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1. RESUMO
2. INTRODUÇÃO
Dentro de cada língua há uma quantidade de aspectos que acabam por refletir a
cultura de seus falantes, e que podem variar conforme o que é dito e como aquilo é dito
na frase, e por vezes é pelas diferenças aspectuais que falantes estrangeiros tem tanta
dificuldade em aprender novas línguas ou medo de fala-las (EL-DASH, 2005).
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Graduanda de Letras Português e literaturas na Universidade Federal de Santa Catarina,
bia.mello12@hotmail.com
3. IMPORTANTES DISTINÇÕES
Tendo essa citação em mente, algumas distinções são importantes para que
antes de que se fale diretamente em aspecto verbal, o leitor saiba distingui-lo de demais
categorias que o cercam, por serem próximas de seu significado ou por terem mais
conceitos que podem sem importantes quando se fala em aspecto verbal.
Por fim, vale acrescentar que o aspecto verbal tem em torno de seu significado
mais do que um tempo verbal ou modo pode dizer, pois não se pode classificar um
aspecto verbal olhando apenas para o verbo. O contexto que o envolve é tão importante
quanto, se não mais.
Como dito anteriormente por Ilari (2001), a natureza dos verbos influencia no
seu aspecto verbal, portanto o fato de o evento ser télico ou átelico é importante para a
classificação do tipo de aspecto que o verbo está exprimindo no contexto que foi dito.
A diferença entre evento télico e atélico é simples: atélicos são eventos que tem
noção de prolongados e que não leva necessariamente a um final e télicos são eventos
breves e pontuais, que levam necessariamente a um final.
Por exemplo, os verbos dormir e adormecer são télico e atélico,
respectivamente, e aplicados a frases, como “Ele dormiu” e “ele adormeceu as 7:00” se
fazem de aspectos verbais diferentes, sendo um pontual e o outro inceptivo, pois as
noções que eles passam são que um é mais breve e o outro mais alongado, e o contexto
da segunda frase insere o leitor/ ouvinte no início do evento expresso pelo verbo.
Os modos verbais, como dito por Hilari (2001), também podem fazer diferença
na hora de classificar o aspecto verbal, conforme a situação. No português brasileiro
temos 3 tipos de modos verbais: o indicativo, o subjuntivo e o imperativo, mas
considerando que o ultimo exprime apenas ordens, pedidos ou conselhos, o foco da
importância pros aspectos fica nos dois primeiros.
O indicativo é o modo verbal que exprime um evento real, que acontece ou já
aconteceu de verdade, e o indicativo é o modo verbal que serve para indicar cenários
hipotéticos, e levando em consideração que sempre que se fala em futuro, o ouvinte
entende que é uma situação que ainda não aconteceu, todo futuro, por mais próximo que
esteja de acontecer, é hipotético.
Por exemplo, no português, um falante nativo diria “Eu estava viajando para a
Europa” e “Eu viajei para a Europa”. Um expressa um evento que já aconteceu, mas que
está no aspecto verbal cursivo, e o outro é um evento hipotético, que está no aspecto
verbal não começado.
4. QUANTIDADE
4.1 PORTUGUÊS BRASILEIRO
Atualmente, no português brasileiro, temos uma quantidade de aspectos verbais
difícil de ser definida. Considerando o capítulo ‘aspecto’ do livro Introdução a
semântica: brincando com a gramática, de Rodolfo Ilari (2001), seriam 5 aspectos
principais (considerando que a obra é um livro de introdução): pontual e resultativo, que
fazem parte do aspecto perfectivo, e inceptivo, cursivo e terminativo, que são sub-
aspectos do aspecto imperfectivo.
A definição da quantidade aspectual muda sutilmente no segundo capítulo do
livro ‘Cognição, léxico e linguagem’, de Dieysa Kanyela Fossile (2012), que define
treze tipos diferentes de aspectos verbais, que são:
4.1.1 SIGNIFICAÇÕES
4.2 INGLÊS
Segundo El-Dash (2005), existem menos aspectos verbais no inglês, pois esses
aspectos expressam
O aspecto perfect são os verbos que são “são usados para fazer referência a
estados delimitados.” (EL-DASH 2005), portanto, apresenta verbos que estão
usualmente no passado formado com has, have ou had, e ainda essa construção deve
conter um verbo no perfect, seja ele presente perfect (se ele se refere à atualmente), seja
ele past perfect (se ele se refere a algo já passado), pois “Todos os verbos num perfect
tense se referem a estados.” (EL-DASH 2005).
