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Tutorial 04 – 402
INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
DPOC É uma síndrome caracterizada pela obstrução crônica e difusa de vias aéreas inferiores , de caráter irreversível, com destruição progrressiva do
parênquima pulmonar. Estão incluídos nessa definição pacientes com bronquite crônica e/ou enfisema pulmonar ( relacionados à exposição de tabaco) .
EPIDEMIOLOGIA
Acomete a pop. mundial , e vem aumentando sua incidência em mulheres , devido o aumento de fumantes femininas;
A mortalidade está aumentando , sendo atualmente a quarta causa de morte nos EUA; OBS – Carga Tabágica : é calculada pela
Tabagismo : principal fator de risco para a DPOC – história tabágica positiva em 90% dos casos; multiplicação qtdade maços consumidos x
Asma e DPOC : não se conhece exatamente a relação asma-DPOC , são distintas mas podem nº de anos de tabagismo. Ex.: 30 anos, 2
Superpor – se . maços/dia = 60 maços/ano
Inflamação
Asma : é dependente dos linfócitos T CD4, eosinófilos , basófilos e mastócitos, além de ter pouca fibrose ou nenhuma fibrose
Bronquite: é dependente dos linfócitos T CD8 , macrófagos e neutrófilos , estimulando a fibrose nas vias aéreas
Outros fatores de risco :
Crianças expostas ao tabagismo materno: Apresentam cresc. Pulmonar reduzido (fator
- Tabagismo passivo
de risco para a DPOC no futuro!)
- Poluição atm extra e intradomiciliar ( ex fogão a lenha)
- Fumaças ( ex. cádmio) e vapores
Baixo nível econômico : também é fator de risco! Baixo peso ao nascer, maior exposição aos poluentes extra e intradomiciliares, maior nº de
infecções respiratórias na infância ,etc;
Deficiencia de alfa – 1-1 antitripsina : doença genética autossomica recessiva. Cursa com enfisema pulmonar isolado em crianças ou adolescentes;
10% dos casos ocorre hepatopatia cronica que evolui para cirrose hepática; Os indivíduos tem uma [ ] menor de alfa – 1 antripsina – sua ausencia
vai deixando livre a elastase neutrofilica , a qual vai degradando paulatinamente o parenquima pulmonar;
TTO: Injeção de alfa-1-anti-protease;
CA de pulmão :DPOC é um fator de risco para este CA;
Portadores de DPOC têm maior prevalência de IAM, angina, osteoporose, diabete, infecçôes respiratórias, glaucoma, distúrbios do sono e
neoplasia pulmonar;
DPOC : Uma das principais causas de morte no mundo, estimando-se que será a terceira em 2020, a sexta no Brasil, determinando importante
impacto socioeconómico;
FISIOPATOLOGIA
HISTOPATOLÓGICO
Bronquite Obstrutiva Cronica (1) Hipertrofia e hiperplasia das glândulas submucosas secretoras de muco associadas a um aumento no
número de células caliciformes da mucosa (daí o estado hipersecretor), presentes principalmente nas vias aéreas
Apresenta alterações como proximais ( bronquios)
(2) Redução do lúmen das vias aéreas distais devido ao espessamento da parede brônquica por edema
e fibrose (bronquiolite obliterante)
Enfisema Pulmonar : alargamento dos espaços aéreos distais aos bronquíolos, decorrente da destruição progressiva dos septos alveolares
Centroacinar : tipo mais comum, o alargamento e destruição parenquimatosa encontram-se nos bronquíolos respiratórios,na região central do ácino;
Paracinar: Lobos superiores dos pulmoes , típico da deficiencia de alfa-1-antripsina. Processo mórbido encontra-se uniformemente pelo ácino , regiao
central e periferica;
Mediadores inflamatórios
Contribuem para a perda de
massa muscular e caquexia,
além como para insuficiência
coronariana, insuficiência
cardíaca, osteoporosoe,
anemia, diabete, sindrome
metabólica e dcpressão
Na DPOC, ocorre inflamação crónica das vias aéreas centrais e periféricas, parênquima e vasos pulmonares em resposta à inalação de partículas e
gases nocivos, com acúmulo principalmente de macrófagos, neutrófilos e linfócitos T (sobretudo CDS);
Vasculatura pulmonar : ocorre espessamento da íntima, seguido por hipertrofia da musculatura lisa e infiltração de células inflamatórias e colágeno
nas paredes dos vasos.
