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SALVADOR-BAHIA
2007
Marcelo da Silva Lins
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós Graduação em
História da Faculdade de Filosofia
e Ciências Humanas da UFBA,
como requisito parcial para
obtenção do grau de Mestre em
História Social.
SALVADOR-BAHIA
2007
As minhas mães, exemplos de vida e dignidade: Alzenira Lins, Nídia Lins
Tourinho Costa, Marilene Madalena da Silva Lins. Sem elas eu não chegaria
a lugar algum.
Aos meus filhos Victor Sena Barra Lins e Thales Paixão Lins que representam
a minha esperança no futuro.
A Neli Ramos Paixão, companheirismo e incentivo constante para a vida.
A todos que acreditam na possibilidade de construção de um mundo mais
junto. E acima de tudo, aos que lutam por isso.
AGRADECIMENTOS
LISTA DE TABELAS 6
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 7
LISTA DE ABREVIATURAS UTILIZADAS 8
RESUMO 11
ABSTRACT 12
INTRODUÇÃO 13
CAPÍTULO I
1. A REGIÃO CACAUEIRA DA BAHIA: PALCO DOS ACONTECIMENTOS 30
1.1. O papel do cacau na transformação do espaço e das relações sócio-econômicas 30
1.2. Alguns aspectos do poder local 47
1.3. A Sociedade cacaueira 52
1.4. Os trabalhadores do cacau 59
1.5. Ilhéus e Itabuna após 1930 64
CAPÍTULO II
2. O CARÁTER DA REVOLUÇÃO BRASILEIRA E O PAPEL DOS
CAMPONESES 75
2.1. Os camponeses e a revolução na tradição marxista 75
2.2. O Partido Comunista do Brasil. PCB (SB da IC) 93
2.3. O anti-integralismo, o surgimento da ANL e os levantes de 1935 101
2.4. O PCB, os camponeses e os assalariados agrícolas 109
CAPÍTULO III
3.AS ATIVIDADES DOS COMUNISTAS NO SUL DA BAHIA 117
3.1. O PCB na Bahia, origens e desenvolvimento 117
3.2. A ANL e a construção da frente na Bahia 125
3.3. Os vermelhos nas terras do cacau: O PCB na região cacaueira 129
3.4. Comunistas no campo: O Sindicato dos Empregados Agrícolas de Ilhéus/
Pirangy 134
3.5. Integralismo e anti-integralismo no sul da Bahia 145
3.5.1. Atentado à bomba e atividades de agitação e propaganda 161
3.5.2. Os sindicatos e a luta anti-integralista 165
3.6. Os comunistas vão à tribo: O PCB entre os indígenas de Olivença 168
3.6.1. Os índios na Revolução brasileira 171
3.6.2. O PCB em busca do Caboclo Marcellino 174
3.7. O setor Antimil no Batalhão da Polícia Militar de Ilhéus e os levantes de
novembro de 1935 178
CAPÍTULO IV
4.APÓS NOVEMBRO: A REVOLUÇÃO COMUNISTA DO POSTO
INDÍGENA PARAGUAÇU 191
4.1. A trajetória do Posto Indígena e os conflitos pelas terras 191
4.2. Os comunistas no Posto Indígena Paraguaçu 199
4.3. A prisão do Caboclo Marcellino e a invasão das terras indígenas 208
4.4. Epílogo 227
This work intends to discuss the trajectory of Brazil Communist Part y (PCB)
in the axis Ilhéus – Itabuna, Bahia South, between 1935 – 1936. We
understand it like part of the national history of the PCB that needs to find
the experiences happened out of the country southeastern to be made. This
research used repression sources, especiall y the police inquiries that gave rise
to the National Securit y Court cases, deposited in the Nacional File – Rio de
Janeiro, like PCB sources looked in the Communist International microfilms,
available to reasearch at the Memory and Documentation Center (CEDEM –
UNESP). Besides, we used PCB newspapers – A Classe Operária – and
newspapers of the large press. The discussion proposed understands that the
history of a Part y is the history of the societ y in that it is inserted, too.
Therefore, we tried to note relationships between the PCB ideological
elaborations, their actions in Brazil, the regional social and economic context
and the communists’ activities in axis Ilhéus – Itabuna.
1
Usaremos a sigla adotada na época para denominar o Partido Comunista do Brasil.
2
BATALHA, Cláudio H. M. A Historiografia da Classe Operária no Brasil: Trajetória e Tendências. In:
FREITAS, Marcos Cezar de. (Org) Historiografia Brasileira em Perspectiva. São Paulo: Contexto, 2005. 6ª
Edição.
3
LIMA, Heitor Ferreira. Caminhos Percorridos: memórias de militância. São Paulo, Brasiliense, 1982.,
BRANDÃO, Octávio. Combates e batalhas. Memórias. vol.1. São Paulo, Alfa-Ômega, 1978., BASBAUM,
Leôncio. Uma vida em seis tempos: memórias. São Paulo, Alfa-Ômega, 1976., DIAS, Everardo. História das
lutas sociais no Brasil. 2ª Edição. São Paulo, Alfa-Ômega, 1977.
14
Claro que essas obras possuem características que não podem ser
esquecidas: “tem a função legitimadora, da classe, da política sindical, da
corrente ideológica ou partido, ou ainda, do individuo militante.” 4 A mesma
característica pode ser atribuída a alguns trabalhos que não se encaixam na
categoria de “memórias,” mas que seguem o mesmo padrão, e estabelecem os
marcos cronológicos a partir da versão da história assumida pelo Partido. No
caso do PCB, trabalhos como os de Astrojildo Pereira, Moisés Vinhas, Jover
Telles: 5 “dividem a história da classe em dois momentos: uma pré-história
inconsciente; e uma verdadeira história que só tem início com a fundação do
Partido Comunista em 1922 (...)”. 6 E descartaram toda a experiência ligada
ao movimento anarquista, do qual a maioria dos fundadores do PCB foram
oriundos.
T o d o o mo vi me n to r e vo l u cio n ár io no B r as il te m so fr id o só a
in f l uê n ci a q u a se e xc l u si va d o s a n ar q ui st a s. As si m, e ntr e nó s, a cr i se
te m sid o e é u ma cr i se d e an ar q ui s mo . E s ta c r is e, l ate n te d e sd e o
ad v e nto d o b o lc he v i s mo , c he ga a u m d e s f ec ho ló g ico , co m a
co n s ti t uiç ão d o p ar t i d o co mu n i s ta co mp o s to , e m s u a q u as e
to ta lid ad e, d e e le me n to s d e fo r ma ção a n ar q ui s ta. 7
4
BATALHA, Cláudio. Op. cit. p.147.
5
TELLES, Jover. O Movimento Sindical no Brasil. Rio de Janeiro, Vitória, 1962., PEREIRA, Astrojildo. A
Formação do PCB. Rio de Janeiro, Editorial Vitória, 1962., VINHAS, Moisés. O Partidão: A luta por um
partido de massas. São Paulo, Hucitec. 1982.
6
BATALHA. Cláudio. Op. cit. p.147.
7
PEREIRA, Astrojildo. Não nos assustemos com o debate. Movimento Comunista I (3): 69-70, março/ 1922.
Posteriormente reunidos na coletânea de textos: PEREIRA, Astrojildo.(Org. Michel Zaidan) Construindo o
PCB (1922-1924), São Paulo: Hucitec. 1980. p. 22.
8
DULLES, J. F. Anarquistas e comunistas no Brasil (1900-1935). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1973.,
DULLES, J. F. O Comunismo no Brasil (1935-1945). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985., CHILCOTE,
Ronald. Partido Comunista Brasileiro: conflito e integração (1922-1972). Rio de Janeiro: Graal, 1982.
15
9
PANDOLFI, Dulce Chaves. Camaradas e companheiros: memória e história do PCB. Rio de Janeiro,
Relume-Dumará: Fundação Roberto Marinho, 1995.
10
PRESTES. Anita Leocádia. Da insurreição armada (1935) à “União Nacional” (1938-1945): a virada
tática na política do PCB. São Paulo: Paz e Terra, 2001.
11
ZAIDAN FILHO, Michel. PCB (1922- 1929): na busca das origens de um marxismo nacional. São Paulo:
Global, 1985., e ZAIDAN FILHO, Michel. O PCB e a Internacional Comunista: 1922-1929. São Paulo:
Vértice, Editora Revista dos Tribunais, 1988.
12
SANTANA, Marco Aurélio. Homens Partidos: comunistas e sindicatos no Brasil. Boitempo. 2001.
13
MARIANI, Bethânia. O PCB e a imprensa: os comunistas no imaginário dos jornais (1922-1989). Rio de
Janeiro: Revan; Campinas, SP. UNICAMP, 1998., RODEGHERO, Carla Simone. O diabo é vermelho:
16
imaginário anticomunista e Igreja Católica no Rio Grande do Sul (1945-1964). 2ª Ed. Passo Fundo: UFP,
2003.
14
VAZQUEZ, Petilda Serva. Intervalo Democrático e sindicalismo- Bahia – 1942/1947. Dissertação
(Mestrado em Ciências Sociais), UFBA, Salvador, 1986.
15
SERRA, Sonia . O Momento: História de um jornal militante. Dissertação de Mestrado. UFBA, 1987.
16
ESPINEIRA, Maria Victória. O partido, a Igreja, e o Estado nas Associações de bairro. Salvador: Edufba;
Assembléia Legislativa do Estado da Bahia, 1997.
17
SANTOS, Andréa Cristina. Ação entre amigos – história da militância do PC do B em Salvador (1965-
1973). 2004. Dissertação (Mestrado em História) UFBA, Salvador, 2004.
18
OLIVEIRA Jr., Franklin. A Usina dos sonhos: sindicalismo petroleiro na Bahia: 1954-1964. Salvador:
Empresa Gráfica da Bahia, 1996.
17
19
CUNHA, Joaci de Souza. Amargo açúcar: Aspectos da história do trabalho e do capital no Recôncavo
açucareiro da Bahia (1945-1964). Dissertação de Mestrado em História. Salvador, UFBA, 1995.
20
FONTES, José Raimundo. Manifestações Operárias na Bahia: O movimento grevista (1888-1930).
Dissertação de Mestrado. Salvador, UFBA.1982.
__________, A Bahia de todos os trabalhadores: classe operária, sindicato e política (1930-1947). Tese de
Doutorado. USP. 1997.
21
FALCÃO, João da Costa. O Partido Comunista que eu conheci: 20 anos e clandestinidade. 2ª ed.,
Salvador, Contexto & arte, 2000.
__________, Giocondo Dias, a vida de um revolucionário: meio século de história política do Brasil. 2ª ed.
Rio de Janeiro, Agir, 1993.
22
RISÉRIO, Antonio. Adorável Comunista: história política, charme e confidências de Fernando Santana.
Rio de Janeiro, Versal, 2002.
23
SCHAUN, Maria. (org.) Nelson Schaun, merece um livro... Ilhéus: Editus, 2001.
18
24
Esses processos encontram-se disponíveis para pesquisa no Arquivo Nacional – RJ.
25
PESAVENTO, Sandra Jatahy. “História Regional e Transformação Social”. In: SILVA, Marcos A. da (org)
República em Migalhas: História Regional e Local. São Paulo: Marco Zero, 1990.
26
SILVEIRA, Rosa Maria Godoy. “Região e História: Questão de método”. In SILVA, Marco A. da (org)
República em Migalhas: História regional e local. São Paulo: Marco Zero/MCT/CNPq, 1990.
20
27
HOBSBAWM, Eric J. Revolucionários. Tradução de João Carlos Victor Garcia e Adelângela Saggioro
Garcia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003. p.23.
22
28
DULLES, J. F. Anarquistas e comunistas no Brasil (1900-1935). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1973.,
CHILCOTE, Ronald. Partido Comunista Brasileiro: conflito e integração (1922-1972). Rio de Janeiro: Graal,
1982., SILVA, Hélio. 1935: a revolta vermelha. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1969.
29
VIANNA, Marly de Almeida Gomes, Revolucionários de 35: sonho e realidade. São Paulo: Companhia das
Letras, 1992. p.18,19.
23
30
HOBSBAWM, Eric J. Op. cit. p. 18.
24
31
GRAMSCI, Antonio. Maquiavel, a política e o Estado moderno. 2ª ed. Rio de Janeiro, Civilização
Brasileira, 1976. p.24.
25
esse respeito. Tratando do que considerou como comum nas histórias dos
partidos comunistas afirmou:
32
HOBSBAWM, Eric. História operária e ideologia. In: Mundos do trabalho. Rio de Janeiro. Paz e Terra.
1987. p.21-22.
26
33
MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos e outros textos escolhidos. Tradução de José Carlos
Bruni. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Os Pensadores). p.129-130.
34
HOBSBAWM, Eric J. O que os historiadores devem a Marx. In: Sobre a História. Tradução Cid Knipel
Moreira. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p.158,159.
27
35
Carta de Engels a Bloch. In: MARX, Karl e ENGELS, Friederich. Obras escolhidas. V.3. São Paulo: Alfa-
Ômega. (s.d.). p.284.
36
MARX, Karl. O dezoito Brumário de Luís Bonaparte. In: Manuscritos econômico-filosóficos e outros textos
escolhidos. Tradução de José Carlos Bruni. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Os Pensadores). p.329.
28
37
NÓBREGA, P. Manoel da. Carta ao Padre Simão Rodrigues de Azevedo, Porto Seguro, 06/01/1550 In:
NÓBREGA, Manoel da. Cartas do Brasil (1549-15600; Belo Horizonte, Itatiaia, São Paulo, Edusp, 1988. p.106.
Apud: GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando., PARAISO, Maria Hilda Baqueiro. Caminhos ao
encontro do mundo: a capitania, os frutos de ouro e a princesa do sul – Ilhéus, 1534-1940. Ilhéus: Editus,
2001.p.14.
31
38
GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando., PARAISO, Maria Hilda Baqueiro. Op.cit. p. 20-21.
39
AIRES DE CASAL ( 1976. p.226) Apud. GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando., PARAISO, Maria
Hilda Baqueiro. Op.cit. p. 54.
40
VILHENA, Luís dos S. A Bahia no século XVIII. Salvador. Itapuã.1969. , MARTIUS, Von & Spix, Von.
Através da Bahia. Salvador, Imprensa Oficial do Estado, 1916., MAXIMILIANO, Príncipe de Wied Neuwied,
Viagem ao Brasil. São Paulo, Ed. Nacional, 1940. CASAL, Aires de. Corografia Brasílica. Rio de Janeiro,
Imprensa Nacional, 1947., CAMPOS, João da Silva. Crônica da Capitania de São Jorge dos Ilhéus. 3ª ed.
Ilhéus, Ba: Editus, 2006.
41
AGUIAR, Manuel Pinto de. (Coord.) A Zona Cacaueira. Salvador, Instituto de Economia e Finanças da
Bahia, 1960. p.145
32
42
Idem p.147
43
Idem ibdem
44
AGUIAR, Manuel Pinto de. (Coord.) op.cit. p.147, e GARCEZ, Angelina Nobre Rolim e GUERREIRO DE
FREITAS, Antonio Fernando. História Econômica e Social da Região Cacaueira. Rio de Janeiro: Cartográfica
Cruzeiro do Sul, 1975 (Coleção Diagnóstico Sócio Econômico da Região Cacaueira, vol. 8.). p. 15.
45
MAHONY, Mary Ann. Instrumentos Necessários: Escravidão e posse de escravos no sul da Bahia no
século XIX, 1822-1889. Afro-Ásia, nº 25-26, Salvador: Centro de Estudos Afro-Asiáticos. p.95-139. 2001. p.95
33
46
Idem. p. 106
47
AGUIAR, Manuel Pinto de. Op.cit. p.149.
34
48
MAHONY, Mary Ann. Instrumentos necessários... Op.cit. p. 107
49
Idem. p. 116.
50
Idem. p. 117.
35
Tabela 2: Cresciment o demográf ico do sudeste da Bahia nos anos 1872 e 1907.
Municípios 1872 População
P o p ul ação li vr e P o p ul ação TOTAL Total 1907
esc r a va
Alcobaça 2.916 543 3.459 7.462
Areia -------- -------- -------- 26.486
Barcelos 1.556 460 2.016 4.391
Barra do Rio de 3.102 510 3.612 13.515
Contas
Bel monte 3.861 462 4.323 24.759
Camamú 8.065 964 9.029 18.871
Canavieiras 2.933 189 3.122 20.450
Caravelas 3.826 205 4.031 6.719
Ilhéus 4.631 1.051 5.682 36.563
Maraú 2.399 362 2.761 13.900
Nova Boipeba -------- ---------- -------- 14.416
Porto Seguro 3.004 124 3.168 3.761
Prado 2.008 218 2.226 6.664
Una ------- --------- --------- 7.005
Valença 14.625 1.521 16.146 11.056
TOTAL 52.966 6.609 59.575 216.018
FONTE: Fundação de Pesquisa – CPE. Cacau. In: A inserção da Bahia na evolução nacional: 1ª etapa: 1850-
1889, Salvador, 1978. p.175. Apud. VIANNA. Ialmar Leocádia. A Estrada de Ferro Ilhéus-Conquista e a lavoura
do cacau na Bahia. Dissertação de Mestrado. UFPE. Recife. 1986. p. 56.
51
GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando., PARAISO, Maria Hilda Baqueiro. Op.cit.p.97.
52
Idem p.89.
53
FALCÓN, Gustavo. Os coronéis do cacau. Salvador: Ianamá/Centro Editorial e Didático da UFBA, 1995.
p.26-27.
37
54
BAIARDI, Amílcar. Subordinação do trabalho ao capital na lavoura cacaueira da Bahia. São Paulo:
Hucitec, 1982. p.53.
38
55
Bahia. Lei de Terra do Estado da Bahia. SEPLANTEC./ CAR-INTERBA. Mestrado em Direito Econômico da
UFBA. Salvador. 1985. p.30-37 e 60-62. apud. OLIVEIRA, Ana Maria Carvalho dos Santos. Recôncavo sul:
terra, homens, economia e poder no século XIX. Salvador: UNEB, 2002. p.33.
56
GARCEZ, Angelina Nobre Rolim, e GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando. Bahia Cacaueira: um
estudo de história recente. Salvador: Centro Editorial e Didático da UFBA, 1979. p.32.
57
Seplantec-CPE, A inserção da Bahia na evolução nacional; 2ª etapa:1889-1930, p.81. Apud. FALCÓN,
Gustavo. Op.cit. p.42
39
58
Gustavo Falcón. op. cit. p.55
40
59
GONÇALVES, Oscar Ribeiro. O Jequitibá da Taboca. Salvador: Oficinas Gráficas da imprensa Oficial da
Bahia, 1960, pp.23, 32, e 122). Apud. GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando., PARAISO, Maria Hilda
Baqueiro. Op. cit. p. 112.
41
60
GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando., PARAISO, Maria Hilda Baqueiro. Op.cit. p.110.
61
Idem p.p. 111; 118.
42
62
DINIZ, José Alexandre Felizola e Duarte, Aluízio Capdeville. A Região Cacaueira da Bahia – Série Estudos
Regionais. Recife, SUDENE, 1983. p.54.
63
Idem p.149.
43
64
GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando., PARAISO, Maria Hilda Baqueiro. Op. cit p. 120.
65
GARCEZ, Angelina Nobre Rolim, e GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando. Bahia Cacaueira...Op.
cit. p.25,26.
66
FALCÓN, Gustavo. Op. cit. p.59
44
67
GARCEZ. Angelina Nobre Rolim. Mecanismos de Formação da Propriedade Cacaueira no Eixo
Itabuna/Ilhéus – 1890-1930. (Dissertação de Mestrado) UFBA. Salvador. 1977. pp.132-161. Apud. FALCÓN,
Gustavo. Op. cit. p.66.
68
GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando., PARAISO, Maria Hilda Baqueiro.op.cit. p. 122.
45
( ...) fo r j a va m - s e d o c u m en to s p ar a ap o s sa me n to o u v e nd a d as te r r a s a
ter c eir o s, i nc l ui nd o ni s so a fr eq üe n te q uei ma d e C ar tó r io s d e
r eg i str o s d e p r o p r i ed ad e d a r eg ião ( na t ur a l me nt e co m r e laç ão às
ter r a s ti t ulad as o u r e gi s tr ad a s) ; r ea li za va - se a i n va são d e t er r a s e o
r o ub o d e s a fr a s co mo m eio d e p r es s ão p ar a e xp u ls ar o r o ceir o d e s u as
p la nt açõ e s ; as to c ai as c r i mi no sa s, a s g u er r a s e nt r e fa mí li a s o u e ntr e
vi zi n ho s, t ud o is so fo i p o sto a ser v iço d e faz er c r es cer a p r o p r i ed ad e,
d e ‘e me nd ar ’ a s p la n taçõ e s o u a s faz e nd a s, d e co n str u ir o s
‘co nj u nto s. ’ 70
69
GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando. (Org.) Sá Barreto, Ilhéus: Editus, 2001. p. 52,53.
70
GARCEZ. Angelina Nobre Rolim. Op.cit. p. 135.
46
71
Alcino Dórea a Juracy Magalhães, Ilhéus, 25 de julho 1934, SA/ AEBa, Doc. 1108. Apud. SAMPAIO,
Consuelo Novais. Poder e representação: o legislativo da Bahia na Segunda República, 1930-1937.
Salvador: Assembléia Legislativa, 1992. p. 53.
72
Terras do Sem Fim, São Jorge dos Ilhéus, Tocaia Grande, são exemplos de romances escritos por Jorge
Amado que descrevem o uso da violência pelos Coronéis do cacau.
73
GARCEZ. Angelina Nobre Rolim. Op. cit. p.135.
47
74
BAIARDI, Amílcar. Op. cit. p. 31. nota 8.
48
75
SAMPAIO, Consuelo Novaes. Op. cit. p.22. apud. FALCÓN, Gustavo. p.31
76
FALCÓN, Gustavo. p.35
77
DANTAS DE ANDRADE, J. Dicionário histórico e ilustrado de Itabuna. Itabuna: Proplan, 1986. p.81.
apud: RIBEIRO, André Luis Rosa. Família, poder e mito: o município de São Jorge de Ilhéus (1880- 1912).
Ilhéus: Editus, 2001. p. 80.
78
FALCÓN, Gustavo. p.97.
79
Idem p.18.
49
Os co n ser va d o r e s er a m ac us ad o s d e co n str u ir se u p o d er e m f u nç ão d o
tr ab a l ho e scr a vo e d a s b e ne ss e s d o go ver no , co n f u nd i nd o o s b e ns
p úb lico s e p r i vad o s, ma nt e nd o d e s sa fo r ma o m u ni cíp io e m p r o f u nd o
atr a so ma t er ia l. O s l ib er ai s c he fi ad o s p o r Ca str o e P e s so a, er a m
ta xad o s d e fo r as te ir o s, av e nt ur eir o s se m tr ad ição na r e gi ão , q ue
ti n ha m co mo ú nico d e se j o co n tr o l ar o p o d er mu ni cip al e m b e ne f ício
p r ó p r io . 81
80
RIBEIRO, André Luis Rosa. Op. cit. p.64.
81
Idem. p.65.
