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CURSO DE BIOMEDICINA
DO ENVELHECIMENTO
Gene Therapy and its Evolution: The Search for the Cure of Aging Diseases
São Paulo
2018
TERAPIA GÊNICA E SUA EVOLUÇÃO: A BUSCA PARA A CURA DE DOENÇAS
DO ENVELHECIMENTO
RESUMO
Esta pesquisa investigou os pressupostos da Terapia Gênica, sua evolução e seus efeitos para a
cura de doenças do envelhecimento. Para desenvolvê-la focalizou-se no seguinte objetivo
centralizador: “Analisar, descrever e ressaltar a importância da Terapia Gênica e investigar a
evolução desta no tratamento de doenças relacionadas ao envelhecimento e a busca pelo
retardamento de seus efeitos”. Empregou-se, como metodologia de investigação, a revisão
bibliográfica, que subsidiou as discussões que perpassam pelos conceitos, fundamentos e
perspectivas apresentadas pela Terapia Gênica, além da sua utilização para a cura de muitas
patologias. Das considerações finais, antecipa-se que a Terapia Gênica se tem mostrado uma
técnica terapêutica promissora no tratamento e na cura de doenças, especialmente as causadas
pelo envelhecimento, agindo na correção dos genes que as causam. Todavia, se fazem
necessários a progressão e o investimento de novas pesquisas na área da Terapia Gênica para
que se alcancem resultados satisfatórios e precisos.
GENE THERAPY AND ITS EVOLUTION: THE SEARCH FOR THE CURE OF
AGING DISEASES
ABSTRACT
This research investigated the assumptions of Gene Therapy, its evolution and its effects for the
cure of aging diseases. To develop it, we focus on the following central objective: "Analyze,
describe and emphasize the importance of Gene Therapy and to investigate the evolution in the
treatment of diseases related to aging and the search to delay its effects." We used, as a
methodology research, the bibliographic review, which subsidized the discussions that
permeate the concepts, theoretical foundations and perspectives presented about Gene Therapy,
besides to its use for the cure of many pathologies. About final considerations, we anticipate
that Gene Therapy has shown a promising therapeutic technique in the treatment and cure of
diseases, especially those caused by aging, acting in the correction of the genes that cause them.
However, it is necessary to progress and invest new research in the field of Gene Therapy to
achieve satisfactory and accurate results.
1- INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 05
2- METODOLOGIA .................................................................................................... 08
3- DESENVOLVIMENTO ........................................................................................... 10
ENVELHECIMENTO .................................................................................................. 17
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 21
5
1- INTRODUÇÃO
ser humano de ter um envelhecimento saudável e autônomo (LOBO; SANTOS; GOMES, 2014,
p. 914).
Segundo Siqueira et al (2015, p. 2), alterações moleculares, que ocorrem com o passar do
O DNA1 telomérico está bem relacionado com esse processo. Telômeros são sequências de
repetições nucleopeptídicas presentes no final dos cromossomos, as quais não conseguem ser
transcritas pela DNA polimerase, resultando em uma redução do tamanho do telômero ao final
de cada mitose, o que compreende a senescência replicativa, e que, por muitas vezes, dão
origem a doenças como, por exemplo, o câncer (SIQUEIRA, et al, 2015, p. 2). Esse processo é
elucidado na Ilustração 1:
Fonte: http://www.medicinageriatrica.com.br/2006/12/28/teorias-do-envelhecimento-celular/
1
DNA: Deoxyribonucleic Acid; Ácido desoxirribonucleico.
6
A perspectiva de curar doenças tem sido motivada pelas constantes descobertas sobre o material
avanço na medicina terapêutica. Dessas descobertas e nesse contexto surge a Terapia Gênica,
podendo ser definida como o tratamento de doenças genéticas, adquiridas e hereditárias, através
A Terapia Gênica pode ser entendida como técnicas que permitem a introdução e expressão de
um gene terapêutico em células doentes que apresentam algum tipo de anormalidade de origem
genética, possibilitando a correção desses genes que causam doenças. O material inserido nas
células do paciente pode gerar uma proteína codificada que, por alterações em sua estrutura, é
produzida de forma inadequada, não conseguindo, assim, cumprir o seu papel funcional. É
possível também manipular a expressão de outros genes, ativá-los ou inativá-los. Para isso,
utilizam-se dois tipos de técnicas: a Germinativa, que se dá pela introdução do material genético
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/3964688/
7
Partindo dessas referências, nosso objeto de estudo pretensionou uma análise nos fundamentos
e evolução da Terapia Gênica, visando oferecer aos leitores mais uma contribuição acadêmica
postulada na busca para a cura de doenças. Almejou, ainda, pesquisar as teorias para que cada
vez mais sejam contínuas as investigações aplicáveis à evolução e alternativas na área da saúde.
