades sociais adequadas. Entretanto,
as crianças negligenciadas são mais tímidas, retraídas, evitam interação com seus pares
e possuem menos comportamentos agressivos (GOLDSTEIN, GOLDSTEIN, 2002 e
ANDRADE, 2003).
Segundo Goldstein e Goldstein (2002), as brincadeiras são o elo de ligação
entre as crianças, onde são desenvolvidas e mantidas amizades. Pesquisadores
enfatizam a importância dos jogos como forma das crianças aprenderem a controlar seu
ambiente e fortalecer as habilidades sociais e de raciocínio. O jogo irá auxiliar as crianças
a intensificar contatos com o mundo, como desenvolver uma auto-imagem adequada.
Entretanto, se por um lado, na fase pré-escolar, a brincadeira do faz-de-conta é
uma atividade que ajuda as crianças a desenvolver os fundamentos básicos para o
desenvolvimento social normal; por outro lado, os pré-escolares hiperativos, ou do grupo
de risco, podem ser privados dessas interações por causa do seu comportamento
desatento e impulsivo, deixando, desta forma, de dar os primeiros passos necessários
para um desenvolvimento social adequado.
A criança hiperativa, na idade escolar, aventura-se no mundo e não tem a
família para agir como amortecedor. Ela agora precisa lidar com as regras e os limites de
uma educação organizada, o comportamento que antes era tolerado por ser
engraçadinho, não é mais aceito, pois parece imaturo e não se ajusta com as
expectativas da escola.
Com estes comportamentos, a professora passa a ocupar grande parte do seu
tempo com essas “crianças difíceis”, e volta-se de forma negativa para elas, pois estão
sempre reclamando que a criança hiperativa interrompe a aula constantemente, não
presta atenção, não se senta quieta, atrapalha o rendimento da turma, não termina seus
trabalhos e não escuta. São incapazes de planejar ou aderir a um curso de ação
(GOLDSTEIN e GOLDSTEIN, 2002 e SMITH E STRICK, 2001).
Por desconhecer a melhor forma de lidar com a criança hiperativa, o professor
vivencia um alto nível de ansiedade e de estresse que passa a ser sentido por todos na
sala de aula, levando essa dificuldade aos outros alunos que não sabem como conviver
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com um hiperativo, pois não compreendem o motivo de tanta agitação, nem o fato de não
terminarem as tarefas e tirarem notas baixas; tendo ainda comportamentos agressivos ou
de liderança autoritária, como descrevem Castro e Malagris (2003).
Desta forma, acabam exigindo condutas que a criança hiperativa não tem
condição de seguir, resultando em rejeição. Algumas pesquisas revelam que a criança
hiperativa não é escolhida como a vizinha de carteira, a melhor amiga, parceira nas
atividades e ainda como crianças das quais as outras não querem brincar na hora do
recreio. É o que mencionam Goldstein e Goldstein (2002) e acrescentam que a criança
hiperativa tem um forte efeito sobre o comportamento do professor em relação à classe
como um todo.
O que faz que os professores das crianças hiperativas sejam mais objetivos e
restritivos em suas interações, não apenas com essas crianças, mas também com as
outras crianças da classe. Além disso, a ocorrência de conflito entre as outras crianças da
classe também parece maior quando não se lida com a criança hiperativa de uma
maneira eficiente.
De acordo com estes mesmos autores, uma das observações mais freqüentes
feitas pelos professores é de que as crianças hiperativas parecem estar sonhando
acordadas, estão interessadas em alguma coisa diferente daquilo que o professor possa
estar focalizando no momento. Seu comportamento é desigual, imprevisível e não reativo
às intervenções normais do professor.
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A criança com TDAH pode provocar um grande desequilíbrio na dinâmica de
toda família, gerando discórdia, inclusive no casal, em relação aos procedimentos
utilizados na disciplina da mesma. É difícil para os pais lidar com a variação de
comportamento desta criança, já que ela consegue certo controle sobre algumas
atividades solicitadas pelos pais, levando-os a interpretar estes comportamentos da
criança como de propósito ou executados só para irritá-los (CASTRO e MALAGRIS,
2003).
Estas crianças possuem a capacidade de esgotar seus pais, deixando-os
envergonhados pelo comportamento inadequado e pelas diversas críticas que recebem,
assim como rejeitados ou culpados, como descrevem Smith e Strick (2001). É comum que
os pais culpem uns aos outros pelos problemas da criança e os fatores estressantes
multipliquem-se.
Os irmãos da criança hiperativa também têm sentimentos negativos sobre elas,
pois logo percebem que ela concentra mais tempo e atenção dos pais, o que torna uma
fonte de inveja, ciúme, raiva e frustração, principalmente quando os irmãos são mais
novos. A diferença de tratamento entre eles e a criança hiperativa acarreta, para os
primeiros, perda de benefícios ou discriminação, o que aumenta ainda mais os
sentimentos negativos.
A relação entre os irmãos é muito difícil, pois sua baixa tolerância à frustração a
conduz a não aceitar os direitos dos outros, como também afasta a possibilidade de troca
de afeto. Os irmãos da criança que sofre do TDAH tendem a crescer cansados e
exasperados por ter que conviver com essa força disruptiva e instável (CASTRO e
MALAGRIS, 2003; GOLDSTEIN e GOLDSTEIN, 2002; BARKLEY, 2002).
As interações com os pais também são difíceis, mas com os pais elas parecem
se comportar melhor, sendo menos negativas e mais capazes de permanecer em tarefas
do que quando em companhia das mães. O fator para isto é uma incógnita, contudo pode
estar relacionado ao fato das mães terem mais responsabilidade para interagir com essas
crianças.
Muitas vezes é deixada à mãe a tarefa de interagir com este filho nas
circunstâncias do dia-a-dia, como prepará-lo para ir à escola, ensinar suas tarefas
escolares, além de cuidar dos outros filhos e das tarefas do lar, mesmo quando trabalham
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fora de casa. A mãe geralmente se utiliza com carinho, do diálogo e da razão para lidar
com os problemas de comportamento dos filhos, enquanto a maioria dos pais é menos
paciente, e não se empenham num repetido apelo para que seu filho hiperativo realize
uma tarefa.
