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FACEMG- FACULDADE DE ENSINO DE MINAS GERAIS

CURSO DE FISIOTERAPIA

ANDRESSA SOARES WANDERLEY GAMA


IANKA BEATRIZ GAZETA

ABORDAGEM FISIOTERAPEUTICA NA PREVENÇÃO DE LESÃO


POR PRESSÃO

ANDRESSA SOARES WANDERLEY GAMA


IANKA BEATRIZ GAZETA

Belo Horizonte
2021

1
ABORDAGEM FISIOTERAPEUTICA NA PREVENÇÃO DE LESÃO
POR PRESSÃO

Trabalho de Conclusão de Curso entregue a


Faculdade de Ensino de Minas Gerais, como
requisito parcial para a obtenção do título de
Bacharel em Fisioterapia.

Orientador: Professor Ronaldo Luiz Nunes.

BELO HORIZONTE
2021

2
ABORDAGEM FISIOTERAPEUTICA NA PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO

PHYSIOTHERAPEUTIC APPROACH TO PREVENTION OF PRESSURE INJURY

Andressa Soares Wanderley Gama1, Ianka Beatriz Gazeta. 1

Autor de Correspondência:
Ronaldo Luiz Nunes2
Faculdade de Ensino de Minas Gerais (FACEMG)
Av. Vilarinho, nº 2060, Venda Nova- Belo Horizonte/ Minas Gerais
(31) 3451-0079
(ronalnunesprofessor@outlook.com.br)

1- Graduando (a) do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Ensino de Minas Gerais


(FACEMG)
2- Biólogo Doutor e Mestre em Zootecnia, Professor Titular da faculdade de Ensino
Minas Gerais

Os autores declaram não haver conflito de interesse

Faculdade de Ensino de Minas Gerais (FACEMG)


Curso de Fisioterapia – Belo Horizonte/MG
2021

3
RESUMO

Introdução: Lesão por pressão (LP) de decúbito são lesões que atingem o tecido da
pele (cutâneo), gerando lesão parcial ou total. São comuns em pacientes idosos que
ficam acamados por longo período ou possui algum déficit neurológico e/ou alterações
da sensibilidade privando-se de movimentos, como mudanças de decúbito, ocasionando
quadro de compressão, lesão isquêmica e consequente destruição tecidual. Objetivo:
Esta revisão da literatura, tem por objetivo, relacionar os fatores de risco para o
desenvolvimento de LP, bem como as formas de prevenção, e envolvimento da
fisioterapia neste processo. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura com
buscas nas bases de dados Scielo, PubMed, LILACS, COCHRANE, PEDRo, período de
publicação dos artigos delimitado entre 2011 a 2021. Resultados: A deficiência de
conhecimento técnico dos fisioterapeutas na sua maioria quanto ao tratamento das LP,
dificulta a tomada de decisões no tratamento precoce de posicionamento adequado para
essas lesões e ferramentas avaliativas são imprescindíveis e fundamentais para a
tomada de decisões do fisioterapeuta, favorecendo a melhor conduta individualizada ao
paciente crítico Conclusão: Apesar do profissional fisioterapeuta ter desconhecimento
técnico e preventivo nas sua maioria para o tratamento de LP, existem a escala de
Braden e protocolo preventivo de mobilização (Check-list), que pode ser aplicado aos
pacientes acamados institucionalizados ou em UTIs, evitando o surgimento ou
agravamento patológico da lesão, o psicológico e emocional desse paciente.

Palavras Chave: Lesão por pressão, fisioterapia, laserterapia, acamados.

4
ABSTRACT

Introduction: Decubitus pressure injuries (PL) are injuries that reach the skin
tissue (cutaneous), generating partial or total injury. They are common in elderly
patients who are bedridden for a long period or have some neurological deficit
and/or changes in sensitivity, depriving themselves of movement, such as
changes in decubitus, causing compression, ischemic injury and consequent
tissue destruction. Objective: This literature review aims to relate the risk factors
for the development of LP, as well as the forms of prevention and involvement of
physical therapy in this process. Methodology: A literature review was carried
out with searches in the Scielo, PubMed, LILACS, COCHRANE, PEDRo
databases, period of publication of the articles delimited between 2014 and 2021.
Results: According to the analyzed studies, it was possible to notice that most
professionals did not have technical knowledge in the treatment of LP and that
the evaluative tools are essential and fundamental, in aiding the decision-making
of the physiotherapist, favoring the best individualized conduct for the critical
patient Conclusion: : Although most physiotherapists lack technical and
preventive knowledge for the treatment of LP, there is a Braden scale and a
preventive mobilization protocol (Checklist), which can be applied to
institutionalized bedridden patients or in ICUs, avoiding the emergence of or
pathological aggravation of the injury, the psychological and emotional of that
patient.

