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Faculdade de Comunicação
Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação
em Cultura e Sociedade
SALVADOR
2007
MARIA AUGUSTA LIMA DE SOUZA
SALVADOR
2007
Revisão e formatação: Vanda Bastos
Inclui anexos
Orientador. : Prof. Dr. Antônio Albino Canelas Rubim.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Comunicação,
2007.
Estou certa de que, por justiça, tenho que partilhar os créditos que este
trabalho possa vir a angariar com a minha acolhedora família, com os meus
amigos e os professores e colegas do Programa Multidisciplinar de Pós-
Graduação em Cultura e Sociedade. Se tiveram paciência e generosidade para
ajudar infinitamente, suportar os meus momentos de dificuldade e ainda
foram capazes de não permitir que essas dificuldades me fizessem perder o
passo, considero que merecem todos os méritos que aqui possam existir.
Primeiramente, divido este possível merecimento com Clóvis Caribé. Não teria
sequer iniciado esse percurso que ora concluo se não tivesse contado com o
seu estímulo e incentivo num começo que me parecia insondável.
Não só pelo desempenho acadêmico, mas pela forma solidária de agir, que
inspirou uma prazerosa convivência, registro meus agradecimentos aos
professores e colegas do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade.
Agradeço, especialmente, aos colegas Sergio Sobreira, Silvio Tudela, Fernanda
Capibaribe, Suzana Varjão e Claudia Vasconcelos; a Delmira e Ailton, da
Secretaria do Programa; à Professora Linda Rubim e, destacadamente, ao
mestre Milton Moura, autor de sábias e deliciosas aulas cujas lembranças me
fazem ter vontade de recomeçar.
As conversas com Carlos Sarno, Giovani Almeida, Goia Midlej, Carlos Alberto
Rodrigues, Luiz Alberto Souza e Aurélio Mendes de Carvalho trouxeram-me os
dados e as informações sobre a campanha de 1986 e, mais que isso, valeram
pela partilha de lembranças tão agradáveis quanto emocionantes.
O apoio constante de Breno, Diogo e Cinha foi alívio e conforto essenciais nos
mais diversos sentidos, como a ajuda verdadeiramente multidisciplinar
dispensada por André Peixinho que contribuiu, no conteúdo e no sentido,
delicada e pedagogicamente.
Por fim, também por justiça, cabe considerar-me a única responsável pelos
equívocos aqui presentes. Podem ser creditados à minha pressa, à teimosia
ou, até mesmo, à falta de persistência e paciência necessárias para a busca
de melhores caminhos e de maior aprofundamento em alguns temas.
RESUMO
INTRODUÇÃO ....................................................................................... 15
e aos políticos a divisão do cenário com uma coadjuvante cada vez mais
atuante, a comunicação.
Entretanto, esse não é o único problema que atinge a dinâmica da
política na sociedade contemporânea. As modificações na esfera política, sua
visibilidade, cada vez maior e, ao mesmo tempo, o aumento da dificuldade de
ação por parte dos indivíduos e de suas entidades de representação, também
podem ser considerados fatores que agravam as dificuldades dos processos
políticos.
Em Dos meios às mediações, o autor espanhol Jesús Martin-
Barbero trata das dificuldades da política contemporânea diante dos efeitos
da hipermidiatização que se desenvolveu nas últimas décadas, apontando o
lugar estratégico ocupado pela mídia em nossa sociedade. Considera que
esse processo transforma, entre outros cenários, o da política, provocando o
que pode ser considerado como uma “situação de dissolução da realidade do
político” nos seus padrões tradicionais, tornando-se elemento obrigatório nas
discussões sobre as novas configurações presentes no mundo
contemporâneo. (2003, p. 294).
Ainda na abordagem dos efeitos da hipermidiatização sobre a
política, Wolton destaca a contradição presenciada pelo cidadão, que vive
entre a rapidez com que as informações chegam até ele e a lentidão ou a
impossibilidade da ação política: o homem ocidental ampliou sua percepção
do mundo sem, entretanto, ampliar sua capacidade de ação. Para ele, este é
o ambiente em que se estabelece o fim das solidariedades coletivas, quando
se acentua, no indivíduo, o sentimento de isolamento. O homem público, da
mesma forma, tem seu espaço modificado pela ação do especialista da
comunicação, que passa a atuar cada vez mais com maior alcance. Ao
mesmo tempo, as estruturas militantes, sindicais, associativas,
comunitárias e políticas – que serviam de canais do exercício da cidadania –
têm alteradas as suas significações, na sociedade contemporânea.
Por outro lado, o autor destaca que não há democracia sem a
presença dos recursos da comunicação, aí incluídas as mídias e as
sondagens. Para ele, “a comunicação não é a perversão da democracia, é,
antes, sua condição de funcionamento” (WOLTON, 2004, p. 197).
