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E Book Direito Administrativo 2020
E Book Direito Administrativo 2020
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SUMÁRIO
1. Princípios da administração pública...................................9
1.1 Introdução........................................................................................................9
1.2. Conceito de direito administrativo........................................................................9
1.3. Princípios expressos na Constituição Federal........................................................10
1.3.1. Princípio da legalidade...........................................................................10
1.3.2. Princípio da impessoalidade....................................................................10
1.3.3. Princípio da moralidade.......................................................................... 11
1.3.4. Princípio da publicidade......................................................................... 11
1.3.5. Princípio da eficiência............................................................................12
3. Poderes da administração............................................... 17
3.1. Introdução.......................................................................................................17
3.2. Características dos poderes da administração.......................................................17
3.3. Poderes em espécie...........................................................................................18
3.3.1. Poder vinculado ou regrado.....................................................................18
3.3.2. Poder discricionário...............................................................................18
3.3.3. Poder disciplinar...................................................................................19
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4. Atos administrativos.......................................................23
4.1. Introdução......................................................................................................23
4.2. Classificações importantes................................................................................23
4.2.1. Ato simples..........................................................................................23
4.2.2. Ato composto.......................................................................................23
4.2.3. Ato complexo.......................................................................................24
4.3. Atributos dos atos administrativos.....................................................................24
4.3.1. Presunção de legitimidade.....................................................................24
4.3.2. Autoexecutoriedade...............................................................................24
4.3.3. Tipicidade............................................................................................25
4.3.4. Imperatividade.....................................................................................25
4.4. Elementos ou requisitos dos atos administrativos.................................................25
4.4.1. Forma.................................................................................................25
4.4.2. Finalidade...........................................................................................25
4.4.3. Sujeito competente...............................................................................25
4.4.3.1. Critérios para definição de competência.....................................26
4.4.4. Motivo................................................................................................26
4.4.4.1. Motivação..............................................................................26
4.4.4.2. Teoria dos motivos determinantes..............................................27
4.4.5. Objeto ou conteúdo...............................................................................28
4.5. Extinção dos atos administrativos......................................................................29
5. Organização da administração.........................................30
5.1. Administração direta........................................................................................30
5.1.1. Descentralização versus desconcentração.................................................32
5.2. Autarquias.....................................................................................................33
5.2.1. Características.....................................................................................33
5.3. Agências reguladoras.......................................................................................33
5.4. Fundações públicas..........................................................................................34
5.5. Agências executivas.........................................................................................34
5.6. Empresas públicas versus sociedades de economia mista.......................................35
5.7. Associações públicas........................................................................................37
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6. Terceiro setor.................................................................39
6.1. Organizações sociais........................................................................................39
6.2. Serviços sociais autônomos...............................................................................40
6.3. Organizações da sociedade civil de interesse público..............................................41
6.4. Lei n. 13.019/2014...........................................................................................42
6.4.1. Introdução...........................................................................................42
6.4.2. Conceituações importantes....................................................................42
6.4.3. Vedações.............................................................................................44
9. Agentes públicos............................................................55
9.1. Acessibilidade.................................................................................................55
9.2. Jurisprudência sobre concurso público...............................................................56
9.3. Categorias de agentes públicos..........................................................................57
9.3.1. Agentes políticos..................................................................................57
9.3.2. Servidores estatais................................................................................58
9.3.2.1. Servidores públicos..................................................................58
9.3.2.2. Servidor de ente governamental de direito privado
(empregados públicos)...........................................................................58
9.3.3. Particulares em colaboração com o Estado...............................................59
9.3.4. Agentes de fato.....................................................................................59
9.3.5. Militares.............................................................................................59
9.3.5.1. Militares dos Estados, Distrito Federal e Territórios
(art. 42 e parágrafos da CF)......................................................59
9.3.5.2. Militares das Forças Armadas – integrantes da União
(art. 142, § 3º, CF)...................................................................59
9.4. Cargos versus empregos públicos.......................................................................60
9.5. Estabilidade....................................................................................................61
9.6. Provimento versus investidura...........................................................................62
9.7. Remuneração dos agentes públicos: considerações essenciais................................62
9.8. Direito de greve dos agentes públicos.................................................................63
9.9. Principais pontos da Lei n. 13.300/2016 – Lei do Mandado de Injunção..................64
9.10. Aposentadoria do servidor................................................................................65
12. Licitação.......................................................................78
12.1. Conceito e base constitucional (art. 37, XXI).......................................................78
12.2. Princípios da licitação......................................................................................78
12.3. Fases da licitação............................................................................................79
12.4. Modalidades de licitação..................................................................................80
12.4.1. Tipos de licitação (critério de julgamento das propostas).............................81
12.4.2. Contratação direta: licitação dispensável versus inexigibilidade de licitação..82
12.4.2.1. Licitação dispensável...............................................................82
12.4.2.2. Inexigibilidade de licitação.......................................................84
12.5. Desistência da licitação....................................................................................85
15.5. Tombamento...................................................................................................95
15.6. Servidão administrativa....................................................................................96
15.7. Limitação administrativa..................................................................................96
15.8. Ocupação temporária.......................................................................................97
1.
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PRINCÍPIOS DA
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
Você tem a
oportunidade 1.1. Introdução
de escolher: O direito administrativo é um ramo recente. Teve o seu nascimen-
batalhar e
to no século XVIII no momento em que se consolidou o Princípio da
Tripartição dos Poderes de Montesquieu.
utilizar suas Os Estados eram governados por um soberano, e a ideia de poder vi-
nha porque diziam que os soberanos representavam a divindade – v.g.,
derrotas e Luís XIV, com a máxima “o Estado sou eu”.
lágrimas para
A partir dos séculos XVI e XVII surgem pensamentos visando à li-
mitação desse poder (sobretudo com John Locke em seus dois Tratados
alcançar o sobre o Governo, e em Montesquieu em O espírito das leis: “só o poder
que realmente
limita o poder”).
Assim, atribui-se as funções do Estado a diversos órgãos, objetivan-
tempestades e
jogar a culpa do 1.2. Conceito de direito administrativo
seu não agir em Diversos são os critérios para conceituar direito administrativo:
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“no conjunto harmônico dos princípios jurídicos que Os atos ilegais podem ser anulados tanto pela
regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas Administração Pública (através do Princípio da
tendentes a realizar concreta, direta e imediatamen- Autotutela) quanto pelo Poder Judiciário (porque
te os fins desejados pelo Estado” (MEIRELLES, 2010, nenhuma lesão ou ameaça a direito será excluída da
p. 40). apreciação do Poder Judiciário). Os efeitos da anula-
ção são ex tunc.
O denominado “regime jurídico administrativo” é um
regime de direito público, aplicável aos órgãos e enti-
dades que compõem a administração pública e à atua-
O direito da Administração a anular os atos
ção dos agentes administrativos em geral. Baseia-se
administrativos de que decorram efeitos
na ideia de existência de poderes especiais passíveis de
favoráveis para os destinatários decai em
serem exercidos pela administração pública, contraba-
cinco anos, contados da data em que foram
lançados pela imposição de restrições especiais à atua-
ção dessa mesma administração, não existentes – nem
praticados, salvo comprovada má-fé.
os poderes nem as restrições – nas relações típicas do No caso de efeitos patrimoniais contínuos,
direito privado. Essas prerrogativas e limitações tradu- o prazo de decadência contar-se-á da
zem-se, respectivamente, nos princípios da supremacia percepção do primeiro pagamento.
do interesse público e da indisponibilidade do interesse
público (ALEXANDRINO; VICENTE, 2010, p. 10).
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Atenção: O STF ainda vai definir se é inconstitu- A Constituição Federal prevê, em seu
cional a nomeação, para o exercício de cargo polí- art. 37, § 4º, quatro sanções diferentes
tico, de familiares da autoridade nomeante – como aplicáveis àquele que comete improbidade
cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, co- administrativa: sanções administrativas –
lateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclu- perda da função pública; sanções políticas
sive. A matéria, objeto do Recurso Extraordinário – suspensão dos direitos políticos e
1.133.118, teve repercussão geral reconhecida em 18 sanções civis – consistente na obrigação
de junho de 2018, por unanimidade, em deliberação de ressarcir ao erário e declaração de
no Plenário Virtual da Corte. indisponibilidade dos bens. E o art. 12 da
No julgamento de mérito do RE, ainda sem data Lei n. 8.429/92 estabelece em detalhes a
prevista, os ministros deverão definir se a proibição gradação dessas penalidades.
ao nepotismo, prevista na Súmula Vinculante 13, al-
cança a nomeação para cargos políticos.
1.3.4. Princípio da publicidade
1.3.3. Princípio da moralidade
Os atos praticados pela Administração Pública de-
A moralidade administrativa aparece de forma vem ser acessíveis aos administrados de modo que
expressa no Texto Constitucional de 1988. Por esse tenham ciência e possam controlar as ações do Poder
princípio a conduta do administrador deve ser pau- Público (e consequentemente saber o que está ocor-
tada em postulados da honestidade, ética, transpa- rendo na máquina administrativa).
rência, boa-fé, probidade.
Por exemplo, o administrador desapropria um
bem para prejudicar um inimigo. Há abuso de poder A publicidade é fundamental para controle e conheci-
nesta conduta na modalidade desvio de finalidade: mento dos atos praticados, e também representa con-
o ato é ilegal e imoral. dição de eficácia: é com a publicidade que o ato possui
Trata-se de princípio sistematizado por Hauriou condições de desencadear seus efeitos.
(nos Précis élémentaire de droit administratif e desen-
volvido pelo Conselho de Estado francês), no sentido
de buscar sempre a boa administração, distinguindo Por exemplo, quando o administrado recebe uma
o certo do errado, o legal do ilegal, o honesto do de- multa de trânsito, tem o prazo de trinta dias para se
sonesto, o moral do imoral. defender. Esse prazo começa a correr a partir do re-
Para o referido autor, a moral comum é a imposta cebimento da notificação de trânsito. Somente com a
ao homem para sua conduta externa; a moral admi- publicidade que haverá o início de contagem de prazo
nistrativa é a imposta ao agente público para sua con- para o recurso.
duta interna, segundo as exigências das instituições
a que serve, e a finalidade de sua ação: o bem comum. O princípio da publicidade pode ser reclamado através
A imoralidade administrativa surge como uma de dois instrumentos básicos: 1) o direito de petição, pelo
forma de ilegalidade; consequentemente, ao res- qual os indivíduos podem dirigir-se aos órgãos admi-
ponsável pela prática de atos imorais, é cabível sua nistrativos para formular qualquer tipo de postulação
responsabilização com base na Lei n. 8.429/92, (art. 5º, XXXIV, a, CF); e 2) as certidões, que, expedidas
que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agen- por tais órgãos, registram a verdade de fatos adminis-
trativos, cuja publicidade permite aos administrados
tes públicos nos casos de cometimento de im-
a defesa de seus direitos ou o esclarecimento de certas
probidade administrativa.
situações (art. 5º, XXXIV, b, CF). (CARVALHO FILHO,
2010, p. 23).
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2.
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PRINCÍPIOS
IMPLÍCITOS NA
CONSTITUIÇÃO
Nossa maior
fraqueza está
FEDERAL
em desistir. 2.1. Princípio da supremacia do interesse público
O caminho sobre o particular
mais certo de Uma vez que o objetivo fundamental da Administração é atingir o
13
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Há, ainda, a igualdade material, que é aquela que ◼ cancelamento da inscrição e exclusão do concur-
se consubstancia na máxima aristotélica, presente so, se a falsidade for constatada antes da homolo-
também em “Oração aos moços”, de Rui Barbosa, gação de seu resultado;
no sentido de “tratar igualmente os iguais e desi- ◼ exclusão da lista de aprovados, se a falsidade for
gualmente os desiguais, na medida de suas desigual- constatada após a homologação do resultado e
dades”. Essa igualdade material aparece em diver- antes da nomeação para o cargo;
sos dispositivos constitucionais, a saber: a) art. 5º, l; ◼ declaração de nulidade do ato de nomeação, se a
b) art. 7º, XVIII e XIX; c) art. 143, §§ 1º e 2º. falsidade for constatada após a sua publicação.
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PODERES DA
ADMINISTRAÇÃO
3.1. Introdução
Nunca é tarde Os poderes da Administração são prerrogativas que a Administração
para o que Pública tem para buscar o interesse público e, dessa forma, fazer valer o
princípio da supremacia do interesse público sobre o particular e o prin-
nos amanhece." cípio da indisponibilidade do interesse público.
Os agentes públicos, então, deverão possuir certas prerrogativas para
Diogo Arrais a consecução desses fins públicos através de seus poderes: de polícia,
disciplinar, hierárquico, regulamentar, vinculado, discricionário (esses
poderes não se confundem com poderes políticos, que são estruturais
e orgânicos: compõem a estrutura do Estado e integram a organização
constitucional – MEIRELLES, 2010, p. 119).
Além de prerrogativas atribuídas ao agente público, o ordenamento
jurídico impõe também deveres administrativos. Há para o agente não
apenas prerrogativas, mas verdadeiros deveres, consistentes em um
poder-dever de agir.
Tais poderes são outorgados ao agente público, que devem agir no
interesse da coletividade.
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É a prerrogativa utilizada pela Administração para O poder hierárquico tem por objetivo ordenar, coorde-
aplicar sanção a um de seus agentes em razão da prá- nar, controlar e corrigir as atividades administrativas,
tica de uma infração disciplinar (v.g., demissão, ad- no âmbito interno da Administração Pública. Ordena
vertência, suspensão). Portanto, só poderá ser afeta- as atividades da Administração, repartindo e escalo-
do por esse poder aquele que está no exercício de uma nando as funções entre os agentes do Poder, de modo
função pública. que cada um possa exercer eficientemente seu encargo;
Ao agente público deve ser dada oportunidade coordena, entrosando as funções no sentido de obter o
funcionamento harmônico de todos os serviços a cargo
de exercício de contraditório e de ampla defesa –
do mesmo órgão; controla, velando pelo cumprimento
nos termos do art. 5º, LV, CF, todavia, o STF decidiu
da lei e das instruções e acompanhando a conduta e o
(Súmula Vinculante 5) que a falta de defesa técnica
rendimento de cada servidor; corrige os erros admi-
por advogado em processo administrativo disciplinar
nistrativos, pela ação revisora dos superiores sobre os
não ofende a Constituição Federal. atos dos inferiores. Desse modo, a hierarquia atua como
instrumento de organização e aperfeiçoamento do ser-
viço e age como meio de responsabilização dos agentes
Com a Constituição de 1988 firmou-se administrativos, impondo-lhes o dever de obediência
entendimento de que não é possível punir o (MEIRELLES, 2010, p. 124).
servidor com base no Princípio da Verdade
Sabida. Esse princípio autorizava o superior 3.3.5. Poder de polícia
a punir de imediato seu subordinado
sempre que aquele tivesse conhecimento Poder de polícia é a prerrogativa de direito público,
pessoal do cometimento da infração; por que, calcada na lei, autoriza a Administração Pública
exemplo, flagrar o subordinado cometendo a restringir o uso e gozo da liberdade e da proprieda-
infração configuraria situação apta a de, em favor do interesse da coletividade (CARVALHO
ensejar a punição do inferior, ainda que FILHO, 2010, p. 70).
sem oportunidade de defender-se em Consiste na faculdade de que dispõe a
contraditório e ampla defesa. Hoje, não é Administração Pública para condicionar e restringir
possível a punição com base no Princípio o uso e gozo de bens, atividades e direitos individu-
da Verdade Sabida, já que a Constituição ais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado
Federal de 1988, art. 5º, LV, trouxe o direito (MEIRELLES, 2010, p. 134). Figura como mecanismo
ao contraditório e ampla defesa inclusive de frenagem de que dispõe a Administração Pública
no âmbito administrativo. para conter os abusos do direito individual.
O poder de polícia encontra definição também
no art. 78 do Código Tributário Nacional, entendido
3.3.4. Poder hierárquico como atividade da Administração Pública que, limi-
tando ou disciplinando direito, interesse ou liberda-
Esse poder, também denominado “poder do hie- de, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
rarca” tem por base a estruturação vertical dos qua- razão de interesse público concernente à seguran-
dros da Administração, estabelecendo quem manda, ça, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
quem obedece. Assim, é o instrumento de que dispõe produção e do mercado, ao exercício de atividades
o Executivo para distribuir e escalonar as funções de econômicas dependentes de concessão ou autoriza-
seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agen- ção do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao
tes, estabelecendo a relação de subordinação entre respeito à propriedade e aos demais direitos indivi-
os servidores de seu quadro de pessoal. duais e coletivos.
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O poder de polícia limita a atuação do particular em rodovias e vielas. Não se trata de exercício do po-
nome do interesse público. Incide sobre a liberdade e der de polícia. Tal ato consubstancia defesa do pa-
a propriedade e não pode ser delegado para entes da trimônio público.
iniciativa privada (já que entes da iniciativa privada
4) Situação dos matriculados em escolas ou facul-
não são dotados do ius imperii estatal), exceto os atos
dades públicas e penalidades impostas, tais como
materiais ou de mera execução.
suspensão ao aluno que atirou contra o ventilador
uma pedra.
5) Situações dos inscritos em bibliotecas públicas
3.3.5.1. Características do poder de polícia que devolvem o livro com atraso e, como conse-
quência da inobservância das regras da biblioteca,
a) Editado pela Administração Pública: pode ser precisam pagar multa.
tanto através de atos preventivos de fiscalização 6) Situação dos internados em hospitais públicos,
ou repressivos. asilos ou estabelecimentos penais. O mero fato
b) Fundamenta-se no vínculo geral entre a adminis- de tais estabelecimentos fixarem horário de vi-
tração pública e os administrados. sitas não manifesta exercício do poder de polí-
◼ Supremacia geral: determinações que incidem cia. São apenas normas internas dos respectivos
para todos os indivíduos indistintamente. estabelecimentos relativas apenas às pessoas
Exemplos: aqui envolvidas.
1) Proibição de construções verticais acima da altura 7) Exigência imposta pelo Poder Permitente ao per-
fixada por determinado Estatuto da Cidade. missionário de uso de bem público para que abra a
2) Obrigatoriedade aos administrados em observa- cantina e atenda aos alunos aos sábados até o ho-
rem determinado recuo de construção. rário do meio-dia. Não é poder de polícia, uma vez
3) Imposição de denunciar determinada doença que não está fundado em vínculo geral.
contagiosa. c) Incide sobre liberdade e a propriedade.
4) Proibição de manutenção de certos animais na d) Está inserida no âmbito de atuação da função ad-
zona urbana. ministrativa – atuando em diversos setores: polí-
5) Proibição de promover determinada lavoura em cia edilícia; polícia sanitária; polícia de trânsito e
certa localidade. tráfego; polícia de diversões públicas; polícia de
6) Fixação de limite máximo de velocidade em cer- águas; polícia da atmosfera; polícia funerária etc.
ta rodovia. e) Atividade que se submete ao princípio da
7) Autorização para porte de arma de fogo. legalidade.
◼ Supremacia especial: situações que se funda- O STF, ao julgar a ADI 1.856, decidiu pela incons-
mentam em privilégios ou vínculos especiais da titucionalidade de lei fluminense que autorizava e
Administração Pública sobre os administrados. disciplinava o exercício do poder de polícia em com-
Normalmente são situações decorrentes de um petição entre “galos combatentes”.
estatuto ou contrato. O STF entendeu que essa prática afrontaria o art.
Exemplos: 225, caput e § 1º, VII, CF, que veda qualquer prática
1) Atos que impõem restrições ao servidor público capaz de submeter os animais à crueldade.
no sentido de obrigá-lo a trabalhar uniformizado. f) Os atributos do poder de polícia são:
2) Imposições atribuídas ao concessionário como ◼ Discricionariedade: em regra, os atos de polícia
decorrência do contrato de concessão de serviços são discricionários, ou seja, há juízo de conve-
públicos: obrigação de mencionar certos dizeres niência e oportunidade para sua prática. Alguns
no ônibus de transporte coletivo. atos de polícia, todavia, não são discricioná-
3) Ato de retirar invasores dos edifícios públicos e de rios – é o caso da licença para construir (que é
áreas públicas, tais como praças, ruas, estradas, ato vinculado).
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Observe que o ato de polícia é, em princípio, dis- poderia ocorrer em situações muito específicas,
cricionário, mas passará a ser vinculado se a norma como é o caso dos capitães de navio, que outorgariam
legal que o rege estabelecer o modo e forma de sua a particulares cometimentos tipicamente públicos
realização. Neste caso, a autoridade só poderá pra- relacionados à liberdade e à propriedade.
ticá-lo validamente atendendo a todas as exigên- Mas é possível delegação de atos materiais de
cias da lei ou regulamento pertinente (MEIRELLES, polícia ou de mera execução: v.g., empresa privada
2010, p. 139). pode realizar o serviço de executar a demolição de
◼ Autoexecutoriedade: em nome do princípio da uma obra clandestina. Porém, o decidir demolir a
eficiência e da supremacia do interesse público obra clandestina foi ato anterior e necessariamente
sobre o particular, os atos de polícia deverão ser emanado da autoridade administrativa.
realizados independentemente de autorização do
poder judiciário.
