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INTRODUÇÃO

AO
NOVO TESTAMENTO
2019
A TRANSIÇÃO DO ANTIGO PARA O NOVO TESTAMENTO

Entre Malaquias, o último livro do Antigo Testamento, e Mateus, primeiro livro do Novo Testamento, há
um espaço de tempo de mais ou menos quatrocentos anos. Malaquias profetizou depois que os judeus
retornaram do cativeiro babilônico. O seu livro reflete o ritualismo formal, frio e indiferente do culto que
predominou no período intertestamentário, sob a orientação dos sacerdotes do templo (Malaquias 1.6-14;
2.1-3). Isto se refletiu nos dias de Jesus (João 2.13-22). Depois de Malaquias, não temos registrada
nenhuma revelação de Deus. Nesses quatrocentos anos de silêncio divino, ocorreram muitas coisas que,
somadas, preparam o século em que Jesus nasceu. “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou o
seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que
recebêssemos a adoção de filhos” (Gálatas 4.4-5).

CONTRIBUIÇÃO DOS ROMANOS

Os romanos suplantaram política e militarmente os gregos (herdeiros do império macedônio).


Contribuíram para a preservação da cultura grega e criaram vias de comunicação entre os povos, o que
facilitou a expansão do cristianismo. Quando Augusto, em 31 a.C. declarou-se Imperador Romano, o
mundo a volta do Mediterrâneo estava debaixo de sua liderança. Daí, temos de considerar alguns fatores:

✓ A Sociedade - Era a mais imoral que se pode imaginar. Era comum os vícios, os crimes, a
vaidade, a luxúria e também a miséria. A mulher tinha um valor insignificante, a criança nada
valia. O divórcio era muito comum e o aborto era permitido.

✓ Governo Provinciano - Roma era a capital do mundo, a sede do grande império. Augusto, através
de seus servos, juízes, reis e governadores dominava tudo. Em cada província havia um Procônsul
ou Procurador, para ficar em contato com as cidades do seu império. Por todos os lugares estavam
os publicanos, os arrecadadores de impostos. Roma dava ampla liberdade religiosa, e às vezes até
política aos vencidos. Assim, para a Palestina, o governo romano sob Herodes o Grande, foi muito
bom, pois suas fronteiras foram aumentadas e a Judeia era, quando Jesus nasceu, uma unidade
semelhante ao Israel nos dias de Salomão. Os romanos mantinham um exército em cada país
ocupado. Isso ajudou sobremaneira a manter a paz no mundo.

✓ Comércio - A chamada “Pax Romana” trouxe um grande desenvolvimento comercial. O Egito


era o celeiro do Império. Os romanos faziam transações comerciais com a Índia, Espanha,
Britania, etc. Intensificou-se a navegação. O comércio obrigou a construção de estradas famosas.

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CONTRIBUIÇÃO DOS GREGOS

Os romanos conquistaram os gregos, mas, num certo sentido, os gregos conquistaram os romanos.
Quando os romanos dominaram o mundo, o mundo já estava sendo helenizado (adotando a língua e
cultura grega), inclusive a cidade de Roma, onde professores gregos ensinavam na sua língua. As duas
civilizações se fundiram, formando uma civilização greco-romano. Um dos principais elementos dessa
civilização é:

✓ A Língua - A língua oficial do império era o latim, mas o koiné (grego popular) era a língua
popular, usada em todo o mundo. Nos dias de Jesus, em todos os países, falava-se duas línguas,
sendo uma delas o grego. Quando Pilatos mandou pôr a inscrição no topo da cruz, a ordem foi
para que se escrevesse em hebraico, latim e grego. O Novo Testamento foi escrito em grego.
Paulo, o apóstolo dos gentios, podia em qualquer país do mundo falar o grego e ser entendido.
Deus preparou de tal maneira o mundo para o advento do Messias que a língua dos povos (com
raras exceções) era uma.

CONTRIBUIÇÃO DOS JUDEUS

As contribuições judaicas para a vinda de Cristo foram notáveis:

✓ Herodes, o Grande - Apesar de toda a crueldade de Herodes, sua contribuição para o advento do
Messias foi preciosa. Ele acabou com os Macabeus, que estavam em luta familiar, por causa do
trono de Jerusalém. Houve paz e prosperidade na Palestina e as boas relações com o Imperador
Augusto trouxeram para Israel grandes benefícios. Jesus nasceu quando Herodes reinava e havia
paz em toda a Judeia.

✓ Os Escribas – surgiram a partir de Esdras, versados nas Escrituras hebraicas e mestres do povo
que falava o aramaico. Eles foram, aos poucos, assumindo o vazio deixado pelos profetas.

✓ Sinagogas - Por causa da fidelidade dos escribas e seu amor à Lei do Senhor, nasceram as
sinagogas. Elas surgiram durante o exílio como lugares de instrução e culto para os judeus
distantes do templo de Jerusalém. Após o repatriamento dos judeus (430-331 a.C.), as sinagogas
continuaram a existir entre os dispersos em vários países e foram organizadas também na
Palestina. Também concorreram para unir os judeus em questões espirituais, cultivar o estudo da
lei, alimentar a esperança do Messias, preservá-los das influências pagãs em costumes e religião.

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Portanto, para o cristianismo constituem fortes alicerces, bases, pontos de partida para a
propagação do evangelho.

✓ Septuaginta - Os livros do Antigo Testamento foram amplamente copiados tanto para os que
habitavam na Palestina quanto para os dispersos. Foram traduzidos para o grego no século III a.C.,
e essa tradução ficou conhecida como Septuaginta, constando nela os 39 livros do AT. Era a Bíblia
usada nos dias de Jesus tanto na Palestina como nos países onde judeus dispersos residiam. A
Septuaginta foi uma das maiores contribuições para o advento de Cristo. Milhares e milhares de
judeus moravam no estrangeiro, eram os da Dispersão. Desejavam ler o Torah, os Profetas, os
Salmos, mas não conseguiam por estarem em hebraico. A Septuaginta, portanto, permitiu-lhes a
leitura do texto sagrado e ajudou-os a permanecer firmes em Deus e na esperança das promessas
do Senhor.

✓ Os Fariseus - surgiram como movimento de oposição ao domínio da cultura grega que ameaçava a
identidade judaica, tanto no Sul, pela dinastia dos Ptolemeus no Egito, quanto no Norte, pelos
selêucidas da Antioquia, entre 331-167 a.C. O zelo inicial dos fariseus deu lugar a um formalismo
religioso denunciado por Jesus. Os fariseus foram a maior seita e de maior influência nos dias do
Novo Testamento. Eram os separatistas ou puritanos do Judaísmo, afastavam-se de todas as más
associações e procuravam prestar completa obediência a todos os preceitos da lei oral ou escrita.
Esta seita por volta de 135 a.C. já estava firmemente estabelecida. Os padrões morais e espirituais
do farisaísmo podem ter tido tendência para a justiça própria e consequentemente para a hipocrisia.
De todas as seitas do judaísmo, só o farisaísmo sobreviveu. Tornou-se o fundamento do judaísmo
ortodoxo moderno, que segue o modelo de moralidade, de cerimonialismo e do legalismo judaico.

✓ Os Saduceus - originaram-se mais ou menos na mesma época dos fariseus. Constituíam uma casta
sacerdotal aristocrática, rica, influenciada pelo helenismo e secularizada, apesar de serem os
oficiais religiosos do seu povo. Foram confrontados por Jesus diversas vezes (Mc. 12.18-27; Mt.
23.13-36). Eram menos numerosos que os fariseus, tinham poder político e constituíam o grupo
dominante na direção da vida civil do judaísmo, sob o domínio de Herodes. Como racionalistas e
anti-supernaturalistas, negavam a existência de anjos e espíritos (At. 23.8) e não acreditavam na
imortalidade pessoal. A sua religião era friamente ética e muito mais aberta às influências gregas,
do que o farisaísmo. Politicamente, os saduceus eram oportunistas e estavam sempre prontos a
aliar-se com o poder dominante, desde que, por esse meio, pudessem manter seu prestígio e
influência.

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Perguntas para Discussão e Oração

1. Será que o sistema político, religioso e cultural do nosso país permite a propagação livre do
evangelho? Justifique.

2. Que oportunidades de expansão do evangelho a liberdade religiosa, o multiculturalismo a


intercultura e globalização proporcionam para o progresso evangelístico no nosso País.

3. Que posição e atitudes de urgência nós como igreja devemos tomar para expandir o evangelho
diante destas oportunidades existentes no nosso País?

