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DEFICIÊNCIA FÍSICA E O
ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO
U N I V E R S I D A D E F E D E R A L
R U R A L D O S E M I - Á R I D O
DEFICIÊNCIA FÍSICA E O
ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO
Conselho Editorial da EdUFERSA
Pró-Reitor de Graduação
Augusto Carlos Pavão
COMFOR
Coordenadora
Maria de Lourdes F. de Medeiros
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Bibliotecária-Documentalista
Vanessa de Oliveira Pessoa, Bib. Me. (CRB-15/453)
http://nead.ufersa.edu.br/
APRESENTAÇÃO
Prezado(a) Cursista,
Bons estudos!
GLOSSÁRIO 39
REFERÊNCIAS 41
1
PONTUANDO
A DEFICIÊNCIA
FÍSICA
1 - PONTUANDO A DEFICIÊNCIA FÍSICA
As denominações “para, mono, tetra, tri e hemi” referem-se à parte do corpo envolvida,
significando respectivamente, “somente os membros inferiores, somente um membro, os
quatro membros, três membros ou um lado do corpo”. O sufixo “plegia” refere-se à abolição
total do movimento enquanto o sufixo “paresia” indica a diminuição, incoordenação ou
qualquer outro distúrbio do movimento. Na prática, contudo, muitas vezes o sufixo “plegia” é
utilizado mesmo quando há somente um prejuízo e não abolição do movimento (ANDRADE,
2003; SCHIRMER et al., 2007).
Há uma diversidade de situações que podem acarretar uma condição de deficiência 13
física, como exemplos: lesão cerebral (paralisia cerebral, acidente vascular encefálico,
traumatismo craniano), lesão medular, miopatias (distrofias musculares), patologias
degenerativas do sistema nervoso central (esclerose múltipla), lesões nervosas periféricas,
amputações, sequelas de politraumatismos, malformações congênitas, distúrbios posturais
de coluna, sequelas de patologias de coluna, distúrbios dolorosos da coluna vertebral e das
articulações dos membros, artropatias, reumatismo inflamatório da coluna e articulações,
doenças osteoarticulares, sequelas de queimaduras, entre outros (BRASIL, 2006a).
Essas condições podem aparecer desde o nascimento ou posteriormente, provocando
graus de comprometimento variados, sendo que em todos eles produzem perda ou redução
da mobilidade corporal com consequentes prejuízos para a realização de algumas atividades
funcionais, como alimentar-se, locomover-se, realizar a higiene pessoal, escrever, desenhar,
realizar atividades que requerem coordenação motora fina, entre outras.
Quando a deficiência é decorrente de lesão no sistema nervoso central pode-
se, comumente, observar padrões motores anormais (movimentos rígidos, lentos e
“desajeitados”; movimentos lentos e contorcidos; movimentos súbitos e rápidos); dificuldade
de manter certas posturas, incoordenação global, falta de equilíbrio, fraqueza muscular,
comprometimento dos músculos da face que provoca “caretamento” constante e/ou
sialorreia, entre outros.
Além dos diferentes diagnósticos e comprometimentos, é importante pontuar que
algumas condições de deficiência física podem requerer atenção dos professores em
sala de aula no sentido de ter alguns cuidados com o aluno que apresenta, por exemplo,
alterações da sensibilidade tátil, térmica ou dolorosa e nas situações em que ocorrem
complicações associadas como epilepsia ou problemas de saúde que necessitam de
cuidados (respiratórios, cardiovasculares, entre outros) e medicações (SCHIRMER et al.,
2007).
DEFICIÊNCIA FÍSICA E O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
Autores: Francisco Ricardo Lins Vieira de Melo e Luzia Lívia Oliveira Saraiva AEE
1 - PONTUANDO A DEFICIÊNCIA FÍSICA
Melo e Ferreira (2009) destacam que, em se tratando dos alunos com deficiência física
decorrente de lesão neurológica, os cuidados a serem tomados podem se tornar ainda
mais complexos, tendo em vista a possibilidade de ocorrência dos transtornos de controle
do movimento e da postura e complicações associadas (como incontinência urinária,
constipação intestinal, deformidades musculoesqueléticas, entre outras), que interferem
diretamente na independência e autonomia dessas pessoas.
Alguns exemplos desses cuidados são relacionados a seguir:
- As crianças com mielomeningocele devem ser estimuladas a sentar corretamente no
chão, evitando posturas que favoreçam os encurtamentos musculares.