50
82
Idem p.113.
83
MAHONY, Mary Ann. Instrumentos necessários... Op. cit. p. 108-109.
51
As s i m, q ua nd o p eq ue no s faz e nd eir o s ( .. .) mu it o s d el es me s ti ço s , e
al g u n s a n ti go s e scr a v o s, te n ta va m v e nd er se u cac a u, te n ta va m
d ef e nd er - se e m p r o ce s s o s j ud ici ai s, o b ter o t í tu lo d e s ua s t er r a s,
cas ar - se b e m, o u si mp le s me n te c a mi n h ar n a cid ad e, via m- s e e xp o sto s
às at it ud e s e p r e co nce i to s d e u m gr up o d e p e s so a s q ue, u ma ve z,
ha v ia m p o ss u íd o es cr a vo s. Se e s se s p eq ue no s f aze nd eir o s ti n h a m
es tad o , d e al g u ma fo r ma , li gad o s a a nt i go s s e n h o r es d e e scr a vo s, e le s
p o d er ia m v er - se i n ser id o s n u ma r ed e c li e nt el ís tic a q ue p o d er ia se r -
lh e s va n taj o sa . S e não , ele s p o d er ia m e xp er i me nt ar a f r ia s e ver id ad e
d a le i. E m ne n h u m d o s c aso s, p o r é m, e le s ser ia m i g uai s. 84
84
Idem. p. 138.
85
RIBEIRO, André Luis Rosa. Op. cit. p. 165,166.
52
86
Engenheiro Theodoro Augusto Cardoso, Juiz Comissário de Ilhéus. APEB. Seção Colonial. Avisos recebidos
do Ministério dos Negócios da Agricultura e Obras Públicas. 24.5. 1888. Maço 783. Doc. 59-A. fl.90. Apud.
CUNHA, Silvio Humberto dos Passos. “Resolve-me ou eu te devoro! Uma discussão sobre a falta de braços
no Recôncavo baiano.” In: Bahia Análise e dados. SEI. Vol. 10, n.1. Salvador, Julho 2000. p 5.
53
87
Idem p.35
54
Ho té i s, r e st a ur a n te s e p ast el ar ia s, ci ne - te at r o e ta nt a s o u tr a s
no v id ad e s t r a n s fo r mar ã o a mo no to n ia i n ter io r a na ao l ad o d a i n v a são
d e u m co mér cio v ar ej i s ta q ue tr az no s e u r a st r o exó ti co s p r o d uto s
q ue p a s sa m a se r ar t i go s d e co n s u mo d a e li te lo c al : fo nó gr a fo s,
p ia no s Ko hl d e fab r ica ç ão ale mã , máq u i na s d e co s t ur a, má q ui na s d e
esc r e ver e to d a a e sp éc ie d e q ui nq u il har ia s ab ar r o tar ão a p r aç a d e
I l hé u s.
No s j azz es q ue vão s e in s tal a nd o , a p o p u la ção r eco n st it u i se u s
háb ito s. A a g ua r d e nt e é s ub st it u íd a p ela c ha mp a g n e, p e la cer vej a
B av ár ia e vi n ho s Co l lar es e B o r d ea u x. As p e sso as d e s ta t us o ste n ta m
ci gar r o s d ip lo má ti co s S ho o ti n g e S ta n le y e ve s te m- s e co m cr eto n es
fr a n ce se s, f i na s ca se mi r as e l i n ho s i mp o r tad o s. 90
88
A TARDE, ed. 07/11/1916. p.1. “De Ilhéus ao Rio. A Navegação Bahiana vae trafegar nessa linha. É o
deslocamento do comercio da capital”. Apud. Antonio Guerreiro de Freitas e Maria Hilda Baqueiro Paraíso. Op.
cit. p.151.
89
GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando., PARAISO, Maria Hilda Baqueiro.op.cit. p. 141.
90
FALCÓN, Gustavo. Op.cit. p.47.
91
SILVA CAMPOS. Op. cit. p. 537.
55
e co st ur a. Até me s m o al g u ma s ca sa s co n sid er ad a s ‘ s u sp e it as ’
co meça v a m a s ur gir d is cr et a me n te na s ‘p o nta s d e r u a ’, nat ur al me n t e
u m tr ib u to co b r ad o p e lo p r o gr es so . .. 92
92
SILVEIRA, Adelindo Kfoury. Itabuna, minha terra. 2a Edição. Itabuna-BA: O autor, 2002. p. 41.
93
O vice cônsul de Ilhéus a partir de 1917 foi o Sr. Edward Durant Malieux, que acumulava a função de gerente
da firma Steveson &Cia.
94
SILVA CAMPOS. Op. cit. p. 414. Apud. GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando., PARAISO, Maria
Hilda Baqueiro. Op. cit. p.143.
95
GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando., PARAISO, Maria Hilda Baqueiro. Op.cit. p. 149.
56
F onte: DINIZ, José Alexandre Felizola e Duarte, Aluízio Capdeville. A Região Cacaueira da Bahia –
Série Estudos Regionais. Recife, SUDENE, 1983. p. 30.
57
F ig u ra 2 : M a pa da R eg iã o Ca ca u eira da B a hia e m 1 9 8 0 .
Fonte: DINIZ, José Alexandre Felizola e Duarte, Aluízio Capdeville. A Região Cacaueira da Bahia –
Série Estudos Regionais. Recife, SUDENE, 1983. p. 31.
96
SILVEIRA, Adelindo Kfoury. Op. cit. p.130.
59
97
GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando., PARAISO, Maria Hilda Baqueiro.op. cit. p. 105
98
Dados retirados da referida fonte, contudo a tabela não foi copiada na íntegra.
60
Em uma das ocasiões em que houve queix a de falta de mão de obra para
a lavoura, em 1924, a Sociedade Bahiana de Agricultura recomendou ao
governo do Estado medidas para incentivar o desenvolvimento da policultura
no sul do Estado. E aos fazendeiros, que “oferecessem aos seus auxiliares
melhor remuneração e outros elementos para o seu bem estar, de modo a atraí-
los e fixá-los no lugar.” 100 Os “outros elementos” recomendados foram: a
construção de casas higiênicas, ofertas de alimentos em bom estado d e
conservação e a preço de custo, condição de lazer nas fazendas e educação
para os filhos dos trabalhadores. Tais propostas poderiam até serem
consideradas avançadas na época, se tratando de uma associação patronal, e
principalmente tendo em vista as concepções predominantes entre os
fazendeiros da região que submetiam os trabalhadores a precárias condições
de vida e trabalho. Geralmente moravam embaixo das barcaças, que consiste
em uma superfície de madeira suspensa do chão por colunas e paredes onde o
cacau é colocado para secagem, e dispunha de um telhado, geralmente de
zinco que se desloca através de trilhos para proteger o cacau de eventuais
chuvas. Embaixo dessa estrutura se improvisavam as moradias dos
trabalhadores. Alguns fazendeiros proibiam esses moradores de prepararem
99
FALCÓN, Gustavo. Op. cit. p.63.
100
A Tarde 30/10/1924. p.1. Apud. GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando., PARAISO, Maria Hilda
Baqueiro. Op. cit. p. 106.
61
101
IBGE: Censo Agropecuário, 1940. Apud. DINIZ, José Alexandre Felizola e Duarte, Aluízio Capdeville.
Op.cit. Tabela 2.8. p.111.
102
DINIZ, José Alexandre Felizola e Duarte, Aluízio Capdeville. Op.cit. p.112,113.
63
103
SILVA, O. R. da, Produtores de cacau da Bahia: Caracterização Sócio-Econômica, Tese de Mestrado,
FFLCH, USP, São Paulo, mimeografada. Apud. DINIZ, José Alexandre Felizola e Duarte, Aluízio Capdeville.
Op.cit. p.119,120.
104
DINIZ, José Alexandre Felizola e Duarte, Aluízio Capdeville. Op.cit. p.120.
64
105
LAVIGNE, Eusínio. Regionalismo Literário. Rio de Janeiro: Edições Gernasa, 1971. Apud. GUERREIRO
DE FREITAS, Antonio Fernando., PARAISO, Maria Hilda Baqueiro. Op. cit. p. 136.
106
FALCÓN, Gustavo.Op. cit. p.114.
65
107
SAMPAIO, Consuelo Novais. Poder e representação... Op.cit. p. 58.
108
RISÉRIO, Antonio. Adorável Comunista – História Política, charme e confidências de Fernando
Santana. Versal. 2003. p.55
109
O sobrenome Amado é oriundo da mesma família do escritor Jorge Amado, do qual Gileno Amado era primo.
GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando. (Org.) SÁ BARRETO, Ilhéus: Editus, 2001. p. 173.
110
GONÇALVES, Oscar Ribeiro. O Jequitibá da Taboca. Salvador: Oficinas Gráficas da imprensa Oficial da
Bahia, 1960. p.141,142.
111
GARCEZ, Angelina Nobre Rolim; GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando. Bahia Cacaueira...
Op.cit. p. 77. Tal fonte não esclarece se a prisão se efetivou.
112
GONÇALVES, Oscar Ribeiro. Op.cit. p.141,142.
66
113
Idem Ibdem.
114
GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando. (Org.) SÁ BARRETO, Op. cit.. p. 236,237.
115
Idem. p. 63.
67
116
GARCEZ, Angelina Nobre Rolim; GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando. Bahia
Cacaueira...Op.cit. p. 78.
117
GARCEZ, Angelina Nobre Rolim. Instituto de Cacau da Bahia – Meio Século de História, Secretária da
Agricultura do Estado da Bahia – Instituto do Cacau da Bahia, Salvador. 1981. p.20.
68
local. Passou apenas quinze dias em Itabuna em 1930, em plena crise vivida
pela cacauicultura e assim registrou tal episódio:
118
BASBAUM, Leôncio. Uma vida em seis tempos: memórias. São Paulo. Alfa-Ômega. 1976. p. 84.
119
DINIZ, José Alexandre Felizola e Duarte, Aluízio Capdeville. Op. cit. p. 151
69
120
GARCEZ, Angelina Nobre Rolim; GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando. Bahia
Cacaueira...Op.cit. p.32.
121
DINIZ, José Alexandre Felizola e Duarte, Aluízio Capdeville. Op.cit. p.43.
70
122
A Época. Itabuna, 15 de julho de 1937.
123
SAMPAIO, Consuelo Novais, Op.cit. p. 162.
71
124
A Época. Itabuna. 13 de março de 1937.
72
125
GARCEZ, Angelina Nobre Rolim, ; FREITAS, Antonio Fernando Guerreiro de. Bahia Cacaueira...Op.cit.
p.80.
73
126
Diário da Bahia, 31/05/1927 ; O Imparcial, 29/05/1927. in: FONTES, José Raimundo Fontes. Manifestações
Operárias na Bahia...Op.cit. p 215.
127
A Época. Itabuna. 23 de fevereiro de 1937.
74
T in ha, p o r e x e mp lo , o d ia 1 º d e ma io er a u ma b el eza, ti n h a u m a
co me mo r a ção mu i to gr a nd e , to d o mu n d o ia a e s sa f es ta, a go r a não
te m ma is , er a na U ni ã o P r o teto r a, q ue fa zia u ma gr a nd e r e u ni ão ,
d is c ur so s i n f la ma d o s , o d iac ho . Fo i cai nd o , c ai nd o , ho j e não t e m
ma i s. O s e s ti vad o r e s te m co mo p ad r o e ir o S ão Seb a s tião , el es f azi a m
u ma f es ta d e o i to d ia s, sa mb a d e r o d a, er a u m a b elez a a f es ta e na
se g u nd a - f ei r a ti n ha u m b aca l ha u n a c a sa d e B ar r eto , e s se b aca l ha u
er a fa mo so . E nt ão er a u ma e nt id ad e q ue ti n h a p r es tí g io . 129
128
O termo “artista”, aqui usado, refere-se ao artífice, ou seja, era aquele trabalhador com algum tipo de
especialização, como mestre de obra, marceneiro, etc.
129
GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando. (Org.) Sá Barreto. Op.cit. p.114.
CAPÍTULO II
“ A re vo l uçã o en si na co m um a ra p id e z
e p ro f u nd id a d e ta i s q u e p a r ecem
ina cr ed i tá ve is no s p er ío d o s p a c íf i co s
d e d e se nvo lvim e nto p o l íti co .” 130
130
LENIN, Vladmir Ilich. Duas Táticas da Social Democracia na Revolução Democrática. São Paulo:
Livramento, s/d. p. 3.
131
Marx, Karl. Prefácio de Para a crítica da economia política. In: Manuscritos econômico-filosóficos e outros
textos escolhidos. Tradução de José Carlos Bruni. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Os Pensadores). p.129,130.
76
132
LENIN, Vladmir Ilich. Op.cit. p. 13.
77
Lênin pensava que a burguesia não levaria até o fim essa revolução,
mostrava-se condescendente com a autocracia. Acreditava como caráter e fins
da participação da social democracia na revolução democrática: “1 - combate
implacável às tentativas contra-revolucionárias, e 2 - defesa dos interesses
independentes da classe operária.” 138 Incluiu uma nova perspectiva de luta e
de participação política do proletariado, não a entendendo apenas “de baixo
pra cima,” que ele considerava como perspectiva apenas defensiva. “É preciso
difundir a idéia da ação de cima para baixo; é preciso estudar as condições e
as formas das mesmas,” 139 não perdendo de vista a combinação dessas duas
frentes e tampouco os fins da revolução socialista completa.
Nesse caso, acrescentaria que mais importante que a mera participação,
havia a necessidade de colocarem-se como dirigentes de tal processo, pois
seria a única classe capaz de levar a revolução às suas últimas conseqüências.
Pois a para burguesia é conveniente apoiar-se em algumas estruturas do
antigo regime, contra o proletariado; por exemplo, na monarquia, e no
exercito permanente. Por isso o interesse que a revolução democrático-
burguesa não chegue até o fim. 140
Um outro ponto que gerou polêmica e que tem relação com a idéia da
revolução em duas etapas, foi a respeito da participação dos camponeses. Para
a vitória decisiva da revolução sobre o czarismo, Lenin lançou a palavra d e
ordem: “ditadura revolucionário-democrática do proletariado e dos
camponeses.” 141 O que chama a atenção é que Lenin enxergou a possibilidade
da existência, entre os camponeses, de um projeto político, apesar de em
vários momentos acentuar que os camponeses eram revolucionários apenas do
ponto de vista democrático-burguês.
137
Idem p.44
138
Idem p.16
139
Idem Ibidem
140
Idem p.37
141
Idem p.42
79
142
V.I. Lênin. “Um Passo a Frente dois atrás”. Retirado em 17/10/2005 do site:
www.marxists.org/portugues/lenin/1904/umpassoemfrentedoisatras/01_parte1.htm#f)
143
Idem
144
No Segundo Congresso do POSDR, ocorrido em 1903, as divergências entre, de um lado Lênin, e do outro
Julius Martov e Alexander Martinov, levaram a uma divisão do partido em duas tendências internas,
Bolcheviques e Mencheviques.
145
LENIN, Vladmir Ilich. Duas Táticas..., Op. cit., p. 34,35.
80
As s i m co mo o s B o ur b o n r ep r e se n ta va m a gr a nd e p r o p r ied ad e r ur al
e o s Ór lea n s a d i na s ti a d o d i n hei r o , o s B o nap a r te são a d i n a sti a d o s
ca mp o ne se s, o u sej a, d a ma s sa d o p o vo fr a nc ês . O ele ito d o
ca mp e si n ato não é o B o nap ar te q ue se c ur v o u ao p ar l a me n to
b ur g uê s, ma s o B o n ap a r te q ue o d is so l ve u. D ur a n te tr ê s a no s a s
cid ad e s h a vi a m co n se g uid o fa ls i fi car o s i g ni f i cad o d a el eiç ão d e
1 0 d e d eze mb r o e r o ub ar ao s ca mp o ne se s a r est a ur aç ão d o
I mp ér io . 147
A gr a nd e ma s sa d a na ç ão fr a nc es a é , a s si m, fo r mad a p e la s i mp l e s
ad ição d e gr a nd eza s ho mó lo ga s, d a me s ma ma n eir a p o r q u e b ata ta s
e m u m saco co n st it ue m u m s aco d e b at at as . Na me d id a e m q ue
mi l hõ e s d e fa mí l ia s ca mp o ne s as v i ve m e m co nd i çõ e s eco nô mi c a s
q ue as s ep ar a m u ma s d as o u tr a s, e o p õ e m o se u mo d o d e vid a, o s
se u s i nt er e s se s e s ua c u lt ur a ao s d a s o u tr a s cl a s se s d a so c ied ad e,
es te s mil hõ es co n s ti t ue m u ma c la ss e. Ma s na m ed id a e m q ue e x is te
en tr e o s p eq u e no s ca mp o ne se s ap e n as u ma li ga ç ão lo ca l e e m q ue a
si mi l it ud e d e se u s i n t er e ss es n ão cr i a e nt r e ele s co mu n i d ad e
al g u ma, li ga ção nac io na l al g u ma , n e m o r g a ni za ção p o lí ti ca, ne s sa
ex ata med id a não co n st it ue m u ma cla s se. S ão co n seq ü e nt e me n te,
in cap a ze s d e faz er val e r se u s i nt er e s se s d e cl a s se e m se u p r ó p r io
no me , q uer atr a vé s d e u m P ar l a me n to , q ue r atr a v é s d e u ma
co n v e nção . Nã o p o d e m r ep r e se nt ar - se, te m q u e s er r ep r e se n tad o s. 148
146
Idem p.41
147
MARX, Karl. O dezoito Brumário..., Op. cit., p. 396.
148
Idem p.397
81
“(...) a similitude de seus interesses não cria entre eles comunidade alguma,
ligação nacional alguma, nem organização política (...)”, ou seja, ao mesmo
tempo em que compreendia as classes a partir das condições materiais e do
papel ocupado por elas no processo de produção, Marx incluiu fatores ligados
a questões políticas subjetivas. Sendo assim, não existe um fator único, como
compreendido de maneira superficial, na determinação dos acontecimentos e
da formação das classes; há sim uma relação dialética, os homens construindo
sua própria história sob as condições existentes. Tais categorias seriam
definidas como “classe em si e classe para si”. Então, ao mesmo tempo em
que existia um segmento dos camponeses que permanecia ligado ao passado,
ao tradicionalismo e desprovido de projetos políticos, Marx enxergava uma
heterogeneidade que registra a existência de um outro segmento entre os
camponeses. E, percebendo que isso poderia gerar má interpretação, afirmou:
Ma s o q ue a go r a, p r o vo c a a r u í na d o c a mp o n ê s fr a n cê s é
p r eci sa me n t e a p r ó p r ia p eq u e na p r o p r ied ad e, a d i vi são d a t er r a, a
fo r ma d e p r o p r ied ad e q ue N ap o le ão co n s o lid o u na F r a nç a;
149
Idem p.398
82
j us ta me n te a s co nd içõ e s ma te r ia i s q ue tr a ns fo r mar a m o c a mp o nê s
fe ud al e m ca mp o n ês p r o p r iet ár io , e Nap o le ão e m I mp er ad o r . D ua s
ger açõ e s b a st ar a m p a r a p r o d uz ir o r e s ul t ad o in e vi tá ve l: o
ar r ui na me n to p r o gr es s ivo da a gr i c ul t ur a, o end i vid a me n t o
p r o gr es s i vo d o a gr ic u lto r .( ...)
Os i nt er e s se s d o s ca mp o ne se s, p o r ta n to , j á não es tão ma i s, co mo no
te mp o d e N ap o l eão , e m co nso n â nc ia, ma s si m e m o p o siç ão co m o s
in ter es s es d a b ur g u e si a, d o cap i ta l. P o r i s so o s c a mp o ne se s
en co ntr a m s e u a liad o e d ir i ge n te na t ur a l no p ro l eta ria d o u rb a n o ,
cuj a tar e fa é d er r ub a r o r eg i me b ur g uê s. 150
150
Idem p.399,400
151
MARTINS, José de Souza. Caminhada no Chão da Noite. São Paulo: Hucitec, 1989. p.17
83
( ...) se u p a ss ad o e se u f ut u r o . Se u p a ss ad o é a au to cr aci a, o r e g i m e
fe ud al, a mo nar q u ia, o s p r i vi lé g io s. Na l ut a co nt r a es te p a ss ad o , n o
co mb at e à co n tr a r e vo l uç ão , é p o s sí v el a ‘ u ni d ad e d e vo n tad e ’ d o
p r o let ar i ad o e d o s ca mp o ne se s, p o i s há u n id ad e d e i nt er e s se s.
Se u f u t ur o é a l u ta co nt r a a p r o p r ie d ad e p r i vad a, a l u ta d o o p er ár i o
as sa lar iad o co n tr a se u p atr ão , a l u ta p e lo so cia l is mo . Ne s te p o nto , a
u ni d ad e d e vo nt ad e é i m p o s sí ve l. ( . ..)
E m te mp o s f ut ur o s, q ua nd o ho u ver ter mi n a d o a lu ta co n tr a a
au to cr aci a r us sa , q u a nd o a r evo l ução d e mo cr á tic a j á fo r co i sa d o
p as sad o , ser á r e al me n te r id íc ulo fa lar na ‘ u nid ad e d e vo n tad e ’, d o
p r o let ar i ad o e d o s ca mp o ne se s, na d itad ur a d e m o cr át ica , e tc. 153
152
LENIN, Vladmir Ilich. Duas Táticas..., Op. cit., p. 72.
153
Idem p. 73,74
84
in s tr uíd o fo r o c a mp o n ês ( e d ep o is d a g u er r a co m o J ap ão el es s e
es tão i n s tr ui nd o co m u ma r ap id ez q ue e s cap a ao s q ue e stão
hab it u ad o s a me d ir a i n str u ção p elo q u e se e ns i na na s e sco la s) , mai s
co n seq ü e nt e e d ec id id o ser á e m s u a l u ta p el a r e vo l u ção d e mo cr á tic a
co mp le ta, p o r q ue n ão t e m med o , co mo a b ur g ue si a, d a so b er a n ia d o
p o vo ( .. .) 154
A p ar ti c ular id ad e d o mo me n to at u al d a R u s sa é q ue o p a ís e st á
p as sa nd o d o p r i me ir o es tá gio d a r e vo l ução – q u e d e u o p o d er a
b ur g ue s ia, p e lo f ato d o p r o letar iad o não t er o su f ic ie n te ní ve l d e
co n sc iê n cia e d e o r g a niz ação - ao s e g u nd o e st á gi o , q u e d e ve co lo c ar o
p o d er n as mã o s d o p r o let ar i ad o e d o s se to r es ma i s p o b r e s d o
ca mp e si n ato . 155
154
Idem p.86, 87
155
LENIN, Vladmir Ilich. Teses de Abril. Retirado em 16/10/2005 de:
http://www.marxists.org/portugues/lenin/1917/04/04_teses.htm,.
156
Idem
85
De sd e o mê s d e ab r i l( .. . ) d iz ía mo s ab er t a me n te ao p o vo : A r e vo l uç ão
não p o d er á es ta cio nar aí, o p aís p r o gr ed i u, o cap ita li s mo s e
d ese n vo l ve u, a r uí n a to mo u p r o p o r çõ e s i n a ud i t as, q ue e xi g ir ão , q uer
se q ue ir a q u er não , a ma r c ha p ar a fr e n te, p a r a o so cia li s mo .( ...)
