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Lixiviação

Esse  trecho  foi  retirado  do  texto  de  Rodrigo  Carvalho  sobre  Patologias
em  Concreto  Armado,  que  pode  ser  acessado  na  íntegra  no  link:
<http://rodrigorcarvalho.com.br/artigos/patologias-em-concreto-armado/>

Lixiviação de compostos hidratados

»   A lixiviação é a ação extrativa ou de dissolução que os compostos


hidratados da pasta de cimento podem sofrer quando em contato com água,
principalmente as puras ou ácidas.

»   A lixiviação do hidróxido de cálcio, com a consequente formação do


carbonato de cálcio insolúvel, é responsável pelo aparecimento de
eflorescência caracterizada por depósitos de cor branca na superfície do
concreto.

Lixiviação de compostos hidratados

Figura 9. Exemplo de estruturas lixiviadas.

Fonte: Carvalho, 2014.

Figura 10. Exemplo de estruturas lixiviadas.


Fonte: Carvalho, 2014.

Esse  trecho  foi  retirado  do  texto  de  Rodrigo  Carvalho  sobre  Patologias
em Concreto Armado, que pode ser acessado na integra no link: <http://
rodrigorcarvalho.com.br/artigos/patologias-em-concreto-armado/>

Outras Patologias

Falta de qualidade e espessura do cobrimento:

»   A NBR 6118:2003 afirma que a durabilidade das estruturas é altamente


dependente da qualidade e a espessura do concreto do cobrimento da
armadura.

»   Helene (1993) ressalta que a qualidade efetiva do concreto superficial de


cobrimento e proteção dependem, também, da adequabilidade da fôrma, do
aditivo desmoldante e, principalmente, da cura adequada desta superfície.

Figura 11. Exemplo de estruturas com falta de qualidade  e espessura do


cobrimento.
 

Fonte: Carvalho, 2014.

Irregularidades geométricas dos elementos de concreto armado

»   São modificações em relação ao especificado no projeto estrutural e/ ou


fôrmas, na geometria dos elementos, podendo ocorrer em nível de planeza,
esquadro ou nas alterações das dimensões das peças de concreto armado.

»   A qualidade da madeira e o cuidado nas execuções das fôrmas e do


escoramento podem evitar irregularidades geométricas dos elementos em
concreto armado.

Desaprumo em Pilar

Figura 12. Exemplo de desaprumo do pilar.

 
Fonte: Carvalho, 2014.

Embarrigamento de Viga

Figura 13. Embarrigamento de viga.

Fonte: Carvalho, 2014.

Segregação do Concreto

»   É a segregação do concreto fresco de tal forma que a sua distribuição deixa


de ser uniforme, comprometendo sua compactação, essencial para atingir o
potencial máximo de resistência e durabilidade.

Principais causas:

»   Alta densidade de armaduras.

»   Condições inadequadas de transporte, lançamento e adensamento do


concreto.

»   Consistência inadequada.

Figura 14. Segregação do concreto.


Fonte: Carvalho, 2014.

» Ninhos de concretagem no encontro do pilar com a viga, posteriormente


preenchido com tijolo cerâmico. (José R. S. Pacha)

Figura 15. Segregação do concreto.

Fonte: Carvalho, 2014.

»   Concreto executado com elevado fator água/cimento, acarretando elevada


porosidade do concreto e fissuras de retração.
Quando um elemento de concreto é submetido a altas temperaturas este sofre
modificações importantes. A água livre ou capilar do concreto começa a evaporar a
partir dos 100°C. Entre 200°C e 300°C, a perda de água capilar é completa, sem que
se observem alterações na estrutura do cimento hidratado e sem redução considerável
na resistência. De 300°C a 400°C produz-se a perda de água de gel do cimento,
ocorrendo uma sensível diminuição das resistências e aparecendo as primeiras
fissuras superficiais no concreto. Aos 400°C, uma parte do hidróxido de cálcio
procedente da hidratação dos silicatos se transforma em cal viva. Até os 600°C, os
agregados que não têm todos os mesmos coeficientes de dilatação térmica se
expandem com diferentes intensidades, provocando tensões internas que começam a
desagregar o concreto (CÁNOVAS, 1988).