FIGURA 01: Postura sentada no chão de forma correta e formas não desejáveis (incorretas).
Fonte: http://icr.usp.br/subportais/
raiz/apostila_maos_unidas.pdf
- A postura dos alunos com paralisia cerebral necessita de ajustes para favorecer o
bom alinhamento corporal e evitar complicações musculoesqueléticas, dor/desconforto e
14 desatenção em sala de aula.
FIGURA 02: Aluna utilizando mesa comum e cadeira de rodas sem ajustes, submetendo-a à postura inadequada.
Fonte: Arquivo dos autores.
- As pessoas com hidrocefalia que usam válvula devem ser observadas durante as
brincadeiras e esportes, evitando-se aqueles com contato físico vigoroso ou que provoquem
choques diretamente na cabeça/válvula.
Fonte: http://guguheroi.blogspot.com.br/p/blog-page.html
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- É interessante que os professores saibam posicionar adequadamente as órteses
utilizadas por alguns alunos, inclusive retirando a areia após as brincadeiras no parque,
não deixando meias enroladas, adequando a pressão dos fechos, entre outros cuidados.
Lembrar que algumas pessoas possuem também déficit de sensibilidade e, portanto, não
relatarão desconforto mesmo se o dispositivo estiver machucando.
Fonte: http://www.bengalalegal.com/medular
FIGURA 06: Principais áreas de formação de escaras.
Fonte: http://www.bengalalegal.com/medular
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Além desses cuidados específicos, outra questão a ser observada e acompanhada pelos
professores são os quadros estáveis ou progressivos do acometimento motor do aluno. No
primeiro caso, ocorre uma lesão de característica não evolutiva (são exemplos, os alunos com
paralisia cerebral ou traumas medulares) e as limitações do aluno tendem a diminuir a partir da
introdução de recursos e estimulações específicas. Em contrapartida, nos quadros progressivos
(por exemplo, os alunos com distrofias musculares ou tumores que agridem o sistema nervoso)
ocorre um crescente aumento das incapacidades funcionais (SCHIRMER et al., 2007).
Ademais, a deficiência física pode vir associada a outros tipos de deficiência (visual, auditiva,
intelectual), ao autismo, entre outras condições, necessitando que o professor busque conhecimentos
destas outras áreas, a fim de promover um adequado atendimento do aluno no contexto escolar.
A conversa com a família se faz estritamente necessária, objetivando saber das particularidades
do aluno, bem como a melhor maneira de conduzir esses cuidados. Destacamos ainda a
importância da formação continuada dos professores, como também o contato com outros
profissionais que atendem a esse aluno (por exemplo, os profissionais da saúde), para que
esses possam dar orientações que facilitem o trabalho pedagógico (MELO; FERREIRA, 2009).
Além dos aspectos ligados diretamente à condição do aluno com deficiência física (fatores
pessoais), a estruturação e organização do ambiente escolar são determinantes para a participação
dessas pessoas neste contexto, tendo em vista que os fatores ambientais podem atuar como
facilitadores ou como barreiras que auxiliam ou limitam a execução de certas atividades e a
participação da pessoa com deficiência nas atividades escolares. Sendo assim, conclui-se que
os ambientes físico, social e comportamental podem incapacitar as pessoas com deficiências ou
fomentar sua participação e inclusão (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2004).
DEFICIÊNCIA FÍSICA E O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
AEE Autores: Francisco Ricardo Lins Vieira de Melo e Luzia Lívia Oliveira Saraiva
1 - PONTUANDO A DEFICIÊNCIA FÍSICA
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Sabe-se que a educação dos alunos com deficiência física tem os mesmos objetivos da
educação de qualquer cidadão. Porém, algumas modificações são necessárias na organização
e no funcionamento da escola para que os objetivos educacionais sejam alcançados.
Em relação aos recursos materiais, muitas vezes torna-se necessário fornecer algumas
adaptações que elevem o nível de aprendizagem do educando com deficiência física, tais como
adequar os materiais didático-pedagógicos, os recursos da informática, fazer uso da comunicação
alternativa, realizar a adequação do mobiliário escolar e do espaço físico da escola.