A RELAÇÃO ENTRE ANTIGO E NOVO TESTAMENTO

Os primeiros 39 livros da Bíblia e os últimos 27, começaram a ser chamados de Antigo Testamento e
Novo Testamento, a partir do segundo século. O termo “Antigo” Testamento (Aliança) focaliza-se
especialmente na Aliança Mosaica que Deus fez com Israel no Monte Sinai, depois do Êxodo e antes de
entrarem na terra prometida. A aliança Mosaica incluiu toda a lei e seus regulamentos, rituais e sacrifícios.
Foi a quebra da Antiga Aliança que levou Israel a cair diante da Assíria em 722 a.C. e Judá diante da
Babilônia em 586 a.C.
O termo “Novo” Testamento (Aliança) concentra sua atenção no que Cristo disse nos evangelhos,
referindo-se à “Nova Aliança no meu sangue”. Em Cristo as exigências justas da Antiga Aliança foram
todas cumpridas e Deus substituiu a lei da Antiga pela promessa da Nova Aliança (Cl 2.13-14; Ef 2.15,16;
Rm 8.3,4).

A ESTRUTURA DOS LIVROS DO NOVO TESTAMENTO

Os historiadores, os poetas e os profetas que escreveram os trinta e nove livros do Antigo Testamento,
anteciparam o cumprimento do programa redentivo de Yahweh e a vinda de seu ungido. O Novo
Testamento foi escrito aproximadamente, de 45-95 d.C., em grego koinê “comum”, idioma internacional
dos povos. O idioma era não só mundialmente usado, mas também claro, preciso e flexível. Os livros do
Novo Testamento circulavam separadamente e foram gradualmente reunidos numa só coleção. Dos nove
autores neotestamentários, somente Lucas era um gentio. Paulo escreveu treze livros; João escreveu cinco;

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Lucas e Pedro dois; Mateus, Marcos, Tiago e o autor de Hebreus, cada um deles escreveu um livro. Estes
livros costumam ser arranjados em três períodos:

1. A vida de Cristo, de 4 à 33 d.C. (Mateus, Marcos, Lucas e João);


2. A expansão da igreja em Atos, de 33 à 62 d.C. (Atos, Romanos, 1,2 Coríntios, Gálatas, Efésios,
Filipenses, Colossenses, 1,2 Tessalonicenses, Filemom e Tiago);
3. A consolidação da igreja depois de Atos, de 62 à 95 d.C. (1,2 Timóteo, Tito, Hebreus, 1,2 Pedro,
1,2 e 3 João, Judas e Apocalipse). Uma classificação mais comum é a tríplice divisão em livros
Históricos, Epistolas (paulinas e não paulinas) e Apocalipse.

Mateus
Evangelhos Sinópticos Marcos
HISTÓRICOS Lucas
Suplementar João
Histórico Atos
Romanos
1Coríntios
2Coríntios
Gálatas
Igrejas Efésios
(Cartas) Filipenses
Paulinas Colossenses
1Tessalonicenses
2Tessalonicenses
EPÍSTOLAS 1Timóteo
(Cartas) Indivíduos 2Timóteo
Tito
Filemom
Judeus Hebreus
Tiago
1Pedro
(Cartas) 2Pedro
Não Paulinas Judeus e 1João
Gentios 2João
3João
5
Judas

PROFÉTICO Apocalípse

OS LIVROS HISTÓRICOS

Estes cinco livros descrevem os eventos-chave na vida de Cristo, na fundação da igreja e na difusão inicial
do cristianismo. O Antigo Testamento antecipou a pessoa e as obras do Senhor Jesus de múltiplas formas,
e a Esperança dos profetas se encarnou na forma do Deus-Homem, (Jo.1.1,14). Depois de sua
ressurreição, ele capacitou seus apóstolos para que difundissem as boas-novas de salvação, começando em
Jerusalém e chegando até Roma e além dela.

Os quatro evangelhos compreendem cerca de 46 por cento do Novo Testamento e, quando se acrescenta o
livro de Atos, a proporção sobe para 60 por cento. A igreja primitiva colocou os evangelhos no início do
cânon, não por serem eles os primeiros livros escritos, mas por serem o fundamento sobre o qual Atos e as
Epistolas são edificados.

A palavra grega euaggelion se refere as boas novas acerca de Jesus Cristo, que foi oralmente proclamado.
Mais tarde veio a ser também aplicado aos evangelhos escritos. Os quatro relatos complementares
fornecem um retrato composto da pessoa e obra do Salvador, operando juntos para fornecer profundidade
a nossa compreensão da mais singular figura da história humana. Neles Jesus é visto como divino e
humano, o servo soberano, e o Deus – homem.

Os evangelhos foram escritos com o de fim despertar e fortalecer a fé em Cristo e responder as objeções e
concepções falsas acerca dele. Destinam-se também a guiar os crentes numa compreensão mais plena de
sua pessoa e poder. Ao difundir o cristianismo para além da Palestina, o testemunho oral dos apóstolos
não mais era suficiente. Sua mensagem era multiplicada e preservada pela instrumentalidade da palavra
escrita.

Livro/Autor Mateus Marcos Lucas João

Data provável Fins da década Início da década Início da Fim dos anos
de 50 d.C. de 50 d.C. década de 60 50 antes do
d.C. ano 70 d.C.

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Local da Antioquia da Roma Roma/Grécia Éfeso
composição Síria ou
Palestina

Audiência Mentalidade Mentalidade Mentalidade Universal


original judaica romana grega

(religiosa) (pragmática) (idealista)

Enfase/tema Messias – Rei Servo – Homem Filho de Deus


redentor/obediente perfeito

Perfil O Leão O Boi (serviço, Homem A águia


tradicional de poder) (sabedoria, (deidade,
(força,
Cristo (cf. Ez carácter) pessoa)
autoridade)
1.10, Ap. 4.6-
8)

Carácter Profético Prático Histórico Espiritual

Jesus fala 60% 42% 50% 50%

Citações do 53 36 25 20
A.T.

Material 42% 59% 7% 92%


Singular (suplementar)

Mateus, Marcos e Lucas são conhecidos como evangelhos sinópticos. A palavra grega synoptikos significa
visão conjunta, é uma descrição apropriada destes evangelhos, em virtude de seu ponto de vista comum e
características similares, especialmente em contraste com João, evangelho suplementar. Cristo de facto
veio na plenitude dos tempos (Gl. 4.4). Politicamente como dissemos, o império romano propiciou paz
universal, facilitou as viagens (estradas romanas) e estabeleceu um idioma comum (grego) que facilitaria a
difusão do evangelho. Economicamente, as condições de impostos exorbitantes, de pobreza e
desassossego deixaram o povo num estado de carência. Espiritualmente, o judaísmo havia perdido a
vitalidade e os deuses romanos estavam mortos ou moribundos. Foi neste contexto que o cristianismo
floresceu em seus cruciais primeiros anos.
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LIVRO AUTOR DATA DESTINO

Atos Lucas Por volta de 62 Grécia

AS EPÍSTOLAS PAULINAS

As epistolas como um todo desenvolvem as doutrinas seminais dos evangelhos e mostram como elas
podem transformar a vida dos crentes. Paulo escreveu nove cartas à igrejas e quatro a indivíduos,
procurando instruir, corrigir e encorajar os crentes por todo o império romano. Paulo queria que os
cristãos baseassem sua prática na realidade de sua posição em Cristo. Paulo, sob inspiração do Espírito
Santo foi capaz de lidar com os problemas e questões específicas da sua época com perspetivas que são
universais e infinitas.

Nestas treze epistolas mesmo as questões mais mundanas estimularam sublimes pensamentos na mente do
apóstolo, os quais ele pôde expressar com espantosa versatilidade. Paulo estava constantemente adaptando
o seu estilo as situações transitórias que encontrava: ele era capaz de ser lógico, pessoal, retórico, lírico,
formal, prático ou emotivo. O uso da epistola como meio de revelação era desconhecido até a época de
Paulo e seus contemporâneos.

As epistolas estão saturadas de doutrina, mas estas se destinavam a uma aplicação prática, e não a uma
especulação teórica. Em virtude de seu formato e característica pessoal, os escritos de Paulo são com
propriedade chamados de cartas. Geralmente seguem a forma padronizada das cartas dos dias de Paulo: o
nome e a profissão do remetente, o nome do destinatário, uma saudação ou desejo de prosperidade, o
corpo principal da carta, uma despedida com saudações conclusivas e expressão de bons desejos e a
assinatura.