No RE 658.570, por seis votos a cinco, aos 6 de agosto
de 2015, o STF decidiu que as guardas municipais têm
Não confunda autoexecutoriedade das competência para fiscalizar o trânsito, lavrar auto de
sanções de polícia com punição sumária infração de trânsito e impor multas.
e sem defesa: só é possível a aplicação de
sanção sumariamente e sem defesa em
situações urgentes, capazes de colocar em 3.3.6. Poder regulamentar (ou normativo)
risco a segurança ou saúde pública (v.g.,
a interdição de um bar que está vendendo É poder que o chefe do executivo tem de comple-
coxinhas estragadas) ou quando se tratar mentar a lei (através de um ato normativo secundá-
de situação de flagrância. Em todos os rio) e, assim, garantir sua fiel execução (regulamento
demais casos é necessária a instauração de executivo ou de execução). Esse poder regulamentar
processo administrativo. pode ser exercido através de diversos atos de regu-
lamentação, por exemplo, decretos, regulamentos,
portarias, editais, circulares etc.
◼ Coercibilidade: atributo que aparece sempre que o
ato constituir obrigação para o a
dministrado. Esse O regulamento não é lei, embora a ela se assemelhe no
atributo justifica o emprego de força física sempre conteúdo e poder normativo. Nem toda lei depende de
que houver oposição por parte do infrator – mas regulamento para ser executada, mas toda e qualquer
desde que pautado nos princípios da proporciona- lei pode ser regulamentada se o executivo julgar conve-
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4.
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ATOS
ADMINISTRATIVOS
4.1. Introdução
Aprendi que a Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da
coragem não Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim
imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e de-
é a ausência clarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria
de medo, mas
(MEIRELLES, 2010, p. 153).
não sente
bado. Celso Antônio Bandeira de Mello (2007, p. 419) exemplifica com a
licença de habilitação para dirigir automóvel.
medo, mas Os atos simples podem ser singulares, quando há a vontade de apenas
uma autoridade, e colegiais, quando a decisão é tomada por Comissões
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4.3.3. Tipicidade
Vícios de forma
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1 É o que determina o art. 11 da Lei n. 9.784/99: A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a
que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
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relatórios oficiais; h) importem anulação, revogação, Todavia, se a Administração, mesmo não preci-
suspensão ou convalidação de ato administrativo. sando elencar os motivos da exoneração, o dis-
ser, esse motivo alegado passará a integrar o ato.
A motivação se relaciona à forma do ato administrati- O motivo alegado deve ser verdadeiro e existente,
vo e consiste na exposição formal do motivo. O motivo sob pena de comprometer a legalidade do ato (in-
é esse processo mental interno ao agente que pratica o cidência da Teoria dos Motivos Determinantes).
ato. A motivação consiste na exteriorização formal do Assim, se a Administração disser que está exone-
motivo, visando a propiciar o controle quanto à regula- rando o servidor para “reduzir despesas com folha
ridade do ato (JUSTEN FILHO, 2010, p. 339). de pagamento”, este será o motivo da exoneração.
Importante ressaltar que a decisão do STF, ao jul-
Assim, “a motivação é necessária para todo e gar o tema 763 na repercussão geral no RE 786.540,
qualquer ato administrativo, consoante já decidiu firmou a tese de que “1. Os servidores ocupantes de
o STF” (RDP 34:141). Hoje, com mais razão, essa cargo exclusivamente em comissão não se sub-
afirmação é de todo pertinente, pois a Constituição metem à regra da aposentadoria compulsória pre-
Federal exige que até as decisões administrativas dos vista no art. 40, § 1º, II, da Constituição Federal, a
Tribunais sejam motivadas (art. 93, X). Daí a correta qual atinge apenas os ocupantes de cargo de pro-
observação de Lúcia Valle Figueiredo (2004, p. 53): vimento efetivo, inexistindo, também, qualquer
“Ora, se, quando o Judiciário exerce função atípica idade limite para fins de nomeação a cargo em
– a administrativa – deve motivar, como conceber comissão; 2. Ressalvados impedimentos de ordem
o administrador desobrigado da mesma conduta?”. infraconstitucional, não há óbice constitucional a
Não obstante tem-se apregoado que a motivação só que o servidor efetivo aposentado compulsoria-
é obrigatória quando se trata de ato vinculado (casos mente permaneça no cargo comissionado que já
de dispensa de licitação) ou quando, em razão da lei desempenhava ou a que seja nomeado para cargo
ou da Constituição, ela for exigida. “Nesta última hi- de livre nomeação e exoneração, uma vez que não
pótese, não importa a natureza vinculada ou discri- se trata de continuidade ou criação de vínculo efe-
cionária do ato, ela é indispensável à sua legalidade” tivo com a Administração”.
(GASPARINI, 2009, p. 23-24).
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◼ Tredestinação legal: de acordo com o Decreto- b) O vício de forma consiste na omissão ou na obser-
lei n. 3.365/41, é possível a mudança de motivo vância incompleta ou irregular de formalidades
na desapropriação, sem que isso viole a teoria dos indispensáveis à existência ou seriedade do ato.
motivos determinantes, desde que mantida uma c) A ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado
razão de interesse público. Por exemplo, inicial- do ato importa em violação de lei, regulamento ou
mente desaproprio determinada área para a cons- outro ato normativo.
trução de uma escola pública. Em momento pos- d) A inexistência dos motivos se verifica quando a
terior, muda-se o motivo daquela desapropriação matéria de fato ou de direito, em que se funda-
e resolve-se fazer um hospital público. menta o ato, é materialmente inexistente ou juri-
dicamente inadequada ao resultado obtido.
4.4.5. Objeto ou conteúdo e) O desvio de finalidade se verifica quando o agen-
te pratica o ato visando a fim diverso daquele
Consiste em determinar qual o efeito jurídico
previsto, explícita ou implicitamente, na regra
imediato que o ato produz. Para que serve determi-
de competência.
nado ato? O objeto é o que se cria, modifica, extingue,
adquire, resguarda, transfere na ordem jurídica.
Os elementos do ato administrativo encon-
tram definição no art. 2º, parágrafo único, da Lei da 4.5. Extinção dos atos
Ação Popular: administrativos
a) A incompetência fica caracterizada quando o ato
não se incluir nas atribuições legais do agente que 1) Extinção do ato em razão do cumprimento de
o praticou. seus efeitos:
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5.
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ORGANIZAÇÃO DA
ADMINISTRAÇÃO
5.1. Administração direta
Não queira Integrando a organização político-administrativa da República
Queria apenas
público e regidos pela Constituição Federal.
À União compete:
ser melhor do
◼ Manter relações com Estados estrangeiros e participar de organiza-
ções internacionais.
ontem. Não ◼ Permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças es-
trangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
se compare. temporariamente.
Você é único
◼ Decretar o estado de sítio (art. 137, CF), o estado de defesa (art. 136,
CF) e a intervenção federal (art. 34, CF).
e especial
◼ Autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico (in-
clusive se houver danos decorrentes da manipulação de material bé-
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◼ Manter o serviço postal e o correio aéreo nacio- ◼ Planejar e promover a defesa permanente contra
nal (tema que inclusive foi objeto de análise pelo as calamidades públicas, especialmente as secas e
STF quando do julgamento da ADPF 46 – que fi- as inundações (quando em nome do princípio da
xou para as Empresas de Correios e Telégrafos – supremacia do interesse público sobre o do par-
que têm tratamento de Fazenda Pública – a exclu- ticular será possível intervenção do Estado na
sividade na prestação do serviço postal). propriedade particular com, v.g., o instituto da re-
◼ Explorar, diretamente ou mediante autorização, quisição administrativa do art. 5º, XXV, CF – que
concessão ou permissão, os serviços de teleco- será estudado oportunamente).
municações, nos termos da lei, que disporá sobre ◼ Instituir sistema nacional de gerenciamento de
a organização dos serviços, a criação de um órgão recursos hídricos e definir critérios de outorga de
regulador e outros aspectos institucionais. direitos de seu uso.
◼ Explorar, diretamente ou mediante autorização, ◼ Instituir diretrizes para desenvolvimento urbano,
concessão ou permissão: inclusive habitação, saneamento básico e trans-
a) Os serviços de radiodifusão sonora, e de sons portes urbanos.
◼ Estabelecer princípios e diretrizes para o Sistema
e imagens.
Nacional de Viação.
b) Os serviços e instalações de energia elétrica e o
◼ Executar serviços de polícia marítima, aeroportu-
aproveitamento energético dos cursos de água,
ária de fronteiras.
em articulação com os Estados onde se situam
◼ Explorar os serviços e instalações nucleares de
os potenciais hidroenergéticos.
qualquer natureza e exercer monopólio estatal
c) A navegação aérea, aeroespacial e a infraestru-
sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e re-
tura aeroportuária.
processamento, a industrialização e o comércio de
d) Os serviços de transporte ferroviário e aquavi-
minérios nucleares e seus derivados, atendidos os
ário entre portos brasileiros e fronteiras nacio-
seguintes princípios e condições:
nais, ou que transponham os limites de Estado
a) Toda atividade nuclear em território nacional
ou Território.
somente será admitida para fins pacíficos e
e) Os serviços de transporte rodoviário interesta-
mediante aprovação do Congresso Nacional.
dual e internacional de passageiros.
b) Sob regime de permissão, são autorizadas a
f) Os portos marítimos, fluviais e lacustres. comercialização e a utilização de radioisóto-
◼ Organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério pos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas
Público do Distrito Federal e dos Territórios e a e industriais.
Defensoria Pública dos Territórios. c) Sob regime de permissão, são autorizadas a
◼ Organizar e manter a polícia civil, a polícia mi- produção, comercialização e utilização de ra-
litar e o corpo de bombeiros militar do Distrito dioisótopos de meia-vida igual ou inferior a
Federal, bem como prestar assistência financei- duas horas.
ra ao Distrito Federal para a execução de serviços d) A responsabilidade civil por danos nuclea-
públicos, por meio de fundo próprio. res independe da existência de culpa (essa
◼ Organizar e manter os serviços oficiais de esta- responsabilidade é objetiva na modalidade
tística, geografia, geologia e cartografia de âm- risco integral).
bito nacional. ◼ Organizar, manter e executar a inspeção
◼ Exercer a classificação, para efeito indicativo, do trabalho.
de diversões públicas e de programas de rádio ◼ Estabelecer as áreas e as condições para o exer-
e televisão. cício da atividade de garimpagem, em forma
◼ Conceder anistia. associativa.
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Além dessas atribuições da União (art. 21), a sentido jurídico-administrativo, é atribuir a ou-
Constituição Federal (art. 23) trouxe também um trem poderes da Administração. O detentor dos po-
rol de competências comuns da União, dos Estados, deres da Administração é o Estado, pessoa única,
do Distrito Federal e dos Municípios: embora constituída dos vários órgãos que inte-
◼ Zelar pela guarda da Constituição, das leis e das gram sua estrutura.
instituições democráticas e conservar o patrimô- Despersonalizados, esses órgãos não agem em
nio público. nome próprio, mas no do Estado, de que são ins-
◼ Cuidar da saúde e assistência pública, da prote- trumentos indispensáveis ao exercício de suas
ção e garantia das pessoas portadoras de defi funções e atividades típicas. A descentralização
ciência (nesse sentido vide Estatuto das Pessoas administrativa pressupõe, portanto, a existên-
com Deficiência). cia de uma pessoa, distinta da do Estado, a qual,
◼ Proteger os documentos, as obras e outros bens investida dos necessários poderes de adminis-
de valor histórico, artístico e cultural, os monu- tração, exercita atividade pública ou de utilida-
mentos, as paisagens naturais notáveis e os sí- de pública. O ente descentralizado age por ou-
tios arqueológicos.
torga do serviço ou atividade, ou por delegação
◼ Impedir a evasão, a destruição e a descaracteri-
de sua execução, mas sempre em nome próprio”
zação de obras de arte e de outros bens de valor
(MEIRELLES, 2010, p. 784-785). Com a descen-
histórico, artístico ou cultural (vide art. 216, CF).
tralização ocorrerá a criação de uma nova pessoa
◼ Proporcionar os meios de acesso à cultura,
jurídica que “ajudará” na execução e prestação
à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e
dos serviços públicos.
à inovação.
◼ Desconcentração: “O fenômeno da distribuição
◼ Proteger o meio ambiente e combater a poluição
interna de plexos de competências decisórias,
em qualquer de suas formas.
agrupadas em unidades individualizadas, deno-
◼ Preservar as florestas, fauna e flora.
mina-se desconcentração. Tal desconcentração se
◼ Fomentar a produção agropecuária e organizar o
faz tanto em razão da matéria, isto é, do assun-
abastecimento alimentar.
to (por exemplo, Ministério da Justiça, da Saúde,
◼ Promover programas de construção de moradias e
da Educação etc.), como em razão do grau (hierar-
a melhoria das condições habitacionais e de sane-
amento básico. quia), ou seja, do nível de responsabilidade deci-
◼ Combater as causas da pobreza e os fatores de sória conferido aos distintos escalões que corres-
marginalização, promovendo a integração social ponderão aos diversos patamares de autoridade
dos setores desfavorecidos. (por exemplo, diretor de Departamento, diretor
◼ Registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de Divisão, chefe de Seção, encarregado de Setor).
de direitos de pesquisa e exploração de recursos Também se desconcentra com base em critério
hídricos e minerais em seus territórios. territorial ou geográfico (por exemplo, delegacia
◼ Estabelecer e implantar política de educação para regional da Saúde em São Paulo, Minas Gerais, Rio
a segurança do trânsito. de Janeiro etc.). A aludida distribuição de com-
petências não prejudica a unidade monolítica do
5.1.1. Descentralização versus Estado, pois todos os órgãos e agentes permane-
desconcentração cem ligados por um sólido vínculo denominado
hierarquia” (BANDEIRA DE MELLO, 2007, p. 150).
◼ Descentralização: “Descentralizar, em senti- Na desconcentração não há criação de nova pes-
do comum, é afastar do centro; descentralizar, em soa jurídica.
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As características principais das agências direito privado? Qual a interpretação que a doutrina
reguladoras: faz desse dispositivo?
a) Autonomia de seus dirigentes: que são nomeados Para a doutrina administrativista, se essa expres-
por ato complexo (aquele em que existe mais de são fundação for entendida como fundação pública
uma manifestação de vontade expedida por agen- de direito público, seu regime será muito semelhan-
tes em patamar de igualdade, porém em órgãos te ao das autarquias, e, portanto deverá ser concei-
diferentes): Presidente da República nomeia, mas tuada como autarquia fundacional – e então lei será
sob aprovação do Senado Federal. responsável por sua criação (lei cria autarquia e lei
b) Autonomia normativa: que traz a ideia de disci- cria autarquia fundacional – que é a fundação pública
plinar e normatizar (através de normas técnicas e de direito público).
específicas relacionadas à área de atuação) as ati- Mas, se a expressão fundação foi entendida como
vidades a que estão submetidas. fundação pública de direito privado, seu regime será
c) Autonomia gerencial, orçamentária e financei- muito semelhante ao das empresas públicas e so-
ra: que demonstra que estas entidades têm re- ciedades de economia mista e, portanto, deverá ser
cursos próprios. classificada como fundação governamental – tendo,
d) Nos dizeres da Súmula Vinculante 27, compete à assim, sua criação autorizada por lei.
Justiça Estadual julgar causas entre consumidor A lei cria autarquia e fundação pública de direi-
e concessionária de serviço público de telefonia, to público (autarquias fundacionais) e lei autoriza a
quando a Anatel não seja litisconsorte passiva ne- criação de empresas públicas, sociedade de economia
cessária, assistente nem opoente. mista e fundações públicas de direito privado (fun-
dações governamentais).
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Art. 3° do Decreto n. 9.507, de 21 de setembro de 2018 Art. 4° do Decreto n. 9.507, de 21 de setembro de 2018
Não serão objeto de execução indireta na Nas empresas públicas e nas sociedades de economia
administração pública federal direta, autárquica e mista controladas pela União, não serão objeto de
fundacional, os serviços: execução indireta os serviços que demandem a utilização,
I − que envolvam a tomada de decisão ou posicionamento pela contratada, de profissionais com atribuições inerentes
institucional nas áreas de planejamento, coordenação, às dos cargos integrantes de seus Planos de Cargos e
supervisão e controle; Salários, exceto se contrariar os princípios administrativos
II − que sejam considerados estratégicos para o órgão ou da eficiência, da economicidade e da razoabilidade,
a entidade, cuja terceirização possa colocar em risco o tais como na ocorrência de, ao menos, uma das
controle de processos e de conhecimentos e tecnologias; seguintes hipóteses:
III − que estejam relacionados ao poder de polícia, de I − caráter temporário do serviço;
regulação, de outorga de serviços públicos e de aplicação II − incremento temporário do volume de serviços;
de sanção; e III − atualização de tecnologia ou especialização de
IV − que sejam inerentes às categorias funcionais serviço, quando for mais atual e segura, que reduzem o
abrangidas pelo plano de cargos do órgão ou da entidade, custo ou for menos prejudicial ao meio ambiente; ou
exceto disposição legal em contrário ou quando se tratar IV − impossibilidade de competir no mercado
de cargo extinto, total ou parcialmente, no âmbito do concorrencial em que se insere.
quadro geral de pessoal.
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6.
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TERCEIRO SETOR
6.1. Organizações sociais
Organização social é uma associação civil sem fim lucrativo ou fundação que,
em virtude do preenchimento de certos requisitos legais, é submetida a um
Você perde
regime jurídico especial, que contempla benefícios especiais do Estado para
a execução de determinadas atividades de interesse coletivo (JUSTEN FILHO,
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ao seu objeto social e do Ministro de Estado da à supervisão do Ministério em cuja área de atua-
Administração Federal e Reforma do Estado etc. ção exerçam competência (art. 183 do Decreto-lei
g) Celebram com o Poder Público contrato de gestão n. 200/67).
– elaborado de comum acordo entre o órgão ou e) Art. 183 do Decreto-lei n. 200/67: “as entidades e
entidade supervisora e a organização social, com organizações em geral, dotadas de personalidade
discriminação das atribuições, responsabilidades jurídica de direito privado, que recebem contri-
e obrigações do Poder Público e da organização buições parafiscais e prestam serviços de interes-
social (art. 6º da Lei n. 9.637/98). se público ou social, estão sujeitas à fiscalização
h) O contrato de gestão deve ser submetido, após do Estado nos termos e condições estabelecidos
aprovação pelo Conselho de Administração da na legislação pertinente a cada uma”.
entidade, ao Ministro de Estado ou autorida- f) Não podem alvitrar fins lucrativos, portanto, são
de supervisora da área correspondente à ativi- entidades de caráter não econômico.
dade fomentada (art. 6º, parágrafo único, Lei g) Estão obrigadas a realizar licitação antes de suas
n. 9.637/98). contratações. O TCU também entendia nesse sen-
i) Para as organizações sociais poderão ser destina- tido, todavia mudou seu entendimento (com fun-
dos recursos orçamentários e bens públicos ne- damento no art. 22, XXVII, CF), excluindo essas
cessários ao cumprimento do contrato de gestão entidades da incidência da Lei n. 8.666/93.
(art. 12, Lei n. 9.637/98). h) Em setembro de 2014, o STF, ao julgar o RE
789.874, sustentou que as entidades que com-
põem os serviços sociais autônomos, por possu-
6.2. Serviços sociais autônomos írem natureza jurídica de direito privado e não
integrarem a administração indireta, não estão
Os serviços sociais autônomos são entes paraestatais, or- sujeitas à regra prevista no art. 37, II, CF, mesmo
ganizados para fins de amparo, de educação ou de as- que desempenhem atividades de interesse pú-
sistência social, comunitária ou restrita a determina-
blico em cooperação com Estado. Portanto, en-
das categorias profissionais, com patrimônio e renda
tidade do “Sistema S” não está obrigada a rea-
próprios, que, no caso da União, pode ser auferida por
lizar concurso para contratação de pessoal. Por
contribuições parafiscais, tudo obedecendo a parâmetros
constitutivos instituídos por lei, que lhes confere dele-
exemplo, Sesi (Serviço Social da Indústria), Sesc
gação legal no campo do ordenamento social e do fo- (Serviço Social do Comércio); Senai (Serviço
mento público (MOREIRA NETO, 2014, p. 359). Nacional de Aprendizagem Industrial) e Senac
(Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial);
São características dos Serviços Sociais Autônomos: Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
a) São pessoas jurídicas de direito privado. Pequenas Empresas).
b) São entidades que cooperam com o Poder Público
e que não integram a Administração Pública STF – Súmula 516
Indireta. O Serviço Social da Indústria – SESI – está
c) Prestam serviços de utilidade pública, benefician- sujeito à jurisdição da Justiça Estadual.
do determinados grupos sociais ou profissionais.
d) Recebem contribuições parafiscais, “recolhidas i) A Medida Provisória n. 850, de 10 de setembro de
compulsoriamente pelos contribuintes que as di- 2018, autorizou o Poder Executivo Federal a ins-
versas leis estabelecem, para enfrentarem os cus- tituir a Agência Brasileira de Museus − Abram,
tos decorrentes de seu desempenho, sendo vin- serviço social autônomo, na forma de pessoa ju-
culados aos objetivos da entidade” (CARVALHO rídica de direito privado sem fins lucrativos, de
FILHO, 2016, p. 636) – e, assim, estão vinculados interesse coletivo e de utilidade pública, com a
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finalidade de gerir instituições museológicas e paz, da cidadania, dos direitos humanos, da de-
seus acervos e promover o desenvolvimento do mocracia e de outros valores universais; estudos
setor cultural e museal. e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias al-
Diversos são os objetivos da Abram – que podem ternativas, produção e divulgação de informações
ser conferidos no parágrafo único do art. 1º da referi- e conhecimentos técnicos e científicos relaciona-
da Medida Provisória. das às atividades aqui listadas; estudos e pesqui-
Ainda, três são os órgãos da Abram: I − Conselho sas para o desenvolvimento, a disponibilização e a
Deliberativo; II – Diretoria Executiva; III – Conselho implementação de tecnologias voltadas à mobili-
Fiscal. dade de pessoas, por qualquer meio de transporte.