- As alterações descritas determinam hipersecreção de muco e disfunção ciliar, levando a tosse e expectoração crônica.
Quadros mais avançados:ocorre redução da capacidade pulmonar para trocas gasosas, produzindo hipoxemia e posteriormente hipercapnia (
aumento de CO2 no sangue arterial devido hipoventilação alveolar)
Exarcebações da DPOC : ocorrem com certa frequência desencadeadas por infecções virais e/ou bacterianas, exposição ambiental ou por
razão não identificada. As infecções agravam a inflamação e pioram o padrão respiratório pela maior redução do fluxo aéreo, represamento de ar
intrapulmonar, hiperinsuflação e, eventualmente, hipoxemia.
A presença de comorbidades como pneumonia, tromboembolismo pulmonar e insuficiência cardíaca pode mimetizar ou agravar uma exacerbação;
- Na respiração : depende da pressão gerada pelo fluxo de ar, que depende das forças ins e expiratórias;
Expiração: depende da elasticidade pulmonar ( que está reduzida na DPOC) e a resistência de vias aéreas distais está aumentada – devido diminuição da
elasticidade da parede alveolar (enfisema) e edema e fibrose na parede dos pequenos brônquios
Pressão Intratorácica Positiva : predispõe ao colapso de vias aéreas impede a eliminação de ar fenômeno de aprisionamento de ar
2) Altera a mecânica do diafragma tendência a retificação tornando improdutiva a sua contração p/ puxar o ar;
- O sangue venoso passa no alveólo recebendo pouco O2 shunt parcial se o nº de alveolos com shunt for grandeDistúrbio V/Q ( Tendo a mistura
de sangue mal oxigenado , produzindo hipoxemia e dessaturação da hb;
- Hipoxemia : no início, somente surge nos exercícios. Com a doença avançada, pode ocorrer em repouso , indicando mau prognóstico;
- Durante a descompensação do quadro (por infecção, broncoespasmo, drogas depressoras respiratórias etc.) pode haver fadiga respiratória ou
inibição do drive ventilatório, levando a um aumento agudo da PaCO2, o que faz o pH cair subitamente;
A intervenção é
mandatória!
Com a carbonarcose, paciente fica desorientado, agitado
e depois sonolento Acidose Respiratória “Crônica (Intubação traqueal e
agudizada” ventilação mecânica)
COR PULMONALE
Cor pulmonale signifca uma disfunção do ventrículo direito consequente a um distúrbio pulmonar;
O principal mecanismo é hipóxia crônica As arteríolas pulmonares respondem à hipóxia com vasoconstricção;
Na medida em que desvia o fluxo sanguíneo pulmonar para os alvéolos bem ventilados(resposta fisiológica)
Contudo, se a hipóxia alveolar for generalizada (devido à má ventilação dos mesmos), a maior parte dos vasos sofrerá constrição,promovendo
Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP);
Agravamento da HAP – ocorre devido hiperplasia endotelial e hipertrofia muscular (tendo remodelamento das paredes)
PA pulmonar sistólica > 50 mmHg(normal até 20) VD pode entra em falencia sistólica
HISTÓRIA NATURAL
O pulmão aumenta sua capacidade de trabalho progressivamente até os vinte anos, quando atinge seu máximo. A partir dos trinta anos, essa
capacidade naturalmente diminui, em um ritmo lento e constante.