A ação do fogo em estruturas de concreto aumenta a temperatura nos elementos


estruturais e essas variações térmicas geram modificações físico-químicas que
alteram suas propriedades mecânicas, tais como: módulo de elasticidade e resistência
à compressão e tração. Entretanto, o concreto é um material que apresenta diversas
vantagens, quando comparado a outros materiais, pois sua reação com o fogo é
pequena em temperaturas de incêndio padrão, sua condutividade térmica é baixa e
não emite gases tóxicos quando submetido a altas temperaturas (RIBEIRO et al.,
2014).
A ação do fogo sobre o concreto pode ter vários efeitos deletérios, físicos e químicos.
Podendo expandir a pasta de cimento, pelo aumento de temperatura, e também retrair
por perda de água de constituição. Esta retração logo supera a expansão e diz-se que
o material retrai (PETRUCCI, 1972).
Segundo Santos e Rodrigues (2016), o comportamento das estruturas de concreto é
influenciado pela interação entre os componentes de concreto, o nível de tensão-
deformação e a propensão à fissuração. As microfissuras ocorrem primeiramente na
interface entre a pasta de cimento e agregados, passando posteriormente a crescer e
se desenvolver em rachaduras que mudarão significativamente o comportamento do
material a altas temperaturas. Com as propriedades mecânicas reduzidas devido à
elevada temperatura a que são submetidas, as estruturas de concreto armado perdem
suas  funcionalidades  em  um  incêndio,  e  podem  produzir  situações  catastróficas
(OLIVEIRA, 2013).
Em temperaturas mais elevadas, alguns constituintes do concreto se comportam de
maneira expansiva, ocorrendo a decomposição da portlantida (Ca(OH)2, a 450-
550°C), a expansão dos agregados silicosos contendo quartzo(a 575°C) ou a
decomposição dos agregados calcários (a temperaturas superiores a 800-900°C)
(RIBEIRO et al., 2014). Essas transformações dependerão de vários fatores como:
umidade inicial, temperatura máxima e tempo de exposição a essa temperatura,
composição e características dos agregados, e esforços aplicados ao concreto durante
os ciclos térmicos. A umidade inicial interfere, pois quando o concreto está úmido,
ocorre a evaporação da água contida nos poros mais profundos, produzindo um vapor
que, ao atingir a superfície, poderá gerar uma pressão interna que levará à fissuração
(RIBEIRO et al., 2014).
A elevação gradual de temperatura provoca efeitos deletérios no concreto e nas
argamassas, verificando-se alteração na coloração, perda de resistência mecânica,
esfarelamento superficial, fissuração e até a própria desintegração da estrutura
(MORALES, CAMPOS, FAGANELLO, 2011).  Esses efeitos manifestam-se nas partes
externas da estrutura em contato com o fogo e propagam-se, lentamente, para o
interior, devido à baixa reação do concreto com o fogo e à baixa condutividade térmica
do concreto (RIBEIRO et al, 2014).
Alguns casos evidenciam que, durante um incêndio, pode ocorrer o
desplacamento ou lascamento de camadas superficiais mais quentes do
concreto. Este fenômeno é denominado spalling (GUO; YUAN; MANG, 2016).
E é apresentado nas figuras 18 e 19, as quais ilustram as estruturas de
concreto do túnel Great Belt (figura 18) e da laje do cinema Cacique (figura 19),
após a decorrência de incêndio (LIMA et al., 2004).

Figura 18. Túnel Great Belt.

Fonte: Lima et al. (2004).

Figura 19. Laje do cinema cacique.

Fonte: Lima et al. (2004).

O fenômeno spalling leva à redução da área da seção transversal e à


exposição da armadura, podendo eventualmente resultar numa redução
significativa da integridade estrutural dos edifícios (GUO; YUAN; MANG, 2016).
A fissuração intensifica-se nas juntas, nas regiões mal adensadas e nos planos
de barras de armadura, havendo uma perda significativa de material nestes
locais, o que pode levar à eliminação da camada de cobrimento da armadura
(LIMA et al., 2004). Desta forma, ao ser alcançada, a armadura passa a
conduzir calor e assim o aquecimento é intensificado.

Quanto ao mecanismo de fragmentação do concreto submetido a spalling, dois


parâmetros são analisados, o estresse térmico e a pressão de poros. A teoria
do estresse térmico concentra-se na variação de tensão devido ao gradiente de
temperatura, já a pressão de poros considera o acumulo de gás causado pelo
transporte de massa e calor, causando o desprendimento (GUO; YUAN;
MANG, 2016). Desta forma, o lascamento é considerado um fenômeno natural
nas estruturas de concreto quando elas são expostas a altas temperaturas,
pois dentro da matriz do concreto desenvolvem-se tensões de origem térmica,
que aparecem em forma de desintegração das regiões superficiais (OLIVEIRA,
2013).

Em situação de incêndio, as estruturas devem atender a um tempo mínimo de


resistência requerido por norma, a fim de garantir a segurança na fuga dos
ocupantes da edificação. As alterações físicas e mecânicas nas peças de
concreto durante um incêndio podem ser diminuídas quando certos parâmetros
de dosagem e geometria forem respeitados. Isso pode ser assegurado pela
resistência durante o tempo de ocorrência do incêndio.

O Tempo Requerido de Resistência ao Fogo pode ser definido como o tempo


mínimo (em minutos) de resistência ao fogo que um elemento construtivo,
quando sujeito ao incêndio, deve resistir (NBR 15200:2012). A NBR
14432:2001 indica os tempos requeridos de resistência ao fogo (TRRF) que
devem ser respeitados pelas edificações brasileiras, estes independem do
material estrutural utilizado.