Outro fator provável para estas crianças obedecerem mais rápido ao pai, é que
ele, ao contrário da mãe, interage menos com o filho, e gasta o tempo em atividades
agradáveis e não nas atividades rotineiras. Com isto o marido culpa a esposa por não ter
o domínio da criança, porém, quando o pai cuida mais da criança. Logo percebe as
dificuldades do filho e passa a concordar com o relato da mãe (BARKLEY, 2002 e
GOLDSTEIN e GOLDSTEIN 2002).
Várias são as reações dos pais diante dos problemas comportamentais
apresentados pelos filhos. De início tentam resolver de sua forma, negando que seu filho
possa apresentar algum problema e com isso evitam o auxilio médico, pois seus filhos
são apenas ativos pela energia da idade e afirmam que esta teimosia é da fase e logo
passará.
De acordo com Barkley (2002), os pais tentam ignorar ou negar a atenção a
seus filhos quando estes exibem comportamento disruptivo, como forma de diminuir o
problema, já que acreditam que estas crianças estão querendo chamar atenção; com isto,
pedem para elas pararem de se comportar desta ou daquela forma, dando-lhes ordens e
direções no intuito de tentar controlar os impulsos da criança.
Como não obtêm resultados positivos, utilizam o meio habitual da disciplina
física ou outras formas de punição, como perdas de privilégios a fim de tentarem controlar
esses comportamentos. Alguns pais, depois dessas tentativas, simplesmente desistem e
algumas vezes fazem eles próprios às tarefas dos filhos, ou deixam por fazer; eles
desistem de lhes dar ordens e deixa-os fazer o que lhes agrada.
Muitos pais quando chegam a esse ponto, podem passar por depressão, baixa
auto-estima e pouca satisfação com o papel de pais. Ele ainda adverte que a convivência
com essas crianças portadoras do TDAH pode comprometer a saúde mental dos pais e
seu compromisso com a paternidade, podendo até piorar se esses pais já tiveram
problemas emocionais.
A decisão de buscar ajuda geralmente ocorre quando estas crianças entram em
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idade pré-escolar e percebem que seu filho se comporta de forma diferente em relação a
outras crianças, pela sintomatologia apresentada (déficit de atenção, impulsividade e
hiperatividade) que se torna difícil de ser ignorada, quando finalmente concluem que algo
está errado.
É no ambiente escolar que a grande maioria dos pais toma conhecimento que o
comportamento impulsivo e desatento do seu filho não é apenas característico da idade,
sendo necessário atenção e um tratamento. Barkley (2002) alerta os pais que quando
começarem a suspeitar que seu filho pode sofrer do TDAH, procure logo auxílio.
Quanto antes os pais identificarem os sintomas e procurarem auxilio de
profissionais especializados como médicos (neurologistas, pediatra), psicólogo ou
psiquiatra, para obterem uma avaliação completa e detalhada, que conduzam ao
tratamento, mais cedo serão evitadas os malefícios que este transtorno ocasiona na vida
da criança e dos que convivem ao seu redor.
De acordo com Barkley (2002) os pais podem ter algumas reações emocionais
quando descobrem que seus filhos são portadores do TDAH. Alguns se sentem aliviados,
aceitando de forma positiva, enquanto outros negam. Eles engajam-se na negação do
rótulo, do diagnóstico ou da base neurológica.
Quando eles são os últimos, a saber, que seu filho é portador do TDAH é
natural negar o problema até que possam refletir sobre a informação, e conhecer esse
transtorno. Outros pais, no entanto, recebem a informação com alívio, porque já existe
uma causa para o comportamento do filho e desta forma já podem buscar auxílio e
libertar-se do peso que carregam quanto à incerteza e a culpa de terem criado um
problema.
Outro tipo de reação comum frente ao diagnóstico é os pais sentirem ira, e
voltá-la a todos que lhe asseguram que seu filho não tem nada de errado, ou àqueles que
culpam os pais pelo transtorno do seu filho. Outra reação que é natural é a tristeza; tem
pais que se entristecem com a preocupação pelos filhos, pelos riscos que ele pode correr
e pelas mudanças na família para se adaptarem a nova realidade de ter um filho portador
de TDAH. Esta tristeza com o tempo é amenizada.
Porém, o resultado desejado sobre a informação é a aceitação de como seu
filho é, e como pode se tornar com o auxilio do tratamento. Com esta aceitação, é
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necessário reconhecer que algumas coisas não podem ser modificadas, devendo-se
aceitar as limitações de seu filho evitando intolerância, raiva e frustração, com toda e
qualquer pressão inadequada sobre a criança. A partir do momento que os pais aceitam
seus filhos como são, passam a enxergar adiante das limitações dele e a ver como
ninguém seus esforços e talentos únicos (BARKLEY, op cit.).
Muitas informações que os pais têm sobre o transtorno são erradas, e isto pode
intensificar o problema e não solucioná-lo. Eles criam uma variedade de concepções
erradas sobre seu filho hiperativo, como citam Golstein e Goldstein (2002), estando entre
estas concepções a idéia que com o tempo ele vai superar, pois faz parte da fase, e, com
isto, os pais desculpam a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade.
Outra concepção é de que a mãe não é boa, sendo acusada de ser muito
permissiva ou exigente; outro fator pode ser rotular a criança que de desatenta e
impulsiva de propósito, o que leva a pressuposição que esta criança é má, que suas
ações são idealizadas para lhe trazer vantagens á custa de todos os outros. Alguns pais,
pelos seus próprios sentimentos de culpa, terminam transferindo sua culpa aos outros,
pela forma de tratar esta criança.
Como percebemos, existem várias concepções erradas acerca da
hiperatividade e isto se deve à falta de informações corretas, já que alguns pais procuram
pessoas desinformadas, alguns não admitem que seu filho sofre de um Transtorno de
Déficit de Atenção/Hiperatividade, isolam-se e não buscam auxilio dos especialistas, nem
buscam ler sobre o problema do filho, alimentando-se de possíveis causas que, segundo
eles, serão superadas mesmo sem tratamento.
Como isso, percebemos ser essencial a estes pais buscar informações, lerem a
respeito do transtorno para entenderem qual a melhor maneira de auxiliar seus filhos.