P ri me i ra men te, es ti v e m o s co m to d a a cl as s e ca mp o ne sa co n tr a a
mo na r q uia , co n tr a o s gr a nd e s p r o p r iet ár io s t er r ito r ia i s, co ntr a o
fe ud al is mo , e i s so fo i a r evo l uç ão b ur g u es a, d e mo cr á ti co -b ur g ue sa.
E m s eg u id a , e st i ve mo s co m a c la ss e ca mp o ne s a p o b r e, co m o se mi -
p r o let ar i ad o , co m to d o s o s e xp lo r ad o s co n tr a o c ap it al is mo , i nc l us i v e
o s la vr ad o r e s r ico s, o s aça mb ar c ad o r e s, o s e s p ec ulad o r e s, e d esd e
en tão a r e vo l u ção s e to r no u so cia li s ta. T en tar le va n tar ar ti f ici al me n t e
u ma mu r al ha c h i ne sa e nt r e a s d ua s r e vo l uçõ e s , sep ar a -la s d e o utr a
fo r ma q ue não s ej a p elo gr a u d e p r ep ar aç ão d o p r o let ar i ad o e o gr a u
d e s u a u n ião co m a cla s se p o b r e d as ald e ia s, é d e s na t ur ar o
ma r xi s mo , a vi lta - lo e s u b st it u í -lo p elo lib er a li s mo . 157
157
LENIN, Vladmir Ilich, A Revolução Proletária e o Renegado Kaustsky. Tradução de Aristides Lobo. São
Paulo, Livraria Editora de Ciências Humanas, 1979. p. 163,164
158
Idem p. 165,166
86
por isso se apoiou nos camponeses para consolidação da revolução, razão pel a
qual não pode ser caracterizada como “ditadura do proletariado” e sim
“ditadura do campesinato.”
O d e sej o p e lo so c ia li s m o só p o d e fo r ma r - se o n d e a gr a nd e e mp r e sa
j á est á d e se n vo l vid a( . ..) O so ci al i s mo p ar tir á d as cid ad e s, d a
ind u s tr i a, e n ão d o s c a m p o s.” 159
“( ...) q u a nd o u m p ar tid o to ma o go v er no gr aça s a u ma a li a nça e n tr e
o s p r o l et ár io s d a cid ad e e o s c a mp o ne se s ( ...) a d itad ur a d o
p r o let ar i ad o s e to r na n ã o so me n te u ma d it ad ur a d e p r o let ár io s so b r e
o ut r o s p r o le tár io s, ma s ta mb é m d e p r o le tár io s e ca mp o ne se s so b r e
p r o let ár io s. E is u ma fo r ma b e m b i zar r a d e d itad ur a d o
p r o let ar i ad o . 160
159
KAUTSKY, Karl. A Ditadura do Proletariado. Tradução Eduardo Sucupira Filho. São Paulo: Livraria
Editora de Ciências Humanas, 1979. p. 12
160
Idem p. 31
161
Idem p.78
87
( ...) o p r o let ar i ad o , a tr ai nd o a si o s ca mp o ne se s, ne u tr a li za a
b ur g ue s ia lib er al e f az táb ua r as a d a mo nar q ui a , d o fe ud a li s mo e d a
gr a nd e p r o p r i ed ad e te r r ito r ia l.( ...)
É n es s a al ia n ça d o p r o l etar iad o co m o co nj u nto d o ca mp e s i nato q ue
se ma n i fe s ta o ca r át er b ur g uê s d a r e vo l u ção , p o is o s c a mp o ne se s,
to mad o s e m b lo co , s ão p eq ue no s p r o d u to r e s q ue tr ab al h a m p ar a o
me r cad o .
E m se g u id a ( ...) o p r o l et ar iad o a n e xa to d o o se m i -p r o le tar iad o ( to d o s
o s tr ab al had o r e s e exp lo r ad o s) n e utr a li za o ca mp e si na to méd io e
b o ta ab a i xo a b ur g ue s ia; eis e m q ue co n s is te a r evo l ução so c ia li s ta e
o q u e a d i s ti n g ue d a r evo l uç ão d e mo cr á tico - b ur g ue s a ( ver mi n h a
b r o ch u r a d e 1 9 0 5 : D ua s tát ica s) (...)
E m se g u id a, ho nr ad o te ó r ico , j á p e n sa st es no f ato d e q ue o p eq ue no
p r o d u to r ca mp o nê s o s ci la i ne v it a vel me nt e e n tr e o p r o le tar iad o e a
b ur g ue s ia? E s sa ver d ad e mar x is ta, co n f ir ma d a p o r to d a a h is tó r i a d a
E ur o p a co n te mp o r â n ea, Ka ut s k y esq u ece u - a mu i to d e p r o p ó sito ,
p o r q ue e la r ed u z a p ó to d a a ‘ teo r ia ’ me n c he vi s ta r ep r o d u zid a p o r
ele. Se s e ti ve s se l e mb r ad o d ela, não t er ia p o d id o ne gar a
ne ce s sid ad e d a d it ad ur a d o p r o letar iad o n u m p aí s e m q u e d o mi na m
o s p eq u e no s p r o d uto r es ca mp o ne se s. 163
U ma naç ão p o d e e d ev e ap r e nd er d e o u tr a na ção . Me s mo q ue u ma
so c ied ad e t e n ha d e sco b er to o s i g ni f icad o d a l ei na t ur a l q ue r e ge s e u
162
Idem p. 82
163
LENIN, Vladmir Ilich, A Revolução Proletária.... Op. cit., p. 158, 159.
88
164
MARX. Karl, O Capital, Rio de Janeiro, s/d., Ed. Civilização Brasileira. p.6 In: KAUTSKY, Karl. A
Ditadura..., Op. cit., p.60
165
KAUTSKY, Karl. A Ditadura..., Op. cit., . p. 71
166
Idem p. 168.
89
ma s sa s l ab o r io sa s d o c a mp o q u e o p r o le tar ia d o d as c id ad e s d e v e
co nd u zir ao co mb at e o u , ao me n o s co nq ui s tar p ar a a s u a c a us a, sã o
r ep r e se nt ad a s e m to d o s o s p a i se s cap it al is ta s p e la s c la ss e s s e g ui n te s:
1 º O p r o letar i ad o a g r íco l a, o s o p er ár io s as sa lar iad o s ( ...) A
o r ga n iz ação d e s sa c la s se ( ... ) i nd ep e nd e nt e e d ist i nt a d o s o u tr o s
gr up o s d a p o p ula ção r ur al ( .. .)
2 º Os se mip r o le tár io s o u ca mp o n e se s p ar ce lar e s, i sto é, aq u ele s q ue
tir a m o s se u s me io s d e e xi st ê nc ia e m p a r te d o tr ab al ho a ss ala r iad o
na s e mp r e se s c ap i tal i st as a gr í co la s e i nd u str ia is e e m p ar t e
exp lo r a nd o o r e tal ho d a ter r a q ue l he s p er te nce o u to ma m d e
ar r e nd a me n to e q ue só fo r n ece u ma p o r ção d a s ub s i stê n cia d a s ua
fa mí lia . ( ...) Se a a ti v i d ad e d o p ar tid o co mu n i st a fo r co r r et a me n te
o r ie nt ad a, es ta ca te go r ia ser á p ar a e le u m ap o io se g ur o ( . ..)
3 º O p eq ueno c a mp e si n ato , o u sej a, o s p eq u e no s a gr i c ul to r e s q u e
d isp õ e m, co mo p r o p r i ed ad e o u p o r ar r e nd a me n to , p ar ce la s tão
p eq u e na s q ue , e mb o r a c o b r i nd o a s n ece s sid ad e s d a s ua f a mí li a e d a
s ua e xp lo r aç ão , não r e c o r r e m à mão d e o b r a e s tr a n ha. E s ta c a mad a ,
enq u a nto t al, ga n h a inco n te s ta ve l me n te co m a v itó r ia d o
p r o let ar i ad o ( ...) 167
167
LENIN, Vladmir Ilich. Primeiro esboço das teses sobre a questão agrária. In: Aliança da Classe Operária e
do Campesinato. Moscou, Edições Progresso, 1983. p.317,318.
90
168
LENIN, Vladmir Ilich. Primeiro rascunho das teses sobre os problemas nacional e colonial. Retirado em
14/10/2005 de http://www.primeiralinha.org/textosmarxistas/leninecolonial.htm
169
O IV congresso da III Internacional Comunista.(novembro de 1922) Retirado em 14/10/2005, de:
http://www.ftqi.hpg.ig.com.br/pagina13.htm
91
170
“Programa de la Internacional Comunista”. In: VI Congresso de la Internacional Comunista. Cuadernos de
Pasado y presente. Nº66 Primeira Parte. Mexico, PyP, 1977.p. 286-288.
171
BASBAUM, Leôncio. Op. cit., p.54-59.
92
Essa linha política durou até o VI Congresso quando ocorreu uma nova
mudança na linha política da IC. Rompeu-se com a política de “frente” e
adotou-se a chamada política de “classe contra classe” com guerra declarada à
social democracia, que chegou a ser colocada em alguns momentos como
principal inimigo. A nova política, ao traçar as tarefas dos comunistas nos
países coloniais e semi-coloniais, afirmava que “as burguesias nacionais
haviam deixado de ser uma força revolucionária na luta antiimperialista e que
os comunistas deviam ‘rechaçar qualquer coalizão do PC com a posição
nacional reformista.” 176
172
Idem. p.54.
173
O III Congresso da Internacional Comunista. Retirado em 14/10/2005 do site:
http://www.ftqi.hpg.ig.com.br/pagina13.htm
174
VIANNA, Marly de Almeida Gomes, Op. cit. p. 37
175
HÁJEK, Milos. A discussão sobre a frente única e a revolução abortada na Alemanha. In: HOBSBAWM,
Eric (org) História do Marxismo VI: O Marxismo na época da Terceira Internacional. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1985. p.189.
176
VIANNA, Marly de Almeida Gomes, Op. cit., p. 42.
93
177
MORAES. João Quartim de. A influência do Leninismo de Stalin no Comunismo brasileiro. In: História do
Marxismo no Brasil. Vol. 1. REIS. Daniel Aarão. (et al). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991. p.74-75.
94
I I - E m me io d a s l ut a s p o lí tic as , c i vi s e mi li tar e s, e n tr e o
cap i tal i s mo a gr ár io e o cap i ta li s mo i nd us tr ial , ma no b r ar as fo r ça s
p r o let ár i as co mo fo r ç as i nd ep e nd e nte s v i sa nd o se u s p r ó p r io s
in ter es s es d e c la s se.
I I I - E m fa ce d a p eq ue n a b ur g ue s ia, ( ..) e s fo r çar - se p o r co nq u is tar o u
p elo me n o s ne u tr a liz ar se u s ele me nto s e m v ia s d e p r o le tar i zaç ão e
e m l u ta co n tr a a gr a nd e b ur g ue s ia i nd us tr ial o u agr ár i a. 182
P r i meir a: d o p r o le tar i ad o u r b a no e r ur al co m o s r e vo l to so s p eq u e no -
b ur g ue s es e co m a gr a nd e b ur g ue si a l ib er a l ( gr a nd e s i nd u st r ia i s e
co mer c ia n te s) co n tr a o czar is mo b r a si le ir o : o p ar tid o r ep ub l ica n o , o s
fa ze nd e ir o s d e ca f é, o E st ad o a gr ár io ... Ser ia a etap a te nd o e m v i sta
a ter ce ir a r e vo l ta.
Se g u nd a O p r o le tar iad o ur b a no a li ar -s e -á à s tr ês ca te go r ia s r ur a is e
ao s r e vo l to so s p eq ue n o -b ur g u es es co n tr a o s i mp e r ia li s ta s, co ntr a a
gr a nd e b ur g ue s ia e m ge r al e o s r e sto s d o f e ud ali s mo . S er i a a etap a
en tr e a r e vo l ução d e mo c r áti ca e a r e vo l uç ão p r o l etár ia.
182
CARONE, Edgard. O P.C.B. 1922-1934. Vol. 1, São Paulo: Difel, 1982. p. 39
183
PEREIRA, Astrojildo, Ensaios Históricos e Políticos, São Paulo, Alfa Omega, 1979. p. 127,128.
96
184
BRANDÃO, Otávio. O Proletário frente à revolução democrática pequeno burguesa , In: FILHO, Michel
Zaidan, PCB (1922-1929) Na Busca das origens de um marxismo nacional. São Paulo. Global, 1985. p.p.
122- 125
185
Idem. pp. 121- 132.
186
PEREIRA, Astrojildo. A Situação Política (1928); Síntese da política Atual (1928) A situação atual do
Partido (1928), La Correspondência Sudamericana,( 15 e 30.09.1928) In: CARONE, Edgard. O P.C.B. 1922-
1934. Vol. 1, São Paulo: Difel, 1982. p. 47,48.
187
“Teses e Resoluções do III Congresso do PCB” – dez de 1928/janeiro de 1929. CEDEM/UNESP, Fundo IC.
97
188
O III Congresso, 11 de fevereiro de 1929 – O CC do PCB. In: CARONE, Edgard. O P.C.B. 1922-1934.
Vol.1, São Paulo: Difel, 1982. p 70-77.
189
PEREIRA, Astrojildo. Ensaios Históricos e Políticos. São Paulo, Alfa Omega, 1979. p.132,133.
190
KAREPOVS. Dainis. Luta Subterrânea: O PCB em 1937-1938. São Paulo: Hucitec, Unesp, 2003. p.49
98
No B r a s il s e d e se n vo l v e m a s p r e mi s sa s d e u m a r e vo l ução d o tip o
d e mo cr á ti co -b ur g uê s. O c ur so e o s uc es so d es t a r e vo l u ção d ep e nd e
d a cl as s e q ue co nq ui st a r a he ge mo nia . Se fo r a p eq ue n a b ur g ue si a
r evo l uc io nár ia, a r e vo lu ção b r a si le ir a es tar á co nd e nad a a u ma
d er r o ta( ...) . Se o p r o l et ar iad o to mar a he g e mo n ia( ...) , so b a d ir eç ão
d o P .C., e r ea liz ar r e so lu ta me n t e e se m he s ita ç ão , a li n ha le ni n i sta
d a I C , e st a r e vo l ução te r á, e nt ão , gr a nd e s p r o b a b ilid ad e s d e tr i u n f o ,
p r i ncip al me n t e se p r o v o car mo vi me n to s r e vo l uc io nár io s na s o utr a s
r ep úb li ca s d a A mé r ic a L ati n a. 193
191
“O III Pleno do CC” (outubro de 1929), In: CARONE, Edgard. O P.C.B. 1922-1934. Op.cit.. p. 78.
192
PACHECO,Eliezer. O Partido Comunista Brasileiro (1922-1964). São Paulo: Alfa-Omega, 1984. p. 135
193
“Resolução da Internacional Comunista sobre a Questão Brasileira” (fevereiro de 1930). A Classe Operária,
17.04.1930. In: CARONE, Edgard. O P.C.B. 1922-1934. Op.cit. p. 96 – 102.
99
E s sa d ir e ti va le n i ni s ta d a I C e d o B ur eal S u l - Ame r ic a no fo i p o r nó s ,
d ir i ge n te s, co mp l et a me n te d e s v ir t u ad a. E nte nd e mo s q u e p r o l et ar i zar
é ab r ir u ma l u ta d e mo r te co n tr a to d o s o s ele m en to s não p r o let ár io s,
se m e xc eção , p o r q ue n ão tr ab al h a va m e m f áb r ica s, não p as s a va m
fo me e p r i vaçõ e s. M i n ha p o si ção aq ui fo i co mp le ta me n te f al sa. ( ...) 196
194
Idem. Ibdem.
195
Idem
196
LACERDA, Fernando de. Declaração. S.l., março de 1933. In: Bureau Político do CC do PCB. A Todos os
organismos e a todos os membros do Partido Comunista do Brasil. Rio de janeiro, maio 1933, p.2 (AE-D).
Apud. KAREPOVS, Daines. Op. cit. p. 98
100
197
“Ordem do dia da Conferência Nacional”. CC do PCB. Rio de Janeiro, 06-06-1934. CEDEM/UNESP, Fundo
IC.
101
Heitor Ferreira Lima, foi levado a tal Conferência, sem ao menos saber
do que se tratava, assim como outros membros da direção não compareceram
porque não souberam da sua realização, notadamente os que manifestaram
divergências em momentos anteriores. Na ocasião, Miranda propôs a expulsão
de Heitor Ferreira Lima, Mario Grazzini e Corifeu Marques com o argumento
que as divergências levantadas por tais elementos feriam a “unidade
partidária,” autores de “ato fracionista obra de divisionismo do Partido.” 200
Ambos, para não serem expulsos, se viram obrigados a “reconsiderar” suas
posições.
198
“A 1ª Conferência Nacional do PCB” (julho de 1934) Publicada na Classe Operária de 1º / 08/ 1934. In:
CARONE, Edgard. O P.C.B. 1922-1934. Op. cit. p. 159- 171
199
Atas da Conferência Nacional. Rio de Janeiro. 08 a 15/07/1934. CEDEM/UNESP, Fundo IC.
200
LIMA, Heitor Ferreira. Caminhos Percorridos. São Paulo: Brasiliense. 1982. p.182-183
102
política dividiu e radicalizou as camadas médias urbanas.” 201 Com isso criou-
se o ambiente para acrescentar aos intensos movimentos grevistas daquele
momento, as lutas contra os integralistas. Apesar de, nas suas palavras de
ordem, o PCB conclamar para a luta antifascista e antiintegralista, em função
do seu isolamento, não conseguiu aglutinar em torno de si nenhum movimento
de massas nessa direção.
201
VIANNA. Marly de Almeida Gomes. op. cit. p.106.
202
Idem. p.109.
103
203
FREITAS. Valter Almeida de. ANL e PCB: Mitos e realidade. Santa Cruz do Sul, SC, EDUNISC, 1998. p.
128-129.
204
Apolônio de Carvalho. Entrevista. Rio de Janeiro, junho- 1988. In: VIANNA. Marly de Almeida Gomes.
Op.cit. p.126
104
205
VIANNA. Marly de Almeida Gomes . Op. cit. p. 112
206
“Por que apoiamos a Aliança Nacional Libertadora”, A Classe Operária, nº 173 de 24/01/1935.
207
A Classe Operária, n. 178. Rio de Janeiro. 10 de abril de 1935.
208
Idem.
105
comunistas, e por isso consideravam que parte dos elementos que compõe a
direção da ANL “vacilam e começam a querer conduzir a ANL pelo caminho
do nacional reformismo.” Tal posição ainda não existiria na ANL, mas a
crítica se fundamentou nas afirmações contidas nos panfletos e manifestos da
ANL que estariam causando confusão e constituiriam ameaça à orientação
política ao afirmar que esta “luta dentro da ordem e da lei,” pois estas
palavras serviriam para “amortecer o espírito e a vontade de luta das massas.”
Esse tipo de interpretação não pode ser estendido a toda ANL; era, na
verdade, exclusiva do PCB. Marl y de Almeida Vianna, ao analisar as posições
políticas dos grupos que compunham a ANL, concluiu que havia pelo menos
três perspectivas diferentes: A ANL incorporava personalidades que nunca
apoiariam o socialismo, e desenvolviam suas atividades em torno de seu
programa mínimo e de oposição a Vargas. Acreditavam na necessidade de
depor Vargas através da luta armada, “um golpe militar, como preconizavam
os tenentes.” Enquanto isso, como já foi demonstrado, “o PCB pregava a luta
armada imediata, numa avaliação fantasiosa que tomava como realidade a
aparente disposição revolucionária das grandes massas (...).” E finalmente, a
posição de Prestes e dos membros da IC aqui presentes “também trabalhavam
209
A Classe Operária, 11/03/1935.
106
com a perspectiva da luta armada, mas sem prazo determinado: seria preciso
primeiro organizar os operários e, principalmente, sanar a grande debilidade
do Partido – o trabalho no campo.” 210
Durante 1935 o PCB estreitou seus laços e ampliou suas bases nos
meios militares, tarefa facilitada com a entrada de Prestes no Partido, o que
certamente levou à incorporação de parte do pensamento tenentista com o
hiperdimensionamento do papel a ser desempenhado pelas forças armadas no
processo revolucionário em detrimento do proletariado e dos camponeses. Em
novembro eclodiram os movimentos armados em Natal, Recife e Rio de
Janeiro, a partir da junção de vários fatores. Em parte, influenciados pelas
avaliações da realidade e pelas propostas elaboradas pelo PCB/ANL, pelo
golpismo tenentista e, por outro lado, como decorrência de fatores locais.
213
CARONE, Edgard. A segunda república, São Paulo: Difel, 1973. pp. 439
214
“Concentremos nossas forças na preparação e desencadeamento das greves, das lutas camponesas e
populares”, nota do CC do PCB, julho de 1935. Apud. VIANNA. Marly de Almeida Gomes. Op.cit. p.157.
108
prazo de dez dias, tempo suficiente para enviar alguém para Recife contactar
o Secretariado do Nordeste. O Cabo retrucou: “Não dá pra segurar, não pode
passar de hoje.” 215 Ou seja, o início do movimento, em 23 de novembro de
1935, não foi uma decisão sequer da direção partidária local, que não viu
outra opção senão apoiar. Nas palavras de um dos protagonistas de 1935, o
Cabo Giocondo Dias, questionado sobre a influencia da IC nos
acontecimentos:
215
OLIVEIRA FILHO, Moacyr de. Praxedes, um operário no poder. São Paulo. Editora Alfa Ômega, 1985, p.
56-59.
216
DIAS, Giocondo. Os objetivos dos Comunistas. Novos Rumos. São Paulo. 1983. p. 159.
217
PRESTES, Luiz Carlos. Entrevista. Apud. VIANNA. Marly de Almeida Gomes. p.246.
109
Co m r e laç ão ao s l a vr ad o r es p o b r e s e ao s o p er á r io s a gr íco la s, ma s sa
eno r me, n u me r ic a me n te p r ed o mi na n te na p o p ul ação lab o r io sa d o
p aí s, i mp õ e - se ao P CB , u ma p o lí ti ca a u m te m p o s e g ur a e h áb i l, n o
se n tid o d e ar r a nca - la à i n fl u e nci a r eac io nár i a e o b sc ur a nt is ta. A
so l u ção d o p r o b l e ma ca mp o nê s co n st it u i a p ed r a d e to q u e d o
mo v i me n to co mu n i s ta mu nd i al. E la so b e d e v u lto no s p ai se s
p r i ncip al me n t e a gr í co l a s, co mo é o c aso d o B r as il. A b e m d iz er ,
nad a há fe ito , e nt r e nó s, n es te ter r e no . T ud o es tá ai nd a p o r f azer .
