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Materiais protetores – Propriedade e aplicabilidades clinica

Aluno: Pedro Henrique

Consistem da aplicação de um ou mais agentes protetores, tanto em


tecido dentinários quanto sobre a polpa que sofreu exposição, a fim de manter
ou recuperar a vitalidade desses órgãos.

Tipos de proteção:
1. Proteção indireta: porque ela não é diretamente aplicada sobre a
polpa. Aplicada em dentina por exemplo.
2. Proteção direta: aplicada diretamente na polpa devido por exemplo a
uma exposição pulpar acidental durante um procedimento. Nesse caso
é preciso analisar a cor do tecido e sangue para poder decidir se vale
tentar fazer esse procedimento.
Esmalte e dentina são os maiores protetores da polpa e deles mesmo.
Dentina protege o esmalte de deformações devido a sua rigidez. Na periferia da
polpa se encontram os odontoblastos que são responsáveis pela produção de
dentina secundaria ao longo da vida. Se houver estímulos externos, eles
produzem uma dentina terciaria.
A polpa apresenta algumas funções básicas: nutritiva, formativa,
protetora, reparadora. Quanto mais velha a pessoa, menor é a câmera pulpar.
Dentina esclerosada ou esclerótica: os odontoblastos produziram a
dentina terciaria em respostas a algum estimulo externo e essa dentina, por
algum motivo, teve seus túbulos dentinários obliterado de cálcio, ficando
hipermineralizado. Importante para saber qual a conduta que irá usar. O dente
fica escurecido na parede profunda.
Principais causas de injúrias: cárie, preparo cavitário (calor gerado pela
broca... por isso se usa uma irrigação abundante) e material restaurador (devido
sua composição e ácidos).
A lesão de cárie ativa é um processo dinâmico, com zonas distintas:
Zona da cavidade, dentina cariada superficial, dentina cariada profunda,
dentina esclerosada, dentina terciaria. Hoje sabe-se que é possível realizar
procedimentos conservadores para remoção da cárie e recuperação do dente. É
possível fazer a remoção parcial do tecido cariado porque a dentina cariada
profunda está apenas afetada pela cárie, não está infectada, sendo passível de
ser remineralizada. Um exemplo do material usado nesse caso é o Ionômero de
vidro.
O potencial de resposta do complexo dentino pulpar (CDP) está
interligado a: profundidade da cavidade, a idade do paciente (tamanho da
câmara pulpar; em pacientes jovens o potencial de resposta é melhor, as
chances de um tratamento expectante dar certo é maior), o material restaurador
e a qualidade da dentina remanescente (se a dentina for esclerosada, com
obliteração dos túbulos dentinários, a resposta é nenhuma ou bem pouca devido
a impossibilidade de o produto interagir com os odontoblastos, fazendo com que
eles produzam uma dentina reacional).
• Cavidade rasa: 3,0/0,5mm
• Profunda: 0,5/0,25mm
• Muito profunda: 0,25/0,1mm
Se usamos uma restauração de amalgama, por exemplo, numa cavidade
muito profunda, provocará sensibilidade no dente devido a condutividade térmica
da matéria, por isso é necessário usar um material protetor para evitar. Se usar
numa cavidade rasa, não precisa de um protetor, porque essa função como já
foi citada, é realizada pela dentina. O mesmo serve pra o uso de um Resina
composta, ela precisa de um adesivo e antes da aplicação dele é preciso aplicar
acido e esse acido pode penetrar nos túbulos dentinários provocando lesões, por
isso também é necessário aplicar materiais protetores.

Principais propriedades requeridas dos materiais protetores


• Proteger o CDP de agente térmicos e elétricos;
• Bactericida ou inibir a atividade bacteriana;
• Remineralizar parte da dentina descalcificada;
• Estimular a formação de dentina terciária;
• Ser anódino, biocompátivel; (causa efeito sedativo ao substrato
dental);
• Evitar a infiltração de elementos tóxicos ou irritantes constituintes
dos materiais restauradores e dos agentes cimentantes para o interior dos
canalículos.
Classificação
Selamento: produz uma película extremamente fina de 1-5um (sistema
adesivo e verniz cavitário)
Forramento: estimular a formação de dentina terciaria. (IV, CHC)
Base: reconstruir parte da dentina que foi perdida, diminuindo a
quantidade de material restaurador.

Hidróxido de cálcio
Vantagens: pH alcalino, ação bactericida, capacidade de estimular a
regeneração pulpar e formação de dentina reparadora.

Classificação seguindo sua composição e apresentação:


Composição Apresentação Reação Indicação Utilização
Ca(OH)² Pó/Liquido Física: Proteção Houve uma exposição
quimicamente (não evaporação pulpar acidental da polpa>realiza
puro + água dispensado) da água direta/Limpeza a limpeza da cavidade,
destilada de cavidade e homeostasia, seca a
canais cavidade, coloca o po do
(bactericida) HC com o aplicador. Outro
20g + 200mL uso é na pulpotomia.
de água Tratamento expectante.
destilada para
limpeza
Ca(OH)² + Liquido Física: Proteção
Hidrogel de evaporação pulpar
celulose da água direta/Curativo
endodôntico
Ca(H)² + Pasta Química: Proteção Cimento provisório de
Azeites base/Pasta quelação pulpar indireta peças protéticas,
plastificantes catalisadora forramento de cavidades
profundas. Não se pode
encostar nas paredes
laterais, aplicar somente no
fundo da cavidade.
O HC é contraindicado para Base porque tem baixa resistência de
compressão, alta solubilidade e pH 13 alcalino. Se utiliza porque é um dos
matérias mais biocompatíveis dentre os outros.

