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INSTITUTO DE OCEANOGRAFIA
CURSO DE GRADUAÇÃO DE OCEANOLOGIA
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
INSTITUTO DE OCEANOGRAFIA
CURSO DE GRADUAÇÃO DE OCEANOLOGIA
RIO GRANDE
Agosto de 2017
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AGRADECIMENTOS
Antes de tudo e de todos, gostaria de agradecer a minha mãe, Cláudia Farias, o meu maior
exemplo de determinação. Muito obrigada por tudo que fizestes, e ainda faz, pela minha
formação como pessoa e profissional. A cada dia me enxergo mais parecida contigo. Ainda
bem.
Gostaria de agradecer também ao meu pai, Osmar Melo (in memoriam), por todo amor e zelo.
Mesmo em pouco tempo, me ensinou sobre a importância de sermos bons e gentis uns com os
outros, e que às vezes pequenas gentilezas podem mudar o dia de alguém.
Não poderia deixar de dizer um muitíssimo obrigada a minha família, vó Josina, tias Suzana e
Miriam e primas, por todo o amor, companheirismo e apoio.
Ao meu companheiro, Diogo Minasi, por todo o amor, amizade e apoio incondicional. Fico
muito orgulhosa de ver como estamos crescendo, sempre juntos.
A Lenira Marroni, por me acolher como uma filha e sempre me incentivar a ir mais longe.
A Elaine Goulart, por aceitar esse desafio com muita paciência e estar sempre disponível a
esclarecer dúvidas, dar conselhos e ouvir algumas das minhas bobagens.
Aos colegas do Laboratório de Oceanografia Geológica, aos amigos que dividiram esses
difíceis, e ótimos, anos de Cassino e FURG.
Ao professor Lauro Calliari, por aceitar participar da minha banca de avaliação e por todas as
contribuições ao longo do trabalho.
ÍNDICE
ÍNDICE 4
LISTA DE FIGURAS 5
RESUMO 6
1. Introdução 7
1.1. Motivação e Aplicação na Indústria do Petróleo 9
2. Área de Estudo 10
2.1. Origem da Bacia de Pelotas 10
2.2. Porção Norte da Bacia de Pelotas 10
2.3. O período Quaternário e os seus efeitos na porção norte da Bacia de Pelotas 11
3. Objetivos 13
3.1. Objetivo geral 13
3.2. Objetivos específicos 13
4. Material e Métodos 14
4.1 Prospecção Sísmica 14
4.2. Levantamento sísmico de alta resolução 14
4.2. Aquisição de dados 15
4.3. Processamento de dados 17
4.4. Identificação de estruturas 17
4.5. Estimativa da espessura dos pacotes holocênicos 17
4.6. Confecção dos mapas 18
5. Resultados e Discussão 18
5.1. Perfis com a identificação de Paleocanais 19
5.2. Perfis com a identificação de Paleolagoas 29
5.3. Beachrocks e paleolinhas de costa 32
5.4. Espessura dos pacotes holocênicos 33
5.5. Épocas de origem e ocorrência das feições identificadas 34
5.6. Bolsões de gás 35
5.7. Cenários hipotéticos 36
6. Conclusões 38
7. Referências Bibliográficas 39
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LISTA DE FIGURAS
RESUMO
A plataforma continental da região sul brasileira apresenta características relacionadas aos
processos geológicos que ocorrem na região desde a separação do Supercontinente Gondwana e
ao grande aporte sedimentar proveniente das bacias de drenagem da região. O seu espesso
pacote sedimentar é reflexo da sua história geológica. Durante o Quaternário Superior, as
oscilações do nível do mar remodelaram a região costeira assim como o sistema de drenagem
continental. Atualmente, é possível reconhecer os registros sedimentares deixados pela drenagem
ocorrente na plataforma durante a última grande Regressão Pleistocênica, chamados de
paleocanais de drenagem, através da aquisição de dados sísmicos. O levantamento sísmico de
alta resolução se baseia no estudo de ondas acústicas criadas artificialmente na superfície, as
quais se propagam pela subsuperfície, onde são refletidas e refratadas pelas diferentes interfaces.