HISTÓRIA CLÍNICA
Queixa mais marcante : dispnéia aos esforços! com evolução progressiva e insidiosa, marcada por pioras agudas por fat. Descompensantes (ex.
infecções)
Ortopneia e DPN : pode ocorrer devido piora da mecânica diafragmática no decúbito dorsal e aumento da secreção bronquica
Vindo da Bronquite Cronica : tosse produtiva por mais de 3 meses cons. De 1 ano ou há mais
Tosse : é outro sintoma de extrema importancia
de 2 anos! Há a hipertrofia das glândulas submucosas cujo passam a secretar mais muco. Além
disso, ele se acumula durante a noite pois o tabagismo impede a atividade ciliar
EXAME FÍSICO
Ausculta : ruídos adventicios , como sibilos, roncos, estertores creptantes e subcreptantes, além do murmúrio vesicular
Enfisema
Respiração : fase expiratória desproporcionalmente prolongada em relação a inspiratoria ( o esforço é maior na expiração)
Devido policetemia reativa à hipoxemia crônica - aumento das qtdades
Casos mais avançados :paciente pletórico ( tom avermelhado)
de hemácias circulantes- mediada pelo aumento da eritropoietina renal
Aspecto do torax : hiperinsuflação pulmonar , aumento do diametro antero- posterior Tórax em Tonel
Cor pulmonale : edema de MMII e turgência jugular patológica podem chamar atenção!
- O exame físico pode revelar dois estereótipos Pink Puffers e os Blue Bloaters
Estereótipo do enfisematoso!
Características : magros, tórax em tonel , dispnéia do tipo expiratória (“sopradores”) sem cor pulmonale e hipoxemia significativa!
Blue Bloaters
Características : bronquítico grave ! Apresenta Hipoxemia significativa , manifesta como cianose (“azuis”)
- Hipoxemia leva Cor pulmonale levando IVD e congestão sistemica – daí o corpo inchado! (bloater)
- Muitos pacientes apresenteam graus variados de ambos , portanto, apresentam um quadro misto entre esses 2 esteriótipos!
EXAMES COMPLEMENTARES
- Hipercapnia com acidose respiratória cronica : marcada pelo aumento do bicarbonato e BE – casos avançados
(1) a suspeita de hipoxemia/hipercapnia aguda (ex.: DPOC com descompensação grave) bem como
(2) a presença de VEF1 < 40% do previsto, mesmo fora do contexto de uma descompensação, e/ou
ECG : deve procurar alterações do cor pulmonale ,os quais são, na verdade, sinais de sobrecarga cardíaca direita
- Os principais achados são as taquiarritmias : extrassístoles atriais, ritmo atrial multifocal, flutter e FA;
Raio – X :
(1) retifcação das hemicúpulas diafragmáticas
Os sinais clássicos são
(2) hiperinsuflação pulmonar (aumento do número de
- Bolhas pulmonares tbm são encontradas costelas visíveis na incidência PA – mais de 9-10 arcos costais)
- O FEF 25%- 75% é outro parametro, bem mais sensível e precoce de obstrução das vias aéreas, ainda que não sirva para confirmar diagnóstico. Os vol
pulmonares estão aumentados ( vol. Residual, capacidade residual funcional e capacidade pulmonar total)
TC DE TÓRAX :
- Teste definitivo para estabelecer a presença de enfisema ou não, determinando sua extensão e localização. Porém, na prática, ele influencia pouco na
terapeutica , existindo uma indicação precisa e aceita que é a av de pac. Candidatos à terapia cirúrgica da DPOC –Ajuda a localizar que porção do
parenquima deve ser ressecada.
- Infecçoes de vias aereas tanto superiores (sinusite, traqueobronquite) ou inferiores ( pneumonia) devem ser tratados precocemente!