Paulo seguiu o procedimento usual de usar um escriba ou amanuenses para a forma final das suas cartas,
mas ele escrevia as linhas finais e assinava de próprio punho com o fim de garantir autencidade (Rm
16:22, Ico16.21, Gl 6.11, Cl 4.18, IITs 3.17). Filemom evidentemente foi uma exceção; Fm19. O processo
de ditado permitiu a liberdade e o vigor do discurso. Visto que o tacanho serviço postal do império visava
somente os negócios oficiais, Paulo delegou auxiliares para que levassem suas cartas, mas também
transmitiu mensagens suplementares (Ef 6.21-22, Fp 2.25-28, Cl 4.7-8).

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O Novo Testamento contém nove cartas paulinas a igrejas e quatro a indivíduos. É evidente que Paulo
escreveu cartas que hoje se acham perdidas (I Co 5.7, II Co 10.9-10, Cl 4.16, II Ts. 3.17). As treze
epistolas canónicas de Paulo se acham arranjadas de tal modo que as primeiras nove (a igrejas) e as
últimas quatro (a indivíduos) estão em ordem de extensão decrescente.

Saulo nasceu cidadão romano em Tarso da Cilicia, um centro cultural. Possivelmente recebeu uma
educação grega (At 17.28, Tt 1.12) antes que sua família se mudasse para Jerusalém. Aprendeu a
profissão de fabricante de tendas (At 18.3) mas como judeu de puro sangue, da tribo de benjamim,
recebeu o privilégio de educar-se aos pés do rabino Gamaliel (At 22.3). Sua mente perspicaz e seu zelo
religioso o punham em vantagem acima de seus contemporâneos judeus (Gl 1.14) e, como um jovem
fariseu, Saulo estava presente no apedrejamento de Estêvão (At 7.58; (8.1).

Perseguiu energicamente os cristãos na Judeia e decidiu levar sua campanha ao nordeste de Damasco,
quando o encontro com o Cristo ressurecto mudou completamente sua vida. Ele permaneceu três anos na
Arábia e Damasco (Gl 1.17-18) antes de ser introduzido por Barnabé a presença dos apóstolos em
Jerusalém. Depois de 15 dias, uma trama contra ele forçou a sua partida (At 9.26-30, Gl 1.18-21), e ele
gastou cerca de 10 anos na Cilicia e Síria (primeiramente em Tarso e Antioquia). Após seu regresso a
Antioquia, Barnabé, Paulo e marcos embarcaram na primeira viagem missionária (At 13-14) porém,
Marcos logo desistiu, mas Barnabé e Paulo ministraram em Chipre, na Panfília na Galácia.

Depois da viagem, eles foram a Jerusalém para decidir a questão dos gentios e a leis de Moisés (At 15) e
em seguida regressaram a Antioquia. Paulo levou silas em sua segunda viagem missionária (At 15.36-
18.22) a qual se concentrou na Macedônia e na Grécia. A terceira viagem missionária de Paulo mais uma
vez originária de Antioquia, focalizou a Asia, com Éfeso como seu quartel-general (At 18.23). A fé cristã
de Paulo se caracterizou por incansável dedicação a causa de Cristo em face do sofrimento. Ele possuía
claro senso de vocação divina, forte amor por seus conversos e inabalável convicção e autoridade bem
como constante espírito de dependência de Cristo em tudo quanto fazia.

ÀS IGREJAS

DATA (d.C) LOCAL DESTINO


(Onde foi escrito)

Romanos 57 - 58 Corinto Crentes de Roma

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1 Coríntios 55 – 56 Éfeso Igreja de Corinto

2 Coríntios 55 – 56 Macedônia Igreja de Corinto

Gálatas 49 – 50 Antioquia Cristãos da Galácia

Efésios 61 – 63 Roma Igreja de Éfeso

Filipenses 61 – 63 Roma Igreja de Filipos

Colossenses 61 – 63 Roma Igreja de Colossos

1 Tessalonicenses 51 Corinto Igreja de Tessalônica

2 Tessalonicenses 51 Corinto Igreja de Tessalônica

PARA INDIVÍDUOS

DATA (d.C) LOCAL DESTINO


(Onde foi escrito)

1 Timóteo 63 - 66 Macedônia Jovem Pr Timóteo

2 Timóteo 67 Roma Jovem Pr Timóteo

Tito 63 – 67 Roma Pr Tito

Filemom 61 - 63 Roma Filemom

EPISTOLAS NÃO PAULINAS

Estas oitos epistolas suplementam as treze epistolas paulinas oferecendo diferentes perspetivas da riqueza
da verdade cristã. Cada um dos cinco autores (Tiago, Pedro, João, Judas e ao autor de Hebreus) tem uma

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contribuição distintiva a dar de seu ponto de vista. Como as quatro abordagens complementares da vida
de Cristo nos evangelhos, estes escritores apresentam ampla descrição da vida cristã, na qual a totalidade é
maior que a soma das partes. Com exceção de Tiago estas cartas foram escritas perto do fim da vida de
Paulo ou depois de seu tempo.

Como Paulo antecipou em Atos 20.29-30, 1Tm 4.1-3 e 2Tm 4.3-4 o problema dos ensinos heréticos
alcançaria alarmantes proporções na igreja. É significativo que a maioria das epistolas não-paulinas tratem
com mais firmeza essas danosas doutrinas. As igrejas desse tempo foram ameaçadas não só por oposição e
perseguição externas, mas também por ataques internos de falsos profetas.

Estas epistolas não foram dedicadas a igrejas especificas ou individuais, e vieram a ser conhecidas como
epistolas gerais ou católicas (universais). A epistolas de 2 e 3 João estão também incluídas neste grupo,
embora sejam dedicadas a pessoas especificas. Em virtude deste problema e de Hebreus não ser
considerada uma epistola geral, seria mais seguro designar Hebreus, Tiago, 1 e 2 pedro, 1, 2 e 3 João e
Judas como epistolas não paulinas (presumindo-se que Paulo não escreveu Hebreus). As epistolas
paulinas são intituladas por sua dedicatória, mas as epistolas não paulinas (com a exceção de Hebreus) são
intituladas em razão de seus autores.

PARA JUDEUS

AUTOR DATA (d.C) LOCAL DESTINO


(Onde foi escrito)

Não se sabe Cristãos,

Hebreus Ao 64 - 68 ? Judeus sob

Certo pressão

Tiago, irmão do Crentes

Tiago Senhor Jesus 45 - 50 Jerusalém? Judeus

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JUDEUS E GENTIOS

AUTOR DATA (d.C) LOCAL DESTINO


(Onde foi escrito)

1 Pedro Pedro 63 Roma (Babilônia) Cristãos dispersos

2 Pedro Pedro 66 Roma (Babilônia) Cristãos dispersos

1 João João 90 Éfeso Cristãos Asia Menor

2 João João 90 Éfeso Igreja? Irmã?

3 João João 90 Éfeso Gaio

Judas Judas 70 - 80 Jerusalém? Igrejas

Apocalipse João 90 - 96 Ilha de Patmos Igrejas Asia Menor

MATEUS

Jesus Como Rei

Introdução

O primeiro evangelho apresenta Jesus como o Cristo, o rei messiânico de Israel. A genealogia de
Jesus, o cumprimento da profecia veterotestamentária, a autoridade e o poder são enfatizados
como credências messiânicas.

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Mateus é o evangelho escrito por um judeu, para os judeus acerca de um judeu. O propósito de
Mateus é apresentar Jesus como Rei dos judeus, o Messias há muito esperado. Sua genealogia,
batismo, mensagens e milagres, tudo aponta para a mesma inescapável conclusão: Cristo é Rei.
Mesmo em sua morte, a aparente derrota se converte em vitória mediante a ressurreição, e a
mensagem mais uma vez ecoa: o rei dos judeus está vivo.

O escritor deste evangelho é o Mateus filho de Alfeu (Mc 2.14), que ocupava o impopular posto
de coletor de impostos em Cafarnaum para o governo romano. Como publicano, era sem dúvida
antipático a seus patrícios judeus. Quando Jesus o chamou ao discipulado (9.9-13, Mc 2.14, Lc
5.27-28), sua resposta imediata provavelmente significava que ele já havia sido despertado pela
pregação pública de Jesus.

Propósito

Mateus foi escrito para judeus. Neste evangelho Jesus é frequentemente chamado de Filho de
Davi e é apresentado como Aquele que cumpre as profecias messiânicas do Antigo Testamento.
O Reino dos Céus é o assunto central de boa parte do ensino deste evangelho.