18
O AMANHECER DO PÓS-GUERRA
E A ELEIÇÃO DO GOVERNADOR DA BAHIA
2 Juracy Magalhães ficou em terceiro lugar na disputa. Ainda em 1962, declarou seu
desencanto com a política e não voltou a participar de eleições. Em 1964, envolveu-se na
conspiração que derrubou o governo de João Goulart. Com o General Castelo Branco no
poder, foi embaixador brasileiro nos Estados Unidos e, também, ocupou os ministérios
da Justiça e das Relações Exteriores. Em 1986, na Bahia, manifestou seu apoio à chapa
do PMDB na qual Waldir Pires concorreu ao Governo e seu filho, Jutahy Magalhães, ao
Senado. Fixou residência no Rio de Janeiro, permanecendo distante da cena política.
Faleceu em Salvador (BA), em maio de 2001, aos 96 anos. (Fundação Getúlio Vargas).
27
6 Chama-se aqui de tradição autonomista (da qual faziam parte políticos de perfis variados
como Luís Viana Filho, Nestor Duarte, Josaphat Marinho e, no início de sua carreira, o
próprio Lomanto Júnior) um campo político cujo esteio na área da comunicação era o
Jornal A Tarde que já não se apresentava, nos anos 1960, sob esta denominação.
Guardava, com variações, relação com o tradicional liberalismo da elite baiana que,
durante os anos 1930, fez oposição a Getúlio Vargas e ao seu então delegado político no
Estado, Juracy Magalhães. Os ex-governadores José Joaquim Seabra, Octávio
Mangabeira e o jornalista Simões Filho (todos já falecidos à época das eleições de 1962)
foram os líderes fundadores desse campo político.
7 O arcebispo Dom Augusto, o Cardeal da Silva, dirigente ultra conservador da Igreja
Católica na Bahia comandou o veto à candidatura de Waldir Pires. (A TARDE, 6 set.
1962).
31
8 Faltando poucos dias para o pleito de 1982, Clériston Andrade, candidato do PDS ao
governo do Estado morreu, em acidente aéreo. No depoimento concedido em maio de
2006, o ex-Governador Lomanto Júnior relatou a insistência do Deputado Luís Eduardo
Magalhães na indicação do seu nome para compor a chapa do PDS e o veto do então
governador, Antônio Carlos Magalhães, que optou pelo ex-Prefeito da cidade de Feira de
Santana, João Durval Carneiro.
32
(PSP), partidos reunidos ao PSD para formar sua coligação, tinham pouca
representatividade. Por outro lado, a candidatura de Waldir atraiu apoios de
lideranças próximas ao PTB, partido pelo qual se elegera deputado estadual,
em 1954, na mesma campanha em que seu líder, Antônio Balbino, derrotara
Pedro Calmon, na disputa pelo Governo do Estado. Essa aproximação lhe
assegurava a adesão de alguns setores trabalhistas e do sindicalismo,
contrários às decisões da cúpula partidária de aliar-se ao Governador Juracy
Magalhães e apoiar o candidato Lomanto Júnior.
Se a disputa pelos apoios do Governador e da UDN foi motivo de
discordâncias nas hostes udenistas e entre os aliados de Juracy, a definição
do candidato da oposição não rendeu tantas dificuldades: o ex-Governador
Balbino havia apresentado, publicamente, o nome de Waldir como
alternativa, posicionando-se contra a proposta do Governador Juracy.
O Deputado Federal Waldir Pires, por seu turno, desde o início,
afirmava a sua discordância em relação à articulação pretendida pelo
Governador Juracy, que conclamava todos a se unirem em nome da
pacificação, que deveria salvar a Bahia das dificuldades que lhe impediam o
desenvolvimento econômico. Disposto a assegurar a sua candidatura,
Waldir, jovem deputado do PSD, com origem política no movimento
estudantil, nas ações da campanha “O Petróleo é nosso”, com atuação
próxima aos posicionamentos mais à esquerda, inaugurou seu Comitê e se
manteve firme no propósito de conquistar os apoios necessários à obtenção
da legenda do maior partido de oposição naquele momento. Mais de
quarenta anos depois, Waldir Pires9 se refere ao apoio recebido pelos
cardeais do PSD como resultado de certo descaso e até de subestimação do
processo eleitoral que se avizinhava:
12 Esses eram os candidatos que apareciam nos panfletos conclamando “os camaradas” a
votarem em Waldir. A campanha do PSD fez publicar anúncio em que explicava ser da
responsabilidade da campanha de Lomanto Júnior, o contrato de impressão dos
folhetos. (A TARDE, 5 out. 1962, p. 2).
40
1.3 AS CAMPANHAS
15 Salvador contava com 213.415 eleitores, representando cerca de 17% dos votos do
Estado que possuía um contingente de 1.206.453 eleitores aptos a votar. (BRASIL, 1964,
v. 6, p. 322).
47
16 José Curvelo foi Assessor de Comunicação, Jorge Calmon, Secretário da Justiça, e Cruz
Rios, Chefe na Casa Civil.
