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1 EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA: ÉTICA E VALORES NA AÇÃO

EDUCATIVA
Ao meu entendimento a ética e seus valores iniciam pelo professor, ao receber o aluno
com necessidades especiais na escola, e esse venha ser inserido na sala de aula, o
"comandante" da sala que direciona esse contato com o aluno e com os demais da sala que
serão seus amigos. Se o professor tiver medo, desprezo, ou indiferença automaticamente os
alunos reagirão assim, o motivo é simples, nossas atitudes que fazem parte da educação e essa
gera uma ação educativa, positiva ou negativa, depende do nosso ponto de visão em relação a
ética e valores que cada um carregam consigo.
Com um ato de amor e solidariedade podemos fazer uma inclusão com mais amor,
pautada no respeito e valorização do potencial do outro que mesmo com necessidades
especiais é um ser humano que precisa do olhar atencioso como qualquer outra criança.

Ao invés disso, fale isso:


a) adolescente normal
Desejando referir-se a um adolescente (uma criança ou um adulto) que não possua uma
deficiência, muitas pessoas usam as expressões adolescente normal, criança normal e adultos
normal. Isto acontecia muito no passado, quando a desinformação e o preconceito a respeito
de pessoas com deficiência eram de tamanha magnitude que a sociedade acreditava na
normalidade das pessoas sem deficiência. Esta crença fundamentava-se na ideia de que era
anormal a pessoa que tivesse uma deficiência. A normalidade, em relação a pessoas, é um
conceito questionável e ultrapassado.
TERMOS CORRETOS: adolescente (criança, adulto) sem deficiência ou, ainda, adolescente
(criança, adulto) não-deficiente.
b) aleijado; defeituoso; incapacitado; inválido
Estes termos eram utilizados com frequência até a década de 80. A partir de 1981, por
influência do Ano Internacional das Pessoas Deficientes, começa-se a escrever e falar pela
primeira vez a expressão pessoa deficiente. O acréscimo da palavra pessoa, passando o
vocábulo deficiente para a função de adjetivo, foi uma grande novidade na época. No início,
houve reações de surpresa e espanto diante da palavra pessoa: “Puxa, os deficientes são
pessoas!?” Aos poucos, entrou em uso a expressão pessoa portadora de deficiência,
frequentemente reduzida para portadores de deficiência. Por volta da metade da década de 90,
entrou em uso a expressão pessoas com deficiência, que permanece até os dias de hoje.
Consultar SASSAKI (2003).
c) “apesar de deficiente, ele é um ótimo aluno”
Na frase acima há um preconceito embutido: ‘A pessoa com deficiência não pode ser
um ótimo aluno’.
FRASE CORRETA: “ele tem deficiência e é um ótimo aluno”.
d) “aquela criança não é inteligente”
Todas as pessoas são inteligentes, segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas. Até o
presente, foi comprovada a existência de nove tipos de inteligência: lógico-matemática,
verbal-linguística, interpessoal, intrapessoal, musical, naturalista, corporal-cinestésica e
visual-espacial (GARDNER, 2000). Consultar ANTUNES (1998, 1999).
FRASE CORRETA: “aquela criança é menos desenvolvida na inteligência [por ex.] lógico-
matemática”.
e) ceguinho
O diminutivo ceguinho denota que o cego não é tido como uma pessoa completa.
TERMOS CORRETOS: cego; pessoa cega; pessoa com deficiência visual.
f) classe normal
TERMOS CORRETOS: classe comum; classe regular. No futuro, quando todas as
escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra classe sem adjetivá-la.
g) defeituoso físico
Defeituoso, aleijado e inválido são palavras muito antigas e eram utilizadas com
frequência até o final da década de 70. O termo deficiente, quando usado como substantivo
(por ex., o deficiente físico), está caindo em desuso.
TERMO CORRETO: pessoa com deficiência física.

LISTA DE ERROS COMUNS NO TRATAMENTO DA PESSOA COM


DEFICIÊNCIA
1) “A pessoa é deficiente”
A deficiência é uma combinação entre os impedimentos que são particulares das pessoas e as
barreiras existentes na arquitetura, na comunicação, nos meios de transporte e em nossas
atitudes. Ou seja, quanto menores as barreiras, menor a deficiência.
Portanto, o termo mais adequado para se referir é “pessoa com deficiência”.
2) Tratar como pessoas especiais
O uso de eufemismos ou trocadilhos de deficiência/eficiência diluem as diferenças e não as
reconhecem como parte da sociedade.
3) Tratar como “coitadinhos” ou heróis
Pessoas com deficiência são como todas as outras. A condição de deficiência é apenas uma
entre tantas outras características variáveis no ser humano que podem se apresentar de forma
distinta entre um indivíduo e outro.
4) Disfarçar o constrangimento
Estabeleça uma relação direta com o indivíduo e pergunte qual a melhor forma de atendê-lo.
Jamais se dirija ao acompanhante de uma pessoa que aparenta ter um impedimento para tratar
de assuntos referentes a ela.
5) Infantilizar a pessoa por sua deficiência
Este comportamento acontece com frequência quando a deficiência em questão é o Nanismo.
É preciso falar com e sobre as pessoas de acordo com sua faixa etária. Nunca subestime sua
autonomia para escolher e decidir.
Jamais fale com ele(a)s como se fossem crianças e nunca (EM TEMPO ALGUM) pegue uma
pessoa de baixa estatura no colo, a menos que ela(e) solicite este tipo de ajuda para alcançar
algo.
Relatos de pessoas com Nanismo também apontam para o fato da grande maioria não gostar
de ser tocado na cabeça. Contato físico é algo bastante íntimo e deve acontecer entre pessoas
que têm intimidade para isso.
6) “Pessoa com deficiência sempre precisa de ajuda”
Na dúvida, pergunte. Agir pela pessoa com deficiência e sem autorização é desrespeitar a
capacidade e as possibilidades deste indivíduo e vai na contramão da igualdade de direitos.
7) Pessoas com deficiência precisam de privilégios
O direito à igualdade é regido por um princípio que diz que, em determinados casos,
precisamos tratar desigualmente para promover justiça. É o caso de segmentos
tradicionalmente excluídos, como as pessoas com deficiência.
Em função da exclusão que ela(e)s já sofrem vivendo em um mundo não preparado para as
diferenças, muitas vezes precisam de mecanismos que tentem igualar esta diferença, como é o
caso da política de cotas.
Não é privilégio, mas justiça em prol da igualdade de oportunidades.
8) Acessibilidade visa apenas pessoas com deficiência
Rampas e elevadores, por exemplo, permitem a livre circulação de pessoas,
independentemente de suas particularidades. Pensar em espaços acessíveis favorece a
autonomia de todas as pessoas, incluindo aquelas com alguma deficiência ou mobilidade
reduzida.

9) Inclusão é para pessoas com deficiência


O direito de acesso à educação de qualidade na escola regular e à participação plena de todos
os aspectos da vida escolar é assegurado por uma série de marcos regulatórios, entre eles, a
Lei Brasileira de Inclusão (LBI) LINKAR, aprovada em 2016. A legislação determina que a
matrícula de crianças e adolescentes com deficiência à educação não pode ser mais negada,
sob qualquer argumento, tanto na rede pública quanto na privada. A lei proíbe, ainda, a
cobrança de qualquer valor adicional nas mensalidades e anuidades para este público.

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