Mateus foi escrito para proclamar as palavras e obras de Jesus Cristo. As muitas referências ao
cumprimento de profecias especificas em Cristo mostram que o messias de Israel há muito
esperado por fim havia chegado. Ao fazer reiteradas citações do Antigo Testamento, Mateus
valida as reivindicações de Cristo de que ele é, de facto, o profetizado Messias (o ungido) de
Israel.

Jesus é a culminação das promessas enunciadas pelos profetas num período de mais de mil anos.
Portanto, o plano redentor está vivo e ativo, mesmo após quatro seculos de silêncio profético.

Palavras–chave: Jesus, o Rei

Versículos-chave: 16.16-19; 28.18-20

Capitulo-chave: 12

Dados Importantes

✓ Era importantíssimo que Mateus demonstrasse a seus leitores judeus o fato de que a
genealogia de Jesus, seu Messias, remonta a Abraão, por intermédio de Davi.

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✓ O livro de Mateus contém mais de 40 citações literais do A.T. e mais de 60 referências.

Vista Panorâmica

Mateus foi posto primeiro no cânon do Novo Testamento pela igreja primitiva por ser ele uma
ponte natural entre os testamentos. Este evangelho descreve a pessoa e obra do rei messiânico de
Israel. Mateus pode ser delineado como se segue:

✓ A apresentação do rei (1.1-4.11);


✓ A proclamação do rei (4.12-7.29);
✓ O poder do rei (8.1-11.1);
✓ A rejeição progressiva do rei (11.2-17.12);
✓ A preparação dos discípulos do rei (16.13-20.28);
✓ A apresentação e rejeição do rei (20.29-27.66); e
✓ A prova do rei (28.1-20)

Cristo em Mateus

✓ Mateus apresenta a Jesus como o rei messiânico prometido a Israel (1.23; 2.2, 6; 3.17;
4.15-17; 21.5, 9; 22.44-45; 26.64; 27.11, 27-37).
✓ A expressão “Reino dos Céus” aparece 32 x em Mateus, mas não ocorre no restante do
N.T.
✓ Jesus como “Filho de Davi” é citado 9x, mas só 6x nos outros evangelhos.

Contribuição a bíblia

A mais notável característica do primeiro evangelho é sua enfase judaica. Mateus realça
fortemente o cumprimento de profecias messiânicas na via de Cristo. Ele desenvolve o tema do
reino porque o leitor judeu indagaria a razão de Jesus não estabelecer o reino prometido se ele
era deveras o Messias. As boas novas deste livro resvalam nos judeus e alcançam também o resto
do mundo. Sessenta por cento dos 1.071 versículos de Mateus contêm na integra a palavra
expressa por Jesus.

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MARCOS

Jesus Como Servo

Introdução

O segundo evangelho apresenta Jesus como o servo que veio para dar a vida em resgate de
muitos. Um total de 37 por cento deste evangelho é devotado aos eventos de sua última e mais
importante semana. Capítulo após capítulo o evangelho de Marcos revela o duplo alvo da vida de
Cristo: serviço e sacrifício. Marcos retrata Jesus como um servo em movimento, constantemente
concretizando a vontade do Pai. Ao pregar, ensinar e curar, ele ministra as necessidades de
outros até a morte. Depois da ressurreição, ele comissiona seus seguidores a continuar sua obra
em seu poder: servos seguindo os passos do servo perfeito.

O autor deste evangelho é conhecido mais pelo seu nome latino, Marcus, mas nos círculos
judaicos era chamado por seu nome hebreus, João. AT. 12.12, 25 e 15.37 referem-se a ele como
João que tem sobrenome Marcos.

Barnabé era primo de Marcos (Cl 4.10), mas Pedro bem que poderia ser a pessoa que o levou a
Cristo (Pedro o chamou de meu filho Marcos, IPe. 5.13). Foi esta estreita associação com o
apóstolo que emprestou autoridade apostólica ao evangelho de Marcos, visto que pedro foi
evidentemente a fonte primaria de informação para Marcos.

Barnabé e Saulo levaram Marcos quando regressaram de Jerusalém para Antioquia (At. 12.25) e
também quando partiram em sua primeira viagem missionária (At. 13.5). Entretanto, Marcos
desistiu logo e voltou para Jerusalém (At. 13.13). Quando Barnabé quis levar Marcos na segunda
viagem missionária, a recusa de Paulo provocou entre eles desacordo. O resultado foi que
Barnabé levou Marcos para Chipre e Paulo levou Silas para Síria e Cilícia (At. 15.36-41). Não
obstante, Paulo escreveu que Marcos estava com ele durante a sua primeira prisão romana (Cl.
4.10, Fm. 24), cerca de doze anos depois, portanto teria havido ali uma reconciliação. No fim de
sua vida Paulo referiu-se a Marcos, dizendo: ele me é útil para o ministério (IITm. 4.11).

Marcos foi dirigido a um docente romano, e a tradição primitiva indica que ele se originou em
Roma. Esta pode ser a razão porque Marcos omitiu uma série de itens que não teriam nenhum
sentido para os gentios, tais como a genealogia de Cristo, profecia cumprida, referência a lei e a

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certos costumes judaicos encontrados em outros evangelhos.

Propósito

Marcos escreveu para leitores Romanos. Por esta razão, a genealogia de Cristo não é incluída
(quase não teria significado para os gentios), e o sermão do monte não é mencionado. Este
evangelho enfatiza Jesus como Servo; o que Ele fez, em lugar do que Jesus disse.

Já no primeiro versículo se torna obvio que este evangelho se centraliza na pessoa e missão do
filho de Deus. Jesus é retratado neste livro como servo e o redentor dos homens (Fp 2.5-11).
Marcos justapõe ensinos e as obras de Cristo para mostrar como eles se autenticam. Marcos
mostra a seus leitores gentios como o filho de Deus foi rejeitado por seu próprio povo,
alcançando por fim a vitória através da aparente derrota. Este livro poderia ter sido usado
também para instruir e encorajar os crentes romanos.

Dados Importantes

✓ Foi o primeiro evangelho a ser escrito.


✓ Mais de 90% deste livro encontra paralelo em Mateus e Lucas.
✓ Marcos é um evangelho de ação, cheio de milagres e discursos estratégicos, com
repetição das palavras logo (19x) e imediatamente (17x).
✓ Marcos não inclui genealogia alguma, leis judaicas ou profecias judaicas. Qual o romano
que iria se importar com as origens de um servo ou com as instituições da nação de
Israel?

Vista Panorâmica

Marcos é o mais breve e o mais simples dos quatro evangelhos, e fornece um relance conciso e
movimentado da vida de Cristo. Com poucos comentários, Marcos faz a narrativa falar por si só
ao contar a história do servo que incessantemente ministra a outros através da pregação, cura,
ensino e por fim da própria morte. Quase 40% deste evangelho se dedica a um relato detalhado
dos últimos dias da vida de Jesus culminando em sua ressurreição. O Senhor é vividamente

16
retratado neste livro em duas partes:

✓ Servir (1-10);
✓ Sacrificar (11-16).

Cristo em Marcos

O senhor se apresenta como um servo ativo, compassivo e obediente, que constantemente


ministra as necessidades físicas e espirituais dos outros. Visto ser esta a história de um servo,
marcos omite os ancestrais e o nascimento de jesus, e se move em direção ao seu ativo ministério
publico.

Contribuição a Bíblia

A enfase de marcos e posta mais na ação do que nas palavras, tornando-o adequado a orientação
pratica da mentalidade romana. Só em marcos se encontra dezoito das setenta parábolas de
cristo. O livro arrola mais da metade dos trinta e cinco milagres de cristo, a mais alta proporção
nos evangelhos. Marcos regista uma ampla serie de reações emocionais emoções.

LUCAS

Jesus Como Filho do Homem

Introducao

O terceiro evangelho apresnta jesus como o perfeito filho do homem cuja a missao era: buscar e
salvar o que se havia poerdido. Lucas um doutor escreve com a compaixao e ardor de um medico
de familia ao documentar cuidadosamnte a perfeita humanidade do filho do homem. Lucas
enfatiza a descendencia, o nasciemnto e a infancia de jesus antes de percorrer cuidadosamente e
cronologicamente seu inisterio terreno. Neste evangelho os que creem são desafiados a assumir
o preco do discipulado. Os que se opoem não ficarao satifeitos enquanto não fizerem o filho do

17
homem pender sem vida na cruz. A ressureicao, porem, assegura que o seu proposio se cumprira:
busacre e salvar o que se havi aoerdido.