Keywords: Pressure injury, physiotherapy, laser therapy, elderl.

5
INTRODUÇÃO

A lesão por pressão de decúbito (LP), são lesões que atingem o tecido da pele
(cutâneo), e com o tempo se tornam parcial ou total do tecido. São comuns em
pacientes idosos acamados, por longo período ou que possui algum déficit
neurológico e/ou alterações da sensibilidade e são privados de movimentos,
como as mudanças de decúbito. Essa imobilidade facilita o desenvolvimento, de
lesão isquêmica e destruição tecidual por compressão. De acordo com a
profundidade da lesão na pele e sua gravidade a LP, é classificada em graus. O
grau 1 indica lesão subjacente, há um eritema, não esbranquiçada, pele rígida e
integra. Para o grau 2 envolve a epiderme, a derme ou ambas e perda da
espessura parcial, no grau 3 envolve tecido subcutâneo, pode estender até a
fáscia subjacente sem ultrapassa-la e o grau 4 lesões mais profunda estendendo
aos músculos, ossos e estruturas de apoio1.
Conforme a pele vai envelhecendo modifica-se a matriz tegumentar fisiológica,
apresentando aspectos como flacidez, redução da hidratação, aumento do
ressecamento e consequentemente a pele fica mais fina, associando aos fatores
de risco surgindo LP. Principalmente em pacientes acamados, a pele mais frágil,
sensível, desidratada, com pouca elasticidade e dificuldade para a cicatrização,
favorece surgimento de atrofias e lesões com prognósticos desfavoráveis. A LP
é crônica, degenerativa e tem outros fatores que reforçam o seu surgimento,
como as condições clínicas, bem-estar físico e emocional do paciente2,3.
As complicações mais corriqueiras da LP, estão relacionadas a problemas
infecciosos, tanto a nível local como sistêmico, decorrente da proliferação de
microrganismo que colonizam as úlceras. Os locais mais acometidos por LP são,
a região isquiática sacrococcígea, trocantérica, calcânea, maléolos laterais,
cotovelos, região occipital e escapular4,5.
A avaliação fisioterapêutica, passa pela observação e prevenção do risco de
evolução dessa patologia, promovendo exercícios ativos e passivos, que
favoreçam a circulação e nutrição celular, observando o estado geral do paciente
e identificando fatores de predisposição. Os cuidados com a integridade da pele
apresentam várias intervenções que podem estar associadas ao tratamento das

6
LP, variando de ambiente, prática local, e tem consistência nos seguintes
passos: alívio da pressão, remoção do tecido morto, controle da infecção e
curativo4,5,6.
Diante do exposto o objetivo desta revisão de literatura é, relacionar os fatores
de risco para o desenvolvimento de LP, bem como as formas de prevenção, e
envolvimento da fisioterapia no processo.

METODOLOGIA

Foi realizado uma revisão de literatura utilizando as bases de dados Scielo,


PubMed, LILACS, PEDRo buscando os seguintes descritores: ‘’Úlcera por
pressão’’; ‘’Fisioterapia; ’’ ‘’Terapia por Estimulação elétrica’’, ‘’Promoção da
Saúde’’, ‘’Saúde dos Idosos’’, em inglês (‘’Pressure ulcer’’; ‘’Physiotherapy;’’
‘’Electrical Stimulation’’ ‘’Therapy,’’ ‘’Health Promotion,’’ Health of the Elderly). O
período de buscas foi delimitado entre 2011 a 2021.
Os critérios de inclusão foram: artigos disponíveis na íntegra no idioma inglês e
em língua portuguesa, artigos científicos de acesso gratuito encontrados em
bibliotecas virtuais que se se encaixavam nos critérios de estudos randomizados.
Os critérios de exclusão foram: estudos com pacientes em estado vegetativo,
estudo de caso, teses, dissertações, trabalho de conclusão de curso (TCC).