O aluno não consegue se inserir em jogos e Buscar ajudantes (outros alunos ou professores) para
brincadeiras? impulsionar a cadeira de rodas, propor atividades
adaptadas (sentadas) como vôlei, basquete, jogos de
tabuleiro, acertar o alvo, jogos com música, entre outras.
Mesmo sendo importante para o aprendizado da pessoa com deficiência física, sabe-
se que a utilização ao computador depende de habilidades motoras. Quando os prejuízos
motores dificultam o acesso ao teclado e/ou mouse convencional, poderão ser utilizados os
recursos de informática acessíveis, podendo-se citar o hardware adaptado, como mouses,
teclados, ponteiras, como também os softwares de ampliação de tela, softwares de leitura,
entre outros (BRASIL, 2007; SCHIRMER et al., 2007).
FIGURA 13: Aluno fazendo uso de uma órtese (estabilizador FIGURA 14: Aluno fazendo uso de haste
de punho e abdutor de polegar) com ponteira para digitação fixada na cabeça para digitação
26
Fonte: MANZINI; DELIBERATO, 2006
27
http://assistiva.mct.gov.br/catalogo/
Fonte: MARTIN et al., 2004.
cadeira-escolar-adaptada
Fonte: http://www.deficienteciente.com.br
Fonte: http://assistiva.mct.gov.br/catalogo/
Fonte: http://assistiva.mct.gov.br/catalo-
go/mobiliario-escolar
cantinho-com-mesa
Salienta-se quanto ao uso de mobiliário adaptado (mesas, cadeiras, quadro, entre outros) que
os gestores devem solicitá-los à Secretaria de Educação, conforme especificações de especialistas
na área, bem como os recursos de auxílio à mobilidade como cadeiras de rodas, andadores, entre
outros, que os alunos necessitam para se locomoverem na escola (BERSCH, 2006).
A organização das carteiras também é um elemento integrador, visto haver uma diferença
entre agrupar todas as mesas deixando afastada a que é diferente e incorporá-la ao grupo,
considerando a supressão de bordas, se for necessário (MARTÍN et al, 2004).
Fonte: http://www.deficienteciente.com.br
FIGURA 28: Algumas falhas: altura da descarga, vaso sem base, ausência da barra de apoio no lavatório
e no vaso sanitário, torneira inadequada, sifão desprotegido e falta do espelho e acessórios.
Fonte: SOUSA; MELO, 2012.
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Outro aspecto relacionado à acessibilidade diz respeito às adaptações dos transportes, a fim de
assegurar a circulação das pessoas com deficiência, fornecendo a esse segmento da população o
direito de acessar os serviços básicos do cotidiano urbano, dentre os quais os serviços educacionais.
DEFICIÊNCIA FÍSICA E O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
Autores: Francisco Ricardo Lins Vieira de Melo e Luzia Lívia Oliveira Saraiva AEE
2 - ATENDIMENTO PARA OS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NA ESCOLA REGULAR
Sendo assim, o ambiente escolar deve estar em consonância com as recomendações legais
exigidas de modo que as barreiras arquitetônicas, consideradas um dos maiores empecilhos para
as pessoas com deficiência física, não dificultem o acesso às instituições escolares. Priorizar
espaços amplos e criar condições adequadas à locomoção, conforto e comunicação acessíveis
permitirá que esses alunos percorram, com maior segurança, os caminhos pedagógicos que os
levarão ao conhecimento (MELO; ALVES, 2012).
DICAS DE LEITURA
GERALIS, Elaine. Crianças com paralisia cerebral: guia para pais e educadores.
35
Porto Alegre: Artmed, 2007.
MELO, Francisco Ricardo Lins Vieira de. Atendimento educacional do aluno com
paralisia cerebral: uma experiência de formação continuada. João Pessoa: Editora
Universitária da UFPB, 2008.
DICAS DE FILMES
Meu pé esquerdo (My Left Foot) – Direção: Jim Sheridan; Gênero: Drama;
País/Ano: Irlanda/1989; Duração: 1h43min.
Sinopse: Drama real da vida de Christy Brown, um garoto irlandês nascido
com paralisia cerebral cuja única parte do corpo que podia controlar com
precisão era o seu pé esquerdo. O filme relata a infância e a juventude do
homem brilhante que se tornou um escritor, poeta e pintor de sucesso apesar
das suas limitações motoras e da sua origem humilde.