A identificação dos paleocanais é possível, pois, com a subida do nível do mar, o leito dos canais
de drenagem foi preenchido por sedimentos, preservando a sua estrutura e criando refletores
sísmicos. O objetivo deste estudo é compreender o sistema pretérito de drenagem da plataforma
continental pleistocênica da porção norte da Bacia de Pelotas. Para tanto, foram utilizados dados
de sísmica alta frequência para identificar e mapear os paleocanais. A bordo do Navio
Oceanográfico Atlântico Sul, foram realizados cinco cruzeiros pela região para a aquisição dos
dados. O processamento dos dados foi realizado utilizando o programa SonarWiz 5®. As linhas
sísmicas analisadas possuem fortes refletores sísmicos, quais representam as variações bruscas
nos processos de sedimentação do fundo marinho. Ao longo dos 590 km de linhas processadas e
interpretadas, foram identificadas estruturas do sistema de drenagem pretérito pleistocênico e
holocênico, como paleocanais e paleolagoas. A densidade dessas estruturas se mostra maior que
o sul da Bacia de Pelotas, o que pode ser justificado pela ausência de uma barreira holocênica
como ocorre na planície costeira do Rio Grande do Sul. Foram encontradas evidências de que os
principais rios que deságuam atualmente na região, Mampituba, Tubarão, Urussanga e
Araranguá, assim como rios que hoje deságuam em lagoas costeiras, como os rios Três
Forquilhas e Cardoso, também se estendiam pela plataforma continental durante as regressões
Pleistocênicas e Holocênicas. Essas evidências foram encontradas a partir da identificação e
demarcação dos refletores sísmicos que indicam o leito dos paleocanais desses rios. Alguns
registros também apontaram a presença de paleolagoas costeiras e beachrocks indicativos de
paleolinhas de costa na plataforma continental interna. O presente estudo corrobora com estudos
anteriores que sugeriram antigas posições do nível do mar e gera subsídios para estudos futuros
na plataforma continental norte da Bacia de Pelotas.
1. Introdução
Nos últimos 2,5 milhões de anos a Terra passou por oscilações climáticas nos quais períodos
glaciais e interglaciais foram os principais responsáveis por oscilações do nível do mar. Esse
período geológico é conhecido como Quaternário, no qual as planícies costeiras e plataforma
continental foram remodeladas pelas transgressões e regressões marinhas. O período
Quaternário é dividido em duas épocas, o Holoceno e Pleistoceno. O Pleistoceno começou
com o início do Quaternário, e terminou a cerca de 18 mil anos concomitantemente ao último
máximo glacial, quando o Holoceno teve sua origem (Suguio et al., 2005).
As duas épocas ficaram registradas no pacote sedimentar, devido às mudanças climáticas que
ocorreram durante o período (Horn et al., 2014) e podem ser reconhecidas através da
identificação de linhas de estabilização do nível do mar preservadas nos sedimentos, que
marcaram o período de transição do Pleistoceno para o Holoceno.
Nos estágios em que o nível do mar recuou, a plataforma continental ficou exposta e o sistema
de drenagem continental corria por esta até a linha de costa. Quando o nível do mar subiu, rios
e canais foram afogados juntamente com a planície costeira pretérita e preenchidos por
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Figura 2: Registro sísmico de uma cortina refletiva anômala, indicando gás no sedimento (Terra, 2013).
A identificação e estudo dos paleocanais gera subsídios para um maior entendimento das
oscilações do nível do mar durante o Quaternário, ajudando a compreender os processos
envolvidos e suas implicações. Compreender os eventos passados é de grande importância
para o entendimento dos processos ocorrentes na atualidade e no futuro.
Recentemente, descobertas minerais trouxeram atenção a região sul do país. Hidratos de gás
metano foram encontrados na Bacia de Pelotas, mais especificamente no Cone do Rio Grande
(Miller, 2015). A descoberta desse recurso mineral de grande interesse econômico trouxe mais
interesse a essa bacia, que até alguns anos atrás não era considerada muito economicamente
atrativa, devido à ausência de reservas significativas de hidrocarbonetos. Descobertas como
essa são possíveis através de iniciativas da pesquisa científica por explorar a subsuperfície da
plataforma continental da região.
a porção norte da Bacia de Pelotas ainda não possui muitos estudos quando comparado a
região sul da bacia. Assim, o presente trabalho visa gerar mais subsídios para o conhecimento
das estruturas sedimentares da plataforma continental na porção pouco investigada desta
bacia.