Porém, é essencial que os pais aceitem o fato de que seu filho é portador do TDAH, e lute
junto com a criança, para auxiliá-la a transpor o máximo de problemas que a deficiência
impõe.
A partir do momento que os pais aceitarem seus filhos com todas suas
limitações e adquirir conhecimentos acerca do transtorno, naturalmente passarão a
compreender os comportamentos apresentados pelos filhos com outros olhos, e
desenvolver uma consciência da maneira pela qual interage com ele. De acordo com
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Goldstein e Goldstein (2002), os pais devem ver o mundo com os olhos do filho hiperativo,
o que irá auxiliá-lo a lidar com ele no cotidiano.
É importante salientar que os pais têm um papel fundamental para auxiliar estas
crianças, porém, faz-se necessário também aprenderem a cuidar de si, já que este
trabalho é cansativo e estressante.
O TDAH em meninas:
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hiperatividade com uma existência de uma Lesão Cerebral. Esta hipótese tem sido
bastante criticada por RUTTER (1982), que diz que provavelmente menos de 5% de
crianças hiperativas mostram evidencia de dano cerebral claro. No geral, o TDAH
depende de alterações neuropsíquicas e neurofisiológicas do Sistema Nervoso Central.
Este se atribui a fatores genéticos, gestacionais ou nocivos, riscos de prematuridade,
como, também, as complicações anóxias ou traumas obstétricos.
Sabe-se, que a criança do sexo feminino portadora do TDAH o seu quadro
clínico é mais acentuado e comprometedor que os meninos. Estudos realizados com
crianças apenas do sexo feminino, com o intuito de comprovar que as meninas sofrem do
mesmo transtorno com a mesma intensidade de sintomas e apresentando as mesmas
seqüelas e danos nas mais diversas áreas de seu desenvolvimento. O objetivo maior foi o
de detectar a taxa de prevalência das crianças portadoras do TDAH e de fazer o uso das
provas psicológicas como um dos instrumentos de intervenção e inclusão dos testes
como meio de diagnóstico e, também, outros objetivos que venham acrescentar nos
achatados tão importantes para o meio científico.
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
confundido com a falta de limites no processo educacional.
Havendo sinais sugestivos de hiperatividade, a criança deve ser encaminhada
para uma avaliação clínica especializada com profissionais familiarizados com o quadro,
sejam neuropediatras ou psiquiatras. Há vezes que o paciente é encaminhado para
avaliação e terapia psicológica ou psicopedagógica e a hiperatividade não é considerada.
Nesses casos o tratamento surte pouco efeito e muito tempo é perdido até se alcançar
algum resultado satisfatório.
A avaliação multidisciplinar é um procedimento de grande valia para o
diagnóstico, pois em muitas ocasiões o trabalho individual pode mascarar o
comportamento hiperativo.
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
não comparecem às reuniões na escola, nem acompanham o desempenho do filho nas
diversas atividades.
Nesse caso, a falta de participação desses pais, somada a pouca convivência
com o filho, torna impossível desenvolverem critérios objetivos para avaliação do
comportamento da criança. Em decorrência disso, não enxergam e não admitem a
existência do quadro hiperativo. São as mães que recebem as reclamações escolares,
sentem diretamente as dificuldades no relacionamento com os filhos e, muitas vezes,
devem lidar com a questão sem a participação efetiva dos pais.
Os pais justificam a sua ausência por estarem atarefados, terem agendado
reuniões importantes e inadiáveis ou viagens de interesse profissional que os impedem de
comparecer, inclusive às consultas médicas. Ir às entrevistas com psicólogos, nem
pensar, pois para a maioria dos pais esta providencia é inaceitável, pois eles imaginam
não terem e nem serem o problema.
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Alterações comportamentais do lactente são transitórias?
As manifestações anteriormente citadas podem desaparecer após alguns
meses, mas podem persistir sem interrupção até a idade pré-escolar ou mesmo além
deste período. Há vezes em que os pediatras solicitam ás mães uma dose extra de
tolerância, mas com freqüência encontramos, no consultório, mães estafadas e irritadas,
por conta de noites maldormidas durante vários meses. Devido ao desgaste físico e
emocional, estas mães se tornam intolerantes e impacientes, comprometendo de maneira
marcante a relação afetiva com a criança e o equilíbrio de todo o ambiente doméstico.
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• Não se fixa muito num só brinquedo;
• Distrai-se com muita facilidade.
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Como se identifica a hiperatividade na escola?
O comportamento destoante em relação às outras crianças é o ponto básico da
identificação do hiperativo:
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questão pessoal de antipatia ou de intolerância.
Quando a queixa inicial é por parte da escola a primeira providencia é mudar de
escola. Após a segunda ou terceira mudança acabam se convencendo que é necessária
uma avaliação especializada. Esta não aceitação por parte dos pais retarda o diagnóstico
e, por conseqüência, o tratamento. Alguns pais que foram ao consultório referiam que o
comportamento em casa não era preocupante, pois já estavam acostumados ao ritmo do
filho.
Características
A hiperatividade é hereditária
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• Existência de casos semelhantes nos parentes próximos, como pais,
avós, tios;
• Maior freqüência nos gêmeos idênticos (monozogóticos) que nos não
idênticos (dizigóticos);
• Prevalência maior entre os parentes biológicos que entre os parentes
adotivos;
• A manifestação é mais freqüente no sexo masculino;
• Estudos moleculares iniciais com o DNA sugerem a existência de
alterações bioquímicas na determinação da hiperatividade.
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serotonia) em certas regiões do cérebro (pré-frontal, frontal, pariental, sistema límbico,
núcleos da base, cerebelo, sistema reticular ascendente) responsáveis pelo nível de
atenção, controle das emoções, controle motor e estado de vigília.
Essa desorganização bioquímica interfere no desempenho das diversas
atividades, denominadas executivas, que necessitam percepção, planejamento,
monitoração e organização para a correta elaboração e execução das tarefas. Portanto,
essas alterações bioquímicas modificam o comportamento neurofisiológico, pois
interferem nos mecanismos do sono e vigília, favorecem o aparecimento do
comportamento agressivo, impulsivo, depressivo e os distúrbios da atenção.
