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ROBBINS, S.P. (2005). Capítulo 1: O que é Comportamento Organizacional.

In:
Comportamento Organizacional. São Paulo: Prentice Hall

Resenhado por:
Raíssa Lindoso de Araujo – 15/0020805
Universidade de Brasília
Comportamento Humano e do Trabalho
O capítulo do livro em questão aborda basicamente a importância das habilidades
interpessoais e os comportamentos dos indivíduos que compõem uma empresa. Nesse
aspecto, o texto ressalta que os executivos, ou seja, aqueles que tomam as decisões, que
manejam recursos financeiros e que lideram tarefas correspondentes à gestão, devem
reconhecer a relevância desses estudos. Consequentemente devem buscar meios para
desempenharem boas habilidades interpessoais a fim de exercerem com mérito suas
habilidades técnicas, humanas e conceituais. Para isso, há uma área de estudos chamada
comportamento organizacional que buscar investigar aspectos determinantes do
comportamento humano em quaisquer instituições, dentre esses aspectos têm-se os
indivíduos, os grupos e a estrutura.
O comportamento organizacional é um campo da psicologia que lida com o que as
pessoas exercem dentro das organizações, e sucessivamente como estes comportamentos
impactam seus desempenhos. Nesses estudos e para obter previsões do comportamento mais
detalhadas, há o estudo sistemático, que visa analisar os relacionamentos baseando-se em
indicações científicas. Algumas áreas contribuem fortemente para o estudo do comportamento
organizacional, como a Psicologia, a Sociologia, a Psicologia Social, a Antropologia e a
Ciência Política.
Dentre as análises do comportamento organizacional, os estudiosos trazem a ideia de
que nada é absoluto nessa área, não existindo uma “receita” que demonstre como os lideres de
organizações devem se portar em vista de seus empregados, ou seja, vai depender de cada
situação em que lhe é posto. Com isso, é fato que esse campo de estudos carrega uma grande
demanda de desafios, devido ao fato de lidarem frente à alta globalização em que estamos
emersos. Dentre os desafios mais aparentes está o trabalho com pessoas de diferentes culturas,
o enfrentamento com movimentos anticapitalistas, a fuga de empregos para os países com
mão de obra mais barata, além de lidarem com a árdua tarefa de equilibrar os interesses da
gestão e suas responsabilidades comunitárias locais.
Sendo a diferença entre as pessoas o trabalho mais custoso para os empregadores,
porém o mais relevante dentre a organização. O termo mais utilizado para abordar essa
temática é a “diversidade da força de trabalho”, que também alude à questão da grande
heterogeneidade cultural atual, em assuntos de sexo, de raça, de origem, de idade, de
deficiência física, de gênero, de religião etc., questões essas que se tornaram responsabilidade
em todo o mundo. Em vista disso, o grande desafio das organizações é a acomodação desses
diferentes conjuntos de pessoas, bem como o atendimento de suas necessidades individuais,
familiares e de seu exercício profissional.
Para essa grande demanda presente no mundo das gestões, os executivos devem
modificar suas formas de lidar com seus empregados, ou seja, tendo que reconhecer suas
diferenças e demandas individuais, consequentemente mantendo uma boa produtividade por
parte dos mesmos, excluindo qualquer tipo de marginalização e/ou intolerância.
Após isso, outro desafio enfrentado nas organizações é devido ao aumento da
produtividade pelo avanço das demandas. Com o avanço das produções, dos serviços de
contratação, e consequentemente das concorrências, faz com que os executivos tenham que
reduzir seus custos, e ao mesmo momento lidar com o aumento da produção, e não menos
importante, lidar com a qualidade dos produtos oferecidos. Para sanar essas questões, é posto
em prática o programa de Gestão da Qualidade e o de Reengenharia, visando também o
envolvimento dos funcionários e satisfação dos clientes.
A mão de obra especificamente, já passou por altos e baixos ao longo dos anos,
principalmente pela falta de funcionários qualificados, ou devido à intensa mão de obra
qualificada. Como por exemplo, no inicio do século XX onde um alto índice de mulheres
saltou no mercado de trabalho, elevando o número de trabalhadores hábeis. Porém pode-se
considerar que essa questão de execução de trabalhos está quieta nos últimos tempos.
