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Código Sanitário Estadual

(Decreto Estadual 12342/78)

Tópicos de Pesquisa Aplicados à Arquitetura e ao


Urbanismo II
CEUNSP – 2014
Prof. Fernando Guedes
Código Sanitário Estadual
-Instituído
em 27/09/1978, é parâmetro às cidades paulistas
p/aprovar projetos de edificações.

-Pontos principais:

-Água, esgoto e drenagem

-Todo prédio c/água potável suficiente (c/ reservatório predial) e


sistema de coleta de esgoto (rede pública ou fossa séptica/poço
absorvente, cf. ABNT). Cada prédio: esgoto independente (arts. 9º a
11, 53 e 55).

-Proibido interligar esgoto em rede de águas pluviais (art. 12) e vice-


versa (art. 19).

-Tanques: ligados à rede de esgoto (art.20).


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-Aparelhos sanitários c/sifão (art. 21).
-Edificações no alinhamento do terreno (p/vizinhos ou via pública): calhas e

condutores de águas pluviais, p/dentro do próprio terreno, canalizando sob as


calçadas até a sarjeta (arts. 26 e 56).

-Projeto
-Construção, reforma, regularização/conservação só pode iniciar após aprovar
projeto pela autoridade sanitária (Estado transferiu competência aos municípios)
(art. 27).

-Obs.: se obra já concluída de acordo c/Código Sanitário/parâmetros municipais,


Prefeitura pode aprovar projeto e “conservar” construção, não mandando demolir.

-Prédio só pode ser habitado/utilizado se receber habite-se/alvará de utilização


(art. 28).

-Constatada obra em desacordo c/Código, Prefeitura embarga (suspende). Se


concluída, pode dar anistia (lei própria) e conservar, ao invés de demolir (art. 30).

-Obs.: se há responsável técnico, Prefeitura geralmente não entra no mérito


(litígio proprietário x profissional).
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- Projeto de Prefeitura:

- Plantas de todos os pavimentos, c/todas as cotas/destino dos cômodos;

-Fachadas p/vias públicas;

-Cortes transversal /longitudinal de todos os blocos, c/perfil do terreno;


-Implantação dos edifícios no terreno, c/todas as cotas/níveis (costuma-se

constar cobertura/caída das águas de chuva);

-Memorial descritivo (materiais, processos, equipamentos – o que não


puder ser demonstrado graficamente) – pode ser no corpo do projeto ou
em separado;

-Documentos diversos (cf. exigência municipal) (art. 31).

- Escalas: 1:100 p/plantas, cortes e fachadas (de preferência todos na


mesma escala);
-1:100, 1:150 ou 1:200 p/ implantação (art. 32). Obs.: 1:50 geralmente

não se justifica.
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- Cores:
- A construir: contornos em azul/preto (“miolo” em branco).
- Se já há construções:
-Existente a manter: paredes “cheias” em azul/preto;

-Existente a demolir: paredes c/contorno tracejado azul/preto,

c/“miolo” amarelo;
-A construir: paredes “cheias” em vermelho;

-A conservar/regularizar: paredes “cheias” em verde (art. 31).

- Observações importantes:
-A palavra “existente” : área construída que a Prefeitura reconhece

como legalizada (lançada em Cadastro), e não àquela que está lançada


no IPTU (este tributa o total das construções, legalizadas ou não). Erro
muito comum.

-No quadro de áreas só consta demolição (total ou parcial) de área já


existente (legalizada), mas no RRT pode constar área total a ser
demolida, pois a responsabilidade é sobre toda a demolição.
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-Algumas prefeituras permitem representar “telheiros desmontáveis” em
croqui separado, fora do projeto e do quadro de áreas. A lei deve definir
o que é “telheiro desmontável”. Não é correto considerar varandas,
alpendres, terraços etc. como telheiros, deixando de representá-los no
projeto.

-Telheiros costumam ser incluídos na taxa de ocupação (nem sempre no


coeficiente de aproveitamento).

-Cf.o município, piscinas podem ou não ser representadas em separado


(o mais correto é constar no projeto). Também podem ou não constar na
taxa de ocupação, mas são sempre consideradas como área construída.
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-Reformas

-Só se reforma algo que já existe de direito (e não somente de fato),


lembrando o conceito de existente, já abordado. Deve-se especificar (no
projeto e no quadro de áreas) existente a manter (sem alterar) e as
paredes novas que serão criadas (em vermelho).

-Pode haver reformas com ou sem acréscimo de área.