RESULTADO E DISCUSSÃO:

Para que realizasse essa revisão, foram selecionados estudos científicos em três
etapas. Na primeira etapa foram feitas buscas com descritores em artigos, onde
foram encontrados 608 estudos. Na segunda etapa foi realizado uma filtragem
nas bases de dados durante as buscas de modo que os resultados fossem
afunilados de acordo com os objetivos pretendidos, restando então 23 artigos.
Após uma leitura dinâmica dos títulos foram selecionados 14 títulos para serem
lidos na integra. Destes 14 artigos lidos foram excluídos 2 por não se tratar de
assunto que se relacionasse com os critérios de inclusão. Sendo assim a terceira
etapa consistiu na escolha de 4 estudos que foram inclusos na revisão,
atendendo aos critérios de inclusão, o esboço desse levantamento demonstrado
na figura 1 e a descrição dos dados e resultados no quadro 1.

7
Figura 1- Fluxograma ilustração da busca eletrônica.

Cruzamento dos (‘’Pressure ulcer’’;


descritores: ‘’Úlcera por ‘’Physiotherapy;’’
pressão’’; ‘’Fisioterapia; ’’ ‘’Electrical Stimulation’’
‘’Terapia por Estimulação ‘’Therapy,’’ ‘’Health
elétrica’’, Promotion,’’ Health of
the Elderly

32
13
Artigos de ensaio
clínicos selecionados 6
Idiomas de pesquisa: 2
Português e Inglês

Leitura criteriosa Recorte temporal de


de artigos 2014 a 2021 7
Recorte Temporal: selecionados
4
2014 a 2021

Após leitura 4
14 criteriosa
Amostra final de 4
artigos utilizados no
estudo

Quadro 1 - Disposição dos resultado e descrição dos artigos para a discussão

Autor /ano Amostra Intervenção Instrumento Desfecho significativo


(N°) de
intervenção
Facchinetti, 30 Traçado o perfil do profissional Questionário A maioria dos profissionais
Fernandes, fisioterapeuta em três elaborado não apresentaram
2017 instituições especialista em pelos autores conhecimento técnico no
UTI. Idade média 32 anos, tratamento de LP
tempo formado média 7 anos
por duas semanas nos três
turnos.
Abdala- silva 24 Coleta dados leito e prontuário Teste As ferramentas avaliativas são
et al., 2021 eletrônico, elaboração Kologorov- imprescindíveis e
protocolo cinesioterapéutico Smirnov, fundamentais, no auxílio da
divididos em dois grupos Teste t e tomada de decisões do
iguais do gênero masculino e análise fisioterapeuta, favorece a
feminino, na faixa etária, estatística melhor conduta
66±25 anos, período de SPSS individualizada ao paciente
Janeiro a Junho de 2020 crítico
Freitas et al., 500 Levantamento Análise Evidenciado: alta prevalência
2011 sóciodemográfica e histórico estatística de LP, como recurso houve
clínico por formulário em 500 descritiva utilidade e praticidade no
prontuários de idosos Tabelas delineamento do idoso nas
institucionalizados, portadores Teste Z LPIs, pode-se calcular a
de fatores extrínsecos ou Teste ocorrência de LP e os fatores
intrínsecos para desenvolver qui-quadrado de riscos aos idoso
LP. Pacientes ambos sexos institucionalizados e a
Acima de 60 anos, período de ocorrência de LP.
2006 a 2009

8
Gricio et al., 20 Distribuição voluntário em GC Cinesioterapia O tratamento das ulceras
2017 tratamento ENF e GT Recursos cutâneas de diferentes
tratamento ENF/FIS com 10 eletrotérmicos, etiologias com recursos
participantes cada. WHORQOL- fisioterapêuticos
Tratamento Fisioterapêutico 2 BREF, Teste t apresentaram resultados
vezes semanais por 10 Student satisfatórios na cicatrização e
semanas e 90 minutos cada bilateral, Teste os escores dos questionários
(Cinesioterapia e recursos t student Teste QV, mostraram melhora
eletrotérmicos) Questionário de Wilcoxon, significativa em GC e GT.
QV antes e final do Progama
tratamento. Graph Pad
Prism, Man-
Whitney,
Shapiro-Wik
UTI – Unidade de Terapia Intensiva, SPSS - Statistical Package for the Social Science, LP Lesão por pressão, Teste z -
Teste estatístico de comparação de proporções, Teste qui-Quadrado- teste de tendência linear, ILPIs – Instituição de
longa permanência para idosos, Teste t Student distribuição normal da amostra, Wilcoxon distribui amostral não foi
normal, Man-Whitney vaiáveis não normais, Graph Pad Prism qualidade de vida intra grupos, Shapiro-Wik, observa as
variáveis, Qv Qualidade de vida, WHOQOL-BREF – Questionário de qualidade de vida