E evidente a luz do prologo em lucas e atos (1,1-4; at. 1.1-5) que ambos os livros foram
enderecados a Teofilo como uma obra em dois volumes (luvcas e chamado o primeiro tratado).
O nos em porcoes de Atos (At 16.1-17; 20.5-21.18; 27.1-28.16) revelam que o autor era um
intimo colega e companheiro de viagem de paulo. Visto que de todos apensa dois colegas são
nomeados na terceira pessoa, a lista pode restringir-se a Tito e Lucas. Tito nunca foi considerado
o possivel autor de Atos, e lucas se ajusta as exigencias. Ele estava com paulo durante a sua
primeira prisao romana, e Paulo refere-se a ele como Lucas, o medico amado (Cl 4.14; cf. Fm
24). A obvia habilidade de lucas com o idioma grego e a expressao: sua propria lingua em At
1.19 tambem implicam que ele não era judeu. Tem sido sugerido que lucas poderia ter sido um
medico gergo de uma familia romana que ate certo ponto foi feito livre e considerado cidadao
romano. A tradicao diz que lucas era natural de antioquia da Siria, permanceu solteiro e morreu
com a idade de oitenta e quatro anos. Apos cuidadosa investigacao, ele organizou seu material e
o aprsentou a teofilo (amigo de Deus). O titulo excelentissimo ou nobilissimo (At 23.26; 24.3;
26.25) indica que teofilo era um homem de condicao social nobre. E provavel que tenha
assumido a responsabilidade de publicar Lucas e Atos para que ficassem disponiveis a leitores
gentilicos. Lucas traduz termois aramaicos para termos gregos e explica costumes e geografia
judaicos para tornar seu evangelho mais inteligivel aos leitores de oriegem grega.

Propósito

O evangelho de Lucas foi escrito para fortalecer a fé de Teófilo (dos cristãos gentios), mostrando
Jesus como o homem ideal que veio para salvar o homem, rejeitado por Israel e oferecido ao
mundo.

Lucas queria criar uma narracao acurada, cronoligica e abragente da vida singular de jesus
Cristo, com o fim de fortalecer a fe dos cerntes gentios e estimular a fe salvifica entre os não
crentes. Lucas poderia tambem ter tido um proposito secundario, ou seja, mostrar que o
cristianismo não era uma seita politicam,ente subversiva.

18
Dados Importantes

✓ O evangelho de Lucas é predominantemente histórico. É o único que se preocupa em


apresentar datas.
✓ Lucas é o livro mais comprido do Novo Testamento, por ser o seu autor muito meticuloso
e detalhista.
✓ Mais de 50% do livro de Lucas é único.
✓ Lucas apresenta a genealogia de Jesus até Adão e a grande história do seu nascimento,
para enfatizar a humanidade de Jesus e sua identidade como Filho do Homem.
✓ Lucas enfatiza as reações emocionais de Jesus.
✓ Lucas dá uma ênfase especial às pessoas desprezadas: o bom samaritano, o publicano, o
filho pródigo, Zaqueu, o ladrão da cruz, e às mulheres: Maria, a viúva de Naim, a mulher
pecadora, a mulher com fluxo sanguíneo. Há 49 referências às mulheres.

Vista Panorâmica

Lucas é o evangelho mais longo e literário e apresenta Jesus como o homem perfeito que veio
buscar e salvar os pecadores. O livro pode ser dividido em quatro secções:

✓ A introdução do filho do homem (1.1-4.13);


✓ O ministério do filho do homem (4.14-9.50);
✓ A rejeição do filho do homem (9.51-19.27);
✓ A crucificação e ressurreição do filho do homem (19.28-24.53).

JOÃO

Jesus Como Filho de Deus

Introducao

O quarto evangelho apresenta como o eterno filho de Deus que ofereceu vida eterna a todos os
que nele cressem. Joao usa uma serie cuidadosamente escolhida de sete sinais para demosntrar
que jesus a e o cristo. Assim como uma mkeda tem suas faces, amabas validas, Jesus Cristo

19
igualmente tem duas naturezas, ambas validas. Lucas apresenta cristo em sua humanidade como
o filho do homem, joao o retrata em sua deidade como o filho de Deus. O proposito de jao e
nititamento criatalino: apresentar cristo em sua deidade.

Joao era evidentemente um dos galileus que seguiram josoa baptista ate serem chamados a
aseguir Jesus no inicio do seu miinstegrio publico (1.19-51). Estes galileus foram mais tarde
convocados a tornar-se discipulos do senhor em tempo integral (Lc 5.1-11). Jao estava entre os
doze homenms que foram selecionados opara serem apostolos (Lc 6.12-.16). depois da ascensaoi
de cristo, joao tornou-se um dos pilares da igreja em jerusaçlme, juntamente com tiago e pedro
(Gl 2.19). ele foi eventualmente exiladom pelos romanos, por certo tempo na ilha de patmos.

Jao foi escrito antes antes do ultimo dos evangelhos sinopticos (c.- 66-68 d.C.). as ters epistolas
e o apocalipse foram escritos depois deste evangelho, a provavel posicao desta obra e 60-90 d.C.
por esse tempo joao teria sido uma das ultimas testemunhas oculares vivas do senhor. Segundo a
tardicao joao escreve este evangelho em efeso. O autor deste evangelho se identifica apenas com
o discipulo a quem jesus a amou (13.23; 20.2; 21.7,20; cf. 19.26). seu conheciemnto da geografia
palestina e dos costumes judaicos evidencia que ele era um judeu natural da palestina, e sua
meticulosa atencao a numeros (2.6; 6.13, 19; 21.8, 11) e nomes (1.45; 3.1; 11.1; 18.10) indica
que ele fora uma tesremunha ocular.

Propósito

João apresenta Jesus como o divino Filho de Deus e escreve para fortalecer a fé da Igreja. Trata
da natureza e da pessoa de Cristo e do significado da fé nEle. O propósito do livro está
claramente definido nos vv. 30 e 31 do capítulo 20.

Joao selecionou os sinais que usou com o proposito apologetico de gerar conviccao intelectual
(para que creais) e espiritual (para que crendo tenhais vida) acerca do filho de Deus. O verbo
chave em joao e crer, o que reuer tanto conheciemnto (8.32; 10.38) quanto volicao (1.12; 3.19;
7.17). algumas das palvras chaves nesta apresentacao tematica de porcoes de vida de jesus são:
verdade, luz, trevas, palavra, conhecimento, crer, permanecer, amor, mundo, tedtemunha e
julgamento ou juizo.este evangelho não so e evangelistico, mas tambemse destina a edidicar os
crentes em sua fe e compreensao dos principios espirituais. Joao sem duvidas se familiarizou
com os evangelhos simoticos como um sumplemento espiritual aos outros. Enquanto os outros
evangelhos focalizam o ministerio exercido na galileia, jao se concentra no ministerio execercido

20
na judeia.

Dados Importantes

✓ Quase 93% do material contido em João é único. Por isso João é o evangelho suplementar,
escrito muitos anos depois dos sinóticos, acrescentando informações sobre a vida de Jesus.
✓ O livro de João é ocasionalmente chamado de O Livro dos Sete Sinais, já que o autor escolheu
sete sinais milagrosos para com eles revelar a pessoa e missão de Jesus.
✓ O evangelho de João destaca a divindade de Jesus Cristo, o Filho de Deus. É o evangelho que
declara mais diretamente as prerrogativas de sua divindade.
✓ A palavra crer, nas suas diversas formas, aparece mais de 100 vezes.
✓ É o evangelho que mais fala sobre o Espírito Santo, mais do que todos os outros juntos.

Vista Panorâmica

Este evangelho é naturalmente o mais simples e ao mesmo tempo o mais profundo dos
evangelhos, e para muitas pessoas o maior e mais poderoso. João escreve o seu evangelho com o
propósito específico de conduzir pessoas a vida espiritual mediante a fé na pessoa e obra de
Jesus Cristo. As cinco secções básicas deste evangelho são:

✓ A encarnação do filho de Deus (1.1-18);


✓ A apresentação do filho de Deus (1.19-4.54);
✓ A oposição ao filho de Deus (5.1-12.50);
✓ A preparação dos discípulos pelo filho de Deus (13.1-17.26); e
✓ A crucificação e ressurreição do filho de Deus (18.1-21.25)

Notas de reflexão:

Nesta lição procuramos entender a harmonia dos Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) estudando o
ministério de Jesus. Nestes livros percebemos que multidões foram atraídas pelos seus milagres. Após a
primeira multiplicação dos pães ele denunciou a motivação interesseira daqueles que queriam milagres e

21
comida, mas não demonstravam interesse pela saúde da alma e pelo pão da vida que era o próprio Jesus.
Os que estavam dispostos a fazer Jesus rei à força porque multiplicava pães (Jo. 6.14-15) ficaram
decepcionados e não seguiam mais a Jesus (Jo. 6.66). Mas os doze reafirmaram a confissão, mediante
Pedro (Jo. 6.67-69).