-Da mesma maneira, as paredes (existentes) que serão demolidas serão


pintadas de amarelo com contorno pontilhado.

-Quando uma reforma é para mudança de uso (exemplo, de residência


para comércio), chama-se adaptação.

-Regra geral: antes de qualquer projeto, verificar antes qual a área


construída já existente (lançada em Cadastro).

-JAMAIS se basear na área lançada no IPTU.


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-Projeto deve conter assinatura e identificação das partes (proprietário,
autor do projeto e responsável pela obra). Constar nº CAU/CREA, título
profissional e inscrição municipal (art. 33).
-Prefeitura pode dar “comunique-se” (art. 34).

- Dimensões mínimas (art. 60): -Closets (anexos a dormitórios)


-Salas (residências) ≧ 8m2 ≧ 4m2
-Escritórios (comércio/serviços) -Quartos de empregada ≧ 6m2
≧10m2 -Cozinhas ≧ 4m2
-Dormitórios: -WCs (art. 64):
-Se houver sala: -Só bacia ≧1,20m2
-1 (≧ 12m2) -Bacia e pia ≧ 1,50m2
-2 (≧ 10m2 cada um) -Bacia e chuveiro ≧ 2m2
-3 ou mais (≧ 10m2, -Bacia, pia e chuveiro ≧ 2,50m2
≧ 8m2 e os demais ≧ -Só chuveiro ≧ 1,20m2
6m2) -Dimensão sempre ≧ 1m.
-Se não houver sala: -Antecâmaras (com ou sem pia)
- Sala- ≧ 0,90m2 (dimensão ≧ 0,90m)
dormitório
≧16m2
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-Vestiários ≧ 6m2
-Corredores internos:
-Residências – largura ≧ 0,90m (art. 66).
-Outros – largura ≧ 1,20m (atender legislação de Bombeiros e NBR
9050) (art. 36).
-Escadas:
-Residências – largura ≧ 0,90m (art. 66).
-Outros – largura ≧ 1,20m (atender Bombeiros e NBR 9050).
-Casos especiais – largura ≧ 0,60m (sótãos, adegas, jiraus etc.) (art.
66). Obs.: jirau = mezanino < 1/2 da profundidade.
-Degraus: 0,60m ≧ 2e + p ≧ 0,65m (atender Bombeiros) (art. 37)

Pés-direitos (art. 67)


-Residências:
-Salas e dormitórios ≧ 2,70m
-Garagens ≧ 2,30m
-Demais cômodos ≧ 2,50m
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-Iluminação e ventilação

-Todo cômodo (inclusive escadas de uso comum) deve ter iluminação e


ventilação natural, comunicando com o exterior (exceto corredores
≦ 10m de comprimento e saguões de elevadores) (art. 39).

-P/iluminar e ventilar qualquer cômodo em prédios de 1 pavimento (ou ≦


4m de altura):
-Espaços livres fechados (“poços de luz”) ≧ 6m2 e dimensão

≧ 2m.

-Espaços livres abertos (corredores) em 1 ou nas 2 extremidades,


c/largura ≧ 1,50m (como recuos até a divisa ou como
afastamentos entre construções) (art. 40).
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-P/iluminar/ventilar dormitórios, salas, salões e locais de trabalho em
prédios > 1 pavimento ou altura > 4m):

-Espaços livres fechados (“poços de luz”) c/área ≧ H²/4 ≧ 10m2 e


dimensão ≧ H/4 ≧ 2m, c/qualquer formato desde que neles caiba um
círculo de diâmetro ≧ H/4. Permite-se o escalonamento (desconsiderar
pavimentos superiores que não projetem sombra).

-Espaços livres abertos (corredores) em 1 ou nas 2 extremidades,


c/largura ≧ H/6 ≧ 2m (como recuos até a divisa ou como afastamentos
entre construções) (art. 41).

-Observações: H = altura do prédio (diferença entre teto do pavimento


mais alto e piso do mais baixo a ser iluminado/ventilado).

-Se H/6 > 3m, pode-se contar o recuo lateral do imóvel vizinho, mas, na
prática, isso não ocorre.
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-Admite-se ventilação indireta através de cômodo vizinho, por:

-Duto horizontal (seção ≧ 0,40m2, altura ≧ 0,40m, comprimento ≦ 4m),


abertos p/o exterior e c/abertura telada.

-Chaminé vertical (seção ≧ 6cm2 p/cada 1,00m de altura da chaminé,


devendo caber círculo c/diâmetro ≧ 0,60m, prolongando-se ≧ 1,00m
acima da cobertura, c/dispositivo que permita limpeza e proteção contra
chuva (art. 43).