49
Figura 1 – Cartaz com foto do candidatoda campanha de Waldir Pires para o Governo do
Estado da Bahia em 1962
53
A COMUNICAÇÃO E A POLÍTICA:
NA DITADURA E NA REDEMOCRATIZAÇÃO
19 O primeiro Ato Institucional foi editado em 9 de abril de 1964 e assinado pelo General
Arthur da Costa e Silva, pelo Tenente-Brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo e
pelo Vice-Almirante Augusto Rademaker. V. texto integral em: PINHEIRO, 1993, p. 197.
20 Em 3 de outubro de 1965, houve eleições para governador, em Minas Gerais, Pará,
Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Santa Catarina, Guanabara, Paraná,
Mato Grosso e Goiás. Desses, a oposição aos militares venceu em quatro estados: Minas
Gerais, Guanabara, Mato Grosso e Santa Catarina. (ALVES, 1984, p. 87-88).
59
Figura 2 – Adesivo dos anos 1970: “Brasil: Figura 3 – Adesivo aplicado em carro
ame-o ou deixe-o”. nos anos 1970
Fonte: FERRI, 2002, p. 10. Fonte: PROJETO ARARIBÁ, p. 1.
66
28 Verso da música de autoria de Don e Ravel que se tornou ícone do governo Médici.
Trecho da letra: “Eu te amo, meu Brasil, eu te amo, meu coração é verde, amarelo,
branco, azul anil. Eu te amo, meu Brasil, eu te amo. Ninguém segura a juventude do
Brasil...”
68
29 Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965, instituiu o Código Eleitoral que, nos artigos 240 a
256 trata da propaganda eleitoral. (BRASIL, 1965).
71
31 Na disputa entre os candidatos Paulo Brossard (MDB) e Nestor Jost (Arena), no Rio
Grande do Sul, ocorreu o primeiro debate pré-eleitoral transmitido pela TV desde a
edição do AI 5, em dezembro de 1968. (ALVES, 1989, p. 186-189).
73
32 Em: ALVES, 1989, p. 189. A seguir o comentário feito pela autora sobre os dados da
tabela: “O MDB teve significativamente aumentada sua representação no Congresso
Nacional. Em 1970, o partido obtivera 87 cadeiras na Câmara dos Deputados, contra
233 da ARENA. Em 1974, conquistou 161 cadeiras, e a maioria da ARENA desceu para
203 cadeiras. Nas assembléias estaduais, a oposição ganhou 45 das 70 cadeiras no
Estado de São Paulo, 65 das 94 no Rio de Janeiro e completo controle das importantes
assembléias do Paraná e do Rio Grande do Sul. Para muitos observadores políticos,
como para membros do próprio MDB, a vitória da oposição surpreendia como uma
inversão das tendências eleitorais. As eleições foram em geral consideradas equivalentes
a um plebiscito em que os eleitores votaram antes contra o governo do que na oposição”.
33 Essa lei ficou assim conhecida em alusão ao Ministro da Justiça, Armando Falcão, que
assinou a sanção do texto legal juntamente com o Presidente Geisel. (BRASIL, 1978, p.
273).
76
34 Maria Helena M. Alves relaciona os números de habitantes atingidos pela televisão e pelo
rádio aos 300 mil exemplares dos jornais impressos que atingiam, aproximadamente, 20
milhões de leitores. (1989, p. 190).
35 Das 100 maiores cidades do país, 59 elegeram prefeitos do MDB que conquistou,
também, a maioria nas Câmaras Municipais. O MDB venceu, ainda, em 67% das 15
cidades brasileiras com mais de 500 mil habitantes. (ALVES, 1989, p. 191-192).
36 “A princípio, o governo propôs as alterações no sistema eleitoral enviando ao Congresso
a Proposta de Emenda Constitucional. Diante da rejeição da proposição, que não
alcançou o quorum de dois terços de votos favoráveis, o Presidente Geisel fechou o
Congresso e editou o conjunto de medidas conhecido como “pacote de abril”. Sobre as
eleições dos senadores, foi mantida a eleição direta para um terço do colegiado, renovado
de quatro em quatro anos. Também a cada quatro anos seriam renovados os dois terços
restantes. Todavia, das duas cadeiras a serem ocupadas por representantes de cada um
dos estados, uma seria ocupada por um senador eleito pelo voto direto e o segundo
passaria a ser indicado por um Colégio Eleitoral, formando a bancada dos ‘senadores
biônicos’ ”. (ALVES, 1989, p. 194).
77
37 Foram também registrados o Partido Popular (PP), o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB),
o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT). (BRAGA,
1990, p. 128).
80
39 O PMDB venceu as eleições em nove estados: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Espírito
Santos, Goiás, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Pará e Acre. No Rio de Janeiro, foi eleito
o candidato do PDT, Leonel Brizola. O PDS elegeu os governantes em: Pernambuco,
Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Bahia, Mato
Grosso, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. (ALVES, 1989, p. 286).