A Abram firmará contrato de gestão com o Poder d) Não integram nem a Administração Pública Direta
Executivo Federal para execução das finalidades de nem a Indireta.
que trata na referida Medida Provisória. e) Não tem fins lucrativos, ou seja, não distribui,
entre os seus sócios ou associados, conselheiros,
diretores, empregados ou doadores, eventuais
excedentes operacionais, brutos ou líquidos, di-
6.3. Organizações da sociedade civil
videndos, bonificações, participações ou parcelas
de interesse público do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício
de suas atividades, e que os aplica integralmente
São características das organizações da sociedade na consecução do respectivo objeto social.
civil de interesse público: f) Não podem receber o qualificativo de organi-
a) Regidas pela Lei n. 9.790/99. zações da sociedade civil de interesse público as
b) Têm personalidade jurídica de direito privado que seguintes entidades: as sociedades comerciais;
tenham sido constituídas e se encontrem em fun- os sindicatos, as associações de classe ou de re-
cionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos presentação de categoria profissional; as institui-
e desde que os respectivos objetivos sociais e nor- ções religiosas ou voltadas para a disseminação
mas estatutárias atendam aos requisitos instituí- de credos, cultos, práticas e visões devocionais e
dos pela Lei n. 9.790/99. confessionais; as organizações partidárias e as-
c) Seus objetivos sociais devem ter ao menos uma semelhadas, inclusive suas fundações; as entida-
das seguintes finalidades: promoção da assistên- des de benefício mútuo destinadas a proporcionar
cia social; promoção da cultura, defesa e conser- bens ou serviços a um círculo restrito de associa-
vação do patrimônio histórico e artístico; promo- dos ou sócios; as entidades e empresas que co-
ção gratuita da educação, observando-se a forma mercializam planos de saúde e assemelhados; as
complementar de participação das organizações instituições hospitalares privadas não gratuitas e
de que trata esta Lei; promoção gratuita da saúde; suas mantenedoras; as escolas privadas dedicadas
promoção da segurança alimentar e nutricional; ao ensino formal não gratuito e suas mantenedo-
defesa, preservação e conservação do meio am- ras; as organizações sociais; as cooperativas; as
biente e promoção do desenvolvimento susten- fundações públicas; as fundações, sociedades ci-
tável; promoção do voluntariado; promoção do vis ou associações de direito privado criadas por
desenvolvimento econômico e social e combate à órgão público ou por fundações públicas; as orga-
pobreza; experimentação, não lucrativa, de novos nizações creditícias que tenham quaisquer tipos
modelos socioprodutivos e de sistemas alterna- de vinculação com o sistema financeiro nacional a
tivos de produção, comércio, emprego e crédito; que se refere o art. 192, CF.
promoção de direitos estabelecidos, construção g) Para formação do vínculo de cooperação, firmam
de novos direitos e assessoria jurídica gratuita com o Poder Público o Termo de Parceria – nos
de interesse suplementar; promoção da ética, da termos do art. 9º da Lei n. 9.790/99 – que conterá
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ESPÉCIE 3
6.4. Lei n. 13.019/2014
as organizações religiosas que se dediquem a ativida-
6.4.1. Introdução des ou a projetos de interesse público e de cunho social
distintas das destinadas a fins exclusivamente religio-
A Lei n. 13.019, de 31 de julho de 2014, institui nor- sos; (Incluído pela Lei n. 13.204/2015)
mas gerais para as parcerias entre a Administração
Pública e Organizações da Sociedade Civil, em re-
gime de mútua cooperação, para a consecução de b) Administração Pública: União, Estados, Distrito
finalidades de interesse público e recíproco. Isso é Federal, Municípios e respectivas autarquias, fun-
efetivado mediante a execução de atividades ou de dações, empresas públicas e sociedades de econo-
projetos previamente estabelecidos em planos de mia mista prestadoras de serviço público, e suas
trabalho inseridos em a) termos de colaboração; subsidiárias, alcançadas pelo disposto no § 9º do
b) termos de fomento; ou c) acordos de cooperação. art. 37 da CF;
Foi a Lei n. 13.204/2015 que fixou essas situações. c) Parceria: conjunto de direitos, responsabilidades
e obrigações decorrentes de relação jurídica es-
6.4.2. Conceituações importantes tabelecida formalmente entre a Administração
Pública e Organizações da Sociedade Civil, em
a) Organização da Sociedade Civil; regime de mútua cooperação, para a consecução
de finalidades de interesse público e recíproco,
mediante a execução de atividade ou de projeto
ESPÉCIE 1 expressos em termos de colaboração, em termos
entidade privada sem fins lucrativos que não distribua de fomento ou em acordos de cooperação;
entre os seus sócios ou associados, conselheiros, di- d) Atividade: conjunto de operações que se realizam
retores, empregados, doadores ou terceiros eventuais de modo contínuo ou permanente, das quais resul-
resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou ta um produto ou serviço necessário à satisfação
líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza, de interesses compartilhados pela administração
participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos pública e pela organização da sociedade civil;
mediante o exercício de suas atividades, e que os apli- e) Projeto: conjunto de operações, limitadas no
que integralmente na consecução do respectivo objeto tempo, das quais resulta um produto destinado
social, de forma imediata ou por meio da constituição à satisfação de interesses compartilhados pela
de fundo patrimonial ou fundo de reserva; (Incluído
Administração Pública e pela Organização da
pela Lei n. 13.204/2015)
Sociedade Civil;
ESPÉCIE 2 f) Dirigente: pessoa que detenha poderes de ad-
ministração, gestão ou controle da organização
as sociedades cooperativas previstas na Lei n. 9.867,
da sociedade civil, habilitada a assinar termo
de 10 de novembro de 1999; as integradas por pessoas
de colaboração, termo de fomento ou acordo de
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cooperação com a Administração Pública para a de interesse público e recíproco que não envol-
consecução de finalidades de interesse público e vam a transferência de recursos financeiros;
recíproco, ainda que delegue essa competência l) Conselho de Política Pública: órgão criado pelo
a terceiros; Poder Público para atuar como instância consulti-
g) Administrador Público: agente público revesti- va, na respectiva área de atuação, na formulação,
do de competência para assinar termo de cola- implementação, acompanhamento, monitora-
boração, termo de fomento ou acordo de coope- mento e avaliação de políticas públicas;
ração com organização da sociedade civil para a m) Comissão de Seleção: órgão colegiado destina-
consecução de finalidades de interesse público e do a processar e julgar chamamentos públicos,
recíproco, ainda que delegue essa competência constituído por ato publicado em meio oficial de
a terceiros; comunicação, assegurada a participação de pelo
h) Gestor: agente público responsável pela gestão menos um servidor ocupante de cargo efetivo ou
de parceria celebrada por meio de termo de cola- emprego permanente do quadro de pessoal da
boração ou termo de fomento, designado por ato Administração Pública;
publicado em meio oficial de comunicação, com n) Comissão de Monitoramento e Avaliação: órgão
poderes de controle e fiscalização; colegiado destinado a monitorar e avaliar as par-
i) Termo de Colaboração: instrumento por meio do cerias celebradas com organizações da sociedade
qual são formalizadas as parcerias estabelecidas civil mediante termo de colaboração ou termo de
pela Administração Pública com Organizações da fomento, constituído por ato publicado em meio
Sociedade Civil para a consecução de finalidades oficial de comunicação, assegurada a participação
de interesse público e recíproco propostas pela de pelo menos um servidor ocupante de cargo efe-
Administração Pública que envolvam a transfe- tivo ou emprego permanente do quadro de pessoal
rência de recursos financeiros. da Administração Pública;
O termo de colaboração deve ser adotado pela o) Chamamento Público: procedimento destinado
Administração Pública para consecução de planos a selecionar Organização da Sociedade Civil para
de trabalho de sua iniciativa, para celebração de firmar parceria por meio de termo de colaboração
parcerias com Organizações da Sociedade Civil que ou de fomento, no qual se garanta a observân-
envolvam a transferência de recursos financeiros; cia dos princípios da isonomia, da legalidade, da
j) Termo de Fomento: instrumento por meio do impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
qual são formalizadas as parcerias estabelecidas publicidade, da probidade administrativa, da vin-
pela Administração Pública com Organizações da culação ao instrumento convocatório, do julga-
Sociedade Civil para a consecução de finalidades mento objetivo e dos que lhes são correlatos.
de interesse público e recíproco propostas pelas A Administração Pública deverá adotar proce-
Organizações da Sociedade Civil, que envolvam a dimentos claros, objetivos e simplificados que
transferência de recursos financeiros. orientem os interessados e facilitem o acesso di-
O termo de fomento deve ser adotado pela reto aos seus órgãos e instâncias decisórias, inde-
Administração Pública para consecução de pla- pendentemente da modalidade de parceria pre-
nos de trabalho propostos por Organizações da vista na Lei n. 13.019/2014;
Sociedade Civil que envolvam a transferência de p) Bens Remanescentes: os de natureza permanente
recursos financeiros; adquiridos com recursos financeiros envolvidos
k) Acordo de Cooperação: instrumento por meio do na parceria, necessários à consecução do objeto,
qual são formalizadas as parcerias estabelecidas mas que a ele não se incorporam;
pela Administração Pública com Organizações da q) Prestação de Contas: procedimento em que se
Sociedade Civil para a consecução de finalidades analisa e se avalia a execução da parceria, pelo
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qual seja possível verificar o cumprimento do ob- c) a apreciação das contas estiver pendente de
jeto da parceria e o alcance das metas e dos resul- decisão sobre recurso com efeito suspensivo;
tados previstos, compreendendo duas fases: q.1) d) tiver sido punida com uma das seguintes san-
apresentação das contas, de responsabilidade da ções, pelo período que durar a penalidade: d.1)
organização da sociedade civil; q.2) análise e ma- suspensão de participação em licitação e im-
nifestação conclusiva das contas, de responsabi- pedimento de contratar com a Administração;
lidade da administração pública, sem prejuízo da d.2) declaração de inidoneidade para licitar
atuação dos órgãos de controle. ou contratar com a Administração Pública;
d.3) a prevista no inciso II do art. 73 da Lei
6.4.3. Vedações n. 13.019/2014; d.4) a prevista no inciso III do
art. 73 da Lei n. 13.019/2014;
Ficará impedida de celebrar qualquer modali- e) tiver tido contas de parceria julgadas irregula-
dade de parceria prevista na Lei n. 13.019/2014 a res ou rejeitadas por Tribunal ou Conselho de
Organização da Sociedade Civil que: Contas de qualquer esfera da Federação, em
◼ não esteja regularmente constituída ou, se es- decisão irrecorrível, nos últimos 8 (oito) anos;
trangeira, não esteja autorizada a funcionar no f) tiver entre seus dirigentes pessoa: f.1) cujas
território nacional; contas relativas a parcerias tenham sido jul-
◼ esteja omissa no dever de prestar contas de parce- gadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal
ria anteriormente celebrada; ou Conselho de Contas de qualquer esfera da
◼ tenha como dirigente membro de Poder ou do Federação, em decisão irrecorrível, nos úl-
Ministério Público, ou dirigente de órgão ou en- timos 8 (oito) anos; f.2) julgada responsável
tidade da administração pública da mesma esfera por falta grave e inabilitada para o exercício
governamental na qual será celebrado o termo de de cargo em comissão ou função de confiança,
colaboração ou de fomento, estendendo-se a ve- enquanto durar a inabilitação; f.3) considerada
dação aos respectivos cônjuges ou companheiros, responsável por ato de improbidade, enquan-
bem como parentes em linha reta, colateral ou por to durarem os prazos estabelecidos nos inci-
afinidade, até o segundo grau; sos I, II e III do art. 12 da Lei de Improbidade
◼ tenha tido as contas rejeitadas pela Administração Administrativa.
Pública nos últimos cinco anos, exceto se: Importante: é vedada a celebração de parcerias
a) sanada a irregularidade que motivou a re- previstas nesta Lei que tenham por objeto, en-
jeição e quitados os débitos eventualmente volvam ou incluam, direta ou indiretamente,
imputados; delegação das funções de regulação, de fisca-
b) for reconsiderada ou revista a decisão pela lização, de exercício do poder de polícia ou de
rejeição; outras atividades exclusivas de Estado.
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7.
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RESPONSABILIDADE
CIVIL DO ESTADO
7.1. Introdução
Um dia você Entende-se por responsabilidade patrimonial extracontratual do Estado a
vai acordar e obrigação que lhe incumbe de reparar economicamente os danos lesivos à
esfera juridicamente garantida de outrem e que lhe sejam imputáveis em de-
sempre quis.
tiva na modalidade risco administrativo.
Faça-as agora." Teoria do risco administrativo – A teoria do risco administrativo faz surgir
a obrigação de indenizar o dano do só ato lesivo e injusto causado à vítima
pela Administração. Não se exige qualquer falta do serviço público, nem culpa
Paulo Coelho de seus agentes. Basta a lesão, sem o concurso do lesado. Na teoria da culpa
administrativa exige-se a falta do serviço; na teoria do risco administrativo
exige-se, apenas, o fato do serviço. Naquela, a culpa é presumida da falta ad-
ministrativa; nesta, é inferida do fato lesivo da Administração (MEIRELLES,
2010, p. 682).
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b) Se o Estado praticar atos lícitos e mesmo assim Neste caso, o Estado só responderá se ficar confi-
causar danos ao particular, com fundamento no gurada sua culpa” (ROSSI, 2016, p. 281).
princípio da distribuição igualitária dos ônus e
encargos a que estão sujeitos os administrados,
deverá indenizar o administrado. 7.5. Teoria do risco integral
A teoria do risco integral é vertente mais radical
7.3. Sujeitos da responsabilidade da responsabilidade objetiva e somente é utilizada
do Estado em nosso ordenamento jurídico nos casos de: a) da-
nos decorrentes de manipulação de material bélico;
Nos termos do art. 37, § 6º, CF as pessoas jurídi- b) danos nucleares; c) danos ambientais; d) atos ter-
cas de direito público (v.g., União, Estados, Distrito roristas em aeronaves.
Federal, Municípios, Autarquias, Fundações Públicas
de Direito Público) e as de direito privado presta-
doras de serviços públicos (v.g., concessionários de 7.6. Responsabilidade civil do
serviços públicos, empresas públicas e sociedades Estado em casos de omissão
de economia mista prestadoras de serviços públicos)
responderão pelos danos que seus agentes, nessa Só haverá a responsabilidade do Estado por omis-
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito são (caso em que será considerada subjetiva) se no
de regresso contra o responsável nos casos de dolo caso concreto estiverem presentes os seguintes ele-
ou culpa. mentos: a) conduta estatal omissa (porque houve
As pessoas jurídicas de direito privado, quando comportamento aquém dos padrões legais por parte
prestadoras de serviços públicos, responderão obje- do Estado); b) dano; c) nexo causal entre a conduta
tivamente pelos danos causados tanto aos usuários omissa e o dano; d) faute du service, ou seja, no caso
quanto aos não usuários de serviços públicos – deci- ou o serviço não funcionou ou funcionou mal ou fun-
são do STF no RE 591.874. cionou atrasado – tudo isso por dolo ou culpa por
parte do Estado; e e) se o Estado tivesse atuado e fos-
se possível atuar, o dano teria sido evitado (princípio
7.4. Exclusão da da reserva do possível).
responsabilidade estatal
Não haverá responsabilidade do Estado, justa- 7.7. Responsabilidade do Estado
mente por não ser possível demonstração do nexo por atos legislativos e judiciais
causal entre a conduta do Estado e o dano causado,
nos principais casos: a) Atos legislativos: em regra não haverá para o
a) Culpa exclusiva da vítima: ocorre quando a víti- Estado responsabilidade decorrente de atos le-
ma deu causa ao evento danoso e se atirou sobre gislativos, exceto se houver lei declarada incons-
as rodas do carro do INSS (que é uma autarquia). titucional (ou em controle difuso ou em contro-
b) Caso fortuito ou força maior. le concentrado) causadora de dano ao particular
c) Ato de terceiro: “ocorre nas hipóteses em que o – por se tratar de atuação indevida por parte do
prejuízo pode ser atribuído a pessoa estranha aos Poder Legislativo.
quadros da Administração Pública (como é o caso b) Atos judiciais: haverá a responsabilidade do
de prejuízos decorrentes de atos de multidão). Estado no caso de erro judiciário conforme
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estabelecido no art. 5º, LXXV, CF: “o Estado in- O STF ao julgar o RE 580.252 (tema 365)
denizará o condenado por erro judiciário, assim fixou a tese de que “considerando que é
como o que ficar preso além do tempo fixado na dever do Estado, imposto pelo sistema
sentença” ou em se tratando de condutas mani- normativo, manter em seus presídios
festamente dolosas por parte do magistrado (nos padrões mínimos de humanidade
termos do art. 143 do CPC/2015). previstos no ordenamento jurídico, é de
sua responsabilidade, nos termos do art.
37, § 6º, da CF, a obrigação de ressarcir os
7.8. Jurisprudência sobre danos, inclusive morais, comprovadamente
causados a detentos em decorrência da
responsabilidade civil do Estado falta ou insuficiência das condições legais
de encarceramento”.
Em 4 de abril de 2016, o STF decidiu que a mor-
te de detento em estabelecimento penitenciário O tema em questão envolve, entre outros,
gera responsabilidade civil do Estado quando hou- a análise do art. 37, § 6º; art. 5º, III; art. 5º,
ver inobservância do seu dever específico de pro- X; art. 5º, XLIX, todos da CF, além do art. 1º
teção (RE 841.526). A tese fixada tem a seguinte da Lei de Execução Penal.
redação: “em caso de inobservância do seu dever
específico de proteção previsto no art. 5º, XLIX, da
Constituição Federal, o Estado é responsável pela
morte de detento”.
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8.
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SERVIÇOS
PÚBLICOS E
CONCESSÃO
A reputação
de mil anos
DE SERVIÇOS
pode ser PÚBLICOS
determinada
pelo 8.1. Introdução
comportamento Serviço público é a atividade material que o Estado assume como pertinente a
de uma
seus deveres em face da coletividade para satisfação de necessidades ou utili-
dades públicas singularmente fruíveis pelos administrados cujo desempenho
única hora."
entende que deva se efetuar sob a égide de um regime jurídico outorgador de
prerrogativas capazes de assegurar a preponderância do interesse residente
no serviço e de imposições necessárias para protegê-lo contra condutas co-
Provérbio Japonês missivas ou omissivas de terceiros ou dele próprio gravosas a direitos ou in-
teresses dos administrados em geral e dos usuários do serviço em particular
(BANDEIRA DE MELLO, 2010, p. 282).
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d) princípio da atualidade; e) princípio da generali- a) Serviços delegáveis: são aqueles em que o ordena-
dade; f) princípio da cortesia na sua prestação; e g) mento jurídico possibilita a transferência de sua
modicidade das tarifas (nesse sentido vide art. 6º da prestação, ou seja, ou são executados diretamente
Lei n. 8.987/95). pelo próprio Estado, ou por outra entidade – via
O princípio da segurança estabelece que os servi- delegação. Por exemplo, serviço de energia elétri-
ços públicos não podem, durante sua prestação, co- ca, telefonia etc.
locar em risco a segurança dos usuários. Devem ser b) Serviços indelegáveis: são os que só podem ser
prestados de maneira cuidadosa para que dano al- prestados pelo Estado – de forma direta – através
gum aconteça aos usuários. de seus próprios órgão ou agentes. É o caso do ser-
O princípio da atualidade compreende a moderni- viço de defesa nacional.
dade das técnicas, do equipamento e das instalações c) Serviços coletivos (uti universi): “são aqueles
e a sua conservação, bem como a melhoria e expan- prestados a grupamentos indeterminados de in-
são do serviço. divíduos, de acordo com as opções e prioridades
A modicidade das tarifas impõe a fixação de pre- da Administração, e em conformidade com os re-
ços acessíveis aos usuários. “Destarte, em um país cursos de que disponha. São exemplos os serviços
como o Brasil, no qual a esmagadora maioria do povo de pavimentação de ruas, de iluminação pública,
vive em estado de pobreza ou miserabilidade, é ób- de implantação do serviços de abastecimento de
vio que o serviço público, para cumprir sua função água, de prevenção de doenças e outros do gêne-
jurídica natural, terá de ser remunerado por valores ro” (CARVALHO FILHO, 2016, p. 414-415).
baixos, muitas vezes subsidiados. Tal circunstância d) Serviços singulares (uti singuli): “preordenam-
– que não ocorre em países desenvolvidos – dificulta -se a destinatários individualizados, sendo men-
ou impossibilita a obtenção de resultados bem-suce- surável a utilização por cada um dos indivíduos.
didos com o impropriamente chamado movimento Exemplos desses serviços são os de energia domi-
das ‘privatizações’, isto é, da concessão de tais servi- ciliar ou de uso de linha telefônica” (CARVALHO
ços a terceiros para que os explorem com evidentes e FILHO, 2016, p. 415).
naturais objetivos de lucro” (BANDEIRA DE MELLO, e) Serviços que o Estado tem obrigação de promover,
2007, p. 667)2. e o particular, por determinação constitucional,
E, por fim, o princípio da cortesia estabelece que, também tem sua titularidade, é o caso do serviço
aquele incumbido da prestação do serviço deve- de saúde e de educação.
rá fazê-lo de forma cortês, educada, com respeito f) Serviços que pelas características intrínsecas
ao usuário. é conveniente sejam prestados por particula-
Os demais princípios já foram estudados em capí- res (até mesmo como forma de garantia do mo-
tulo anterior. delo de Estado Democrático) – é o caso do ser-
Várias são as possíveis categorias de serviços pú- viço de rádio e televisão previsto no art. 222 da
blicos. Vejamos algumas: Constituição Federal.