-Área iluminante

-Locaisde trabalho, ensino, leitura e similares ≧ 1/5 do piso.


-Dormitórios, salas, cozinhas, copas, sanitários ≧ 1/8 do piso ≧ 0,60m2.
-Demais cômodos ≧ 1/10 do piso ≧ 0,60m2 (art. 44).

-Área ventilante: ≧ 1/2 área iluminante (art. 45).


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-Não se considera iluminado/ventilado o cômodo c/profundidade > 3
vezes o pé-direito (contado da abertura e incluindo beiral, varanda etc.)
(art. 46).

-Em casos especiais: pode-se aceitar ventilação/iluminação artificiais,


se comprovada a necessidade, cf. ABNT, podendo ser exigido laudo
técnico (arts. 47 e 48).

-Cozinhas e sanitários devem ter ventilação permanente (arts. 61 e 64).

-Senão há quarto de empregada, os depósitos, despensas, adegas,


despejos, closets e similares terão área < 2m2 ou ≧ 6m2, c/iluminação
= dormitórios (art. 63).
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Especificações construtivas

-Materiais: atender ABNT (art. 49).


-Edifícios: isolados da umidade (calçadas no entorno, alicerces e
paredes impermeabilizados (art. 50).
-Paredes c/espessura/revestimento resistentes, isolantes térmico-
acústicos, impermeáveis (art. 51).
-Cobertura impermeável, incombustível e má condutora de calor (art.
52).
-Cozinhas, sanitários, depósitos, armazéns, despensas, adegas e
similares: barra impermeável h ≧ 2m, material liso, resistente,
impermeável e lavável (art. 172). Em residências h ≧ 1,50m (art. 54, 61
e 64).

-Cozinha não pode comunicar diretamente c/dormitórios/sanitários e


deve ter ventilação permanente (art. 61).
-Copa: passagem obrigatória entre cozinha e demais cômodos (art. 62).

-Residência mínima: 1 dormitório, 1 cozinha, 1 sanitário e 1 área de


serviço (art. 59).
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Edifícios de apartamentos

-Obrigatório duto de queda de lixo (art. 69). Obs.: Exigência anulada


pelas normas do Corpo de Bombeiros.

-Elevadores: obrigatórios em prédios c/piso de pavimento a mais de


10m do piso térreo (não conta o superior de duplex ou de zelador).
Acesso não pode ser só por elevador. Se for > 8 pavimentos, mínimo de
2 elevadores (art. 209).

-Obrigatóriodepósito de material de limpeza, sanitário, vestiário e


chuveiro p/pessoal da limpeza. Exigência pode ser dispensada, cf.
dimensões/características (art. 71).

-Piscinas
coletivas devem ter LF VISA e seguir normas especiais (art. 72 e
116 a 124).

-Proibido depósito/atividades perigosos/incômodos em prédios de


aptos. (art. 73).
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-Habitações de interesse social (até 60m2, construída pelo Poder Público
ou por particular, c/projeto do Poder Público, financiada por entidades
financeiras) (art. 95).
-Pé-direito ≧ 2,40m
-Dormitórios: 1 ≧ 8m2 e demais ≧ 6m2.
-Cozinha ≧ 4m2.
-Sanitário ≧ 2m2 (art. 97).

-Paredes podem ser de meio tijolo, assentados com barro/saibro,


revestidas de cal e areia, c/alicerces c/espessura de 1 tijolo,
impermeabilizados e c/argamassa adequada (art. 98).

-B.I.≧ 1,50m obrigatória só no sanitário. Na cozinha, mínimo de rodapé


de ladrilho ou cimento (art. 99).

-Obrigatória interligação de água (rede ou poço) e esgoto (rede ou fossa),


cf. ABNT (art. 101).
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-Indústrias e oficinas (arts. 162 a 197): pontos principais:

-Normas gerais: Locais de trabalho não podem se comunicar diretamente


c/residências (art. 167).

-Iluminação /ventilação: Iluminação natural (≧ 1/5 do piso) ou artificial,


justificada (art. 175). Ventilação ≧ 2/3 da área iluminante (art. 177).

-Circulação:Corredores, rampas e escadas c/largura ≧1,20m (arts. 179 e


180). Escadas: espelho ≧ 0,16m, piso ≧ 0,30m. Rampas: largura
≧1,20m , declividade ≦ 15% (conforme NBR 9050 ≦ 8,33%).

-Bebedouros: 1/200 empregados (art. 191);

-Vestiários ≧ 6m2, comunicando c/chuveiros (art. 192).


