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Existencialismo:

Jean Paul Sartre


Prof. Francisco Guimarães
A existência precede
a essência
A essência da coisa é aquilo que essa coisa é em si mesma,
sem necessitar de nada mais que a qualifique.

Ex.: Cadeira – sua essência é a própria cadeira


Dessa essência participam todas as demais cadeiras existentes
A existência precede
a essência
A essência não implica obrigatoriamente a existência concreta do
objeto no qual penso.

Pensamos em objetos que existem efetivamente e aqueles que tem a


possibilidade de existir.

A existência é algo concreto.


A essência é algo de abstrato.
A existência precede
a essência
Essência

• Origem do termo

– Inicialmente - o próprio ser, aquilo que uma coisa era em si


mesma.

– Posteriormente - a abstração máxima desse ser, em oposição a


sua existência, que nomeia tudo aquilo que existe
concretamente.
A existência precede
a essência
O homem é o único ser que dá sentido a existência

Inspiração numa ideia prévia / Fim utilitário (essência)

Fabricação (existência)
O homem para Sartre

• Não há natureza humana, pois não há Deus para conceber

Se Deus não existe, o homem [...] o homem primeiramente existe,


descobre-se, surge no mundo e só depois se define e poder ser
definido por qualquer conceito.

• O homem não é definível.

Somente depois será alguma coisa tal como a si próprio se fizer.


O homem para Sartre

• A essência do homem

Surge como algo resultante de seus atos, daquilo que ele faz de
si mesmo, algo a se realizar.

O homem não é nada mais do que aquilo que se projeta ser. É


antes de mais nada um projeto que vive subjetivamente.

Nada existe anteriormente a esse projeto.


O homem para Sartre

Quando nasce, o homem é nada.

Não existem ideias inatas, anteriores ao surgimento do homem e


destinadas a orientar a sua vida, indicando que caminho ele
deve seguir.

As ideias o homem as extrai de sua experiência pessoal.


O homem e o tempo

O indivíduo primeiramente existe


Com o tempo, torna-se isto ou aquilo (adquire sua essência).

• A essência humana só aparece como decorrência da existência do


homem.
O homem e o tempo

Os atos do homem que definem sua essência.

Se, no homem, a existência precede a essência, ele será aquilo


que fizer da sua vida, não havendo nada, além dele mesmo, de
sua vontade, que determine o seu destino.
O que é liberdade para
você?
O que é liberdade para
Sartre?
Liberdade em Sartre
A existência precede a essência porque só ele [o homem] é livre.

O homem não é predeterminando como os outros seres.

• Na semente de uma planta encontra-se tudo aquilo que ela


será ao se desenvolver normalmente.

• E no homem?

• O homem é livre, é pura liberdade, diversamente dos demais objetos


existentes no mundo

• O homem tem de escolher, a cada momento, aquilo que será no


instante seguinte. Ele deve ser inventado todos os dias.
Liberdade em Sartre

• E no homem?

O homem é livre, é pura liberdade, diversamente dos demais objetos


existentes no mundo

O homem tem de escolher, a cada momento, aquilo que será no


instante seguinte. Ele deve ser inventado todos os dias.

O homem existe enquanto a pedra é.


Liberdade em Sartre

• Através da liberdade o homem escolhe o que há de ser,


escolhe sua essência e busca realizá-la.

– A escolha que faz entre as alternativas com que se defronta que


constitui sua essência.

– Escolha  Criação de valores

Não há como fugir da escolha. A recusa em escolher já é uma


escolha.
Liberdade em Sartre

• Aquisição da essência  Projeto e Escolha

– O homem nada mais é do que o seu projeto, só existe na medida


em que o realiza através da série de seus atos.

ATENÇÃO!!!

Se, a essência precedesse a existência, o homem não poderia ser livre,


pois desde o princípio sua vida estaria predeterminada.
Responsabilidade em
Sartre

Se o homem é totalmente livre, é, consequentemente,


responsável por tudo aquilo que escolhe e faz.

• Não há desculpas para ele.


• O sucesso ou fracasso de seus atos são obras sua
• Não lhe é permitido culpar os outros ou as circunstâncias
pelos seus erros.

Livre, está vedado ao homem a auto-indulgência.