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A hiperatividade pode desaparecer com o avançar da idade?
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Curso de
Hiperatividade/Transtorno de
Déficit de Atenção
MÓDULO III
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados a seus respectivos autores descritos
na Bibliografia Consultada.
MÓDULO III
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
O desenvolvimento do hiperativo é normal?
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A hiperatividade não é um sintoma que aparece isolado, mas sim acompanhado
por outras manifestações, como a baixa capacidade de manter a atenção, que é também
chamado distúrbio do déficit de atenção (DDA). Isto significa que a criança não consegue
se concentrar e, por isso, a memorização é prejudicada, comprometendo o resultado final
do seu aprendizado.
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Como se processa essa função da atenção?
A atenção é uma função complexa que integra várias áreas do sistema nervoso
como sistema límbico, as áreas pré-frontal, frontal, pariental, occipital, tálamo e
substancia reticular. As funções relacionadas às atividades motoras, à linguagem, à
percepção visual e auditiva, além do estado de alerta é que selecionarão e irão
determinar quais estímulos deverão receber a atenção seletiva. Esse processamento atua
através de vários neuro transmissores (dopamina, adrenalina, serotonina). Além das
estruturas envolvidas, a atenção depende de fatores emocionais, afetivos e da motivação
para que a tarefa seja executada.
O déficit de atenção com hiperatividade (DDAH) pode apresentar outras
alterações associadas?
Devemos considerar, também, a impulsividade que é uma das características
do DDAH que se manifesta por:
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e os desajustes entre o casal comprometem seriamente o ambiente doméstico e,
conseqüentemente, alteram o comportamento dos filhos. Há que se considerar outros
fatores como os descompassos profissionais dos pais, que também influem, de modo
marcante, na dinâmica da família. Dessa maneira, cria-se um círculo vicioso: desajuste
familiar – sobrecarga emocional – hiperatividade.
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Os pais devem ser, também, encaminhados para orientação psicológica?
Algumas repercussões:
Existem conflitos domésticos por conta do filho hiperativo?
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A vida do casal se altera, comprometendo, também, a sua relação afetiva e
sexual, em particular. Os horários das refeições tornam-se muito desgastantes, quando,
na realidade, deveriam ter um clima tranqüilo, com momentos de descontração e prazer
para integrar família. Acontece exatamente o contrário, pois nestas horas é que os ânimos
ficam acirrados, tornando mais evidentes as cobranças e discussões.
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circunstâncias é rejeitado pelos colegas tanto para os trabalhos em
conjunto, quanto para as atividades recreativas nos intervalos das aulas.
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• Responde com comportamento agressivo e violento em situações
rotineiras;
• Quer ser sempre atendido na hora das suas solicitações;
• Procura impor as suas vontades e à sua moda (são mandões);
• Pede as coisas e logo se desinteressa;
• Consegue deixar o ambiente todo agitado e descontrolado;
• Demonstra uma grande ansiedade em todas as atividades.
Educação:
As dificuldades no aprendizado estão relacionadas á hiperatividade?
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Esta não é uma condição obrigatória, apesar de a associação de ambos ser
bastante freqüente. Geralmente, o paciente hiperativo apresenta-se disperso e
desatencioso, e isto prejudica o seu desempenho escolar. Por isso que, ao se tratar o
paciente hiperativo, é notada marcante melhoria no seu rendimento escolar.
Os pacientes que não apresentam dificuldades no aprendizado conseguem
executar as tarefas de modo rápido e eficiente, mas como terminam antes que os outros
ficam a atrapalhar o trabalho dos colegas por conta da hiperatividade.
Este comportamento causa uma grande insatisfação ao grupo, que passa a
reclamar. A interferência da professora, que chama a atenção do aluno, tem com objetivo
primordial o de manter a classe organizada, mas acaba provocando uma reação
agressiva por parte do aluno, além de acentuar a sua hiperatividade.
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
A dislexia é uma característica constitucional, determinada geneticamente, o que nem
sempre acontece com a hiperatividade. No entanto, muitas crianças disléxicas
apresentam, também, déficit de atenção que acentua ou desencadeia a hiperatividade;
conseqüentemente, esse quadro comportamental prejudica ainda mais a capacidade de
aprendizado.
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Geralmente, os hiperativos apresentam alterações na chamada memória de
curto prazo, e isto se deve à baixa capacidade de atenção e à pouca concentração. As
mães referem que, quando solicitam algo à criança, esta retorna após alguns minutos
perguntando qual foi à solicitação, pois se esqueceu do pedido que lhe fora feito. Esta
falta de memória já é, por si só, um fator de baixo rendimento escolar que quando
associado a hiperatividade agrava o fracasso acadêmico.
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• Distúrbios de linguagem: 10%
• Transtorno Bipolar: 2-11%
• Tiques: 6,5%
• Retardo mental: 9,5%
Exames
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A tomografia computadorizada do crânio deve ser indicada na avaliação
do paciente com DDAH?
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Existe, sem dúvida, tratamento para a hiperatividade, mas é necessário que se
tome uma série de medidas, porque o quadro é pluridimensional: no caso, deve ser um
trabalho conjunto que envolve orientação familiar, orientação psicológica, psicopedagogia,
a participação da escola, complementado pelo tratamento com medicamento.
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Esses medicamentos foram usados, inicialmente, na década de 30, mas caíram
em desuso quando a psicoterapia passou a ser o tratamento principal para os problemas
comportamentais. Apesar do seu inegável valor, a experiência demonstrou que só a
psicoterapia não era suficiente para corrigir os distúrbios comportamentais, como a
hiperatividade e as suas conseqüências escolares, emocionais, sociais e familiares.
Na década de 1960, foram testados outros medicamentos e a partir da década
de 1970 os medicamentos psicoestimulantes voltaram a ocupar o seu espaço no
tratamento dos pacientes hiperativos. Há outros medicamentos sintetizados na última
década, além dos mais antigos que foram aperfeiçoados, que estes em uso e com
resultados, também, gratificantes. Atualmente, os principais centros especializados no
mundo concordam que o tratamento específico para os pacientes com hiperatividade e
distúrbios da atenção deve ser feito com os medicamentos com a nossa experiência
clínica.