ATIVIDADES PROPOSTAS
1) Leia o capítulo 1 “Pontuando a deficiência física” e a situação relatada a
seguir, adaptada do Material de Formação Docente Educar na Diversidade
do Ministério da Educação (BRASIL, 2006d, p. 99). Após a leitura, poste no
fórum suas respostas para as perguntas que se seguem.
Determinada escola da rede pública de ensino realizou matrícula de um aluno com deficiência
física com limitações motoras severas e fazendo uso de cadeira de rodas. Para essa escola,
seria a primeira experiência de inclusão de alunos com deficiência. A diretora, considerando as
orientações contidas na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva, reuniu
a comunidade escolar para informar da efetivação da matrícula desse aluno e, a partir de então,
a escola deveria passar a refletir sobre ações que pudessem contribuir para que o aluno se
sentisse acolhido e tivesse um bom desenvolvimento acadêmico e social na escola.
Ressaltou, também, que a inclusão de um aluno com deficiência seria uma experiência
desafiadora para a escola, portanto, precisaria do apoio da comunidade escolar. A princípio,
todos ficaram em silêncio. Em seguida, o silêncio foi quebrado por sucessivas opiniões e
problematizações acerca do assunto em questão.
O professor de ciências ressaltou “a inclusão escolar só está acontecendo porque a lei está
obrigando. Na prática, ela é irrealista. Seria necessário criar condições na escola para que esses
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alunos de fato fossem incluídos. Nós não estamos preparados, a escola não tem recursos nem
materiais para trabalhar com esses alunos. E aí, isso é inclusão escolar?”
A professora de geografia, por sua vez, apontou que “além dessa questão, há de se
considerar que na sala de aula temos em torno de 30 a 40 alunos, como dar conta ‘desse’
aluno? Ele será mais um problema para o professor, pois exigirá mais tempo”.
O professor de matemática acrescentou: “realmente eu não sei o que fazer com esses
alunos, nunca tive experiência com eles. Não sei, mas acho que o melhor lugar para eles ainda
é a escola especial”.
Uma mãe levantou-se e disse: “É difícil para todos. Fico imaginando se fosse um de nossos
filhos. Será que não buscaríamos o melhor para eles? Se a diretora nos fala que eles realmente
podem se desenvolver nessa escola onde meu filho estuda, por que não ajudar para que ele tenha
essa oportunidade e se desenvolva? Vai ser bom para todos”.
Outra mãe pediu a fala e indagou: “essas crianças não são violentas? Tenho medo do que
pode acontecer com meu filho na sala de aula. Outra coisa é: o que falar para nossos filhos, se
nem eu sei o que fazer?”.
A coordenadora pedagógica pediu a palavra e ressaltou que essa é uma nova realidade
nas escolas, e que todos esses problemas poderiam ser resolvidos. E acrescentou: “Tenho
experiência com a inclusão escolar desses alunos e o que posso dizer é que quando a escola se
organiza para dar respostas às dificuldades de aprendizagem de seus alunos, inclusive dos que
apresentam deficiência, todos só têm a ganhar, tanto do ponto de vista da aprendizagem quanto
na aquisição de valores, respeitando as diferenças e sendo mais solidários”.
A diretora da escola, por sua vez, assinalou: “Ouvi atentamente a opinião de cada um de vocês e
acho que vocês apontam problemas que de fato são reais no processo de inclusão dessas pessoas
nas escolas regulares. No entanto, o Ministério da Educação, juntamente com as secretarias de
educação, têm buscado ajudar e apoiar as escolas com várias ações, visando concretizar a inclusão
escolar. Nesse momento, precisamos fazer a nossa parte e mostrar que podemos enfrentar esse
novo desafio. Contudo, concordo que precisamos de ajuda para assumir essa responsabilidade”.
ATIVIDADES PROPOSTAS
2) Leia o capítulo 2 desse caderno, assista ao documentário “Atendimento
Educacional Especializado: deficiência física do MEC (2008)” e em seguida,
redija um texto de 20 linhas a partir do documentário assistido, expressando
suas opiniões enquanto professor(a) sobre a realidade do cotidiano escolar
vivenciada. https://www.youtube.com/watch?v=Rgws4fT3ado
OBS: Atenção, devido à temporalidade que o vídeo foi gravado, entender a
terminologia como: onde ouvir-se “portadores de deficiência” entenda-se
“pessoas com deficiência”.
