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Franquias criam novos

modelos de negócios para


atrair investidores
A feira do setor acontece de quinta a sábado, no Riocentro

 

 

 

POR ANA CAROLINA DINIZ
02/10/2016 4:00

O food truck do La Calaca é uma das opções disponíveis na Expo Franchising -


Divulgação
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RIO - Em um mercado em que as oportunidades

com carteira assinada estão cada vez mais raras,

cresce a procura por um negócio próprio. Neste

sentido, as franquias estão sempre no radar dos

possíveis investidores por representar um modelo já

testado e, em tese, mais seguro na hora de investir.

Por conseguir se reinventar— vide as promoções de

hambúrgueres a R$ 7 nas grande redes de

lanchonetes —, o franchising cresceu 8,1% no 2°

trimestre de 2016, de acordo com uma pesquisa da

Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Enquanto isso, o PIB recuou 0,6%.

Outra reinvenção deste mercado de franquias é

apostar em diferentes modelos para atrair novos

interessados ou um preço mais em conta no valor do

aporte. Na 10ª Expo Franchising ABF Rio 2016, feira

do setor que acontece de quinta a sábado no

Riocentro, as redes levarão modelos portáteis que,

em sua maioria, exige um investimento mais baixo,

como as modalidades quiosque, contêiner, home-

office e food trucks.

— Uma das habilidades do franchising é ter reações

rápidas de mercado. Estes novos modelos


economicamente mais lucrativos se adaptam ao

bolso do investidor e do consumidor, que está com o

poder aquisitivo mais curto. E, assim, o nome da

marca segue forte — considera o presidente da ABF

Rio, Beto Filho.

O desligamento das empresas gera um público ávido

por investir nas franquias com o dinheiro da rescisão

do contrato. O sócio-diretor da rede de espetinhos

Espetto Carioca, Bruno Gorodicht, explica que

percebeu no mercado a necessidade de um modelo

mais simplificado, atingindo assim ex-funcionários

que foram recentemente desligados. Por isso,

decidiu lançar o modelo contêiner, com custo menor

e formato mais enxuto.

— Há muita gente boa disponível, que acabou de sair

do mercado de trabalho, está com dinheiro para

investir e quer ser empreendedor — acredita ele, que

hoje tem 28 lojas no Rio.

Na Idream, franqueadora de boutiques tecnológicas,

o movimento de novos empreendedores também foi

reconhecido. A empresa decidiu criar mais um

produto no leque do cardápio da franquia. Além das

lojas e quiosques, a companhia vai lançar um


modelo de microfranquia voltado para o serviço de

assistência técnica para smartphones, com

investimento a partir de R$ 30 mil.

Para quem já tem uma loja, o franqueado poderá

oferecer o serviço em seu espaço comercial,

utilizando o selo Idream. Para quem não tem, a

empresa criou um troller (como aquele carrinho de

serviço de bordo do avião) com bancada móvel

adaptável com todas as ferramentas de assistência

técnica e computador. Neste caso, o investimento

passa para R$ 40 mil, afirma Leandro Tomasi, sócio

da rede.

Numa pesquisa da ABF sobre localização das

unidades das redes, o sistema de home-office chega

a 4%. A corretora de seguros San Martin tem quatro

modalidades de franquia e, na mais barata delas, o

franqueado trabalha de casa. O casal Marcio e

Daniele Batista abriu a primeira filial da rede no Rio

há dois anos e, hoje, tem 200 clientes no portfólio.

— A vantagem é conseguir fazer meu horário —

afirma Daniele.
NADA DE MODISMOS

Os organizadores da Expo Franchising estimam que

um público de mais de 20 mil pessoas vai passar

pelos três dias de evento. Das 200 marcas

expositoras, mais de 10% oferecem as modalidades

diferentes daquelas lojas tradicionais. A expectativa

é movimentar R$ 200 milhões em negócios.

Para quem pretende visitar a feira,

independentemente do tipo do negócio, é

importante ir disposto a conhecer, ouvir e observar,

sem de forma alguma fechar negócio, alerta Roberto

Kanter, professor dos MBA de marketing de varejo

da FGV e diretor do Canal Vertical.

