Você está na página 1de 13

112 ABREU-RODRIGUES, RIBEIRO & GOLS.

Lester, D. (1961). Self-maintenance of intoxication in lhe period. Phanllacology, Biocltemisn)' alld BellQvio/; 13,
rat. Quarterly Joul71al of Stuelics on Alcohol, 22, 223·231. 215-220.
Levitsky, D.; Colher, G. (1968). Schedule-induced wheel Snodgrass, S. H.; Allen, J. D. (1988). The effects of
running. Physiology anel Behovior, 3, 571-573. apornorphine on the acquisi·tion of schedule-incluced
Lynn, R. B.; Friedrnan, L. S. (1993). Irritable bowel polydipsia in rats. Pharmacology, Biochemisuy al1d
CONTINGÊNCIAS AVERSIVAS
7
syndrome. The New England JourIlal of Meelicine, 329, Beluivior. 29, 434-488.
1940-1945. Staddon, J. E.' R. (1977). Schedule-induced behavior,
Marinho, M. C. S.; Gimenes, L. S.; Nogueira, M. V. C. Em W. K. Honig; J. E. R. Staddon (Eds.), Handbook of
(1991). Efeitos da dieta alimentar no consumo de ali- operant behavior (pp.12S-152). Englewood Cliffs, NJ:
Prentice-Hall,
E COMPORTAMENTO EMOCIONAL
mento induzido por esquemas de reforçamento. Resu-
mos de Comunicações Científicas da XXI Reunião Anual Staddon, J. E. R.; Ayres, S. L. (1975). Sequencial and CARLOS EDUARDÓ CAMESCHI
ele Psicologia (p. 73). Ribeirão Preto, SP: SEP. temporal properties of behavior induced by a schedule
JOSELE ABREU-RODRIGUES
Melo, R. M.; Gimenes, L. S.; Pereira, A. B.; Coelho, D. of periodic food delivery Behavior, 54, 46-49.
S. (1991). ínrerações entre polidipsía induzida por es- Staddon, J. E. R.; Simmelhag, V. L. (1971). The
quemas de reforçamento e ritmos circadianos de "superstition" experimento A re-exarnination of its irn-
ingestão de água. Resumos de Comunicações Científicas plications for the principIes of adaptative behavior.
da XXI Reunião Anual de Psicologia (I'. 74). Ribeirão Psychological Review, 78, 3-43.
Preto, SP: SPE. Suls, J.; Wan, C. K.; Blanchard, E. B. (1994). A
Mello, N. K.; Mendelson, J. H. (1971). Evaluation of a multilevel data-analytic approach for evaluation of
polydipsia technique to induce alcohol consumption relationships between daily life stressors and sympto-
in monkeys. Physiology anel Behaviot; 7, 827-836. rnatology: Patients with irritable bowel syndrome. A psicologia como ciência da mente foi dirigida à elaboração de termos e de conceitos
Mendelson, J.; Chillag, D. (1970). Schedule-induced Health Psychology, 13, 103-113.
questionada por Skinner ao longo de toda a descritivos econômicos que tornem a nossa ex-
air licking in rats. Physiology and Bebavioi; 5, 535-537. Tang, M.; Falk, J. L. (987). Oral self-adrninistration of
cocaine: Chronic excessive intake by schedule induction. sua trajetória como cientista e filósofo. Seu are periência compreensível e que o conceito de
Overskeid, G. (1992). Is any human behavior schedule-
induced? The Psychological Record, 42, 323-340. Pharmacology, Biocbcmistry and Behavior, 28, 517-519. gumento central é que a origem da mente não comportamento refere-se a algo natural, isto é,
Payne, A.; Blanchard, E. E.; Holt, C. S.; Schwarz, S. P. Terrace, H. S. (1966). Stimulus control. Em W. K. Honig pode ser rastreada a partir de mudanças em a qualquer coisa que possamos fazer ou dizer,
(1992). Physiological reactiviry to stressors in irritable (Ed.), Operant behavior: Areas ofreseorcn al1d applicatiol1
qualquer traço evolutivo, enquanto a origem incluindo as crenças às quais nos referimos ante-
bowel syndrome patients, inflammatory bowel disease (I'. 271-344). New York: Appleton-Century-Crofts,
patients and non-patient controls. Behaviouv Research Tung, C. S.; Wu, W. H.; Tseng, C. J.; Yin, T. H. (1994). do comportamento verbal pode (Skinner, riormente e outras relativas à consciência ou à
and Therapy, 30, 293-300. Effects of arnperozide on schedule-induced polydipsia in 1990). Assim, Skinner sustenta não haver como mente consciente, suas subdivisões e supostos
Pellon, R.; Blackrnan, D. E. (1987). Punishrnent of rats, European Journai of Phurmacolcgy, 256, 193-200. justificar a mente, e sim o comportamento processos. Nesse sentido, conceitos como es-
schedule-induced drinking in rats by signalled and Villareal, J. (1967, maio). Schedule-induced "pica". Tra- como o objeto de estudo de uma ciência natu- tímulo, resposta e reforço, entre outros, permi-
unsignalled delays in food presentation. Journal of the balho apresentado no Annual Meeting of the Eastem
Experimental Analysis ofBehavior, 48, 417-434. Psychological Assocícnon, Boston, USA. ral. De qualquer modo, embora a possibilida- tem a descrição das relações simples e comple-
Pellon, R.; Blackman, D, E. (1992). Effects of drugs on Wallace, M.; Singer, G. (1976). Adjunctive behavior de de uma ciência do comportamento que in- xas da pessoa com os ambientes natural, físico
the temporal distribution of schedule-induced polydip- and smoking induced by a rnaze-solving schedule in clua o comportamento humano seja ainda um e social, de modo parcimonioso e inteligível.
sia in rats. Pharmacology, Biochemistry and BehaviOl; humans. Physiology al1d Behavior, 17, 849-852. assunto polêmico e controvertido, uma crítica Chiesa (1994) questiona os outros argu-
12, 355-362. Wallace, M.; Sanson, A.; Singer, G. (978). Adjunctive
Pierce, W. D.; Epling, W. F. (1994). Activiry anorexia: behavior in humans on a food delivery schedule. Physio- das dificuldades formais e das suposições con- mentos citados ao sugerir que:
An interplay between basic and .applied analysis. The logy and Behavior, 20, 203-204. trárias envolvidas pode ser resumida.
Behavior Analyst, 17, 7-23. West, K. L. (1970). MMPI correlates of ulcerative colitis. De um lado, as principais dificuldades re- as ciências naturais também começaram
Portcr, J. I!.; I3rown, R. T.; Goldsmith, P. A. (1982). Journal of Clinical Psycbology, 26, 214-219. sultam da falta de consenso nas definições dos com a complexidade e, à medida que
Adjunct ive bchavior in children on fixed interval food Wetherington, C. L. (1982). ls adjunctive behavior a
n-lnforccmeiu schcdules. Physiology and BehaviO/; 28, third cJass of behavior? Neuroscience al1d Biobehavioral
conceitos de "ciência" e de "comportamento" foram refinando seus métodos e esque-
(,01) (i12, Reviews, 6, 329-350. (Baum, 1994). Por outro lado, os argumentos mas conceituais, avançaram em direção
HIJ'ylll'ld, I',; Sl'l;i1I, M.; Goldiamond, I. (1982). Wetherington, C. L.; Brownsrein, A. J. (1979). Sche- contrários baseiam-se na combinação das cren- à ordem, isto é, às leis científicas;
nl'llJ'tllIl,' 11I(lIU'('(\ drfccnrlon. J01l1'l1al of the Experimen- dule control of eating by fixed-time schedules ofwater ças de que o comportamento humano é muito seus objetos de estudo são igualmen-
III/Alllllyli.1o/llJ'lwvior, 38, 19-34. presentation. Animal Learning and BehaviOl; 7, 38-40.
complexo para ser redutível a leis científicas, te únicos, o que não impede descri-
11"\1/'1,'I', ,I (11)111), Whlll is rneant by the term Wilson, J. F.; Cantor, M. B, (1987). An animal model of
".1 1~lhill' 11111111'1'11", IIIHl hnw general is schedule excessive eating: Schedule-induced hyperphagia in de que o fato de cada pessoa ser única impos- ções de extensas propriedades comuns
11111111 111I1I1/1/l1i/l1I/I,rrl/ 1I11I,Ii
ollrllJchavio/; 9, 433-440. food-sariated rats. Journal of the Experimental Analysis sibilita a generalização dos princípios e de que em sistemas e em teorias que permi-
!illllllli11I, I1 11: 1'lJll" ,I, l., (I ~'/'1), Schcdule-induced of Behavior, 47, 335-346. o comportamento é orientado para eventos fu- tem a predição e a generalização;
1'1111111111 JllllytllllNln: EJlhn"rl'J11CJ1l by snccharin. Woods, J. H.; Winger, G. D. (1971). A critique of
turos, de acordo com a noção de intenciona- a crença na intencionalidade é produ-
11/IIII1/10Jl/lo,'IY, /I III'III'/IIIII/ytil/ri Delwvio/; 2, 835-838. methods for inducing ethanol self-intoxication in ani-
1,ld"IIIII, M, (111'/1», 'I'tltlcos da pcsquisa cic/lu7ic'a (M. maIs. Em N. K. Mello; J. H. Mendelson (Eds.), Recent lidade, o que viola as relações causais científi- to de esquemas conceituais pré-cien-
K 1'.llvll,IIIU1.),:;NOI'II111o: Ilrasilicnsc. (Obra publícada advances in alcoholism: An interdisciplinary symposium cas nas quais as "causas" são antecedentes aos tíficos embutidos nos padrões Iíngüís-
oilHIIII/IJlII'IIII','11111)60). (p. 413-436). Washington, DC: Government Printing "efeitos" (Chies a, 1994)_ ticos de nossos modos de falar apren-
1>IIIIWI', (i,; ()('l, 'I: 115,; Wallace, M. (1982). Schedulc- Office.
Wylie, A, M.; Layng, M. P.; Meyer, K. A. (1993). Com respeito à primeira parte, a sugestão didos socialmente.
Induced sclf-Iujccuon of drugs. Neuroscience anel
Biobcuavioro! Hcvicws, 6, 77-83. , Schedule-induced defecation by rats during ratio and de Baum, com base no behaviorismo radical de
Smith, L. A.; Lang, W. J. (1980). Changes occurring in interval schedules of food reinforcernent, Jourl1al ofthe Skinner, é que a ciência pode ser definida, em A análise comportamental inclui também
self adrlinistration of nicotine by rats over a 28-day Experimental Analysis of Behavior, 60, 611-620. a análise do comportamento verbal, o que pode
termos pragmáticos, como uma atividade
1 S-'Y-
114 ABREU·RODRIGUES, RIBEIRO & COLS. ~ ANÁLISE DO COMPORTAMENTO 115

