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INTRODUÇÃO A questão da desigualdade social brasileira acompanha todo o curso da sua

história, cujo traço fundamental foi sempre o da extrema concentração de propriedade e


renda, de um lado, e de outro, a desigualdade, a exclusão. A partir de 1930, com o início da
industrialização, que veio a fomentar a urbanização do País, aumentam os índices de
desigualdade social. O governo de Getúlio Vargas, e a mobilização de pequenos grupos,
surgiram as primeiras iniciativas governamentais de enfrentá-la como desafio social. A partir
da Constituição Federal de 1988, a assistência social têm uma nova concepção, um novo
enfoque, passando a ser tratada como política pública de direito. Com base nesta Constituição,
em 1993 foi elaborada a LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social e, em 2004 foi instituída a
elaboração do SUAS – Sistema Único de Assistência Social, com finalidade de regulamentar os
serviços, benefícios, programas e projetos desenvolvidos na âmbito social. Este Sistema prevê
a implantação dos CRAS – Centros de Referência de Assistência Social, em todo o território
nacional. Estes centros articulam uma rede de proteção social básica, atendendo a população
que se encontra em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e/ou social. Ainda, o SUAS
também prevê a implantação dos CREAS – Centros de Referência Especializado de Assistência
Social, para desenvolver ações com pessoas e famílias que tiveram seus direitos violados. De
acordo com a Política Nacional de Assistência Social – PNAS - o Centro de Referência de
Assistência Social – CRAS é uma unidade pública que tem por finalidade atuar com famílias e
indivíduos em seu contexto comunitário, visando à orientação e o convívio sócio-familiar e
comunitário.

A profissional encontrou uma metodologia de trabalho que envolva a prática pedagógica,


dentro das ações do CRAS, a partir da coordenação do Pro-Jovem Adolescente. Este programa
criado pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome – MDS e desenvolvido
com o apoio dos municípios, é um serviço sócio-educativo destinado para adolescentes entre
15 e 17 anos de idade, com objetivos principais de proporcionar aos mesmos, atividades
esportivas, culturais e educativas e fortalecer os vínculos familiares e comunitários. A atuação
da pedagoga deste CRAS também está ligada com atendimentos às famílias que estejam com
dificuldades de cumprir com a condicionalidade da freqüência escolar do Programa Bolsa
Família.

Valorizar é o mesmo que tratar com respeito, reconhecer a importância de algo, melhorar.
E a valorização passa também pelo cuidado despendido a alguém. Na Secretaria
Municipal da Assistência Social de Aracaju, através da Diretoria de Gestão do Trabalho, os
servidores públicos de carreira, terceirizados e comissionados participam constantemente
de atividades de humanização, qualificação e diálogo, o que torna o exercício do trabalho
mais prazeroso.

O Sistema Único de Assistência Social (Suas) do Ministério do Desenvolvimento Social


(MDS) indica que todas as capitais brasileiras tenham em seu organograma uma diretoria
de Gestão do Trabalho e Educação Permanente. Em Aracaju não poderia ser diferente. De
janeiro de 2017 a julho de 2018, a diretoria realizou cerca de 20 formações, atingindo
grande parte do corpo de profissionais da pasta.
A secretária da Assistência Social, Rosane Cunha, explica que essas formações vêm
sendo realizadas desde o início da atual gestão. “A nossa Diretoria de Gestão do Trabalho
montou um esquema de encontros que são promovidos desde o início do ano passado.
Com as atividades, estamos atualizando os nossos serviços e fazendo com que todos os
trabalhadores saiam com um olhar especial sobre as suas práticas de trabalho. Isso tem
contribuído muito para garantir um melhor desempenho na promoção dos nossos projetos
e ações destinados aos usuários do Suas”.

Após um diálogo com os trabalhadores da Assistência, a diretoria iniciou a construção do


Plano Municipal de Educação Permanente, que foi aprovado em agosto de 2017 pelo
Conselho Municipal da Assistência Social (CMAS), no qual as ações e projetos de
formação permanente da diretoria fazem parte.

Segundo a coordenadora da Diretoria da Gestão do Trabalho, Maria do Socorro Lobato, o


projeto “Teias Invisíveis” faz parte desse Plano Municipal e já é considerado um grande
norteador das atividades promovidas pelas unidades da Assistência. Para ela, a realização
das formações é uma maneira de compreender o universo de cada profissional. “Nós, da
Assistência Social, entendemos que temos um compromisso com os nossos
trabalhadores. Além de promover essa qualificação por meio do processo de formação,
esse é um momento de mostramos o quanto os nossos profissionais são importantes e
que, valorizamos cada atividade, cada esforço somado. Através do Teias Invisíveis,
estamos cumprindo com a nossa de missão de fazer com que cada um se sinta valorizado
e cada vez mais capacitado para atender as demandas dos nossos usuários”, explica.

Cursos

Além das atividades pela equipe da diretoria de Gestão do Trabalho e Educação


Permanente, outras formações são disponibilizadas aos trabalhadores, a exemplo do
curso “Cuidador Infantojuvenil”, ministrado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial (Senac) e “A intersetorialidade no Cuidado à Pessoa com Necessidades
Relacionadas ao uso de drogas”, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde.

De acordo com a coordenadora pedagógica do eixo ambiente-saúde do Senac, Jucileide


Dultra, os servidores da Assistência Social são muito participativos durante as aulas. "Nós
ficamos muito felizes com o andamento das turmas e impressionados com a participação
deles. Realmente são pessoas que querem fazer a diferença na administração pública e o
Senac está de portas abertas sempre que puder se incluir no processo de aprendizado.
São importantes momentos de partilha para todos nós", conta.

Perspectivas

Para os próximos meses outras atividades de formação estão planejadas. Um exemplo


disso são os cursos destinados aos trabalhadores do Centro Dia, unidade da Assistência,
que trabalham com Pessoas Com Deficiência.

O trabalhador

A gerente do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos do Centro de


Referência de Assistência Social (Cras) Santa Maria, Cláudia Pereira, avalia a sua
participação nas capacitações como algo muito engrandecedor. “Esse é um momento de
trocas de saberes. Aqui, estamos com trabalhadores de várias unidades da secretaria.
Essa troca é um grande diferencial porque nos faz parar para pensar sobre as nossas
práticas, como estamos exercendo as nossas atividades no dia a dia da profissão. Com os
encontros, paramos para pensar também o quanto os gestores têm se preocupado
conosco, trabalhadores do Suas. A secretaria, os trabalhadores, os nossos usuários.
Enfim, todos saem ganhando muito”, opina.
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