O tempo dos perfect tenses é sempre bem marcado, com duração ou quando
o estado se iniciou com clareza. Não há nada igual no português, pois no português
dizer he read the book e he has read the book se traduz da mesma maneira: Ele leu o
livro, mas no inglês o primeiro indica a tradução normal e o segundo indica o estado de
ter lido o livro, que é um estado resultante da ação de ter lido.
Esse aspecto também pode ser expresso nos 3 tempos verbais do perfect tense,
por exemplo, no past perfect: “I had read it.”, no presente perfect: “I have read it.” e
por fim no future perfetc: “I will read it.”.
Um bom exemplo é “He had been taking pictures since 10:00 am”, mas vale
ressaltar que, como é dito no artigo mexer com os diferentes tempos verbais nesse
aspecto é bastante confuso e muito, muito difícil para os não falantes nativos do inglês,
por ser uma construção já difícil no inglês, pois o enfoque da ação que se trona estado
vai mudando conforme o tempo em que o verbo está.
Esses são os aspectos salientados por El-Dash (2012), mas algumas fontes
apontam ainda mais um tipo de aspecto verbal no inglês: o simple aspect, que tem
relação com ações completas que já aconteceram (no simple past), hábitos, situações
constantes, verdades, etc (quando no simple present) e ações que com certeza
acontecerão no futuro (no simple future), portanto, de maneira resumida, é usado pra
ações únicas, estado permanente ou situações constantes.
Um bom exemplo para o simple aspect no simple past é “I walked to the mall”,
que fala apenas de um acontecimento isolado no passado que já se concretizou. No
simple present do simple aspect “I walk to school every day”, que retrata um
hábito/situação constante, e no simple future do simple aspect, um bom exemplo pode
conter tanto will quanto shall “I will walk to school tomorrow” ou “I shall walk to
school tomorrow”.
5. DIFERENÇAS
Após analisar o que cada aspecto carrega de significação, pode-se perceber que
os aspectos no português e no inglês não tem muito em comum. O que se vê acima é
uma tabela que compara as equivalências entre os aspectos em cada língua, e há
algumas que não tem equivalência nos aspectos da outra língua, como o perfect aspect e
o perfect progressive aspect, juntamente com o aspecto imperfectivo, o indeterminado e
o iterativo.
6. CONCLUSÃO
7. REFERÊNCIAS
EL-DASH, Linda Gentry. A QUESTÃO DE ASPECTO NOS TEMPOS VERBAIS EM
INGLÊS. 2005. Disponível em:
<https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8639404/6998>.
Acesso em: 15 dez. 2019.
______________; BUSNARDO, Joanne. Tempos verbais em ingles e
portugues: escolhas pragmáticas a partir de aspectos semânticos. 2002. Disponível
em: <https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8639352/6946>.
Acesso em: 16 dez. 2019.
MOURA, Heronides; MOTA, Mailce Borges; SANTANA, Ana Paula. Cognição, léxico
e gramática. Florianopolis: Insular, 2012. 256 p.
NORDQUIST, Richard. Definition and Examples of Aspect in English
Grammar. 2019. Disponível em: <https://www.thoughtco.com/what-is-aspect-
grammar-1689140>. Acesso em: 16 dez. 2019.
ROSSAROLA, Lenir Maria; RODRIGUES, Nara Caetano. PROPOSTA DE
INTERVENÇÃO PARA O ENSINO DA LÍNGUA MATERNA: ANÁLISE LINGUÍSTICA
DE ASPECTOS VERBAIS EM ARTIGO ASSINADO. 2015. Disponível em:
<https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/pensaresemrevista/article/view/
18111/18002>. Acesso em: 15 dez. 2019.