incansáveis estudos sobre a genética e seu funcionamento, uma vez que, a partir dela nasce a
possibilidade de encontrar o caminho para as curas de doenças que ainda, em nossos dias, nos
parecem fatais. Com efeito, as doenças do envelhecimento estão ligadas aos genes, que no
decorrer do tempo precisam fazer cada vez mais reparos no DNA, causando, dessa forma, maior
desse modo, que sendo possível reparar esses erros genéticos, igualmente, será possível curar
doenças que hoje são consideradas irremediáveis no campo da saúde pública e garantir uma
pesquisadora, e posteriormente, seus interlocutores para que possam refletir acerca dos dilemas,
perspectivas e evolução que vem perpassando o histórico da Terapia Gênica e seu intento pela
2- METODOLOGIA
igualmente, indicar “como” podemos desenvolvê-la. Desta forma, a metodologia adotada estará
estes firmados em autores que nos auxiliarão na elaboração dos resultados a que se pretende a
investigação. Nesse sentido, este estudo será realizado por meio de revisão da literatura,
e análise de livros, artigos, revistas, teses, dissertações e sites, tais como: Scielo, Medline,
Science, Lilacs, sendo utilizadas para a pesquisa exploratória palavras-chaves como: “terapia
e “telômeros”, consultadas em idioma nacional e internacional, com ênfase nos últimos cinco
que abordam as bases conceptivas da Terapia Gênica e sua relação com a cura de doenças
Esse arsenal teórico nos subsidiará para a elaboração da pesquisa, constituindo-se da dissertação
3- DESENVOLVIMENTO
Nunca na história da humanidade um número tão grande de pessoas viveu tanto. O aumento da
busca por viver mais e melhor é procurar mecanismos celulares e moleculares associados a uma
boa velhice em quem é extremamente longevo. O DNA desses indivíduos pode ser fonte de
informações úteis para combater doenças associadas à velhice e conter o avanço dos ponteiros
do relógio biológico. O tempo todo, as reações químicas no organismo, podem causar lesões
nas moléculas de DNA. O DNA de uma célula humana sofre 10 mil alterações espontâneas por
dia, quase uma a cada 10 segundos; entretanto, surgiram proteínas que auxiliam o material
Sacina (2014, p. 63) discute acerca das mudanças no perfil demográfico brasileiro nos últimos
no qual esta inserida e o modo das relações entre pessoas, aponta para uma alteração significante
2014, p. 63).
nascimento e ocorre até a morte. Este, afeta a fisiologia do organismo e impacta na capacidade
envelhecimento ainda são pouco conhecidas, mas estudos apontam que o encurtamento
telomérico é uma das principais causas. A enzima DNA polimerase, que é responsável pela
replicação do DNA eucariótico, é incapaz de copiar o trecho final do DNA linear telomérico de
cada cromossomo, e, por isso, após cada divisão, segmentos de telômeros são perdidos
Durante a vida da célula, os danos genéticos não ocorrerem de forma igual ao longo da molécula
de DNA, eles demonstram atingir com mais frequência suas duas extremidades, que são
chamadas de telômeros e que são responsáveis por proteger o restante da fita de DNA. Cada
vez que o material genético duplica e a célula se divide, os telômeros encolhem 2% e só uma
maioria das células adultas não produz telomerase, normalmente sintetizadas pelas células
tronco, desta forma, com a capacidade restrita de recuperação, os telômeros encurtam com a
empacotam o DNA nas células. Os telômeros, (em laranja), protegem as pontas dos
cromossomos.