Freitas et al16, analisaram a prevalência e os fatores que elevam o risco do


surgimento das LP em idosos, em um estudo realizado entre 2006 e 2009. Foi
levantada a situação sóciodemográfica e histórico de saúde a partir de 500
prontuários de idosos institucionalizados, possuidores de fatores extrínsecos e
intrínsecos que favoreceu ao desenvolvimento de LP. Os prontuários levantados
contemplavam pacientes acima de 60 anos de ambos os sexos. Os diagnósticos
clínicos apontados, mostraram que as principais categorias presentes eram,
Acidente Vascular Encefálico (AVE), Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS),
diabetes mellitus, cardiopatias, neuropatias e pneumáticas, que proporcionaram
a internação prolongada destes pacientes e consequente o surgimento da LP. A
visualização da importância em relação a LP, é essencial e mostra a real
extensão dos incômodos proporcionados por esse tipo de lesão ao paciente,
ainda corre o risco de contrair infecções gera mais tempo de hospitalização, afeta
a autoimagem, e ônus financeiro relacionados ao paciente e a instituição.
Estratégias preventivas passam pela avaliação e implantação de um plano
terapêutico, que possa calcular antecipadamente questões referentes a
patologia, e amenizar as consequências trazidas por esse tipo de lesão 16.
O estudo desenvolvido por Abdala-silva et al17, promoveram a confecção de um
instrumento, no formato de checklist avaliativo, abordando os pontos principais
que um paciente crítico deve apresentar em seu quadro clínico, sendo elegível a
mobilização precoce como conduta fisioterapêutica, minimizando os potenciais
riscos do desenvolvimento de LP. É um instrumento que avalia a pré-aplicação

9
de protocolos de mobilização precoce em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Esse estudo considerou critérios de segurança para início de mobilização
precoce, instituindo atividades individualizadas que beneficiasse redução do
tempo de suporte ventilatório, tempo de internação e manutenção ou aquisições
na capacidade funcional. Estruturou-se um instrumento simples, de fácil
preenchimento, tanto em beira leito, quanto da seleção de informações em
prontuários. Foram incluídos ao estudo 24 pacientes na faixa etária de 66±25
anos dos gêneros masculino e feminino divididos em dois grupos, partindo dos
parâmetros para elaboração do protocolo cinesioterapêutico, coletando dados
beira leito e prontuário eletrônico17.

Os estudos de Freitas et al16, mostram o quanto a LP provocada por fatores de


comorbidade podem ser agravados quando se estende o tempo de internação
de um paciente e os custos individuais e institucionais são agravados pela
condição sociodemográfica e histórico de saúde. A proposta de implantação do
protocolo cinesioterapéutico desenvolvido por Abdala-silva et al17, tem na
facilidade de aplicação e simplicidade da ferramenta instrumento importante
avaliativo da pré aplicação de mobilização precoce de pacientes acamado ou
internados na UTI. A partir de sua implantação colaborará para que diante da
necessidade de maior tempo de imobilização do paciente em unidade
institucional ou UTI, seja amenizada por reduzir a possibilidade de
intercorrências que facilitem o desenvolvimento de LP por imobilidade, monitorar
o paciente, além da redução do tempo de suporte ventilatório, tempo de
internação e manutenção ou aquisições na capacidade funcional16,17.

Facchinetti e Fernandes18, elaboraram um questionário, cujo objetivo foi o de


traçar o perfil dos fisioterapeutas, abordasse também sobre os recursos
utilizados por estes profissionais, para avaliar, prevenir e tratar LP em pacientes,
internados em três hospitais distribuído pelos turnos, matutino, vespertino e
noturno. Foram entrevistados 30 profissionais com idade média de 32 anos, sete
anos de formados e 67% do sexo feminino. O questionário explorou
principalmente a frequência com o qual os fisioterapeutas, realizam a avaliação
de pele, as mudanças de decúbito, orientação aos familiares, a importância do
uso de um colchão adequado, se possuíam informações sobre o estado

10
nutricional do paciente e proteção das áreas acometidas pela LP 18.
Os profissionais quase na sua totalidade nesse estudo revelaram ter
conhecimento sobre a LP, mas, no entanto, uma pequena parcela apenas
entende ser importante a avaliação diária de pele. As abordagens
fisioterapêuticas realizadas pelos profissionais e apontada no levantamento do
questionário, consistiram em mudança de decúbito a cada duas horas,
posicionamento do calcâneo do paciente com elevação e auxílio de coxim, oferta
orientações aos familiares quanto aos cuidados com os pacientes,
amortecimento em local de hiperemia, realização de massagem no local, uso de
luva d’água nas proeminências ósseas, mas desconheciam a existência da
Escala de Braden, instrumento de avaliação do risco de desenvolvimento de LP
em pacientes em estado de imobilização. Quanto a orientação aos cadeirantes
e a realização de alívio nas áreas de pressão, a grande maioria relatou usar
algum método preventivo ao surgimento de LP nesses pacientes. Quanto a
cicatrização destas lesões, a grande maioria concorda com a eficiência dos
recursos eletrotérmicos, mas o mesmo percentual não costuma utilizar desse
recurso 18,19.