82
Tabela 2 – Resultados oficiais das eleições legislativas, de 1966 a 1978, para o total do
país (em porcentagens)
SENADO* CÂMARA FEDERAL ASSEMBLÉIAS ESTADUAIS
ANO Brancos Brancos Brancos
Arena MDB TOTAL Arena MDB TOTAL Arena MDB TOTAL
e nulos e nulos e nulos
1966 44,7 34,2 21,2 17.259.598 50,5 28,4 21,0 17.285.556 52,2 29,2 18.6 17.260.392
1970 43,7 28,6 27,7 46.986.492 48,4 21,3 30,3 22.435.521 51,0 22,0 26,8 22.435.521
1974 34,7 50,0 15,1 28.981.110 40,9 37,8 21,3 28.981.015 42,1 38,8 18,9 28.922.618
1978 35,0 46,4 18,6 37.775.212 40,0 39,3 20,7 37.629.180 41,1 39,6 19,3 37.449.488
1982** 36,5 50,0 13,5 48.746.803 36,7 48,2 15,1 48.455.879 36,0 47,2 16,8 48.374.905
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral
* O total de votos de 1970 é contado em dobro por se tratar da renovação de 2/3 das cadeiras. Em 1978, deveria ocorrer o mesmo, mas
1/3 passou a ser eleito indiretamente - os chamados biônicos - devido às modificações introduzidas pelo Pacote de abril de 1977.
** Os votos do PDS foram incluídos na coluna referente à Arena e os da oposição (PMDB, PT, PTB e PDT), na coluna MDB.
Figura 5 – Abril de 1984: Comício das Figura 6 – 1984: Comício da Praça da Sé,
Diretas na Candelária, no Rio de Janeiro em São Paulo
Foto: Ricardo Chaves Foto: Orlando Brito
Fonte: Veja On-line. Fonte: Veja On-line.
87
REGIÃO %
NORTE 0,00
NORDESTE 0,26
CENTRO-OESTE 0,34
SUL 0,80
SUDESTE 12,44
TODO O BRASIL 4,60
REGIÃO %
NORTE 8,00
NORDESTE 6,00
CENTRO-OESTE 10,50
SUL 17,30
SUDESTE 38,40
TODO O BRASIL 22,80
REGIÃO %
NORTE 33,90
NORDESTE 28,10
CENTRO-OESTE 44,70
SUL 60,50
SUDESTE 74,10
TODO O BRASIL 56,10
DÉCADA %
1960 4,60
1970 22,80
1980 56,10
1991 71,00
Quadro 4 – Evolução do número de aparelhos de televisão
disponíveis nos domicílios brasileiros, por década – Brasil – 1960
a 1991
Fonte: HAMBÚRGUER, 1998, p. 453
56 Os 686 votos ficaram assim distribuídos: Tancredo Neves e seu candidato a Vice-
Presidente, José Sarney, obtiveram 480 votos, (231 do PMDB, 113 do PFL, 65 do PDS,
27 do PDT, 11 do PTB e 3 do PT). Paulo Maluf teve 180, havendo ainda 17 abstenções e
9 ausências. (PILAGALLO, 2002, p. 164-165).
104
59 O Distrito Federal, além dos deputados federais, elegeu três senadores, enquanto os dois
territórios elegeram apenas os deputados federais. Roraima e Amapá foram elevados à
condição de estado da federação, a partir da promulgação da Constituição de 1988. Nas
eleições de 1990, foram eleitos os governadores e senadores, que tomaram posse em 15
de março de 1991. (BRASIL, 1987).
60 O PMDB perdeu as eleições no Estado de Sergipe. (BRASIL, 1987).
106
66 “[...] eu tinha sido procurado pelo Senador Jutahy Magalhães que me pediu uma
audiência. Eu não tinha relações de amizade com ele, imaginei que o motivo fosse um
assunto relacionado ao Ministério. Mas era política. Foi uma conversa sumária,
extraordinária. Ele me disse: ‘– Ministro, eu lhe solicitei essa audiência para lhe dizer que
se o senhor for candidato a governador da Bahia eu acredito que o senhor se elege e eu
quero lhe dizer que se o senhor for candidato, eu o apóio’. Falou assim, objetivamente. Eu
lhe disse: ‘– Eu fico muito grato por essa afirmação, eu desejo ser candidato a governador
da minha terra, já fui no passado, fui candidato de oposição ao seu pai...’. Ele então me
disse: ‘– Só queria lhe dizer isso, não quero lhe pedir nada. Mas tenho a impressão de que
se o senhor for candidato ganha a eleição. Quero lhe dizer agora nessa fase ainda muito
anterior a tudo, que se o senhor for candidato ponha lá que o senhor tem o apoio do
Senador Jutahy Magalhães’ [...] Eu pensei: ‘Foi a melhor conversa política que eu já tive na
vida’. Eu tinha clareza absoluta de que tínhamos que dividir as forças que tinham apoiado
a ditadura para ganhar e que era preciso dar esse salto para o povo baiano. Agradeci
muito, incorporei o apoio e disse a ele: ‘– Está na minha cabeça, muito obrigado’. E
realmente nunca esqueci, eu sabia com quem eu não podia compor: com o centro do poder
da ditadura.” (PIRES, 12. fev. 2006).