Ma s é ab so l u ta me n te n e ces s ár io e ur g e nte i ni ci a r u m tr ab a l ho s ér io e
sa ga z p ar a r e so l v er a q u es tão so b r e to d a s gr a ve d as r e laçõ es d o P CB
en tr e as ma s sa s c a mp o n esa s d o B r a si l. 220
No seu III Congresso (dez 1928 – jan 1929) o que tem de inovador com
relação ao anterior foi que o “Congresso, levando em conta a experiência das
primeiras tentativas já feitas pelo partido no sentido da organização
campesina traçou palavras de ordem provisórias visando a penetração da obra
220
“O II Congresso do PCB.” (Classe Operária, Ano I, nº 11, 08.05.1946) In: CARONE, Edgard. O P.C.B. 1922-
1934. Op.cit. p. 39
221
BRANDÃO, Octávio. Op. cit. p.344
111
230
“Teses del Bureau Sudamericano sobre la situacion del Brasil y las tareas del Partido Comunista.”
CEDEM/UNESP, Fundo IC.
231
“Organizar e dirigir as lutas das massas rurais.” 04/01/1932. CEDEM/UNESP, Fundo IC.
232
VIANNA. Marly de Almeida Gomes. Op. cit. p.56.
114
As gr e ve s o p er ár ia s er a m vi st as co mo p r o va c ab a l d o
a mad ur e ci me n to r e vo l uc io nár io d as ma s sa s ; o ca n ga ço co mo
ma n i fe s taç ão g u er r i l he i r a d e ca mp o ne se s r e v o ltad o s e p r e s te s a
acei tar a d ir e ção d o p ar tid o ; o s mi l ita r e s p r o gr e s si st as co mo o gr up o
p o te nc ial me nt e ma i s r e v o lu cio n ár io d a so ci ed ad e. 233
233
Idem. p.59.
234
Carta assinada por Miranda em nome do Bureau Político Nacional ao Bureau Sul Americano em 04/07/1934.
CEDEM/UNESP, Fundo IC.
115
235
“Atas da 1ª Conferência Nacional.” Julho de 1934. CEDEM/UNESP, Fundo IC.
236
Idem
116
237
QUEIRÓS, “Em véspera da Revolução no Brasil”, Informe apresentado à III Conferência dos PCs da
América Latina, conforme tradução do PCB (publicada em separata) de La Internacional Comunista, n 5, abril
de 1935, pp. 426-44. Apud: VIANNA. Marly de Almeida Gomes. p. 114.
238
A Classe Operária, n. 188, Rio de Janeiro, 12/08/1935.
239
A Classe Operária, n. 187, Rio de janeiro, 31/07/1935.
CAPÍTULO III
240
RUBIM, Antônio Albino C. Os Meios de produção simbólica proletários: Bahia, 1919-1921.
Salvador,1981,(mimeo.). Apud: FONTES, José Raimundo. A Bahia de todos os trabalhadores... Op.cit.
p.166.
241
Relatório Trimestral do CC ao Comitê Executivo da ISV. 13 de março de 1924, assinado por Luís Peres.
CEDEM/UNESP, Fundo IC.
118
242
BRANDÃO, Octávio. Combates e batalhas. Op. Cit. p.225.
243
PCB. Relatório de 1925 - Recrutamento e organização. CEDEM/UNESP, Fundo IC.
244
PEREIRA, Astrojildo. Ensaios Históricos e Políticos...Op. cit. p. 87.
119
245
PCB. Relatório de 1925 - Recrutamento e organização. CEDEM/UNESP, Fundo IC.
120
246
Idem.
247
BRANDÃO, Octávio. Op.cit. p. 270, 271.
248
Idem. p. 307
121
249
Idem. p. 314.
250
BASBAUM, Leôncio. Uma vida em seis tempos... Op. cit. p. 42.
251
Idem. p. 44.
122
divulgação (...) Mas a maioria dos transeuntes não queria o jornal, ainda que
de graça, por medo.” 252
Nas eleições para a Câmara Federal, ocorridas em fevereiro de 1927,
Alberto Campos candidatou-se pelo Bloco Operário e Camponês, BOC, e
realizou pequenos comícios. Entre seus poucos assistentes, estava sempre o
jovem Giocondo Dias, colega de trabalho do candidato. 253
É b e m p o s sí v el q ue a s p r o p o s ta s d o B O C t en h a m s id o t a mb é m
d i f u nd id a s e ntr e o s o p e r ár io s p o r t uár io s, p o i s h á i nd ício s d e q ue u m
es ti vad o r e u m ‘c ar io c a’ r ecé m- c h e gad o s a S al vad o r p a s sar a m a
d is tr ib u ir , ne ss a me s ma ép o ca, p a n f leto s co nc it a nd o o s o p er á r io s a se
le va n tar e m ‘ co ntr a o ca p ita li s mo ga n a ncio so . ’ An te s d e ser e m p r eso s
e d ep o r t ad o s, co n se g u ir a m u m p eq u e no n ú mer o d e ad ep to s . 254
O ter ce ir o co n gr e s so d o P CB r e u ni u - s e d ur a n te o s d i as 2 9 , 3 0 , 3 1 d e
d eze mb r o d e 1 9 2 8 e 1 , 2 , 3 , 4 d e j aneir o d e 1 9 2 9 ( ...) Os d e le gad o s
r eg io na is r ep r e s e nta v a m o s E s tad o s d e P e r na m b uco , E sp ír ito Sa n to ,
252
FALCÃO, João. Giocondo Dias: a vida de um revolucionário: (meio século de história política do
Brasil). 2ª Ed. Rio de Janeiro: Agir, 1993. p. 34.
253
Idem. ibdem.
254
SANTOS, Mário Augusto da Silva. Sobrevivência e tensões sociais: Salvador, 1890-1930. São Paulo,
FFLCH/USP, 1982, p. 373. Tese de Doutorado (mimeo.). Apud: FONTES, José Raimundo. A Bahia de todos os
trabalhadores...Op.cit. p.166.
255
Informe apresentado ao Secretariado Sul- Americano da IC pelo delegado do PCB (Ledo). Buenos Aires, 3/9
-7- 1928. CEDEM/UNESP, Fundo IC.
256
SANTOS, Mário Augusto da Silva. Op. cit. p. 373-75. Apud: FONTES, José Raimundo. Op. cit. p. 38
123
Atr a v é s d a co r r e sp o nd ên cia q ue ma n t i n ha co m P r e s te s, ao to ma r
co n h eci me nto d a f u nd a ção d a L AR, q ue p r et end ia ‘p r ep ar ar as
ma s sa s o p r i mi d a s p ar a o le v a nt e r e vo l uci o ná r io ’, An tô n io M aci el
257
PEREIRA, Astrojildo. Ensaios Históricos e Políticos Op. cit. p. 135.
258
Carta de Saulo a Américo Ledo (Astrojildo Pereira) Rio 18-04-1929. CEDEM/UNESP, Fundo IC.
259
BASBAUM, Leôncio. Op. cit. p. 85-86.
124
B o n f i m r e u n i u al g u n s co mp a n he ir o s e i n ic io u o tr ab al ho d e
ar r e gi me n t ação , p r o mo ve nd o r e u niõ e s e m b air r o s p o p ula r e s d e
Sal v ad o r e co m o p er ár i o s d a c id ad e d e Ala go i n ha s. E m mead o s d e
se te mb r o , An tô nio Mac i el B o n f i m, Ma no e l B a ti st a d e So uz a e J o ão
P ací fi co d e So u sa fo r a m p r eso s e i nd ici ad o s. An tô n io M aci el B o n fi m,
d ep o r tad o d a B a h ia, s e to r nar ia o S ecr e tár i o Ger a l d o P CB ( ‘o
céleb r e Mir a nd a ’) a p ar t ir d e 1 9 3 4 . Ma no el B a ti st a ta mb é m i n gr e s so u
no p ar t id o , se nd o u m l í d er s i nd i ca l co n he cid o no s a no s 4 0 , e J o ão
P ací fi co , p o st er io r me n t e , se co n ver ter ia ao tr ab a lh i s mo . 260
d ese n vo l ve u s ua li n ha ( ...) p r o c ur a nd o li ga r -s e às gr a nd es ma ss as
tr ab a l had o r a s p o r i nt er méd io d o s se u s ó r gão s d e cl as se ,
le va n ta nd o , e ntão , r e iv i nd i caçõ e s d o s s e u s ma i s se nt id o s
p r o b le ma s e la nç a nd o a p ala vr a d e o r d e m d e co mb a te se m tr é g ua s
ao fa sci s mo e m no s sa te r r a. 261
260
A Tarde, 16 e 25,09.1930; Diário de Notícias, 17 e 25.09.1930; Apud: FONTES, José Raimundo. Op.cit.
p.167.
261
O Momento, artigo intitulado “Gloriosa História Proletária”, de 23.03.1946. Apud: FONTES, José Raimundo.
op.cit. p.167.
125
262
FONTES, José Raimundo. Op.cit. p.167,168. Sobre as noticias da grande imprensa o autor indica como
exemplo: Diário de Noticias, 15.12.1933; A Tarde, 03.05 e 20.11.1934.
263
Carta enviada pelo BPN ao BSA da IC assinada por Miranda. Rio de Janeiro. 04/07/1934. CEDEM/UNESP,
Fundo IC.
264
ANL. Pela Aliança Nacional Libertadora. Bahia, março de 1935. Processo 171 do TSN.AN.
126
265
SAMPAIO, Consuelo Novais. Poder e representação... Op.cit. p.104.
266
LEVINE, Robert. The Vargas Regime. p.79. Apud: SAMPAIO, Consuelo Novais. Op.cit. p.105.
267
SAMPAIO, Consuelo Novais. Op.cit. p.104.
268
Diário da Tarde. Ilhéus. 02 de junho de 1935.
269
SAMPAIO, Consuelo Novais. Op.cit. p.107
127
O P ar t id o Co mu n i s ta d o B r as il – R e gi ão d a B ah ia ( S d a I C) d e u
p ub lic a me n te o s e u ap o i o a o r ga n iza ção d e ma s sa s Al ia nç a N acio n al
L ib er tad o r a ( ...) a co mp a n had o d e e xp l ic ação ( ...) , d ize nd o o mo ti vo e
as co nd i çõ e s. Af ir ma m o s e r ep e ti mo s : o P ar t i d o C OM UNI ST A não
ad er e e n u n ca ad er ir á a Al ia nç a; O P C e st á d e aco r d o co m a s
r ei vi nd ic açõ e s co n s ta nt es d o se u p r o gr a ma e r etir ar á o s e u ap o io
q ua nd o a Alia n ça d e ix ar d e l utar ver d ad eir a me n t e co n tr a o
i mp er ial i s mo e co ntr a o f e ud al i s mo nac io na l e se co n v er t er e m
p ar tid o p o lí tico , v is a nd o o p o d er co mo fi na lid a d e. Co n st ata mo s co mo
cer to s d ir i g e nt es d a Al i an ça n a B a h ia p r o c ur a m f azer d a Al ia n ça u ma
o r ga n iz ação a cad ê mic a, lit er ár ia o u fi la n tr ó p i ca, d es vi a nd o a s si m se u
car á ter d e o r ga n iza ção d e l u ta s co n tr a o s ma io r e s i ni mi g o s d o
p r o let ar i ad o e d a s ma s s as p o p u lar e s e ca mp o n e sa s d o B r a s il. Al g u n s
ele me n to s p eq ue no s b ur g ue se s d a Al ia nç a te m r ef r ead o a s l uta s d e
ma s sa s. ( ...) so b o p r e t ex to d e q ue u ma gr e v e ne s se mo me n to tr ar i a
co n f u sõ es e p r ej uízo s à Ali a nça ; o ut r o s te m as s e ver ad o q ue a Al ia n ça
é u m co mu n i s mo b r a nd o , q ue a Al ia nç a não l u ta co ntr a o g o ver no , e
mu i ta s co n f u sõ es( ...) L i mi ta r ía mo s o no sso p r o gr a ma, se, d e i xa nd o
d e vi sar o p o d er p o l ít i co , q ui sé s se mo s f az er u ni ão p r o gr a má tic a e
o r gâ n ic a co m a Ali a nça( ...) . ( gr i fo s d o d o c u me n t o ) 272
270
Diário da Tarde. Ilhéus. 04 de junho 1935.
271
Idem.
272
PCB: “Ao proletariado e as massas populares e camponesas!” Processo 171 do TSN. AN.
273
A Classe Operária, n 179, 23 de abril 1935.
128
pela direção nacional naquele momento. Isso porque, enquanto até o final do
mês de maio e início de junho o PCB que, “manteve essa posição de apoio
pouco entusiasmado à ANL,” 274 passou por um processo que o levou a algumas
mudanças de postura diante da sua participação na Aliança.
Acreditamos que essa mudança de posição esteve ligada a dois fatores:
o primeiro foi o desenrolar de um debate interno, quando a representação da
IC aqui presente, especialmente Harry Berger - pseudônimo do comunista
alemão Arthur Ewert - escreveu vários textos, alguns destes publicados no A
Classe Operária, onde claramente divergia das posições tomadas pelos
membros da direção nacional, que defendiam a criação imediata de soviets no
Brasil. Berger afirmava que não havia as condições necessárias para tais
iniciativas e por isso combinou com Prestes o lançamento palavras de ordem:
“Todo poder a ANL” e “Por um Governo Popular Nacional Revolucionário ”
lançadas no comício de 5 de junho, em substituição a “Todo poder aos
soviets” defendida pelo Partido. A partir de então, gradativamente, o PCB
passou a “concentrar suas atividades na ANL. O Partido não havia desistido
do governo de soviets, mas aparentemente aceitava as explicações de Prestes,
que para chegar lá seria preciso passar por uma primeira etapa
antiimperialista.” 275 O segundo fator dessa mudança de posição foi que após
11 de julho, com a ANL na ilegalidade, passou a se concretizar uma mudança
na correlação de forças internas na ANL, pois dela se afastaram vários
elementos, e justamente a partir desse momento as principais lideranças que
permaneceram eram ligadas ou ao PCB ou aos chamados tenentes de esquerda.
“Colocada na ilegalidade, a aliança se desfazia e o PCB passava a dirigir o
que restava dela. Quanto aos tenentes, que não a abandonaram, começaram a
ligar-se diretamente a Prestes em busca de sua orientação.” 276
Em documento interno de julho de 1935, a comissão nacional de
agitação e propaganda, fez um balanço do trabalho do partido nos vários
Estados, referiu-se a Bahia e comentou o panfleto:
O tr ab al ho d e Ag i taç ão e P r o p a ga nd a n a s r e g iõ e s.( .. .)
B ah ia : T e mo s r e ceb id o p o uco ma ter ia l. Rec e b e mo s u m ma n i f es to
mi mio gr a fad o d i ze nd o a p o siç ão d o p ar tid o p er an te a Ali a nça
274
VIANNA, Marly de Almeida Gomes, Op. cit. p.134.
275
Idem p. 134-135.
276
Idem p.150.
129
277
PCB: Boletim de Agitação e Propaganda. Julho de 1935. Processo 171 do TSN. CEDEM/UNESP, Fundo
IC.
278
Revista Proletária. Sem data. Processo 171 do TSN. AN.
279
O Momento. Salvador. 10/09/1945.
130
Na verdade, até aqui ele não tinha ligações orgânicas com o PCB. E
havia por parte de Nelson Schaun a preocupação de agir dentro da lei e da
ordem e reafirmou isso ao expressar no telegrama que as suas ações estavam
280
Diário da Bahia de 31/05/1927 ; O Imparcial de 29/05/1927. in: FONTES, José Raimundo Fontes.
Manifestações Operárias na Bahia...Op. cit.. p 215.
281
Telegrama de Nelson Schaun a Osvaldo Aranha. Ilhéus. Julho de 1931. CPDOC- FGV. OA cp 1931.07.07/10
131
282
SCHAUN, Maria. O elo perdido. Ilhéus: Editus, 1999. p. 63
283
As informações com relação ao inicio das atividades do PCB em Ilhéus foram retiradas de: O Momento.
Salvador.10/09/1945.
284
“O Comunismo na Bahia.” Relatório da Policia do Distrito Federal. APERJ. Pasta : Estados 5C. cx 605.
132
CO MP ANHE I R O S D O C .Z . D E I T AB UN A
P ela co mu n i ca ção q ue o s cp s. no s ma nd o u p e lo cp . Z ul mi r o , sab e mo s
q ue o s tr ab a l ho s f u nd a me nt ai s d o P . fo r a m aí p l a nte ad o s ( si c)
co n cr e ta me n te, d i sso r es u lta nd o a fo r ma çã o d es se C. Z ., q u e
esp e r a mo s p o s sa co n f ir ma r to d a a i mp o r tâ n ci a r evo l uc io nar ia q ue
ne le d ep o s it a mo s.
Não d e v e m o s cp s. i g no r a r q ue e s ta mo s a s p o r ta s d a r e vo l uç ão
Ag r ár ia e An ti - I mp er ial is ta, q ue tr a n s fo r ma r á o no sso p aí s d e se mi
co lo ni al, d o mi n ad o p e lo i mp er i al is mo e s tr a n ge ir o , e m u m p a is
so c ial i sta ver d ad eir o . ( ... )
285
FONTES, José Raimundo Fontes. Manifestações Operárias na Bahia...Op.cit. p 168
286
Diário da Tarde. Ilhéus. 18 de abril de 1935.
287
Depoimento de Gildath Amorim. Processo 171. AN.
134
QUE ST ÕE S FU ND AME NT AI S
( ...) I n te n si f iq ue m a f o r mação d e c él u la s ( .. .) p r i nc ip a l me n te as
e mp r e sa s f u nd a me n ta i s ( tr a n sp o r t e e ca mp o ) . ( ...) Vo cê s d e ve m
p en etr ar M ac uco , P ale s t in a, I ta ú na , F er r ad as, et c e fo r ma r e m, p o r a í,
fo r te s c él u la s, t a nto no s p o vo ad o s co mo c él u la s d e ca mp o n es es .
P elo C L d o L S
0 5 /0 7 /3 5 288
288
PCB: Companheiros do CZ de Itabuna. Pelo CL do LS. Ilhéus. 05 de julho de 1935. Processo 171 do TSN.
AN.
289
Daqui por diante usaremos a sigla CL do LS.
290
ANDRADE, Manoel Correia de. Lutas camponesas no nordeste. São Paulo. Editora Ática, Coleção
Princípios, 1986. p. 25.
291
CARONE, Edgard. O PCB. 1922 a 1943...Op. cit. p. 348-350.
292
ANDRADE. Manuel Correia de. op.cit. p.25
135
293
LUCAS, Montival. Discurso Pronunciado por ocasião da Assembléia realizada por iniciativa da FETAG-BA
em homenagem a memória do falecido Joaquim Cunha Filho, em 1º de setembro de 1968. Arquivo pessoal de
Edivaldo Cunha.
294
Também chamadas de “barracão”.
136
J á no va s e sp er a n ça s no s s ur g e m no c a mp o d a lu ta q u e no s
e mp e n ha mo s p ar a a gr a n d eza e d e fe sa d e no s sa c la ss e.
As l ei s q u e no s g ar a nt e m e q u e a té e nt ão v i vi a m i mer sa s no
esq ue ci me n to p ela i g no r ân ci a d e mu i to s e f r a q ue za d e o u tr o s p e la
fa lt a d e u nião , j á e st a m o s se n ti nd o o e fe ito . P r o cur e m ve r i f icar e hão
d e s ab er p r o v a vel me n te, q ue mu i ta s fa ze n d as o nd e to d o s o s
e mp r e gad o s são s i nd ic a liz ad o s , e st ão d a nd o o i to ho r a s d e se r viço
d iár io e m c u mp r i me n t o d a le i, p a ga nd o me l ho r e s s al ár io s e
me l ho r a nd o o s p r eço s d a s d e sp e n sa s. 296
295
Diário da Tarde. Ilhéus. 21 de maio de 1935.
296
PCB: “Companheiros dos Campos.” Banco do Pedro, Ilhéus. 08/04/1935. Processo 171 do TSN. AN.
297
Idem.
137
298
Diário da Tarde. Ilhéus. 25 de abril de 1935, p.3.
299
Diário da Tarde. Ilhéus. 04 de junho de 1935 e Diário da Tarde. Ilhéus. 15 de junho de 1935.
300
Diário da Tarde. Ilhéus. 08 de junho de 1935.
138
301
Diário da Tarde. Ilhéus. 22 de junho de 1935, Capa.
139
Poucos dias após a assembléia, uma Nota Pública dirigida “aos seus
associados e a todos os lavradores em geral”, deixou claro que os fazendeiros
estavam cedendo por estarem também preocupados com o movimento e sua
possível ligação ideológica. Neste documento, a Associação dos Agricultores
de Ilhéus apelava aos fazendeiros que se mantivessem alerta para o perigo do
movimento atingir maiores proporções, e evidenciava o medo das tendências
“anarquistas”:
( ...) r e g u lar iza s, e m d ef i ni ti vo e s sa s r e la çõ e s d e tr ab a l ho , e n tr e
p atr ão e e mp r e gad o .
I s so p r i n cip al me n te , p ar a e vi tar q u e lu ta s e mo v i me n to s
inj u st i fi cá ve i s, ve n ha m a p r o d u zir d e s h ar mo ni as ( si c ) e t e nd ê nc ia s
an ar q ui st a s no s eio d o s tr ab a l had o r e s, n e ste i n st an te, d e cr is e a g ud a
q ue to d o s a tr a v es sa mo s – mo v i me n to s al iaz, ( sic ) q u e p o d er i a m
303
ca us ar p r ej uí zo s co n sid e r áv ei s.
302
Diário da Tarde. Ilhéus. 15 de julho de 1935, Capa.
303
Diário da Tarde. Ilhéus. 18 de julho de 1935. Matéria da capa, com manchete dando destaque.
140
Mas os conflitos não pararam por aí. Mesmo dando a entender que a
entidade representativa dos fazendeiros cedeu às pressões, nem todos os
fazendeiros se mostraram sensíveis a tais questões. Chegaram a acontecer
greves em fazendas, como a ocorrida na propriedade do Sr. Anacleto Alves da
Silva, organizada pelo Sindicato, levando o referido fazendeiro a convocar as
autoridades do município a tomarem providências alegando: “os homens que
vinham executando minhas ordens haviam paralisado todo o trabalho,
304
SEA/Ilhéus. Aos empregados das fazendas. Banco do Pedro. 22 de junho de 1935. Processo 171 do TSN. AN.
141
alegando que tinham sido aconselhados por um Sr. Joaquim Cunha Filho a
tomarem tal atitude. (...).” 305 No contexto dessa greve, Joaquim Cunha voltou
a chamar a atenção da Inspetoria do Trabalho e propôs a convocação da
Convenção Coletiva do Trabalho como forma de sanar o problema. 306 No bojo
dessas campanhas e dessa greve, Joaquim Cunha Filho foi denunciado pelos
fazendeiros às autoridades como comunista.
Uma outra característica interessante que vale destacar no SEA-
Ilhéus/Pirangy, além da sua postura classista, e de assumir-se como socialista,
foi a sua articulação com outras categorias e organização em outros âmbitos .