2. Área de Estudo
2.1. Origem da Bacia de Pelotas
A Bacia de Pelotas é uma bacia de caráter tectônico passivo, assentada no oceano Atlântico
Sul desde o a fragmentação do supercontinente Gondwana, que separou a América do Sul da
África (Horn Filho et al, 2014). A separação desses dois continentes começou pela porção sul,
o que significa que a margem continental sul do Brasil foi submetida a processos deposicionais
e erosivos por um período de tempo maior que outros setores da margem continental brasileira.
O espesso pacote sedimentar da região assim como a grande extensão da plataforma
continental podem ser explicados por esse maior tempo de exposição (Mahiques et al., 2010).
Zembruscki (1979) classifica a margem continental da região como uma margem continental
"deposicional" ou "construcional", pela expressiva acumulação de sedimentos, suavização das
feições morfológicas e minimização de suas declividades. A plataforma continental possui uma
linha de costa côncava e largura variando de 100km na faixa mais estreita a 160 km na faixa
mais extensa, com uma declividade variando de 1:600 a 1:900, estando a quebra da plataforma
localizada entre 140 e 180 m (Mahiques et al., 2010).
O sistema litorâneo da região é caracterizado como do tipo laguna barreira (Fig. 6) e está
associado a dois episódios regressivos e quatro transgressivos, sendo marcadas quatros fases
de estabilização do nível do mar no Rio Grande do Sul (Villwock & Tomazelli, 1995) e cinco em
Santa Catarina (Corrêa, 1979). Na planície costeira catarinense os depósitos quaternários se
correlacionam aos sistemas laguna/barreira III e IV, definidos anteriormente para o Rio Grande
do Sul (Diehl & Horn, 1996). Atualmente, é possível encontrar depósitos pleistocênicos e
holocênicos dos ambientes marinho raso, eólico, lagunar e paludial, cujas principais formas de
relevo são terraços, dunas, cordões regressivos e planícies (Horn Filho et al., 2014).
Figura 7: Curva de flutuação de nível relativo do mar de 24000 anos A.P. até hoje, para o sul do Brasil (Cooper et al,
2016).
Quatro afluentes deságuam na região costeira atualmente. São eles o Rio Tubarão, Rio
Urussanga, Rio Araranguá e Rio Mampituba. É plausível afirmar que possivelmente estes
mesmos rios corriam sobre a plataforma quando esta estava exposta, sendo estes afogados
posteriormente quando o nível do mar subiu. Outros canais como os rios Cardoso e Três
Forquilhas, no litoral norte do Rio Grande do Sul, desaguam nas lagoas costeiras formadas
após a formação das barreiras III e IV. Antes da formação das lagoas, possivelmente esses
rios também corriam até a linha de costa pretérita.
3. Objetivos
3.1. Objetivo geral
• Identificar paleocanais;
• Identificar bolsões de gás;
• Estimar espessura dos depósitos holocênicos nos paleocanais;
• Relacionar feições pretéritas com o sistema de drenagem atual.
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4. Material e Métodos
A prospecção sísmica surgiu em 1922 com o intuito de identificar domos salinos. É caracterizada
como um dos métodos geofísicos mais desenvolvido e divide-se em duas modalidades, a sísmica
de reflexão e refração (Terra, 2013).
Figura 9: Esquema ilustrativo do NOc. Atlântico Sul realizando levantamento sísmico contínuo.
A aquisição dos dados foi realizada de forma contínua em 590 km de linhas sísmicas perfiladas
a bordo do Navio Oceanográfico Atlântico Sul (fig. 9), pertencente à Universidade Federal do
Rio Grande, durante cinco cruzeiros oceanográficos de oportunidade (fig. 10, Tabela 1). O
equipamento utilizado foi um perfilador contínuo de subsuperfície, mais conhecido como Sub
Bottom Profiler, modelo Bathy 2010 da marca Syqwest®, que emite ondas de alta frequência de
3,5 kHz. Este perfilador é considerado um equipamento de bom desempenho para áreas rasas
(Souza, 2006).
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Bolsões ou cortinas de gás são identificados a partir da atenuação do sinal sísmico (Fig. 2),
que é visualizada na forma de feições anômalas que representam turbidez nos registros. Isso
acontece devido à densidade do gás ser muito menor que a densidade dos sedimentos.
Figura 11: Padrão de deposição sedimentar da Lagoa dos Patos (Weschenfelder et al., 2008).
Figura 12: Perfil sísmico da lagoa Grand Terre (Zinke et al., 2001).