114
exemplo do Senador Luís Viana Filho e dos prefeitos e deputados sob a sua
liderança, o prefeito de Guanambi, Nilo Coelho, à época Presidente da União
dos Prefeitos da Bahia, Mário Kértèsz, Prefeito de Salvador, os deputados
Ruy Bacelar, fundador do PFL, Prisco Viana e França Teixeira, além do
empresário Pedro Irujo, dono de uma rede de empresas de comunicação.
A candidatura do PMDB, amparada em alianças que garantiam a
sua inserção no interior do Estado, sintetizava, naquele momento, os
interesses dos grupos e partidos envolvidos no combate ao autoritarismo
representado pelo Ministro Antônio Carlos Magalhães. Waldir Pires agregava
à sua imagem o personagem capaz de enfrentar o poderio daquele líder
político que constituiu, desde a década de 1950, uma referência importante,
sempre aliado ao poder, tanto no plano federal como regionalmente.
As outras legendas de oposição, o Partido Comunista Brasileiro
(PCB), Partido Comunista do Brasil (PC do B), Partido Democrático
Trabalhista (PDT) e Partido Social Cristão (PSC), se juntaram ao PMDB para
formar a coligação “A Bahia Vai Mudar” que, além da candidatura de Waldir
Pires, apresentava como candidato a Vice-Governador, o ex-prefeito da
cidade de Guanambi, Nilo Coelho, e Jutahy Magalhães e Ruy Bacelar como
candidatos ao Senado da República.
O PT, no seu 12o Encontro Regional realizado em maio de 1986,
decidiu não lançar candidato ao governo do estado e anunciou “apoio crítico”
ao candidato do PMDB, antecipando que não participaria do governo, em
caso de vitória do candidato Waldir Pires. A decisão foi referendada por
convenção partidária, no mês seguinte, quando 99 dos 181 delegados
votaram pela manutenção do apoio. A decisão do Diretório Estadual,
entretanto, foi questionada por uma resolução da Direção Nacional do
Partido que deliberou no sentido de determinar a retirada do apoio a Waldir
Pires e a proibição da presença dos integrantes do diretório do partido em
comícios ou programas de televisão do candidato. Alertando que o
descumprimento da resolução implicaria em destituição do Diretório
Estadual e no cancelamento do registro das candidaturas dos filiados ao
Partido que disputavam as eleições proporcionais e as vagas ao Senado,
determinava ainda: que o “Diretório Regional e o conjunto do partido na
115
É claro que gostaria de ter o apoio oficial do PT. Era uma coisa
importante. Mas o certo é que, na Bahia, as bases do partido
me apóiam. Essa posição da direção nacional do PT resulta do
demasiado vínculo do partido com a questão paulista. Este é
um problema grave porque, também no PMDB, quando existe
uma crise no partido em São Paulo, a gente diz que há uma
crise no PMDB do Brasil. Temos que inverter essa situação no
País. A verdade é que a direção nacional do PT arbitra as
decisões em função dos problemas paulistas. O PT baiano teve
de cumprir a determinação da direção nacional, mas a minha
impressão é que isso não tem nenhuma interferência nas
bases do partido. O trabalhador militante do PT quer votar na
gente, porque ele sabe que isso representa um avanço enorme
na vida dele, que a direção nacional não entendeu. (apud
FRANCO, 1990, p. 296-299).
70 Baiano nascido no município de Ubaíra, Josaphat Marinho foi professor de “Teoria Geral
do Estado”, “Direito Constitucional” e “Introdução à Ciência do Direito” da Faculdade de
Direito da Bahia. Elegeu-se deputado estadual em duas legislaturas (em 1947, pela
UDN, e em 1955, pelo PL) e, no governo de Juracy Magalhães, ocupou as secretarias
estaduais de Interior, Justiça e Fazenda. Em 1961, a convite do Presidente Jânio
Quadros foi nomeado presidente do Conselho Nacional de Petróleo. Ficou no cargo
apenas seis meses, saindo do governo logo após o pedido de renúncia do Presidente.
Elegeu-se Senador, em 1962, e, durante esse mandato, foi presidente da Comissão de
Minas e Energia e relator da comissão de senadores e deputados que estudou a reforma
do Congresso Nacional. Em 1965, com a imposição do bipartidarismo, filiou-se ao MDB,
sendo um dos fundadores do partido na Bahia. Em 1970, concorreu à reeleição, mas foi
derrotado. Participou da Assembléia Nacional Constituinte, em 1987, integrando a
Comissão de Estudos Constitucionais que elaborou o anteprojeto da Constituição, por
nomeação do presidente José Sarney. Como parlamentar, retornou ao Senado, em 1991,
quando venceu as eleições de 1990 pelo PFL. Em seu último mandato, teve participação
de destaque nas discussões do projeto de modernização do Código Civil brasileiro. O seu
último mandato terminou em 1999. Em 2001, Josaphat Marinho faleceu, aos 86 anos.