Os ensinos para nós são profundos. Deus pode, sim, resolver os nossos problemas temporais. Mas o
supremo objetivo do ministério de Jesus é nos conceder a vida eterna por meio dos seus ensinos, morte na
cruz, ressurreição e ascensão. Esta é a essência do reino de Deus. “Porque os gentios (pagãos) é que
procuram todas estas coisas (temporais); pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai,
pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt.
6.32-33).

Em suma, a vida e o ministério de Jesus ocupam o centro da história sagrada. Nele Deus se revela de
maneira plena e definitiva (Hb. 1.1-3). Nele convergem todas as coisas no céu e na terra (Ef. 1.9-10).
Todas as coisas foram criadas por ele e para ele e nele tudo subsiste (Cl. 1.15-17). Para ser o cabeça de
todas as coisas, Deus o deu à igreja, “a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas
as coisas” (Ef. 1.23).

Perguntas para Discussão e Oração

1. Qual é o propósito de cada evangelho?

2. Que relação cada propósito tem com a realidade da sua vida ou igreja?

3. Que atitudes de transformação deves tomar na sua vida ou igreja, de forma a adequar-se ao propósito?

ATOS

Expansão do Evangelho

22
Introducao

Atos narra em forma de cronica alguns dos eventos-chave na difusao do evangelho desde judeia
a samaria, siria e o restante do imperiol romano. O livro de atos, escrito por lucas, e a historia
dos homens e mulheres que levaram essa comissao a serio e passaram a difundir as novas de um
salvador ressureto aos recantos mais remotos dom mundo entao conhecido. Cada secao do
livro(1-7; 8-12; 13-28) focaçiza um destinatario especifico, uma personalidade-chave e uma fase
significativa na expensao da mensagem evangelica. Para as memorias deste livro luvas sem
duvidas seguiu o mesmo procediemnto de criteriosa investigacao que usou ao escrever o seu
evangelho (Lc. 1.1-4). Como companheiro intimo de paulo em suas viagens lucas teve acesso a
testemunhas oculares para os capitulos 13-28. E igualmente provavel que ele tivesse
oportunidade de entrevistar testemunhas-chave em jerusalem , como Pedro e Joao para as
informacoes contidas nos capitulos 1-12. Atos não peresnta nenhuma ideia de perseguicao sob
Nero (64 d.C.)da morte de paulo (68 d.C.) ou da destruicao de jerusalem (70 d.C.).

Propósito

O livro de Atos nos oferece o registro da expansão do cristianismo, desde o dia da descida do
Espírito Santo, no dia de Pentecostes, até a chegada de Paulo à Roma, para pregar o evangelho
na capital do mundo. É o registro da continuação das coisas que Jesus começou a fazer na terra.

Atos e o elo historico entre os evangelhos e as epistolas. Em virtude da forte enfase de lucas
sobre o minsterio do espirito santo, este livro deve ser comnsiderado de facto os atos do espirito
Santo operando em e atraves dos apostolos. Do prisma teologico Atos foi escrito para tracar o
desenvolvimemnto do corpo de Cristo na transicao de uma geracao primariamente judaica para a
memberesia predominantemente gentilica. Esta obra apologetica apresenta o cristianimso como
distinto do judaismo, mas tambem como seu cumprimento.

23
Dados Importantes

✓ O livro de Atos não pretende constituir uma descrição exaustiva de todos os


acontecimentos que se deram no desenvolvimento da Igreja primitiva. A principal
narrativa de Atos ocupa-se da missão que levou o evangelho através de Antioquia para a
Ásia Menor e daí para a Macedônia, Acaia e Roma.
✓ Os trinta anos de história coberto pelo livro foram anos importantes de transição. O
evangelho foi pregado, a princípio, apenas para os judeus e a maior parte da igreja era de
cristãos judeus. À medida que mais e mais gentios eram incluídos, a igreja foi se
distinguindo do judaísmo. Atos é a transição entre os evangelhos e as epístolas.
✓ O Espírito Santo é mencionado 70 vezes no livro, por isso é chamado por alguns de Atos
do Espírito Santo através dos Apóstolos.

Vista Panorâmica

Lucas começa o seu livro de Atos exatamente no ponto onde terminou o seu evangelho. Atos
registra o cumprimento inicial da Grande Comissão de Mateus 28.19-20, conforme traça o
nascimento e o crescimento da igreja do Novo Testamento (este crescimento padrão pode ser
visto em 1.15; 2.41, 47; 4.4; 5.14; 6.7; 9.31; 12.24; 13.49; 16.5; 19.20). Atos é um livro base de
transições: dos evangelhos as epistolas (história); do judaísmo ao cristianismo (religião); da lei a
graça (procedimento divino), dos judeus exclusivamente aos judeus e gentios (povo de Deus); e
do reino a igreja (programa de Deus). As profundas mudanças que ocorreram na cruz esperaram
cerca de uma geração para serem concretizadas (Atos cobre cerca de trina anos). Os três
movimentos de Atos seguem o seu versículo-chave (1.8):

✓ Testemunho em Jerusalém (1.1-8.4);


✓ Testemunho na Judeia e Samaria (8.5-12.25);
✓ Testemunho as partes remotas do mundo (13-28).

Notas de reflexão:

O Deus da revelação bíblica é missionário. Ele sempre toma a decisão de ir ao encontro do homem. Ele
enviou o Filho, apóstolo da nossa confissão (Hebreus 3.1). A palavra apóstolo significa enviado,
missionário, representante. São inúmeras as vezes em que Jesus se refere a si mesmo como o enviado do
Pai. Jesus enviou o Espírito Santo (Lc. 24.49; At. 2.33). Portanto, o Deus trino, revelado nas Escrituras, é
24
Deus missionário. E a igreja? Somos enviados por Jesus como ele foi enviado pelo Pai (Jo. 20.21). A
história missionária da igreja cristã que começou no Pentecoste prossegue até a volta do Senhor em glória.
Estamos inseridos nesta missão. Para nós, é privilégio e responsabilidade. A grande expansão começa com
as viagens de Paulo.

Perguntas para Discussão e Oração

4. Qual é o propósito deste livro histórico?

5. Que relação o propósito tem com a realidade da sua vida ou igreja?

6. Que atitudes de transformação deves tomar na sua vida ou igreja, de forma a adequar-se ao
propósito?

ROMANOS

Justificação Pela Fé

Propósito

Foi escrito para apresentar a doutrina cristã sistematicamente para uma igreja cristã que não foi
fundada por um apóstolo e preparar a igreja para a chegada de Paulo.

Paulo escreveu romanos com o fim de revelar o soberano plano divino da salvação (1-8), afim de
mostrar como os judeus e gentios fazem parte desse plano (9-11) e para exortá-los a viver de
forma justa e harmoniosa (12-16).

Paulo não escreveu romanos para discutir problemas específicos na igreja e sim, para preparar os
irmãos para sua visita há muito esperada aquela igreja estratégica (15.22-24). Ao escrever esta
carta Paulo esperava edificar os crentes de Roma em seu conhecimento e fé, e encorajar esta
igreja mista de judeus e gentios a trabalhar unida como um só corpo.

Palavra chave: os justos

25
Versículo chave: 1.16-17; 3.21-25

Capítulo chave: 6-8

Dados Importantes

✓ A origem da igreja de Roma é desconhecida.


✓ A preocupação de Paulo em apresentar sistematicamente a doutrina cristã é, bem
provável, porque esta igreja não tinha sido fundada por um apóstolo e havia a
necessidade de se doutrinar bem esta igreja.
✓ Romanos é o livro mais doutrinário da Bíblia. É a carta mais formal de Paulo. Ele
apresenta, de maneira sistemática a doutrina da justificação pela fé e as ramificações.
✓ Romanos foi o livro que mais influenciou a história da Igreja.

Contribuição a Bíblia

Romanos não foi a primeira das epistolas de Paulo, mas foi adequadamente posta no início do
corpus Paulino, não só porque se constitui a maior obra de Paulo, mas porque fornece um
fundamento doutrinal sobre o qual as outras epistolas são construídas. Paulo não passava de um
estranho para a maioria dos crentes romanos (dai a longa introdução), e não buscou refutar erros
específicos na igreja deles. Esta e primeiramente um epistola preventiva.