Responsabilidade em
Sartre

Liberdade para o existencialismo - capacidade do individuo


decidir sobre sua vida escolhendo-a e por ela se
responsabilizando.
A liberdade não é
absoluta

A liberdade não é absoluta, já que o homem vive numa


existência concreta, situada no tempo e espaço, condicionada,
limitada pela sociedade com suas regras e convenções, às
quais seus integrantes tem de se submeter.

• O homem entra em conflito com o meio social com o qual pertence.


• Vê-se diante de situações limites
– A guerra, o sofrimento, a morte

O homem, então, conscientiza-se das limitações impostas à livre


manifestação de sua existência.
Liberdade como
condição humana
• Sartre não crê na existência de uma natureza humana
• Não nega que exista uma condição humana válida universalmente.

– A liberdade é o que o constitui como homem.


– A liberdade é o único fundamento do ser.

• Quando o individuo escolhe, atribui um significado ao mundo.


• Ao escolher para si, escolhe também para os outros.

• Quando escolhe, o homem está definindo o que lhe parece ter


validade geral, universal.
O Existencialismo é
um Humanismo
• O existencialismo é uma ação moral

– Porque afirma a supremacia dos atos e nega a potência,


obrigando o homem a agir ao desfazer-lhe ilusões sem nenhum
sentido.

• O existencialismo é um Humanismo
– Porque a única filosofia capaz de tornar a vida humana digna de
ser vivida.

A subjetividade é o ponto de partida de toda doutrina filosófica. É a


subjetividade que impede o homem de tornar objeto, fazendo
prevalecer sua condição de sujeito.
Desespero em Sartre

O homem se vê impossibilitado de solidarizar-se com seus


semelhantes, desligado que está de toda existência pública,
lançado num mundo absurdo, desprovido de sentido,
obrigado, com prescreve a ética existencialista, a criar por si
só seus valores, pois a fonte de onde poderia extraí-los, Deus,
foi suprimida, o que acaba de conduzi-lo ao desespero.
Desespero em Sartre

O homem é angústia [...] Reconhecendo-se livre, ele percebe que não é


apenas o que escolheu ser, mas também um legislador que , ao
escolher para si mesmo, escolheu também para a humanidade
inteira.

O indivíduo se angustia porque se vê na situação de escolher sua vida,


seu destino, sem buscar orientação ou apoio em ninguém. Sente-se
desamparado. Livre, sendo o projeto que fizer de si, responsável
pelo seu próprio destino, já não há mais desculpas para ele.
Desespero em Sartre

Sozinho e sem desculpas, o homem está condenado a ser livre.


Condenado, porque não se criou a si próprio; mas livre, porque,
lançado no mundo, é responsável por tudo quanto fizer.

O existencialismo é um otimismo, uma doutrina da ação. O desespero é


ativo, pois obriga o homem a agir.
Psicoterapia Existencial
“A função da psicoterapia, a partir
destas três ideias: projeto, escolha do
agir e liberdade é: levar o cliente a
tomar consciência do seu projeto, de
modo como o projeto vem sendo
realizado e de como levá-lo avante,
com base em sua realidade pessoal,
em sua relação com o mundo.(...)

A psicoterapia é o encontro cuja


finalidade é ajudar o cliente a se
desdobrar, pedacinho por pedacinho,
até que ele veja sua essência
consumada, ou seja, até que ele
possa identificar e experienciar o
conceito de si próprio, seus desejos,
etc, com sua própria realidade.”

(Ribeiro, 1985, Pg 40)


Psicoterapia Existencial

• Permanente processo de busca,


procura, compreensão e
aceitação dinâmica da própria
realidade. “Ela (A Gestalt terapia) faz um apelo
constante à liberdade humana, à
individualidade, à responsabilidade
• Uma das funções da pessoal e coerente.
psicoterapia existencial: fazer
que o homem se interprete,
encontre seu próprio lugar Ela vai além dos sentimentos de
no mundo. Tornar o projeto massa, dos valores introjetados e não
existencial mais compreensível. assumidos. Como para o
existencialista, também o gestaltista é
a figura que se nega a submergir
inconscientemente no mundo que o
cerca. Ele é, antes de tudo, um
responsável por si mesmo.

Sem ser um isolado, um egoísta, ele é


alguém que, amando-se antes de
qualquer outro, aprendeu que seu
amor por si mesmo se transforma na
sua própria medida de amar os
outros.”

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