-Dados clínicos de inf. Bacteriana : aumento do vol do escarro e alteração no aspecto, tornando-o purulento ;
CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA Ele conjuga dados como a intensidade dos sintomas e o grau de obstrução das vias
aéreas, com o risco de exarcebação e presença de comorbidades
- Tem sido adotado o guideline GOLD
- O grau de obstrução ao fluxo aéreo é quantificado pela queda do VEF1 ( deve ser medido após prova broncodilatadora) em relação ao previsto;
- O grau espirométrico de obt do fluxo aéreo é av de maneira complementar a classificação integrada ( CAT e mMRC)
AV DO RISCO DE EXACERBAÇÕES
PRESENÇA DE COMORBIDADES
-Não entra na classificação porém precisa ser considerada! devido que podem mudar a conduta terapeutica
-Ex. de comorbidades : doenças cardiovasculares (associação com tabagismo), síndrome da caquexia/sarcopenia (decorrente do estado inflamatório
crônico associado à DPOC, particularmente em sua forma enfisematosa), síndrome metabólica e osteoporose (condições que
aumentam o risco dos glicocorticoides empregados no tratamento da DPOC);
CLASSIFICAÇÃO INTEGRADA
-De acordo com o que foi citado, conjugando – os ( exceto comorbidades e espirometria )
Interpretação Final :
Medicações : sempre indicadas, quando não há contraindicações, 3 formas farmacológicas podem ser empregadas:
3)Vareniclina – recentemente perdeu espaço devido estudos apontarem para que ela promova aumento nas tx de suicídio
OXIGENOTERAPIA DOMICILIAR
- O uso continuo de O2 em pacientes hipoxêmicos melhorou a sobrevvida e qualidade de vida dos mesmos;
Pacientes com Pao2 <55 mmHg ou SaO2 < 88% indicação precisa de oxigenoterapia diaria contínua ( por mais de 15 hrs)
- Pacientes com Pao2 55-60 mmHg verificar cor pulmonale ou eritrocitose . Na presença de sinais de falencia do VD ou hematrócrito >55%
oxigenoterapia é indicada!
-Pacientes que tiveram alta hospitalar após exarcebação oxig. Domiciliar contínuaindicada! (porém após 3 meses de alta)
Indicações : quando houver aumento do vol de escarro ou alteração do seu aspecto purulento (4) teoflina ou aminoflina (opcional)
Bactérias implicadas : Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae e Moraxella catarrhalis (5) ventilação não invasiva, quando necessária
Prevenção : contra gripe (influenza) e pneumococo (polivalente). Antibiotico profilático não está indicado!
2) Broncodilatadores
- Devemos prescrever a associação de beta-2-agonista de curta duração(salbutamol,fenoterol ou terbutalina) com anticolinérgico brometo de
ipratrópio,adm por via inalatória;
3)Corticosteroides sistêmicos
-Efeito benéfico na exarcebaçã da DPOC, atualmente são drogas de rotina, período de 7-10 dias, dose prednisona 40 mg/dia
- Efeito analéptico respiratório (aumento da contratilidade diafragmática), broncodilatador moderado e ativador do mov ciliar
-Drogas de segunda linha , para casos mais graves Cuidado! Grande potencial de toxicidade( ef adversos : arritmias e convulsões)
5)Mucolíticos
6)Oxigenioterapia
- Praticamente todos os pacientes devem receber suplemento O2,manter Sa02 entre 88%-92%
- Altamente benéfico
-Indicações 1) dispneia moderada a grave ( com uso dos músculos acessórios e mov abd paradoxal) ; 2) acidose moderada a grave ( pH 7,30 – 7,35) ou
3) Freq Respiratória > 25 ipm
-Métodos mais utilizados são : CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas ) e o BIPAP ( Pressão positiva aéreas com dois níveis de pressão)
-Principal indicação do paciente descompensado : é a alteração do estado de consciencia (desorientação, agitação, sonolencia ), precipitada pela fadiga
da musculatura respiratória,agudizando a acidose respiratória cronica (carbonacose).
Resumo ABC da
exarcebação
FARMACOTERAPIA MANUTENÇÃO
Principal agente : brometo de tiotrópio(Spiriva) – é considerado por alguns estudos como o broncodilatador de escolha !
Corticoides Inalatórios
Roflumilast: Novo fármaco contra a DPOC. Tem ação predominantemente anti-inflamatória e não broncodilatadora!
REABILITAÇÃO CARDIOPULMONAR
CIRURGIA NA DPOC
-Transplante de pulmão : não há tanta disponibilidade de órgãos além do fato de que sua indicação é questionada! Pois não há benefícios tão claros na
diminuição da mortalidade
-Baseia – se na retirada de 20%-30% do tecido pulmonar o qual está bem afetado pela doença.
VACINAÇÃO