ajudar a esclarecer que, quando nos compor- por meio da observação de bolas polidas desli- a relação@define o comportamento a partir parativo de Holz, Azrin e Ayllon (1963). Um
tamos em função de eventos futuros, na ver- zando em planos inclinados (Skinner, 1972). de seus eventos antecedentes imediatos, as re- aspecto metodolôgico peculiar cios ,'SIUc!OS dl'
dade estamos inclinados a nos comportarmos Portanto, a atitude apropriada na ciência lações R-S e SoRoSdefinem o comportamento punição também merece ser destacado. Pólr:t
de um modo análogo ao que no passado pro- em geral e em uma ciência do comportamento a partir de suas conseqüências, baseando-se se estudar a punição, uma classe de respostas
duziu resultados importantes (Baum, 1994; em particular é impedir que a fidedignidade, a nos princípios de reforçamento e punição deve ter alta probabilidade de ocorrência. Por
Chiesa, 1994). validade ou a generalidade de métodos, de re- (Skinner, 1953/2000). isto, nesses estudos, uma classe de respostas
Sidrnan (1989/1995, p. 74) aponta o es- sultados e de princípios sejam julgados pela Este capítulo enfatizará as relações com- mantida por reforço positivo produz também,
paço em que os cientistas comportamentais opinião ou pela especulação, pois são assun- portamento-ambiente sob controle de contin- de acordo com alguma programação, estímu-
confinam o sujeito experimental, freqüente- tos a serem analisados por meio de testes ex- gências aversivas e seus objetivos são: los aversivos. A probabilidade da resposta pu-
mente um rato branco, e as simplificações típi- perimentais (Sidman, 1989/1995). Nessa pers- nida varia em função da privação, da freqüôn-
cas de um laboratório de pesquisa comporta- pectiva, a ciência da análise do comportamen- a) sumariar os principais procedimentos cia, da duração e da magnitude do reforço p
mental para, então, perguntar: "O que essa cria- to surgiu e vem evoluindo em suas tentativas experimentais utilizados nos estudos sitivo, e também da freqüência, da duração
tura intelectualmente limitada, vivendo em um de descrever eficientemente a interação entre dos efeitos de contingências de con- da intensidade do estímulo aversivo.
espaço ecológica e socialmente estéril possi- o comportamento e o ambiente, com ênfase trole aversivo e os processos compor- A efetividade da punição tem sido alvo
velmente pode nos dizer sobre a conduta hu- no lado arnbiental deste intercâmbio (Hineline, tamentais resultantes; de muitas controvérsias. A punição foi incor-
mana?". As implicações dessa pergunta são ex- 1'9.84). E, à medida que as descrições de rela- b) apontar algumas das implicações des- porada nas primeiras versões da Lei do Efeito
tensas, pois traz questionamentos sobre se de- ções funcionais são refinadas, elas esclarecem ses estudos para a compreensão do de Thorndike, que, mais tarde, retirou esse
vemos estudar somente ações que tenham "va- as contingências de reforço e punição que for- comportamento humano em geral; componente (Catania, 1998/1999). Skinner
lidade de face", ou seja, apenas formas exatas mam os operantes e seus subprodutos respon- c) avaliar criticamente o uso de técnicas (1938) também insistiu em manter a puniçã
RJ~ de comportamento. Nesse caso, uma preocu- dentes, isto é, como o comportamento ocorre aversivas no processo terapêutico. em domínio separado, argumentando que f1
pação com a criatividade conduz ao estudo sob o controle de estímulos.
11\1' punição produz somente efeitos indiretos so-
~III apenas de artistas e de compositores, ou um Skinner (1938) distinguiu as categorias
bre o comportamento e enfatizou sua ineficikin
interesse em coerção implica investigar as pri- comportamentais em respondentes e em ope- CONTINGÊNCIAS AVERSIVAS
com base na recuperação da resposta quando
\\11 sões. Embora possa trazer informações úteis, a rantes a partir da redefinição de estímulo e
ela é interrompida. Entretanto, com base um
i\~~ longo prazo essa visão pode limitar a compre- resposta como classes de eventos com efeitos A punição, o reforço negativo e a supressão
dados disponíveis, Hineline (1984) e Crunnlu
ensão até mesmo de problemas práticos espe- recíprocos, isto é, como classes funcionais em condicionada ilustram as principais contingências·
I (1998/1999) argumentam que, de acordo ('0111
~iI ,~ cíficos. Muitos pesquisadores observam somen- vez de eventos observáveis imediatamente. Os de controle aversivo estudadas e envolvem vá-
o mesmo critério, o reforço positivo lflJlll)(11I1
te as formas exatas que os interessam e há di- estímulos foram definidos em termos de rios tipos de operações experimentais.
deve ser considerado ineficaz, porque <11111>111:
versos tipos de especialistas em psicologia, de energia física e correIa cio nados com uma clas-
as operações têm efeitos temporários: qunndo
jogo de xadrez a sexo, de programação de com- se particular de respostas; estas foram defini-
Punição são eliminadas, as respostas retomam aos nr
putadores a doença mental, dificultando as ge- das não pela topografia, mas como classes de
veis prévios. Portanto, a punição é paralela no
neralizações além das fronteiras de cada área. eventos suscetíveis ao controle de um estímu-
O processo de punição ocorre quando reforço, exceto pelo fato de que os efeitos difc-
A alternativa para o estudo de ações que lo específico. Zeiler (1986) ensinou que, des-
uma resposta produz efeitos que diminuem sua rem quanto à direção: o reforço torna a res-
parecem importantes por si mesmas é fazer de então, as velhas unidades estímulo e res-
probabilidade. Se esse efeito ocorre quando a posta reforçada mais provável e a punição re-
exatamente o oposto, isto é, selecionar uma posta tornaram-se interdependentes, de modo
resposta produz estímulos, o processo é des- duz a probabilidade da resposta punida.
amostra arbitrária, alguma ação que, por ser que a unidade de análise do comportamento
crito como punição positiva; quando ela remo- Azrin e Holz (1966) listam 13 condições
delimitada e artificial, evita todas as limitações respondente é a relação funcional S-R, a uni-
ve estímulos, é descrito como punição nega- necessárias para a punição levar à completa
e restrições impostas por nosso julgamento dade do comportamento operante é a relação supressão do comportamento:
sobre validade de face. E a vantagem de elimi- funcional R-S e a unidade do controle de estí- tiva (Baum, 1994; Catania, 1998/1999). Por-
nar essas restrições é tornar a amostra arbitrá- mulos é a relação funcional S-R-S.! Enquanto tanto, no primeiro caso a resposta produz um
estímulo com propriedades aversivas e, no se- L não pode haver fuga possível do es-
ria representativa de todo comportamento e, tímulo punitivo;
com isso, os resultados podem ter significados gundo, remove. ou adia um estímulo reforçador,
É importante lembrar, no entanto, que nem 2. o estímulo-deve ser tão intenso e fre-
em uma ampla extensão, muito além das ações i Essas relações funcionais ilustram: a) S-R: padrões qüente quanto possível;
específicas que selecionamos para observação todas as conseqüências de uma resposta que
respondentes incondicionados simples e complexos 3. a punição tem de ser imediata;
e medida (Sidman, 1989/1995). Em resumo, (US-UR) e padrões respondentes condicionados (CS- reduzem sua probabilidade futura seriam
exemplos de eventos punitivos (Azrin e Holz, 4. a intensidade não pode ser aumen-
o estudo das variáveis que afetam a probabili- CR), em que os estímulos antecedem as respostas;
b) R-S: padrões operantes em que a resposta pro- 1966). Esse efeito pode ocorrer também com tada gradualmente - desde o início,
dade da resposta de pressionar a barra como
duz estímulos que afetam sua probabilidade futura; outros procedimentos tais como mudança de o estímulo tem de ser tão intenso
um modelo de análise teria generalidade se- e c) SD-R-S: padrões operantes, cuja probabilidade quanto possível;
melhante ao estudo das propriedades de qual- é função do contexto (SD), que estabelece a ocasião
estímulos discriminativos, extinção, saciação e
restrição física, conforme mostra O' estudo com- 5. se a intensidade for baixa, os perío-
quér corpo em movimento feito por Galileu, em que a resposta (R) produz a conseqüência (S).
dos de punição devem ser curtos;
116 ABREU·RODRIGUES, RIBEIRO & COLS. ANÁLISE DO COMPORTAMENTO 117

6. a punição não deve ser associada à lar para mudanças no comportamento que ge- toS discriminativos dos eventos aversivos, por Alguns estudos investigaram as proprie-
apresentação de um estímulo refor- ralmente são inferidas em vez de diretamen- exemplo, parecem ser importantes em situa- dades punitivas docusto da resposta sobre o
çador positivo para não adquirir te medidas. Portanto, descrevem que a puni- ções de punição, pois podem sinalizar as oca- comportamento mantido por reforçamento
propriedades de estímulo discri- ção afeta diretamente a probabilidade da res- siões em que a resposta será também reforça- positivo (p. ex.: Weiner, 1962) e por reforça-
minativo; posta punida, não sendo necessária a ocor-. da. Holz e Azrin (1961) relataram um experi- mento negativo (p. ex.: Weiner, 1963). No es-
7. a punição deve sinalizar um perío- rência de respostas de fuga e esquiva para que mento com pombos no qual um choque pro- tudo de Weiner (1962), a resposta de partici-
do de extinção para a resposta; o estímulo seja considerado punitivo. Dessa duzido por uma resposta sinalizava a disponi- pantes humanos era mantida, nas condições
8. o grau de motivação para a respos- forma, Dinsmoor (1954; ver também Skinner, bilidade de comida. Em uma condição, as bi- sem custo, por pontos adquiridos de acordo
ta deve ser diminuído; 1953/2000) defende que a punição é um pro- cadas do pombo não tinham conseqüências, e, com esquemas VI e de intervalo fixo (FI); nas
9. a freqüência de reforço positivo para cesso secundário, pois resultaria da fuga ou na outra, cada bicada produzia um choque e condições com custo, essas respostas também
a resposta deve ser diminuída; esquiva do estímulo punitivo, enquanto Azrin algumas bicadas produziam alimento. Quan- eram punidas por perdas de pontos. Quando
10. uma resposta alternativa à que é pu- e Holz (1966) afirmam que é um processo do as respostas não produziam um choque, a condições com e sem custo foram alternadas,
nida deve estar disponível; primário. taxa era baixa porque também não produziam foi observado que a condição sem custo pro-
11. se não há resposta alternativa na si- Arbuckle e Lattal (1987) apresentaram alimento; mas a taxa aumentou assim que as duziu taxas altas e constantes de respostas em
tuação, o sujeito deve ser levado dados favoráveis à concepção da punição respostas começaram a produzir choques, pois ambos os esquemas; a condição com custo, por
para outra situação com acesso ao como um efeito secundário do reforçamento também, ocasionalmente, produziam alimen- outro lado, diminuiu as taxas de respostas nos
estímulo reforçador; negativo. O objetivo do estudo consistiu em to. Portanto, os estímulos punitivos adquiriram esquemas VI, sem perturbar a constância do
12. se um estímulo aversivo primário separar a redução nas taxas de respostas pro- propriedades discriminativas porque a respos- responder, e gerou um padrão scallop (tipica-
não pode ser aplicado após a respos- duzida diretamente por um estímulo puniti- ta era reforçada apenas quando também era mente observado com animais) sob os esque-
:fl
I
ta, pode-se usar um estímulo aversi-
vo condicionado;
vo daquela produzida pelo reforçamento ne-
gativo da omissão da resposta. Pombos foram
punida. Catania (1998/1999) apontou a rele-
vância desse processo para o comportamento
mas FI. Quando foram efetuadas manipulações
na seqüência de apresentação dessas condições,
~~ 13. em último caso, a punição pode expostos a um esquema conjugado no qual humano, como quando uma criança provoca o o padrão scallop foi observado também na cón-
"11
ocorrer pela apresentação de time- respostas de bicar o disco produziam alimen- pai a ponto de ser surrada, porque geralmente dição sem custo.
'~II out ou pelo aumento no custo da to em um esquema de intervalo variável (VI) a surra é seguida de mais atenção do pai arre- Em um estudo subseqüente, Weiner
l~~ resposta. 3 rnin e choques em um esquema VI 30 s (conj pendido do que durante as interações menos (1963) expôs participantes humanos a uma
VI3 min VI 30 s). Em algumas condições, o traumáticas entre ambos. tarefa de pressionar um botão para manter os
Os preconceitos contra a punição gera- choque poderia ser evitado caso não ocorres- Outro aspecto importante é a relação de 99.999 pontos que tinham disponíveis no iní-
~II ram comportamentos de esquiva em muitos sem respostas durante um período de 5, 10 contingência entre a resposta e a conseqüên-- cio da sessão. Na condição sem custo, foi pro-
pesquisadores da área. Para evitar críticas e ou 30 s após o final do intervalo. As taxas de cia, isto é, quando há uma relação de depen- gramado um esquema múltiplo com três com-
rejeições, por exemplo, procedimentos efeti- respostas variaram inversamente com a du- dência entre a emissão da resposta e a ocor- ponentes de 20 min de duração cada, durante
vos foram até mesmo descritos por termos que ração da pausa requerida, mesmo não haven- rência do evento aversivo. Por exemplo, Camp, os quais períodos de perda de pontos (PDP)
não faziam menção à punição, como ocorreu do mudanças na freqüência e na intensidade Raymond e Church (1967) compararam os foram programadas para ocorrer a cada 10 s.
com o procedimento de esquiva passiva. Con- do estímulo punitivo. Ou seja, as taxas de res- efeitos de choques independentes das respos- No componente de esquiva, os participantes
sidere um rato em uma plataforma acima de postas foram controladas diretamente pelas tas e de choques produzidos pelas respostas poderiam adiar por 10 s os PDPs; no compo-
uma grade eletrificada que, ao pisar na gra- contingências de reforçamento negativo, um de pressões à barra mantidas por reforço ali- nente de fuga, não podiam evitá-Ias, apenas
de, recebe um choque e torna-se menos pro- resultado que apóia a posição de Dinsmoor mentar em ratos, em que as taxas de choques interrompê-Ios; e no terceiro componente eram
penso a descer novamente. Pode-se dizer que (1954) e de Skinner (1953/2000) e não a de de ambos os grupos foram emparelhadas. Com- possíveis tanto a esquiva quanto a fuga. Após
A resposta de descer da plataforma é punida, Azrin e Holz (1966). Os autores argumenta- parados com um grupo controle que não rece- 4 h nessas condições sem custo, cada compo-
mns tnrnbém é possível dizer que o rato está ram que o papel do reforçamento negativo beu choque, os resultados mostraram que as nente foi subdividido em dois, sem e com cus-
pnsslvnmcntc se esquivando do choque, evi- deve ser reconsiderado em estudos de puni- taxas de respostas dos dois grupos expostos ao to, cada um com 10 min de duração, A condi-
1r1l1t!O descer da plataforma (Catania, 1998/ ção e concluíram que é possível que a redu- choque diminuíram, mas o choque produzido ção com custo consistia na perda de um ponto
11)1)1)), Dlnsmoor (1954) propôs que a ação ção no responder seja resultado da interação pela resposta suprimiu mais o responder do para cada resposta emitida, Os resultados mos-
lillpl'('sslvil dn punição poderia ser atribuída de contingências de punição e de esquiva. Ao que o choque independente da resposta. Esta traram que as taxas de respostas de fuga ou
10 deseuvolvlrncntc de reações de esquiva da revisar brevemente essas concepções teóricas diferença permite afirmar que o choque pro- esquiva eram excessivamente altas nas condi-
nulssflo do comportamento punido. Ou seja, sobre os efeitos supressivos da punição, duzido pela resposta era um estímulo puniti- ções sem custo, mas muito baixas nas condi-
ngajar-se em qualquer outra atividade alter- Spradlin (2002) concluiu que ambas ajustam- vo, e que 'os eventos afetam mais o comporta- ções com custo, Os resultados de ambos os es-
nativa ao comportamento punido e, com isso, se igualmente bem aos dados disponíveis. mento quando o efeito é recíproco, isto é, quan- tudos (Weiner, 1962, 1963) sugerem que (a) a
evitar a punição, Azrin e Holz (1966) discor- A literatura tem identificado algumas va- do o comportamento também pode afetar es- perda de pontos funciona como um everu
dam e sugerem como mais parcimonioso con- riáveis que afetam as propriedades punitivas ses eventos (Rachlin, 1967), aversivo com humanos e (b) contingências d
siderar a punição em nível descritivo, sem ape- de determinados eventos ambientais. Os efei- custo exercem efeitos punitivos sobre compor-
118 ABREU·RODRIGUES, RIBEIRO & COLS. ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

\
tamentos mantidos por reforçamento tanto po- daquela observada na condição anterior sob da que não funcione a longo prazo (ver tam- o rápido declínio na freqüência ou na supres-
sitivo como negativo. as mesmas condições de estímulo. Depois de bém Todorov, 2001). Com freqüência, atacamos são imediata de 'respostas punidas em ratos,
Aumentos na intensidade e na freqüên- restabelecer a linha de base, um esquema mix qualquer um que nos ofenda, seja fisicamente em pombos, em macacos e em humanos, e tam-
cia do estímulo punitivo tendem a produzir au- VI 3 min VI 3 min entrou em vigor com a luz ou com críticas, com desaprovação, com insul- bém que o efeito supressivo da punição com
mentos correspondentes na supressão da res- amarela do disco em ambos os componentes. to, ou nos ridicularize; mas seus efeitos tempo- choque ou com perda de pontos ocorre mais
posta mantida por esquemas de razão fixa (FR) A seguir, foi introduzida a contingência de pu- rários são acompanhados por uma função de rapidamente do que com o uso de extinção, de
e de razão variável (VR) e esquemas FI, mas nição em um dos componentes desse esque- uma extensa redução da eficiência e da felici- saciação ou de reforço diferencial. Também a
produz efeitos assistemáticos sobre o respon- ma. No Experimento 3, estudantes universitá- dade geral do grupo, pois resultam em sérios pesquisa aplicada mostrou que o tratamento
der em esquemas VI. As razões dessa inconsis- rios foram expostos a condições análogas em conflitos pessoais entre emitir a resposta que clínico com uso de ampla variedade de puni-
tência foram investigadas por Arbuckle e Lattal que o estímulo punitivo consistia na perda de leva à punição e aquela que a evita (Skinner, dores (reprimenda verbal, restrição física, bor-
(1992). Pombos foram expostos a um esque- pontos. Os resultados de ambos os experirnen- 195312000). Nesse contexto, a longo prazo, as rifar com água, suco de limão, choque, retira-
ma conjugado, no qual respostas de bicar um tos mostraram que ocorreu uma supressão da pessoas tornam-se revoltadas, ressentidas e da de reforços condicionados ou interrupção
disco produziam alimento em um esquema VI resposta em todas as condições de punição, in- agressivas, e, mesmo a curto prazo, basta infligir de atividades reforçadoras) pode produzir su-
de 180 s, e também choques. No Experimento dependentemente da presença ou da ausência dor ou ameaçar a retirada de recursos para que pressão imediata ou substancial de comporta-
1, os choques foram inicialmente apresentados de sinalização da punição. Com relação à taxa estes efeitos sejam observados (Baum, 1994). mentos problemáticos, mesmo após outras ten-
de acordo com o esquema VI 30 s, que tendia a da resposta não punida, foram observados os Entretanto, mesmo sendo lamentável, a tativas infrutíferas com procedimentos menos
. , ~í~ll~.\ punir longos intervalos entre as respostas (IRTs) seguintes efeitos: punição é um fato freqüente nas interações hu- aversivos. Entretanto, como é ainda relativa-
e, em seguida, conforme um esquema percentíl, manas e, em algumas circunstâncias muito es- mente incompleto o conhecimento de muitas