2 Em abono dessas concessões, alega-se, muitas vezes, que o Estado é mau prestador de serviços, ao contrário do
particular. Esquece-se, entretanto, de atentar para o fato de que o Estado é muito pior fiscalizador ou “controlador” do
que prestador de serviços. Assim, dando em concessão ou permissão um bem, pode-se imaginar que os interesses do
público em geral serão facilmente postergados sem que o Poder Público os defenda como teria de fazê-lo. Bem por isso,
os serviços públicos, depois de concedidos, tornaram-se muito mais caros do que ao tempo em que o Estado os prestava
por meio de empresas estatais, e sua qualidade, ao menos em alguns setores, decaiu visivelmente.
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8.7. Autorização de
serviços públicos
Os autorizados de serviços públicos são entes privados,
executores de administração associada de interesses
públicos de natureza econômica por parceria, instru-
mentada por ato administrativo que delega precaria-
mente a um particular a execução de certos serviços
públicos em caráter instável, emergente ou transitório
(CARVALHO FILHO, 2016, p. 525).
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AGENTES PÚBLICOS
É comum entre todos os agentes públicos o fato de todos eles se-
rem, embora muitas vezes apenas em alguns aspectos das respectivas
atividades, agentes que exprimem um poder estatal, munidos de uma
autoridade que só podem exercer por lhes haver o Estado emprestado
O essencial é
sua força jurídica, exigindo ou consentindo-lhes o uso, para satisfação
de fins públicos. Em suma, é o exercício do poder estatal (GASPARINI,
olhos, só se
9.1. Acessibilidade
vê bem com
o coração."
A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma pre-
Antoine de
vista em lei.
Saint-Exupéry
Baseia-se o concurso em três postulados fundamentais. O primeiro é o prin-
cípio da igualdade, pelo qual se permite que todos os interessados em ingres-
sar no serviço público disputem a vaga em condições idênticas para todos.
Depois, o princípio da moralidade administrativa, indicativo de que o concurso
veda favorecimentos e perseguições pessoais, bem como situações de nepo-
tismo, em ordem a demonstrar que o real escopo da Administração é o de
selecionar os melhores candidatos. Por fim, o princípio da competição, que
significa que os candidatos participam de um certame, procurando alçar-se
a classificação que os coloque em condições de ingressar no serviço público
(CAETANO, 1991, v. 2, p. 638; CARVALHO FILHO, 2010, p. 574).
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◼ Se a aprovação ocorrer dentro do número de vagas selecionar apenas os candidatos mais bem classi-
dentro do edital. ficados para prosseguir no certame”.
◼ Se houver preterição na nomeação por não obser- j) O STF, ao julgar o tema 838 de repercussão ge-
vância da ordem de classificação. ral no RE 898.450, firmou a tese de que “editais
◼ Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo de concurso público não podem estabelecer res-
concurso durante a validade do certame anterior, trições a pessoas com tatuagem, salvo situações
e ocorrer a preterição de candidatos de forma ar- excepcionais em razão de conteúdo que viole va-
bitrária e imotivada por parte da administração lores constitucionais”.
nos termos acima. k) O STF, ao julgar o tema 569 de repercussão geral
e) Em 27 de abril de 2015, o STF (RE 632.853) decidiu no RE 789.874, firmou a tese de que “os serviços
que os critérios adotados por banca examinado- sociais autônomos integrantes do denominado
ra de concurso não podem ser revistos pelo Poder Sistema ‘S’ não estão submetidos à exigência de
Judiciário. Apenas em casos de flagrante ilegali- concurso público para contratação de pessoal, nos
dade ou inconstitucionalidade que o Judiciário moldes do art. 37, II, da Constituição Federal”.
poderá ingressar no mérito administrativo para l) A Lei n. 13.656, de 30 de abril de 2018, isenta
rever critérios de correção e de avaliação impostos do pagamento de taxa de inscrição em concur-
pela banca examinadora. sos públicos para provimento de cargo efetivo ou
f) O STF decidiu, ao julgar o RE 705.140, com re- emprego permanente em órgãos ou entidades da
percussão geral (tema 308), que contratação pela administração pública direta e indireta de qual-
Administração Pública sem realização de concur- quer dos Poderes da União: a) os candidatos que
so público é nula (não gerando efeitos jurídicos pertençam a família inscrita no Cadastro Único
válidos) a não ser o direito à percepção dos salá- para Programas Sociais (CadÚnico), do Governo
rios em razão do período trabalhado e o levanta- Federal, cuja renda familiar mensal per capita seja
mento do FGTS. inferior ou igual a meio salário-mínimo nacional;
g) O STF, ao julgar o tema 671 de repercussão geral b) os candidatos doadores de medula óssea em
no RE 724.347, firmou a tese de que “na hipótese entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde.
de posse em cargo público determinada por deci- m) Em 24 de setembro de 2018, o STF reafirmou sua
são judicial, o servidor não faz jus a indenização, jurisprudência no sentido de que, caso o exame
sob fundamento de que deveria ter sido investido psicotécnico previsto em lei e em edital de con-
em momento anterior, salvo situação de arbitra- curso seja considerado nulo, o candidato só po-
riedade flagrante”. derá prosseguir no certame após a realização de
h) O STF, ao julgar o tema 335 de repercussão geral nova avaliação com critérios objetivos. O tema
no RE 630.733, fixou a tese de que “inexiste di- (com repercussão) foi abordado no RE 1.133.146,
reito dos candidatos em concurso público à prova de relatoria do Ministro Luiz Fux.
de segunda chamada nos testes de aptidão física,
salvo contrária disposição editalícia, em razão de
circunstâncias pessoais, ainda que de caráter fi- 9.3. Categorias de agentes públicos
siológico ou de força maior, mantida a validade
das provas de segunda chamada realizadas até
9.3.1. Agentes políticos
15/5/2013, em nome da segurança jurídica”.
i) O STF, ao julgar o tema 376 de repercussão geral São os titulares dos cargos estruturais à organização
no RE 635.739, fixou a tese de que “é constitucio- política do País, ou seja, ocupantes dos que integram o
nal a regra inserida no edital de concurso público, arcabouço constitucional do Estado, o esquema funda-
denominada cláusula de barreira, com o intuito de mental do Poder. Daí que se constituem nos formadores
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da vontade superior do Estado. São agentes políticos das pessoas federativas, das autarquias e das fun-
apenas o Presidente da República, os Governadores, dações públicas de natureza autárquica (CARVALHO
Prefeitos e respectivos vices, os auxiliares imediatos FILHO, 2016, p. 714).
dos Chefes de Executivo, isto é, Ministros e Secretários
São os que trabalham nas entidades da
das diversas Pastas, bem como os Senadores, Deputados
Administração Pública que tem personalidade jurí-
federais e estaduais e os Vereadores (BANDEIRA DE
dica de direito público e, em regra, são titulares de
MELLO, 2007, p. 245-246).
cargo público – portanto gozam da estabilidade pre-
Importante ressaltar a decisão do STF de 3 de maio vista no art. 41 da CF.
de 2018 no sentido de que o foro por prerrogativa de Na esfera federal, a União disciplinou o seu regime
função conferido aos deputados federais e senado- estatutário através da Lei n. 8.112/90.
res se aplica apenas a crimes cometidos no exercício A Lei n. 13.370, de 12 de dezembro 2016, deu nova
do cargo e em razão das funções a ele relacionadas. redação ao § 3º da Lei n. 8.112/90, estabelecendo a
A decisão foi tomada no julgamento de questão de possibilidade de concessão de horário especial ao
ordem na Ação Penal (AP) 937. O entendimento deve servidor estudante nos seguintes casos:
ser aplicado aos processos em curso, ficando res- a) se houver comprovada incompatibilidade entre o
guardados os atos e as decisões do STF – e dos juízes horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do
de outras instâncias – tomados com base na juris- exercício do cargo;
prudência anterior, assentada na questão de ordem b) quando o servidor tiver cônjuge, filho ou depen-
no Inquérito (INQ) 687. dente com deficiência.
Ainda, o Plenário do STF decidiu, por maioria de
votos, que a Corte não tem competência para pro- 9.3.2.2. Servidor de ente governamental de
cessar e julgar ação de improbidade administrati- direito privado (empregados públicos)
va contra agente político. O foro por prerrogativa
de função previsto na Constituição Federal em re- São os que trabalham nas entidades da
lação às infrações penais comuns, segundo os mi- Administração Pública que tem personalidade ju-
nistros, não é extensível às ações de improbidade rídica de direito privado. Esse regime se caracteri-
administrativa, que têm natureza civil. O Plenário za “pelo princípio da unicidade normativa, porque o
negou provimento a agravo regimental interposto conjunto integral das normas reguladoras se encon-
contra decisão do relator originário, Ministro Ayres tra em um único diploma legal – a CLT” (CARVALHO
Britto (aposentado) na Petição (PET) 3240, na qual FILHO, 2016, p. 720).
determinou a baixa para a primeira instância de ação Esses servidores não gozam da estabilidade pre-
por improbidade administrativa contra o então de-
vista no art. 41, CF (por serem titulares de um em-
putado federal Eliseu Padilha, por atos praticados no
prego público e não de um cargo público), mas o STF
exercício do cargo de ministro de Estado. Assim, é da
decidiu, ao julgar o RE 589.998, com repercussão ge-
competência de primeira instância julgar ação de
ral (tema 131), que, apesar de não terem a estabilida-
improbidade contra agente político.
de, é obrigatória a motivação da dispensa unilateral
de empregado por empresa pública e sociedade de
9.3.2. Servidores estatais economia mista tanto da União quanto dos Estados,
9.3.2.1. Servidores públicos do DF e dos Municípios. A tese fixada foi a seguin-
te: “Os empregados públicos das empresas públicas
São todos os agentes que, exercendo com caráter e sociedades de economia mista não fazem jus à es-
de permanência uma função pública em decorrência tabilidade prevista no art. 41 da Constituição Federal,
de relação de trabalho, integram o quadro funcional mas sua dispensa deve ser motivada”.
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No primeiro caso, são ocupantes de cargos, e nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
chamam-se atualmente servidores públicos; no se- investido em cargo de direção, chefia ou assessora-
gundo, são ocupantes de empregos públicos ou de mento, para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança ou, ainda, de função gratificada na admi-
funções (na Administração estadual de São Paulo,
nistração pública direta e indireta em qualquer dos
função-atividade), e denominam-se servido-
poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
res celetistas (CASTRO, 1981, p. 14, 17 e 11 e s.). Mas
dos Municípios, compreendido o ajuste mediante de-
também são servidores estatutários em algumas
signações recíprocas (Súmula Vinculante 13).
Administrações, por exemplo, na do Estado de São
Paulo, aqueles que não são efetivos (remanescentes
dos antigos extranumerários, servidores temporá-
Importante ressaltar que a lei que veda o nepotis-
rios etc.), e ocupam funções, não cargos (NETTO DE
mo não tem iniciativa exclusiva do Executivo. Assim,
ARAÚJO, 2007, p. 25).
há legitimidade ativa partilhada entre o Legislativo e
Três são as categorias de cargos públicos:
o chefe do Executivo na propositura de leis que ver-
a) Cargos vitalícios: são aqueles que conferem ao
sam sobre nepotismo (STF, RE 570.392).
agente maiores garantias, só possibilitando a per-
da do cargo através de processo judicial (art. 95, I,
CF). São vitalícios os cargos dos magistrados, dos
membros do Ministério Público e dos membros 9.5. Estabilidade
dos Tribunais de Contas.
b) Cargos efetivos: seu conceito é obtido de forma São estáveis após três anos de efetivo exercício os
residual: se o cargo não for classificado nem como servidores nomeados para cargo de provimento efe-
vitalício nem como cargo em comissão, será con- tivo em virtude de concurso público. Como condição
siderado efetivo. Para titulares de cargos efetivos, para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a ava-
as hipóteses de perda do cargo só podem ocorrer liação especial de desempenho por comissão insti-
nos casos estabelecidos pelo art. 41, § 1º, CF. tuída para essa finalidade.
c) Cargos em comissão: são de ocupação transitória O servidor público estável só perderá o cargo: a) em
e seus titulares são nomeados em razão da exis- virtude de sentença judicial transitada em julgado; b)
tência de relação de confiança entre a autorida- mediante processo administrativo em que lhe seja
de nomeante e o agente escolhido. Os cargos em assegurada ampla defesa; c) mediante procedimento
comissão somente podem destinar-se a funções de avaliação periódica de desempenho, na forma de
de direção, chefia e assessoramento. A nomea- lei complementar, assegurada ampla defesa.
ção das pessoas que ocuparão cargos em comis- Cuidado:
são é livre, bem como a exoneração (exoneração
ad nutum), devendo apenas respeitar o teor da Estabilidade, como vimos acima, é a garantia constitu-
Súmula Vinculante 13 – que para essas nomeações cional do servidor público estatutário de permanecer no
serviço público, após o período de três anos de efetivo
veda o nepotismo.
exercício. Efetividade nada mais é do que a situação jurí-
dica que qualifica a titularização de cargos efetivos, para
distinguir-se da que é relativa aos ocupantes de cargos
Viola a Constituição Federal a nomeação de cônjuge,
em comissão. Se um servidor ocupa um cargo efetivo,
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
tem efetividade; se ocupa cargo em comissão, não a tem
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade
(CARVALHO FILHO, 2010, p. 615).
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administração direta, autárquica e fundacional, f) O STF, ao julgar o RE 609.381, entendeu que a re-
dos membros de qualquer dos Poderes da União, gra do teto remuneratório dos servidores públi-
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cos é de eficácia imediata, admitindo a redução
dos detentores de mandato eletivo e dos demais de vencimentos daqueles que recebem acima do
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra limite constitucional.
espécie remuneratória, percebidos cumulativa-
mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou
de qualquer outra natureza, não poderão exceder O STF (RE 675.978) decidiu que o
o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do teto constitucional do funcionalismo
Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como público deve ser aplicado sobre o
limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e valor bruto da remuneração, sem os
nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio men- descontos do Imposto de Renda (IR) e
sal do Governador no âmbito do Poder Executivo, da contribuição previdenciária. Assim,
o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais “subtraído o montante que exceder
no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos o teto e subteto previsto no art. 37,
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limita- XI, CF, tem-se o valor que vale como
do a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos base para o Imposto de Renda e para a
por cento do subsídio mensal, em espécie, dos contribuição previdenciária”.
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âm-
bito do P oder Judiciário, aplicável este limite aos
membros do Ministério Público, aos Procuradores
e aos Defensores Públicos.
c) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo
9.8. Direito de greve dos
e do Poder Judiciário não poderão ser superiores agentes públicos
aos pagos pelo Poder Executivo.
d) É vedada a vinculação ou equiparação de quais- A Constituição Federal no art. 37, VII (norma
quer espécies remuneratórias para o efeito de re- constitucional de eficácia limitada), possibilita o di-
muneração de pessoal do serviço público. reito de greve aos servidores, porém condiciona seu
e) É vedada a acumulação remunerada de cargos pú- exercício nos termos da lei.
blicos, exceto nos seguintes casos: Ocorre que essa lei ainda não foi editada (ocorre o
◼ a dois cargos de professor; fenômeno da “síndrome da inefetividade das normas
◼ a um cargo de professor com outro técnico ou constitucionais”).
científico; Diante desse cenário surge o remédio constitucio-
◼ dois cargos ou empregos privativos de profissio- nal mandado de injunção (previsto no art. 5º, LXXI,
nais de saúde, com profissões regulamentadas. CF e regulamentado pela Lei n. 13.300, de 23 de junho
de 2016) que tem por objetivo forçar a norma a pro-
duzir seus efeitos.
Para ser possível a acumulação remunerada, alguns Assim, com a falta de norma regulamentado-
requisitos devem ser preenchidos: 1) existir compa- ra, três mandados de injunção foram impetrados no
tibilidade de horários; 2) observar o disposto no art. STF (MI 670, 708 e 712) com o escopo de assegurar o
37, XI, CF; 3) a proibição de acumular estende-se a direito de greve para os seus filiados ante a falta de
empregos e funções e abrange autarquias, fundações, norma infraconstitucional regulamentando o exer-
empresas públicas, sociedades de economia mista,
cício do direito de greve.
suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou
Nesses julgamentos, o STF declara a omissão le-
indiretamente, pelo Poder Público.
gislativa e decide que, enquanto não for editada a lei
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específica regulamentando a greve no funcionalismo pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam ti-
público, aplica-se, no que couber, as leis que regula- tulares dos direitos, das liberdades ou das prer-
mentam a greve no setor privado (Leis ns. 7.783/89 rogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
e 7.701/88). à cidadania.
Ainda sobre o tema “greve”, em 27 de outu- d) São legitimados passivos (impetrado) o poder,
bro de 2016 o STF concluiu o julgamento do RE o órgão ou a autoridade com atribuição para editar
693.456, com repercussão geral, e fixou a tese de que a norma regulamentadora.
“a Administração Pública deve proceder ao desconto e) Reconhecido o estado de mora legislativa, será
dos dias de paralisação decorrentes do exercício do deferida a injunção para: I – determinar prazo
direito de greve pelos servidores públicos, em virtude razoável para que o impetrado promova a edição
da suspensão do vínculo funcional que dela decorre, da norma regulamentadora (determinação que só
permitida a compensação em caso de acordo. O des- será dispensada quando comprovado que o impe-
conto será, contudo, incabível se ficar demonstra- trado deixou de atender, em mandado de injun-
do que a greve foi provocada por conduta ilícita do ção anterior, ao prazo estabelecido para a edição
Poder Público”. da norma) e II – estabelecer as condições em que
O STF, ao julgar o ARE 654.432 e a RCL 17.358, fi- se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou
xou que as atividades desempenhadas por grupos ar- das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as
mados (policiais civis, policiais federais, por exem- condições em que poderá o interessado promover
plo – art. 144 da CF) são análogas às dos militares ação própria visando a exercê-los, caso não seja
(Marinha, Exército e Aeronáutica – art. 142, § 3°, IV, suprida a mora legislativa no prazo determinado.
da CF) e, portanto, encaixam-se na proibição do di- f) A norma regulamentadora superveniente pro-
reito de greve – já que configuram atividades essen- duzirá efeitos ex nunc em relação aos beneficia-
ciais para a manutenção da ordem pública e da inco- dos por decisão transitada em julgado, salvo se a
lumidade das pessoas e do patrimônio. aplicação da norma editada lhes for mais favorá-
vel. Todavia, estará prejudicada a impetração se
a norma regulamentadora for editada antes da
decisão, caso em que o processo será extinto sem
9.9. Principais pontos da Lei
resolução de mérito.
n. 13.300/2016 – Lei do Mandado g) A Lei n. 13.300/2016 fixou, ainda, os legiti-
de Injunção mados para a propositura do mandado de in-
junção coletivo:
a) A Lei n. 13.300/2016 trouxe a figura não só da re- ◼ Ministério Público: quando a tutela requerida for
gulamentação total, mas da regulamentação par- especialmente relevante para a defesa da ordem
cial de norma. Assim, conceder-se-á mandado jurídica, do regime democrático ou dos interesses
de injunção sempre que a falta total ou parcial de sociais ou individuais indisponíveis.
norma regulamentadora torne inviável o exercí- ◼ Partido político com representação no Congresso
cio dos direitos e liberdades constitucionais e das Nacional: para assegurar o exercício de direitos,
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sobe- liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou
rania e à cidadania. relacionados com a finalidade partidária.
b) Definiu o que seria parcial regulamentação: con- ◼ Organização sindical, entidade de classe ou as-
sidera-se parcial a regulamentação quando forem sociação legalmente constituída e em funciona-
insuficientes as normas editadas pelo órgão legis- mento há pelo menos 1 (um) ano: para assegurar
lador competente. o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas
c) São legitimados ativos (impetrantes) para a pro- em favor da totalidade ou de parte de seus mem-
positura do mandado de injunção individual as bros ou associados, na forma de seus estatutos e
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desde que pertinentes a suas finalidades, dispen- c) A Constituição Federal (art. 40, § 4º) veda (em
sada, para tanto, autorização especial. nome do princípio da igualdade ou isonomia)
◼ Defensoria Pública: quando a tutela requerida for a adoção de requisitos e critérios diferenciados
especialmente relevante para a promoção dos di- para a concessão de aposentadoria aos abrangidos
reitos humanos e a defesa dos direitos individuais pelo regime próprio de previdência social – RPPS.
e coletivos dos necessitados, na forma do art. 5º, Porém, faz uma ressalva: permite em três situa-
LXXIV, CF. ções (que devem estar definidas em leis comple-
mentares) um tratamento diferenciado: I – aos
portadores de deficiência; II – para aqueles que
Os legitimados para a propositura do mandado de se- exercem atividades de risco; e III – para aqueles
gurança coletivo são: partido político com representa- cujas atividades sejam exercidas sob condições
ção no Congresso Nacional e organização sindical, en- especiais que prejudiquem a saúde ou a integrida-
tidade de classe ou associação legalmente constituída de física.
e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa Ocorre que, para essa terceira hipótese, não há lei
dos interesses de seus membros ou associados.
complementar definindo os critérios para concessão
dessa aposentadoria.