71 Slogan criado pela agência DM9 para a campanha de Josaphat Marinho.
72 Em 9 de maio daquele ano, o jornal “Correio da Bahia” anunciava a filiação de Josaphat
Marinho ao PFL.
117
77 Entre outros cargos federais, o PMDB indicara Waldir Pires para o Ministério da
Previdência Social, Roberto Santos, para o Ministério da Saúde, e Rômulo Almeida, para
uma diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Entre as cidades governadas pelo PMDB destacavam-se Salvador, Vitória da Conquista e
Jacobina.
125
78 Esse trecho se refere à leitura feita por Waldir Pires, durante a entrevista de março de
2006, do livrete do PMDB: Proposta de um Governo Democrático para Mudar a Bahia. p.
9.
79 Rômulo Almeida, um dos criadores da Petrobrás, da Sudene e do Banco do Nordeste,
era presidente da Fundação João Mangabeira e presidente de honra do PMDB.
128
Figura 7 – Cartaz com foto do candidato da campanha de Waldir Pires para o Governo do
Estado da Bahia em 1986
130
80 Integravam o Conselho: os candidatos Waldir Pires, Nilo Coelho, Ruy Bacelar e Jutahy
Magalhães; o prefeito de Salvador, Mário Kertész; Genebaldo Correa, presidente regional
do PMDB; Rômulo Almeida, presidente de honra do partido e da Fundação João
Mangabeira; o Senador Luis Viana Filho; José Pedral Sampaio, coordenador geral da
campanha; Roberto Santos, Ministro da Saúde; Paulo Fábio Dantas Neto, vereador de
Salvador e presidente regional do PCB; Élquisson Soares, deputado federal e presidente
do PDT; Haroldo Lima, deputado federal e presidente do PC do B; Galdino Leite, líder do
PMDB na Assembléia Legislativa; Ednaldo Santos, líder do PMDB na Câmara Municipal
de Salvador, representando os vereadores da Bahia; Domingos Leonelli Neto, deputado
federal e representante do Comitê Conjunto; Marcelo Cordeiro, deputado federal e
representante do grupo Novos Tempos; e Chico Pinto, deputado federal e representante
do grupo Tendência Popular.
131
4.1.1 A COMUNICAÇÃO
82 Depoimento de Sérgio Amado, diretor da D&E a Nelson Cadena. (CADENA, 1987, p. 48).
133
4.1.2 A TELEVISÃO
87 A frase, usada como título do anúncio publicado na homenagem póstuma prestada pela
seção baiana da Associação Brasileira das Agências de Propaganda (ABAP), era a favorita
de Geraldo Walter. (A TARDE, 27 mar. 1998).
136
88 Giovani Almeida havia trabalhado na agência de propaganda DM9, contratada por Mário
Kértesz, em 1985, para fazer os programas do horário gratuito e nesta mesma agência
participou do início da campanha de Josaphat Marinho, dirigindo as gravações da
Convenção Partidária que homologou a candidatura do PFL.
89 Havia dois cinegrafistas, Joedson e Vandinho e dois editores, Kleber e Gago. O diretor de
fotografia francês, radicado no Rio de Janeiro, René Persin, esteve em Salvador para
participar da algumas gravações que envolviam a necessidade de maiores recursos de
iluminação. Maria Luiza Franco, diretora de TV, também do Rio de Janeiro, auxiliava
Giovani Almeida, sobretudo na condução das gravações dos candidatos ao Senado.
Sahada Mendes era responsável pela produção, contando com o cenógrafo Beto, o
operador de VT, Chiclete e Marie Thorrnt, como maquiadora. José Américo Moreira era
repórter. A campanha contava ainda com a participação de Fred Sue, artista e cenógrafo,
que viabilizava, do ponto de vista da produção, a montagem das peças cenográficas
definidas pela equipe de criação.
90 Giovani Almeida, em entrevista. Salvador, 19 jun. 2007.
91 A Itapoan Vídeo era a produtora de vídeo que integrava a rede de empresas de
comunicação de Pedro Irujo. A TV Itapoan, também de Irujo, disponibilizou
equipamentos para a campanha, segundo informações de Giovani Almeida, em sua
entrevista.
137
92 Segundo Giovani Almeida a Plataforma de Efeitos ADO custava, à época, cerca de cem
mil dólares.