Os benefícios com a terapia medicamentosa podem ser observados de maneira
substancial com diminuição da hiperatividade, melhoria do humor, do nível de atenção e
concentração, e conseqüentemente o rendimento escolar se apresenta mais satisfatório.
Parte dos pacientes necessita de tratamento até na adultidade.
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Como são comercializados os medicamentos para tratar a hiperatividade?
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deve ser precipitada nem pelo paciente e nem pelos familiares, pois a suspensão precoce
favorece o reaparecimento dos sintomas.
Há ocasiões em que o tratamento se prolonga até o início da fase adulta, o que
não deve ser motivo de preocupação, pois devemos considerar realmente o mais
importante, no caso, o bem-estar do paciente; a sua plena felicidade é o compromisso
maior, portanto, o tempo de tratamento passa a ocupar um lugar secundário na nossa
avaliação.
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Qual é o mecanismo de ação dos medicamentos usados para o tratamento
da hiperatividade e do déficit de atenção?
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Há quanto tempo esses medicamentos são comercializados?
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Há unanimidade quanto à indicação de medicamentos para o tratamento
da hiperatividade e do déficit de atenção?
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Curso de
Hiperatividade/Transtorno de
Déficit de Atenção
MÓDULO IV
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Referência Consultada.
MÓDULO IV
Tratamentos
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Para cada paciente existe um período ideal para o tratamento, e a orientação do
especialista deve ser seguida rigorosamente.
Há uma grande preocupação que chega a ser medo, por parte dos pais, em
relação ao uso dos medicamentos estimulantes, pois imaginam que poderá ser um passo
curto para o consumo de drogas ilícitas no futuro. Além disso, os efeitos adversos que são
imaginados como muito graves somam-se aos conselhos inoportunos dos parentes,
amigos e até de profissionais inexperientes que desconhecem a questão. A somatória
desses fatos gera grande insegurança nos familiares, o que dificulta a aceitação do
tratamento por parte dos pais.
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Há ocasiões em as mães, que convivem mais com os pacientes, sentem de
modo marcante o seu comportamento e são as que, com maior freqüência, recebem as
queixas e reclamações dos professores, e por isso percebem a necessidade do
tratamento. Os pais são mais resistentes à idéia do tratamento e, por vezes, consideram
as mães exageradas nas suas apreciações e nos julgamentos.
Em muitas ocasiões, há necessidade de se mudar a criança de escola mais de
uma vez, receber reclamações até dos professores das escolas de esportes e os pais
passarem um período de férias com o filho para que se conscientizem e se convençam da
necessidade de um tratamento adequado e especializado.
Existem pais que consideram este comportamento semelhante ao seu na
infância, mas como adultos são bem-sucedidos, não imaginam que o seu filho tenha
algum problema que mereça uma atenção especial. Estes pais se esquecem de que pelo
fato de terem tido um comportamento semelhante, no passado, e por terem vencido na
vida profissional, não podem considerar, como uma certeza, o sucesso do filho à sua
semelhança.
Alguns pais, muitas vezes, se lembram das dificuldades que passaram por
conta da sua hiperatividade e não percebem que o caminho do filho poderá ser
semelhante. Curiosamente, este mesmo pai não deixa de cobrar resultados positivos, do
filho, seja na escola ou em casa.
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lembrar que a terapia familiar é de especial importância no esquema terapêutico do
paciente, pois a convivência tranqüila e equilibrada, com o paciente hiperativo, nem
sempre é uma tarefa muito fácil.
Esse conjunto de medidas terapêuticas visa corrigir as dificuldades do presente,
através do uso dos medicamentos. As terapias associadas são recomendadas para
vivencias futuras, melhorarão as relações, habilidades, possibilidades, sentimentos, auto-
estima e auto-imagem do paciente.
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A punição favorece a melhoria da hiperatividade?
As questões devem ser discutidas com ambos os pais, embora seja bastante
comum o pai não comparecer ao consultório, alegando falta de tempo, reuniões
inadiáveis, compromissos profissionais diversos muito importantes e viagens. O pai deve
ser conscientizado de que a sua participação é de extrema importância para a melhoria
do quadro comportamental da criança.
Reforça a posição da mãe frente a esse relacionamento difícil, tornando a
orientação mais uniforme. Infelizmente, nem sempre o pai tem a disposição de participar
de modo efetivo, mas nem assim deixa de culpar a mãe pelo eventual insucesso do
tratamento.
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inconvenientes do não tratar, procurando conscientizá-lo das melhorias que poderá obter
no desempenho escolar, na relação familiar e social. As crianças têm condições de
entender, bastando para isso que se utilize um vocabulário à sua altura. Ao entender o
seu problema, o sucesso no resultado será mais rápido e satisfatório.
Nota-se, com freqüência, que os pacientes assumem a responsabilidade em
relação ao uso do medicamento. Ao contrário, esses pacientes, quando não bem-
orientados, recusam a terapia e o uso dos medicamentos; não raro, jogam os
medicamentos no lixo, dentro das gavetas ou debaixo do colchão.
Intervenções na Escola
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de aula e o despreparo dos professores, reflexo da defasagem na formação profissional e
da sua má remuneração financeira. Além disso, o mecanismo do sistema educacional
tem, tradicionalmente, concentrados os objetivos de ensino-aprendizagem no âmbito
cognitivo.
Esses objetivos têm sido os mesmos para todos os alunos, e o ponto de
referencia é ao aluno padrão. Tal posicionamento levou a uma situação caracterizada
pela homogeneização e inflexibilidade do ensino, a uma avaliação do tipo normativo – em
função dos objetivos iguais para todos – e, finalmente, a uma organização das atividades
de ensino-aprendizagem nas quais todos têm que fazer o mesmo, ao mesmo tempo
(Blanco, 1993).
A escola atual com freqüência desconsidera as diferenças individuais e está
pouco aberta às diversidades, sendo, muitas vezes, incapaz de adequar recursos e
metodologias tanto aos alunos que deles necessitam com àqueles que requerem qualquer
tipo de resposta mais individualizada, de caráter transitório ou permanente. Segundo
afirma Blanco (1993), uma escola aberta à diversidade tem que dar respostas às
necessidades concretas de todos os alunos, rompendo modelos rígidos e inflexíveis
dirigidos ao aluno médio.