Ir (
. ,
,~II~.
1,;1/11
durante o qual eram liberados independente-'
mente da duração do IRT.Ambos os esquemas
a) tanto o contraste (aumento na taxa)
quanto a indução (diminuição na
peciais julgadas com base em outras alternati-
vas, pode até proporcionar a base mais efetiva
relações complexas importantes, as autoras
defenderam a relevância de pesquisas adicio-
li
jI ~\
II~I~~ reduziram igualmente a freqüência relativa de
IRTs longos. No Experimento 2, os pombos fo-
taxa) ocorreram, apesar da manuten-
ção da taxa de reforços ao longo das
para se alcançar benefícios sociais humanitá-
rios (Hineline, 1984). Embora Skinner fosse
nais na área para desenvolver uma tecnologia
sistemática e efetiva em promover mudanças
ram expostos à punição diferencial de IRTs lon- condições; contra o uso da punição, posição que resume no comportamento. As sugestões incluem a
~I '\~II. gos e curtos ao longo de diferentes condições.
Os resultados mostraram um declínio na fre-
b) a indução foi mais comum do que o
contraste;
afirmando "se eu fiz alguma coisa pela raça
. humana, foi achar alternativas para a punição"
investigação de novas estratégias que molho-
rem a eficiência de procedimentos menos avcr-
;'~ ~~ c) o contraste ocorreu somente na pre- (apud em Krasner, 1989, p. 247), ele não era
qüência relativa dos IRTs punidos e aumentos sivos, bem como o esvanecimento bem-suco-

"I
1'\,\ na freqüência dos IRTs opostos aos punidos,
enquanto os efeitos nas taxas de respostas não
sença de um estímulo diferente daque-
le correlacionado com a punição;
totalmente contrário a seu uso. Conforme Nye
(2000/2002), no final de sua carreira Skinner
dido do tratamento, isto é, sua interrupção sem
que ocorram reincidências do cornportarneutn

:I foram consistentes. Os autores argumentaram


que os resultados desses experimentos ilumi-
nam a importância de se selecionar um nível
apropriado de análise, pois relações ordena-
d) o contraste diminuiu com a exposição
prolongada à punição.

Os estudos anteriormente resumidos,!


esclareceu sua posição, observando que exis-
tem situações excepcionais em que a punição
é justificada. Por exemplo, estímulos aversivos
breves e inofensivos podem ser eficazes no tra-
problemático.
Horner (2002) concorda com a análls
as sugestões de Lerman e Vorndran (2002), con-
siderando a punição como parte natural ela vidn
das presentes em um nível (IRTs) podem não embora apontem algumas variáveis relevantes) tamento de crianças autistas que se automu- e assinalando que a mesma ocorre por meio d
ser reveladas em outro nível (taxa total de res- para a punição, também indicam que sabemos tilam. Essas crianças se batem e se mordem, carrancas, reprimendas, multas, notas verme-
I postas) de análise. Eles também apontam que muito pouco sobre o funcionamento da punição. I
Há ainda muitas possibilidades de investigação I
batem a cabeça contra objetos duros, como
também se machucam de outras maneiras. Pu-
lhas, espancamentos, entre outras inúmeras
as relações assistemáticas, comumente descri- possibilidades. Vollmer (2002) também concor-
tas em estudos de punição com esquemas VI, dos processos moleculares e molares a ela rela-l nições brandas tendem a remover esse tipo de da que ignorar a punição como fenômeno natu-
I provavelmente resultam do nível de análise cionados, cuja compreensão é fundamental para \ auto-abuso, dando espaço à modelagem de ral e suas implicações para uma tecnologia elo
j empregado nesses estudos. orientar a solução de problemas com o uso de i\ comportamentos apropriados. Mas, mesmo re- comportamento equivale a ignorar a natureza
! Os efeitos da punição sobre a resposta não estratégias punitivas. Certamente a punição in- . conhecendo que a punição pode, às vezes, ser- física do universo. Para ele, uma ciência e uma
punida foram estudados por Crosbie, Williams, clui subprodutos lamentáveis que justificam o vir a propósitos úteis, Skinner "enfatizou que tecnología do comportamento serão incomple-
Lattal, Anderson e Brown (1997) com pombos fato de Skinner (1953/2000) ter questionado seria um verdadeiro erro permanecer satisfei- tas caso não avancem na pesquisa sobre puni-
e com humanos. No Experimento 1, alguns sua utilidade prática em um sistema compor- to com a punição sem explorar alternativas que ção (ver também Spradlin, 2002).
pombos foram expostos a um esquema mult VI tamental e, em muitas situações aplicadas, não não a incluam" (Nye, 2000/2002, p. 90).
3 min VI 3 min, no qual os componentes eram deveria ser empregada (Hineline, 1984). A aná- Sugestões semelhantes foram feitas por
sinalizados por uma luz amarela ou azul (li- lise de Skinner mostra como seria saudável a Lerman e Vorndran (2002) após uma revisão Reforço negativo
nha de base). Após atingir a estabilidade, cada vida sem estimulação aversiva e também escla- dos estudos sobre punição. Essas autoras rela-
resposta durante o componente azulpassou a rece por que a técnica é tão usada: o comporta- taram que os resultados da pesquisa básica com A contingência de fuga ilustra o proces-
produzir um choque até que a taxa de respos- mento de quem aplica a punição é reforçado choques, com ruídos, com jorros de ar, com so mais simples de reforço negativo, no qual
tas 'nesse componente fosse menor do que 50% pela supressão imediata da resposta punida, ain- custo da resposta e com timeout confirmaram uma resposta interrompe um estímulo
120 ABREU-RODRIGUES, RIBEIRO & COLS. ANÁLISE DO COMPORTAMENTO 121

aversivo, enquanto na contingência de esqui- Pesquisas cujo foco principal seja o com- mento negativo, da mesma forma que aquelas Bechterev (1913, citado por I-Ierrnstein,
va uma resposta evita ou atrasa o estímulo. portamento de fuga e suas variáveis de con- mantidas por reforçamento positivo, são sen- 1969), foi o primeiro a investigar esse proces-
Esta terminologia é consistente com o uso trole são raras na literatura. Os trabalhos so- síveis a manipulações no atraso do reforço. so adaptativo, ainda na tradição pavloviana:
cotidiano: "fugimos de circunstâncias aversi- bre controle aversivo, que também são escas- Em um estudo recente, Cherek, Spiga, um cão era exposto a uma seqüência na qual
vas presentes, mas nos esquivamos de circuns- sos, quando comparados com aqueles que en- Steinberg e Kelly (1990) estudaram a emis- um estímulo originalmente neutro precedia um
tâncias potencialmente aversivas que ainda volvem reforçamento positivo, principalmen- são de respostas agressivas em humanos choque na pata traseira. A resposta reflexa ao
não ocorreram" (Catania, 1998/1999, p. ll7). te se forem consideradas as décadas de 1980 e mantidas por fuga ou esquiva da perda de choque era a flexão da pata, e a mudança
Michael (1975) questionou a utilidade da dis- 1990, geralmente têm como prioridade os pro- pontos. Os participantes foram instruídos que adaptativa era a ocorrência da flexão tão logo
tinção entre reforço positivo e reforço negati- cessos de punição e esquiva. Uma dificuldade cada 100 respostas no botão A (não-agressi- o estímulo neutro fosse apresentado, o que ter-
vo, em parte porque o uso original de Skinner em pesquisar a fuga é que o estímulo aversivo vas) produziam um ponto e que cada 10 res- minava o sinal e evitava o choque. As tentati-
(1938) desses conceitos visava, respectiva- deve estar presente antes da resposta e, assim, postas no botão B (agressivas) subtraíam um vas de descrever a relação sinal-choque como
mente, a distinguir entre os efeitos do reforço pode eliciar respostas incompatíveis com a que ponto de um participante fictício, que tam- do tipo CS-US envolviam problemas concei-
e os da punição. Com o tempo, entretanto, a foi selecionada para estudo. Nas contingências bém estaria subtraindo pontos deles. As per- tu ais, pois o fato de a resposta ser emitida em
análise conceitual evoluiu em sintonia com o de reforço positivo, o reforçador está ausente das produzidas pelo participante fictício eram vez de eliciada minava a interpretação de que
objetivo da ciência de descobrir melhores quando a resposta reforçada é emitida, de programadas de acordo com um esquema de era exemplo de reflexo condicionado. Tais pro-
modos de falar sobre seu objeto de estudo modo que responder e consumir o reforço são tempo randôrnico (RT). As respostas agressi- blemas conduziram a novos estudos experi-
(Baum, 1994). ações que ocupam tempos diferentes, enquan- vas também produziam um período livre de mentais e, conforme Herrnstein, desse esforço
A análise funcional estabelece que o ter- to nas contingências de fuga pode haver com- perda de pontos (por meio de fuga ou esqui- emergiu a primeira teoria bifatorial da esqui-
mo positivo descreve uma relação de depen- petição entre respostas. Esse aspecto tem sido va), cuja duração foi manipulada sistematica- va sinalizada, na qual processos respondentes
dência ou contingência entre uma resposta e a apontado por Catania (1998/1999) corno o mente. As contingências de esquiva e fuga e operantes foram combinados: a esquiva foi
produção de estímulos, e negativo refere-se à principal motivo da carência de pesquisas nes- programadas foram efetivas na manutenção interpretada como subproduto da fuga (ope-
contingência entre uma resposta e a remoção sa área, cujos desafios são descobrir estímulos do comportamento agressivo. Entretanto, en- rante) do estímulo aversivo condicionado (éS)
de estímulos. Por isso, os comportamentos de sem efeitos eliciadores concorrentes com a res- quanto a contingência de esquiva manteve eliciador de "medo" condicionado (respon-
fuga e esquiva são processos que pertencem a posta selecionada e encontrar meios de impe- taxas altas de respostas agressivas, mesmo dente). Em resumo, o comportamento de
um mesmo cOlltinuum comportamental: o do dir respostas alternativas de fuga. Há casos quando as taxas de perda de pontos eram bai- esquiva não seria um processo comportamental
reforço negativo, que varia desde a remoção análogos na punição, no sentido inverso, se o xas, as contingências de fuga só produziram fundamental, mas derivado de outro mais
ou atenuação de um estímulo presente até o estímulo utilizado para eliminar urna resposta taxas altas de respostas agressivas na presen- básico.
adiamento ou impedimento de um estímulo aumenta sua probabilidade, como no caso de ça de taxas altas de perda de pontos. Em con- Sidman (1953a) questionou a metodo-
" potencial. Corno assinalado anteriormente, essa alguém tentar fazer uma criança parar de cho- traste, quando a perda de pontos não era atri- logia tradicional da análise do desempenho em
distinção também se estende à punição, pois rar punindo o choro e ter problemas porque o buída ao comportamento de outra pessoa esquiva com base na diferença entre as médias
urna resposta pode ser punida por produzir estímulo punitivo usado elicia a mesma res- (mas sim ao computador), não houve manu- de grupos de sujeitos e outras técnicas estatís-
eventos corno o choque (punição positiva) e posta que ele tenta suprimir, . tenção da resposta agressiva. Os autores con- ticas, porque implicavam considerável perda
por remover ou adiar eventos positivamente A despeito dessas dificuldades, os efeitos cluíram que as propriedades funcionais da per- de dados descritivos e a utilização de inferên-
reforçadores (punição negativa), de contingências de fuga têm sido demonstra- da de pontos são afetadas por contingências cias para explicar os resultados. Sidman pro-
çlos com ratos e com humanos. No estudo de sociais. moveu urna mudança metodológica e teórica
Keller (1966), por exemplo, alguns ratos fo- ao elaborar seu procedimento de esquiva de
Fuga ram treinados a pressionar uma barra para ter- operante livre: na ausência de respostas, cho-
minar uma luz aversiva por um período de 1 Esquiva ques curtos e inescapáveis ocorrem regular-
.omo vimos antes, as duas formas de coer- mino Em seguida, os animais foram expostos a mente entre períodos fixos de tempo chama-
,!lO - 1'('f'w'çaI11CnLO negativo e punição - são diferentes atrasos (1, 2, 5 e 10 s) não sinaliza- As controvérsias acerca da efetividade da dos intervalo choque-choque (Intervalo SS).
('tlll('ItIlIlH'IlIt' rclaclonadas, pois eventos que dos, .entre a emissão da resposta de fuga e o punição também existem em relação à esquiva. Urna resposta elimina esse ciclo e inicia um
são nofol'çndol'cs ncgatlvos cm um momento término da luz. Foi observado que a freqüên- Mas, neste caso, as divergências são sobre a novo período chamado resposta-choque (In-
POdCl1l ser punidorcs em outro, sendo seu pa- cia relativa de respostas de fuga com latências natureza exata do reforço, porque o estímulo tervalo RS), durante o qual os choques não são
pel pmt lculnr determinado por sua relação com longas aumentou com acréscimos no atraso do aversivo não está presente nem antes, nem após apresentados. Se o intervalo RS transcorre sem
lima ação (Sidman, 1989/1995). Um exemplo reforço. Resultados similares foram obtidos por a ocorrência da resposta de esquiva. Uma ques- respostas adicionais, então termina COma apre-
disso seria alguém continuar fazendo qualquer Fowler e Trapold (1962), usando urna respos- tão em particular, chamada de paradoxo da es- sentação de um choque e o retorno ao inter-
coisa que remova a "cara feia" do chefe (fuga), ta diferente (correr de um compartimento para quiva, foi debatida pelos primeiros teóricos da valo SS.
sendo também provável que pare de fazer qual- outro da caixa experimental) e um reforço ne- área: "Corno pode a não-ocorrência de um even- Dessa forma, Sidman (1953a) isolou as
quer coisa que faça a "cara feia" reaparecer gativo diferente (choque). Esses resultados in- to (choque) servir corno um reforço para a res- respostas de esquiva das respostas de fuga,
(punição) . dicam que respostas mantidas por reforça- posta de esquiva?" (Carneschi, 1997, p. 144)_ mostrando também que o estímulo aversivo
122 ABREU·RODRIGUES, RIBEIRO & COLS.
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO 123

