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TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

ORIENTAÇÕES GERAIS PARA PAIS E PROFESSORES

NOTA: Este documento só poderá ser manuseado por

profissionais autorizados, as informações deverão ser
preservadas em sigilo conforme orientações do Código de Ética
da(o) Psicóloga(o), Resolução 010/2005.

CONCEITO DE TEA: O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento

caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, dificuldades de
comunicação e na interação social, comportamentos repetitivos e estereotipados.1

DIAGNÓSTICO: O diagnóstico é essencialmente clínico, deve incluir um histórico detalhado,

avaliações do processo de desenvolvimento psicológico, habilidades adaptativas, deve ter
observações, entrevistas com a família, uso de instrumentos psicológicos ou neuropsicológicos
específicos. Quanto aos critérios, existem dois manuais que são utilizados internacionalmente para
contribuir no diagnóstico do TEA, a Classificação Internacional de Doenças (CID-10) e o Manual de
Diagnóstico e Estatística (DSM-5). O CID-10 é o critério adotado no Brasil pelo Sistema único de
Saúde (SUS), elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o DSM-5 tem sido usado mais
em ambientes de pesquisa, possui mais detalhes, elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria.

É IMPORTANTE SABER ATIVIDADES DIRECIONADAS

Observar a criança Tudo começa com a observação de seus aspectos de linguagem, interação,
comportamentos principalmente entre os 12 e 18 meses de vida.

Fazer estimulação precoce
A origem do Autismo é desconhecida.
Como a criança gosta de ser chamada.
Estar com a criança em ambiente que estimule a comunicação e a interação.
Pesquisas apontam que não há causa única, mas sim a integração de fatores
genéticos e ambientais, enquanto não temos uma definição, trabalhamos com
atividades que contribuam para o atendimento justo dentro das dimensões da
linguagem, interação e comportamentos.
Este é um dos primeiros passos, identidade, um apelido carinhoso dado pela
mãe, pelo pai ou outro cuidador. As atividades devem ser desenvolvidas
sempre pensando no fortalecimento da identidade da criança.

O que a criança GOSTA de fazer. Se a criança gosta de assistir desenhos que falam de heróis da selva, as
atividades devem ser adaptadas a esta realidade.

O que a criança NÃO gosta de fazer. Se a criança não gosta significa que o ato de fazer altera seu comportamento,
se ela se sente incomodada com muitas pessoas, as atividades dever ser
desenvolvidas para diminuir ao máximo esta aversão.

1
Definição – Transtorno do Espectro Autista. Disponível em< linhasdecuidado.saude.gov.br> Acesso em 12 set. 2021.
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O que deixa a criança calma e concentrada. Se o ato de pegar na mão deixa a criança calma e concentrada, as atividades
devem ser desenvolvidas para fortalecer este comportamento. Estimular o
toque e criação de vínculo afetivo.

O que deixa a criança irritada. Se todas as vezes que muda a sua cadeira e mesa de lugar ela fica
agressiva, deve-se tirar do lugar? A criança precisa ter sua rotina respeitada
para que ela se sinta adaptada, segura e confiante no educador.

As crianças com TEA têm comportamentos De modo geral, é comum o movimento de correr de um lado para o outro,
gerais e comportamentos específicos que bater palmas ou chacoalhar as mãos para cima e para baixo, alinhar
devem ser respeitados. brinquedos, cheirar objetos, sensibilidade a sons, rotinas rígidas que não
podem ser alteradas, dificuldades na fala ou entonação, expressão de
sentimentos e emoções. Importante lembrar que isso não é regra para todas
as crianças com TEA, algumas, por exemplo, apresentam sensibilidade a
sons e outras não, algumas interagem e outras não. Este movimento depende
de diversos fatores, neste contexto é importante respeitar as individualidades
e oferecer atividades de acordo com cada realidade.

Algumas crianças com TEA tem fixação de O que é isso? Fixação por assunto único, sempre que chega alguém ela fala
interesses por determinados assuntos de determinado tema que havia enunciado a outras pessoas, ela se identifica
(heróis, desenhos). com isso, daí a importância de preparar atividades adaptativas.

As escolas devem oferecer adaptações As atividades devem respeitar aquilo que a criança desenvolve bem e
curriculares de acordo com a rotina da preencher aquelas demandas que a criança apresenta dificuldades, o que
criança. tem em excesso deve estar equilibrado com aquilo que falta.