Nesse sentido, lembramos que muitas das dificuldades de aprendizado e má
adaptação escolar do aluno com TDAH se intensificam não só em razão de um
planejamento educacional rígido e inadequado quanto aos objetivos e metodologia, mas
também pela falta de interação apropriada com o professor ou com o grupo de iguais. A
presença de alunos com necessidades educacionais especiais na escola regular implica,
obrigatoriamente, a modificação dos esquemas que produzem a desintegração desses
alunos em determinado momento.
Alguns países, como os Estados Unidos, fazem ajustes nos currículos para as
crianças que apresentam necessidades especiais no processo de aprendizagem. Esse
ajuste é um plano de acomodação, elemento essencial do fornecimento da educação
pública: Seção 504, subparte D do Ato de Reabilitação de 1973. O documento detalha as
modificações feitas pelo professor em sala de aula, ou por outros profissionais da escola,
e é oferecido aos estudantes como um benefício programa educacional.
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A equipe escolar também revisa a natureza da dificuldade, determina como ela
afeta a educação do estudante, decide sobre os serviços especializados e, se esses se
fazem necessários, documenta tais decisões e as revisa periodicamente. As
acomodações devem ser fundamentadas nas necessidades educacionais reais do aluno e
não em rótulos. Por exemplo, após identificar o TDAH no aluno, o passo seguinte daí,
solicitar ao profissional da saúde que o acompanha as recomendações educacionais
necessárias ao caso (Fell e Pierce, 1995).
No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96 dedica um capítulo
especifico à educação especial, deixando bem claro o papel e as obrigações das
instituições sobre a adequação do ensino aos alunos com necessidades especiais, entre
as quais poderíamos incluir o TDAH, embora esse transtorno não seja citado.
No seu artigo 59, está exposto:
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estratificado, e os professores encontram dificuldades, às vezes insuperáveis, para fazer
as adaptações que se fazem necessárias para atender o aluno com TDAH.
Rendimento escolar
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educacional, resposta adequada às suas necessidades acadêmicas (Brioso e Sarriá,
1993).
O papel da escola
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Deve-se verificar o conhecimento que a direção e os professores têm a respeito
do TDAH. Se for insuficiente ou inexistente, verificar se existe real disposição para
aprender e para auxiliar de maneira adequada. Existe boa vontade por parte da equipe
escolar e flexibilidade das estruturas para permitir as acomodações que se fizerem
necessárias? Existe possibilidade para o trabalho multidisciplinar, com abertura para a
cooperação de outros profissionais especialistas?
A primeira avaliação deve ser feita por um grupo dentro da escola, levando em
consideração o comportamento e o desempenho do aluno em várias atividades e
situações. Seu histórico escolar deve ser analisado, os professores devem ser ouvidos a
respeito de suas dificuldades e competências, utilizando-se questionários específicos de
avaliações. O material do aluno, seus testes, trabalhos de aula e de casa bem como a
observação direta são fontes de informação a serem analisadas na busca da
compreensão do problema. Para que essa informação tenha credibilidade, é preciso que
os informantes tenham tido um mínimo de contato com o aluno. A seguir um encontro
com os pais se faz necessário, nele, a escola transmite suas preocupações e mostra as
opções para um diagnóstico correto. No entanto, os professores devem ter o cuidado de
não diagnosticar, mas apenas descrever o comportamento e o rendimento do aluno,
propondo um possível curso de ação.
Uma avaliação adequada para TDAH supõe entrevista com um profissional
capacitado; análise do histórico familiar e do comportamento da criança no ambiente da
família; avaliação neuropsicológica e avaliação do desenvolvimento emocional e afetivo.
De acordo com Goldstein (1998), uma avaliação que não leve a uma modificação da
situação é, para todos os efeitos, uma perda de tempo ou nada mais que um exercício
acadêmico. Assim uma vez determinado o problema, novamente se faz necessário o
trabalho multidisciplinar – pais, professores e terapeutas devem fazer um planejamento
quanto às estratégias e intervenções que serão implementadas para o atendimento do
aluno. Essas intervenções podem incluir adaptação do currículo, modificação do
ambiente, flexibilidade na realização e apresentação de tarefas, adequação do tempo de
atividade, administração e acompanhamento de medicação, quando necessário.
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O PAPEL DO FROFESSOR
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Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelo aluno com TDAH e sua família
é a realização do dever de casa. Ao passar uma lição de casa, os professores devem
lembrar que o tempo que um estudante com TDAH (e/ou com transtornos de
aprendizagem) leva para fazer essa tarefa pode ser de três a quatro vezes maior que
seus colegas.
É necessário fazer adequações para que a quantidade de trabalho não exceda
o limite da possibilidade. Ter sempre presente que a lição de casa tem o objetivo de
revisar e praticar o que foi aprendido em sala de aula. Pais não devem fazer o papel de
professores. Acima de tudo, o dever de casa não deve ser jamais um castigo ou
conseqüência de mau comportamento na escola.
Intervenções:
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dessa programação, procuramos relacionar estratégias eficazes de manejo dos sintomas
do TDAH no ambiente escolar relatadas por Rief (2001) e Benczik (2002).
O ponto de partida é a programação na sala de aula, elemento fundamental,
pois guia e orienta o processo de ensino-aprendizagem. Esse programa é composto pelos
objetivos, conteúdos, metodologia, recursos humanos, processos de avaliação e os
materiais que serão utilizados.
A programação deverá conter as adaptações curriculares necessárias e se
estender a todos os alunos. A meta final é o equilíbrio necessário entre dar resposta ao
grupo e a cada aluno dentro do grupo. Essa forma de programação de aula mostra-se
flexível e dinâmica, pois busca trabalhar de forma simultânea com o grupo e com o
individual, respeitando as diferenças de cada um.
Objetivos: devem cumprir os princípios da integração e da individualização,
apontando objetivos, princípios ou fatos, mas de procedimentos, normas, valores ou
atitudes. A carga de conteúdos do tipo mais “acadêmico”, no currículo escolar, negligencia
áreas importantes do desenvolvimento e contribui para o aumento de alunos com
problemas de aprendizagem.