condicionado não era necessário. Isso porque so comportamental básico, em vez de deriva essa seja a razão de se confundir a esquiva com da resposta de esquiva podem ter pou-
os resultados indicaram que, inicialmente, os do de outro mais fundamental, conforme de- o processo de eliciação (ver Capítulo 2 para co ou nenhum efeito sobre as taxas de
sujeitos emitiam poucas respostas, mas logo fendido por interpretações bifatoriais. informações detalhadas sobre operações respostas e de choques recebidos (p.
ocorriam aumentos abruptos nas taxas que con- Para testar a sugestão anterior, Herrnstein estabelecedoras) . ex.: duração do intervalo S5 e de in-
tinuaram altas e constantes, apesar da ausên- e Hineline (1966) elaboraram um procedimen- Hineline (1970) demonstrou que atrasos tensidade de choque).
cia de estímulos-sinal. Entretanto, sob influên- to no qual a resposta de esquiva mudava uma imediatos do choque, sem redução na densi- b) O procedimento de Sidrnan combina
cia da teoria de competição entre respostas programação de alta probabilidade de choque dade programada, são conseqüências reforça- três fatores, redução na freqüência de
(Schoenfeld, 1950), Sidman concluiu que a res- para uma de baixa probabilidade. Assim, nem doras suficientes para modelar e para manter choque, período livre de choque e ne-
posta de esquiva emergia por ser a única res- sempre ocorria adiamento imediato de um cho- a resposta de esquiva. Foram programados ci- nhum choque logo após a resposta, e
posta não punida durante o processo, enquan- que programado, mas a resposta mudava a si- clos de 20 s, nos quais um choque ocorria aos cada qual sozinho poderia ser respon-
to todas as outras respostas possíveis na situa- tuação de alta para baixa aversividade. A sen- 8 s, a barra era removida aos 10 s e retomava sável pela aquisição da resposta de es-
ção eram punidas. Essa é uma das versões da sibilidade do comportamento a essa contingên- aos 20 s para reiniciar um novo ciclo. Caso uma quiva. Depois de se atingir a estabili-
teoria bifatorial, segundo a qual, exceto a res- cia sutil corroborou a explicação proposta por resposta ocorresse antes de 8 s, o choque era ·dade na resposta, somente mudanças
posta de esquiva, quaisquer respostas serão Sidrnan. Em conseqüência, Herrnstein (1969, liberado aos 18 s, mantendo o resto inalterado. nas relações temporais entre respos-
seguidas pelo choque e, portanto, elas e os es- p. 59) sustentou a lei do efeito em si como Os resultados mostraram a aquisição e a ma- tas e choques afetam claramente a
tímulos que produzem adquirem funções elicia- modelo suficiente para explicar a esquiva: "uma nutenção da resposta, cuja probabilidade au- taxa de respostas.
doras condicionadas. resposta, ao produzir um estado de coisas, au- mentou e atingiu o máximo em torno do sexto
~~.J;'IJ.'o:.
c) Como confunde a influência desses
Em um estudo posterior, Sidman (1953b) menta em freqüência, sendo o estado de coi- segundo do ciclo. No Experimento 2, tudo três fatores, o procedimento torna-se

Ilb manipulou separadamente os intervalos SS e


RS, e suas variações sistemáticas produziram
resultados ordenados em ratos: a taxa da res-
sas aqui a redução na taxa de choque". Segun-
do esse autor, qualquer versão teórica bifatorial
seria antieconômica por apelar a estados in-
permaneceu igual, exceto que a resposta adia-
va o choque por 8 s e, 2 s após o choque, a
barra retomava, iniciando um novo ciclo. Os
inadequado para a análise da aquisi-
ção do comportamento de esquiva.
1~~~
posta de esquiva diminuiu à medida que au- ternos inferidos - medo, ansiedade, etc. - como sujeitos que participaram do Experimento 1 Entretanto as relações temporais entre
~II~
I
mentou a duração do intervalo RS. Resultados substitutos do estímulo condicionado. logo deixaram de responder, e os sujeitos ingê- respostas e choques que ele permite tornam
similares foram obtidos com humanos (Ader e Para Herrnstein (1969), a teoria bifato-
/ 1~~lil
nuos não responderam, Nesse caso, a resposta seu uso uma ferramenta conveniente para o
1'\ Taturn, 1961). Sidman (1962a) ficou cético
com respeito à teoria de competição entre res-
rial, elaborada para explicar como o CS adqui-
re o controle do comportamento, além de des-
atrasava o choque, mas reduzia a duração do
ciclo temporal em que os mesmos eram pro-
estudo do tempo como estímulo discriminativo
\~: no controle do comportamento quando este

'i~ postas. A rapidez com que muitos sujeitos


aprendem a resposta de esquiva descarta a
possibilidade de que alguns poucos choques
necessária e pouco parcimoniosa, apenas exa-
gerou a importância do reforço negativo se-
cundário. Conforme Skinner (1966), o reforço
gramados, aumentando, assim, sua densidade,
de modo que os sujeitos deixaram de respon-
der em função dessa contingência punitiva. Por-
atinge o estado estável.
O controle de estímulos em esquiva de
operante livre foi investigado por de Souza,
possam suprimir todos os outros comportamen- operante não somente fortalece certa classe de tanto, a redução na densidade de eventos de Morais e Todorov (1992). Nesse estudo, o
tos para que essa resposta torne-se preponde- respostas, como também a deixa sob o contro- aversivos sem atrasos imediatos (processos intervalo entre a resposta e o choque (R-52)
rante. Nesse estudo, alguns ratos foram inicial- le de outros estímulos. A análise operante mos- molares) é condição suficiente para o reforço era de 25 s, entre a resposta e o estímulo pré-
mente expostos a um esquema concorrente de tra mais parcimônia por considerar os "estí- negativo, embora não necessária, assim como choque (R-SI) era de 15 s, e entre o estímulo
esquiva-esquiva com intervalos SS e RS iguais mulos-sinal" não como provedores de supor- atrasos imediatos (processos moleculares) são pré-choque e o choque (SI-S2) era de 10 s. Na
(20 s), em ambas as alternativas de escolha, tes pavlovianos para transpor lacunas no tem- igualmente suficientes, mas não necessários. ausência de resposta, o intervalo choque-cho-
Os resultados obtidos indicaram que quanto po, mas como correlacionados com diversas Ou seja, uma ou outra condição pode ser sufi- que (S2-S2) era de 25 s. Para um grupo de ra-
menor o intervalo SS mais rápida a aquisição variáveis que contribuam para a manutenção ciente para modelar e para manter a resposta tos, foram usados estímulos discrimina tivos
da resposta e menor a tendência em respon- do comportamento (Hineline, 1981, 1984). de esquiva, ambas ocorrendo no procedimen- visuais (luz-escuro) e, para outro grupo, audi-
der apenas em uma das alternativas. Manipu- Certamente, os estímulos-sinal podem ter fun- to de Sidman (1953a, b, 1962a). tivos (som-silêncio). O controle de estímulos
lações posteriores dos intervalos SS e RS mos- ções eliciadoras, mas podem também ser des- Embora considerem plausível a argumen- foi avaliado por meio da inclusão de períodos
traram um aumento na ocorrência de respos- critos como sinais de mudanças na densidade tação contra uma separação arbitrária entre as de sondagem durante a sessão, durante os quais
tas de esquiva na alternativa que continha o de choques e, portanto, seus efeitos nas situa- fases de aquisição e de manutenção no con- o intervalo R-SI foi manipulado. Se a esquiva
menor intervalo RS. Ao observar que os ani- ções de esquiva envolvem, principalmente, dicionamento de esquiva, Todorov, Carvalho e estivesse sob controle do estímulo pré-choque,
mais escolhiam responder na alternativa em funções discriminativas que aceleram a aquisi- Menandro (1977) sugeriram que no proce- então a taxa de respostas não deveria ser afe-
que os choques eram mais prováveis, Sidman ção da resposta (Herrnstein, 1969; Hineline, dimento de Sidman (1953a) a separação parece tada pelas manipulações no intervalo R-SI;
explicou a escolha com base apenas nas conse- 1981). Além disso, por suas relações com o razoável em função dos seguintes aspectos: caso a esquiva estivesse sob controle tempo-
qüências das respostas, isto é, na redução na choque, tais sinais podem ser descritos como ral, então uma relação direta entre a taxa de
freqüência ou na densidade de grande parte operações estabelecedoras condicionadas refle- a) Uma vez que a estabilidade tenha sido respostas e a -duração desse intervalo deveria
dos choques programados. Por isso; Sidman xivas (Michael, 1993), porque adquirem a fun- atingida, as variáveis importantes para ser observada. Os resultados indicaram que o
passou a descrever a esquiva como um proces- ção de evocar a resposta de esquiva e, talvez, determinar a velocidade da aquisição controle exercido pelo estímulo pré-choque de-
124 ABREU-RODRIGUES, RIBEIRO & COLS. ANALISE DO COMPORTAMENTO 125

pendia da modalidade desse estímulo. O con- de segurança. Para ele, prod uzir esse sinal é o te o desempenho a esses efeitos parece mais nas que Weisman e Litner descobriram que um
trole exercido pelo estímulo auditivo foi me- reforço crucial do comportamento de esquiva parcimonioso e suficiente para explicar a es- som inversamente correlacionado com a libe-
lhor do que o do estímulo visual e não depen- e, quando há estímulo precedendo o choque, quiva, sem necessidade de inferências sobre ração de choques durante o condicionamento
deu de qualquer processo de controle tempo- como ocorre na esquiva sinalizada, remover estados internos emocionais e/ou fisiológicos poderia ser usado como reforço para aumen-
ral subjacente, o qual teve um papel mais im- o sinal de aviso equivale a produzir o sinal de para transpor as lacunas espaciais e temporais. tar ou diminuir as taxas de respostas mantidas
portante no desempenho do grupo exposto ao segurança. Se não há nenhum sinal progra- Sidman (2001, p. 337) aceita com elegân- sob reforço diferencial de taxas altas (DRH)
estímulo visual. mado, Dinsmoor postula que a própria res- cia a sugestão de Dinsmoor do sinal de segu- ou reforço diferencial de taxas baixas (DRl),
As relações entre intensidade do choque posta de esquiva induz efeitos fisiológicos que rança como reforço para o comportamento de respectivamente. Para Dinsmoor (2001, p.
e taxas de respostas em estado estável foram atuam na função de sinal de segurança, que esquiva, mas aponta que "a despeito da de- 315), a limitação lógica desse procedimento é
investigadas por de Souza, de Moraes e Todorov tais efeitos se dissipam ao longo do tempo monstração de que o período seguro pode fun- não se poder diferenciar entre a produção de
(1984), que submeteram alguns ratos a uma desde a resposta e que uma nova resposta os cionar como um reforço condicionado, sem um sinal de segurança e a remoção de um si-
contingência de esquiva sinalizada de operante restabelecem em seu valor integral. Para ele, qualquer término concomitante de um sinal de nal de aviso, concluindo que "é difícil dizer qual
livre. Ao longo do experimento, a intensidade a explicação baseada na redução na densida- perigo, o reforço negativo ainda é a base para relação entre o estímulo e o choque seria res-
do choque variou de 0,1 a 8,0 mA, mas sua de de choques incorre em dificuldade lógica a criação original do período seguro". De modo ponsável pelos efeitos sobre o comportamen-
duração foi mantida constante (200 ms). Os fatal porque a relação resposta-reforço não similar, Galizio e Liborio (1995) descrevem que, to". A crítica de Baum é semelhante à de
resultados indicaram um efeito tudo-ou-nada tem localização específica no tempo e, "por- nos estudos sobre os efeitos da remoção da con- Sidrnan, anteriormente mencionada, e pode ser
da intensidade do choque sobre as taxas de tanto, [o reforço] não pode ocorrer de modo tingência de esquiva contingente a uma res- resumida na seguinte pergunta: "O que torna
respostas e de choques, a porcentagem de cho- contíguo e, assim, selecionar as instâncias in- posta alternativa (timeout da esquiva), duas o som um reforço condicionado?". Em conse-
ques evitados e a freqüência da resposta dur11l1-' dividuais da classe de comportamento esco- contingências de reforço negativo são compa- qüência, Baum analisa o conflito como choque
te o estímulo pré-choque. Nenhum efeito siste- lhida como resposta de esquiva" (Dinsrnoor, radas: esquiva e fuga da esquiva. Esses autores entre paradigmas e acusa Dinsmoor de defen-
mático da intensidade de choque sobre o con- 2001, p. 318). comentam que o timeout já foi descrito como der uma visão molecular do comportamento,
trole de estímulos foi observado, seja medido Com a teoria do sinal de segurança, caso de reforço positivo por Sidrnan (1962b) e comprometida com o princípio de associação
pela porcentagem de apresentações de estímu- Dinsmoor (1977) desarticula a distinção entre por Verhave (1962), mas como deriva suas pro- por contigüidade do atomismo do século XIX,
los seguidas por respostas ou pela porcenta- reforço positivo e reforço negativo ao susten- priedades da remoção da contingência de es- já superada pela visão molar das contingên-
gem de respostas que ocorreram durante os tar a produção de estímulos como reforço para quiva, parece mais apropriado identificá-Io com cias entre respostas e conseqüências, que acei-
estímulos pré-choque. Portanto, segundo os a esquiva, conforme a análise de Cameschi reforçamento negativo. Courtney e Perone ta e incorpora lacunas temporais entre elas.
autores, para cada sujeito há uma intensidade (1997). Com a ênfase na contigüidade respos- (1992) descreveram que uma instância de Hineline (2001), assim como Azrine Holz
de choque mínima necessária para estabelecer ta-reforço, Dinsrnoor (2001) parece também timeout da esquiva envolve pelo menos três (1966), questiona Dinsmoor por avançar além
e manter a resposta de esquiva, de modo que o desconsiderar a distinção entre instância e pro- mudanças na situação experimental: remoção do nível descritivo e sustenta que todas as ex-
aumento na intensidade acima deste valor mí- babilidade da resposta embutida no conceito de estímulos associados com a contingência de plicações são descrições, embora nem todas as
nimo tem pouco ou nenhum efeito sobre a taxa de classe de respostas. Ao discutir esse concei- esquiva, redução na taxa de choques liberados descrições sejam aceitáveis como explicação.
de respostas, exceto o efeito prejudicial geral to, Skinner (1989, p. 36) afirma que: e a suspensão da necessidade de responder as- Hineline descarta a dificuldade lógica da hipó-
do comportamento-sob intensidade de choque sociada à contingência de esquiva. Sidman tese de redução na densidade de choques, afir-
muito além desse limite. Esses resultados con- Reforçamosuma resposta quando tomamos um -(2001, p. 338) completa sua análise, assumin- mando que Dinsmoor reinterpretou os resul-
firmam o primeiro aspecto apontado por reforçador contingente a ela, mas não a altera- do que o comportamento de esquiva pode ser tados de Herrnstein e Hineline (1966) com base
'Ioclorov e colaboradores (1977), anteriormen- mos em particular. O que reforçamos, no senti- reforçado pelo término de estímulos que te- em atrasos médios do choque; logo também
te' descrito, e divergem das suposições presen- do de fortalecer, é o operante, a probabilidade nham sido emparelhados com um choque, se- combinou eventos temporalmente separados e
de que respostas similares ocorram no futuro. jam eles externos, internos ou produzidos pela
\I'll un lltcruturn sobre esquiva, na qual geral- irregularmente dispersos. Ou seja, os atrasos
Isso é mais do que uma distinção entre classes
IIU'I\I('n IIlXIlde respostas é descrita como uma e membros de uma classe. As respostas nunca resposta; pela fuga do comportamento que foi médios não são mais localizados temporalmen-
IJ1J1~'fI()IlIOIlOll'>nlc:ndtrcta e negativamente são exatamente iguais, mas surgem mudanças correlacionado com o choque; pela redução na te do que um decréscimo na freqüência de cho-
\('('II'mdJl dtl lnrcnsldadc de choque (de Souza ordenadas se só contamos as instâncias que têm densidade do choque; "e agora, pela produção ques. Finalmente, Hineline discorda de que as
,'I 111., / !)IJII). uma propriedade definidora. Um operante é de um período seguro". concepções molecular e molar sejam mutua-
Jo:J\l!lOJ'll ns nnáliscs conccituais e empíri- uma classe de respostas e também uma proba- Baum (2001), menos condescendente, mente exclusivas, considerando que sua traje-
('ns IIOII'Sresurnldas sustentem a esquiva como bilidade, não uma instância. acusa Dinsmoor de apoiar sua teoria em expe- tória científica começou com a exploração de
processo básico, a compreensão da natureza rimentos conceitualmente falhos e de omitir a possíveis aspectos complementares das relações
do seu reforço ainda não está livre de contro- Como antes descrito, a redução imediata descrição completa de alguns estudos. Segun- entre processos comportamentais a curto c lon-
vérsias. Por exemplo, Dinsmoor (1977, 2001) ou a longo prazo na densidade dos eventos do Baum, ao rever o estudo de Weisman e go prazo (cf. Herrnstein e Hlnclinc, 1
reinterpreta os resultados experimentais dis- aversivos podem modelar e manter o desem- Litner (1969), por exemplo, Dinsmoor não Hineline, 1970), e sugeriu que devemos avnn-
poníveis com base em sua versão invertida da penho de esquiva (Herrnstein e Hineline, 1966; mencionou que houve um pré-treino da res- çar mais além da distinção molar-rnolcculnr "
teoria bifatorial clássica e no conceito de sinal Hineline, 1970). Assim, relacionar diretarnen- posta de esquiva do choque, descrevendo ape-
126 ABREU·RODRIGUES, RIBEIRO & COLS. ANÁLISE DO COMPORTAMENTO 127