O Sindicato era, na verdade, de base regional, atuava em Ilhéus e nos distritos
Pirangy, Banco do Pedro e chegou a ter “uma sucursal” em Água Preta, atual
Uruçuca. 307 Participou de encontros e congressos que ocorreram no período, a
exemplo do Primeiro Congresso Sindical dos Trabalhadores Baianos,
organizado pela Federação dos Trabalhadores Baianos, e estavam articulados
para participar do Congresso da Unidade Sindical, que ocorreria em meados
de agosto de 1935 em Salvador. 308 Tal evento estava relacionado às atividades
do PCB e da ANL no Estado e não aconteceu principalmente por conta da
ANL ter sido colocada na ilegalidade, e por isso houve aumento da repressão
política. 309
Além disso, realizou atos, excursões, passeios, festividades junto com
outras entidades, representantes de outras categorias, outros Sindicatos e com
a União Protetora dos Artistas e Operários de Ilhéus e seu principal líder, e
membro do PCB, Nelson Schaun. 310
Paralelamente às atividades do SEA, o Partido desenvolveu algumas
ações no sentido de organizar os trabalhadores rurais e camponeses. Foi
organizada uma “Brigada Camponesa” que coordenava as ações no meio rural
e que estabelecia a relação entre os membros do partido que atuavam nas
fazendas e os órgãos de direção.
305
Diário da Tarde. Ilhéus. 19 de julho de 1935.
306
Diário da Tarde. Ilhéus. 22 de julho de 1935.
307
LUCAS, Montival. Discurso Pronunciado... Op.cit.
308
Diário da Tarde. Ilhéus. 16 de agosto de 1935
309
FONTES, José Raimundo. A Bahia de todos os trabalhadores... Op.cit. p. 339-342.
310
Diário da Tarde. Ilhéus. 31 de outubro de 1935.
142
Sai b a ( .. .) q ue es ta m o s a s p o r ta s d a R e vo l u ção Op er ár ia e
Ca mp o n e sa, e q ue as ma s sa s d o B r a s il j á e stão r ad ica li zad a s n a s l u ta s
( ...) . O s c a mp o ne se s s ão n ece s sar ia me n te i nd icad o s p ar a p ap e l d a
ma i s ab so l ut a i mp o r tâ nc ia, na s l ut as q ue se d e v e m fe r ir , d e sd e j á, e
q ue s e d e f la gr ar ão a ud a cio sa me n te, mu i to b r e v e , d e mo d o d eci s i vo . 311
311
PCB: Caro Cp. Miguel Justo. Ilhéus, 22/06/1935, Processo 171 do TSN. AN.
312
PCB: Como aplicar as tarefas. Ilhéus. Documento assinado por Frederico (Nelson Schaun) em 20/06/1935.
Processo 171 do TSN. AN.
143
( ...) e m fa ce d o a ma d ur e ci me n to d a r e vo l uç ão no B r as il, d e so r te q u e
não é ma i s p o s sí ve l e s p er ar o u d e ter a o nd a d e gr e v es e l u ta s d o
313
Idem.
314
Idem.
144
315
PCB: “Companheiros Camponeses.” Ilhéus-BA. Processo 171 do TSN. AN. Provavelmente entre junho e
julho de 1935, pois foi a partir desse período que os panfletos dirigidos aos trabalhadores rurais passaram a
convocar a luta armada imediata.
316
PCB: “Aos Explorados e Oprimidos, A Todos os Trabalhadores das Cidades e dos Campos, Levantemos em
Lutas Por Pão, Terra e Liberdade.” Documento assinado pelo CL do LS do CR da Ba, PCB (S. da IC), Ilhéus,
junho de 1935. Processo 171 do TSN. AN.
145
317
Processo 171 do TSN. AN.
146
318
Diário da Tarde. Ilhéus. 22 fev. 1935.
319
Diário da Tarde. Ilhéus. 19 março de 1935.
320
Diário da Tarde. Ilhéus. 9 de fev. 1935.
321
Diário da Tarde. Ilhéus. 8 de fev. 1935
322
Diário da Tarde. Ilhéus. 14 de março de 1935.
323
Diário da Tarde. Ilhéus. 24 de jan. 1935.
147
Fo nt e: Diá r io d a T ar d e, I l hé u s. 0 3 d e j a neir o d e 1 9 3 5 . C E D OC - UE S C.
324
Diário da Tarde. Ilhéus. 31 de jan. 1935.
148
325
Diário da Tarde. Ilhéus. 19 de janeiro 1935.
326
Auto de perguntas feitas a Mario Rolemberg Martins Soares no processo 171 do TSN. AN.
327
Auto de perguntas feitas a João Baldoíno dos Santos no processo 171 do TSN. AN.
328
Diário da Tarde. Ilhéus. 24 de abril de 1935.
149
Os si mp at iza n te s e m mu i to s s e nt id o s , ex tr a p o lar a m o s p r ó p r io s
li mi te s r e gio na i s. É co n he cid a a co e são d o g r up o i nte gr al i sta no s
ano s 1 9 3 5 /3 6 n a a n ti g a fa c uld ad e d e D ir e ito d a B a hia , u m n ú cleo d e
es t ud a nt es e m gr a nd e p ar te p r o ve n ie n te s d a r e gi ão ca ca ue ir a, co m a
q ua l ma n ti n h a m i nte r câ mb io . 331
329
Carta assinada por João cabanas a Caro Rolemberg. Salvador. 27 de junho de 1935. Processo 171 do TSN .
AN.
330
Carta assinada por Mario Rolemberg Martins Soares dirigida ao cap. Salomão Rhen, Ilhéus, 30 de dezembro
de 1935. Processo 171 do TSN. AN.
331
GARCEZ, Angelina Nobre Rolim, e GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando. Bahia Cacaueira... Op.
cit. p. 81.
150
a o r d e m p úb li ca q ue a mu i to ve m a me a çad a p elo s e le me n to s
in te gr al is ta s lo c ai s o s q u ai s s e m o me no r r esp e ito a s a uto r id ad e s
le ga l me n te co ns ti t uíd as , v i n ha m co me te nd o u ma s ér i e d e ar r ua ça s e
d esa ti no s i nc l u si ve at aq ue s p es so ai s a s no s sa s ma i s a lt as a ut o r id ad e s e
a meaç a s fí si ca s ao s no s so s a mi go s e co r r el i gi o nár io s p elo s si mp le s
fa to s d e não e st ar e m d e aco r d o co m a s ua d o ut r i na , co mo aco n te ce u
co m o no sso a mi g o L ui z No g ue ir a q ue d ep o i s d e esb o f ete ad o e m p le n a
r ua e p o r f el ic id ad e co n se g u i u e sca p ar ( . ..) 332
332
Oficio enviado pelo subdelegado Silvino Gomes. Processo crime dos réus Argemiro Barboza, José Ricardo
dos Santos e Antonio Carlos Bispo. Processo 171 do TSN. AN.
151
333
Oficio do sub-delegado de Itapuhy ao Delegado Capitão Salomão Rhen. 30 de novembro de 1935. Processo
171 do TSN. AN.
334
Idem.
335
Oficio do sub-delegado de Itapuhy ao Delegado Capitão Salomão Rhen. 01 de dezembro de 1935. Processo
171 do TSN. AN.
152
336
Carta de Juracy Magalhães a Getulio Vargas. GV C 1935.06.27
337
Carta de Carlos Monteiro ao Governador Juracy Magalhães. Ilhéus. 10 de junho de 1937. CPDOC-FGV JM d
– rs. Municípios.
153
338
PCB: Aos Cps do CL, das Células, do CR e (ilegível). Processo 171 do TSN. AN.
339
PCB: Carta ao Cp. Miguel Justo, Ilhéus 22-06-1935. Processo 171 do TSN. AN.
340
PCB: Carta ao cp. João Guerra de 08/11/1935, assinada por M. pelo CL do LS. Processo 171 do TSN. AN.
154
A T ODO S O S CO MP AN HE I RO S
O C L d o L S d e I l hé u s d a R e g. d a B a hi a d o P CB ( SB d a I C)
( ...) c ha ma a at e nção ( . .. ) p ar a a s l ut as h er ó ic a s e o ex e mp lo co n cr e to
d as ma ss a s p o p ul ar e s d e P ir a n g i q ue , o r i e nt ad a s e d ir i gid as na li n h a
d o P . d es e ncad eia m fo r t es l ut as co ntr a o i nte gr a li s mo ( ... )
Os co mp a n he ir o s d e P ir a n gí o r g a ni zar a m al i o Co mi tê d e L ut as
P o p ul ar e s Co ntr a o I nt e gr a li s mo ( ...) d es e ncad e and o d ec id id a s l ut as,
não co ns e nt i nd o q ue o s gal i n ha s ver d es ali r eal iza s se m u m
co míc io .( .. .) E ste e xe m p lo ( ...) d e v e s er s e g ui d o ( ...) d e cr iar e m
to d a s a s lo ca lid ad e s e z o na s, o Co mi tê P o p ul ar d e
L a nçar p al a vr a s d e o r d e m co ntr a o s i n te gr a li s ta s ( ...)
S usp e nd e mo s o s tr ab a l ho s e m ap o io ao s no s so s co mp a n h eir o s d e
P ir a n gi, q ue l u ta m co n tr a o in fa me i n te gr a li s mo , q ue q uer a fo g ar e m
sa n g ue as ma s sa s t r ab a lh ad o r a s ! N ão q uer e mo s o i nt e gr a li s mo ne m
ad mit i mo s q ue el e vá a P ir a n gí. Vi v a o p r o le tar iad o u n id o , fo r te, e m
fr e n te ú n ic a co n tr a to d o s o s se u s a l go ze s !
T o d o s o s no s so s co mp a n he ir o s d e b a se, e m I l h éu s, e m I tab u n a, e m
Ág u a P r et a, na E str ad a d e Ro d a ge m, na s fa ze nd a s, d e ve m tir ar
b r i gad a s d e c ho q u e, d e co mp a n h eir o , a g uer r id o , d ec id id o s, fo r t es e
d isp o s to s, q u e s ej a m m ili ta n te s o u não , p o r é m q ue q ue ir a m l ut ar ,
p ar a ir e m r e fo r ç ar o s c o mp a n h eir o s d e P ir a n gi . Se d ir ij a m p ar a lá ,
p o r q ue o s i nte gr al i sta s a meaç a m ir al i, no p r ó xi mo d o mi n go , co m
mu i to s mi l ic ia no s, p ar a atac ar e m a s ma s sa s d e P ir a n gi . ( ...)
0 4 /0 7 /3 5 341
341
PCB: “A todos os companheiros.” PCB. 04/07/1935. Processo 171 do TSN. AN.
155
O P ar t id o Co mu n i s ta n aq u ela r e gião ( .. .) v e m ed it a nd o u ma s ér ie d e
ma n i fe s to s e sc lar ece nd o a ma s sa o car á ter co nt r a r evo l uc io nár io d o
in te gr al is mo . E ss e ma ter i al é se mp r e il u s t r ad o co m d es e n ho s
gr o te sco s mo s tr a nd o o s in te gr a li st a s e m p o se s r id íc ul a s ao lad o d e
fe ud al b ur g u e se s e i mp e r ial i sta s. 344
As e sq ui n as s e e nc he m d ele s, p o s to s p o r u n s, p ar a ser e m a r r a nc ad o s
p o r o u tr o s , n u ma g uer r a mud a e se m tr é g ua, n u ma r e va n c he co n ti n ua
e si le n cio sa d e r e ta l ho s d e j o r nai s co m gr a v ur as. Al g u n s el e me n to s
d e d e so r d e m s u r ge m, a s v eze s, co m g e sto s a g r es si vo s, e fa la m, e
ge s tic u la m p o s s es so s. O s c u r io so s se ap r o xi ma m, o s co me n tár io s se
s uced e m e m gr up o s q ue d i fi c ul ta m o tr a n si to . S at i s fei ta a
cur io sid ad e, a ca l mad o s o s â n i mo s, d isp er s a m se to d o s .
S úb i to co r r e c éler e u ma no ti cia te nd e nc io s a, e no va me n t e o s gr up o s
se fo r ma m, e a u me n ta a cur io sid ad e. E xa lta m - s e o s â n i mo s ; h á ge s to s
agr e ss i vo s... s ur ge a p o l íci a.
E co mo no s e sto u r o s d e b o iad a, a co nt ece q ue, u m d o s c ur io so s p o r j á
se ter d e mo r ad o mu i t o , esq u ec id o d o s se u s a faz er e s, a f a sta - s e
co r r e nd o , e d e mo me n t o , es tab e le ce - se a co n f u são , o p â ni co . S ão
p o r ta s q u e se fec h a m e s tr ep i to sa me n te ; se n ho r a s n er vo s a s q ue gr ita m
e a co r r id a d e sab a lad a d o s c ur io so s . 345
T o d o s o s p aí se s e s tão a p r ee n si vo s. T o d o s aq ue l es q u e ac r ed i ta m e m
De u s, se n te m q ue e st ão se ap r o x i ma nd o o s t e mp o s e m q u e cad a q ua l
d ev er á to mar o s e u l u g a r n a e sq uer d a o u na d ir e ita.
A esq u er d a é a v io l ê nc ia, é o go lp e cr ue l, é o as sa s sí n io f r io , é o
d ef lo r a me n to e m ma s sa , é o saq u e o r g a niz ad o , é o mas s acr e, é o
in cê nd io , a b la s fê mia .
A d ir e ita é a u n ião sa gr ad a e m to r no d a B a nd e ir a d a P á tr ia , d as
tr ad i çõ e s na cio na i s, é a v ir t ud e, é a c as tid ad e, é o her o í s mo , é a
r eli g io sid ad e, é a d e li cad ez a d e se n ti me n to s é a ho nr a d e u ma
Nação . 346
345
MARTINS, A. Seixas. Cartazes. Diário da Tarde. Ilhéus. 13 de novembro de 1935.
346
AIB: Carta aos inconscientes. s.d. Processo 171 do TSN. AN.
157
Vó s b ur g u es es gr o s se ir o s q ue tr es a nd a is a v íc io s, q ue t e nd e s mu l h er
e fi l ho s , e a nd ai s g a sta nd o o vo s so te mp o e m r id í c ula s co nq ui st a s
a mo r o s as , o u na s d i ss ip açõ e s e o r gia s e m q ue e mp r e ga is o d i n h eir o
q ue d ar ia p ar a mi t i gar o d esco n fo r to d e ta nto s l ar e s, so i s mai s d o q ue
n u nc a, cr i mi n o so s, ( ...)
T end e s p a s sad o i nd i fer en te d ia nt e d e to d o s acr i f íc io , p o r q ue s ó
p en sa i s no vo s so d i n heir o , no vo s so a uto mó vel , no vo s so p a lá cio , n a s
vo s sa s n u me r o sa s mu l he r es, no s vo s so s ca va lo s , no s vo sso s cã e s, no s
vo s so s ne gó c io s, na vo s sa vo l up t uo s id ad e. P a ss ar ei s ta mb é m fr io s e
i mp a s sí ve i s d i a nte d e ss a s p a la vr a s. 347
347
Idem.
348
Diário da Tarde. Ilhéus. 30 de maio de 1935.
158
“qual a posição que tomam frente a ANL e como encaram este movimento”.
Tal evento aconteceu em 26 de junho de 1935. Como desdobramento, foram
deliberados novos encontros entre representantes dos sindicatos e do Comitê
local da ANL para a elaboração de um “plano geral de reivindicações
imediatas das massas trabalhadoras exploradas e oprimidas deste
município.” 349 Dessa forma a ANL buscava inserção junto aos setores
organizados da classe trabalhadora.
Como em Ilhéus e Itabuna, predominava um forte conservadorismo, e a
propaganda integralista e anticomunista era intensa, onde acusavam os
comunistas e aliancistas de serem contrários às famílias, a Deus e a
propriedade privada. Buscando se contrapor a esses argumentos, panfletos e
artigos foram publicados pelos comunistas na imprensa local, mas não se
questionou a base do pensamento Integralista – Deus, pátria, família e
propriedade privada – e se optou construir uma elaboração que os
transformasse em defensores dos mesmos ideais. O Artigo “O Integralismo...
tapeando a gente!” serve de exemplo, onde faz a defesa da Rússia como o
único país do mundo onde a família é devidamente valorizada, onde não
existe mais a prostituição, e ainda:
Na R ú ss ia d e a go r a, a mu l her p a r a se c as ar , só p r e ci sa d e a mo r
na t ur a l, r e cip r o c a me n te ali me n t ad o . N ão ad i a nt a q u e o cô nj u g e s ej a
d e fa mí lia “no b r e” p o r t er p o si ção e d i n he ir o p o r q ue, a li, a no b r e za
co n s is te no tr ab a l ho e n a cap ac id ad e t éc ni ca. A r iq uez a não é mo ed a,
ma s f lo r ão d e v ir t ud e s, q ue o r ie n ta m a s p r e f er ê nc ia s a f et i va s.
A mu l h er p o ss u i r e nd a p r ó p r ia ( ...) d e mo d o q ue el a d e s nec e ss it a
( si c) d a ma n ut e nção eco nô mi ca d o ho me m ( ...)
O Co mu n i s mo ve m d a í: d a ig u ald ad e d o ho me m e d a mu l h er , o u d e
to d o s o s ho me n s, no DI RE I T O AO T R AB AL H O , p ar a p o d er e m v i ver
( ...)
Ma s, o Co mu n i s mo , co mo p r e go u Cr i s to , co lo ca nd o ac i ma d o
ind i vid uo a f a mí li a, a ci ma d a f a mí li a a p átr ia o u n ac io nal id ad e,
aci ma d a p átr ia o u na cio na lid ad e a h u ma nid ad e e a ci ma d a
h u ma n id ad e o De u s d o a mo r e d a c iê nc ia, e ss e n ão s er á r ep ud i ad o p o r
q ua lq uer i n te li gê n ci a evo l uíd a, q u e o l ha o mu nd o p ar a o so l
na sc e nt e, q ue á l u z e m o vi me nto , e não p ar a o o caso , q u e é tr e va e
sep u lt ur a . 350
Com artigos como esse, que tentavam aliar comunismo, religião, pátria
e família, se buscava obter o apoio de uma sociedade tradicionalista, ond e
349
“Companheiros da Diretoria e demais companheiros do Sindicato dos Rodoviários de Ilhéus.” Ilhéus, 1º de
julho de 1935. Assinado pelo secretário Fausto Penalva. Processo 171 do TSN. AN.
350
ANSELMO. “O Integralismo... tapeando a gente!” Diário da Tarde. Ilhéus. 04 de junho 1935.
159
não é so me n te u m d i st in g u id o e fe st ej ad o no me na cio n al ma s u m
p atr i mô nio , u ma r el íq ui a( ...) Aí ve m Ma ur ic io d e L acer d a co mo o
j us to q ue v i ve d a fé ! Ab r a ce mo - lo f r ater n al me n te , mu i to
fr a ter n al me n t e p o r q ue é ele o Me s si as p r o me tid o p ar a sal v ar e s sa
r ep úb li ca e ne mi ca e p a l ud o sa q u e no s h u mi l ha e no s e n v er go n ha. 352
351
FORTUNATO, José. Pela Reivindicação das Massas. Diário da Tarde. Ilhéus. 13 junho de 1935.
352
“Hospede Ilustre”, Ilhéus, 04-07-1935. Processo 171 do TSN. AN.
160
353
Diário da Tarde. Ilhéus. 15 de junho de 1935.
354
Auto de perguntas feitas a Tercílio Oliva de França. Processo 171 do TSN. AN.
355
Diário da Tarde. Ilhéus. 17 junho 1935.
356
Tratava-se do português Manuel Batista Ferreira, membro da direção estadual do PCB que foi expulso do país
no início de 1936.
357
Auto de Perguntas feitas a Gildath Amorim. Processo 223 do TSN. AN.
161
358
Havia uma cancela na estrada que ligava os municípios de Ilhéus e Itabuna, onde era feita a cobrança de
pedágio.
162
359
Processo 171 do TSN. AN.
163
360
Diário da Tarde. Ilhéus. 12 de agosto de 1935.
361
Diário da Tarde. Ilhéus. 28 de setembro de 1935
362
Diário da Tarde. Ilhéus. 20 de agosto de 1935.
363
Diário da Tarde. Ilhéus. 28 de setembro de 1935.
164
Aí es tá a mi s são j ap o n e sa co ns ti t uíd a d e a ge n te s e r ep r e se n ta n te s d e
alto s co mer ci st as , ( si c) p o l vo s ( s ic ) i nd u str ia is e p o d er o so s
b ur g ue s es, cap ita li s ta s, exp lo r ad o r e s d o J ap ão , q u e ve m ao B r a si l
co m a p r o t eção d o go v er no d e G et u lio e co m p an h ia, p ar a en r ai zar
d ef i ni ti v a me n te a s ua p r ep o tê n cia , s e u d o mí n io , s ua o p r e s são ( ...) E
p ar a I l hé u s, a zo na r ic a e e xp lo r ad a d o s ul d a B a hi a, o nd e e st á o
no s so p r i ncip al p r o d uto – o cacau - ele s s e d i r i ge m d e p r e fer ê nci a
p ar a a s se n tar a s ua d o m in ação no E st ad o e e ntr ar e m d i sp uta co m o
i mp er ial i s mo no r t e a me r ic a no e i n g lê s, p ar a tr a ns fo r mar - no s,
d ef i ni ti v a me n te, e m co l ô ni a, e m t er r a co nq ui st a d a! 366
364
A ALLIANÇA NACIONAL LIBERTADORA, Ao povo da Bahia no dia da pátria. Assinado pelo Comitê da
ANL na Bahia. Processo 171 do TSN. AN.
365
Diário da Tarde. Ilhéus. 30 maio 1935.
366
“Povo da Bahia. Povo de Ilhéus! Povo do Sul do Estado! Lutemos contra a dominação estrangeira!” Assina o
CL – LS do CR da Bahia do PCB. (Seção da IC) Ilhéus, 06-06-1935. Processo 171 do TSN. AN.
165
367
“Solidariedade Sindical.” Ilhéus, 03 de outubro de 1935. União Sindical de Ilhéus. Processo 171 do TSN. AN.
368
“Frente Única Popular de Luta Contra o Integralismo.” Ilhéus. Sem data. Provavelmente entre agosto e
setembro de 1935. Processo 171 do TSN. AN.
369
Diário da Tarde. Ilhéus. 03 de janeiro de 1935.
166
Nel so n Sc h a u n, p e la U ni ão S i nd ic al
Ho nó r io Sa n to s, p e la U n ião E st i vad o r es
J o ão Al ve s d o s S a nto s, p elo S i nd ic ato Op er ár io s Co n s tr ução Ci v il d e
I l hé u s
An d r é Ca mp o s, p elo S i n d ica to Do ca s
Ar c hi lao Mo i ti n ho , p elo Si nd ica to O fi cio Vár io s d e Ág u a P r et a
P r ia mo Al me id a , p e lo S i nd ic ato P r o f i ss io na l O f ic io Vár io s d e
I tab u na
I ná cio L o ur e nço , p e lo S ind ic ato Co nd u to r e s Car r o ça s I l h é us
Ca eta no Az e ved o , p elo Si nd ica to P a ni f ic ad o r
De ná sio So ar e s S il v a, p elo s P eq ue no s Oc up an te s T er r a s Ur b a na s
I l hé u s
E n éa s M ac had o , P ela Al ia nça d o s Ar ti st a s e o p e r ár io s d e P ir a n g y
Ne mé zio No b r e, p el a U n ião Si nd ica l d a B a hi a
Ger so n Al ve s, p elo Si nd ica to B ar b e ir o s I l hé u s
J o aq u i m Va s co nce lo s , p o r si e p e lo Dr . Ad mi n i str ad o r M u n icip al d e
Ág u a P r e ta. 370
1 - Ne n h u m tr ab al h ad o r si n d ic al izad o d o s tr a n sp o r t es te r r e str es o u
ma r í ti mo s co nd u zir á b ag a ge n s d e i nte g r al i st as, d esd e q ue sa ib a
p er te n cer ao cr ed o ver d e o i nt er e s sad o d o al ud id o tr a n sp o r t e.