Assim, diante dessa falta de norma regulamenta-
dora (síndrome da inefetividade das normas cons-
9.10. Aposentadoria do servidor titucionais) diversos mandados de injunção fo-
ram propostos no STF, até que foi editada a Súmula
Sobre o tema aposentadoria do servidor, alguns Vinculante 33 fixando que “aplicam-se ao servidor
pontos merecem destaque e atenção: público, no que couber, as regras do regime geral da
a) A Emenda Constitucional n. 88/2015 estabeleceu previdência social sobre aposentadoria especial de
que aos servidores titulares de cargos efetivos que trata o artigo 40, § 4º, inciso III, da Constituição
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Federal, até a edição de lei complementar específica”.
Municípios, incluídas suas autarquias e funda- Ou seja, enquanto não houver lei complementar
ções, é assegurado regime de previdência de ca- específica que regulamenta a aposentadoria especial
ráter contributivo e solidário, mediante contri- do servidor que exerce atividades sob condições espe-
buição do respectivo ente público, dos servidores ciais que prejudiquem a sua saúde ou sua integridade
ativos e inativos e dos pensionistas, observados física (prevista no art. 40, § 4º, III, da CF), utiliza-se,
os critérios que preservem o equilíbrio financeiro no que couber, a lei que regulamenta essa mesma si-
e atuarial. E, assim, determinou que a aposenta- tuação no setor privado e, portanto, no Regime Geral
doria compulsória ocorrerá, com proventos pro- de Previdência Social (RGPS).
porcionais ao tempo de contribuição, aos 70 anos Sobre esse assunto vide este precedente
de idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei representativo:
complementar (Lei Complementar n. 152/2015).
b) Serão aposentados compulsoriamente aos Ementa: Mandado de injunção.
75 anos de idade, com proventos proporcio- Aposentadoria especial do servidor
nais, os servidores titulares de cargos efetivos público. Art. 40, § 4º, da Constituição da
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos República. Ausência de lei complementar
Municípios, incluídas suas autarquias e funda- a disciplinar a matéria. Necessidade de
ções; os membros do Poder Judiciário; os mem- integração legislativa. 1. Servidor público.
bros do Ministério Público; os membros das Investigador da polícia civil do Estado de
Defensorias Públicas; os membros dos Tribunais São Paulo. Alegado exercício de atividade
e dos Conselhos de Contas. sob condições de periculosidade e
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IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA
10.1. Introdução
Os pais A Lei n. 8.429/92 é um dos maiores diplomas de combate à corrupção
bons conselhos
Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao pa-
trimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário
e indicar bons
haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patri-
mônio ou da receita anual. Serão punidos na forma desta lei e também
caminhos, mas contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou in-
centivo, fiscal ou creditício, de órgão público, bem como daquelas para
a formação cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos
de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se,
final do caráter nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a con-
de uma pessoa
tribuição dos cofres públicos.
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1º desta lei, sem a observância das formali- lei, bem como o trabalho de servidor público,
dades legais ou regulamentares aplicáveis à empregados ou terceiros contratados por es-
espécie; sas entidades.
III – doar à pessoa física ou jurídica bem como XIV – celebrar contrato ou outro instrumen-
ao ente despersonalizado, ainda que de fins to que tenha por objeto a prestação de ser-
educativos ou assistências, bens, rendas, ver- viços públicos por meio da gestão associada
bas ou valores do patrimônio de qualquer das sem observar as formalidades previstas na lei;
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
sem observância das formalidades legais e XV – celebrar contrato de rateio de consór-
regulamentares aplicáveis à espécie; cio público sem suficiente e prévia dotação
IV – permitir ou facilitar a alienação, permuta orçamentária, ou sem observar as formalida-
ou locação de bem integrante do patrimônio des previstas na lei. (Incluído pela Lei n. 11.107,
de qualquer das entidades referidas no art. 1º de 2005)
desta lei, ou ainda a prestação de serviço por XVI – facilitar ou concorrer, por qualquer for-
parte delas, por preço inferior ao de mercado; ma, para a incorporação, ao patrimônio par-
V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta ticular de pessoa física ou jurídica, de bens,
ou locação de bem ou serviço por preço su- rendas, verbas ou valores públicos transferi-
perior ao de mercado; dos pela administração pública a entidades
VI – realizar operação financeira sem obser- privadas mediante celebração de parcerias,
vância das normas legais e regulamentares ou sem a observância das formalidades legais ou
aceitar garantia insuficiente ou inidônea; regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído
VII – conceder benefício administrativo ou fis- pela Lei n. 13.019, de 2014)
cal sem a observância das formalidades legais XVII – permitir ou concorrer para que pessoa
ou regulamentares aplicáveis à espécie; física ou jurídica privada utilize bens, rendas,
VIII – frustrar a licitude de processo licitatório verbas ou valores públicos transferidos pela
ou de processo seletivo para celebração de administração pública a entidade privada
parcerias com entidades sem fins lucrativos, mediante celebração de parcerias, sem a ob-
ou dispensá-los indevidamente; (Redação servância das formalidades legais ou regula-
dada pela Lei n. 13.019, de 2014) mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela
IX – ordenar ou permitir a realização de des- Lei n. 13.019, de 2014)
pesas não autorizadas em lei ou regulamento; XVIII – celebrar parcerias da administração
X – agir negligentemente na arrecadação de pública com entidades privadas sem a obser-
tributo ou renda, bem como no que diz res- vância das formalidades legais ou regulamen-
peito à conservação do patrimônio público; tares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei
XI – liberar verba pública sem a estrita obser- n. 13.019, de 2014)
vância das normas pertinentes ou influir de XIX – agir negligentemente na celebração,
qualquer forma para a sua aplicação irregular; fiscalização e análise das prestações de con-
XII – permitir, facilitar ou concorrer para que tas de parcerias firmadas pela administração
terceiro se enriqueça ilicitamente; pública com entidades privadas; (Incluído
XIII – permitir que se utilize, em obra ou ser- pela Lei n. 13.019, de 2014)
viço particular, veículos, máquinas, equipa- XX – liberar recursos de parcerias firmadas
mentos ou material de qualquer natureza, pela administração pública com entidades
de propriedade ou à disposição de qualquer privadas sem a estrita observância das nor-
das entidades mencionadas no art. 1º desta mas pertinentes ou influir de qualquer forma
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◼ Violação aos princípios da administração (art. 11 ou dele se beneficie sob qualquer forma direta
da LIA): ressarcimento integral do dano, se hou- ou indireta.
ver, perda da função pública, suspensão dos di- ◼ Sucessor: o sucessor daquele que causar lesão ao
reitos políticos de três a cinco anos, pagamento patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente
de multa civil de até cem vezes o valor da re- está sujeito às cominações desta lei até o limite do
muneração percebida pelo agente e proibição de valor da herança.
contratar com o Poder Público ou receber benefí-
cios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pes- 10.5. Ação civil pública versus
soa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
prazo de três anos.
ação popular
Ainda, o art. 12 da LIA sofreu alteração por meio
A criação da ação civil pública constitui um avanço do
da inclusão do inciso IV pela Lei Complementar
nosso ferramental jurídico para conferir proteção a bens
n. 157/2016. Assim, na hipótese prevista no art.
que, até então, escapavam, ao alcance das ações co-
10-A, as penalidades atribuídas ao agente ímprobo muns. Diríamos ao mesmo tempo que a ação civil públi-
são: perda da função pública, suspensão dos direi- ca é a arma mais forte de que se dispõe para dar combate
tos políticos de cinco a oito anos e multa civil de até aos desvios de toda sorte que se praticam com sérios
três vezes o valor do benefício financeiro ou tribu- prejuízos no patrimônio público, no patrimônio social,
tário concedido. no meio ambiente e, de forma muito mais abrangente,
nos interesses difusos e coletivos (BASTOS, p. 151).
A perda da função pública e a suspensão dos direitos Tanto a ação civil pública (prevista na Lei
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da n. 7.347/85) quanto a ação popular (prevista na Lei
sentença condenatória. n. 4.717/65) podem ter por finalidade a repressão de
atos ímprobos. Vejamos as principais diferenças en-
A aplicação das sanções previstas na LIA independe da
efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, sal- tre essas duas ações:
vo quanto à pena de ressarcimento, e da aprovação ou
rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou 10.5.1. Ação civil pública
pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
Tem por objeto a tutela do meio ambiente; consu-
midor; bens e direitos de valor artístico, estético, his-
tórico, turístico e paisagístico; honra e à dignidade de
grupos raciais, étnicos ou religiosos; patrimônio pú-
10.4. Sujeito ativo do ato de blico e social e demais direitos difusos, coletivos ou
improbidade administrativa individuais homogêneos (art. 1º da Lei n. 7.347/85).
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PROCESSO
ADMINISTRATIVO
FEDERAL –
Toda dor pode
ser suportada
LEI N. 9.784/99
se sobre ela 11.1. Introdução
puder ser É a sucessão de atos e atividades (tanto do Estado quanto de particu-
contada uma lares) ordenados para a obtenção de decisão sobre uma controvérsia no
história."
âmbito administrativo, produzindo uma vontade final da Administração
Pública (ROSSI, 2016, p. 497).
Hannah Arendt
11.2. Critérios observados no processo
administrativo federal
a) Atuação conforme a lei e o Direito.
b) Atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou
parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei.
c) Objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promo-
ção pessoal de agentes ou autoridades.
d) Atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé.
e) Divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses
de sigilo previstas na Constituição.
f) Adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações,
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente ne-
cessárias ao atendimento do interesse público.
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g) Indicação dos pressupostos de fato e de direito do processo disciplinar, p. 196; NETTO DE ARAÚJO,
que determinarem a decisão. 2007, p. 889).
h) Observância das formalidades essenciais à garan- e) Decisão: arts. 48 e 49 da Lei n. 9.784/99.
tia dos direitos dos administrados. f) Pedido de reconsideração.
i) Adoção de formas simples, suficientes para pro- g) Recurso.
piciar adequado grau de certeza, segurança e res- h) Revisão do processo.
peito aos direitos dos administrados.
j) Garantia dos direitos à comunicação, à apresen-
tação de alegações finais, à produção de provas e 11.4. Do recurso administrativo
à interposição de recursos, nos processos de que
possam resultar sanções e nas situações de litígio. a) Das decisões administrativas cabe recurso, em
k) Proibição de cobrança de despesas processuais, face de razões de legalidade e de mérito.
ressalvadas as previstas em lei.
l) Impulsão, de ofício, do processo administrativo, O mérito administrativo consubstancia-se, portanto, na
sem prejuízo da atuação dos interessados. valoração dos motivos e na escolha do objeto do ato, fei-
m) Interpretação da norma administrativa da forma tas pela Administração incumbida de sua prática, quan-
que melhor garanta o atendimento do fim públi- do autorizada a decidir sobre a conveniência, oportuni-
co a que se dirige, vedada aplicação retroativa de dade e justiça do ato a realizar. Daí a exata afirmativa
nova interpretação. de Seabra Fagundes de que “o merecimento é aspecto
pertinente apenas aos atos administrativos praticados
no exercício de competência discricionária” (SEABRA
FAGUNDES, RDA 23/1-16; MEIRELLES, 2010, p. 159).
11.3. Fases do processo
administrativo federal b) O recurso administrativo tramitará no máximo
por três instâncias administrativas, salvo dispo-
a) Instauração: art. 5º da Lei n. 9.784/99. sição legal diversa.
b) Instrução: arts. 29 a 47 da Lei n. 9.784/99 – c) Têm legitimidade para interpor recurso adminis-
“Instruir significa esclarecer, informar, cienti- trativo: os titulares de direitos e interesses que
ficar, mas, no campo jurídico, quer dizer princi- forem parte no processo; aqueles cujos direitos
palmente ‘pôr (um processo, uma causa etc.) em ou interesses forem indiretamente afetados pela
estado de ser julgado’, ou anexar, a uma petição decisão recorrida; as organizações e associações
ou representação, os documentos comprobatórios representativas, no tocante a direitos e interes-
das alegações nela feitas” (HOLANDA, Novo dicio- ses coletivos; os cidadãos ou associações, quanto
nário Aurélio; NETTO DE ARAÚJO, 2007, p. 884). a direitos ou interesses difusos.
c) Defesa: art. 44 da Lei n. 9.784/99. d) É de dez dias o prazo para interposição de recurso
d) Relatório: art. 47 da Lei n. 9.784/99 – “Trata-se administrativo, contado a partir da ciência ou di-
de manifestação que possui a natureza jurídica de vulgação oficial da decisão recorrida.
‘ato de administração consultiva’, que vai infor- e) Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso
mar, elucidar e sugerir providências de ‘adminis- administrativo deverá ser decidido no prazo má-
tração ativa’, ao contrário do ato decisório, que ximo de trinta dias, a partir do recebimento dos
não é vinculado à proposta que o relatório con- autos pelo órgão competente.
tém, e caracteriza-se como ‘ato administrativo f) Salvo disposição legal em contrário, o recurso não
constitutivo’, que pode modificar situação jurídi- tem efeito suspensivo. Porém, havendo justo re-
ca anterior” (LEITE, Luciano Ferreira. A instrução ceio de prejuízo de difícil ou incerta reparação
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LICITAÇÃO
12.1. Conceito e base constitucional (art. 37, XXI)
Licitação é um procedimento prévio para a escolha da proposta mais vanta-
josa para a Administração Pública antes da celebração de um contrato admi-
Decida que
nistrativo. Também objetiva assegurar igualdade de oportunidades àqueles
que desejam e têm condições de contratar com ela, garantindo, assim, a efi-
pensamentos
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente per-
mitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis
ou perder, mas
cional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a admi-
nistração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será
batalhar e processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da pu-
sempre continuar blicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento
batalhando."
convocatório do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
Licínia Rossi
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levantarem as garantias oferecidas, salvo se obrigados a de prêmios ou remuneração aos vencedores, con-
aguardar a efetivação do contrato por disposição do edi- forme critérios constantes de edital publicado na
tal ou norma legal (MEIRELLES, 2010, p. 323). imprensa oficial com antecedência mínima de 45
(quarenta e cinco) dias.
◼ Fase contratual: tema estudado no capítulo “con- ◼ Leilão: é a modalidade de licitação entre quais-
tratos administrativos”. quer interessados para a venda de bens móveis
inservíveis para a administração ou de produtos
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para
12.4. Modalidades de licitação a alienação de bens imóveis prevista no art. 19,
a quem oferecer o maior lance, igual ou superior
◼ Concorrência: é a modalidade de licitação entre ao valor da avaliação.
quaisquer interessados que, na fase inicial de ha- ◼ Pregão: disciplinado na Lei n. 10.520/2002 – é
bilitação preliminar, comprovem possuir os re- modalidade licitatória adequada para a aquisição
quisitos mínimos de qualificação exigidos no edi- de bens e serviços comuns.
tal para execução de seu objeto.
◼ Tomada de preços: é a modalidade de licitação
entre interessados devidamente cadastrados ou Consideram-se bens e serviços comuns aqueles
que atenderem a todas as condições exigidas para cujos padrões de desempenho e qualidade possam
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
recebimento das propostas, observada a necessá- especificações usuais no mercado.
ria qualificação.
◼ Convite: é a modalidade de licitação entre interes-
sados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ◼ A modalidade licitatória pregão goza das se-
ou não, escolhidos e convidados em número míni- guintes características: I – a fase de julgamento
mo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual das propostas ocorre antes da fase de habilitação;
afixará, em local apropriado, cópia do instrumento II – para julgamento e classificação das propos-
convocatório e o estenderá aos demais cadastrados tas, será adotado o critério de menor preço, ob-
na correspondente especialidade que manifestarem servados os prazos máximos para fornecimento,
seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e as especificações técnicas e parâmetros mínimos
quatro) horas da apresentação das propostas. de desempenho e qualidade definidos no edital;
III – declarado o vencedor, qualquer licitante po-
derá manifestar imediata e motivadamente a in-
Existindo na praça mais de três possíveis tenção de recorrer, quando lhe será concedido o
interessados, a cada novo convite, prazo de 3 (três) dias para apresentação das ra-
realizado para objeto idêntico ou zões do recurso, ficando os demais licitantes des-
assemelhado, é obrigatório o convite a, de logo intimados para apresentar contrarrazões
no mínimo, mais um interessado, enquanto em igual número de dias, que começarão a correr
existirem cadastrados não convidados nas do término do prazo do recorrente, sendo-lhes
últimas licitações. assegurada vista imediata dos autos; IV – a falta
de manifestação imediata e motivada do licitante
importará a decadência do direito de recurso e a
◼ Concurso: é a modalidade de licitação entre quais- adjudicação do objeto da licitação pelo pregoei-
quer interessados para escolha de trabalho técni- ro ao vencedor; V – aplicação subsidiária da Lei
co, científico ou artístico, mediante a instituição n. 8.666/93, no que couber.
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XII – nas compras de hortifrutigranjeiros, pão seu valor não exceda ao limite previsto na alí-
e outros gêneros perecíveis, no tempo neces- nea a do inciso II do art. 23 desta Lei;
sário para a realização dos processos licitató- XIX – para as compras de material de uso pe-
rios correspondentes, realizadas diretamente las Forças Armadas, com exceção de mate-
com base no preço do dia; riais de uso pessoal e administrativo, quando
XIII – na contratação de instituição brasileira houver necessidade de manter a padroniza-
incumbida regimental ou estatutariamente ção requerida pela estrutura de apoio logís-
da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimen- tico dos meios navais, aéreos e terrestres,
to institucional, ou de instituição dedicada à mediante parecer de comissão instituída
recuperação social; por decreto;
XIV – para a aquisição de bens ou serviços nos XX – na contratação de associação de porta-
termos de acordo internacional específico dores de deficiência física, sem fins lucrati-
aprovado pelo Congresso Nacional, quando vos e de comprovada idoneidade, por órgãos
as condições ofertadas forem manifestamen- ou entidades da Administração Pública, para
te vantajosas para o Poder Público; a prestação de serviços ou fornecimento de
XV – para a aquisição ou restauração de obras mão de obra, desde que o preço contratado
de arte e objetos históricos, de autenticidade seja compatível com o praticado no mercado;
certificada, desde que compatíveis ou ineren- XXI – para a aquisição ou contratação de pro-
tes às finalidades do órgão ou entidade; duto para pesquisa e desenvolvimento, limi-
XVI – para a impressão dos diários oficiais, de tada, no caso de obras e serviços de enge-
formulários padronizados de uso da admi- nharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que
nistração, e de edições técnicas oficiais, bem trata a alínea b do inciso I do caput do art. 23
como para prestação de serviços de informá- (Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016);
tica a pessoa jurídica de direito público inter- XXII – na contratação de fornecimento ou su-
no, por órgãos ou entidades que integrem primento de energia elétrica e gás natural com
a Administração Pública, criados para esse concessionário, permissionário ou autorizado,
fim específico; segundo as normas da legislação específica;
XVII – para a aquisição de componentes ou XXIII – na contratação realizada por empre-
peças de origem nacional ou estrangeira, ne- sa pública ou sociedade de economia mis-
cessários à manutenção de equipamentos ta com suas subsidiárias e controladas, para
durante o período de garantia técnica, junto a aquisição ou alienação de bens, prestação
ao fornecedor original desses equipamentos, ou obtenção de serviços, desde que o preço
quando tal condição de exclusividade for in- contratado seja compatível com o praticado
dispensável para a vigência da garantia; no mercado;
XVIII – nas compras ou contratações de servi- XXIV – para a celebração de contratos de
ços para o abastecimento de navios, embarca- prestação de serviços com as organizações
ções, unidades aéreas ou tropas e seus meios sociais, qualificadas no âmbito das respecti-
de deslocamento quando em estada even- vas esferas de governo, para atividades con-
tual de curta duração em portos, aeroportos templadas no contrato de gestão;
ou localidades diferentes de suas sedes, por XXV – na contratação realizada por Instituição
motivo de movimentação operacional ou de Científica e Tecnológica – ICT ou por agência
adestramento, quando a exiguidade dos pra- de fomento para a transferência de tecnolo-
zos legais puder comprometer a normalidade gia e para o licenciamento de direito de uso
e os propósitos das operações e desde que ou de exploração de criação protegida;
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desejasse a licitação, esta seria inviável ante a absoluta o profissional ou empresa cujo conceito no
ausência de concorrentes. Com efeito, onde não há dis- campo de sua especialidade, decorrente de
puta ou competição não há licitação. É uma particula- desempenho anterior, estudos, experiências,
ridade da pessoa que se quer contratar, encontrável, por publicações, organização, aparelhamento,
exemplo, no profissional de notória especialização e no
equipe técnica, ou de outros requisitos rela-
artista consagrado pela crítica especializada. É circuns-
cionados com suas atividades, permita inferir
tância encontrada na pessoa com quem se quer contratar
que o seu trabalho é essencial e indiscutivel-
a qualidade de ser a proprietária do único ou de todos os
mente o mais adequado à plena satisfação do
bens existentes (GASPARINI, 2009, p. 551).
objeto do contrato.