adotar níveis de análise que envolvam múlti- comportamental pode depender de uma série no de estímulos emparelhados com choques e d) administração de agentes farrnaco-
plas escalas temporais e suas interações. de eventos ou relações entre eventos (no caso, que as durações da extinção dessas respostas lógicos. '
Por outro lado, Baron e Perone (2001) a redução no custo da resposta), além do pró- seriam proximamente relacionadas.
julgam a teoria de Dinsmoor (2001) mais efi- prio estímulo primário (p. ex.: choque). Em função disso, Galizio (1999, p. 10) Algumas diferenças recorrentes, entre-
caz para explicar o comportamento de esquiva A resistência à extínção da resposta man- concluiu perguntando: "Por que o estímulo tanto, também foram observadas e são simila-
em função de sua ênfase no intercâmbio entre tida por timeout da esquiva foi também exami- timeout retém suas propriedades reforçadoras res àquelas que também surgem sob contin-
contingências respondentes e operantes, enco- nada por Galizio (1999). No Experimento 1, quando a densidade de choque é zero e quan- gências de reforço positivo. Entre elas, os au-
rajando a análise dos estímulos mediadores das alguns ratos foram treinados em um esquema do não há base suficiente para supor que o tores apontam:
conseqüências molares e, assim, incorporando concorrente no qual as respostas em uma das 'medo' ou a 'expectativa' do choque possam mo-
o controle tanto dos eventos locais como dos barras adiavam o choque de acordo com um tivar a esquiva?". • Os humanos emitem altas taxas de res-
eventos temporalmente mais remotos, impro- esquema de esquiva de operante livre, e as res- Tendo em vista essa e outras questões an- postas em padrões regulares que pro-
váveis ou cumulativos. Entretanto eles criticam postas em outra barra produziam um timeout teriormente consideradas, é viável afirmar que duzem mínimo contato com os even-
o valor heurístico das teorias em confronto, pois sinalizado da contingência de esquiva. Dois ti- o estudo do controle aversivo do comportamen- tos aversivos, enquanto os animais res-
muito pouca pesquisa sobre esquiva foi reali- pos de extinção foram estudados. No primeiro to tem ainda muito a avançar na compreensão pondem em taxas mais baixas.
zada desde os anos 1970, de modo que "se um caso, as respostas na barra do timeout não mais dos processos básicos subjacentes. Entretanto • A menor susceptibilidade a mudanças
critério para julgar uma boa teoria é sua 'ferti- suspendiam a contingência de esquiva e, no o conjunto dos experimentos aqui resumidos nas contingências é devido às diferen-
,;~." lidade', nenhuma dessas visões da esquiva pa-: , segundo, o procedimento de esquiva foi can- atesta a validade do conceito de reforço nega- ças nas taxas, pois o padrão de desem-
rece ajustar-se a ele muito bem" (Baron e celado uma vez que não havia a liberação de tivo na descrição das relações entre respostas penho em humanos muda somente

!t~
I~~I~
Perone, 2001, p. 360).
Estudos recentes têm investigado contin-
gências de esquiva por meio do procedimento
choques. Os resultados indicaram que taxas de
respostas estáveis foram mantidas em ambas
as barras, sendo que as taxas médias de res-
e suas conseqüências imediatas e/ou remotas,
Outros estudos experimentais revelam que os
efeitos do reforço negativo também se ajustam
quando essas mudanças são sinaliza-
das por estímulos discrimina tivos ou
quando são superpostas contingências
anteriormente identificado como timeout da postas na barra do timeout foram sempre maio- à lei da igualação ou lei do efeito quantitativa. de punição.
~lll
esquiva. Courtney e Perone (1992) expuseram res do que as taxas na barra da esquiva. A sus- Ou seja, estudos com esquemas múltiplos (de • O padrão de taxas altas em humanos
f,~~ alguns ratos a um esquema múltiplo com dois
componentes. Em cada componente, vigorava
pensão do reforço na barra do timeout produ-
ziu uma rápida extinção das respostas nessa
Villiers, 1974) e com esquemas concorrentes
(Logue e de Villiers, 1978), em que ajustes
mostra-se insensível a mudanças IlOS
parâmetros dos esquemas de rer()I~'(),
um esquema concorrente no qual respostas de barra. Em contraste, a suspensão do choque durante o treino preliminar garantiram a dis-
'\:1
.i~
pressionar uma barra cancelavam o choque, e teve pouco efeito na taxas de respostas na bar- tribuição das respostas entre as alternativas, Para os autores, essas diferenças pod('11I
respostas em outra barra suspendiam a contin- ra do timeout, enquanto as taxas de respostas demonstraram a igualação entre taxas de res- ser explicadas com base em outros prindpioil
gência de esquiva por 2 min (timeout). Os com- de esquiva diminuíram ao longo das sessões. postas e redução na freqüência de choques, estabelecidos sobre as relações entre COlllPOI
ponentes diferenciavam-se, intra e intercon- No Experimento 2, durante o qual a suspen- Esses resultados são comparáveis à igualaçâo tamento e ambiente, e pesquisas adicionnls per-
dições, em termos da taxa de choques progra- são dos choques foi mantida por um longo pe- observada entre taxa de respostas e taxas de mitiriam o desenvolvimento de prcccdlmcu-
mada. Após cada condição, foi implementado ríodo, embora tenham sido observados decrés- reforços positivos e ajustam-se, portanto, às tos experimentais para minimizá-las e para
um período de extinção durante o qual respos- cimos em ambas as respostas, as respostas na equações de Herrnstein (1970) e de Baum identificar histórias pessoais de reforço extra-
tas na barra correlacionada corri.o timeout não barra do ti'tneout foram mais resistentes à ex- (1973) que resumem matematicamente essas laboratório e repertórios de comportamentos
suspendiam a contingência de esquiva. Foi ve- tinção do que as respostas de esquiva. Confor- relações (verCapítulo 9 para informações mais verbais como as possíveis fontes dessas di-
rificado que a resposta na barra do timeout foi me Galizio, a persistência da resposta na barra detalhadas sobre escolha e preferência). ferenças.
relativamente insensível à redução na taxa de do timeout não apóia a suposição de Courtney Higgins e Morris (1984) revisaram a lite-
choques, e que uma fonte de controle mais po- e Perone (1992) de que reduções locais na fre- ratura disponível para avaliar a generalidade
tente foi a redução temporária na resposta na qüência de respostas são a base das proprieda- do condicionamento de esquiva entre huma- Interação operante-respondente:
barra de esquiva (ao produzir o timeout, os ra- des reforçadoras do timeout e sugere outros nos e não-humanos. De acordo com eles, a ge- efeitos emocionais
tos escapavam da contingência que exigia uma determinantes além da redução do esforço em neralidade foi observada em muitas das áreas
resposta contínua e iniciavam um período sem responder; a ênfase na redução na densidade discutidas: As contingências de reforço e punição de-
requerimento de resposta). A resistência à de choques defendida por Herrnstein e Hineline senvolvem e mantêm o repertório operante,
extinção das respostas na barra do timeout au- (1966); as teorias cognitivas que enfatizam a a) aquisição da resposta; mas os estímulos envolvidos também exercem
mentou com os acréscimos na redução da fre- expectativa do choque como subjacente à es- b) manutenção da resposta ao longo de funções antecedentes que afetam o comporta-
qüência de choques e da exigência de resposta quiva, conforme proposto por Seligman e vários intervalos S-S e R-S e outros es- mento por meio dos processos de eliciação,
durante o treino. Os autores concluíram que seus Johnston (1973); as predições das teorias quemas experimentais; indução e ~ (Hineline, 1984). Esses
resultados apóiam a sugestão de Hineline bifatorias tradicionais de que as respostas de c) programação de estímulos externos; processos incluem/efeitos emocionais que,
(1984) de que a aversividade de uma situação esquiva e de timeout são mantidas pelo térmi- quando resultam do~controle aversivo, têm im-

1
128 ABREURODRIGUES. RIBEIRO & COLS. ANÁliSE DO COMPORTAMENTO 129

plicações clínicas extensas, pois são os moti- sa da supressão ou a raiva como a causa da cognitivos inferidos para explicar os efeitos casos, parece razoável supor que o rato está
vos centrais das queixas das pessoas em situa- agressão, pois são nomes ou rótulos, e não ex- comportamentais. Alguns exemplos seriam as como medo do C;S, mas somente assumindo
ções terapêuticas. plicações, dos efeitos comportamentais. teorias que descrevem a emoção com base em semelhanças entre sua vida subjetiva e a hu-
Os estímulos que sinalizam a apresen- Os efeitos de estímulos pré-aversivos de- associações entre estímulos e as teorias sobre mana, de modo a permitir o vocabulário co-
tação de outros estímulos podem ser super- pendem da linha de base sobre a qual são processamento de informações, respectivamen- mum e, com o mesmo critério, reconhecer que
postos sobre linhas de base do comportamen- superpostos. Pode ocorrer maior ou menor su- te (Hineline, 1984). Embora o procedimento não há medo em outros casos, como na versão
to operante. O procedimento de supressão pressão, dependendo de variáveis tais corno du- seja especialmente útil para detectar efeitos sinalizada do procedimento de Sidman.
condicionada, elaborado por Estes e Skinner ração e freqüência de apresentação do CS, taxa respondentes inibitórios e excitatórios, os teó- A análise comportamental observa que as
(1941), foi apresentado como uma técnica de redução dos reforçadores e níveis de priva- ricos mediacionais empregaram-no para defi- semelhanças, de fato, encontram-se nos prin-
de estudo da emoção e como uma medida ção (Catania, 1998/1999). Se a linha de base nir operacionalmente constructos teóricos hi- cípios do comportamento, cujas interações tor-
da "ansiedade condicionada" - comporta- for esquiva de choques, o efeito observado é o potéticos, tais como "medo condicionado", que naram-se mais e mais complexas ao longo da
mento emocional a ser identificado e medi- aumento na taxa de respostas (Sidman, são, então, oferecidos para explicar o compor- evolução das espécies (Skinner, 1966, 1984).
do por meio da supressão do comportamen- Herrnstein e Conrad, 1957). Esse efeito é com- tamento (Hineline, 1984). Para Skinner, o comportamento humano é des-
to operante. A linha de base era a taxa de parável ao de estímulos pré-apetitivos, isto é, Na visão de Skinner, o comportamento crito e explicado pela combinação integrada
pressão à barra de ratos reforçada com ali- estímulos que antecedem apresentações não- verbal em geral e nossos relatos introspectivos de três níveis complexos de determinação
mento em um esquema VI 2 min, sobre a qual contingentes de reforço positivo, uma operação evoluíram em função de práticas sociais e cul- (filo genético, ontogenético e cultural), resu-
superposições de um tom de 3 min de dura- que produz, por exemplo, a automodelagern- turais, de acordo com critérios vagos de defi- midos nos conceitos de seleção de variações
~~,."I'
ção precediam apresentações de um breve ou um aumento na taxa de bicadas no disco nição que a análise científica corrige e refina ou seleção por conseqüências (Skinner, 1981,
choque. O tom passou a suprimir as pressões mantida por esquemas DRL (Herrnstein e com suas descrições. Conforme resume Skinner 1990). Desse modo, o behaviorismo radical pro-
(ItJ, à barra que, após o choque, retomavam;
quando o choque foi eliminado, as pressões
Morse, 1957). Nesses casos, por analogia às
referências ao medo ou à ansiedade nos casos
(1974), os estímulos aversivos primários ou
condicionados suscitam reações, principalmen-
move urna visão moderna de ciência molar e
sistêmica, ao contrário das críticas que o des-
I~~~. durante o tom voltaram a ser emitidas em de supressão durante estímulos pré-aversivos, te no sistema nervoso autônomo, que são des- crevem como reducionista e mecanicista" Es-
'h i taxas similares às anteriores. O processo ilus- a tentação tradicional seria mencionar a ale- critas em nível humano corno medo e ansieda- sas críticas, de fato, atingem tanto os behavio-