138
CARTAZ
Figura 9 – Cartaz: Peça da campanha de Waldir Pires para o Governo do Estado da Bahia
em 1986
BANDEIRA
Figura 10 – Bandeira: Peça da campanha de Waldir Pires para o Governo do Estado da
Bahia em 1986
145
TOALHA
Figura 11 – Toalha: Peça da campanha de Waldir Pires para o Governo do Estado da Bahia
em 1986
146
CAMISA
Figura 12 – Camisa: Peça da campanha de Waldir Pires para o Governo do Estado da Bahia
em 1986
147
VISEIRA
Figura 13 – Viseira: Peça da campanha de Waldir Pires para o Governo do Estado da Bahia
em 1986
148
BOTTONS
Figura 14 – Bottons: Peças da campanha de Waldir Pires para o Governo do Estado da
Bahia em 1986
149
PRAGUINHAS
Figura 18 – Anúncio de meia página de jornal: Peça da campanha de Waldir Pires para o
Governo do Estado da Bahia em 1986
153
Walter Queiroz
Chega de opressão
Porque maiores são os poderes do povo
nesta grande nação.
Valeu a luta lado a lado com você
Valeu a luta do PMDB
Bahia! Bahia ! Bahia!
Todas as janelas vão se abrir
deixe entrar o sol da liberdade
que a grande vitória vem aí.
4.2.1 NA CAPITAL....
94 O Conselho era formado por Pedral Sampaio, da Coordenação Geral; Deputado Galdino
Leite, líder do PMDB na Assembléia Legislativa; Vereador Ednaldo Santos, líder da
bancada do PMDB na Câmara Municipal; Waldir Régis representando a direção do
PMDB; Edvaldo Araújo, representando o PCB; Ney Campelo, representando o PC do B;
Vasco Neto, representando o PSC; o Jornalista Oldack Miranda, representando o Prefeito
Mario Kértesz; Saul Quadros, representando o PDT; e Aloísio Lago, representando o
grupo do Deputado Francisco Pinto. (PMDB-BA, 1986b).
95 Por indicação do Prefeito Mário Kértesz, fui designada para dirigir os trabalhos desta
Coordenação. Juntaram-se, para auxiliar nesta empreitada, Maria Glória Midlej e Telma
Florentino Pinho.
156
100 O Comitê da Capital tinha como apresentador dos eventos em Salvador, o ator Bertrand
Duarte, hoje publicitário e sócio da agência de propaganda Objetiva. Nos comícios,
Bertrand atuava junto com o ator Benvindo Siqueira, militante de grande notoriedade no
movimento de organização e mobilização dos artistas baianos, no período da ditadura
militar, convidado especialmente para atuar como o mestre de cerimônia nos eventos de
maior público. Os assessores de Pedral Sampaio, Coordenador Geral da campanha,
insistiam que a apresentação do comício deveria ficar a cargo do locutor Zerenildo que
atuava nos comícios no interior do Estado.
160
Amanhã
Guilherme Arantes
Amanhã, a luminosidade
Alheia a qualquer vontade
Há de imperar, há de imperar
103 O cumprimento da programação prevista pelo “Comitê da Capital” foi assegurado pelo
Prefeito Mário Kértesz que, ao lado de Benvindo Siqueira, impedia as tentativas de
interferência dos políticos que desejam alterar a ordem dos discursos ou incluir oradores
que não estavam previamente escalados para falar.
163
104 A paráfrase realizada por Waldir Pires refere-se aos seguintes versos do poema “O povo
ao poder” de Castro Alves: “Ah! Não há muitos setembros / Da plebe doem os membros /
No chicote do poder / E o momento é malfadado / Quando o povo ensangüentado / Diz:
já não posso sofrer”. (Jornal de Poesia. Disponível em: <http://www.revista.
agulha.nom.br/calves19.html>. Acesso em: 13 jul. 2007).
105 Os roteiros, preparados para orientar a comitiva e as equipes envolvidas nas viagens,
indicavam os meios de transporte, extensão e tempo dos percursos, previsão dos
horários de saída e chegada, além do número de municípios a serem visitados em cada
programação.
106 A reportagem sobre a avaliação da campanha refere-se ainda aos 47 distritos visitados
na campanha.
164
107 Paulo Paranhos deixou a equipe do interior logo após a realização dos primeiros
comícios e continuou na campanha auxiliando na produção no “Núcleo de Marketing
Político”. A descrição dos fatos que envolveram a produção dos comícios no interior do
Estado retrata as informações constantes dos depoimentos colhidos na entrevista
concedida pelos produtores Luiz Alberto Souza e Aurélio M. de Carvalho em 19 de maio
de 2007.
165
108 Em Irecê, houve dificuldade para conciliar as presenças de Celso Dourado, candidato a
deputado estadual pelo PMDB e do Prefeito Doinha, que acabara de aderir à candidatura
de Waldir Pires, na condição de integrante do grupo do Senador Luis Viana Filho. Em
Xique-Xique, os “históricos” militantes do PMDB reagiram à presença do Deputado
Reinaldo Braga, candidato à reeleição e, também liderado do Senador Luis Viana,
tentando esvaziar os grandes balões de propaganda de Braga. (SOUZA; CARVALHO,
2007).
167
4.4 O RESULTADO
REFERÊNCIAS
BUARQUE DE HOLANDA, Chico. Vai Passar, EMI Music Brasil, 2005, DVD.