§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer
Assim, é inexigível a licitação quando houver in-
dos casos de dispensa, se comprovado super-
viabilidade de competição, em especial:
faturamento, respondem solidariamente pelo
dano causado à Fazenda Pública o fornecedor
ou o prestador de serviços e o agente público
Art. 25 da Lei n. 8.666/93 responsável, sem prejuízo de outras sanções
I – para aquisição de materiais, equipamen- legais cabíveis.
tos, ou gêneros que só possam ser forneci-
dos por produtor, empresa ou representante
comercial exclusivo, vedada a preferência de
marca, devendo a comprovação de exclusivi-
dade ser feita através de atestado fornecido 12.5. Desistência da licitação
pelo órgão de registro do comércio do lo-
cal em que se realizaria a licitação ou a obra Importante é a situação envolvendo o conceito de
ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou desistência da licitação:
Confederação Patronal, ou, ainda, pelas enti-
dades equivalentes; Há desistência quando a entidade licitante, antes do fi-
nal da licitação, renuncia ao seu prosseguimento, inter-
II – para a contratação de serviços técnicos
rompe o seu curso. O motivo da desistência é qualquer
enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza um, desde que de interesse público e superveniente.
singular, com profissionais ou empresas de Assim, deve, por exemplo o Município desistir da lici-
notória especialização, vedada a inexigibilida- tação em andamento para a aquisição de mil e duzentas
de para serviços de publicidade e divulgação; caixas de laranja se um benemérito citricultor se propõe
III – para contratação de profissional de qualquer a doá-las. Conseguido o objeto da licitação, mesmo que
por outros meios, não há sentido lógico, nem jurídico,
setor artístico, diretamente ou através de em-
para o prosseguimento da licitação. Aliás, sua continui-
presário exclusivo, desde que consagrado pela
dade em tais casos seria ilegal dada a ausência de inte-
crítica especializada ou pela opinião pública. resse público (GASPARINI, 2009, p. 690).
§ 1º Considera-se de notória especialização
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REGIME
DIFERENCIADO
PARA
Não farão
grandes coisas
CONTRATAÇÕES –
os que se RDC
deixarem levar
por tendências, É a Lei n. 12.462/2011 que institui o RDC (Regime Diferenciado de
Contratações Públicas).
novidades e a
opinião geral." 13.1. Aplicação do RDC
Jack Kerouac O RDC é aplicável exclusivamente às licitações e contratos necessá-
rios à realização de:
a) Dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, constantes da Carteira
de Projetos Olímpicos a ser definida pela Autoridade Pública
Olímpica (APO).
b) Da Copa das Confederações da Federação Internacional de Futebol
– Fifa 2013 e da Copa do Mundo Fifa 2014, definidos pelo Grupo
Executivo – Gecopa 2014 do Comitê Gestor instituído para definir,
aprovar e supervisionar as ações previstas no Plano Estratégico das
Ações do Governo Brasileiro para a realização da Copa do Mundo Fifa
2014 – CGCOPA 2014, restringindo-se, no caso de obras públicas, às
constantes da matriz de responsabilidades celebrada entre a União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.
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CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS
Os contratos administrativos são as manifestações de vontade entre duas ou
Corra atrás de
mais pessoas visando à celebração de negócio jurídico, havendo a participa-
ção do Poder Público, atuando com todas as prerrogativas decorrentes da su-
seus sonhos,
premacia do interesse público, visando sempre à persecução de um fim cole-
tivo. Este contrato é regido pelo direito público, sendo inerentes a ele todas as
que você é
Público e têm peculiaridades que ultrapassam os ajustes de Direito
Privado – as “cláusulas exorbitantes” (art. 58 da Lei n. 8.666/93).
Infelizmente
ceção do contrato não cumprido – que num primeiro momento
não será aplicada nos contratos administrativos devido ao princí-
de sucesso."
b) É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.
c) O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à
Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na
Licínia Rossi execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabili-
dade, a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.
d) O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciá-
rios, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
e) A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão.
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São exemplos de motivos para a rescisão: travamento do liame”. Esta noção de equivalên-
1) O não cumprimento de cláusulas contratuais, cia, de igualdade, que deverá persistir, fica mui-
especificações, projetos ou prazos; o cumpri- to bem esclarecida nas seguintes expressões com
mento irregular de cláusulas contratuais, es- que Marcel Waline a descreve: “Assim, o equilí-
pecificações, projetos e prazos. brio econômico e financeiro do contrato é uma
2) A lentidão do seu cumprimento, levando a relação que foi estabelecida pelas próprias partes
Administração a comprovar a impossibilidade contratantes no momento da conclusão de encar-
da conclusão da obra, do serviço ou do forneci- gos deste, que pareceram equivalentes, donde o
mento, nos prazos estipulados. nome de ‘equação’; desde então esta equivalên-
3) O atraso injustificado no início da obra, servi- cia não mais pode ser alterada” (WALINE, 1963,
ço ou fornecimento; a paralisação da obra, do p. 618; BANDEIRA DE MELLO, 2010, p. 211).
serviço ou do fornecimento, sem justa causa e h) O equilíbrio econômico-financeiro pode ser que-
prévia comunicação à Administração. brado em razão de ato ou medida instituídos pelo
4) A dissolução da sociedade ou o falecimento próprio Estado – e daí decorrem dois conceitos
do contratado. importantes:
5) Razões de interesse público, de alta relevância 1) Fato do príncipe: é toda determinação estatal,
e amplo conhecimento, justificadas e determi- positiva ou negativa, geral, imprevista e impre-
nadas pela máxima autoridade da esfera admi- visível, que onera substancialmente à execução
nistrativa a que está subordinado o contratante do contrato administrativo (MEIRELLES, 2010,
e exaradas no processo administrativo a que se p. 244).
refere o contrato etc. 2) Fato da administração: é toda ação ou omis-
f) A cláusula da exceção do contrato não cumprido são do Poder Público que, incidindo direta e
(que estabelece que ambos os contratantes têm a especificamente sobre o contrato, retardam ou
obrigação de cumprir, ao mesmo tempo, as pres- impedem sua execução. O fato da Administração
tações que assumiram e nenhum poderá exigir, equipara-se à força maior e produz os mesmos
isoladamente, que o outro cumpra sua parte, se efeitos excludentes da responsabilidade do
não adimpliu o que lhe cabia) só poderá ser alega- particular pela inexecução do ajuste3. É o que
da pelo contratado quando o Poder Público incor- ocorre, p. ex., quando a Administração deixa
rer em atraso superior a 90 (noventa) dias da data de entregar o local da obra ou serviço, ou não
do pagamento devido ao contratado – nos termos providencia as desapropriações necessárias,
do art. 78, XV, Lei n. 8.666/93. ou atrasa os pagamentos por longo tempo,
g) Manutenção do equilíbrio econômico-financei- ou pratica qualquer ato impeditivo dos traba-
ro: “A palavra equação econômico-financeira sig- lhos a cargo da outra parte (art. 78, XIV-XVI)
nifica ‘igualdade’, ‘equivalência’. Corresponde ao (MEIRELLES, 2010, p. 245).
termo de equilíbrio que se definiu na conformida- i) Diversas são as espécies de contratos administra-
de do que os contratantes estipularam quando do tivos. Cada um com uma característica peculiar:
3 No mesmo sentido: MARIENHOFF (1970, v. III, p. 639); LAUBADÈRE (1956, II, p. 55 e s.); GASTON SIR (1950, IV, p. 286).
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INTERVENÇÃO
DO ESTADO NA
PROPRIEDADE
Não desanime
no primeiro
O direito de propriedade é direito fundamental previsto inclusive no
art. 5º, caput, CF e garantido pelo inciso XXII.
obstáculo, nem A propriedade urbana cumprirá sua função social (art. 5º, XXIII, CF)
no segundo e
quando atender as exigências previstas no plano diretor (que deverá ser
aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de
empurrar para adequado; utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e pre-
servação do meio ambiente; observância das disposições que regulam as
baixo. Viver é relações de trabalho; exploração que favoreça o bem-estar dos proprie-
um constante
tários e dos trabalhadores.
aprendizado,
portanto tire 15.1. Desapropriação
lições boas de A própria análise etimológica do vocábulo deixa evidente o significado que
cada etapa
lhe é inerente: privar alguém da sua propriedade. Desapropriar (des + apro-
priar) significa retirar a propriedade do seu titular. Afinal, o prefixo “des”
que percorrer. traz consigo a ideia de perda, sendo clara a privação que decorre da figura
em tese. O direito de propriedade do terceiro, que seria por ele exercido com
Sempre há perpetuidade, é suprimido pelo Estado em razão do procedimento desapro-
um propósito."
priatório, independentemente da aquiescência do titular do bem.
Adequando tais ideias ao delineamento jurídico estabelecido no ordena-
mento brasileiro, pode-se conceituar a desapropriação como o procedi-
Licínia Rossi mento por meio do qual o Estado, fundado em interesse público, despoja
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compulsoriamente alguém de um bem e o adquire para si, agrária, com cláusula de preservação do valor real,
de forma originária e mediante indenização, ressalvada resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do
a exceção constitucional (art. 243 da CR) (CARVALHO, segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será
2009, p. 1097). definida em lei.
Indenização: em títulos da dívida agrária com
a) Desapropriação ordinária – art. 5º, XXIV, CF: a prazo de resgate de até 20 anos.
lei estabelecerá o procedimento para desapro- d) Desapropriação sancionatória ou confiscatória
priação por necessidade ou utilidade pública (art. (art. 243, CF): as propriedades rurais e urbanas
5º do Decreto-lei n. 3.365/41), ou por interesse de qualquer região do País onde forem localizadas
social (art. 2º da Lei n. 4.132/62), mediante justa culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a ex-
e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os ploração de trabalho escravo na forma da lei se-
casos previstos nesta Constituição. rão expropriadas e destinadas à reforma agrária e
Indenização: justa, prévia e em dinheiro. a programas de habitação popular, sem qualquer
b) Desapropriação por descumprimento da função indenização ao proprietário e sem prejuízo de ou-
social da propriedade urbana (art. 182, § 4º, III, tras sanções previstas em lei, observado, no que
CF): a política de desenvolvimento urbano, exe- couber, o disposto no art. 5º.
cutada pelo Poder Público municipal, conforme Indenização: não há.
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por obje- O STF, ao julgar o tema 399 de repercussão geral
tivo ordenar o pleno desenvolvimento das fun- no RE 635.336, fixou a tese de que “a expropriação
ções sociais da cidade e garantir o bem-estar de prevista no art. 243 da CF pode ser afastada, desde
seus habitantes. que o proprietário comprove que não incorreu em
É facultado ao Poder Público municipal, mediante culpa, ainda que in vigilando ou in elegendo”.
lei específica para área incluída no plano diretor,
exigir, nos termos da lei federal, do proprietário
do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, que promova seu adequado aproveita-
15.2. Características principais da
mento, sob pena, sucessivamente, de: desapropriação ordinária (art. 5º,
I – parcelamento ou edificação compulsórios; XXIV, CF)
II – imposto sobre a propriedade predial e ter-
ritorial urbana progressivo no tempo; a) A desapropriação tem natureza jurídica de forma
III – desapropriação com pagamento mediante originária de aquisição da propriedade.
títulos da dívida pública de emissão previa- b) A finalidade da desapropriação é a busca do inte-
mente aprovada pelo Senado Federal, com resse público.
prazo de resgate de até dez anos, em parce- c) A competência para legislar sobre desapropriação
las anuais, iguais e sucessivas, assegurados é privativa da União – para normas gerais – po-
o valor real da indenização e os juros legais. dendo lei complementar autorizar os Estados a
Indenização: em títulos da dívida pública com disciplinar matéria específica (art. 22, parágrafo
prazo de resgate de até 10 anos. único, CF).
c) Desapropriação por descumprimento da função d) A competência declaratória da desapropriação –
social da propriedade rural (art. 184, CF): com- consiste na competência para declaração da ne-
pete à União desapropriar por interesse social, cessidade, utilidade pública (art. 5º do Decreto-lei
para fins de reforma agrária, o imóvel rural que n. 3.365/41) ou interesse social (Lei n. 4.132/62).
não esteja cumprindo sua função social, median- O STF, ao julgar o tema 399 de repercussão geral
te prévia e justa indenização em títulos da dívida no RE 635.336, fixou a tese de que “a expropriação
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prevista no art. 243 da CF pode ser afastada, desde mérito discutirá o quantum indenizatório propos-
que o proprietário comprove que não incorreu em to pelo Poder Público – é o que determina o art. 13
culpa, ainda que in vigilando ou in elegendo. do Decreto-lei n. 3.365/41: “a petição inicial, além
Nos termos do art. 2º do Decreto-lei n. 3.365/41, dos requisitos previstos no Código de Processo
esta competência é concorrente da União, Estados, Civil, conterá a oferta do preço e será instruída
Distrito Federal e Municípios – “Mediante declaração com um exemplar do contrato, ou do jornal oficial
de utilidade pública, todos os bens poderão ser de- que houver publicado o decreto de desapropria-
sapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, ção, ou cópia autenticada dos mesmos, e a planta
Distrito Federal e Territórios”. ou descrição dos bens e suas confrontações”.
e) Aspectos da declaração expropriatória: i) Feita a citação do proprietário expropriado, a ação
◼ É formalizada normalmente por decreto (de- seguirá com o rito ordinário e a contestação só po-
creto expropriatório do chefe do executi- derá versar sobre vício do processo judicial ou im-
vo – Presidente da República, Governador ou pugnação do preço; qualquer outra questão deverá
Prefeito – art. 6º do Decreto-lei n. 3.365/41), ser decidida por ação direta (art. 20 do Decreto-lei
mas pode ser formalizada também por lei (art. n. 3.365/41).
8º do Decreto-lei n. 3.365/41). j) A imissão provisória na posse é possível, desde
◼ Declarada a utilidade pública, ficam as autori- que o Poder Público expropriante alegue urgên-
dades administrativas autorizadas a penetrar cia na desapropriação e desde que haja depósito
nos prédios compreendidos na declaração, po- da quantia arbitrada nos termos do art. 874 do
dendo recorrer, em caso de oposição, ao auxílio CPC/2015. Concedida a imissão provisória na pos-
de força policial. se, ao final da ação será concedido ao proprietário
◼ É com a declaração expropriatória que se inicia expropriado direito ao recebimento de juros com-
a contagem de prazo para a caducidade, afinal pensatórios (justamente a título de compensação
a desapropriação deverá efetivar-se median- pela imissão provisória e antecipada na posse do
te acordo ou intentar-se judicialmente, den- bem) – sobre o cálculo desses juros, vide Súmula
tro de cinco anos, contados da data da expe- 408 do STJ, e, no STF, Súmula 618 e ADI 2.332.
dição do respectivo decreto e findos os quais Em 17 de maio de 2018, o STF decidiu que devem
este caducará. ser de 6%, e não mais de 12%, os juros compensató-
f) A competência executória consiste na atribuição rios incidentes sobre as desapropriações por neces-
para promover a desapropriação, ou seja, para a sidade ou utilidade pública e interesse social ou para
realização de todos os atos desde a negociação fins de reforma agrária, no caso em que haja imissão
com o proprietário até a efetiva transferência prévia na posse pelo Poder Público e divergência en-
da propriedade. tre o preço ofertado em juízo e o valor do bem, fixado
Podem propor a ação expropriatória a União, em sentença judicial.
Estados, DF e Municípios (de forma incondicionada) Por maioria de votos, os Ministros julgaram par-
e os concessionários de serviços públicos e os esta- cialmente procedente a ADI 2.332 contra disposi-
belecimentos de caráter público ou que exerçam fun- tivos da Medida Provisória n. 2.027-43/2000 e de-
ções delegadas de poder público, desde que haja au- mais reedições, que alterou o Decreto-lei n. 3.365/41.
torização expressa, constante de lei ou contrato (de Os dispositivos estavam suspensos desde setembro
forma condicionada). de 2001, em razão de medida liminar concedida pelo
g) Na ação de desapropriação há a figura do Plenário do STF.
Poder Público expropriante e do proprietário
Os juros compensatórios se destinam apenas a
expropriado. compensar a perda de renda comprovadamente so-
h) A petição inicial da ação de desapropriação deve frida pelo proprietário.
conter os requisitos do art. 319 do CPC/2015 e no k) Os juros moratórios destinam-se a recompor a
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Os efeitos do tombamento são: Nas lições de José dos Santos Carvalho Filho pode
a) As coisas tombadas, que pertençam à União, aos ser conceituada como: “direito real público que au-
Estados ou aos Municípios, inalienáveis por na- toriza o Poder Público a usar a propriedade imóvel
tureza, só poderão ser transferidas de uma a outra para permitir a execução de obras e serviços de inte-
das referidas entidades. resse coletivo” (2010, p. 946).
b) A coisa tombada não poderá sair do país, senão por São características da Servidão Administrativa:
curto prazo, sem transferência de domínio e para a) É direito real sobre coisa alheia.
fim de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho b) Na servidão duas figuras importantes merecem
Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e destaque: dominante – que é o serviço; serviente
Artístico Nacional.
– que é a propriedade do particular.
c) As coisas tombadas não poderão, em caso ne-
c) Em regra, a servidão não acarreta o dever de inde-
nhum ser destruídas, demolidas ou mutiladas,
nizar, salvo se houver dano.
nem, sem prévia autorização especial do Serviço
d) A servidão administrativa acarreta ao proprietá-
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ser
rio um dever de suportar. Um exemplo de servi-
reparadas, pintadas ou restauradas, sob pena de
dão administrativa é a passagem de fios elétri-
multa de 50% do dano causado.
cos (dominante) por uma propriedade particular
d) Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio
(serviente).
Histórico e Artístico Nacional, não se poderá, na
vizinhança da coisa tombada, fazer construção e) Normalmente, a servidão administrativa é forma-
que lhe impeça ou reduza a visibilidade, nem nela lizada por acordo entre o Poder Público e o parti-
colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser cular, mas pode ser instituída por sentença judi-
mandado destruir a obra ou retirar o objeto, im- cial ou lei específica.
pondo-se neste caso a multa de 50% do valor do
mesmo objeto.
e) O proprietário de coisa tombada, que não dispuser 15.7. Limitação administrativa
de recursos para proceder às obras de conserva-
ção e reparação que a mesma requerer, levará ao Limitação administrativa é toda imposição geral, gra-
conhecimento do Serviço do Patrimônio Histórico tuita, unilateral e de ordem pública condicionadora
e Artístico Nacional a necessidade das menciona- do exercício de direitos ou atividades particulares às
das obras, sob pena de multa correspondente ao exigências do bem-estar social (MEIRELLES, 2010,
dobro da importância em que for avaliado o dano p. 664).
sofrido pela mesma coisa.
f) Com a entrada em vigor do CPC/2015, o instituto São características da Limitação Administrativa:
do “direito de preferência” desde sempre previsto a) Atinge indivíduos indeterminados: modalidade de
no Decreto-lei n. 25/37 foi revogado. expressão de supremacia geral.
b) Em regra, não acarreta o dever de indenizar.
c) Atinge o caráter absoluto da propriedade.
15.6. Servidão administrativa d) Considerada direto pessoal e não direito real.
Por exemplo, é limitação administrativa a impo-
A servidão administrativa consiste no regime jurídico sição de altura máxima para construir até o oitavo
específico, imposto por ato administrativo unilateral de andar do prédio “x” no terreno “y” – é determina-
cunho singular, quanto ao uso e fruição de determinado ção geral que vale para qualquer particular que quei-
bem imóvel e que acarreta dever de suportar e de não
ra construir naquele local.
fazer, podendo gerar direito de indenização (JUSTEN
FILHO, 2010, p. 598).
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ESTATUTO
DA CIDADE
O Estatuto da Cidade vem para regulamentar os arts. 182 e 183, CF,
Nossa maior
e cuida da política urbana estabelecendo normas de ordem pública e in-
teresse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem
fraqueza está
coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equi-
líbrio ambiental.
vencer é tentar
para as presentes e futuras gerações.
b) Gestão democrática por meio da participação da população e de as-
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economia de recursos naturais – incluído pela Lei Município procederá à aplicação do imposto sobre a
n. 12.836/2013. propriedade predial e territorial urbana (IPTU) pro-
g) Tratamento prioritário às obras e edificações de gressivo no tempo, mediante a majoração da alíquota
infraestrutura de energia, telecomunicações, pelo prazo de cinco anos consecutivos.
abastecimento de água e saneamento – incluído
pela Lei n. 13.116/2015. 16.1.3. Da desapropriação com pagamento
h) garantia de condições condignas de acessibilida- em títulos
de, utilização e conforto nas dependências inter-
nas das edificações urbanas, inclusive nas desti- Se decorridos cinco anos de cobrança do IPTU
nadas à moradia e ao serviço dos trabalhadores progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a
domésticos, observados requisitos mínimos de obrigação de parcelamento, edificação ou utilização,
dimensionamento, ventilação, iluminação, ergo- o Município poderá proceder à desapropriação do
nomia, privacidade e qualidade dos materiais em- imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública.
pregados – incluído pela Lei n. 13.699/2018. O prazo de resgate desses títulos será de até dez
anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas, as-
segurados o valor real da indenização e os juros le-
16.1. Instrumentos jurídicos de gais de seis por cento ao ano.
política urbana
16.1.4. Da usucapião especial de
O estatuto da cidade prevê diversos instrumentos imóvel urbano
de política urbana, dentre eles destacam-se:
Os requisitos para implementação desse instru-
mento são:
16.1.1. Parcelamento, edificação ou
◼ Possuir como sua área ou edificação urbana de até
utilização compulsórios duzentos e cinquenta metros quadrados.