'~~I'I
, ~I
tra o condicionamento

choque;
respondente: um es-
tímulo, o tom, sinaliza um outro estímulo, o
como o choque é um estímulo
gria como a emoção envolvida e responsável
pelos efeitos fortalecedores dos estímulos pré-
apetitivos (Catania, 1998/1999; Rachlin,
de. Esses estímulos alteram a probabilidade de
qualquer comportamento positivamente refor-
çado em andamento e são ocasiões em que o
rismos de Pavlov, de Watson, de Tolman e de
Hull quanto, ironicamente, todas as atuais ver-
sões de psicologia estímulo-organismo-resposta
aversivo incondicionado (US aversivo), trans- 1967). comportamento negativamente reforçado pode (S-O-R) dos modelos teóricos psicodinâmicos,
\", forma o tom com ele emparelhado em estí- O procedimento de Estes e Skinner (1941) ser fortalecido. Porém as condições corporais fisiológicos, cognitivos e motivacionais (Chies a,
mulo pré-aversivo condicionado (CS pré- foi bastante utilizado corno estratégia de pes- sentidas, as observações introspectivas e o com- 1994).
aversivo). Neste caso, o efeito produzido pelo quisa para validar teorias mediacionais que portamento alteram-se devido não aos senti- Portanto, é à luz dessa integração concei-
CS - supressão do operante - difere do pro- apelam a estados emocionais e/ou processos mentos, mas às contingências aversivas que são tual que são rejeitados os apelos reducionistas
duzido pelo US - voltar a pressionar (Catania, causas comuns da condição sentida, das mu- ao cérebro para justificar as teorias mentalistas
1998/1999). danças nos sentimentos e no comportamento. e suas concepções de causas internas que, por
Como o CS pré-aversivo não afeta somen- Schoenfeld (1969, p. 669) questionou o sua vez, sustentam a noção de liberdade de
te a pressão à barra, mas também a taxa car- 2Browne Jenkins (1968) descreveram um procedi- uso de termos do vernáculo comum corno sen- escolha e autodeterminação. Skinner (1990,
mento com um pombo já treinado a comer no
línca, a respiração e outros processos fisioló- do apropriados para categorizar os processos p. 1208) questiona o fato de que:
alimentador, mas que ainda não bicava o disco. De
gicos, a tendência é invocar a linguagem da tempos em tempos, o disco era iluminado e, alguns psicológicos, argumentando, com eloqüência,
emoção, Essa tendência parece resultar dos es- segundos depois, o alimentador era operado de que "as palavras do vocabulário leigo refletem Quanto mais sabemos sobre a relação corpo-
(jW'l1l11Sronccl: uaís pré-científicos da língua- modo independente do comportamento do pombo. atitudes e crenças sociais sobre o comporta- cérebro como uma máquina bioquímica, me-
iW1I1romum que nfcuirn nosso modo de falar Com isso, o disco iluminado tornava-se um estímu- mento, são definidas por critérios sociais que nos interessante ela se torna como base para
lo que sinalizava alimento e este induzia o comer o comportamento. Se há liberdade, ela somen-
/loh\(' () comportnmcnro (Chiesa, 1994). Quan- agrupam atos por suas conseqüências sociais e
que, no caso do pombo, incluía o bicar. As relações te pode ser descoberta no acaso das variações.
do 11111 I'V~'lIt()com propriedades aversivas su- entre o disco iluminado e a apresentação de alimento estão quase sempre' erradas no que aceitam
Se novas formas de comportamento são cria-
1"111\('1111111 fníxn 01111'10de classes de respostas induziam o pombo a se orientar em direção ao dis- como seus referentes comportamentais". A
das, elas são criadas pela seleção. As falhas
dlfh'I'llll~S, fulnmos de medo ou de ansiedade, co, a se mover em sua direção e a passar a bicar o ênfase é que os conceitos da análise comporta- na variação e na seleção são fontes de proble-
nsslm como fnlnríamos de raiva se observásse- disco quando estivesse iluminado. Considerou-se mental devem ser derivados de operações ex-
que a índução do bicar o disco foi gerada por mas fascinantes. Nós devemos nos adaptar a
mos um comportamento agressivo (Catania, automodelagem, e a continuação do procedimento perimentais e não de conversações (Hineline, novas situações, resolver conflitos c achar so-
1998/1999). Não se deve avançar e apontar, é denominada auto manutenção (Williams e 1984; Sidman, 1989/1995). Sobre essa ques- luções rápidas. Uma estrutura bioqulmlcn nfl
portanto, o medo ou a ansiedade corpo a cau- Williams, 1969). tão, Herrnstein (1969) admitiu que, em alguns faz nada desse tipo.
I
I

I
u
t
130 ABREU-RODRIGUES, RIBEIRO & COLS. ANÁLISE DO COMPORTAMENTO 131

CONTINGÊNCIAS AVERSIVAS sar de a literatura oferecer evidências da efi- A repercussão da abordagem constru- C: Eu gostaria que alguém mais experiente
NO PROCESSO TERAPÊUTICa cácia terapêutica dessas técnicas (p. ex.: cional, proposta por Goldiamond (1974), tam- tomasse csnra de mim, me ajudasse a to-
Kazdin, 1972; Shipley e Boudewyns, 1980) e bém contribuiu para o desuso de técnicas mar as decisões certas.
Apesar das controvérsias sobre a efetivi- de diversos setores sociais (p. ex.: família, es- aversivas na terapia comportamental, consis- T: Eu acho que você gostaria que eu deci-
dade do controle aversivo, ele vem sendo am- cola, 'trabalho) adotarem largamente estraté- tindo no quarto aspecto a ser considerado. Esse disse se você deve ou não aceitar esse em-
prego. Se isso for verdade, você está fa-
plamente empregado nas relações inter- gias aversivas, a popularidade das mesmas en- autor defendeu a posição de que a interven- zendo o que não gostaria de fazer,ou seja,
pessoais ao longo da história da humanida- tre os terapeutas comportamentais declinou ção terapêutica deveria estabelecer contingên- você mais uma vez está se esquivando de
de. Dessa forma, qualquer análise funcional nos últimos 30 anos, em decorrência de diver- cias favoráveis à construção de repertórios mais tomar decisões.
de relações comportamento-ambiente, para sos aspectos, alguns dos quais apresentados a produtivos, opondo-se, portanto, à postura do- C: Não, não é isso... Eu, bem, eu ... (desvia o
ser completa, e qualquer estratégia de inter- seguir. minante de que o objetivo da terapia era elimi- olhar, gagueja). Às vezes, tenho saudade
venção, para ser eficiente, devem considerar Primeiro, a terapia comportamental re- nar comportamentos-problema. O quinto as- de meu pai... Ele sempre me apontava o
não somente contingências de reforçamento cebeu inúmeras críticas por sua ênfase no uso que era certo fazer (chora).
pecto corresponde ao interesse crescente na
positivo, mas também aquelas que envolvem de técnicas específicas para modificar deter- relação terapeuta-cliente como o principal me-
minados comportamentos contraprodutivos, Quando o comportamento-problema é
reforçamento negativo e punição (Crosbie, canismo de mudança no contexto clínico, ob-
sendo identificada como uma terapia focal e identificado e descrito pelo terapeuta, o clien-
1998). No contexto clínico, o controle servado a partir do início da década de 1980.
tecnicista. De acordo com os críticos, uma te- te entra em contato com a situação aversiva e
aversivo torna-se particularmente importante Esse interesse está apoiado no argumento de
experiencia as conseqüências emocionais ne-
uma vez que as queixas trazidas pelo cliente rapia focal, isto é, restrita ao comportamento- que comportamentos contraprodutivos são re-
gativas ·desse contato. Assim sendo, evocar
são resultantes de contingências históricas e alvo e suas variáveis controladoras imediatas, produzidos no ambiente terapêutico em decor-
comportamentos-problema pode ser conside-
atuais, de punição e esquiva/fuga. Inegavel- negligencia o quadro complexo de inter-rela- rência das similaridades funcionais entre a re-
rado um procedimento aversivo.
mente, os terapeutas têm incluído as contin- ções que são estabelecidas no repertório com- lação terapêutica e as relações interpessoais
Uma outra estratégia terapêutica, a de
gências aversivas em suas análises funcionais portarnental do cliente. Além disso, o uso de que o cliente mantém fora da terapia, o que
apresentar interpretações, muito utilizada por
do repertório comportamental de seus clien- técnicas padronizadas não considera que a re- consiste em uma oportunidade única para o
terapeutas da FAP, também pode incluir pro-
tes, porém é comum negligenciarem o papel lação indivíduo-ambiente seja única e que, as- terapeuta modelar diretamente alternativas
sim sendo, as intervenções terapêuticas devem priedades aversivas. Interpretar consiste em
de tais contingências em suas intervenções comportamentais mais efetivas. O papel da
clínicas. Ou seja, a relação terapeuta-clien- ser individualizadas. Um segundo aspecto re- descrever o comportamento e suas variáveis
relação terapeuta-cliente é amplamente enfati-
te, como qualquer outra relação interpessoal, fere-se aos achados da pesquisa básica, os quais de controle, A interpretação é um aspecto im-
zado em propostas terapêuticas recentes, tais
é suscetível ao controle aversivo, mas pouco revelaram muitos aspectos indesejáveis da pu- portante do processo terapêutico porque, ge-
como a Terapia Analítica Funcional (FAP), pro-
ralmente, o cliente só é capaz de observar :1
se tem refletido sobre a extensão desse con- nição, tais como: a recuperação da resposta posta por Kohlenberg e Tsai (1991), e a Tera-
após a retirada do agente punitivo; a ocorrên- topografia ou o conteúdo do comportamento,
trole no setting terapêutico, como também pia da Aceitação e do Compromisso (ACT) ,
cia de efeitos emocionais aversivos, que, por ignorando suas propriedades funcio na ls
pouco se sabe sobre sua contribuição para o proposta por Hayes, Strosahl e Wilson (1999).
sua vez, geram respostas de fuga e esquiva; o (Perkins, Hackbert e Dougher, 1999). Ao ten-
sucesso (ou insucesso) da terapia. A seguir, Tanto a FAP quanto a ACT, embora te-
tar preencher essa lacuna, a interpretação pod
será apontada a presença de estratégias aumento na probabilidade de comportamen- nham sido influenciadas pelos aspectos já men-
aversivas em algumas práticas clínicas am- tos agressivos e a ausência de aprendizagem evocar experiências prévias com característi-
cionados e, conseqüentemente, promovam a
plamente utilizadas nos dias atuais. O obje- de comportamentos mais apropriados (Sidman, cas aversivas intensas, conforme demonstrado
utilização de estratégias positivamente refor-
nos exemplos a seguir:
tivo dessa "denúncia" seria' incentivar os 1989/1995; Skinner, 1953/2000). çadoras na prática clínica, não estão totalmen-
terapeutas comportamentais a promoverem O terceiro aspecto está relacionado a te livres da ocorrência de controle aversivo na
T: Dizer que é 10 anos mais nova e somente
investigações sistemáticas sobre o papel de questões éticas. Uma vez que os resultados relação terapeuta-cliente. A FAP,por exemplo, buscar relacionamentos íntimos com ho-
contingências aversivas na relação terapeuta- da pesquisa básica sugeriam que os procedi- advoga que o terapeuta deve evocar compor- mens bem maisjovens parece ser uma for-
cliente, mentos aversivos não eram justificáveis, hou- tamentos clinicamente relevantes durante a ma de evitar críticas 'por viver ainda com
Nas décadas de 1960 e 1970, as técnicas ve uma redução drástica nas investigações sessão, ou seja, se o cliente tem dificuldades os pais e não trabalhar aos 38 anos de
comportamentais eram consideradas como o sobre o tema. Essa redução ecoou no con- afetivas e comportamentais em seus relacio- idade.
principal mecanismo de mudança terapêutica texto clínico de tal forma que o uso de técni- namentos interpessoais, o terapeuta deve evo- T: Eu acho que você começou a falar sobre
(Follette, Naugle e Callaghan,1996). Nessa épo- cas aversivas ficou restrito àquelas situações car essas dificuldades durante a sessão e o autoritarismo de sua mãe porque eu
ca, técnicas aversivas, tais como a inundação, em que não havia alternativas terapêuticas conseqüenciá-Ias diferencialmente de forma a pedi para você justificar suas faltas.
a implosão, a sensitização encoberta e a puni- não-aversivas disponíveis (Banaco, 2001). A promover a aprendizagem de comportamen-
ção contingente, fortemente baseadas nos idéia dominante era que a rejeição dessas tos mais adaptativos. Ao fazer isso, o terapeuta Quando o cliente entra em contato com
achados das pesquisas de laboratório, foram técnicas produziria a retirada de apoio social deliberadamente coloca o cliente em contato situações (e emoções) aversivas na terapia, é
bastante usadas por terapeutas comporta- e, conseqüentemente, promoveria a investi- com os eventos aversivos que controlam seus provável que tente esquivar-se da situação, po-
mentais (para uma revisão, ver Carrasco, 1996; gação de estratégias alternativas (Rangé, comportamentos-problema (Kohlenberg, 1999), dendo até agredir o terapeuta, Em tais situa-'
Mascers, Burish, Hollon e Rimm, 1987), Ape- 1988), conforme indicado no diálogo (fictício) a seguir: ções, é comum o terapeuta empregar uma es-
132 ABREU·RODRIGUES, RIBEIRO & COLS. ANÁLISE DO COMPORTAMENTO 133

