Problema 1- Nelson Pozinho foi acusado e condenado pela
venda de drogas a 5 anos de reclusão, em regime inicial
fechado, pelo crime de tráfico de drogas (art. 33 da Lei 11343/06). A decisão transitou em julgado sem recurso. Consta dos autos que Nelson é primário, não consta nenhuma decisão transitada em julgado em seu desfavor, e não havia qualquer indício de participação em organização criminosa ou dedicação à atividade criminosa, mas o privilégio foi negado unicamente pela existência de um outro processo em que consta como réu pela prática de furto. O regime inicial fechado foi fundamentado exclusivamente pelo fato de se tratar de crime equiparado a hediondo. Procurado pela família de Nelson, entre com a ação impugnativa cabível, diversa do habeas corpus. Peça: Revisão Criminal (art. 621, I). Competência: Tribunal de Justiça Teses: - Processos em andamento não são maus antecedentes, nos termos do art. 5º , LVII da CF e Súmula 444 do STJ. - Deve ser reconhecido o privilégio pois presentes os requisitos do art. 33§4º da Lei 11343/06 - Regime inicial aberto, nos termos do art. 33 do Código Penal. - Substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, nos termos do art. 44 do Código Penal
- O regime inicial fechado com base no caráter hediondo do
crime é inconstitucional, pois fere o princípio constitucional da individualização da pena (art. 5º, XLVI da CF). Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de
Nelson..., (nacionalidade, estado civil,
profissão, RG, endereço), por ser advogado (doc anexo) infra- assinado, vem pela presente, com fulcro no art. 621, I do Código de Processo Penal, propor REVISÃO CRIMINAL, pelos motivos que passa a expor: Pedido: Requer seja julgado procedente o pedido revisional, com a rescisão da decisão atacada e reconhecimento do privilégio do art. 33§4º da Lei 11343/06, por presentes os requisitos, com regime aberto inicial de cumprimento de pena e substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, nos termos do art. 44 do Código Penal. Subsidiariamente, que seja fixado regime inicial semiaberto, nos termos do art. 33 do Código Penal, tudo com base no art. 626 do Código de Processo Penal. 2- Mévio foi condenado pela prática de crime de estupro de vulnerável à pena de 10 anos de reclusão. Foi considerado reincidente em razão de condenação anterior pelo crime de lesão corporal dolosa. Após o cumprimento de 4 anos de prisão, pediu progressão de regime de cumprimento de pena, tendo instruído o pleito com atestado de boa conduta carcerária. O pedido foi negado pelo Juízo das Execuções, e a decisão teve como principal fundamento o não cumprimento do requisito temporal, uma vez que o condenado seria condenado por crime hediondo e reincidente, o que exigiria o cumprimento de ao menos 60% da pena, nos termos do art. 112, VII da LEP. Justificou o Magistrado, ainda, que por se tratar de crime hediondo, seria necessária a realização de exame criminológico. A família de Saulo o procura no dia seguinte à publicação da decisão em busca de providências. Justificou o Magistrado, ainda, que por se tratar de crime hediondo, seria necessária a realização de exame criminológico. A família de Saulo o procura no dia seguinte à publicação da decisão em busca de providências. Peça: Agravo em Execução (art. 197 LEP) Competência: Juiz da Vara das Execuções Penais / Tribunal de Justiça Tese1: -Apenas o reincidente específico em crime hediondo precisa cumprir 60% da pena. Se a reincidência advém de condenação anterior por crime comum, basta o cumprimento de 40% da pena, nos termos do art. 112, V da LEP. Tese2: Nos termos da Súmula 439 do STJ, a necessidade de exame criminológico exige fundamentação com base no caso concreto, sendo insuficiente a menção à gravidade do crime ou caráter hediondo. Pedido – Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso para que seja deferida a progressão de regime de cumprimento de pena.