Outro estudo envolvendo a participação do fisioterapeuta no uso de recursos


fisioterapêuticos, a ocorrência dos impactos o sobre a cicatrização, a qualidade
de vida (QV), em indivíduos com úlcera cutânea de diferentes etiologias, foi
desenvolvido por Gricio et al19. Esse estudo foi realizado em conjunto com a
enfermagem, onde os 20 participantes foram divididos em dois grupos controle
(GC) e tratamento (GT) sendo indivíduos do sexo masculino e feminino na faixa
etária entre 52±19 anos e avaliados 31 tipos de lesões, sendo 16% LP (cinco
pacientes GC-1, GT-4 pacientes) e após os cuidados da enfermagem, passaram
por 20 sessões de fisioterapia duas vezes por semana por dez semanas. No
início e final do tratamento, foi aplicado um questionário de (QV), e realizada a
mensuração das úlceras 19.
Os recursos eletro terapêuticos e seus parâmetros foram selecionados de acordo
com a etiologia da úlcera e a avaliação do paciente, mas todos eles realizaram
cinesioterapia associada, exercícios ativos e resistidos, mobilização articular de
tornozelo, alongamentos ativos e passivos e exercícios linfomiocinéticos. Quanto
aos escores do questionário de QV, foi demostrado melhora significativa nos

11
quatro domínios (físico, psicológico, relações sociais e ambiente) avaliados em
(GT) e sem diferença significativa em (GC)19.

Os estudos de Facchinetti e Fernandes18 demonstraram que os profissionais


fisioterapeutas, na sua maioria não possuíam conhecimento técnico no
tratamento de LP, mas apresentavam conhecimento da aplicação e uso de
recursos eletrotérmicos, mesmo que não era de costume usar de tal recurso, no
tratamento da patologia. Ao contrário de Gricio et al.19, que tratando com
recursos fisioterapêuticos e eletrotérmicos, lesões cutâneas de diversas
etiologias, apresentaram resultados satisfatórios no processo de cicatrização da
lesão, ainda que apenas 16% das lesões tratadas era LP, demonstrado a
eficiência dos recursos eletrotérmicos no auxílio ao tratamento da lesão,
melhorando também o escore de QV dos pacientes envolvidos no estudo 18,19.

Um dos grandes problemas para os profissionais fisioterapeutas são o prejuízo


na imobilização do paciente no leito, associado aos fatores de comorbidade que
evoluem para o surgimento de LP. Os estudos de Freitas et al16, demonstraram
a alta prevalência de LP em paciente institucionalizados ou em UTI por tempo
prolongado, e a necessidade de um delineamento dos recursos de tratamento
ao paciente visando o menor tempo possível de internação. Este estudo
corrobora com a proposta de desenvolvimento de critérios avaliativos em formato
de checklist desenvolvido por Abdala-silva et al17, que devidamente testados
ajudaram na avalição precoce de mobilização do paciente acamado sendo
preventivo ao desenvolvimento de LP e suas consequências 16,17.
Já quanto a participação do profissional nesse contexto institucional para o
tratamento de LP, Facchinetti e Fernandes18, demonstraram em seu
levantamento em instituições, que ainda há necessidade de um conhecimento
técnico do fisioterapeuta ao lidar com tratamento referente à LP e importância do
profissional nesse tipo de tratamento. Este fato foi corroborado nos estudos
realizados por Gricio et al19, que apesar tratar ulceras cutâneas de diversas
etiologias e a baixa presença de LP (16%) no estudo, demonstraram significância
quanto ao uso de recursos cinesioterápicos e eletrotérmicos, no processo de
cicatrização, melhorando também os escores de QV dos participantes 18,19.

12
Conclusão:

Apesar do profissional fisioterapeuta ter desconhecimento técnico e preventivo


na sua maioria para o tratamento de LP, existem a Escala de Braden e protocolo
preventivo de mobilização (Check-list), que pode ser aplicado por esse
profissional, aos pacientes acamados institucionalizados ou em UTIs, evitando o
surgimento ou agravamento patológico da lesão, o psicológico e emocional
desse paciente.

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