tratégia denominada de bloqueio da esquiva esquiva, cabendo ao terapeuta estabelecer con- discutir seus problemas sob perspectivas mais pode deixá-lo ansioso, envergonhado e, até
(Brandâo, 1999), exemplificada a seguir: tingências que ajudem o cliente a se conscien- construtivas. mesmo, agressivo' (Masters et al., 1987).
tizar de que seu comportamento é controlado Outros procedimentos terapêuticos, tam- O controle aversivo também está presen-
C: Esse assunto de emprego já está resolvi- por eventos ambientais, a aceitar seus pensa- bém conhecidos como não-aversivos, envolvem te em outras estratégias terapêuticas, além da-
do. Não se preocupe, desta vez eu sei o mentos e sentimentos indesejáveis e a se com- situações emocionalmente dolorosas. A des- quelas anteriormente mencionadas, tais como
que fazer. Vamos deixar esse assunto de prometer com a mudança comportarnental. sensibilização sistemática é um exemplo. Esse a terapia de exposição e prevenção de respos-
lado, já está resolvido. Eu gostaria de Para tanto, a ACT faz um largo uso de metáfo- tas, amplamente utilizada no tratamento do
procedimento envolve, inicialmente, a constru-
aproveitar o tempo que me resta falando
ras (dentre outras estratégias) já que, devido a ção de uma lista hierarquizada de situações Transtorno Obsessivo-Compulsivo (p. ex.: Gui-
sobre minha namorada (cliente tenta se
esquivar).
sua ambigüidade, dificilmente produzem aqui- ansiogênicas e o treino de relaxamento. Poste- marães, 2001; Zamignani, 2000).
T: Antes de mudar de assunto, eu gostaria escência ou resistência. Algumas dessas metá- riormente, o terapeuta contrapõe os. estados Considerando, portanto, que estratégias
.de saber como a questão do emprego foi foras são empregadas para mostrar ao cliente de relaxamento e de ansiedade. Isto é, após o terapêuticas de mérito reconhecido e ampla-
resolvida. Você poderia me dizer? (rera- que as tentativas de eliminar pensamentos e estabelecimento de um nível profundo de re- mente utilizadas nos dias atuais estão permea-
peuta tenta impedir a esquiva). ..•• sentimentos indesejáveis geram conseqüênci- laxamento, uma situação aversiva de baixa in- das de controle aversivo, é possível afirmar que
C: Eu prefiro deixar esse assunto de lado. as aversivas, tais como falta de contato com tensidade é apresentada pelo terapeuta, caben- o que caiu em desuso foi o uso isolado de téc-
Estou querendo lhe contar o que ocorreu,
reforçadores positivos, manutenção de senti- do ao cliente imaginar (no modelo mais tradi- nicas aversivas ou o uso dessas técnicas como
sábado, com minha namorada (cliente
continua se esquivando). mentos dolorosos, aumento da aversividade da cional) a situação apresentada. Quando a ima- forma primária de intervenção, ou, ainda, o
iII'I,!\1
T: Tenho a impressão de que você está evi- situação e generalização de respostas ernocio- ginação de uma determinada situação gera uso de técnicas com forte teor aversivo. Na rea-
tando falar sobre o assunto, A questão do -naís (Brandâo, 1999). ansiedade, o estado de relaxamento é restabe- lidade, contingências aversivas continuam sen-
emprego é urgente. Se você está tendo Na metáfora do polígrafo, por exemplo, lecido, e, em seguida, o ciclo recomeça. Quan- do implementadas na clínica comportamental,
dificuldades para tomar uma decisão, va- o cliente deve imaginar que está conectado a do a imaginação de uma determinada situa- mas como parte de tratamentos mais amplos
mos conversar sobre essa dificuldade um polígrafo, uma máquina que detecta qual- ção deixa de gerar ansiedade, uma outra, com que envolvem reforçamento positivo em larga
(terapeuta insiste).
quer estado emocional, quer seja de ansieda- teor aversivo um pouco maior é apresentada, escala (Carrasco, 1996). A atividade clínica
C: Você não me dá uma folga... Tá bem, eu
estou apavorado. É uma decisão muito imo de ou de relaxamento. Ele deve imaginar tam- e assim por diante (Turner, 1996; Wolpe, fornece evidências de que a administração de
portante, não me acho capaz de tomar a bém que há uma arma apontada para sua ca- 1990). Dessa forma, a implementação desse controle aversivo em um ambiente pleno de
decisão acertada. É uma sensação horrí- beça e que, caso ele se sinta ansioso, a arma procedimento envolve, desde a construção da reforçamento positivo pode ser favorável ao
vel! (cliente começa a chorar). será disparada. Sua tarefa, portanto, é evitar o hierarquia até a imaginação de situações ansio- desenvolvimento de repertórios comporta-
sentimento de ansiedade (Hayes et al., 1999). gênicas, um forte conteúdo aversívo. mentais mais produtivos. Conforme indicado
Diante das tentativas de esquiva do cli- Essa metáfora tem propriedades aversivas, não Uma observação semelhante pode ser fei- por Sidman (1989/1995), a administração de
ente, o terapeuta: impediu o reforçamento des- somente porque gera estados emocionais ne- ta com relação ao ensaio comportamentaL Nes- punições suaves pode gerar supressão da res-
sas tentativas, passou a promover a auto-ob- gativos no decorrer do exercício, mas também se procedimento, a aprendizagem de respos- posta (pelo menos temporária), e essa supres-
servação e contribuiu para o contato com a di- porque produz uma condição de desamparo. tas mais efetivas ocorre por meio da represen- são pode consistir em uma ótima oportunida-
ficuldade de tomar decisões e com as emo- Esse desamparo ocorre quando, ao tentar se- tação de papéis. Terapeuta e cliente represen- de para o terapeuta treinar alternativas com-
ções correlacionadas. Esses três aspectos têm guir as instruções do terapeuta, isto é, não se tam relações interpessoais relevantes, poden- porta mentais mais úteis. Por exemplo, uma
um caráter nitidamente aversivo, sendo sua sentir ansioso, o cliente inevitavelmente se de- do este representar a si mesmo ou uma outra interpretação pode gerar respostas de esquiva
implcrneruação justificável em função de sua fronta com a inutilidade de suas tentativas. Essa pessoa. No decorrer do ensaio, de vez emquan- (como tentativas de mudar o tema da conver-
relevâncln para a aceitação de comportamen- descoberta, por sua vez, contribui para o aban- do o terapeuta interrompe a cena para avaliar sa). A insistência do terapeuta em permanecer
to/! t' de emoções contraprodutivos, análise fun- dono de antigas estratégias comportamentais o comportamento do cliente e, nessas ocasiões, conversando sobre um determinado tema pode
rlounl dn síuraçâo-problema e aprendizagem de controle emocional. O problema surge por- reforça aproximações sucessivas ao comporta- não somente funcionar como punição, elimi-
dt' eomporuuucruos mais efetivos (Brandão, que o cliente não dispõe, pelo menos no mo- mento final desejado. Apesar da ênfase no nando a tentativa de esquiva, mas também
jC)C) C!) , mento, de estratégias alternativas eficazes. É reforçamento positivo, o ensaio comporta- como uma operação estabelecedora, evocan-
A ACT inmbérn inclui diversas estratégias comum, nessas situações, que o cliente emita mental também inclui características aversivas, do alternativas cornportamentaís mais produ-
iverslvns. Segundo essa proposta terapêutica, verbalizações com teor negativo, tais como "Tu- Suponha que o cliente deseja comunicar à es- tivas (como discutir o tema). Essas alternati-
() cliente gernlmentc acredita que o comporta- do que tenho tentado ao longo dos anos está posa sua decisão de se divorciar e, para tanto, vas podem, então, ser sujeitas a reforçamento
mento é causado por eventos privados. Dessa errado? Se for assim, acho que meu problema está ensaiando o que e como deve ser dito. A positivo.
forma, seu objetivo na terapia é aprender a con- não tem solução. Não sei o que fazer. Acho que representação do diálogo, per si, coloca o cliente O processo terapêutico, caracterizado
trolar efetivamente seus pensamentos e senti- devo me conformar, é meu destino". Confor- em contato com diversos estímulos aversivos, o pelo uso de reforçamento positivo, mas tam-
mentos indesejáveis (esquiva emocional), o que me sugerido por Hayes e colaboradores, cabe que usualmente ocasiona sentimentos muitos bém incluindo contingências aversivas e, ain-
teria como conseqüência a resolução de seus ao terapeuta minimizar a aversividade da situ- dolorosos. Além disso, sempre que o cliente é da assim, bastante efetivo para promover mu-
problemas. De acordo com Hayes e' colabora- ação, tornando o desamparo inicial uma con- solicitado a repetir a cena, fica claro que seu danças comportamentais positivas e duradou-
dores (1999), a terapia deve enfraquecer essa dição criativa, de modo que o cliente passe a comportamento continua inapropriado, o que ras, sugere que não podemos negar ou ignorar
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO 135
134 ABREU·RODRIGUES, RIBEIRO & COLS.

Baum, W. M. (1994). Understanding behaviorism: Dinsrnoor, J. A (1977). Escape, avoidance, punishment:


o papel do controle aversivo na relação tera- aprendermos o máximo possível sobre como Science, behavior, and culture. New York, NY: Harper Where do we stand? "oumal of the ExperimentalAnalysis
pêutica. Nosso objetivo é evitar o uso incom- elas funcionam" (Catania, 1998/1999, p. 128). Collins College Publishers. of Behavior; 28, 83·95.
petente e irresponsável de procedimentos Em conseqüência, poderemos oferecer alter- Baum, W. N. (2001). Molar versus molecular as a Dinsmoor, J. A. (2001). Stimuli inevitably generated
aversivos. Para tanto, devemos retomar as in- nativas ao controle coercivo das práticas tradi- paradigm clash [Reply to Dinsmoor (2001)]. Journal by behavior that avoids electric shock are inherently
cionais relacionadas à responsabilidade, à of the Experimental Analysis of Behavior, 75, 338·341. reinforcing. Journal of the Experimental Analysis of
vestigações sobre o controle aversivo, tanto no Behaviot, 75, 311·333.
moralidade e àjustiça, buscando apoiar o com- Brandão, M. Z. S. (1999). Terapia comportamental e aná-
âmbito da pesquisa básica quanto no da apli- lise funcional da relação terapêutica: Estratégias clínicas Estes, W. K.; Skinner, B. F. (1941). Some quantitative
cada. Investigações sobre o seguimento de re- portamento socialmente desejável com o pla- para. lidar com o comportamento de esquiva. Revista Bra- properties of anxiety Journal of Experimental Psychology,
gras, a correspondência dizer-fazer, a resistên- nejamento e o uso eficiente de contingências sileira de Terapia Comportamemal e Cognitiva, 2,179·187. 29, 390-400.
cia à mudança, o controle por operações de reforço positivo (Baum, 1994). Brown, P. L.; Jenkins, H. M. (1968). Autoshaping of Follette, W. c.. Naugle, A E.; Callaghan, G. M. (996).
Aos que rejeitam umatecnologia compor- the pigeon's key-peck. Journal of the Experimental A radical behavioral understanding of the therapeutic
estabelecedoras, os efeitos da história passa- Analysis of :Jehavior, 11, 1-8. relátionship in effecting change. Behavior Therapy, 27,
da, dentre outros fenômenos comportamentais, tamental por ser muito simples, Skinner (1971)
Cameschi, C. E. (1997). Comportamento de esquiva: 623·641.
em contextos aversivos, poderiam ser úteis para rebateu que uma supersimplificação é o apelo
Teorias e controvérsias. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Fowler, H.; Trapold, M. A. (1962). Escape performance
responder a questões clínicas relacionadas ao tradicional a estados da mente, sentimentos e 13, 143-152. as a function of delay of reinforcement. Journal of Ex-
diagnóstico e à intervenção. outros aspectos do homem autônomo que a Camp, D. S.; Raymond, G. A; Church, R. M. (1967). perimental Psychology, 63, 464-457.
análise comportamental vem substituindo. A Temporal relationship between response and punish- Galizio, M. (1999). Extinction ofresponding maintained
facilidade com que podem ser inventadas ex- ment. Journal of Experimental Psychology, 74, 114-123. by timeout from avoidance. JOllrnal of the Experimen-
Carrasco, J. C. (1996). Procedimentos aversivos. Em V. tal Analysis of Behavior, 71, 1-11.
plicações mentalistas ad hoc talvez seja a me-
.!~~~\ CONCLUSÃO
Ihor medida da pouca atenção que elas mere-
E. Caballo (Org.), Manual de técnicas de terapia e modi- Galizio, M.; Liborio, M. O. (1995). The effects of cocaine
ficação do comportamento (p. 249-267). São Paulo: San- on behavior maintained by timeout from avoidance.
O reconhecimento do controle no como' . cem. A tecnologia que emergiu da análise ex- tos Editora. Journal of the Experimental Analysis of Behavioi; 63, 1I

Itl\ portamento humano tem sido um assunto perimental só deve ser avaliada em compara- Catania, A c. (1999). Aprendizagem: Comportamento, 19-32.