Cristologia

Paulo apresenta Jesus Cristo como o segundo adão, cuja justiça e morte substitutiva proveram a
justificação para quantos depositam nele sua fé. Sua morte e ressurreição são a base para
redenção, justificação, reconciliação, salvação e glorificação dos crentes.

Vista Panorâmica

O poeta Samuel Taylor Coleridge considerava romanos, “o livro mais profundo em existência”.
Martinho Lutero escreveu: “esta epistola é a principal parte do Novo Testamento e o evangelho
em sua maior pureza… ela jamais será lida ou ponderada em demasia; e, quanto mais é

26
compendiada, mais preciosa se torna e mais desejável fica”.

A teologia de Romanos é equilibrada pela exortação prática, porque Paulo vê a posição dos
crentes como base para sua prática. O tema da justiça que percorre todo o livro se reflete no
seguinte esboço:

✓ A revelação da justiça de Deus (1-8);


✓ A vindicação da justiça de Deus (9-11); e a
✓ A aplicação da justiça de Deus (12-16)

Propósito

A Primeira Epístola aos Coríntios foi escrita para corrigir divisões e sérios problemas na igreja
local e para responder à várias perguntas sobre ordem, culto, idolatria, liberdade, casamento,
dons espirituais, ressurreição e ofertas.

Os coríntios estavam destruindo o seu testemunho cristão em decorrência da imoralidade e


desunião. Paulo escreveu esta epistola como resposta corretiva aos relatos de problemas e
desordens entre os coríntios. Ela se destinava a refutar as atitudes e conduta inadequada e a
promover o espírito de união entre os irmãos em seu relacionamento e culto. A preocupação de
Paulo, como pai espiritual (4.14-15), era temperada com amor, e ele queria visita-los com vara
(4.21)

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Dados Importantes

✓ A igreja de Corinto, pela sua instabilidade, constituía um problema espinhoso para Paulo.
Composta em grande parte por gentios pouco familiarizados com os escritos do A.T. e
cujos antecedentes. Morais e religiosos eram o oposto exato dos princípios cristãos, era
preciso muito ensino para os levar à maturidade espiritual.
✓ Em seu conteúdo e estilo 1 Coríntios é a mais variada de todas as epístolas de Paulo. Os
assuntos abordados vão do cisma às finanças, do comportamento na igreja à ressurreição.
✓ A Igreja de Corinto era uma igreja com muitos dons, mas era uma igreja dividida, com
muita imoralidade e com muitos problemas.
✓ Destaques do livro:
• O exercício dos dons espirituais – capítulos 12 a 14
• A mais completa definição do dom de línguas – capítulo 14
• Apologia da ressurreição

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Contribuição a Bíblia

Esta epistola focaliza as questões básicas de carácter social, moral e espiritual. I Coríntios não
tem elegância retórica; é clara, enérgica e sem adornos. A fraseologia não é complicada. Embora
um tanto informal. I Coríntios faz diversas contribuições importantes à doutrina
neotestamentária. Isto é particularmente verdadeiro no tocante as doutrinas da igreja como um
organismo, ao papel dos dons espirituais e a ressurreição.

Nenhuma outra epistola focaliza melhor os problemas e as condições de uma igreja apostólica.
Mesmo que plantada e nutrida por Paulo pessoalmente, a igreja de coríntios estava saturada de
problemas de ordem social, espiritual e doutrinal. Esta foi uma carta difícil para Paulo escrever,
mas sua profunda sabedoria e perspicácia dominam o texto e revelam o paciente amor e
autocontrole do apóstolo.

29
Cristologia

Este livro proclama a relevância de cristo Jesus em cada área da vida dos crentes (1.30).

Palavra-chave: Correção

Versículos -Chave 6.19-20; 10.12-13

Capitulo-chave 13

Vista Panorâmica

Através dos empreendimentos missionários e outros, a igreja fora estabelecida em Corinto, mas
Paulo descobre ser muito difícil manter Corinto fora da igreja. O estilo de vida paga de Corinto
exerce profunda influência nos cristãos que vivem no seio dessa cidade corrupta – problemas de

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vários tipos grassam ali. As três divisões de 1 Corinto são:

✓ Resposta ao relato de Cloe sobre dissensões (1-4);


✓ Resposta ao relato sobre fornicação (5-6); e
✓ Resposta à carta contendo perguntas (7-16).

2 CORÍNTIOS

A Defesa de Paulo

Propósito

Foi escrito para defender a autoridade de Paulo como apóstolo e para agradecer aos crentes que
já tinham aceito sua autoridade.

Esta epistola expressa a alegria do apostólo no triunfo do genuíno evangelho em Corinto (1-7), e
reconhece a santa tristeza e o arrependimento da massa de crentes ali. Também insta com oc
coríntios a cumprir sua promessa de fazer uma contribuição liberal para os pobres entre os
cristãos da Judeia (8-9). Esta coleta não só assistiria aos pobres, mas também demonstraria a
preocupação dos cristãos gentílicos da macedónia e de Acaia com os cristãos judeus da Judeia,
revelando assim a unidade de judeus e gentios no corpo de Cristo.

A oposição expressa em 10-13 evidentemente consistia em judeus (palestinos ou helenistas;


11.22) que alegavam ser apóstolos (11.5,13; 12.11), mas pregavam um falso evangelho (11.4) e
estavam escravizando com a sua liderança (11.20). os capítulos 10-13 foram escritos para expor
obreiros fraudulentos e defender a autoridade dada por Deus a Paulo como apóstolo de Jesus

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Cristo.

Dados Importantes

✓ Paulo estava sofrendo calúnias e difamações que os seus inimigos lhe dirigiam onde quer
que pregasse.
✓ Algumas das acusações feitas pelos seus oponentes:
• Acusavam-no de andar segundo a carne – 10.2
• Não defendia sua dignidade aceitando o apoio das igrejas, antes se rebaixava
trabalhando – 11.7
• Diziam que ele não era um dos apóstolos originais, por isso, sem condições de
ensinar – 11.5; 12.11
• Atacavam seu caráter, dizendo quer era jactancioso (10.8, 15), enganador (12.16).
✓ É a carta que mais contém detalhes pessoais e autobiográficos de Paulo.

Vista Panorâmica

2 Coríntios descreve a anatomia de um apóstolo. A igreja de Corinto fora agitada por falsos
mestres que incitavam o povo contra Paulo, especialmente em resposta a 1 Coríntios, carta
disciplinar de Paulo. Por toda esta carta (2 Coríntios), Paulo defende sua conduta, carácter e
vocação apostólicos. As três secções principais são:

✓ Explicação de Paulo de seus ministérios (1-7);


✓ Coleta de Paulo para os santos (8-9);
✓ Defesa de Paulo de seu apostolado (10-13).

Cristologia

Cristo e apresentado como o conforto dos crentes (1.5), seu triunfo (2.14), seu senhor (4.5), sua
luz (4.6), seu juiz (5.10), sua reconciliação (5.19), seu substituo (5.21), seu dom (9.15), seu dono
(10.7), seu poder (12.9).

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Contribuição a bíblia

A mente de Paulo e proeminente em romanos, mas 2Corrintios revela o seu coração. Seu
caracter, motivos, prioridades, desejos, e emoções se expõem mais claramente nesta epistola do
que em qualquer outra. Em II Coríntios Paulo contrasta o antigo e o novo paco (3), explica a luta
na recepção do evangelho (4.1-7), fornece uma perspetiva própria do sofrimento de Cristo (4.8-
18), contribui com novas introvisões da ressurreição e juízo dos cristãos (5.1-13), descreve o
ministério da reconciliação e a dupla imputação de Cristo (5.14-21), afirma a importância da
separação dos caminhos do mundo (6.14-7.1), oferece a mais completa perspetiva bíblica da
doação crista (8-9) e expõe as estratégias de satanás (2.10-11; 4.4; 11.3, 13-15; 12.7).

Palavras-chave: defesa de Paulo e sua autoridade

Versículos-chave: 4.5-6; 5.17-19

Capítulos-chave:8-9

GÁLATAS

Liberdade em Cristo

Propósito

O apóstolo defendeu o evangelho e sua pessoa para fundamentar os gálatas numa liberdade cristã
que evita o legalismo.