2 - N e n h u m tr ab a l had o r si nd ica li zad o ser v ir á a i nt e gr a li st a far d ad o o u
co m d i st i nt i vo , no s ho t éi s, r e st a ur a n te s, p a st el ar ia s, b a r e s, l eit er i as ,
b ar b ear ia s, lo j as, ar ma z én s, s alõ e s d e e n gr a xat e , etc .
3 - N e n h u m tr ab al had o r si nd i ca liz ad o co nd uz ir á, no a u to mó ve l q u e
d ir i g ir i n te gr al is ta f ar d a d o o u co m d is ti n ti vo .
4 - ne n h u m tr ab a l had o r si nd ica li zad o co n ti n uar á a ad q u ir i r o j o r nal
q ue e st i ver h ab i t uad o a l er , se o me s m o i n ser i r no t ic iár i o
d ese n vo l vid o d a s a ti v id ad es i nte g r al i sta s na B a hi a, d ur a n te o u d ep o i s
d a co nce n tr a ção .
5 - Ne n h u m tr ab a l had o r si nd ica li zad o d e i xar á d e r eco me n d ar ao s
f il ho s q ue fr eq üe n ta m co lé g io s a i med i ata r e tir ad a d o r e sp e ct i vo
es tab e lec i me n to , p o r o c as ião d e vi s ita d e i n te gr ali s ta far d ad o o u co m
d is ti n ti vo . 371
370
“Lagarta Verde.” Sindicato Empregados Agricolas. Ilhéus. Pitangy, 1º de novembro de 1935. Processo 171 do
TSN. AN.
371
“Aos trabalhadores da Bahia.” Comissão Executiva da União Sindical. Salvador. 5 de outubro de 1935.
Processo 171 do TSN. AN.
167
372
Diário de Notícias, 8,9, 10.11.1935. Apud: FONTES, José Raimundo. A Bahia de todos os trabalhadores...
Op.cit.
373
Diário da Tarde. Ilhéus. 6 de novembro de 1936.
374
Diário da Tarde. Ilhéus. 8 de novembro de 1935.
168
375
Diário da Tarde. Ilhéus. 14 de novembro de 1935.
169
376
Auto de perguntas feitas a Marcellino Alves. Processo 356 do TSN. Posteriormente esse processo foi apenso
ao processo 171. AN.
377
Auto de perguntas feitas a José de Lemos Netto e auto de perguntas feitas a Olegário de Andrade e Silva.
1936. Processo 356 do TSN. AN.
170
378
Idem.
379
Diário da Tarde. Ilhéus. 22/08/1931.
380
Idem.
171
F o nt e: D iá rio da Ta rd e . I lh éu s. 2 2 - 0 8 - 1 9 3 1 .
T o d o s o s d ir e ito s p o l íti co s, e co nô mi co s , c ul t ur ai s e so c ia is no s s ão
ne g ad o s e u s ur p ad o s . Vo s sa s t er r a s são r o ub ad as . Vo s p a ga m
me no r e s sa lár io s. Vo s i mp õ e to d a so r t e d e h u mi lh açõ e s. Vo s n e ga m o
d ir ei to d e d ir i gir vó s me s mo s vo s so s d e s ti no s. Ao s no s so s ir mão s
índ io s, o s f e ud a l -b ur g ue se s e o s i mp er i al i sta s n ão d ão n e m o d ir e it o
d a maio r id ad e . S ão e s cr a vi zad o s p elo ser v iç o d e ‘p r o teç ão ’ ao s
índ io s e p e la s mi s sõ e s r eli g io sa s. S u a s co mp an h eir as e fi l ha s s ão
r o ub ad a s p ar a ser e m p r o st it u íd a s, co mo a co nt ece na Fo r d lâ nd ia e
o ut r o s l u gar e s. 382
381
“Tesis del Bureau Sudamericano sobre la situacion del Brasil y las tareas del Partido Comunista.” 1934.
CEDEM/UNESP, Fundo IC.
382
1ª Conferência Nacional do PCB (Seção da IC). Publicado na A Classe Operária, 01 /08 /1934. In:
CARONE, Edgard. O PCB, 1922 a 1943. Op.cit. p. 167
173
383
Idem. Ibdem.
384
“A posição do PCB frente às eleições.” A Classe Operária, 23/08/1934. In: CARONE, Edgard. O PCB, 1922
a 1943. Op. cit. p. 156
385
A Classe Operária nº 180, 01/05/1935.
174
386
Auto de perguntas feitas a Marcellino Alves. Processo 356 do TSN. AN.
387
Idem
388
Auto de perguntas feitas a Manoel Castro Gaspar. Processo 356 do TSN. AN.
175
esse o único meio dos caboclos reaverem suas terras.” 389 O discurso entre os
indígenas chamava a atenção para a necessidade de organização para com a
insurreição, dividir as propriedades e “botar pra fora de Olivença os grandes
de lá que lhes tinha tomado as suas terras e haveres (...) os quaes, sem ser por
intermédio de engenheiro, iam por conta própria invadindo as terras dos
caboclos, tomando-as e botando-os para fora, perseguindo-os e escurraçando-
os”. Após a insurreição “(...) dividiria com os companheiros, voltando todos a
ocuparem as suas terras e haveres (...).” 390 Também ocorreram mais duas
reuniões do mesmo teor, uma em 27 de outubro em Manguinhos na casa do
próprio Marcellino e outra em Coqueiros na casa de Marcionilio Brás.
Uma nova reunião deveria ser realizada no início de novembro quando
seriam definidos os últimos detalhes do plano, pois a data fixada para o início
das ações foi nove de novembro. Para saber com quantos homens contavam
foi “organizada uma relação, onde assinavam os que sabiam ler e eles punham
os nomes dos analfabetos. Essa relação chegou a ter mais de cem homens.” 391
Marcellino, ao referir-se a essa lista, afirmou que foi a sua única ação
relacionada ao PCB: “então passou a trabalhar, no que limitou-se apenas em
tomar numas folhas de papel os nomes das pessoas que estavam solidárias
com o movimento, conseguindo umas duzentas assinaturas.” 392
Nesse período, o Caboclo Marcellino foi algumas vezes a casa de
Nelson Schaun em Ilhéus, ouvi-lo sobre as articulações comunistas e,
seguindo um pouco do entusiasmo e crença na revolução imediata que
predominava no PCB, disse-lhe Nelson que:
p r eci sa v a ar r e gi me n ta r o p es so a l e a ni ma va -o b as ta nt e, a cr e sc e nta nd o
q ue e m b r e ve r o mp er ia u m mo v i me nt o no Rio , no No r te e na E ur o p a,
e q u a nd o to d o s b r i ga s se m o r esp o nd e nt e e se u s co mp a n he ir o s
vo l tar ia m a o c up ar se u s ter r e no s ( ...) q ue r e u n is se o maio r n ú mer o d e
ho me n s ar mad o s p o s s í ve l, q ue ser ia p ar a q ua nd o a r r eb e n ta s se a
r evo l uç ão e m to d o o p a ís ” , Mar c el li no e n tão “p o nd er o u q u e o se u
p es so a l só d i sp u n ha d e esp i n g ar d a s d e ca ça p elo q ual p r e ci sa v a d e
ar ma me n to e mu n i ção , te nd o Ne l so n r ep l ic ad o q ue co m q u alq u er
ar ma se b r i ga v a. 393
389
Auto de perguntas feitas a Mauricio Penedo. Processo 356 do TSN. AN
390
Auto de perguntas feitas a Manoel Castro Gaspar e auto de perguntas feitas a Marcellino Alves. Processo 356
do TSN. AN.
391
Auto de perguntas feitas a Mauricio Penedo. Processo 356 do TSN. AN.
392
Auto de perguntas feitas a Marcellino Alves. Processo 223 do TSN. AN.
393
Idem.
176
394
No auto de perguntas feitas a Marcellino Alves ele nega que pretendesse assassinar os “grandes”.
395
Auto de perguntas feitas a Olegário de Andrade e Silva. Processo 356 do TSN. AN.
396
Auto de perguntas feitas a Dionísio Gonçalves de Oliveira. Processo 356 do TSN. AN.
397
Auto de perguntas feitas a Marcellino Alves. Processo 223 do TSN. AN.
177
398
Diário da Tarde. Ilhéus. 24 de abril de 1935.
399
Auto de perguntas feitas a Marcellino Alves. Processo 356 do TSN. AN.
178
uma casa abandonada, quando foram atacados por dois jagunços, Julio Folha e
Antonio Mendes, 400 que entraram na casa atirando. Houve troca de tiros e
Antonio Mendes caiu morto. Esses acontecimentos foram em abril de 1936.
Marcellino, “vendo-se a tôa” e sem alternativas, rumou para o Posto Indígena
Paraguaçu, o qual já conhecia “desde o tempo que ali esteve o Capitão
Vasconcelos.” 401 Tratava-se do Capitão Vicente de Paulo Teixeira
Vasconcelos que atuou na demarcação das terras indígenas do Posto
Paraguaçu entre 1926 e 1930. 402 Foi à procura de Telésforo Martins Fontes,
chefe do Posto, com o principal objetivo de “pedir auxilio perante os poderes
públicos, para ele e seus companheiros, caboclos que são, descendentes de
indígenas (...) que pelo menos os apresentasse a quem de direito, a quem ele
(...) pudesse expor a sua situação (...) reclamar seus direitos.” 403
400
Nas versões apresentadas pelo Fazendeiro José Lemos e pelo escrivão Olegário Andrade, Antonio Mendes era
comerciante e foi assaltado e depois assassinado. Processo 356 do TSN. AN.
401
Auto de perguntas feitas a Marcionillio Brás. Processo 356 do TSN. AN.
402
PARAÍSO, Maria Hilda Baqueiro. Levantamento demográfico, sócio econômico e da situação das terras
dos Postos Indígenas Caramuru e Paraguaçu. 1976. p. 26.
403
Auto de perguntas feitas a Marcellino Alves. Processo 356 do TSN. AN.
404
“Teses e Resoluções do III Congresso do PCB” – dez de 1928/janeiro de 1929. CEDEM/UNESP, Fundo IC.
179
405
Auto de perguntas feitas a Gildath Amorim. Processo 223 do TSN. AN.
406
Depoimento do soldado Carlos Motta Coelho no IPM aberto pelo 2º BC da PM de Ilhéus em dezembro de
1935 e posteriormente anexado ao Processo 171 do TSN. AN.
180
Brasilino Nunes, Carlos Motta Coelho e Elias Moraes. Este último acabou por
revelar ter sido um dos autores, junto com Horácio Pessoa de Albuquerque, do
atentado a bomba realizado no mês de agosto contra a sede da AIB de Ilhéus e
envolveu também os nomes de André Bento da Silva e Nelson Schaun. O
inquérito foi reaberto pela Delegacia Especial de Ordem Política e Social do
Sul do Estado (DEOPS) e foram processados e condenados Elias Moraes e
Horácio Albuquerque. Em março de 1936, o terceiro envolvido, Euclides
Tavares dos Santos, compareceu à Delegacia para prestar depoimentos e foi
também indiciado criminalmente, além de André Bento e Nelson Schaun.
Paralelamente às investigações do referido IPM, a DEOPS do Sul d a
Bahia, coordenada pelo Delegado Capitão Salomão Rhen, iniciou outras
investigações. Em 30 de dezembro foi preso em Ilhéus o português Manuel
Batista Ferreira com vários livros comunistas. Na versão apresentada à
polícia, alegou que residia em Caravelas. 407 Tratava-se de um dos principais
dirigentes do Partido no Estado, compareceu ao Pleno Nacional, realizado no
Rio de Janeiro em 1932, 408 e devido às suas atividades partidárias comparecia
frequentemente a Salvador e Ilhéus. Foi processado e expulso do país no
início de 1936.
André Bento, que estava morando em uma Pousada em Itabuna, teve seu
quarto arrombado pela polícia que apreendeu grande quantidade de material
do Partido, inclusive livros, panfletos, jornais, correspondências, que
serviram para a polícia identificar vários outros militantes e atividades
partidárias.
Os órgãos de repressão construíram uma narrativa a respeito dos
acontecimentos que estabelecia uma relação direta entre o dito “plano de
sublevação” do Batalhão, com os poucos setores onde os comunistas tinham
alguma inserção. Dessa forma, a pequena inserção do Partido na sociedade
Ilheense foi potencializada para se adequar a versão policial dos
acontecimentos, pois segundo estes, o plano era de sublevação de todo o sul
do Estado, seguiam orientação de um “plano geral traçado pelo diretório
central” e escolheram Ilhéus para centro das atividades no Estado da Bahia.
Os comunistas pretendiam se apoderar do armamento para armar os operários,
407
Diário da Tarde. Ilhéus. 30 de dezembro de 1935.
408
O Comunismo na Bahia, Relatório da Polícia do Rio de Janeiro. APERJ. Pasta: Estados 5C cx 605.
183
( ...) Aq ui e ntr e nó s nã o p er d er a m t e mp o o s a d ep to s d a d e so r d e m.
Fo r a m cr i ad o s n úcl eo s. I l hé u s er a u m p eq u e no vi v eir o d e
co mu n i st as. T in h a r e g al ia s o s co lab o r ad o r es d e L e ni n e. A b o mb a d e
d in a mi te j á er a o ar g u m en to d e ci si vo d a s s ua s r eso l uçõ e s.
Os e mi s sár io s j á e st a v a m s e i n ter n a nd o p e la s no s sa s fa ze nd a s e
exp lo r a nd o a b o a f é e a ig n o r â nc ia d o s no s so s tr ab al had o r e s r ur a i s.
Os f az e nd eir o s j á se n ti a m d e p er to o b a fo d a s a me aça s.
As gr e v es d e se n h a va m- s e. Mi na v a m ao s p o uco s o s al icer ce s d a no s sa
p r o sp er id ad e .
A p o p ul ação cr i ter io sa d as no s s as cid ad e s, p o r é m, não cr ia no
p er i go . Co m o fr ac a ss o d o go lp e, a p o lí cia va i d es v e nd a nd o ao s
p o uco s o s p l a no s te n eb r o so s d o s co nsp ir ad o r e s. A cad eia p úb li ca d a
cid ad e e st á c he ia d e i mp lic ad o s no mo vi me nto .
O Ca p . Sa lo mão R he n , d ele gad o e sp eci al, ( . ..) va i ao s p o uco s
esc lar ece nd o r e sp o n sab i lid ad es( ...) d ep o i s d o inq uér ito vi r á a p ub li co
ao b a i xar d a s ma s car a s q u a nto s leõ e s e sco n d id o s e m p el e s d e
co r d eir o e o p e r i go q u e atr a v es sá v a mo s( ...) . 410
409
Processo 171 do TSN. AN.
410
O Intransigente. Itabuna. 14 de dezembro de 1935.
184
Do s me n o r e s i nd íc io s p o d e m s ur g ir gr a ve s co n s eq ü ê nci a s, não há d e
ser p e la n e gaç ão e a ti t u d e d e al g u n s e mp e n had o s e co mp r o me tid o s,
q ue p o s sa m s e e sq ui v a r a gr a ve r e sp o ns ab i lid ad e d e s ua co nd ut a,
p hr a s es, mo v i me n to s s u sp e ito s, d e sej o s i n co nt i d o s, p o d e m s er vir d e
ind ic ad o r e s à r a mi f ic açã o d e Mo sco u e ntr e nó s. 411
411
O Intransigente. Itabuna. 21 de dezembro de 1935.
412
A Época, Itabuna, 14 de dezembro de 1935.
413
Carta de Juracy a Vargas, 23 de dezembro de 1935, in: MAGALHÃES, Juracy. Minhas Memórias, p. 267.
Apud. SAMPAIO, Consuelo Novais. Poder e Representação... Op.cit. p. 109.
185
Ma n ue l B at i st a d e So uz a
J o aq u i m Sei x a s d o V al e Cab r al – f o i se cr e tár io d o so co r r o ver me l ho
Ota cí lio T r i nd ad e Sa nto s
Ad ir Al v es Le ite
Lo ur i va l S al es d o N as ci me n to
Val ter Na zia ze no
Car lo s G er a ld o S il v a
De mó cr ito d e Car v al ho
Vit o r i no L eo cad io
J o aq u i m Ale n car
J o ão Lo p e s d e So uz a
J o na s B a ti s ta d e O li ve ir a
414
APEB. Seção Judiciária. Inquérito policial: Samuel Genez e outros. Classificação: 202/04/04.
415
TAVARES, Luiz Henrique Dias. História da Bahia. 10ª Ed. São Paulo: UNESP; Salvador: EDUFBA, 2001.
pp. 405-407.
186
An to n io P a ul i no
J o sé Dio go d o s Sa n to s
I sr a el Go nça l ve s d e O li ve ir a
L u i s Fr a nça d e Sa n ta na
E p i fa n io P r ô sp er o d e An d r ad e J u nio r
Fr a nc i sco Do mi n go s d e Sa n ta na
E mu i to s o u tr o s 416
T ab ela 6 : B a hi a – I n sp e t o r ia d e Or d e m P ub li ca e So c ial
RE L AÇ ÃO DE CO MU N I ST AS I DE NT I FI C ADO S N E ST A I N SP E T ORI A
Nº No me P r o fi s são /o c up ação
1 J o ão Lo p e s d e So uz a Fer r eir o
2 J o aq u i m P i me n te l d e Al en car E x -p r aça d o e xer ci to
3 Car lo s G er a ld o d a Si l va Mecâ n ico
4 L u iz Fr a n ça d e S a nta n a E x Mar i n he ir o nac io na l
5 Fr a nc i sco Do mi n go s d o s Sa n to s Ca la fa te
6 Ma no e l Gr e gó r io Na sc i me n to P ed r eir o
7 Sa mu e l Ge ne z Ve nd ed o r a mb ul a nt e
8 B el. E p i fa n io P r o sp er o d e Ad vo gad o
An d r ad e
9 Der me v al Mo r e ir a Co st a E le tr ic i st a
1 0 I sr a el Go nça l ve s Ol i vei r a E st u cad o r
1 1 D ur val P er e ir a B r ito C ha u f f er
1 2 Ma n ue l B at i st a d e So uz a Car te ir o
1 3 Cí cer o Go nça l ve s d e S e na E x - s gto d o e xer c ito e ex - i n ve st i gad o r d e
p o lic ia
1 4 J o sé B a ti s ta d e O li ve ir a T ip ó gr a fo
1 5 Ad ir Al v es Le ite Ne go c ia nt e
1 6 W alt er So uza Na zia ze no E mp r e gad o no co mér cio
1 7 J o aq u i m Sei x a s d o V al e Cab r al E n g. Ag r ô no mo /p r o f . E sc. Agr íco la e téc n ic a
I n st it u to d o F u mo
1 8 Oct ací lio T r ind ad e Sa n t o s Mecâ n ico
1 9 Vic to r i a no Leo c ad io d e L i ma E le tr ic i st a
Fr e ir e
2 0 Alb er to P er eir a d e So uz a E st i vad o r
2 1 Sa mu e l C ha u f i m Ve nd ed o r A mb u la nt e
2 2 P ed r o So ar es Aço u g ue ir o
2 3 T er cílio O li va Fr a nça Ne go c ia nt e
2 4 T heo d o r o P er e ir a d a Sil va E x -p r aça d o 1 9 B C
416
O Comunismo na Bahia. Relatório da Policia do Distrito Federal. APERJ. Pasta : Estados 5C. cx 605
417
Carta da CNRC ao Presidente Getulio Vargas. 06/04/1936. APERJ. Pasta 14. Setor: Administração.
187
2 5 I sr a el Re v k o le v s k y Ve nd ed o r a mb ul a nt e
2 6 Ma n ue l B at i st a F er r e ir a Co mer ci a nte
2 7 As tr o gi ld o Ca laz a ns Mo no tip i sta
Fonte: Oficio nº 411 de 28-02-1936 enviado pelo governador do Estado. APERJ. Pasta 14. Setor: Administração.
418
Ver em anexo.
419
Carta de Juracy Magalhães a Comissão Nacional de Repressão ao Comunismo. 11 de setembro de 1936.
APERJ. Pasta 5B (Bahia) fls. 396-590 cx. 605
188
420
FALCÃO, João. Giocondo Dias. Op. cit. p.83.
421
FONTES, José Raimundo. A Bahia de todos os trabalhadores... Op. cit. p.170.
422
GORENDER, Jacob. Entrevista. Apud: RISÉRIO, Antonio. Adorável Comunista... Op. cit.. p. 111, 112
189
Re al izo u d ur a n te a ca m p an h a el ei to r a l, u m gr a n d e tr ab a l ho d e ma s sa .
Ma s n ão ap r o ve ito u o e n sej o p ar a cr iar e r e fo r ça s a s b a se s d o P ar tid o
na s e mp r e sa s e na s o r ga ni zaçõ e s d e ma s sa. Co m a sa íd a d e J ur ac y e
u m i n íc io d e r eaç ão o t r ab al ho c ai u, e st a nd o a Re g ião p a s sa nd o p o r
u ma cr is e o r g â nic a e p o lít ic a, e m vi s ta d a i n f l u ên cia d e L o b o , L i sio ,
Car lo s, etc . ele me nto s d e tend ê nci a s tr o t s ki s ta s. E n via mo s l á u m
ca mar ad a q u e co n se g ui u a fa s tar a i n f l uê nc ia d es se s el e me n to s ( o
p r i me ir o er a me mb r o d o C .R ...) e r eco mp o r o C. R. d ei x a nd o d ir e ti va s
e tar e fa s co n cr e ta s. 426
423
“Situação do Movimento Revolucionário no Brasil.” Secretariado Nacional. 23/05/1936. CEDEM/UNESP,
Fundo IC.
424
PCB. Carta a Caros Camaradas. SN. 24-09-1936. CEDEM/UNESP, Fundo IC.
425
PCB. Carta a Caros Camaradas. SN. Assinada por Bangu. 04-09-1937. CEDEM/UNESP, Fundo IC.
426
PCB. Carta a Caros camaradas. SN. 06-1938. CEDEM/UNESP, Fundo IC.
427
Sobre a cisão ocorrida no PCB nesse período ver: Karepovs, Daines. Op. cit.
190
Hermínio Sachetta foi preso em Salvador em 1938, 428 mas além disso não
encontramos nenhuma outra que demonstre influência das posições defendidas
por esse grupo no PCB do Estado. No que se refere ao quadro organizativo do
Partido, o quadro traçado pelos documentos anteriormente citados apontam
para a continuação de um quadro desanimador entre os anos 1935 e 1938,
dados que se contrapõe a idéia que de organização e fortalecimento partidário
pelos elementos fugidos da repressão após 1935.