I~~~l
'11j
muito polêmico e, nesse controvertido deba-
te, o insulto é freqüente (Skinner, 1971). En-
tretanto os extensos resultados experimentais
ção com o que se faz a partir de outras concep-
ções. "É ciência ou nada, e a única solução para
a simplificação é aprender a lidar com a com-
linguagem e cognição (D. G. de Souza et al.: trads.).
Porto Alegre: Artes Médicas (Obra publicada original-
mente em 1998).
Cherek, D. R.; Spiga, R.; Steinberg, J. L.; Kelly, T. H.
Goldiamond, l. (1974). Toward a constructional
approach to social problems: Ethical and constitutlonal
issues raised by applied behavior analysis. Behaviorisrn,
2,1·85.
de pesquisas com organismos não-humanos e plexidade" (Skinner, 1971, p. 160). (1990). Human aggressive responses maintained by Guimarães, S. S. (2001). Exposição e prevenção de res-
humanos revelam relações ordenadas e esta- avoidance or escape from point loss. Journal of the Ex- postas no tratamento do transtorno obsessivo-compul-
belecem o controle como um fato, e não como perimental Analysis of Behavior, 53, 293-303. sivo. Em M. L. Marinho; V. E. Caballo (Orgs.), Psicolo
~~ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Chiesa, M. (1994). Radical behaviorism: Thephilosophy gia clínica e da saúde (p. 177-196). Londrina, pn.: UEI ..
uma mera opinião. Esse fato, combinado com
~i", aqueles que resultam da aplicação dessa aná-
and the science. Boston: Authors Coopera tive Publishers Hayes, S. c., Strosahl, K.D.; Wilson, K. G. (1999).J\ccc'JI
tance and commitment therapy: An experenl'Íal QPI)/'Ol1dl
Ader, R.; Tatum, R. (1961). Free-operante avoidance Crosbie, J. (1998). Negative reinforcement and
lise funcional em situações de intervenção, conditioning in human subjects. Journal of the Experi- punishment. Em K. A. Lattal; M. Perone (Eds.), Hand- to behavior change. New York: The Guilford Prcss,
atestam que a ciência pode esclarecer os di- mental Analysis of Behavior, 4, 275-276. book of research. methods in human operant behavior Herrnstein, R. J. (1969). Method and theory in rhe
versos tipos de relações entre pessoas, pois Arbuckle, J. L.; Lattal, K. (1987). A role for negative (p. 163·189). New York: Pienum Press. study of avoidance. Psychological Review, 76, 49-69.
"apesar de gostarmos ou não, de reconhecer- reinforcement of response omission in puníshment? Crosbíe, J.; Williams, A. M.; Lattal, K. A; Anderson, M. Herrnstein, R. J. (1970). On the law of effect, JOlll'1lol
Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 48, M.; Brawn, S. M. (1997). Schedule interactions involving of the Experimental Analysis of Behavio/; 13, 243-266.
mos ou não, estamos constantemente refor-
407-416. _ punishment with pigeons and humans, Journal of the Herrnstein, R. J.; Hineline, P. N. (1966). Negative
çando e punindo o comportamento uns dos Arbuckle, J. L.; Lattal, K. (1992). Molecular contin- Experimental Analysis of Behaviot; 68, 161-175. reinforcement as shock-frequency reduction. Journal
outros" (Baum, 1994, p. 172). gencies in schedules of intermittent punishrnent. Courtney, K.; Perone, M. (1992). Reduction in shock of the p:perimental Analysis of Behaviot; 9, 421-430.
Certamente, o uso deliberado de técni- Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 58, frequency and response effort as factors in reinforce- Hermstein, R. J.; Morse, W. H. (1957). Some effects of
cas para mudar o comportamento, coercivas 361·375. mente by timeout from avoidance. Journal of the Expe- response-independent positive reinforcement on
Azrin, N. H.; Holz, W. C. (1966). Punishment. Em W. rimental Analysis of Behavior, 58, 485·496. maintained operant behavior. Journal of Compara tive
ou não, envolve sérias questões éticas que de-
j vem ser avaliadas ejulgadas à luz de alternati-
K. Honig (Org.), Operant behavior: Areas of research de Souza, D. G.; de Moraes, A. B. A.; Todorov. J. C. and Physiological Psychology, 50, 461-467.
and application (p. 380-447). Englewood Cliffs, NJ: (1984). Shock intensity and signaled avoidance Higgins, S. T.; Morris, E. K. (1984). Generality of free-I
vas disponíveis. A literatura da liberdade e da Prentice-Hall. responding. Journal of the Experimental Analysis of operant avoidance conditioning to human behavior. ~
~ dignidade combate qualquer tipo de modifica- Banaco, R. A (2001). Alternativas não aversivas para Behavior, 42, 67-74. Psychological Bulletin, 96, 247-272.
ção do comportamento, seja com o uso de estí- tratamento de problemas de ansiedade. Em M. L. Ma- de Souza, D. G.; de Moraes, A. B. A; Todorav. J. C. (1992). Hineline, P.N. {1970). Negative reinforcement without
mulos aversivos ou de reforçadores positivos, rinho; V. E. Caballo (Orgs.), Psicologia clínica e da saú- Probing stimulus control in free-operant avoidance. The shock reduction. Journai of the Experimental Analysis
~ de (p. 197-212). Londrina, PR: UEL. Psychological Record, 42, 41-55. of Behavior, 14, 259-268.
e não reconhece que nosso comportamento
Baron, A.; Perone, M. (2001). Explaining avoidance: de Villiers, P.A. (1974). The lawofeffectand avoidance: Hineline, P. N. (1981). The several roles of stimuli in
muda a todo instante em função das contin-

I
Two factors are still better than one [Reply to Dinsmoor A quantitative relationship between response rate and negative reinforcement. Em P. Harzem; M. D. Zeiler
gências naturais e das contingências artificiais (2001)]. Journal of the Experimental Analysis of Beha- shock-frequency reduction. -Journal of the Experimen- (Orgs.), Advances in analysis of behavior: Vol. 2. Predic-
socialmente construídas e mantidas (Skinner, vior, 75, 357-361. tal Analysis of Behavior, 21, 223-235. tability, correlation and contiguity (p. 203-246). New
1971). Negar o controle não elimina tais con- Baum, W. M. (1973). The correlation-based law of Dinsmoor, J. A. (1954). Punishment: 1.The avoidance York: Wiley.
effect. Journal cfthe Experimental Analysis ofBehavior, hypothesis. Psychological Review, 61, 34-46.
tingências e, portanto, a "melhor defesa con-
20, 137-153.

Il tra o maj-tlSO das técnicas comporta mentais é


ANÁLISE DO COMPORTAMENTO 137
136 ABREU-RODRIGUES, RIBEIRO & COLS.
Weiner, I-l. (1962). Some effects of response cost upon /1
Skinner, B. F. (J 984). The evolution ofbehavior. Journal
chain schedules.Jounlal of tiu: Experimelltal Analy.\is human operant behavior. JOtlmal of the Experimental
I-lineline, P. N. (1984). Aversive control: A separare af tlte Experimental Anal)'sis of Betiaviot; 41,217-221.
dornain? Journal of the Experimental Analysis of Be- of Behavio/; 10,87-93. Analysis of Behavio/; 5, 201-208.
\ Skinner, B. F. (1989). Recent issues in the analysis of
Rangé, B. P. (1988). Algumas notas sobre ética e psico- Weiner, H. (1963). Response cost and the aversive /?
havior, 42, 495-509. behavior. Columbus, OH: Merrill Publishing Company.
terapia comporta mental. Em H. W Lettner; B. P. Range control of hurnan operant behavior. Journal of the Ex-
I-lineline, P. N. (2001). Beyond the molar-molecular Skinner, 13. F. (1990). Can psychology be a science of
(Orgs.), Manual de psicoterapia comportamental (p. 16- perimental Analysis of Behavior, 6, 415-421.
distinction: We need multi-scaled analyses [Reply to mind? American Psychalogist, 45, 1206-1210.
26). São Paulo: Manole. Weisman, R. G.; Litner, J. S. (1969). Positive conditio-
Dinsmoor (2001)]. Journal of the Experimental Anolysis
Schoenfeld, W N. (1950). An experimental approach Skinner, 13. F. (2000). Ciência e comportamento huma- ned reinforcement of Sidmal1 avoidance behavior in
af Beltavior, 75, 342-347. no (J. C. Todorov e R. Azzi, trads.). São Paulo: Martins
to anxiery, escape, and avoidance behavior. Em P. H. rats. Journal of ComparaUve and Physiological Psycho-
I-lolz, W c.: Azrin, N. I-l. (1961). Discriminative
Hoch; J. Zubin (Orgs.), Anxiety (p. 70-99). New York: Fontes (Obra publicada originalmente em 1953).
properties of punishment. Journal of the Experimental logy, 68, 597-603.
Grune e Stratton. Spradlin, J. E. (2002). Punishment:
A primary process? Williams, D. R.; Williams, I-l. (1969). Automaintenance
Analysis of Behavior, 4, 225-232. Journal af Applied Behavior Analysis, 35, 475-477.
Schoenfeld, W N. (1969). 'Avoidance" in behavior in the pigeon: Sustained pecking despite contingent
I-Iolz, W c.: Azrin, N. H; Ayllon, T. (1963). A com-
theory. Journal of the Experimental Analysis af Behavior, 'fodorov, J. C. (2001). Quem tem medo de punição? non-reinforcement. Journal of the Experimental Analysis
parison of severa Iprocedures for eliminating behavior.
12, 669-674. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cogni- of Behavior, 12,511-520.
Journal of the Experimental Analysis of Behaviar, 6, 399-
Seligman, M. E. R.; Johnston, J. C. (1973). A cognitive tiva, 3, 37-40. Wolpe, J. (1990). The practice of behavior therapy. New
406.
theory of avoidance learning. Em F. J. McGuigan e D. Todorov, J. c.. Carvalho, L. C. F.; Menandro, P. R. M. York: Pergamon Press.
I-lorner, R. 1-1. (2002). On the status of knowledge for
B. Lumsden (Orgs.), Contemporary approaches to condi- (1977). The standard Sidman avoidance procedure as Zamignani, D. R. (2000). Uma tentativa de entendi-
using punishment: A commentary. Joumal af Applied
tioning and learning (p. 69-110). Washington, DC: V. a temporal differentiation schedule. Revista Mexicana mento do comportamento obsessivo-compulsivo: Al-
Behavior Analysis, 35, 465-467.
H. Winston e Sons. de Análisis de Ia Conducta, 3, 151-160. gumas variáveis negligenciadas. Em R. C. Wielenska
Kazdin, A. E_ (1972). Response cost: The removal of
Shipley, R. 1-1.; Boudewyns, P. A. (1980). Flooding and Turner, R. M. (1996). A dessensibilização sistemática. (Org.), Sobre comportamento e cognição: Vol. 6. Ques-
conditioned reinforcers for therapeutic change.
implosive therapy: Are they harrnful? Behavior Therapy, Em V. E. Caballo (Org.), Manual de técnicas de terapia e tionando e ampliando a teoria e as intervenções clíni-
Behaviar Therapy, 3, 533-546. modificação do comportamento
11, 503-508. (p. 167-195). São Pau- cas em outros contextos (p. 256-266). Santo André,
KeUer, J. V. (1966). Delayed escape from light by the
Sidrnan, M. (1953a). Avoidance conditioningwith briefl lo: Santos Editora. SP: SET
albino rat. Journal of the Experimental Analysis of Beba-
vior, 9, 655-658.
shock and no exteroceptive warning signal. Science, I Verhave, T. (1962). The functional properties of a Zeiler, M. D. (1986). Behaviora1 units: A historical
118, 157-158. tirneout from an avoidance schedule. Journal of the Ex- introduction. Em T. Thompson e M. D. Zeiler (Orgs.),
Kohlenberg, B. S. (1999). Emotion and the relationship perimental Analysis of Behavior, 5, 391-422.
\ in psychotherapy: A behavior analytic perspective. Em
Sidman, M. (l953b).
maintenance
Two temporal parameters of the
of avoidance behavior by white rat. Joumal Vollmer, T. R. (2002). Punishment happens: Some
Analysis and integration of belwvioral ururs (p. 1-I2).
I-lillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum Associares, Pu-
M. J. Dougher (Ed.), Clinical behavior analysis (p. 271-
ofComparativeandPhysiologicalPsychology, 46, 253-261. comments 011 Lerman and Vorndran's review. Journal blishers.
289). Reno, NV: Context Press.
1 Kohlenberg,
psychotherapy:
R. J.; Tsai, M_ (1991).Functional analytic
Creating intense and cura tive therapeutic
Sidman, M. (1962a). Reduction of shock frequency as\'
reinforcement for avoidance behavior. Journal of the
of Applied Behavior Analysis, 35, 469-473.

Experimental Analysis of Behavior, 5, 247-257.


~~ relationships. New York: Plenum Press.
~\ Krasner, L. (1989). ''A utopian voice speaks out". The
Sidman, M. (1962b). Timeout from avoidance as a
reinforcer: A study of response interaction. Jaurnal of
Behavior Therapist, 12, 247-257. the Experimental Analysis of Behavior, 5, 423-434.
-" Lerman, D. c.; Vorndran, C. M. (2002). On the status
of knowledge for using punishment: Implications for
Sidman, M. (1995). Coerção e suas implicações (M. A.
Andery; T. M. Sério, trads.). Campinas, SP: Editorial
treating behavior disorders. Journal of Applied Behavior
Psy (Obra publicada originalmente em 1989).
Analysis, 35, 431-464.
Sidman, M. (2001). Safe periods both explain and need
Logue, A. W; de Vil1iers, P. A. (1978). Matching ín
explaining [Reply to Dinsmoor (2001)]. Journal ofthe
concurrentvariable-interval avoidance schedules. Jour-
Experimental Analysis of Behavior, 75, 335-338.
nal of th« Experimental Analysis of Behavior, 29, 61-66.
Sidman, M.; Herrnstein, R. J.; Conrad, D. G. (1957).
Mnsl'crs, J. C.; Burish, T. G.; Hol1on, S. D.; Rimm, D. C.
Maintenance of avoidance behavior by unavoidable
(19U'/), lJeliQvior uiercpy: Techniques and empirical
shocks. Journal ofComparative and Physialogical Psycho-
II//III//!i.l, New York: I larcourt Brace Jovanich.
logr, 50, 553-557.
MI('III1I'I, ,I. (19'/~), Positivc and negative reinforcement,
Skinner, B. F. (1938). The behavior of organisms: An
11dlNlllIl'lllltl 111111ls no longer necessary, or a better
experimental analysis. Acton, MA: Copley Publishing
wlly 111111111 0111011111IId rhlngs, Beltaviorism, 3, 33-44.
Group.
MIt'lIlIl.I, ,I, (11)9'1), E:lIl1hllshing operations. The Beha-
Skinner, B. F. (1966). The phylogeny and ontogeny of
1/1111
A/I(I'\,~I, IIl, 11) iaco. behavior. Science, 153, 1025-1213.
NYI', li, I), (~,()(J2), 'Jl'~!i pslcologlns: Idéias de Freud,
Skinner, B. F. (1971). Beyondfreedom and dignity. New
I:ldlllllll I' I\Of\('IN (1\, I.\' 'Inylor; trad.) , São Paulo: Pio-
11111111 'l'ltOIlIlIIlIl \'('llIl1lnl\, (Obra publicada originalmen- York: Knopf.
Skinner, B. F. (1972). Cumulative record: A selection of
li. 1'"/ :1.0(0),
papers. New York: Appleton-Centllry Crofts.
JI('I'klllll, 1), li,; l lnckbcrt, 1..; Dougher, M. J. (1999).
Intcrpreuulcn lu clínical behavior analysis. Em M. J. Skinner, B. F. (1974)_ About behaviorism. New York:
Doughcr CEd.), Clil1ical behavior analysis (p, 291-302). Knopf.
Reno, NV: Context Press. Skinner, B. F. (1981). Selection by consequences.
Rachlin, H. (1967). The effect of shock intensity on Science, 213, 501-504.
concurrent and single-key responding in concurrent-

Você também pode gostar