Tabela 2: Velocidade das ondas acústicas em meios distintos (Sheriff & Geldart, 1982).
A Equação 1, conhecida como two way travel time, permite o cálculo da profundidade de cada
refletor. O cálculo é feito a partir do tempo t de propagação da onda acústica (s), da
profundidade d do refletor (m) e da velocidade v da onda no meio (em 𝑚 . 𝑠 −1).
𝑑
𝑡=2 𝑣
(1)
5. Resultados e Discussão
Após o processamento dos dados, foram selecionadas 22 linhas que apresentam boa
resolução do sinal sísmico, possibilitando a identificação de feições com refletores distintos na
plataforma interna da porção norte da Bacia de Pelotas. Todas as estruturas identificadas
tiveram suas dimensões quantificadas e respectiva identificação quanto a sua época do
período Quaternário, ou seja, a época qual os rios corriam sobre a plataforma exposta.
O horizonte refletivo mais raso representa o máximo regressivo holocênico, que ocorreu a
aproximadamente 18 mil anos. Horizontes refletivos mais profundos representam eventos
pleistocênicos.
A curva de variação do nível do mar proposta por Cooper et al. (2016) também foi utilizada
para confirmar a classificação quanto a origem e ocorrência das feições geológicas
identificadas, levando em consideração a profundidade em que se encontram.
Devido ao grande volume de estruturas identificadas, somente os perfis com as estruturas mais
distintas serão expostos nesses resultados. Outros perfis serão anexados a este trabalho e
suas características descritas na forma de uma tabela.
O perfil F – F’ da linha 1303 (Fig. 14) apresenta o leito de um paleocanal holocênico bem
refletivo, sem outros refletores indicativos de diferentes estágios deposicionais em seu interior.
É o canal de menores dimensões identificado no presente trabalho, possuindo cerca de 4,7
metros de profundidade e 180 metros de largura na seção horizontal orientada sentido
sudoeste/nordeste.
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O perfil D – D’ da linha 0349 (Fig. 15) também apresenta o leito de um paleocanal formado no
Holoceno. O pacote de sedimentos interior ao canal não possui horizontes refletivos.
Diferentemente da maioria dos outros registros de paleocanais deste estudo, possui pouca
profundidade quando comparado a largura, o que pode estar relacionado com o ângulo em que
a linha sísmica foi perfilada pela embarcação em relação à orientação do paleocanal. Esse
canal possui cerca de 6,5 metros de profundidade e 4,98 metros de largura na seção horizontal
orientada sentido sudoeste/nordeste.
O perfil G – G’ da linha 1303 (Fig. 16) apresenta dois refletores distintos. O primeiro um
horizonte indicativo do nível de estabilização do nível do mar da regressão holocênica. O
segundo, um refletor de formato acanalado completamente dentro do pacote pleistocênico,
indicando o leito de um paleocanal desta época. A profundidade do canal, considerada a
medida vertical entre o talweg e a sua margem, é de cerca de 5,29 metros e a largura da seção
horizontal com orientação sudoeste/nordeste é de aproximadamente 271,3 metros.
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O perfil A – A’ da linha 2053 (Fig. 17) apresenta um refletor indicador do leito de um paleocanal
completamente inserido no pacote pleistocênico. O que torna esse registro bastante distinto é a
sua morfologia de fundo bastante acidentada. Estruturas sedimentares inconsolidadas
possuem relevo mais suavizado, sendo esse registro interpretado como algum material duro e
irregular, possivelmente beachrock.
O perfil A – A’ da linha 3235 (Fig. 18) possui o registro do paleocanal mais profundo
identificado, atingindo mais de 27 m de profundidade. Não é possível saber a sua real
profundidade, uma vez que o sinal sísmico é perdido após os 27 metros. A margem direita do
leito mais profundo também não pôde ser observada no registro. É possível observar três
diferentes estágios de sedimentação, sendo o refletor mais profundo com a sua origem no
Pleistoceno, assim como o segundo refletor mais profundo. Ambos tiveram continuidade no
Holoceno antes do refletor mais raso se formar também no Holoceno. A seção qual o perfil foi
realizado possui sentido noroeste/sudeste.