Não deve ser oferecida atividade uniforme Respeitar suas subjetividades, porque o que funciona para algumas pessoas
para crianças com TEA não são adaptadas a outras da mesma idade.

Se a criança que manifestar ou executar Os responsáveis (pais e demais educadores) devem ter um plano de proteção
fuga do ambiente pode ser contida. que precisa ser construído com os responsáveis. A criança é a parte mais
frágil e precisa ser protegida para que não se envolva em acidentes, como
acontecerá esta abordagem depende do plano desenvolvido em equipe. Se a
criança sai correndo de uma sala, vai à direção de rodovia movimentada ou
sobe num lugar alto, deve ser protegida e as ferramentas protetivas devem
ser detalhadas no plano de intervenção. Importante ser levada a um ambiente
calmo, agradável sempre na presença de pessoas que ela tem vínculo,
memória afetiva.
Se a criança pega algum objeto para agredir Sim, de acordo com o plano de proteção construído em equipe. Ela precisa
ou ameaça agredir alguém, devemos ser levada a um ambiente não aversivo até que se acalme. A criança não
conter? deve ser agredida, mas, deve ser impedida para proteger sua integridade e a
das pessoas presentes na cena.
O que fazer quando a criança fica irritada? Antes de tudo, manter a calma! Explosões acontecem porque elas têm
dificuldades nos aspectos emocionais, use frases curtas “sente-se!” “fique
quieto!” “não pode!”
A criança deve ficar no ambiente que Não, ela deve ser levada para um local que contribua para a amenização de
oferece perigo? seus comportamentos agressivos.
O que fazer quando a criança não entende Utilize comunicação alternativa, a comunicação assistiva, por exemplo, (uso
seu comando? de celular) sempre ajuda, use imagens, desenhos, frases que ela usa,
gestos, silêncio.
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Saber quais são as etapas que ajudam no
controle de seus comportamentos
(isolamento social, emoções e adaptações
ambientais)
Saber quais são as dificuldades de
comunicação que a criança apresenta. (fala,
desenho, olhar, gestos, outros)
Quais são as dificuldades de interação que
a criança apresenta?
Quais são os comportamentos mais comuns
no dia a dia da criança?
Quais são os sentimentos e emoções mais
comuns no dia a dia da criança?
Quais são os ambientes aversivos da
criança?
Identificação: o que ela gosta, que não gosta, sua rotina, personalidade,
tipos de agressividade, tipos de emoções positivas.
Compreensão: que a criança se adapta de acordo com fatores estimuladores
ou aversivos.
Gerenciamento: saber em quais momentos, com quais pessoas ou objetos
ela tem comportamentos alterados.
Prevenção: Se sabemos identificar, compreender e gerenciar, devemos
oferece um espaço que diminua ao máximo sua irritabilidade e aumente ao
máximo sua adaptação.
As atividades devem contribuir para o desenvolvimento da comunicação, a
primeira pergunta que o educador deve fazer é: “O que está em falta?”
Se a criança tem dificuldade em estabelecer um diálogo, deve-se verificar
quais são as atividades adequadas para cobrir esta lacuna.
Identificar as dificuldades e ao mesmo tempo anotar as facilidades de
interação. Registrar se a criança gosta de chegar, observar, ficar junto ao
cuidador para depois, se ela brinca de longe, se gosta de estar perto, se se
isola, ignora com corpo. As atividades devem ser desenvolvidas de acordo
com o grau de interação.
Se a criança silencia, grita, corre, se esconde, se aproxima, se esconde,
gosta de ficar deitada ao chão, se agride. As atividades devem ser
desenvolvidas para inibir comportamentos que dificultam o relacionamento.
Verificar se a criança:
- se sente impotente;
- excluída;
- se chora com frequência;
- se fica triste, se isola;
- se recebe empoderamento negativo;
- se sorri.
As atividades devem ser desenvolvidas para fortalecer as emoções que
contribuem para evolução do ensino-aprendizagem e outras que inibem
sentimentos e emoções que desaceleram o aprendizado.
Verificar se a criança tem aversão:
- a espaços fechados ou abertos;
- sinais sonoros intensos;
- muitas pessoas;
- espaço vazio;
- excesso de objetos.
As atividades devem ser desenvolvidas para transformar ambientes
desagradáveis em ambientes acolhedores.
Eldorado, 06 de dezembro de 2021
Ademar Dias de Oliveira
Psicólogo Escolar e Educacional
CRP: 06/96207