◼ Por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição.
Lei municipal específica para área incluída no plano
◼ Utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
diretor poderá determinar o parcelamento (“é a sub-
divisão do solo em tratos juridicamente autônomos” adquirir-lhe-á o domínio.
(MOREIRA NETO, 2014, p. 633), a edificação ou a utili- ◼ Desde que não seja proprietário de outro imóvel
zação compulsórios do solo urbano não edificado, su- urbano ou rural.
butilizado (cujo aproveitamento seja inferior ao mínimo São partes legítimas para a propositura da ação
definido no plano diretor ou em legislação dele decor- de usucapião especial urbana: o possuidor, isola-
rente); ou não utilizado, devendo fixar as condições e os damente ou em litisconsórcio originário ou super-
prazos para implementação da referida obrigação. veniente; os possuidores, em estado de composse;
Prazos: como substituto processual, a associação de mo-
◼ Não inferior a um ano: a partir da notificação, para radores da comunidade, regularmente constituída,
que seja protocolado o projeto no órgão municipal com personalidade jurídica, desde que explicitamen-
competente. te autorizada pelos representados.
◼ Não inferior a dois anos: a partir da aprovação do
projeto, para iniciar as obras do empreendimento. 16.1.5. Do direito de superfície
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O direito de superfície abarca o direito de utilizar o pelo Poder Público municipal, com a participação dos
solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo ao terreno, proprietários, moradores, usuários permanentes e
na forma estabelecida no contrato respectivo, aten- investidores privados, com o objetivo de alcançar em
dida a legislação urbanística. uma área transformações urbanísticas estruturais,
melhorias sociais e a valorização ambiental.
16.1.6. Do direito de preempção
O direito de preempção confere ao Poder Público
16.2. Estudo de impacto de
municipal preferência para aquisição de imóvel ur-
bano objeto de alienação onerosa entre particulares.
vizinhança (EIV)
Esse direito será exercido sempre que o Poder
Público necessitar de áreas para: Lei municipal definirá os empreendimentos e ati-
a) Regularização fundiária. vidades privados ou públicos em área urbana que de-
b) Execução de programas e projetos habitacionais penderão de elaboração de estudo prévio de impacto
de interesse social. de vizinhança (EIV) para obter as licenças ou autori-
c) Constituição de reserva fundiária. zações de construção, ampliação ou funcionamento a
d) Ordenamento e direcionamento da expansão cargo do Poder Público municipal.
urbana.
e) Implantação de equipamentos urbanos e
comunitários. 16.3. Plano diretor
f) Criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes.
g) Criação de unidades de conservação ou proteção A propriedade urbana cumpre sua função so-
de outras áreas de interesse ambiental. cial quando atende os requisitos previstos no
h) Proteção de áreas de interesse histórico, cultural plano diretor.
ou paisagístico. O plano diretor é obrigatório para:
a) Cidades com mais de vinte mil habitantes.
16.1.7. Da outorga onerosa do direito b) Integrantes de regiões metropolitanas e aglome-
de construir rações urbanas.
c) Onde o Poder Público municipal pretenda utilizar
O plano diretor poderá fixar áreas nas quais o di- os instrumentos previstos no § 4º do art. 182, CF.
reito de construir poderá ser exercido acima do coe- d) Integrantes de áreas de especial interesse turístico.
ficientede aproveitamento básico adotado, median- e) Inseridas na área de influência de empreendi-
te contrapartida a ser prestada pelo beneficiário. mentos ou atividades com significativo impacto
ambiental de âmbito regional ou nacional.
16.1.8. Das operações f) Incluídas no cadastro nacional de Municípios
urbanas consorciadas com áreas suscetíveis à ocorrência de des-
lizamentos de grande impacto, inundações
Considera-se operação urbana consorciada o bruscas ou processos geológicos ou hidroló-
conjunto de intervenções e medidas coordenadas gicos correlatos.
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CONTROLE DA
ADMINISTRAÇÃO
a) “Pode-se conceituar controle administrativo como o conjunto de
A pressa para o
instrumentos definidos pelo ordenamento jurídico a fim de permi-
tir a fiscalização da atuação estatal por órgãos e entidades da própria
sucesso descola
Administração Pública, dos Poderes Legislativo e Judiciário, assim
como pelo povo diretamente, compreendendo ainda a possibilidade
4 Não se confunda ato jurisdicional com ato judicial. Jurisdição é atividade de dizer
o direito, de decidir na sua esfera de competência. E tanto decide o Judiciário
como o Executivo e até o Legislativo, quando interpretam e aplicam a lei.
Portanto, todos os Poderes e órgãos exercem jurisdição, mas somente o Poder
Judiciário tem o monopólio da jurisdição judicial. Isto é, de decidir com força de
coisa julgada, definitiva e irreformável por via recursal ou por lei subsequente
(CF, art. 5º, XXXVI). Há, portanto, coisa julgada administrativa e coisa julgada
judicial, inconfundíveis entre si, porque resultam de jurisdições diferentes.
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BENS PÚBLICOS
18.1. Introdução
São considerados bens públicos aqueles bem jurídicos cuja titulari-
dade é do Estado. São bens submetidos ao regime jurídico de direito pú-
interesses está prevista no art. 98 do CC, que estabelece que: são públicos os bens
do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público
pessoais, interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que
muitos
pertencerem (corrente exclusivista).
abusos e
Os bens pertencentes à União estão elencados no art. 20, CF; os bens
dos Estados, no art. 26; os bens do distrito federal, no art. 32; e os bens
sorriem dos municípios a CF/88 não faz referência, mas devem ser considerados
as ruas, praças, jardins, estradas municipais.
pensar também
(aqueles que fazem parte do patrimônio administrativo, v.g, os veículos
da Administração, os cemitérios públicos, os edifícios das repartições
é crime." públicas) estão previstos no art. 100 do CC. Por fim, os bens dominicais
ou dominiais são aqueles que não têm destinação específica nem se en-
contram sujeitos ao uso comum do povo, tais como as viaturas sucatea-
Hannah Arendt
das, os terrenos baldios, os imóveis desocupados.
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REFERÊNCIAS
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WALINE, Marcel. Droit administratif. 5. ed. Paris:
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrati- Sirey, 1963.
vo. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
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QUESTÕES
PARA TREINO
Acredite! XIX Exame de Ordem Unificado / FGV)
conheceu o
ministração pública federal no Distrito Federal, para
exercer as mesmas funções, sendo certo que havia
lado ruim. insuficiência de servidores em São Paulo, mas não no
Tire proveito e
Distrito Federal.
oportunidade
configura ato arbitrário da Administração.
B) Não é cabível a remoção do servidor com finalidades punitivas,
melhor."
C) A remoção pode ser feita, uma vez que Fulano não pautou sua
conduta com base nos princípios e regras aplicáveis aos servi-
dores públicos.
Licínia Rossi
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D) O ato de insubordinação deveria ter sido B) O consórcio de direito privado a ser cons-
constatado por meio de regular processo tituído pelo Estado e pelos Municípios não
administrativo, ao fim do qual poderia ser está alcançado pela exigência de prévia lici-
aplicada a penalidade de remoção. tação para os contratos que vier a celebrar.
C) O consórcio entre o Estado e os Municípios
RESPOSTA será constituído por contrato e adquirirá per-
sonalidade jurídica mediante o atendimento
A) A remoção não é válida.
dos requisitos da legislação civil.
B) No caso, houve o abuso de poder na moda-
D) Por se tratar de consórcio para atuação em
lidade desvio de finalidade, ou seja, há vício
área de relevante interesse coletivo, não se
no móvel (intenção) do agente que praticou
admite que seja constituído com personali-
o ato. Assim, nos termos fixados pelo art. 2º,
dade de direito privado.
parágrafo único, e, da Lei da Ação Popular
“o desvio de finalidade se verifica quando o
agente pratica o ato visando a fim diverso RESPOSTA
daquele previsto, explícita ou implicitamen-
A) Não é obrigatória a participação da União.
te, na regra de competência”.
B) Há exigência de licitação, sim (art. 37, XXI, CF
C) A remoção não poderia ter sido feita.
e art. 6º, § 2º, da Lei n. 11.107/2005).
D) Ao final não poderia ser aplicada a penalida-
C) Esta alternativa está de acordo com o art. 6º,
de de remoção.
II, da Lei n. 11.107/2005.
D) Um consórcio público adquirirá personali-
dade jurídica de direito público, no caso de
constituir associação pública, mediante a vi-
(XIX Exame de Ordem Unificado / FGV) gência das leis de ratificação do protocolo de
intenções e/ou de direito privado, mediante
O Estado X e os Municípios A, B e C
o atendimento dos requisitos da legislação
subscreveram protocolo de inten- civil (art. 6º da Lei n. 11.107/2005).
ções para a constituição de um con-
sórcio com personalidade jurídica
de direito privado para atuação na
coleta, descarte e reciclagem de lixo (XIX Exame de Ordem Unificado / FGV)
produzido no limite territorial da-
queles municípios. A pretexto de regulamentar a Lei
n. 8.987/1995, que dispõe sobre a
concessão e a permissão de serviços
Com base no caso apresentado, assinale a públicos, o Presidente da República
afirmativa correta. editou o Decreto XYZ, que estabe-
lece diversas hipóteses de gratui-
A) Por se tratar de consórcio a ser constituído
entre entes de hierarquias diversas, a saber,
dade para os serviços de transporte
Estado e Municípios, é obrigatória a partici- de passageiros.
pação da União.
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A) Esse ato está sujeito a controle. C) o Estado não responde pela morte do pa-
ciente, mas, caso comprovada a negligên-
B) O decreto XYZ está sujeito a controle.
cia dos servidores, estes respondem de for-
C) Esse ato está sujeito a controle tanto por ma subjetiva.
parte do Poder Judiciário quanto por parte
D) o Estado responde pela morte do pacien-
do Poder Legislativo, o que torna esta alter-
te, garantido o direito de regresso contra os
nativa incompleta.
servidores no caso de dolo ou culpa.
D) O poder regulamentar ou normativo consis-
te na edição de atos normativos secundários RESPOSTA
que têm por finalidade a complementação
da lei para, assim, garantir sua efetividade. A) Há responsabilidade do Estado e essa res-
Esse ato normativo infralegal está sujeito ao ponsabilidade é objetiva.
controle (tanto por parte do Poder Judiciário B) A responsabilidade do Estado nesse caso
quanto por parte do Poder Legislativo). não é subjetiva.
C) O Estado responde, sim, pela morte do
paciente.
D) Nos termos fixados pelo art. 37, § 6º, da
(XIX Exame de Ordem Unificado / FGV) Constituição, “as pessoas jurídicas de direi-
to público e as de direito privado prestado-
Um paciente de um hospital psiquiá- ras de serviços públicos responderão pelos
trico estadual conseguiu fugir da danos que seus agentes, nessa qualidade,
instituição em que estava internado, causarem a terceiros, assegurado o direito
ao aproveitar um momento em que de regresso contra o responsável nos casos
os servidores de plantão largaram de dolo ou culpa”.
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A respeito do caso descrito, assinale a afir- (XX Exame de Ordem Unificado / FGV)
mativa correta.
Carlos Mário, chefe do Departamento
A) Somente o gerente de licitações da empresa
de Contratos de uma autarquia fede-
pública, agente público, está sujeito a even-
tual ação de improbidade administrativa. ral descobre, por diversos relatos,
que Geraldo, um dos servidores a
B) Nem o diretor-presidente da construtora
ele subordinado, deixara de com-
e nem o gerente de licitações da empresa
pública, que não são agentes públicos, es- parecer a uma reunião para acom-
tão sujeitos a eventual ação de improbidade panhar a tarde de autógrafos de um
administrativa. famoso artista de televisão. Em ou-
C)
O diretor-presidente da construtora, tra ocasião, Geraldo já se ausentara
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(XXI Exame de Ordem Unificado / FGV) própria assertiva deixa claro que estão au-
sentes os elementos configuradores da res-
José, acusado por estupro de meno- ponsabilidade civil do Estado.
res, foi condenado e preso em decor-
C) Não adotamos como regra a teoria do risco
rência da execução de sentença penal
integral, vertente mais radical da teoria da
transitada em julgado. Logo após responsabilidade objetiva que só é válida
seu recolhimento ao estabelecimen- para algumas situações, por exemplo, danos
to prisional, porém, foi assassinado decorrentes de acidentes nucleares.
por um colega de cela. D) Os elementos configuradores da responsa-
bilidade civil do Estado são: conduta estatal,
dano decorrente dessa conduta e relação de
Acerca da responsabilidade civil do Estado causalidade – nexo causal – entre a conduta
pelo fato ocorrido no estabelecimento pri- e o dano. Estamos diante de nítido caso de
sional, assinale a afirmativa correta. responsabilidade civil do Estado, seguindo a
teoria da responsabilidade objetiva na mo-
A) Não estão presentes os elementos configu- dalidade risco administrativo.
radores da responsabilidade civil do Estado,
porque está presente o fato exclusivo de
terceiro, que rompe o nexo de causalidade,
independentemente da possibilidade de o
Estado atuar para evitar o dano. (XXI Exame de Ordem Unificado / FGV)
B) Não estão presentes os elementos configu-
A sociedade “Limpatudo” S/A é em-
radores da responsabilidade civil do Estado,
porque não existe a causalidade necessária presa pública estadual destinada à
entre a conduta de agentes do Estado e o prestação de serviços públicos de
dano ocorrido no estabelecimento estatal. competência do respectivo ente fe-
C) Estão presentes os elementos configurado- derativo. Tal entidade administrati-
res da responsabilidade civil do Estado, por- va foi condenada em vultosa quantia
que o ordenamento jurídico brasileiro adota, em dinheiro, por sentença transitada
na matéria, a teoria do risco integral. em julgado, em fase de cumprimento
D) Estão presentes os elementos configurado- de sentença.
res da responsabilidade civil do Estado, por-
que o poder público tem o dever jurídico de
proteger as pessoas submetidas à custódia Para que se cumpra o título condenatório,
de seus agentes e estabelecimentos. considerar-se-
á que os bens da empresa
pública são
RESPOSTA
A) impenhoráveis, certo que são bens públi-
A) A própria assertiva enfatiza que não estão cos, de acordo com o ordenamento jurí-
presentes os elementos configuradores da dico pátrio.
responsabilidade civil do Estado.
B) privados, de modo que, em qualquer caso,
B) A justificativa é a mesma da alternativa A: a estão sujeitos à penhora.
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Com base nessa situação hipotética, assina- só com a anuência da Administração poderá
le a afirmativa correta. ser alienado, com o produto utilizado para
os fins institucionais.
A) A Associação não poderia ter sido qualifica-
da como OSCIP, considerando que o seu ob-
jeto é a promoção do voluntariado.
B) A qualificação como OSCIP é ato discricio-
nário da Administração Pública, que poderia (XXII Exame de Ordem Unificado / FGV)
indeferi-lo, mesmo que preenchidos os re-
quisitos legais. O governador do estado Alfa, diante
de grave crise financeira que assola
C) A qualificação como OSCIP não autoriza o
recebimento de recursos financeiros por
as contas estaduais, elaborou nu-
meio de termo de parceria, mas somente merosos projetos de lei para dimi-
mediante contrato de gestão. nuir os gastos públicos e atender ao
D) A Associação não tem liberdade para alienar
disposto na Lei de Responsabilidade
livremente os bens adquiridos com recursos Fiscal. Dentre esses projetos encon-
públicos provenientes de termo de parceria. tram-se: i) corte de 25% (vinte e
cinco por cento) dos cargos em co-
RESPOSTA missão do Poder Executivo; ii) redu-
ção dos subsídios e vencimentos dos
A) A promoção do voluntariado é um serviço
social não exclusivo do Estado e tem por fim servidores públicos estáveis em 10%
institucional a promoção da cultura, da edu- (dez por cento) de seu valor nominal.
cação e de outras atividades que auxiliarão
a comunidade.
B) O qualificativo é recebido por meio de ato vin- Com relação à constitucionalidade de tais
culado do Ministro da Justiça. Preenchidos projetos, assinale a afirmativa correta.
os requisitos legais, não há juízo de oportu-
A) Os projetos são constitucionais, porque
nidade ou conveniência.
cabe ao Estado zelar por suas finanças, à luz
C) O vínculo estabelecido com o poder público dos princípios aplicáveis à Administração
ocorre por meio de termo de parceria; o con- Pública.
trato de gestão é para as organizações so-
B) O projeto que determina o corte de cargos
ciais, que assumem atividade por delegação.
em comissão é inconstitucional, pois resul-
E, pelo termo de parceria, podem receber
tará na exoneração dos servidores que os
recursos financeiros.
ocupam.
D) A Associação, de fato, não tem liberdade
C) O projeto que reduz diretamente os subsí-
para alienar livremente os bens adquiridos
dios e vencimentos pagos aos servidores
como recursos públicos provenientes de
públicos é inconstitucional.
termo de parceria. Os recursos do erário de-
vem ser usados conforme previsão do Termo D) Os projetos são inconstitucionais, porque há
de Parceria, e, se utilizados na aquisição de direito adquirido à imutabilidade de regime
um imóvel, este ficará vinculado ao acordo e jurídico dos servidores públicos.
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Com base na hipótese apresentada, acerca D) Não é o aspecto econômico que interfere
do provimento de cargo público, assinale a na questão, mas as decorrências dos títulos
afirmativa correta. profissionais que serviram de base para o in-
gresso no serviço público e a não coincidên-
A) A medida é inválida, porque o provimen- cia de atribuições entre os cargos.
to originário de cargo efetivo em uma de-
terminada carreira exige concurso público
específico.
B) A medida é válida, porque os servidores
(XXIII Exame de Ordem Unificado/ FGV)
reenquadrados são concursados, configu-
rando-se na espécie mera transformação de O Estado Alfa, mediante a respecti-
cargos, expressamente prevista na CRFB/88. va autorização legislativa, constituiu
C) A medida é inválida, porque o provimento de uma sociedade de economia mista
todo e qualquer cargo faz-se exclusivamen- para o desenvolvimento de certa ati-
te mediante concurso público. vidade econômica de relevante inte-
D) A medida é válida, porque os servidores re- resse coletivo.
enquadrados são concursados e não há au-
mento de despesa, uma vez que os cargos
preenchidos já existiam.
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Acerca do Regime de Pessoal de tal entida- empregados públicos (ou servidor de ente
de, integrante da Administração Indireta, as- governamental de direito privado) não. No
sinale a afirmativa correta. caso de dispensa de empregados públicos
(regidos pelo regime celetista), é indispen-
A) Por se tratar de entidade administrativa que
sável a motivação da dispensa – como já de-
realiza atividade econômica, não será neces-
sária a realização de concurso público para cidiu o STF ao julgar o RE 589.998.
a admissão de pessoal, bastando proces- C) Essa é a resposta que deveria ser assina-
so seletivo simplificado, mediante análise lada como gabarito. O teto remuneratório
de currículo. previsto no art. 37, X, da CF estabelece: “a
B) É imprescindível a realização de concur- remuneração e o subsídio dos ocupantes de
so público para o provimento de cargos e cargos, funções e empregos públicos da ad-
empregos em tal entidade administrativa, ministração direta, autárquica e fundacio-
certo que os servidores ou empregados re- nal, dos membros de qualquer dos Poderes
gularmente nomeados poderão alcançar da União, dos Estados, do Distrito Federal e
a estabilidade mediante o preenchimento dos Municípios, dos detentores de manda-
dos requisitos estabelecidos na Constituição to eletivo e dos demais agentes políticos e
da República. os proventos, pensões ou outra espécie re-
C) Deve ser realizado concurso público para muneratória, percebidos cumulativamente
a contratação de pessoal por tal entidade ou não, incluídas as vantagens pessoais ou
administrativa, e a remuneração a ser paga de qualquer outra natureza, não poderão
aos respectivos empregados não pode ul- exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
trapassar o teto remuneratório estabelecido Ministros do Supremo Tribunal Federal, apli-
na Constituição da República, caso sejam re- cando-se como limite, nos Municípios, o sub-
cebidos recursos do Estado Alfa para paga- sídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
mento de despesas de pessoal ou de custeio
Federal, o subsídio mensal do Governador
em geral.
no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
D) A entidade administrativa poderá optar en- dos Deputados Estaduais e Distritais no âm-
tre o regime estatutário e o regime de em- bito do Poder Legislativo e o subsídio dos
prego público para a admissão de pessoal, Desembargadores do Tribunal de Justiça, li-
mas, em qualquer dos casos, deverá realizar mitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen-
concurso público para a seleção de pessoal. tésimos por cento do subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal
RESPOSTA Federal, no âmbito do Poder Judiciário, apli-
A) Essa alternativa está incorreta, pois o art. cável este limite aos membros do Ministério
37, II, da Constituição Federal estalebece, Público, aos Procuradores e aos Defensores
como forma de consagração dos princípios Públicos.
da impessoalidade, isonomia e indisponibili- D) O regime de pessoal das empresas estatais
dade de concurso público a obrigatoriedade (empresas públicas ou sociedades de eco-
de licitação. nomia mista) é o regime celetista, devendo
B) Os ocupantes de cargos públicos gozam os interessados prestarem concurso público
da estabilidade do art. 41 da CF, porém os para ingresso no emprego público.