O mercado de trabalho está altamente relacionado com os clientes, bem como os seus
níveis de satisfação com o serviço oferecido por tal organização. Nesse aspecto, os estudos do
comportamento organizacional oferecem métodos que podem aprimorar o desempenho dos
funcionários nas empresas, mostrando-lhes como suas condutas estão ligadas a satisfação dos
clientes. Sendo assim, há uma grande importância em contentar seus clientes, para que a
empresa não fracasse.
Sobre pessoas e seus comportamentos no ambiente de trabalho, é necessário propor
maneiras que as motive, para se comunicar melhor, e com isso, gerir aptas equipes de
trabalho. Isso pode ser feito de várias maneiras, uma delas é dando autonomia aos seus
funcionários, para que tenham responsabilidade sobre suas ações e decisões, e não somente
autoria do executor. A estimulação tendo sempre que inovar e mudar determinados serviços,
ou seja, estarem flexíveis a constante fluidez de produtos é primordial. Sendo assim, os
executores devem estimular a criatividade de seus funcionários e a tolerância a constantes
mudanças.
Em vista desse processo de mudanças vista anteriormente que irá ocorrer
continuamente em uma organização, a intensa globalização atual e avanços tecnológicos, nos
traz a ideia de “temporariedade”, isto é, empregos temporários. E com isso a terceirização de
empregos vem aumentando, e fica necessário que os mesmos estejam sempre atualizados no
conhecimento e em suas habilidades. Desse modo, tanto os funcionários quanto os
empresários necessitam lidar com essa questão da “temporariedade”.
Outra questão referente aos comportamentos dos funcionários no ambiente de
trabalho é a de sua vida pessoal andar juntamente com sua vida profissional, pois é evidente
que não há possibilidades de se desvincularem. Nesse quesito, estudos sugerem que sejam
ofertadas menores cargas horárias de trabalho, mais flexibilidade de horários, para que os
mesmos consigam minimamente conciliar suas questões pessoais e profissionais, sem que
uma atrapalhe a outra.
Como proposta de um modelo geral que aborde os estudos do comportamento
organizacional, tem-se o “Modelo Básico de Comportamento Organizacional”. Esse modelo
possui três níveis: o nível individual, o nível do grupo e o nível dos sistemas organizacionais.
Cada nível é incorporado pelo nível anterior, até por fim chegar ao nível dos sistemas
organizacionais. Para compor esse modelo, há variáveis dependentes, que são os fatores que
se pretende explicar, sendo afetados por outros fatores: a produtividade, o absenteísmo, a
rotatividade, a satisfação no trabalho e a cidadania organizacional. E as variáveis
independentes: variáveis no nível do individuo, variáveis no nível do grupo e variáveis no
nível do sistema organizacional, representando os principais determinantes das variáveis
dependentes apresentadas anteriormente, sendo a causa de algumas modificações na variável
dependente.
Esse modelo nos ajuda a entender todo o fenômeno do comportamento
organizacional, e tamanha complexidade do tema. Por fim, nesses estudos são dadas algumas
sugestões aos executivos para que possam exercer suas funções com eficácia, com isso
melhorar na produtividade, diminuir o absenteísmo e a rotatividade, além de poder expandir a
cidadania organizacional e consequentemente o bem-estar no trabalho.
Creio que o capítulo em questão trás questões muito pertinentes nos ambientes de
trabalho atuais, como a importância da cautela aos comportamentos e a vida pessoal do
funcionário, e como essas implicações são refletidas no serviço oferecido ao público, ou seja,
está tudo interligado. E por mais que atualmente algumas gestões ainda não se estejam
adequadas a algumas dessas questões trazidas anteriormente, outras grandes empresas já
trazem o comportamento organizacional à toa, e fazem uso desses estudos. Nesse sentido, o
texto traz inúmeros exemplos de grandes empresas que aderiram à prática desse estudo para
gerir e proporcionar bem-estar a seus funcionários, o que se deu grande sucesso. Porém,
acredito que a questão do capitalismo está altamente enraizada em algumas empresas, que só
visam o lucro e desconsideram causas pessoais e sociais de suas equipes. No texto, de forma
suscita pôde nos mostrar minimamente que os estudos acerca do comportamento
organizacional estão preparados para constituir uma produtiva gestão.

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