428
O Comunismo na Bahia. Relatório da Policia do Distrito Federal. APERJ. Pasta: Estados 5C. cx 605
429
CÂMARA, Diógenes de Arruda. Entrevista. Acesso em 15 de março de 2007, disponível em:
http://www.vermelho.org.br/diario/2004/0708_arruda-fim.asp
CAPÍTULO IV
430
O SPI atuava através de unidades regionais chamadas Inspetorias.
431
“Relatório do Inspetor Pedro Maria Trompowsky Taubois. 28/12/1910”. in: COQUEIRO, Sonia O.,
MONTEIRO, Maria Elizabeth. e SÁ, Sheila M. B. de. Povos Indígenas do Sul da Bahia: Posto Indígena
Caramuru – Paraguaçu (1910-1967). Rio de Janeiro: Museu do Índio, 2002. pp.35, 41.
192
432
LAND, Ney. Relatório. SPI ,19/05/1965.
433
PARAÍSO, Maria Hilda Baqueiro. Levantamento demográfico..., Op. cit. p. 26.
193
434
Estado da Bahia. Salvador. 04 de novembro de 1936.
435
Relatório ano 1929 de Vicente de Paulo Teixeira da Fonseca Vasconcelos. SPI do Estado da Bahia 1930. In:
COQUEIRO, Sonia O., MONTEIRO, Maria Elizabeth. e SÁ, Sheila M. B. de. Op. cit. p.45.
436
SPI: Ofício de Telesphoro Martins Fontes à Chefia do SPI. s.d. (provavelmente maio de 1937). Processo 171
do TSN. AN.
437
Relatório do Cap. Salomão Rhen sobre os acontecimentos no Posto Paraguaçu. Processo 171 do TSN. AN.
194
438
Nesse período o SPI era subordinado ao Ministério do Trabalho.
439
COQUEIRO, Sonia O., MONTEIRO, Maria Elizabeth. e SÁ, Sheila M. B. de. Op. cit. p. 46
440
Argumento anacrônico, pois o SPI não desenvolvia serviço de catequese.
441
Estado da Bahia. Salvador. 02 de novembro de 1936.
442
PARAÍSO, Maria Hilda Baqueiro. Op. cit. p. 30
195
seriam úteis para criar mecanismos que facilitariam ao índio sua transição
para a vida sedentária. Ou seja, ensinariam aos índios a se tornarem
camponeses. 443
Em maio de 1936 chegou à sua fazenda, vizinha do Posto Indígena, o
Deputado pelo PSD, Antonio Cordeiro de Miranda, acompanhado do Delegado
Cap. Salomão Rhen, Nuno Tavares, Abdon Motta, auxiliar da Delegacia de
Terras de Ilhéus, Dr Augusto Santos Souza, alto funcionário da Secretária d e
Agricultura que agia sob ordens do Gabinete do Governador do Estado
Capitão Juracy Magalhães. Esse último procurou Telesphoro Fontes para um a
conversa e disse-lhe que o governo pretendia diminuir a área do Posto e qu e
iria separar uma parte das terras para si. Sobre a tentativa de diminuir a área
da reserva, os Deputados Manuel Novaes e Antonio Cordeiro de Miranda, e
ainda o Secretário de Estado Gileno Amado estavam fazendo várias incursões
444
junto ao governo do Estado e também junto ao Ministério da Guerra.
Esse episódio narrado por Telesphoro Fontes, e o envolvimento dessas
pessoas, todas ocupantes de cargos públicos e posições políticas
privilegiadas, constituem forte indício de que o desenrolar dos
acontecimentos no Posto Indígena, não passou de uma grande trama
organizada pelos fazendeiros locais, seus representantes na Assembléi a
legislativa e membros do governo estadual, com a participação de ocupantes
de cargos estratégicos, como o Delegado de Itabuna e o auxiliar da Delegacia
de Terras.
Após essa conversa, Augusto Santos Souza, foi a Vitória da Conquista e
de lá, combinado com o Delegado de Terras, Dr. Bandeira, e outros
fazendeiros, mandaram alguns engenheiros acompanhados de homens armados
medirem terras na área do Posto Indígena Paraguaçu.
Procurando proteger as terras da reserva indígena de novas invasões por
parte dos fazendeiros locais e impedir as medições que estavam sendo feitas,
o encarregado do Posto Indígena Paraguaçu, Telésforo, tomou algumas
atitudes. Procurou o Delegado Especial de Ordem Política e Social do sul do
Estado, o Capitão Salomão Rhen, para pedir ajuda na garantia das terras. Este
443
COQUEIRO, Sonia O., MONTEIRO, Maria Elizabeth. e SÁ, Sheila M. B. de. Op.cit. p. 413.
444
SPI: Ofício de Telesphoro Martins Fontes à Chefia do SPI. s.d. (provavelmente maio de 1937). E bilhetes de
Augusto Santos Souza à Telesphoro Fontes. Processo 171 do TSN. AN.
196
445
Estado da Bahia. Salvador. 08 de dezembro de 1936. Também relatado no Relatório do Capitão Salomão
Rhen anexo ao processo 223 do TSN. AN.
446
Auto de perguntas feitas a Fulgêncio Almeida. Processo 356 do TSN. AN.
447
Estado da Bahia. Salvador.26 de outubro de 1936. 3ª Edição.
448
Auto de perguntas feitas a Fulgêncio Almeida e Auto de perguntas feitas a Marcellino Alves. Processo 356
do TSN. AN.
197
q ue o me s mo e xec u te o s se u s tr ab al ho s se m ne n h u m e mb ar aço . Se m
o ut r o a s s u nto , d i sp o n ha d o a mi go .
Au g u s to Sa nto s So uz a 449
Uma outra carta enviada por Augusto Santos Souza para recomendar um
enviado seu para uma conversa com Telesphoro também é muito reveladora,
pois, além de novamente explicitar para quem iriam as referidas terras, ainda
relata a forma como pretendia explorá-la, e como estavam se articulando junto
ao Ministério da Guerra:
B ah ia, 2 5 d e a go s to d e 1 9 3 5 .
O fi m d a v ia ge m d e st e me u a mi g o ne st a zo n a é acer tar as med içõ e s
fe it as p ar a a mi g o s no s s o s d e Co nq ui st a e p ar a me u e mi n e n te a mi go
Dr . M a n uel No va es e m eu c u n had o Ar x An t u ne s. E sto u a uto r iz ad o a
lh e d iz er , q ue t a nto o Dr . Ma n u el No v ae s co mo me u c u n h ad o e stão
p r o n to s a i nd e niz ar a s b en f ei to r i as q u e e x is t e m ( ...) a s s i m co mo
fa ze m q u e stão q ue o s mo r ad o r e s e x i ste n te s n as r e fer id a s me d içõ es
co n ti n u e m n ela s na c o nd ição d e co ntr ata n te s. ( ...) Co r d eir o d e
Mir a nd a f ico u d e e n c o nt r ar - se a í co m o Dr . B and e ir a . So b r e a
med iç ão d a ár ea r es er va d a ao s í nd io s, e u e Co r d eir o e nc ar r e ga mo s o
Dr . M a n ue l No v ae s p ar a r eso l ver no Rio .
Au g u s to Sa nto s So uz a 450
449
Bilhete a Caro Fontes. Gabinete do Governador. 28 de abril de 1936. Assinado por Augusto Santos Souza.
Documento apresentado pela defesa de Telesphoro. Processo 223 do TSN. AN.
450
Bilhete a Telesphoro Fontes. Bahia, 25 de agosto de 1935. Assinado por Augusto Santos Souza. Documento
apresentado pela defesa de Telesphoro. Processo 223 do TSN.AN.
451
Estado da Bahia. Salvador. 08 de dezembro de 1936.
198
452
Depoimento de José Rufino ao Processo 223.
453
Depoimento de Gildarth Amorim e também o relatório do capitão Salomão Rhen, anexo ao processo 223.
454
Relatório Tenente Heron de Oliveira. 17-10-1936.
455
Idem
199
456
VIANA, Marly de Almeida Gomes. Op.cit. p. 280.
457
MORAES Denis de. e VIANA, Francisco. Prestes: Lutas e autocríticas, Petrópolis: Editora Vozes, 1982.
p.96.
458
A Classe Operária, São Paulo, Edição Especial, fev, 1936.
459
KAREPOVS, Dainis. Luta Subterrânea: O PCB em 1937-1938. São Paulo: Hucitec, Unesp, 2003.p.66.
201
460
Willian Waack, Camaradas. Nos arquivos de Moscou: a história secreta da revolução brasileira de 1935.
São Paulo: Companhia das letras, 1993. p. 303 apud: KAREPOVS, Dainis. Luta Subterrânea...Op. cit. p. 87,
461
KAREPOVS, Dainis. Luta Subterrânea...Op.cit.p.71.
462
PCB: “Depois de novembro.” Outubro de 1936. Apud. Dainis Karepovs p. 90
463
Lauro Reginaldo da Rocha. Minha Vida (Memórias) 1ª parte. Manuscr., p. 102. Apud : Dainis Karepovs.
Op.cit. p.90
202
464
Carta do SN a Caros Camaradas do Rio, p. 2-3. Apud: Dainis Karepovs. Op cit. 109
465
Carta da ANL ao Capitão Juracy Magalhães. FGV. 1936 GV 22.06.1936.
203
no ca so d e a co nt eci me nt o s le v ar e m a Fr e n te P o p ul ar ao p o d er a n te s d aq u ela s
ele içõ e s, o r ga n iz ar u ma j un ta go ver n at i va d a Fr e n te P o p u lar q u e co n ced a
i med i at a me n te a a n is ti a ger a l e e xe c ut e o p r o gr a ma ( ...) se co mp o r á co m
ele me n to s e o r ga n iz açõ e s q u e e s ti ver e m d e a co r d o co m o p r o gr a ma o u p ar te
d ele ( ...) o p er ár io s , lib er ai s, so ci al is ta s, tr ab a l hi s ta s, o r g a niz açõ e s
si nd ica i s, e tc. 466
466
Projeto de bases para a formação da Frente Popular. Anexo a Carta da ANL ao Capitão Juracy Magalhães
FGV. 1936 GV 22.06.1936
204
Cad a d ia e m ma io r e s n ú me r o s , e m to d o o p a í s e e sp e cia l me n te no
No r d e st e, h er ó i co s b r as ile ir o s – o p er ár io s, c a mp o ne s es , so ld ad o s e
p o p u lar e s – le va n ta m d e ar ma s na mão ( .. .) .”
“Não p o d e mo s r e lat i va me n te ao c a mp o , f alar ap e na s e m ap o io e
so l id ar ied ad e d a s p o p ul açõ e s ao s gr up o s g uer r il h eir o s. É ta l a
si t uaç ão d e mi s ér i a e d e o p r e ss ão e m q ue v i ve m o s as sa lar iad o s
agr íco la s e ca mp o ne s es ( . ..) q ue se mp r e q ue o s gr up o s d e
g uer r il h eir o s a g ir e m co m u ma p er sp ec ti v a p o l í tic a j u st a, e s se ap o io
se tr a n s fo r ma r á r ap id a me n te e m p ar ti cip a ção cad a ve z ma is at i va e
d ir et a.( ... )
As g uer r il h as q ue s ur g ir e m co mo r e s ul tad o d as l u ta s d e ma ss a no
ca mp o , ter ão as se g ur a d as a so lid a r ied ad e at iv a d e q ua s e to d a a
p o p u lação e c r e scer ão m ui to r ap id a me nt e. 468
467
“A situação do país e nossas tarefas imediatas.” SN. Rio de Janeiro, agosto de 1936. CEDEM/UNESP,
Fundo IC.
468
“A luta dos guerrilheiros.” junho de 1936. CEDEM/UNESP, Fundo IC.
205
469
Idem
470
Idem
206
trabalho consistente no campo, mas ao mesmo tempo revela também que ainda
alimentava expectativas em relação às guerrilhas rurais:
A p r i nc ip a l ca u sa d a s d eb il id ad e s d a s g uer r il ha s é a fa lt a d e u m
tr ab a l ho no ca mp o q ue te n ha l e va nt ad o a s m as sa s ca mp o ne sa s e m
lu ta p o r s ua s r ei v i nd ic açõ e s i me d ia ta s. E s sa ve l ha f al ha d e no s s o
p ar tid o p r eci s a ser co r r i gid a s e q u i ser mo s ver d a d eir a me n t e ala s tr ar o
ser tão co m g uer r il ha s e não é e vid e n te me n t e t r ab al ho p ar a p o uco s
me s es . T o d o s o s i n fo r me s q ue r e ceb e mo s o r ig i na l me n te so b r e a
ex i stê n ci a e as l i ga çõ e s e p r o b ab i lid ad e s d e l ig ação i med iat a co m
gr up o s d e s up o s to s g u er r il h eir o s, d e s v a nece r a m- s e e m n u v e ns d e
f u ma ça, e b as ea va m- s e mu ito s o b r e a id eal iz ação d o s gr up o s d e
ca n gac eir o s. É n ece s sár io d iz er - se a ve r d ad e p ar a q ue VV. Aí não
f iq ue m co n ta nd o , co mo nó s co nt á va mo s a n ti ga me n te, co m u ma sér i e
d e co i sa s q u e não e xi s t ia m ai nd a e q ue d ar ão tr ab a l ho p ar a q ue s e
co n s tr ua. 471
B ah ia, 2 5 d e 9 – 3 6
P r ezad o c a mar ad a I no c ê nc io :
T e mo s sab id o a b as ta nt e te mp o d o s es f o r ç o s p o r vo cê p ar a o
le va n ta me n to d o tr ab al ho no ca mp o , e, p o s te r io r me n te te mo s tid o
471
Carta do SN a Caros Camaradas. 24-09-1936. p.8-9. CEDEM/UNESP, Fundo IC.
472
Carta do SN do PCB a Caros Camaradas. 24-09-1936. CEDEM/UNESP, Fundo IC.
207
473
Carta ao Camarada Inocêncio. CR da Bahia do PCB. 25/09/1936. Processo 223 do TSN. AN.
474
Carta do SN do PCB a Caros Camaradas. 24-09-1936. CEDEM/UNESP, Fundo IC.
475
Auto de perguntas feitas a Fulgêncio Almeida, Marcellino Alves e Marcionillio Brás. Processo 356 do TSN.
AN.
209
476
Auto de perguntas feitas a Marcellino Alves. Processo 356 do TSN. AN.
477
Auto de perguntas feitas a Gildath Amorim. Processo 223 do TSN. AN.
478
Auto de perguntas feitas a Marcionillio Brás. Processo 356 do TSN. AN.
210
479
Auto de perguntas feitas a Fulgêncio Almeida. Processo 356 do TSN. AN.
480
Auto de perguntas feitas a Marcellino Alves. Processo 356 do TSN. AN.
211
481
Estado da Bahia. Salvador. 26 de outubro de 1936. 3ª Edição.
482
Estado da Bahia. Salvador. 08 de dezembro de 1936.
213
determinou a sua atitude foi a forma como Ephigenio chegou ao Posto, com
uma formação de combate:
483
Carta de Telésphoro Fontes a Liberato de Carvalho em resposta ao ultimatum recebido. 22 outubro de 1936.
Processo 223 do TSN. AN.
484
Idem.
485
Estado da Bahia, 24 out de 1936, 3ª Edição entrevista de Hanequin Dantas.
214
O d e sa gr a vo ao p r i n ci p io d e a u to r id ad e d e sr esp e it ad o e a
r ep r e ss ão ao i n só l ito g e sto n ão p o d er ia tar d ar .
E o go ver no , co n sc ie n te d a r e sp o ns ab i lid ad e d e se us a to s,
o r d en a a i nt er ve nç ão m ili tar , e nt r e ga nd o - me o co ma nd o d a s
F.O . 487
Se m mu i ta p r a ti ca e co n he ci me n to d o s p er i go s e i mp r e vi s to s
d as mi s sõ es ar r i sc ad a s. Daí o i n s uce s so q ue so fr e u. É , no
en ta n to , u m o f ic ia l in te li ge n te, d ed ica d o , co r aj o so e
co mp et e nt ís s i mo na s u a esp e ci al id ad e. 488
486
Estado da Bahia 24 de outubro de 1936.
487
CARVALHO, Liberato de. Relatório apresentado ao Exmo. Sr. Cap. Secretário de Segurança Pública do
Estado da Bahia pelo Cel. Cmt. das Forças de Operação contra a célula comunista do PI Catarina Paraguassu.
16/11/1936. Processo 223 do TSN. AN.
488
Idem.
215
se g u i u co m u ma co mp a n hi a d e g uer r a d e 2 0 0 h o me n s q ue se
j un to u às fo r ç as e x is te n te s e m I l h é us , I tab u na, ( ...) Co nq ui s ta
so b o co ma nd o d o C a p itão J o ão An tô nio , d e B el mo n te e
Ca n a vie ir a s q u e s ub ir a m o Rio P ar d o e d e G uar a n y, n u m
ef et i vo d e 6 0 0 ho me n s ao to d o . ( ...) Co mo r ep r es e nta n te d o
Co ma nd a nt e d a Re gi ão Mil it ar d o E xér c ito , s e g ui u o T e ne n te
P lácid o , q ue ve m aco mp an h a nd o to d as a s a ti v id a d es. 489
489
Estado da Bahia. Salvador. 24 out. de 1936. 3ª Edição. Entrevista de Hanequin Dantas.
490
CARVALHO, Liberato de. Op. cit.
491
Estado da Bahia. Salvador. 27 outubro de 1936. 1ª Edição.
492
CARVALHO, Liberato de. Op.cit.
216
SO L D AD OS D A G L O RI OS A P O LÍ CI A B AI AN A
Os p o lí ti co s e r ic aço s ga n a ncio so s d o t r ab a l h o al he io , vo s at ir a m
co n tr a nó s u n s ao s o u tr o s p ar a sat i s faç ão d o s se u s d e sej o s cr i mi no so s
e p ar a mai s f ac il me n te a u me n tar s u as fo r t u n as .
E le s no s c ha ma m d e co mu n i s ta s; ar r a nj a m d e n u nc iad o r es p ar a ver s e
co n se g u e m co m co n ti n ge n te s ar ma d o s a f uzi s e metr a l had o r as no s
f uz il ar e m e ao s í nd io s.
Q ual d e vó s são fi l ho s d e ge n te r ica? Ne n h u m: So i s to d o s p o b r e s e
f il ho s e s e us fi l ho s ta mb é m e s uj ei to s a u m s alár io mi ser á ve l.
Não vo s d ei x ei s ma ta r a s si m, p e lo s i n ter e s se s d o s o u tr o s e não at ir e i s
ta mb é m so b r e nó s p ar a sa ti s fa zer a s p ai xõ es d a q ue le s q ue ve m tr a tar
co mo e scr a vo s.
Sab e i s q ua l o mo ti vo p o r q ue el es vo s la n ça m so b r e nó s?
493
Idem.
494
Depoimento de Gildath Amorim, logo após sua prisão na Delegacia de Itambé em 30 de novembro de 1936.
Processo 223 do TSN. AN.
495
Idem.
217
Edison Carneiro foi enviado pelo jornal Estado da Bahia para cobrir os
acontecimentos, chegou à região no dia 25 de outubro, quando afirmou
categoricamente:
496
“Soldados da Gloriosa Polícia Baiana.” Itabuna. S.d. Processo 223 do TSN. AN.
497
Estado da Bahia. Salvador. 26 de outubro de 1936, 1ª Edição.
498
Estado da Bahia. Salvador. 26 de outubro de 1936, 1ª Edição.
218
A o p i ni ão ger a l é q ue as o r i ge n s d o m o vi me nto n ão fo r a m
co mu n i st as. A i n te nç ão d e cer to s i n f l ue n te s fa ze nd ei r o s e p o lí ti co s
d a zo na d e se ap o d er a r e m d a s t er r a s d o s i nd íg e na s d e ter mi n o u o
d esco n te n ta me n to e n tr e o s na ti vo s, q u e al i me n ta m s e mp r e, p o r
mo ti vo s vár io s, e no r me s d es co n fia n ça s d o s b r a n co s.( ...) T al si t ua ção
fo i, e nt ão , h ab i l me n te ap r o ve it ad a p e lo s c o mu n is ta s d a zo na,
in cl u s i ve T elé s fo r o Fo nt e s, c he f e d o P o sto P ar ag u aç u, q ue d e sd e
mu i to se d ed ica a s d o ut r i na s co mu n i s ta s. E sta é a ver d ad eir a h i stó r i a
d o le va n te e so b r e a q ua l to d o s aq u i e s tão d e ac o r d o . 503
499
Estado da Bahia. Salvador. 26 de outubro de 1936. 3ª Edição.
500
Referindo-se a Syldo Meireles que atuou no Serviço de Proteção aos Índios (SPI), e foi o responsável pela
implantação do Posto Paraguaçu.
501
Estado da Bahia. Salvador. 26 de outubro de 1936. 3ª Edição.
502
Estado da Bahia. Salvador. 24 de outubro de 1936.
503
Estado da Bahia, 29 outubro de 1936. 1ª Edição.
219
504
Estado da Bahia, 26 outubro de 1936. 3ª Edição.
220
Ao s T r ab a l had o r es e P o s se ir o s d o P o s to I nd í g e na P ar a g ua ss ú
T end o c he g ad o ao c o n he ci me n to d o go v er no d o E s tad o q ue
ele me n to s co mu n i s ta s s e e nco ntr a m co nc e ntr ad o s na zo n a d o P o sto
I nd í ge na P ar a g ua ç u i l u d in d o o s i n ca uto s tr ab a lh ad o r e s e p o ss eir o s,
af ir ma nd o q ue a ge m e m d e fe sa d e s ua s ter r a s, c u mp r e - no s , e m n o me
d o go ver no , sc ie n ti f ica r - vo s q ue e st ae s se nd o i n str u me nto d e to r p e s
exp lo r a çõ e s d e car áter ex tr e mi s ta, co m o i nt u ito e xcl u s i vo d e
s ub l e vaç ão d a o r d e m. O go ver no d o E st ad o , q ue es tá p r o n to a
ate nd e r ao s j u sto s a n s eio s e a sp i r açõ es d e t o d o s vó s, ma s q u e,
ta mb é m, não t r ep id ar á na r ep r e s são e n ér gi ca a o s p er t ur b ad o r e s d a
tr a nq üi lid ad e p ub l ica, fa z u m ap e lo , p o r no s so i n ter méd io , a vó s , q ue
vo s e n co ntr ar e s e n ga na d o s, p ar a q u e, i med ia ta me n te vo s ap r es e nte i s
as a uto r id ad e s co mp e t en te s e e n tr e g ue is a s ar ma s q ue fo r a m
cr i mi n o s a me n te d i str ib uíd a s, n a cer tez a d e q ue t er e is a s d e v id a s
gar a nt ia s.
I tab u na 2 0 d e o ut ub r o d e 1 9 3 6 . ( a.) Lib er a to d e Car v al ho , Ce l. Co mt .