— O mercado vive um momento de multiplicidade

de opções que é muito bacana. No entanto, é

importante o futuro franqueado não se deixar levar

por modismos e escolher realmente a área que gosta,

para qual tem vocação. Esta é a primeira regra

básica — afirma o professor.

Ele lembra ainda que estas franquias, especialmente

as de alimentação, exigem dedicação integral, o que


muitas vezes não é condizente com o estilo de vida

da família.

— O food truck, por exemplo, implica trabalhar nos

fins de semana nestes diversos eventos de

gastronomia. Se ele não está disposto a isto, ou tem

filhos pequenos, este modelo não é uma boa opção—

lembra Kanter, que salienta que é preciso ter

atenção com o dinheiro necessário:

— A regra é: pegue o capital que tem disponível para

investir, e divida pela metade. Desta metade, 70% é

o que vai usar na franquia. O restante é capital de

giro. É importante lembrar que não vai entrar

dinheiro nos próximos meses para pagar suas contas

pessoais, então é preciso fazer uma reserva. Ou

então você vai colocar uma pressão no seu negócio

que ele não merece.

Para Allain Guetta, da Guetta Franchising, quem

pretende abrir uma franquia precisa esquecer a

mística de que está distante de perigo:

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— É como qualquer negócio: tem bons

franqueadores, tem os ruins, tem risco e não é tão


pequeno. E, no caso destas novas modalidades, o

custo pode ser mais baixo, mas o retorno também.

Às vezes, o pedágio de entrada é barato, mas não

alavanca. Antes ficasse com dinheiro no bolso —

afirma o consultor.

Pioneiro no franchising nacional, Guetta aponta o

setor de serviços como opção para quem pretende

investir num negócio com o custo mais em conta.

— Em vez de apostar em geringonças como estes

contêineres ou food trucks, pense numa franquia na

área de serviço. Há muitas opções interessantes.

Fique bastante alerta para a estrutura que será

oferecida: é preciso que tenha uma rede altamente

formatada, com treinamento e capacitação —

aconselha.
Casa da Empada lançará novo formato de quiosque - Divulgação
Modalidades:

Food truck

O modelo conhecido nas feiras de gastronomia

chega ao mercado de franquia. O La Calaca, de

comida mexicana, vai lançar seu sistema de

expansão durante a Expo com investimento inicial

de R$ 340 mil. “A vantagem de ser uma franquia é

trabalhar com uma operação enxuta, já que temos

uma fábrica própria para a entrega de produtos”,

afirma o sócio Diogo Dumet

Contêiner
Diversas redes, especialmente de alimentação, estão

investindo neste tipo de modelo, que tem um custo

mais baixo. A Espetto Carioca, por exemplo, entrará

nesta nova modalidade, investindo no varejo, já que

fará a venda dos espetinhos crus. O investimento

inicial é de R$ 245 mil. “Vamos começar parcerias

para instalação em postos de gasolina”, explica

Bruno Gorodicht, sócio-diretor

Quiosque

Esta modalidade corresponde a 8% do total de

operação de franchising. Durante a feira, a Casa da

Empada lançará seu novo modelo de quiosque e

mudará o nome para Casa da Empada & Café. O

investimento inicial é a partir de R$112 mil .

“Estamos avaliando a possibilidade de novas lojas na

Barra e em Madureira”, diz Lucia Rodrigues, gestora

administrativa

Home-office

Nesta modalidade, o franqueado não tem loja física:

trabalha de casa ou presta serviço diretamente na

residência do cliente. Têm investimentos mais

baratos. A San Martin, corretora de seguros, oferece


franquias na modalidade home a partir de R$ 18 mil.

“O fato de ser franqueado alivia o peso

administrativo de ser uma corretora independente",

afirma o diretor executivo da empresa, Carlos

Alexandre Gomes

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/franquias-criam-novos-


modelos-de-negocios-para-atrair-investidores-20210102#ixzz4aYKohqq1 
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