BUCCI, Eugênio. Sobre ética e imprensa. 2. ed. São Paulo: Companhia das
Letras, 2000.
BUENO, Eduardo. Brasil; uma história. 2. ed. rev. São Paulo: Ática, 2003.
LIMA, Venício A. Mídia; teoria e política. 2. ed. São Paulo: Fundação Perseu
Abramo, 2004.
PINHEIRO, Luiz Adolfo. A república dos golpes (de Jânio a Sarney). São
Paulo: Best Seller, 1993.
OUTRAS FONTES
ENTREVISTAS
JORNAIS
ANEXO 1
RESULTADOS DA ELEIÇÃO ESTADUAL DE 1962
DIVULGADOS PELO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL
Nº de Votos
GOVERNADOR DO ESTADO
Total de Votantes 886.163
Votos Apurados 767.779
Antônio Lomanto Júnior 396.051 UDN – PTB – PR - PST
PDC – PSD – PTN -
Francisco Waldir Pires de Souza 352.428
PSP
Aristóteles Góes 19.300 MTR
Brancos 9,41% 83.362
Nulos 3,95% 35.022
VICE-GOVERNADOR
Total de Votantes 886.163
Votos Nominais 608.874
Orlando Moscoso Barreto de PDC – PTN – PSD –
307.747
Araújo PSP – PST
Francisco Rocha 301.127 PTB – PR
Nulos 19.774
Brancos 257.515
SENADORES
Total de Votos 1.772.326
Votos Nominais 1.132.459
PST – PTN – PSD -
Antônio Balbino de C. Filho 368.325
PSP
PST - PTN - PSD -
Josaphat Ramos Marinho 281.238
MTR
João da Costa P. Dantas Jr. 243.998 UDN – PR
João Lima Teixeira 238.898 PTB - PR
Brancos 599.252
Nulos 40.615
ANEXO 1
RESULTADOS DA ELEIÇÃO ESTADUAL DE 1962
DIVULGADOS PELO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL
LISTA DE PARTIDOS
ANEXO 2
CÂMARA DOS DEPUTADOS / TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE)
RESULTADOS DAS ELEIÇÕES DE 15 DE NOVEMBRO DE 1986
Candidatos e Votos Obtidos
186
ANEXO 2
CÂMARA DOS DEPUTADOS / TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE)
RESULTADOS DAS ELEIÇÕES DE 15 DE NOVEMBRO DE 1986
Candidatos e Votos Obtidos
187
ANEXO 2
CÂMARA DOS DEPUTADOS / TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE)
RESULTADOS DAS ELEIÇÕES DE 15 DE NOVEMBRO DE 1986
Candidatos e Votos Obtidos
188
ANEXO 2
CÂMARA DOS DEPUTADOS / TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE)
RESULTADOS DAS ELEIÇÕES DE 15 DE NOVEMBRO DE 1986
Candidatos e Votos Obtidos
189
ANEXO 2
CÂMARA DOS DEPUTADOS / TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE)
RESULTADOS DAS ELEIÇÕES DE 15 DE NOVEMBRO DE 1986
Candidatos e Votos Obtidos
190
ANEXO 2
CÂMARA DOS DEPUTADOS / TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE)
RESULTADOS DAS ELEIÇÕES DE 15 DE NOVEMBRO DE 1986
Candidatos e Votos Obtidos
191
ANEXO 2
CÂMARA DOS DEPUTADOS / TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE)
RESULTADOS DAS ELEIÇÕES DE 15 DE NOVEMBRO DE 1986
Candidatos e Votos Obtidos
192
ANEXO 2
CÂMARA DOS DEPUTADOS / TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE)
RESULTADOS DAS ELEIÇÕES DE 15 DE NOVEMBRO DE 1986
Candidatos e Votos Obtidos
193
ANEXO 3
FOTOS
CAMPANHA DE WALDIR PIRES PARA O GOVERNO DO ESTADO EM 1986
194
ANEXO 3
FOTOS
CAMPANHA DE WALDIR PIRES PARA O GOVERNO DO ESTADO EM 1986
195
ANEXO 3
FOTOS
CAMPANHA DE WALDIR PIRES PARA O GOVERNO DO ESTADO EM 1986
196
ANEXO 3
FOTOS
CAMPANHA DE WALDIR PIRES PARA O GOVERNO DO ESTADO EM 1986
197
ANEXO 3
FOTOS
CAMPANHA DE WALDIR PIRES PARA O GOVERNO DO ESTADO EM 1986
198
ANEXO 3
FOTOS
CAMPANHA DE WALDIR PIRES PARA O GOVERNO DO ESTADO EM 1986
199
ANEXO 3
FOTOS
CAMPANHA DE WALDIR PIRES PARA O GOVERNO DO ESTADO EM 1986
200
ANEXO 3
FOTOS
CAMPANHA DE WALDIR PIRES PARA O GOVERNO DO ESTADO EM 1986