Código Sanitário Estadual
-Sanitários (arts. 181 a 190) .

-Separados por sexo:


-1 bacia, 1 mictório, 1 lavatório, 1 chuveiro p/cada 20 homens;
-1 bacia, 1 lavatório, 1 chuveiro p/cada 20 mulheres.

-Seatividade insalubre, exposição a tóxicos, poeiras, sujeira, calor: 1


chuveiro p/cada 10 empregados (art. 181).

-Devem ventilar p/o exterior, não se comunicar diretamente c/locais de


trabalho/refeições (antecâmara aberta p/exterior) (art. 182).

-Área ≧ 1,20m2, dimensão ≧ 1m. Se agrupados, box de bacias e


chuveiros (mesmas dimensões) separados por divisões c/h ≧ 2m, vão livre
inferior ≧ 0,15m e ≧ 0,35m superior. Acesso por corredor de largura ≧
0,90m (art. 184).

-Caixa d’água ≧ 70 litros/empregado (art. 186).


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-Refeitórios: Obrigatório se local > 30 empregados. Se > 300


empregados, mínimo 1m2/usuário (art. 193). Devem ter B.I.,
ventilação/iluminação, lavatórios. Obrigatória cozinha (se houver
preparo) ou fogão/estufa p/aquecer. Proibido comunicar diretamente
c/locais de trabalho, sanitários, locais perigosos (obrigatória antecâmara)
(art. 194). Podem ser dispensados, cf. o caso (art. 195).

-Creche: Obrigatória se > 30 mulheres maiores de 16 anos e não houver


convênio. Berçário ≧ 3m2/criança ≧ 6m2 (1 leito/30 mulheres). Sala de
amamentação ≧ 6m2, cozinha ≧ 4m2, B.I., área de banho ≧ 3m2,
sanitários (art. 196).

-Ambulatório/enfermaria: Obrigatório se > 10 empregados. Área ≧ 6m2,


c/B.I. (art. 197).
Código Sanitário Estadual
-Bebedouros: 1/200 empregados (art. 191);

-Vestiários: 0,35m2/empregado ≧ 6m2, comunicando c/chuveiros (art.


192).

-Refeitórios: se local > 30 empregados. Se > 300 empregados, mínimo


1m2/usuário. Deve abrigar 1/3 dos empregados de cada turno por vez
(art. 193). Pisos e B.I., ventilação/iluminação, lavatórios. Se refeições
preparadas no local, obrigatória cozinha. Se for só p/aquecer refeições,
mínimo fogão ou estufa. Proibido comunicar diretamente c/locais de
trabalho, sanitários, locais perigosos (obrigatória antecâmara) (art. 194).
Refeitórios e cozinhas podem ser dispensados, cf. o caso (art. 195).

- Creche: Obrigatória se > 30 mulheres maiores de 16 anos e não houver


convênio. Berçário ≧ 3m2/criança ≧ 6m2. Distância ≧ 0,50m entre
berços.
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-Outros locais de trabalho (arts. 198 a 202). Pontos principais:

-Pé-direito ≧ 3m (pode reduzir a até 2,70m, se justificado) (art. 199).


-Vestiários: podem ser menores que 6m2, se justificado (art. 200).
-Oficinas ≧ 20m2, c/B.I. e sanitário (art. 201).

-Edifícios
de escritórios (art. 203 a 209). Sanitários por sexo:
-Homens: 1 bacia, 1 lavatório, 1 mictório p/cada 200m2 ou p/cada sala.
-Mulheres: 1 bacia, 1 lavatório p/cada 200m2 ou p/cada sala (art. 206).

-Lojas,armazéns etc.: Até 50m2: 1 bacia, 1 lavatório (cômodos


separados). Acima de 50m2 = escritórios (art. 210).

-Galerias comerciais: Corredor c/largura ≧ 4m, pé-direito ≧ 3m.


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Casos especiais

-Conjuntos habitacionais (arts. 74 a 77).

-Hotéis, motéis, pensões etc. (art. 78 a 85).

-Asilos, orfanatos, albergues etc. (arts. 86 a 93).

-Instalações militares, presídios, conventos etc. (art. 94).

-Escolas (arts. 102 a 115).

-Colônias de férias e acampamentos (arts. 125 a 129).

-Cinemas, teatros, auditórios, circos etc. (arts. 130 a 144).

-Igrejas (arts. 145 a 147).

-Necrotérios, velórios, cemitérios e crematórios (arts. 148 a 161).

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