Manipulação do Pasta/Pasta mesma quantidade casa pasta


catalisadora e pasta base> mistura até ficar homogêneo> e usa o aplicador para
levar a cavidade muito profunda.

Oxido de zinco e eugenol (ZOE)

Classificação de acordo com sua indicação clínica:


• Material de moldagem funcional;
• Cimento cirúrgico;
• Restaurações provisórias;
• Selador de canais radiculares;
• Base para restaurações.

Classificação de acordo com o tipo (a que vai ser perguntada em


prova)
• Tipo I: cimentação temporária (pasta/pasta) sem eugenol porque o
eugenol inibe a polimerização da resina. Manipulação semelhante ao do HC.
• Tipo II: cimentação permanente
• Tipo III: restauração temporário e base. Pó/liquido e o Pasta (não
precisa manipular) Oxido de zinco é extremamente sensível a umidade, só toma
presa em contato com a água.
• Tipo IV: Temporário de até 1 ano
Se usa mais o I e III.
Manipulação: Placa de vidro> coloca pó e liquido> espátula levando o pó
ao liquido aos poucos e ir aglutinando. Tempo de manipulação 1 minuto.
Manipular com calma, quando formar a cobrinha ou rolete, é porque já está no
ponto.

Ionômero de vidro

• Demora para tomar presa.


Apresentações: em capsula, pó/liquido e em seringa
Composição do pó: vidro de flúor e alumínio silicato. Não aglutina porque
pode quebrar as partículas de vidro. Esse material tem flúor, então em pacientes
que tem alto risco de ter cárie, ele é indicado para se usar.
Composição do liquido: Solução aquosa de ácidos polialcenóicos e
copolímeros do ácido poliacrílico (Acido poliacrílico, maleico e tartárico);
vantagem de ter os ácidos é porque a molécula deles é muito maior e pesada, o
que dificulta a penetração deles nos túbulos dentinários.
Principais propriedades:
• liberação de flúor: incorporado pelas estruturas dentárias. Aumenta
a resistência a desmineralização; remineralizarão da estrutura dentária; atua
como antibacteriano; baixo pH inicial; reservatório de flúor – liberação constante.
• adesão à estrutura dentária devido aos poliácidos; precisa estar
com o aspecto brilhante para poder ter essa adesão
• coeficiente de expansão térmica semelhante
• compatibilidade biológica.
Classificação de acordo com a composição (se usa mais essa):
Convencional: no pó os componentes vítreos e nos líquidos os
componentes ácidos.
Anidros: partículas de ácidos foram adicionados ao pó. O liquido é
basicamente água, entra em contato com o pó, reagindo com os ácidos e dando
inicio a reação.
Modificado por material resinoso: adicionado no liquido os monômeros
resinosos; quando é fotopolimerizado, pega logo presa. Menos sensibilidade a
umidade da boca.
Modificado por partículas metálicas: adicionados partículas metálicas ao
pó.
IVC x ICMR (vantagem x desvantagem)
IVC: maior liberação de flúor; sensibilidade ao equilíbrio hídrico
ICMR: Menor sensibilidade à umidade e maior resistência; contração de
polimerização

Classificação de acordo com a indicação:


Tipo I: cimentação
Tipo II: restaurações
Tipo III: Forramento/Base selante
Tipo IV: Mod. resina
Indicação: cimentação de peças protéticas; cimentação de peças
ortodônticas; restaurações em áreas de baixo esforço mastigatório (casos de
odontopediatria); forramento e base; selante de fóssulas e fissuras (paciente que
tem muitas caries se opta por selar essas regiões.
Manipulação: homogeneização do pó> pega a colher e tirar a porção sem
exceção> aplica uma gota do liquido para cada colher de pó> usa a espátula 24,
dividindo o pó em duas porções e vai aglutinando com o liquido as porções. No
final precisamos ter uma massa homogênea e com brilho e fluidez. Pode ser
aplicada com o uso da seringa Centrix e levar diretamente na cavidade, tendo a
vantagem a formação de bolhas. (isso é a manipulação manual)
Manipulação mecânica: feita sob o amalgamador, o IV vem com
capsulas padronizadas e suas proporção exata. Coloca na seringa e leva na
cavidade. É muito caro.
Sequencia clínica: Remoção do tecido cariado> tratamento da superfície
com solução ácida> manipula o IV e insere na cavidade. Pode usar uma tira
matriz em restaurações para ajudar na proteção e presa inicial, evitando que
ocorra interação com a água. A incorporação da água quebra as ligações e a
perda da água provoca a desidratação: sinérese; é recomentado que se use um
selante para proteção superficial>Acabamento e polimento.

Prevenção de falhas de erosão, trincas, rachaduras:


• Usar proporção pó-liquido correta;
• Prevenir contaminação com umidade;
• Aplicar proteção superficial imediata;
• Cuidados com acabamento e polimento.

Escolha do material protetor – ESQUEMA

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