Deve-se visar ao desenvolvimento global do aluno, abrangendo todas as áreas
do desenvolvimento humano (afetiva, motora, social e cognitiva), e não apenas a área
cognitiva. Os conteúdos selecionados devem ser funcionais, ou seja, ter maior aplicação e
generalização na vida social, além de adequação às possibilidades, às necessidades e
aos interesses dos alunos, para que a aprendizagem seja significativa.
Metodologia: o como se aprende é tão importante quanto o que se aprende. A
escola atual enfatiza mais os produtos do que os processos. Na metodologia tradicional, o
professor transmite a informação acabada aos alunos, a comunicação encontra-se
centrada no professor e é unidirecional. Quanto mais o professor se comunicar com seus
alunos, mais informações obterão do processo que eles seguem para aprender, portanto,
do tipo de auxílio que necessitam.
A opção metodológica deverá favorecer a atividade do aluno, preparando o
trabalho de forma simples, sendo este mais estruturado e com o maior número de
instruções possíveis; facilitar a execução, utilizando todos os tipos de recursos didáticos,
a fim de se criarem estratégias necessárias à organização e ao desenvolvimento da
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tarefa; e aumentar o grau de comunicação com o aluno, detectando-se as dificuldades e o
tipo de ajuda que ele necessita.
Torna-se importante, também, considerar as situações educacionais de trabalho
em pequenos grupos ou individualmente, nas quais o professor pode se dedicar àqueles
que apresentam mais dificuldades. Situação difícil de se conseguir dentro de uma
metodologia tradicional, na qual se abusa de exposições orais coletivas, dirigidas a uma
variedade de alunos como se tratasse de um único.
O favorecimento da confluência de diferentes atividades ao mesmo tempo,
durante a aula, é motivo de grande preocupação dos professores, mas tem a função de
permitir que cada aluno avance conforme o seu ritmo e realize atividades significativas.
Entendemos, então, que a metodologia a ser adotada deva ser flexível,
considerando-se uma diversidade de estratégias instrutivas, em função do tipo de
conteúdo a ser desenvolvido, para adaptá-la a diferentes necessidades, visto que os
alunos são diferentes e devem ter respostas distintas. Assim como existem muitas
maneiras de aprender (visual, auditiva, sinestésica), existem muitas maneiras de ensinar.
Ter outras opções de atividades para alunos que completam o trabalho mais
cedo para evitar os problemas que surgem do tédio. Ter o cuidado de não passar uma
atividade que o aluno não seja capaz de fazer – o primeiro passo para a frustração.
Avaliação: no momento, o processo avaliativo tem-se concentrado
exclusivamente no aluno para medir se ele alcançou ou não os objetivos propostos. A
ênfase é dada aos produtos, e não aos processos, e predominam os critérios normativos.
A nova forma de conceber a avaliação pressupõe diversas mudanças. Deve-se
avaliar não apenas o aluno (seu nível de competência, quais estratégias utiliza para
resolver as tarefas propostas, seu estilo de aprendizagem, seu interesse, esforço,
interação entre iguais, percepção do aluno sobre a aula e o professor), mas também todo
o contexto educacional no qual se desenvolve o processo de ensino-aprendizagem (o
contexto educacional da sala: o desenvolvimento na prática das proposições da
programação, a analise das diferentes interações e a organização do espaço físico). A
avaliação desses aspectos serve para identificar o que ocorre na sala de aula e para a
tomada de decisões quanto às modificações necessárias.
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Como avaliar? As provas normativas são as mais utilizadas como forma de
verificação de aprendizagem (comparando o aluno com o grupo). Também se podem
utilizar as provas com base em critérios em que não há comparação do aluno com os
demais, mas apenas a verificação de sua evolução diante de objetivos determinados.
A observação diária avalia outros aspectos do aluno, considerando sempre o
contexto educacional. O professor não deverá centrar sua avaliação apenas no trabalho
escrito, mas poderá fazer a verificação de aprendizagem também de forma oral.
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ajudá-lo. Como necessita constantemente de ser lembrado a respeito das atividades, das
regras, das diretrizes e da organização, é importante dispor na sala de aula alguns
cartazes com orientações.
O professor deve circular pela sala com freqüência, usando a proximidade física
para controlar a disciplina ou o foco de atenção, bem com avisar os alunos de algo
anteriormente combinado, fazendo um contato de olhar, colocando a mão no ombro ou
um toque na carteira. Retirar dos alunos objetos que possam distraí-lo, embora algumas
crianças com TDAH precisem manusear um objeto para ajudar a focalizar a atenção.
Permitir o uso de algo que passe o mais despercebido possível, como uma bolinha de
exercício.
Os alunos com TDAH devem ser supervisionados e ajudados na organização
do lugar de trabalho, do material, das escolhas e do tempo a ser destinado para uma
atividade. Proporcionar oportunidades para movimentação dentro da sala de aula e
intervalos entre as atividades.
Estrutura de aula:
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sociais que se espera dos alunos. As recompensas e conseqüências devem ser sempre
coerentes com a ação que as motiva.
• Focalizar mais o processo (compreensão de um conceito) que o produto
(concluir 50 exercícios). Certifica-se que as atividades são estimuladoras e que os alunos
compreendem a relevância da lição. Utilizar técnicas eficientes de questionamento.
• Adotar uma atitude positiva, como elogios e recompensas para
comportamentos adequados. Alunos com TDAH sempre têm sua atenção chamada para
o que fazem de errado – deve-se, então, especificar e reforçar positivamente aquilo que
fazem certo. Ter sempre presente a lista de seus pontos fortes e capitalizar em cima
deles, seja para motivar para uma atividade ou para aumentar sua auto-estima, bem
como tratar de minimizar os efeitos negativos de suas dificuldades.