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risco para a oncogênese, onde dois terços dos casos de câncer são diagnosticados em indivíduos
com mais de 65 anos e a taxa de mortalidade ultrapassa 80%. (OLIVEIRA et al, 2013, p. 2).
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partir das contribuições de autores que discorreram sobre essa temática. Para tanto, estaremos
A Terapia Gênica pode ser definida, segundo Azevêdo (2009), como um tratamento de doenças
premissa que fundamenta a Terapia Gênica, é conhecida em bactérias desde 1944, a partir das
papiloma e SV40. Surgem, desta forma, as técnicas de DNA recombinante e a primeira tentativa
No final da década de 80, o National Institutes of Health – Institutos Nacionais de Saúde (NIH)
aprovaram o primeiro protocolo para teste de Terapia Gênica em humano, o qual consistia na
aplicação dos princípios da medicina genômica, que irá alterar a maneira de diagnosticar e tratar
várias doenças a partir da Terapia Gênica. A introdução de um gene normal poderá reverter o
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quadro clínico de uma doença e as células geneticamente modificadas poderão ativar o sistema
Segundo Couto, et al (2017), a maior parte das tentativas clínicas de Terapia Gênica que estão
sendo estudadas buscam a substituição de um gene defeituoso por um gene normal e visam o
base a introdução de genes em células. Todavia, existe certa dificuldade na entrada de DNA
“carreador” que facilite a entrada do DNA nas células vivas, denominado “vetor” (COUTO, et
A palavra vetor é originária do latim: vector, (aquele que carrega, entrega), podendo ser
definido como o agente que contém os genes a serem transferidos e expressos em uma célula
receptora. Os diversos tipos de vetores são utilizados para levar o gene selvagem ao núcleo das
células-alvo. O vetor ideal deve ser de fácil produção, deve promover a expressão do transgene
de modo eficiente e por longo tempo, ter especificidade na célula alvo e não deve gerar resposta
os vetores nanoestruturados. Esses genes ainda podem ser transferidos através de injeções
2
HIV: Human Immunodeficiency Virus; Vírus da Imunodeficiência Humana.
15
Fonte: https://pt.slideshare.net/AmandaVallePinhatti/aula-terapia-gnica
Dois tipos de técnicas chamadas de ex vivo e in vivo são utilizadas para levar genes para o
interior das células somáticas do corpo humano. Na técnica ex vivo, retiram-se células do
paciente, faz-se cultura das mesmas, usam-se vetores para nelas inserir o gene previamente
isolado e engenheirado, e, por infusão, essas células tratadas são levadas de volta ao paciente.
As células da medula são as mais usadas em terapia ex vivo, embora existam testes em outros
paciente, também usando vetores, porém dispensando a retirada de células e sua subsequente
1989, os retrovírus tornaram-se os mais eficazes modelos de vetores. Eles são os preferidos em
80% das experiências clínicas em Terapia Gênica, pelo fato de apresentarem algumas
vantagens, tais como: eficiente integração ao genoma da célula e expressão gênica por longo
tempo. Porém, seu uso é restrito à terapia ex vivo devido às dificuldades para purificação e
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concentração vital, além do fato de que os retrovírus infectam exclusivamente as células que se
dividem. Por serem vírus patogênicos, na construção de vetores retrovirais a parte viral
patogênica é removida, por medida de segurança. Todavia, essa medida não exclui o perigo de
e, além disso, a integração dos retrovírus ao genoma humano ocorre ao acaso. Esse fato é
demonstrem que esse risco é baixo, existe risco adicional de transformação celular em
7).
não, que se dividem ou não, são as vantagens dos adenovírus, porém, apresentam a grande
desvantagem de conterem genes com potencial de estimular resposta imune no paciente e, com
isso, efeitos adversos. Os Complexos lipídios, por terem carga elétrica positiva, ligam-se
pelos lisossomos. Estas propriedades fizeram com que os lipossomos tornassem-se um eficiente
meio para transportar DNA para dentro de uma variedade de células em cultura. Todavia, a
proporção entre os lipídios e a quantidade de DNA ou RNA deve ser cuidadosamente calculada
para evitar intoxicação lipídica da célula a ser tratada (AZEVÊDO, 2009, p. 7).
3
RNA: Ribonucleic acid; Ácido ribonucleico.