O perfil B – B’ da linha 4126 (Fig. 19) apresenta dois leitos bastante refletivos de um
paleocanal. É possível observar até três estágios de sedimentação bem marcados. O leito mais
profundo possui cerca de 11,7 metros e teve o seu início no Pleistoceno, se desenvolvendo
também no Holoceno. Os outros canais se caracterizam como holocênicos. Este perfil
exemplifica o que seria um possível meandramento de um mesmo canal, devido a sua
proximidade espacial. A orientação do perfil é de sudoeste/nordeste.
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O perfil A – A’ da linha 0919 (Fig. 20) foi perfilado no sentido sul/norte e apresenta seis leitos
refletivos de um paleocanal. É possível observar dois estágios de sedimentação bem
marcados. O refletor mais profundo está a cerca de 15,9 metros abaixo do fundo oceânico. Os
leitos são possivelmente pertencentes a um único paleocanal também meandrante e
pleistocênico.
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O perfil B – B’ da linha 1303 (Fig. 21) possui nove refletores provavelmente também
representando meandros de um mesmo paleocanal. O refletor mais a noroeste apresenta um
único estágio de sedimentação, enquanto os outros possuem dois ou três estágios. Os
refletores mais profundos e indicados em vermelho são de origem pleistocênica, assim como o
primeiro refletor azul a noroeste e o refletor azul mais a sudeste. Estes se mantiveram durante
o Holoceno, quando os outros leitos holocênicos se formaram. O refletor mais profundo possui
cerca de 14,3 metros de profundidade no pacote sedimentar.
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O perfil F – F’ da linha 2507 (Fig. 22) apresenta nove refletores pertencente provavelmente a
um único canal pretérito de drenagem. Os dois refletores mais a sudoeste não possuem
continuidade entre si, ou seja, não representam dois estágios sedimentares de um mesmo
canal, mas sim canais formados independentemente em épocas diferentes. O leito em
vermelho mais a sudoeste se caracteriza como sendo pleistocênico e o que se situa acima
deste, holocênico. O leito marcado em vermelho ao lado destes se originou no Pleistoceno e
seguiu ativo durante o Holoceno. Há ainda o registro de uma estrutura refletora acanalada com
até quatro estágios de sedimentação, representando o assoreamento do canal original. Este
teve a sua origem no Pleistoceno e teve os seus estágios seguintes presentes até o Holoceno.
Mais a nordeste, há a presença de um leito de paleocanal com dois estágios de sedimentação,
sendo ambos formados durante o Pleistoceno e se mantendo ativos até o Holoceno. O leito
mais profundo no perfil atinge pouco mais de 10 metros no pacote de sedimentos.
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No perfil A – A’ da linha 1408 (Fig. 25) também são observados refletores de grandes
dimensões inseridos em uma paleolagoa, sendo o refletor mais profundo (rosa) um indicador
da morfologia da estrutura geológica. Podem ser contabilizados 9 horizontes de diferentes
camadas sedimentares, indicativas de estágios de sedimentação diferentes. A paleolagoa teve
a sua origem no Pleistoceno e continuidade no Holoceno.
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No perfil C – C’ da linha 2431 (Fig. 26), há o registro do leito de uma paleolagoa com cerca de
nove horizontes refletores que indicam diferentes estágios de sedimentação desta. A margem
nordeste não pôde ser observada nos registros, impossibilitando a quantificação total das suas
dimensões. Essa paleolagoa teve a sua origem no Pleistoceno e continuou exposta durante
parte do Holoceno.
Um estudo realizado na região de Maricá, no Rio de Janeiro, por Pereira et al. (2004),
identificou a presença de uma paleolagoa com pacote sedimentar com cerca de 10 metros e
desenvolvida durante o Holoceno a partir da formação de cordões arenosos. No mesmo
trabalho foram encontrados paleocanais também holocênicos nas áreas adjacentes a
paleolagoa. A sedimentação plano paralela da paleolagoa também foi evidenciada por um
registro sísmico de alta resolução. A paleolagoa possui características morfológicas bastante
semelhantes às encontradas nos perfis analisados no presente estudo, o que torna possível
sugerir que tiveram processos de formação parecidos.
A identificação de beachrocks é útil por várias razões, desde a sua grande eficácia na proteção
costeira contra processos erosivos até pelo fato de se tratar de registros geológicos de níveis
marinhos pretéritos (Hopley, 1986).
A identificação de prováveis beachrocks nos perfis sísmicos analisados pode ser considerado
um indicativo de paleolinhas de costa, uma vez que beachrocks são sedimentos litificados na
zona intermareal, através da cimentação de areias por carbonato de cálcio proveniente de
sedimentos biodetríticos (Ferreira Júnior et al., 2011).