• Usar técnicas de prevenção de situações de conflito ou comportamento
diruptivo por meio de cuidadoso planejamento. A música é um ótimo instrumento para
relaxar e para ser usado nos momentos de transição de atividades ou de ambientes. Em
razão da mudança na rotina, o aluno com TDAH facilmente se torna excitado e mais difícil
de controlar. Preparar para essa mudança e propiciar o relaxamento por meio da música
pode diminuir o impacto negativo no comportamento. Quando o aluno começar a ficar
agitado, frustrado ou atrapalhar o trabalho da classe, redirecionar para uma outra
atividade ou situação, como, por exemplo, levar um recado para fora da sala, organizar os
livros na prateleira, dar de comer para o mascote da sala, apagar o quadro. Procurar
sempre falar em voz calma e firme. Ignorar as transgressões leves que não forem
intencionais e ensinar a turma a ignorar os comportamentos inadequados menos sérios,
bem como elogiar e reforçar comportamentos positivos dos colegas.
• Utilizar estratégias de ensino ativo no processo de aprendizagem. Com o
objetivo de se evitar o excesso de informação, o professor deve fornecer o esclarecimento
necessário na estruturação das tarefas, apresentando as chaves significativas para sua
execução.
Deve-se tomar um cuidado especial na graduação de dificuldade das
atividades, evitando dar grandes saltos de problemas fáceis para muito difíceis. O
conteúdo deve ser dado passo a passo. Alternar as atividades mais brilhantes com as
menos interessantes, evitar tarefas monótonas e repetitivas. Dar retorno constante e
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imediato. Incentivar a leitura em voz alta, recontar histórias, falar por tópico, ajudando a
organizar idéias.
• Oferecer apoio, incentivo e ajuda pessoal para alunos que têm dificuldades
de comportamento. Reconhecer e validar os pensamentos e sentimentos dos alunos.
Tentar ser o mais compreensivo possível.
• Providenciar assistência individual a alunos com dificuldades. Conversar
com o professor anterior e tentar saber o máximo possível sobre o que funciona ou não
com eles. Perguntar para os próprios alunos como eles acham que podem aprender
melhor. Combinar sinais discretos para chamar a atenção ou lembrar acordos.
• Ao dar uma punição, fazê-lo brevemente, sem sermão, de maneira calma,
imediatamente após a manifestação do comportamento inadequado. Criticar o
comportamento, jamais o aluno. Não enfatizar o fracasso.
• Permitir que o aluno que está ficando agitado ou zangado tenha um tempo
para se acalmar, mesmo que não seja na sala de aula. Não é mesmo que mandar para
fora de sala de aula como punição, isto deve ser tornado bem claro.
• Discutir as situações difíceis individualmente, longe dos colegas, de maneira
calma e com voz tranqüila. Usar o humor para difundir uma situação difícil e mostrar apoio
ao aluno. Evitar o sermão, o “pegar no pé”, a critica e o sarcasmo. Olhar sempre nos
olhos para “trazê-lo de volta”.
• Manter contatos freqüentes com os pais, evitando que isso seja feito apenas
em períodos de crise, quando a situação já estiver insustentável e irremediável.
• Utilizar sempre o reforço e o encorajamento como meios de garantir o “estar
atento” e o aproveitamento escolar. Estimular o interesse e a motivação da criança para
aprender.
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Outras estratégias
Recursos materiais
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revistas para recortes, música e confecção de materiais pelos próprios alunos em função
do tema abordado.
Recursos humanos
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Princípios de intervenção para atividade motora excessiva (hiperatividade)
- Não tentar reduzir a atividade, mas intermediar até que possa ficar dentro de
condições aceitáveis;
• Encorajar movimentos dirigidos e não o comportamento diruptivo;
• Permitir que o aluno se levante da carteira, especialmente no final da
tarefa.
- usar a atividade como uma recompensa.
• Dar recompensa para a tarefa desempenhada (sentar na cadeira do
professor; apagar a lousa, levar recados, arrumar as carteiras) como um
reforço por sua melhora.
- Usar respostas ativas nas instruções.
• Usar atividades de ensino que estimulem respostas ativas (falar, mover-
se, organizar, trabalhar no quadro);
• Encorajar diariamente a linguagem escrita, pintura, redação;
• Ensinar a criança a fazer perguntas sobre o tema ou a matéria.
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• Estimular atividades com argila, organização de papéis, tomar água
enquanto espera as próximas instruções;
• Encorajá-lo a tomar nota (apenas das palavras-chave);
• Reforçar ativamente os pequenos intervalos de espera, aumentando
gradualmente para um período mais prolongado (Barkley, 1995).
- quando a inabilidade para esperar manifesta-se em impaciência e descontrole,
retomar a liderança, mas não assumindo posições impulsivas ou comportamentos
agressivos.
• Sugerir / reforçar meios alternativos – por exemplo: ler uma linha, contar
uma história;
• Para as crianças que interrompem, ensinar quando reconhecer as
pausas na conversação e como preservar e colocar suas idéias;
• Sugerir à criança o que fazer ante as dificuldades ou tarefas que
necessitam de mais controle;
• Instruir e reforçar rotinas sociais (olá, até logo, obrigado, por favor).
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- Tornar as tarefas mais interessantes
• Dar trabalhos em duplas ou em pequenos grupos;
• Alternar as tarefas de alto e baixo interesse;
• Usa retroprojetor durante a leitura;
• Deixar a criança sentada perto do professor
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Princípios de intervenção para a dificuldade de começar as tarefas
- Praticar o planejamento
• Praticar o planejamento para as diversas atividades – o que é
necessário para a realização da tarefa, como fazer a tarefa dando
pequenos intervalos de tempo, fazer a tarefa em partes;
• Estimar o tempo que será necessário para a realização das atividades;
• Ensinar as habilidades de esboçar as linhas gerais de um plano;
• Selecionar, ordenar e reorganizar.
- Utilizar um processador de palavras para reorganizar as idéias.
- Ensinar a criança a anotar nas leituras ou fazer anotações em três colunas –
salientar os pontos mais importantes, os pontos de apoio e as dúvidas.
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Princípios de intervenção para baixa produção escrita
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- Aumentar e melhorar os sentimentos da criança em função do
desenvolvimento de novas habilidades.
Conclusão
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Bibliografia Consultada
ROHDE, L. A., Mattos, P. & cols. Princípios e práticas em TDAH. Porto Alegre: Aritmed,
2003.
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