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Após a Polícia Federal colher far- A) A sindicância pode ou não ocorrer. Não é
to material probatório, o Ministério condição indispensável para instauração de
processo administrativo disciplinar. A alter-
Público denunciou Ricardo, servidor
nativa “a” está, portanto, incorreta.
público federal estável, por crime
funcional e comunicou o fato às au- B) Há um princípio intitulado “princípio da in-
dependência das instâncias” que estabelece
toridades competentes para eventu-
que as esferas civil, penal e administrativas
al apuração administrativa.
são independentes. Assim, o mero recebi-
Antes do recebimento da denún- mento de denúncia não teria o condão de
cia, diante da vasta documentação suspender o processo administrativo disci-
que demonstrava a materialidade de plinar contra Ricardo, portanto, incorreta a
violação de dever funcional remetida alternativa “b”.
para a Administração, foi instaurado C) Essa alternativa está incorreta. Importante
o processo administrativo discipli- ressaltar que o decidido na esfera penal ape-
nar, sem a realização de sindicân- nas vinculará as demais esferas nos seguin-
cia, que, mediante regular processa- tes casos: 1- absolvição no processo-crime
em razão de prova de que o réu não foi o
mento do inquérito administrativo,
autor e 2- absolvição no processo-crime em
culminou na aplicação da pena de
razão de inexistência do fato.
demissão de Ricardo.
D) Alternativa correta. De fato, não há que se
falar em qualquer nulidade no fato apresen-
tado. O art. 5º, LV, da CF foi integralmente
Sobre a situação hipotética narrada, assina- observado.
le a afirmativa correta.
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RESPOSTA
A) Nos termos do art. 25, § 3º da CF, Os Estados Nesse caso, o Juízo de 1º grau
poderão, mediante lei complementar, insti- A) não poderia ter dado prosseguimento ao fei-
tuir re
giões metropolitanas, aglomerações to, na medida em que Odorico é agente po-
urbanas e microrregiões, constituídas por lítico e, por isso, não responde com base na
agrupamentos de municípios limítrofes, lei de improbidade, mas somente na esfera
para integrar a organização, o planejamen- política, por crime de responsabilidade.
to e a execução de funções públicas de in-
teresse comum. Trata-se de tema de direito B) não tem competência para o julgamento da
constitucional e que tem relação interdisci- ação civil pública por improbidade ajuizada
plinar com o direito administrativo. Essa é a em face de Odorico, ainda que o agente te-
alternativa que deveria ter sido assinalada nha foro por prerrogativa junto ao respectivo
nessa questão. Tribunal de Justiça estadual.
B) O erro dessa assertiva é a expressão “neces- C) não poderia ter determinado o afastamento
sariamente”, que traduz ideia de “obrigato- cautelar de Odorico, pois a perda da função
riedade”, o que não é verdade. pública só se efetiva com o trânsito em jul-
gado da sentença condenatória.
C) Essa competência não é exclusiva da União,
conforme podemos observar da leitura do D) agiu corretamente ao determinar o afasta-
art. 25, § 3º, da CF, portanto, incorreta a al- mento cautelar de Odorico, que, apesar de
ternativa “c”. constituir medida excepcional, cabe quando
o agente se utiliza da máquina administra-
D) Incorreta essa alternativa, conforme redação tiva para intimidar servidores e prejudicar o
conferida pelo art. 25, § 3º, da CF. andamento do processo.
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O Estado “X” pretende fazer uma D) Nem mesmo com autorização legislativa
reforma administrativa para cor- dada pelo Congresso Nacional poderá ser
tar gastos. Com esse intuito, espera realizada a desapropriação nos moldes fixa-
dos pelo enunciado da questão.
concentrar diversas secretarias es-
taduais em um mesmo prédio, mas
não dispõe de um imóvel com a área
necessária. Após várias reuniões
com a equipe de governo, o governa- (XXIV Exame de Ordem Unificado/FGV)
dor decidiu desapropriar, por utili-
João foi aprovado em concurso
dade pública, um enorme terreno de
público promovido pelo Estado Alfa
propriedade da União para construir
o edifício desejado. para o cargo de analista de políticas
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RESPOSTA
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RESPOSTA
Diante da situação acima, assinale a afirma-
A) Não houve desvio de poder. Pautado na pre-
tiva correta.
sunção de legitimidade dos atos administra-
tivos e também no atributo da coercibilida- A) O Estado pode optar por celebrar uma
de do poder de polícia, a conduta do fiscal parceria público-privada na modalida-
foi perfeitamente lícita, portanto, incorreta a de de concessão patrocinada, desde que
alternativa “a”. o contrato tenha valor igual ou superior a
R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais) e
B) Não há que se falar em prática irregular por
que as receitas decorrentes da exploração
parte do fiscal. O atributo da discricionarie-
dos serviços não sejam suficientes para re-
dade, da coercibilidade e da autoexecutorie-
munerar o particular.
dade justificam e amparam a conduta prati-
cada pelo fiscal. B) A constituição de sociedade de propósito
específico – SPE, sociedade empresária do-
C) De fato a autoexecutoriedade é atributo do
tada de personalidade jurídica e incumbida
poder de polícia presente sempre que hou-
de implantar e gerir o objeto da parceria,
ver situação de emergência capaz de justifi-
deve ocorrer após a celebração de um con-
car a utilização de meios diretos de coerção.
trato de PPP.
Correta essa alternativa. Inclusive foi exata-
mente esse o exemplo dado em minha aula C) O contrato deverá prever o pagamento de
na MARATONA SARAIVA APROVA alguns remuneração fixa vinculada ao desempe-
dias antes da realização do referido Exame nho do parceiro privado, segundo metas e
XXIV da OAB/FGV. padrões de qualidade e disponibilidade nele
definidos.
D) A atuação do fiscal não é ilícita.
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B) A alternativa “B” fixa prazo de três anos, B) A reiteração da mesma falha não enseja a
o que não obedece ao prazo previsto no art. aplicação da pena de suspensão; neste caso,
23 da Lei n. 8.429/92. a única sanção possível é a advertência.
C) A alternativa “C” deveria ser assinalada. Com C) A sindicância pode dar ensejo à aplicação da
base no art. 23 da LIA, que estabelece que pena de suspensão, desde que a sanção seja
“as ações destinadas a levar a efeitos as san- de até 30 (trinta) dias.
ções previstas nesta lei podem ser propos-
D) A pena de demissão independe da instaura-
tas até cinco anos após o término do exer-
ção de processo administrativo disciplinar,
cício de mandato, de cargo em comissão ou
podendo ser aplicada após sindicância.
de função de confiança”.
D) Por fim, o prazo previsto na alternativa “D” RESPOSTA
também está incorreto, tendo como funda-
mento o mesmo art. 23 da mencionada Lei. A) A alternativa “A” está incorreta ao trazer a
expressão “em nenhuma hipótese”.
B) A alternativa “B” é incorreta, já que a única
sanção possível não é a advertência.
(XXV Exame de Ordem Unificado/FGV) C) A alternativa “C” deveria ser assinalada. Com
fulcro no art. 145, II, da Lei n. 8.112/90, da sin-
Ricardo, servidor público federal, dicância poderá resultar: I – arquivamento
especializou-se no mercado imo- do processo; II – aplicação de penalidade de
biliário, tornando-se corretor de advertência ou suspensão de até 30 (trinta)
imóveis. Em razão do aumento da dias; III – instauração de processo disciplinar.
demanda, passou a atender seus D) Por fim, a alternativa “D” traz grave erro ao
clientes durante o horário de expe- estabelecer a não dependência da instaura-
diente, ausentando-se da repartição ção de processo administrativo disciplinar.
pública sem prévia autorização do Nesse sentido, vide art. 5º, LV, da CF.
chefe imediato.
Instaurada sindicância, Ricardo foi
punido com uma advertência. A des-
peito disso, ele passou a reincidir na (XXV Exame de Ordem Unificado/FGV)
mesma falta que ensejou sua puni- A organização religiosa Tenhafé,
ção. Nova sindicância foi aberta. além dos fins exclusivamente reli-
giosos, também se dedica a ativi-
dades de interesse público, notada-
Com base na situação narrada, assinale a mente à educação e à socialização de
afirmativa correta.
crianças em situação de risco. Ela não
A) A sindicância não pode resultar, em nenhu- está qualificada como Organização
ma hipótese, na aplicação da pena de sus- Social (OS), nem como Organização
pensão; neste caso, deve ser instaurado pro- da Sociedade Civil de Interesse
cesso administrativo disciplinar.
Público (OSCIP), mas pretende obter
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C) João deve ser redistribuído para outro órgão que um terreno de sua propriedade
ou outra entidade do mesmo Poder, a fim havia sido invadido, em setembro de
de que possa desempenhar suas atribuições
2015, pelo Município Beta, que nele
em outro local.
construiu uma estação de tratamen-
D) João deve ser readaptado em cargo de atri- to de água e esgoto.
buições afins.
RESPOSTA
Em razão disso, Josué procurou você para,
na qualidade de advogado(a), traçar a orien-
A) A alternativa “A” deveria ser assinalada pelo
tação jurídica adequada, em consonância
candidato. Nesse sentido, vide art. 41, § 4º,
com o ordenamento vigente.
da CF: como condição para a aquisição da
estabilidade, é obrigatória a avaliação espe- A) Deve ser ajuizada uma ação possessória,
cial de desempenho por comissão instituída diante do esbulho cometido pelo Poder
para essa finalidade. Público municipal.
B) A alternativa “B” está errada. Importante B) Não cabe qualquer providência em Juízo,
atentar para as diferenças entre “demissão” considerando que a pretensão de Josué está
e “exoneração”, que sempre são cobradas prescrita.
nas provas.
C) Impõe-se que Josué aguarde que o bem ve-
C) A alternativa “C” traz o conceito de “redistri- nha a ser destinado pelo Município a uma
buição”, que nada tem relação com a situa- finalidade alheia ao interesse público, para
ção descrita na questão. que, somente então, possa pleitear uma in-
D) Por fim, a alternativa “D” também está erra- denização em Juízo.
da. O instituto da readaptação tem previsão D) É pertinente o ajuizamento de uma ação
no art. 24 da Lei n. 8.112/90 e consiste na in- indenizatória, com base na desapropriação
vestidura do servidor em cargo de atribui- indireta, diante da incorporação do bem ao
ções e responsabilidades compatíveis com patrimônio público pela afetação.
a limitação que tenha sofrido em sua capa-
cidade física ou mental verificada em inspe- RESPOSTA
ção médica. Se julgado incapaz para o servi-
ço público, o readaptando será aposentado. A) A alternativa “A” está errada – não é caso de
ação possessória.
B) A alternativa “B” está incorreta ao impedir
providência em Juízo.
(XXV Exame de Ordem Unificado/FGV) C) A alternativa “C” criou situação esdrúxula e
totalmente absurda, razão pela qual não po-
Em novembro de 2014, Josué decidiu deria ter sido assinalada pelo candidato.
gozar um período sabático e passou,
D) A alternativa que deveria ter sido assinalada
a partir de então, quatro anos via-
nessa questão é a “D”. Ocorreu verdadeiro es-
jando pelo mundo. Ao retornar ao bulho possessório no caso, fato em que fica
Brasil, foi surpreendido pelo fato de configurado o instituto da desapropriação
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indireta. Não há dúvidas de que se trata de vista a inexecução parcial do negócio jurídi-
forma de intervenção do Estado na proprie- co por parte da concessionária.
dade, todavia sem as formalidades neces-
C) O poder concedente deve, necessariamente,
sárias para esse ato – no caso, sem o com-
aplicar todas as sanções contratuais antes
petente decreto expropriatório e a justa e
de decidir pelo encerramento do contrato.
prévia indenização em dinheiro. As demais
alternativas, nessa questão, acabaram por D) O processo administrativo tem natureza de
“inventar” situações totalmente imperti- inquérito e visa coletar informações precisas
nentes com o problema descrito na questão dos fatos; por isso, não há necessidade de
em análise. observar o contraditório e a ampla defesa da
concessionária.
RESPOSTA
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ele faria a prova rapidamente e, logo administrativa leia os arts. 2º, 3º e 8º da Lei n.
após, deixaria as respostas na lixeira 8.429/92.
do banheiro para que Alberto pudes- B) Como dito na alternativa anterior, não
se ter acesso a elas. A fraude só veio houve o cometimento de improbidade
a ser descoberta após o ingresso de administrativa.
Raul e de Alberto no cargo, fato que C) Não frustraram a licitude de concurso públi-
ensejou o afastamento deles. Após co. Essa alternativa foi uma pegadinha para
rígida investigação policial e admi- induzir o oabeiro a assinalar – consideran-
nistrativa, não foi identificada, na do o teor do art. 11 da Lei de Improbidade
Administrativa.
época do certame, a participação de
agentes públicos no esquema. D) Esta é a alternativa que deveria ter sido
assinalada, afinal, no caso em tela, não
houve o cometimento de improbidade
administrativa.
Sobre os procedimentos de Raul e de
Alberto, com base nas disposições da Lei de
Improbidade Administrativa, assinale a afir-
mativa correta.
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concurso e estável, foi promovido D) A alternativa dada como correta pelo ga-
e passou a ocupar o cargo que era barito foi esta. De fato há, aqui, o instituto
da reintegração. Nos termos do art. 28 da
de Maria.
Lei n. 8.112/90, a reintegração é a reinves-
tidura do servidor estável no cargo ante-
riormente ocupado, ou no cargo resultante
Sobre a hipótese apresentada, assinale a de sua transformação, quando invalidada
afirmativa correta. a sua demissão por decisão administrati-
va ou judicial, com ressarcimento de todas
A) A invalidação do ato demissional de Maria
as vantagens.
não poderá importar na sua reintegração ao
cargo anterior, considerando que está ocu-
pado por Alfredo.
B) Maria, em razão de ter adquirido a estabili-
dade, independentemente da existência e (MP/PE – FCC)
necessidade do cargo que ocupava, deverá
ser posta em disponibilidade. No que diz respeito aos servidores
C) Maria deverá ser readaptada em cargo su- públicos é INCORRETO afirmar, tec-
perior ao que ocupava anteriormente, diante nicamente, que os
da ilicitude de seu ato demissional.
D) Em decorrência da invalidade do ato demis-
sional, Maria deve ser reintegrada ao cargo A) empregados públicos da Administração di-
que ocupava e Alfredo deverá ser recondu- reta e indireta, regidos pela Consolidação das
zido para o cargo de origem. Leis do Trabalho, titulares de emprego públi-
co, recebem salário como remuneração.
RESPOSTA B) detentores de mandato eletivo e os chefes
do Executivo recebem subsídio, constituído
A) O erro dessa assertiva aparece na expressão
de parcela única, a título de remuneração.
“não poderá importar na sua reintegração ao
cargo anterior”. Reconhecida a ilegalidade C) servidores, pelo exercício de cargo público,
da demissão, deve ocorrer a reintegração. recebem vencimentos, como espécie de re-
B) Não ocorre disponibilidade nesse caso. A dis- muneração, e correspondem à soma do ven-
ponibilidade ocorre ou porque houve a ex- cimento e das vantagens pecuniárias.
tinção do cargo ou porque foi declarada sua D) agentes políticos, a exemplo dos membros
desnecessidade. Lembrando que o retorno do Ministério Público e dos Juízes de Direito,
à atividade de servidor em disponibilidade recebem vencimentos a título de retribuição
far-se-á mediante aproveitamento obriga- pecuniária.
tório em cargo de atribuições e vencimentos
E) os Conselheiros dos Tribunais de Contas re-
compatíveis com o anteriormente ocupado.
cebem subsídio, visto como uma modalida-
C) Não é caso de readaptação. A readaptação de do sistema remuneratório constitucional.
é a investidura do servidor em cargo de atri-
buições e responsabilidades compatíveis RESPOSTA
com a limitação que tenha sofrido em sua
capacidade física ou mental verificada em Os agentes políticos são os que ocupam os pri-
inspeção médica. meiros escalões nos poderes do Estado (Chefes
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c) executória – consistente na atribuição para somente decorrido 1 (um) ano, poderá ser o mes-
promover a desapropriação, podendo ser: c.1) mo bem objeto de nova declaração”. Decorridos
incondicionada: União, Estados, Distrito Federal 5 anos da data da expedição do decreto expro-
e Municípios estão livres para a propositura da priatório por utilidade pública sem que seja reali-
ação expropriatória; c.2) condicionada ao dis- zada a desapropriação, ocorrerá a DECADÊNCIA
posto em lei ou no contrato (art. 2º, § 3º, do DL n. na desapropriação, isto é, a perda do direito
3.365/41). Por essa razão, correta a alternativa a. de expropriar em razão da inação por parte do
Poder Público (caducidade), de forma que, para
o bem ser objeto de desapropriação, deverá ser
expedido NOVO DECRETO EXPROPRIATÓRIO e
só depois de decorrido um ano da data em que
(181º Concurso de Ingresso na deveria ter sido proposta a desapropriação.
Magistratura-SP)
B) depende de novo decreto de utilidade pú- B) O ato praticado pelo “agente de fato” é sem-
blica, que pode ser editado a qualquer pre nulo, independentemente da aparência
momento. de legalidade.
C) depende de novo decreto de utilidade públi- C) O ato administrativo composto é aquele que
ca, que apenas poderá ser editado a partir de se forma pela conjugação de vontades de
30 de junho de 2008. mais de um órgão administrativo.
D) depende de novo decreto de utilidade públi- D) A administração pública, para anular ato pró-
ca, que apenas poderá ser editado a partir de prio, em razão da constatação de ilegalida-
30 de junho de 2009. de, deverá necessariamente buscar o provi-
mento jurisdicional nesse sentido.
RESPOSTA E) O ato discricionário, quando motivado, fica
A assertiva que deveria ter sido assinalada é vinculado ao motivo que lhe serviu de su-
a alternativa “c”. Conforme dispõe o art. 10 do porte, com o que, se verificado ser o mesmo
falso ou inexistente, deixa de subsistir.
Decreto-Lei n. 3.365/41: “A desapropriação de-
verá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se
RESPOSTA
judicialmente dentro de 5 (cinco) anos, conta-
dos da data da expedição do respectivo decre- Pela Teoria dos Motivos Determinantes, o admi-
to e findos os quais este caducará. Neste caso, nistrador deve enunciar os motivos em que se
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calçou para a prática do ato, estes terão que ser B) As empresas públicas e as sociedades de
obedecidos – e passarão a integrar o ato, ainda economia mista exploradoras de atividade
que a lei não tenha expressamente imposto a econômica estão sujeitas ao regime das em-
obrigação de enunciá-los. presas privadas e, portanto, podem celebrar
Se um fato que não ocorreu for elencado como contratos sem prévia licitação.
motivo para a prática de um ato, o ato ficará
C) Enquanto a concessão de serviço público é
inválido: apenas motivos que realmente exis-
precedida de licitação, a permissão, em ra-
tiram é que podem ensejar a validade do ato.
zão de seu caráter precário, dela independe.
Exemplificando: indivíduo é multado por passar
hoje na Rua das Flores no estado de São Paulo às D) As empresas concessionárias de serviços
15 horas. Posteriormente prova que estava fora do públicos, dotadas de personalidade jurídi-
país nesta data e, portanto, não poderia estar nos ca de direito privado, responderão pelos
dois locais ao mesmo tempo: o fato não ocorreu! danos que seus agentes, nessa qualidade,
O motivo da multa (exercício do Poder de Polícia causarem a terceiros, independentemente
da Administração) é falso, o ato será inválido e, de culpa.
consequentemente a multa será inválida. E) Em razão do princípio da livre iniciativa, não
Sempre que forem alegados motivos fal- há restrições para que o Estado explore a ati-
sos ou inexistentes para a prática de um ato, vidade econômica.
este ato será inválido. O motivo alegado pela
Administração Pública tem que ser verdadeiro –
RESPOSTA
incidência da Teoria dos Motivos Determinantes.
A responsabilidade civil do Estado prevista no
Portanto, correta a alternativa e.
art.37, §6º, da CF impõe que “as pessoas jurídi-
cas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualida-
(MP/RR – CESPE) de, causarem a terceiro, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos
Assinale a alternativa correta:
de dolo ou culpa”. As concessionárias de ser-
viços públicos são pessoas jurídicas de direito
privado e têm sim responsabilidade objetiva se
A) É vedada, no ordenamento jurídico vigente, em razão de uma conduta vierem causar dano
a destinação de recursos orçamentários e a alguém (teoria da responsabilidade objetiva
bens públicos às organizações sociais. na modalidade risco administrativo). Portanto,
correta a alternativa c.
CONTEÚDOS EXCLUSIVOS
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