O incêndio possui uma fase chamada de Combustão Viva, a qual acontece


quando ocorre uma elevação brusca da temperatura com a propagação
descontrolada das chamas chegando a ponto de irreversibilidade do incêndio
(1250- 1300ºC). É o ponto de inflamação generalizada conhecida como flash
over. Nesta fase ocorrem os efeitos mais danosos ao concreto, os quais se
agravam em função da duração do fogo. Porém, Morales, Campos e Faganello
(2011) afirmam que a perda de resistência mecânica já ocorre a temperaturas
acima de 300ºC e o resfriamento brusco da temperatura é responsável pelas
maiores perdas de resistências.

A elevação da temperatura também interfere na coloração do concreto,


variando de tons rosáceos nas temperaturas mais baixas (300 e 600°),
passando por tons cinza em temperaturas intermediárias (até 900°C) e
chegando a tons esbranquiçados e amarelados a altas temperaturas
(MORALES, CAMPOS, FAGANELLO, 2011). Esta variação pode servir como
referência para identificar o nível de agressividade do incêndio ao concreto.

Embora a ação do fogo no concreto seja responsável por modificações


microestruturais, seu efeito não se limita a influenciar características
mecânicas. Um ligeiro aumento de temperatura pode levar a uma maior
sensibilidade da estrutura a agentes agressivos, facilitando a degradação
química (RIBEIRO et al, 2014).
Esse  trecho  foi  retirado  do  texto  de  Rodrigo  Carvalho  sobre  Patologias
em Concreto Armado, que pode ser acessado na íntegra pelo link: http://
rodrigorcarvalho.com.br/artigos/patologias-em-concreto-armado/>

»   As fissuras são um dos principais problemas patológicos no que se refere a


construções, principalmente de concreto armado. Elas podem se manifestar
desde a concretagem até anos após esta.

»   De acordo com a NBR 6118:2003, as aberturas das fissuras não devem
ultrapassar:

›     A  0,2  mm  para  peças  expostas  em  meio  agressivo  muito  forte
(industrial e respingos de maré).

›     A 0,3 mm para peças expostas a meio agressivo moderado e forte (urbano,
marinho e industrial).

›     A 0,4 mm para peças expostas em meio agressivo fraco (rural e submerso).

»   As fissuras são fenômenos próprios e inevitáveis do concreto armado e que


podem se manifestar em cada uma das três fases de sua vida:

 Figura 23

Fonte: Carvalho, 2014.

Causas das fissuras: movimentações térmicas; movimentações higroscópicas;


sobrecargas; deformações excessivas da estrutura; recalques de fundação; alterações
químicas dos materiais (como a corrosão de armaduras); fogo sobre a estrutura.

Fissuras causadas por recalques das fundações

»   De forma geral, os recalques nos pilares geram fissuras de abertura variável
nas vigas ligadas a eles, sendo estas aberturas maiores na parte superior das
vigas. As fissuras decorrentes dos recalques dependem da magnitude destes.

»  As fissuras por recalque serão ainda mais significativas quando as


armaduras forem deficientes ou mesmo quando estas estiverem mal
posicionadas no elemento.

Fissuras causadas por recalques das fundações

Figura 24. Fissuras causadas por recalques das fundações.


Fonte: Carvalho, 2014.

Fissuras causadas por corrosão da armadura

»   As fissuras causadas pela corrosão da armadura tendem a aparecer ao


longo das barras em processo de oxidação.

»  O emprego de cobrimento adequado e um concreto compacto dificultam o


processo de corrosão das armaduras e, por conseguinte, amenizam (ou
mesmo impedem) o problema da fissuração causada pela oxidação da
armadura.

Figura 25. Fissuras causadas por corrosão da armadura em vigas.

Fonte: Carvalho, 2014.

Fissuras devidas às cargas estruturais 

Tração

»   As fissuras causadas por esforços de tração são, em geral, ortogonais à


direção do esforço e atravessam toda a seção. O material concreto é muito
suscetível a esse tipo de fissura, pois a resistência à tração deste material é
muito pequena.

Figura 26. Fissuras causadas por esforços de tração.


Fonte: carvalho, 2014.

Compressão

»   As fissuras causadas por esforços de compressão são, em geral, paralelas


à direção do esforço. Quando o concreto é muito heterogêneo, as fissuras
podem cortar-se segundo ângulos agudos. As fissuras devidas ao esforço de
compressão se fazem visíveis com esforços inferiores ao de ruptura, e
aumentam de forma contínua.

Figura 27. Fissuras causadas por esforço de compressão.

Fonte: Carvalho, 2014.

Flexão

»   Elas começam no bordo tracionado das peças e avançam em direção à


linha neutra. Este tipo de fissura tem abertura variável: são mais abertas no
bordo tracionado da seção e vão diminuindo de abertura à medida que chegam
perto da linha neutra.

Figura 28. Fissuras causadas por esforço de flexão.

Fonte: Carvalho, 2014.

Força cortante
As fissuras causadas por esforço cortante são, em geral, inclinadas (entre 30°
e 45°, aproximadamente), atravessam toda a peça, e são localizadas próximas
aos apoios dos elementos (regiões de força cortante grande).

Figura 29. Fissuras causadas por esforço cortante.

Fonte: Carvalho, 2014.

Estados excessivos de fissuração

Figura 30. Exemplo de estados excessivos de fissuração.

Fonte: Carvalho, 2014.

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