Turma: A ___________________________________________________________________
É bastante evidente, quando olhamos para a Psicologia, que suas raízes
estão profundamente enterradas na Filosofia. Desta forma, ambas parecem, ainda que tendo objetos de estudo diferentes, muitas vezes convergir em temas de mútuo interesse, como quanto à natureza do conhecimento ou a origem da consciência humana. Ainda que seus métodos não sejam idênticos, uma empresta muito à outra. Ao lermos os dois textos complementares, algumas coisas ficam bastante claras: no primeiro, observamos o quanto uma escola sem questionamento - e gostaria de lembrar aqui a prédica falaciosa e fascista da “Escola Sem Partidos” - pode ser danosa, não apenas às nossas crianças, porém igualmente ao nosso futuro como um todo. Ainda que hoje ocupe uma vanguarda no que diz respeito a justiça social e igualdade de direitos, por séculos a figura do professor foi responsável pela manutenção e sobrevida de conceitos verdadeiramente nefastos. O tipo de conhecimento deturpado que o texto demonstra é passado de geração em geração através da autoridade científica e moral do professor. Uma escola onde não se pode questionar estas duas coisas é uma escola que falhou miseravelmente. No segundo, é possível percebermos esse efeito do qual eu falei acima: conseguimos inculcar na população que seu saber não é válido. Há aqui a arrogância de uma classe que, sendo “culta”, é incapaz de perceber que seu conhecimento não é o ápice da evolução humana, e que um saber técnico específico não nos torna melhores do que ninguém. Desta forma, Freire, uma figura extremamente sagaz, faz o caminho inverso, demonstrando, à maneira Socrática, que seu conhecimento é diferente apenas, e não superior ou inferior. Assim, voltando ao paralelo com a Filosofia, a Psicologia também nos mostra que sabemos pouquíssimo sobre nós mesmos, quiçá quase nada. Isso começou com Freud e o conceito de inconsciente: uma clara demonstração de que, por vezes, não somos senhores nem de nós mesmos. Dentre outras formas as quais pode auxiliar nas tarefas de ensino e aprendizagem, a mais básica - e mais poderosa ao meu ver - é essa qualidade incrível de trazer-nos todos para um chão em comum, mais humano, onde os saberes não estão hierarquizados: onde o professor ensina tendo em vista ser ele próprio um eterno aluno.
“[...] pois eu sempre quis ser tocado pelos mortos, eu sempre quis que eles me assombrassem. Eu tenho até mesmo a esperança de que eles se levantem e me habitem e eles literalmente nos habitam atr