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE) - ocorre quando há uma interrupção da perfusão sanguínea
cerebral decorrente de uma isquemia, quando há oclusão do vaso por êmbolo ou trombo, ou decorrente de
uma hemorragia, quando ocorre a ruptura dos vasos sanguíneos, provocando uma disfunção neurológica
com sinais e sintomas correspondentes às áreas cerebrais que ficaram sem circulação sanguínea adequada.
A localização e a extensão da lesão provocada pelo AVE no sistema nervoso central levarão a um
comprometimento variável das funções neurológicas, o que irá interferir diretamente nas atividades de
vida diária (AVD’s), como a mobilidade e a comunicação (DIAS, 2006; MAZZOLA et al, 2007).
HIDROCEFALIA - é quando que o excesso de líquor (líquido que circula entre o cérebro e a medula)
pressiona o cérebro contra os ossos do crânio, o que poderá acarretar alguns prejuízos e afetar o
desenvolvimento cognitivo e motor da pessoa acometida. Essa condição necessita de uma intervenção
cirúrgica para instalar uma válvula que drena o excesso de líquido da cabeça para o coração ou para a
cavidade abdominal, prevenindo o surgimento de danos cerebrais (UMPHRED, 1994; BRASIL, 2006c).
LESÃO MEDULAR - consiste em uma agressão à medula espinhal de origem traumática (como
acidente de automóvel, queda ou ferimento por arma de fogo) ou não traumáticas (como disfunções
vasculares, infecções, neoplasias espinhais, subluxações vertebrais secundárias a artrite reumatóide
ou doença articular degenerativa), podendo causar, a depender do nível e do grau de comprometimento
da medula, alterações das funções motora, sensitiva e autônoma, implicando perda parcial ou total dos
movimentos voluntários ou da sensibilidade (tátil, dolorosa e profunda) em membros superiores e/ou
inferiores e alterações no funcionamento dos sistemas urinário, intestinal, respiratório, circulatório,
sexual e reprodutivo (UMPHERED, 1994; LIANZA et al., 2001).
MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS - são defeitos na forma, estrutura e/ou função de órgãos, células ou
componentes celulares presentes antes do nascimento e surgidas em qualquer fase do desenvolvimento
fetal (VICTORA; BARROS, 2001).
MIELOMENINGOCELE - é uma doença congênita, isto é, a criança nasce com ela devido a um defeito
no fechamento ósseo da coluna vertebral, ou seja, algumas vértebras não se fecham e expõem a medula
espinhal, provocando sequelas neurológicas. O bebê com mielomeningocele nasce com uma bolsa nas
costas que pode, ou não se romper ao nascimento, e apresenta uma paralisia que atinge as pernas, a
bexiga e o intestino (BRASIL, 2006c).
PARALISIA CEREBRAL - caracteriza-se por um distúrbio cerebral não progressivo e não hereditário e
se apresenta como consequência de uma lesão ocorrida no período pré, peri ou pós-natal, que afeta o
sistema nervoso central em fase de maturação estrutural e funcional. Pode-se também caracterizá-la como
um comprometimento motor com uma desordem do movimento e postura persistentes, mas variáveis, que
prejudica a relação do indivíduo com o meio. Sendo não progressiva e provocando debilitação variável na
coordenação da ação muscular, apresenta como resultante a incapacidade da pessoa em manter posturas
e realizar movimentos normais. Ao contrário do que o termo sugere, “paralisia cerebral” não significa que
o cérebro ficou paralisado. O que acontece é que ele não comanda corretamente os movimentos do corpo.
Não manda ordens adequadas para os músculos, em consequência da lesão sofrida (ARAÚJO, 1999;
RATLIFFE, 2000; BRASIL, 2006c).
PROFISSIONAIS DE APOIO - ou algum acompanhante para os alunos com grave comprometimento motor
na classe comum é um tipo de serviço da Educação Especial que os sistemas de ensino devem prover
para promoção da acessibilidade e para atendimento às necessidades específicas desses estudantes no
âmbito da acessibilidade às comunicações e da atenção aos cuidados pessoais de alimentação, higiene
e locomoção (BRASIL, 2010).
ALPINO, A. M. S. O Aluno com paralisia cerebral no ensino regular: ator ou expectador do processo
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IMPRESSÃO
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Capa: Couchê, plastificada, alceado e grampeado
Papel: Couchê liso
Número de páginas: 52
Tiragem: 200