O detalhamento da granulometria e estrutura sedimentar dessas rochas pode indicar
condicionantes ambientais do ambiente praial qual a rocha foi formada, definindo com grande
precisão a posição do nível do mar quando à formação do beachrock (Suguio,1999).
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Alguns registros de refletores interpretados como beachrocks foram identificados nas linhas
sísmicas analisadas. Após o cruzamento entre o mapa com as feições interpretadas como com
fundo composto por beachrock e o mapa de paleolinhas do nível do mar proposto por Corrêa
(1996), verificou-se que localização destas feições coincide com as paleolinhas de costa
propostas (Fig. 27).
Figura 27: Perfis A – A’ e B – B’ com fundo de Beachrock e paleolinhas de costa propostas por Corrêa (1996).
O perfil B – B’ pertence a linha 0154 e possui o registro de uma paleolagoa com fundo
característico de beachrock. A profundidade da paleolagoa é de aproximadamente 25 metros
em relação ao nível do mar atual, o que também coincide com a profundidade da paleolinha de
costa mais rasa proposta por (Corrêa, 1996).
O perfil A – A’ pertence a linha 2053 e apresenta um paleocanal com fundo também
interpretado como composto por beachrock. A profundidade desse paleocanal em relação ao
nível do mar atual é de aproximadamente 46 metros, o que está bem próximo da profundidade
da paleolinha de 32-45 metros qual o perfil está bastante rente.
A espessura dos pacotes de sedimentos holocênicos nos paleocanais variaram de pouco mais
de dois metros até mais de 20 metros. Para melhor visualização, os valores foram divididos em
classes com intervalos de dois metros de profundidade no sedimento e apresentados em um
mapa (Fig. 28).
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Figura 28: Distribuição espacial dos paleocanais e respectivas espessuras dos pacotes holocênicos.
Após a identificação espacial dos paleocanais, não foi possível identificar um padrão distinto de
distribuição dos pacotes deposicionais quanto as suas espessuras. Para uma melhor
investigação, foram realizadas análises de correlação entre a espessura dos pacotes
sedimentares holocênicos e a profundidade local dos paleocanais. Não foram encontradas
correlações significativas entre esses parâmetros, o que significa que a espessura dos pacotes
sedimentares holocênicos dentro dos paleocanais e a profundidade do local em que se
encontram não possuem nenhum grau de relação entre si.
A distribuição espacial das feições identificadas foi representada em um mapa, de acordo com
as respectivas épocas de ocorrência (Fig. 29).
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Padrões de distribuição dos registros de acordo com a época de ocorrência não puderam ser
observados.
Todas as linhas sísmicas foram analisadas detalhadamente, porém, não foram identificados
bolsões de gás retidos nos sedimentos, como o esperado. A plataforma continental da área de
estudo é bastante semelhante à plataforma continental sul da Bacia de Pelotas, onde alguns
estudos como o de Terra (2013) apontaram a presença de bolsões de gás aprisionados na coluna
sedimentar. Porém, algumas diferenças regionais podem resultar em composições sedimentares
distintas.
Uma das principais diferenças entre as plataformas continentais norte e sul da Bacia de Pelotas é
o volume do suprimento de sedimentos provenientes do continente. A região sul está inserida em
uma área sob forte influência de dois sistemas de drenagem de grande porte, sendo estes o Rio
da Prata, no Uruguai, e a Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul.
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O Rio da Prata é a conexão entre o oceano Atlântico e a bacia do Prata, considerada a quarta
maior bacia do mundo. A descarga fluvial do Rio da Prata é de cerca de 22.000 m³s-1, que
transportam sedimentos provenientes de cerca de 20% da área da América do Sul para a
plataforma continental e regiões adjacentes (Piola et al., 2005).
A plataforma continental norte, onde se insere a região do presente estudo, possui sistemas de
drenagem de pequeno porte. O Rio Araranguá, por exemplo, possui uma vazão média de 91,14
m³s-1 (Silva, 2011). Já o Rio Mampituba apresenta valores médios de vazão de cerca de 19 m³s-1
(D’Aquino et al., 2011). Não foram encontrados valores de vazão média para os Rios Urussanga e
Tubarão, porém, médias isoladas encontradas apontam valores inferiores a 100 m³s-1.