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ENVELHECIMENTO
perspectiva que a Terapia Gênica permite a correção dos genes que causam doenças.
De acordo com Fécchio et al (2015, p. 47), no caso da Angina Refratária, a Terapia Gênica com
Em casos de Injúria como Infarto, Isquemia e Inflamação o VEGF aumenta sua expressão e
medula óssea. Na Doença Arterial Coronariana (DAC), a Terapia Gênica, utilizando o VEGF,
com a finalidade de induzir a angiogênese miocárdica poderia vir a ser uma nova modalidade
reformação dos vasos existentes. Já nos casos de Doenças Cardiovasculares, a Terapia Gênica
não visa a substituição de um gene anormal, mas supra-regular a expressão de uma proteína
útil, aumentando o conteúdo de DNA. Nesse contexto, sua eficácia depende do gene, do vetor
manifesta após os 80 anos e incide em problemas com o reparo de DNA. Estudos mostram que
as células de idosos com Alzheimer que foram submetidas a concentrações elevadas de espécies
levam três vezes mais tempo para se recuperar do banho de radicais livres do que os idosos
O Câncer é um processo sequencial pelo qual uma célula obtém novas características e assim,
começa a se proliferar sem controle, tornando-se imortal e invadindo locais que não deveria
invadir. Essas características fazem do Câncer um alvo para as terapias que eliminam as células
tumorais, bloqueiam a proliferação tumoral ou melhoram a resposta imunológica. Isso pode ser
Oncolítica. A Terapia Gênica é projetada para introduzir ácidos nucleicos nas células e
substituir o material genético defeituoso para curar ou tratar o Câncer, sendo que este
terapêutica, revelando uma toxicidade muito reduzida quando comparada com os tratamentos
Estudos estão sendo realizados com pessoas que perderam a audição por consequência de
alguma doença, por excesso de barulho ou pelo uso de algum medicamento com efeitos
colaterais, utilizando um vírus para inserir um gene chamado Atoh1 na cóclea. O gene estimula
a produção de células ciliadas no ouvido interno, que são as responsáveis por captar as vibrações
mecânicas que serão transformadas em informação sonora pelo Sistema Nervoso Central. Esta
terapia não é destinada a deficientes auditivos de nascença, pois, o gene Atho1 atua
O HIV é uma doença que tem aumentado consideravelmente entre as pessoas mais idosas, e,
apesar de não ser uma patologia consequente do envelhecimento, vale citar que a manipulação
inserção de genes que atuam interferindo no ciclo de replicação do HIV, tem tido resultado na
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A vacina gênica pode atuar no combate à Tuberculose, uma vez que as inoculações das vacinas
de DNA que codificam os genes das proteínas imunogênicas, por via intramuscular, associados
sendo que essa molécula codifica uma proteína imunogênica, estimulando o sistema
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os genes são os responsáveis por fornecer informações para a síntese de proteínas nas células,
informações estas que foram passadas de pais para filhos, através de seus DNAs e que são de
vital importância para o perfeito funcionamento do corpo. Com o passar do tempo, o corpo vai
envelhecendo por consequência da intensa síntese das células, e, quando um gene torna-se
defeituoso, compromete esse vital movimento, tornando o corpo humano susceptível a várias
doenças.
A Terapia Gênica tem sido o foco e a esperança de muitos cientistas para a cura de doenças que
até hoje não possuem tratamentos eficazes, principalmente as crônicas não transmissíveis, que
também são consequentes do processo natural do envelhecimento, sendo que essas representam
a maior causa de morbidade e mortalidade mundial. Todavia, ainda se há muito que pesquisar
e obter novos conhecimentos e avanços científicos e tecnológicos, nesta área, pois os métodos
sendo, aliás, pouco eficientes quanto ao direcionamento celular e seus efeitos colaterais ainda
não estão claros. Além disto, há o obstáculo de ser uma terapia muito cara, e, por consequência,
até pouco tempo, perdurava a escassez de investimento por parte do poder público e limitado
interesse por parte do setor privado. Aliás, além de ser um percurso moroso deve ser, ante de
efetivamente, a cura de doenças que até hoje são consideradas incuráveis como, por exemplo,
REFERÊNCIAS
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