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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG

ARTES VISUAIS/ILA

Como pode a Psicologia contribuir para o aperfeiçoamento do processo de


ensinar/aprender?

Profª Dra Ceres Braga Arejano Discente: Eduardo Stigger (132473)


Turma: A
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É bastante evidente, quando olhamos para a Psicologia, que suas raízes


estão profundamente enterradas na Filosofia. Desta forma, ambas parecem, ainda
que tendo objetos de estudo diferentes, muitas vezes convergir em temas de mútuo
interesse, como quanto à natureza do conhecimento ou a origem da consciência
humana. Ainda que seus métodos não sejam idênticos, uma empresta muito à outra.
Ao lermos os dois textos complementares, algumas coisas ficam bastante
claras: no primeiro, observamos o quanto uma escola sem questionamento - e
gostaria de lembrar aqui a prédica falaciosa e fascista da “Escola Sem Partidos” -
pode ser danosa, não apenas às nossas crianças, porém igualmente ao nosso futuro
como um todo. Ainda que hoje ocupe uma vanguarda no que diz respeito a justiça
social e igualdade de direitos, por séculos a figura do professor foi responsável pela
manutenção e sobrevida de conceitos verdadeiramente nefastos. O tipo de
conhecimento deturpado que o texto demonstra é passado de geração em geração
através da autoridade científica e moral do professor. Uma escola onde não se pode
questionar estas duas coisas é uma escola que falhou miseravelmente.
No segundo, é possível percebermos esse efeito do qual eu falei acima:
conseguimos inculcar na população que seu saber não é válido. Há aqui a
arrogância de uma classe que, sendo “culta”, é incapaz de perceber que seu
conhecimento não é o ápice da evolução humana, e que um saber técnico
específico não nos torna melhores do que ninguém. Desta forma, Freire, uma figura
extremamente sagaz, faz o caminho inverso, demonstrando, à maneira Socrática,
que seu conhecimento é diferente apenas, e não superior ou inferior. Assim,
voltando ao paralelo com a Filosofia, a Psicologia também nos mostra que sabemos
pouquíssimo sobre nós mesmos, quiçá quase nada. Isso começou com Freud e o
conceito de inconsciente: uma clara demonstração de que, por vezes, não somos
senhores nem de nós mesmos.
Dentre outras formas as quais pode auxiliar nas tarefas de ensino e
aprendizagem, a mais básica - e mais poderosa ao meu ver - é essa qualidade
incrível de trazer-nos todos para um chão em comum, mais humano, onde os
saberes não estão hierarquizados: onde o professor ensina tendo em vista ser ele
próprio um eterno aluno.

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