Uma vez que a diferença entre as vazantes dos sistemas de drenagem chega a três ordens de
grandeza, o aporte de sedimentos na plataforma continental é muito maior na região sul, o que
significa, de forma geral, que o aporte de matéria orgânica também é maior nessa região. Um
expressivo e contínuo aporte de material de origem orgânica e continental justifica a presença de
bolsões de gás inseridos no pacote sedimentar, diferentemente do que ocorre na porção norte da
Bacia de Pelotas.
A partir das características dos registros encontrados e suas respectivas posições, foram
elaborados alguns cenários hipotéticos. Apenas os registros mais próximos a costa foram
inseridos nesses cenários, uma vez que há uma ausência de dados em uma região entre as
linhas sísmicas mais próximas a costa e outras mais afastadas.
Inferir sobre a relação entre as feições mais afastadas da costa e o sistema de drenagem atual
não resultaria em um cenário hipotético confiável. Os rios da região são relativamente próximos
entre si e há uma área com ausência de dados entre a costa e os registros mais afastados. Isso
geraria uma incerteza muito grande quanto a ligação entre o sistema pretérito de drenagem e os
rios atuais.
Os cenários hipotéticos elaborados correspondem ao Holoceno médio, a cerca de 8,5 mil anos
atrás, quando a linha de costa estava a cerca de 8 quilômetros sentido offshore.
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O primeiro cenário elaborado (Fig. 30) é o da continuação dos rios Três Forquilhas e Cardoso e de
uma paleolagoa de fundo consolidado, provavelmente beachrock, com uma área de
aproximadamente 40 km². O rio Cardoso possivelmente desaguava nessa paleolagoa, enquanto
que o rio Três Forquilhas corria sobre a plataforma até se encontrar com o oceano. Um
levantamento sísmico de alta resolução realizado dentro da lagoa Itapeva poderia esclarecer parte
da continuação desses rios que hoje estão aprisionados no continente.
O segundo cenário elaborado (Fig. 31) corresponde a continuação do rio Mampituba, que
atualmente possui característica meandrante, assim como os registros do paleocanal encontrado,
que corria sobre a plataforma no sentido Nordeste.
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6. Conclusões
Através do uso da sísmica de reflexão de alta frequência, e consequente alta resolução, foram
encontradas evidências do sistema de drenagem pretérito a partir da identificação de paleocanais
e paleolagoas, assim como evidências de paleolinhas de costa, através da identificação de
beachrocks.
As posições e morfologias de alguns dos paleocanais encontrados permite associar estes aos rios
Mampituba, Araranguá, Três Forquilhas e Cardoso. Alguns canais foram identificados como de
características meandrantes, o que serve de subsídio a estudos de paleoceanografia, devido a
característica meandrante referida a rios de baixa energia e declividade.
Diferentemente do que ocorreu no Rio Grande do Sul, a formação da barreira IV não isolou a
drenagem continental para um corpo lagunar na área de estudo. Assim, há a ocorrência não
somente de registros pleistocênicos, mas também holocênicos, o que significa que os rios
pretéritos correram sobre a plataforma também no Holoceno.
A identificação de beachrocks permite inferir sobre a posição de uma linha de costa pretérita. Após
o cruzamento das posições do sedimento interpretado como beachrocks e paleolinhas de costa
propostas por Corrêa (1996), se verificou que as ocorrências de beachrock coincidem com as
paleolinhas propostas em 1996. Dessa forma, a coincidência entre os dois estudos indica que o
material bastante irregular e com grande refletividade que foi interpretado como beachrock está
possivelmente correta, e que o presente trabalho confirma a posição das paleolinhas de costa
propostas.
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A metodologia utilizada é de grande importância para a pesquisa científica, porém uma vez que o
levantamento sísmico é um método indireto de obtenção de informações sobre a subsuperfície, as
interpretações e inferências realizadas precisam ser confirmadas através de métodos diretos,
como amostragens para análise de sedimentos, datação e identificação de possíveis fósseis.
Estudos futuros são de grande importância para uma melhor caracterização da plataforma
continental da região, do sistema de drenagem pretérito e reconhecimento das paleolagoas. Para
isso, são necessários novos cruzeiros oceanográficos de perfilagem contínua para a aquisição de
mais linhas sísmicas, aumentando a malha amostral e a precisão dos resultados obtidos.
7. Referências Bibliográficas
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