Da P o lí cia Mi li tar e P lác id o d a Ro c ha B ar r et o , 1 º T ene nt e, p e lo
Co ma nd o d a 6 ª R. M. 505
505
Estado da Bahia, 27 outubro 1936. 1ª Edição.
506
Processo 223 do TSN. AN.
507
“Apoio aos camponeses e índios do Posto de Proteção de Itabuna.” Assinado por: Uma Célula do Partido
Comunista do Brasil. Sem data, provavelmente entre 26 e 27 de outubro de 1936. Processo 223 do TSN. AN.
221
J o aq u i m Ar a új o Li ma
Nel so n Ol i ve ir a
Milq u iad es P o n cia no J a q ue ir a
W alt er B r a nd ão O li v eir a Ag ui ar
J o sé E s te ve s L ei tão d a S il va
Alo ys io Me ir e le s
Ar q ui me d e s d e Q ue ir o z Mat to s
J o sé M u n iz Na sc i me n to
J o sé L u iz Ol i ve ir a
J o aq u i m P er e ir a Di a s
J o aq u i m Cer q u eir a
D ur val O li ve ir a Sa n to s
J o sé Au r el ia no Al v e s
J o sé Fr a nc i sco A mo r i m
Ma no e l Ad o lp ho Sa nto s
Ar s ê nio Al v es So u za
Ul ys s e s Ro c ha P er ei r a
J o aq u i m Co r r e ia Ga l vão
J o aq u i m So us a
An to n io P er e ir a So u sa
Ar mi nd o J u li ão Car va l h o
508
E u zéb io Ro c ha
508
A Época. Itabuna. 30 de janeiro de 1937.
222
O q u e no s ad mi r a é q ue o Cap . J ur ac y Ma g al h ã es q ue to mo u a ti t ud e
co n tr a o I nte g r al i s mo , mo b i li ze AO ME SM O T E MP O, a fo r ça
es tad ua l p ar a d e f e nd er u m r o ub o e u ma o p r e s s ão . I s so n ão co n fer e e
to d a s a s fo r ça s p o p ul ar es d es ta zo na, so b r et ud o o P SD d e p r o gr a ma
lib er al e d e mo c r át ico d ev e e n v iar d e le g a çõ es e t el e gr a ma s
d es ma n c ha nd o a s i n tr i g as d o s g a na nc io so s d e Co nq ui s ta d o s q ua i s
mu i to s são I nt e gr a li st a s, e f aze nd o v er a se u c he fe q u e el e p r ec i sa t er
u ma at it ud e co er e n te A O L ADO D O P O VO E N ÃO C ONT R A E ST E ”.
( ...)
Se não fo r mo s ate nd id o s n es s a j us ta p r e te n são , ent ão só cab e u ma
ati t ud e : a u x il iar p o r t o d as a s fo r ma s e r e fo r çar as fi le ir a s d o s
her ó ico s co mb ate n te s q u e d e fe nd e m se u d ir ei to a v id a e o l ar d e s u as
fa mí lia s.
AB AI XO A RE AÇ ÃO C ONT R A O P OV O !
U ma Cé l ul a d o P ar tid o Co mu n i s ta d o B r a si l ( S. d a I C) 510
509
Carta de Carlos Monteiro ao Governador Juracy Magalhães. Ilhéus. 10 de junho de 1937. CPDOC-FGV JM d
– rs. Municípios.
510
“Apoio aos camponeses e índios do Posto de Proteção de Itabuna.” Assinado por: Uma Célula do Partido
Comunista do Brasil. Sem data, provavelmente entre 26 e 27 de outubro de 1936. Processo 223 do TSN. AN.
511
Estado da Bahia, 27 outubro 1936. 1ª Edição.
512
PARAÍSO, Maria Hilda Baqueiro.Op. cit. p. 31
223
513
Estado da Bahia. 27 outubro 1936. 2ª Edição.
514
Entrevista do Tenente Plácido Barreto ao jornal A Época de 29 de outubro de 1936 e novamente publicada no
Estado da Bahia de 29 out 1936 2ª Edição.
515
A conversa de Telesphoro com os posseiros consta no depoimento de Gildath Amorim. Processo 223 do TSN.
AN.
224
A p o p ul ação r ur a l d a Z o na d o ‘P o s to I nd í ge na Ca tar i na P ar a g ua s s ú ’
vi n h a d e c er to te mp o p r a cá, se nd o tr ab a l had a p o r el e me n to s
ver mel ho s. ( . ..) so b tr ê s a sp ec to s a s ab er :1 º - P r o p aga nd a d o cr ed o
516
Estado da Bahia. Salvador. 28 outubro de 1936. 1ª Edição.
517
Estado da Bahia. Salvador. 03 de novembro de 1936. 3ª Edição.
518
Estado da Bahia. Salvador. 29 de outubro de 1936. 2a edição.
519
Estado da Bahia. Salvador. 31 outubro de 1936. 2ª Edição.
225
b o lc he v is ta p o r me io d e b o le ti n s, ma ni f e sto e ca teq u es e; 2 º -
Fo r ma ção d e u ma me n ta lid ad e ho s ti l ao cap it al i s mo e a s a u to r id ad e s;
3 º - Ag ita ção d o s c a m p o ne se s n a d e f es a d e s ua s p o s se s d e ter r a,
co n tr a p se u d a s ‘e sp o l ia ç õ es d o s p o d er o so s ’. 520
520
CARVALHO, Liberato de. Relatório... Op. cit.
521
Estado da Bahia. Salvador. 04 de novembro de 1936.
522
CARONE, Edgard. Brasil Anos de Crise (1930-1945), São Paulo: Editora Ática, 1991. p. 238
226
523
PARAÍSO, Maria Hilda Baqueiro.Op. cit. p. 32,33.
524
CARVALHO, Liberato de. Relatório ... Op. cit.
227
O b o l et i m i nt er no d o SP I d e 1 5 d e ma r ço d e 1 9 3 7 d á co mo
d esap ar ec id o s R ut il e B a r b o sa 526 ( cap ata z d e Fo n te s) , Vi ce nt e P i n to ,
J o aq u i m Sp i no l a e J o sé Re g i na ld o . P ar a a l g u n s mo r ad o r e s d o lo c al
não mo r r e u p e s so a a l g u ma d ur a nt e a p er ma nê n cia d a tr o p a n a
r es er va. P ar a o utr o s, te r ia d e scid o gr a nd e q ua n tid ad e d e b o ta s p el o
Rio Co lô n ia, o q ue se r ia i nd ic at i vo d e mo r t ic ín io . E m d ep o i me n to
r es er vad o o Ce l. An tô nio Med eir o s Aze ved o , s ub -co ma n d a n te d a
tr o p a, a fir mo u - no s q ue o s ma i s v is ad o s er a m o s p eq u e no s
ar r e nd a tár io s, q ue ter ia m s e r e c us ad o a ab a nd o nar s ua s t er r a s p ar a o s
fa ze nd e ir o s ( ... ) . 527
4.4.EPÍLOGO
525
Estado da Bahia. Salvador. 27 de novembro de 1936 e 11 de dezembro de 1936 respectivamente.
526
A imprensa noticiou como sendo Rutrillo Barbosa enquanto no boletim do SPI seu nome consta como sendo
Rutile Barbosa.
527
PARAÍSO, Maria Hilda Baqueiro. Op. cit. p. 32
528
Estado da Bahia. Salvador. 26 de dezembro de 1936.
529
OLIVEIRA Waldir Freitas e LIMA Vivaldo da Costa. (orgs). Cartas de Edison Carneiro a Artur Ramos:
de 4 de janeiro de 1936 a 6 de dezembro de 1938. São Paulo: Currupio, 1987. p.127,128.
530
Auto de perguntas a Hemetério Santana. Processo 171 do TSN. AN.
228
531
MORAES Denis de. e VIANA, Francisco.Op. cit. pp. 95,96.
532
PACHECO,Eliezer. O Partido Comunista Brasileiro (1922-1964). São Paulo: Alfa-Omega, 1984.
pp.194,195.
533
AMADO,Jorge. Os Subterrâneos da Liberdade , Ásperos Tempos, 19a Edição, São Paulo: Martins Editora,
1970. p.167.
229
534
Idem. p.170
535
Diário da Tarde. Ilhéus. 21 de setembro de 1937.
536
Parecer do Dr. Benjamim Campos, Consultor Jurídico do Ministério da Agricultura, s.d. Acervo pessoal
Profa. Dra. Maria Hilda Baqueiro Paraíso.
537
OLIVEIRA Waldir Freitas e LIMA Vivaldo da Costa. (orgs). Op. Cit. p.128.
230
NO M E P RO F I SS ÃO / O C UP A Ç ÃO
Af o nso P i nto Ag r ic u lto r
Ag e no r Alo ys io Go me s Al fa ia te
An d r é B e n to d a S il v a Op . de M aq ui n as /
Ro d o vi ár io
Ar i sto n B ace lar Ad mi n is tr ad o r d e f aze nd as
B o an er ge s d e Mo r a es Ro d o vi ár io
B r as il i no P er e ir a N u ne s Cab o d a P o l ici a M il it ar
Ca n tid io L i ma d e O li v ei r a Fer r o v iár io
Car lo s d a Mo t ta Co l ho So ld ad o d a P o l ic ia Mi li t ar
Clo d o ald o B r it to M el g a ço Al fa ia te
E d so n J o aq u i m d e Mo r a es Co mer ci a nte
E li as Al ve s de S o uz a So ld ad o d a P o l íc ia Mi li t ar
Mo r ae s
E u s í nio L a vi g n e Méd i co / E x -P r e fe ito
Fa u sto P e n al v a Ad vo gad o
Gê ner o d a V ei g a S a mp a i o Méd i co
Gil d at h Al v e s d e A mo r i m Al fa ia te
He me tér io J o s é d e Sa n ta na ----------------
Ho r ác io P e sso a d e Mecâ n ico
Alb uq uer q u e
J o aq u i m C u n ha F il ho L a vr ad o r
J o ão d e T al ----------------
J o sé B i sp o ----------------
J o sé E u cl yd e s Go me s Cab o d a P o l ici a M il it ar
J o sé Fo r t u n ato d e O li v ei r a J o r na li st a
J o sé Ho r ác io d e Fa r ia s E n g e n heir o
J o sé M ar t i n s d a Si l va I n str u to r Re mu n er ad o
J o sé R u f i no d a Co st a P o ss eir o
538
GUERREIRO DE FREITAS, Antonio Fernando. (Org.) Sá Barreto, Op. cit. p.58
231
J uc u nd ia no J o sé B ar ce la r F u nc io nár io P úb l i co /
Co r r e io s
L ú cio Sa n ta Ro sa
L u iz Câ mar a B it te n co ur t Sá C ha u f f e ur
Mar ce li no J o s é Al ve s L a vr ad o r - I nd í ge n a
Mar c io ni lio B r az d o s L a vr ad o r /I nd í ge n a
Sa n to s
Mar co s L ei te L a vr ad o r /I nd í ge n a
Mar io T o ur i n ho E n gº Agr ô no mo
Nat a nie l d e So u za ------------------
Nel so n Sc h a u n P r o fe s so r
Ne mé s io No b r e Co mer ci a nte
P ed r o P in to d o s Sa n to s L a vr ad o r /I nd i ge n a
Ro d r i go V ie ir a Mac had o Co mer ci ár io
Sa mu e l Ge ne z ----------------
T er cílio O li va d e Fr a n ça Co mer ci a nte
T elep ho r o Mar ti n s Fo n t es F u nc io nár io P úb li co -SP I
Fo nt e: P r o c es so s 1 7 1 e 2 2 3 d o T SN. AN.
539
O Momento. Salvador. 10/09/1945.
540
Diário da Tarde. Ilhéus. 12/08/1937.
233
“Intentona Verde”, declarando por ocasião da sua posse que: “as funções
exclusivas das forças em operação no sul-baiano, são o combate ao
comunismo, a manutenção da ordem e a posse dos novos prefeitos e
autoridades.” Nessa mesma data foram noticiadas prisões de suspeitos de
envolvimento com atividades subversivas para responder inquéritos. Tal
notícia de prisões não citava nomes.
Com esses fatos acima relatados fica explícito que com o Golpe do
Estado Novo, os Integralistas de Itabuna e Ilhéus foram elevados ao poder,
com intensificação das perseguições aos comunistas e aos setores
progressistas da sociedade cacaueira.
Alguns dias após a intervenção no município, por ocasião das
comemorações do dia da Bandeira, houve desfile cívico com a participação
dos colégios locais, do batalhão do Tiro de Guerra e, tomando parte da
programação oficial, a Ação Integralista Brasileira realizou uma passeata com
a concentração dos camisas verdes da cidade e dos distritos adjacentes. 541
Contudo, essa festa integralista não durou muito tempo. Com um
decreto datado de 02 de dezembro de 1937, Vargas dissolve todos os partidos
políticos, inclusive o Integralismo. Proibiu insígnias, uniformes, bandeiras
partidárias, considerando qualquer dessas atividades crime a ser julgado pelo
tribunal de segurança. Com isso ambos os prefeitos integralistas recém
empossados em Ilhéus e Itabuna ficaram pouco tempo no cargo de prefeito,
saíram no início de 1938.
543
Entrevista cedida por Dilermano Pinto, ao autor em 20 de outubro de 1999.
544
FALCÃO, João da Costa. O Partido Comunista que eu Conheci. 2ª ed., Salvador: Contexto e Arte Editorial,
2000. p.72, 73.
235
CONSIDERAÇÕES FINAIS
545
GRAMSCI, Antonio. Maquiavel, a política e o Estado moderno. 2ª ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira,
1976. p.24.
546
Lins, Marcelo da Silva. Projeto de Pesquisa apresentado ao Programa de Pós Graduação da UFBA como pré-
requisito para seleção ao Curso de Mestrado. Salvador. 2004.
236
FONTES
Arquivos Pesquisados
Processos do TSN:
Documentos citados:
• PCB: Caro Cp. Miguel Justo. Ilhéus, 22/06/1935, Processo 171 do TSN.
AN.
CEDEM/UNESP
Documentos Citados
CPDOC-FGV
Documentos Citados
APERJ
Documentos Citados
• “O Comunismo na Bahia.” Relatório da Policia do Distrito Federal.
APERJ. Pasta : Estados 5C. cx 605.
Jornais Pesquisados
BIBLIOGRAFIA
AGUIAR, Manuel Pinto de. (Coord.) A Zona Cacaueira. Salvador, Instituto
de Economia e Finanças da Bahia, 1960.
DIAS, Everardo. História das lutas sociais no Brasil. 2ª Edição. São Paulo,
Alfa-Ômega, 1977.
OLIVEIRA, Ana Maria Carvalho dos Santos. Recôncavo sul: terra, homens,
economia e poder no século XIX. Salvador: UNEB, 2002
TAVARES, Luiz Henrique Dias. História da Bahia. 10ª Ed. São Paulo:
UNESP; Salvador: EDUFBA, 2001.
TESES E DISSERTAÇÕES:
ANEXOS
ANEXO 2
B ah ia – I n sp eto r ia d e Or d e m P ub li ca e So cia l
O fic io nº 4 1 1 d e 2 8 -0 2 - 1 9 3 6 e n viad o p elo g o ver nad o r d o E st ad o
T ab ela 7 - RE L AÇ ÃO D E P E S SO AS FI C H AD AS NE ST A I N SP E T OR I A CO MO S USP E I T AS
1 Ab í lio d e As si s Car p i nt eir o
2 Ad ir Al v es Le ite Ne go c ia nt e
3 Ad o l fo B u c h ma n Ve nd ed o r a mb ul a nt e
4 Ad o l fo B u c k Ve nd ed o r a mb ul a nt e
5 Ad r ia no Mo ur a Mecâ n ico
6 Alb er to P i ta n ga P ed r eir o
7 Al ver ti no So u za E mp r e gad o d a CI A li n h a C ir c ul ar
8 A mér ico Var e la De nt i sta
9 An tô n io F i g ue ir ed o E n g. E p r o f. Do g i ná sio d a B a hi a
10 An to n io P as ca sio B it te n co ur t Sap a te ir o
11 An tô n io Ma r t i ns T o ur i n ho Ve nd ed o r d e l i vr o s
12 Ar i st ar co Go me s E mp r e gad o no co mér cio
13 Ar ma nd o Cr u z Mar ce n eir o
14 Ar t h ur R e go d o s S a nto s P r o p r ietá r io d e far má c ia
15 Ar t h ur Sa n ta n a Cap it al is ta
16 As tér io L u iz d o s P r az er es Car p i nt eir o
17 As tr o gi ld o Rib eir o d a Si lv a E mp r e gad o d a Se cr e tár i a d e
Ag r ic u lt ur a
18 B enj a mi m R ub e m E st u d a nt e
19 B er n ar d o G r o s s ma n Ne go c ia nt e
20 B er n ar d o L i fo c h itz Ve nd ed o r a mb ul a nt e
21 Car lo s So led ad e E mp r e gad o d a Al fâ nd e g a F ed er a l
22 Ci ld e Me ir e le s E mp r e gad o d a I n sp e to r ia d o
T r ab alho - a t ual me nt e e m R eci f e
23 De mó st e ne s M at ta E n g. Da s ecr e tar ia d e Agr ic ul t ur a
24 De mó st e ne s G u a nae s B el. e m d ir ei to
25 D ur val An tô nio C ir i lo F u nc io nár io M u n icip al
26 E d g ar M at ta B el. e m d ir ei to
27 E d u ar d o An to nio Va i na E x - S a gto d o e xér c ito
28 E lo y d e Al meid a E x -o f ic ia l da p o l i cia de
P er na mb uco , at ua l me nt e em
Re ci fe
29 Go nça lo R ud va l d a Co st a C a str o E x -o f ic ia l d e p o li cia d a B ah ia
30 Ge né sio Al ve s Co r d e ir o E mp r e gad o da CI A Li n h a
Cir c ul ar
31 Ger ma no P el tz Ne go c ia nt e
32 Ger vá s io U. P i n ho T ip ó gr a fo
33 Her c ia s d e So u za Mar ce n eir o
34 Her ma n n Lo nd o n Ne go c ia nt e
35 H u mb er to Re go d o s Sa n to s P r o p r ietá r io d e far má c ia
36 I sa ac Fr i cs Ne go c ia nt e
37 I r e ne M a yo ne d e So u za At ua l me n te no R io
38 J a yme Rab i no wi t s Ne go c ia nt e
39 J o ão Da v i no P o n t ua l E n g. At ual me nt e no Re c i fe
40 J o ão Go me s Car p i nt eir o
41 J o ão Ho no r io E mp r e gad o no co mér cio
42 J o ão I s id r o d o s S a nto s E mp r e gad o n a L i n ha Ci r cu lar
43 J o ão Ma n ue l d a C r uz Ad v. P r o vi sio n ad o
44 J o ão Ma teo t i T ecelão
45 J o ão P ei xo to E mp r e gad o d a L i n ha Ci r cu lar
46 J o ão C ar lo s Fer r eir a Go me s Far ma cê u ti co
47 J o sé Ca s si a no d e So uz a Ne go c ia nt e e m Al a go i n h as
48 J o sé Da nt as C ha u f f er
254
49 J o sé Far ia s E x - Sa g to d o E x ér c ito
50 J o sé Fe ito sa P ed r eir o
51 J o sé Fo r t u n ato C ha u f f er e m Al a go i n h a s
52 J o sé Gr o s s ma n Ve nd ed o r a mb ul a nt e
53 J o sé P a st e nar q ue Ve nd ed o r a mb ul a nt e
54 J o sé P i n to d a S il va Mo r eir a Ad vo gad o
55 J o sé T as er Ra mo s P r o p r ietá r io d e Ho t el, a tu al me n t e
e m Rec i fe
56 J o sé Val e nt i m d e C ar va l ho C ha u f f er
57 J ul io Al ve s Mo ut i n ho Co nd uto r d e B o nd e s
58 J o aq u i m Go me s Fer r e ir a Fi sc al d e B o nd e s
59 L a ur o Ar a új o Méd i co , a t ua l me n te no Rio
60 L azar o P i nto d e Car va l h o Se m p r o f i s são
61 L azar o R ab i no wi ts Ne go c ia nt e
62 L eô ncio B a sb a u m Med i co e Ne go c ia n te
63 Lo ur i va l O li v eir a Fi sc al nº 1 3 1 d a C ia C an tar eir a -
Rio
64 L u iz Ca r d o so E x - sa r gto e x ér c ito
65 L u iz Di as ------------------------------
66 L u iz P u st il n io Ve nd ed o r a mb ul a nt e
67 Ma n ue l B r i to P r o fe s so r
68 Ma n ue l F a u st i no Ma ia E mp r e gad o d a Ci a Cir c u lar
69 Ma n ue l M ac had o P ed r ei r a Ag e nt e d e ô n ib u s
70 Ma n ue l M ato s Sa mp a io P ed r eir o
71 Ma n ue l Ro d r i g u es P r o p r ietá r io
72 Mar io Go me s Mar q u es E mp r e gad o co mér cio
73 Mo r eir a Ca ld a s E n g.
74 Mo çap ir Car d i ni Ma n f i n i E n g. , a t ua l me n te no R i o
75 Od i lo n Co r r e ia d e Me lo P ed r eir o
76 Or la nd o Go me s d o s Sa n t o s B el. e m D ir e ito
77 Os car Ol i ve ir a Mar ce n eir o
78 Os car P ér ic le s No b la t E mp r e gad o d a L i n ha Ci r cu lar
79 Os car Oi si a ni ci E n g.
80 Osó r io Co r d e ir o d a S il v a Se m p r o f is s ão , at u al me n te e m
Mi na s
81 Os wa ld o B e ned ito B o r b a E st u cad o r
82 Os wa ld o Cae ta no Sa ll es E mp r e gad o d a L i n ha Ci r cu lar
83 Os wa ld o M ar q ue s d e F i g ue ir ed o De nt i sta
84 P au lo Ma ced o E st u d a nt e
85 P ed r o Mar c ie l d o B o n f i m B el. e P r o f e sso r
86 Sal o mão St ei mb er g Ve nd ed o r a mb ul a nt e
87 Sa mu e l He nr iq ue s d a S il ve ir a L o b o B el. E x - i n sp e to r d o tr ab a l ho
ne s ta c ap i ta l
88 T . A. T ur ne s Ar t is ta, at u al me n t e no s u l d o
p aí s
89 W ald e ma r Gr o s s ma n Ne go c ia nt e
90 W alt er So uza Na zia ze no E mp r e gad o d o co mér cio
91 Z e fer i no Go me s d o s S a n to s Car p i nt eir o
92 Ale x a nd r e D y me k Mecâ n ico , r e sid e nte e m I l hé u s
93 An to n io Ca va lca n te P in to r
94 Ca n tíd io O li v eir a E mp r e gad o e st r ad a fer r o I lh é us
Co nq ui s ta
95 E li as Me lo P r o f. P r i már io r es id en te e m
I l hé u s
96 Geo gr ap ho A mo r a d e B a r r o s Co mér cio , at u al me n t e e m Mi n as
97 J o ão P er eir a G u ed e s Co mér cio e m I tab u na
98 J o ão Sc h a u n E n g. Re sid e n te e m I l hé u s
99 J o ão Vid al Al fa ia te r es id e n te e m I l hé u s
255