As três secções principais revelam três propósitos com que gálatas foi escrita: os capítulos 1-2
foram escritos para defender a autoridade apostólica de Paulo, porque isto estabelece sua

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mensagem evangélica. Os capítulos 3-4 foram escritos para apresentar uma defesa teológica do
princípio da justificação pela fé em refutação ao falso ensino da justificação pela lei. Os
capítulos 5-6 foram escritos para mostrar que ser livre da lei não significa viver sem lei, como os
oponentes de Paulo alegavam.

Esta epistola mostra que o crente não mais está sujeito a lei, mas é salvo pela fé somente. Diz-se
que o judaísmo é o berço do cristianismo, mas também esteve bem perto da sua sepultura. Deus
levantou Paulo como Moisés da igreja cristã para livrar o povo desta escravidão. Gálatas é a
declaração da independência da cristã.

Dados Importantes

✓ Os judaizantes estavam ensinando que os cristãos tinham a responsabilidade de guardar a


lei mosaica: frequência à sinagoga, oferta de holocaustos, observação dos rituais e
alimentos proibidos e a circuncisão.
✓ A carta tem um tom severo. O erro dos gálatas era “extremamente perigoso”.
✓ Esta foi a primeira epístola escrita pelo apóstolo Paulo.

Vista Panorâmica

A epistola de Gálatas tem sido chamada de “Carta Magna da Liberdade Crista”. E o manifesto de
Paulo sobre a justificação pela fé e a liberdade resultante. Paulo dirige esta grande carta da
liberdade cristã a um povo que se dispõe a dar de graça a liberdade que possui em cristo. A
teologia opressiva de certos judeus legalistas tem levado os crentes da Galácia a negociar sua
liberdade em cristo pela escravidão da lei. Paulo escreve esta enérgica epistola para destruir o
falso evangelho das obras e demonstrar a superioridade da justificação pela fé. A polêmica
cuidadosamente escrita aborda o problema a luz de três diretrizes:

✓ O evangelho da graça defendido (1-2);


✓ O evangelho da graça explicado (3-4);
✓ O evangelho da graça aplicado (5-6).

Cristologia

Cristo libertou o crente da escravidão da lei (legalismo) e ao pecado (licenciosidade) e os pôs

34
numa posição de liberdade. A Cruz transforma prove p livramento do crente da maldição do
pecado, da lei e do eu (1.4; 2.20; 3.13; 4.5; 5.24; 6.14).

Contribuição a Bíblia

Embora gálatas e romanos tenham vários temas em comum, o tom polemico de gálatas contrasta
com o tom conciliador de romanos. Gálatas esta escrita na linguagem cortante do conflito, suas
palavras refletem a urgência da crise que tao rapidamente sobreviera aos crentes daquela região.
Evitando ate mesmo seu costumeiro agradecimento, Paulo se lança as suas censuras.

Palavras chave: livre da lei

Versículos-chave: 2.20-21; 5.1

Capítulo–chave: 5

EFÉSIOS

Andando em Cristo

Propósito

O apóstolo Paulo escreveu esta carta para motivar os crentes a viverem em amor e unidade no
Corpo de Cristo. Efésios não foi escrito para corrigir erros específicos numa igreja local, mas
para prevenir problemas na igreja como um todo, encorajando o corpo de cristo a buscar a
solidez nele. Foi também escrita para tornar os crentes mais cônscios de sua posição em Cristo.

35
Dados Importantes

✓ Vários fatores indicam que Efésios foi uma carta circular, um tratado doutrinário em
forma de carta, enviado às várias igrejas da Ásia Menor.
✓ Efésios é o único escrito do Novo Testamento em que a palavra igreja significa a igreja
universal, mais do que a igreja local.
✓ Efésios foi escrita depois de muitas igrejas terem sido fundadas e depois de Paulo ter a
oportunidade de meditar no significado do novo organismo que nascera.

Palavras-chave: edificando o corpo de Cristo

Versículos-chave: 2.8-10; 4.1-3

Capitulo-chave: 6

Cristologia

A importante frase de Paulo, em cristo ou equivalente, aparece cerca de trinta e cinco vezes mais
que em qualquer livro do novo testamento. O crente esta em cristo (1.1), nos lugares celestiais
em cristo (1.3), escolhido nele (1.4), adotado através de Cristo (1.5), no amado (1.6), redimido
nele (1.7), recebeu uma herança nele (1.11), recebeu esperança nele (1.12), esta selado nele
(1.13), vivo juntamente com Cristo (2.5), ressuscitado e sentado com ele (2.6), criado em Cristo
(2.10), aproximado pelo seu sangue (2.13), edificado em Cristo (2.21), participante da promessa
em Cristo (3.6) e tem acesso pela fé nele (3.12).

Contribuição a Bíblia

Diferentemente de Gálatas, que e uma carta muito pessoal e controversa, Efésios e formal e
impessoal em seu estilo e ausência do espirito controverso em seu tema. Muitos a consideram o
livro mais profundo do novo testamento.

36
Vista Panorâmica

Paulo escreveu esta epistola para tornar os cristãos mais conscientes de sua posição em Cristo e
para motiva-los a beber de sua fonte espiritual no viver diário. A primeira metade de Efésios
cataloga as possessões celestiais dos crentes: adoração, redenção, herança, poder, vida, graça,
cidadania, e o amor de Cristo. E assim, Efésios começa no céu, porém termina no lar e em todos
os demais relacionamentos da vida diária. As duas divisões são:

✓ A posição do cristão (1.1-3.21); e


✓ A prática do cristão (4.1-6.20).

FILIPENSES

Alegria

Propósito

Paulo escreveu aos filipenses para louvar a Deus pelo seu crescimento espiritual e encorajá-los à
unidade, alegria e amor no serviço a Cristo e no serviço um do outro.

Esta carta foi escrita para transmitir o amor e a gratidão de Paulo pelos crentes de Filipos e a
exorta-los a um estilo de vida nos moldes da unidade, santidade e alegria. Paulo evidentemente
desfrutava de um relacionamento afetuosos com a igreja filipense, talvez a sua favorita. Eles
foram mais sensíveis e ativos para com as suas necessidades financeiras do que qualquer outra
igreja (4.15-18; 2Co 8.11) e tudo indica que não havia maiores problemas em seu seio.
Filipenses não foi escrita por causa de alguma crise, senão para expressar a afeição de Paulo por
eles, a gratidão por sua oferta, o encorajamento concernente ao seu crescimento cristão, as
admoestações contra falso ensino e os pensamentos sobre suas circunstâncias pessoais. Paulo
comunicou aos filipenses as últimas noticias da sua prisão e o crescente ministério na
propagação do evangelho (1.12-20) e preparou-os para a ida de Timóteo e possivelmente dele

37
mesmo (2.19-24). Ele os advertiu sobre o duplo perigo do legalismo e do antinomianismo (3),
isto, porem, mais como medida preventiva do que corretiva. Em contrapartida, Paulo reconheceu
o crescente problema da desunião na igreja filipense e procurou corrigi-lo antes que se tornasse
grave.

Dados Importantes

✓ A notícia da prisão de Paulo reavivou o interesse e a simpatia dos filipenses (4.10-14),


que mais uma vez contribuíram com donativos para atenuar as suas necessidades.
✓ Filipenses é a carta mais afetuosa das escritas para as igrejas e a mais pessoal, sem
censura ou reprovações duras. Talvez fosse a igreja favorita de Paulo.
✓ Esta carta de regozijo foi escrita quando Paulo era prisioneiro em Roma.
✓ A palavra alegria aparece 16 vezes.

Palavras-chave: o viver e Cristo

Versículos-chave: 1.21, 4.12

Capitulo-chave: 2

Cristologia

A grande passagem da Kenosis e um dos vários perfis de Cristo nesta epistola. No capítulo 1
Paulo vê cristo como sua vida (para mim o viver e Cristo, 1.21). no capítulo 2 cristo e o modelo
da genuína humildade (tende em vos aquele sentimento que houve também em cristo jesus 2.5).
o capítulo 3 o apresenta como aquele que que transformara o corpo da nossa humilhação para ser
conforme ao corpo da sua gloria (3.21). No capítulo 4 ele e a fonte do poder de Paulo acima das
circunstâncias (posso todas as coisas naquele que me fortalece 4.13).

Contribuição a Bíblia

Esta carta afetuosa e informal verbaliza o amor de Paulo por um grupo de pessoas num grau sem
paralelo. Ela revela a verdadeira motivação e devoção de Paulo a causa do evangelho (Cap. 3).
Uma das palavras predominantes nesta epistola e a alegria ou regozijo, aparecendo dezesseis
vezes em seus quatro capítulos. Pelo poder de Deus Paulo foi capacitado a superar as
circunstâncias difíceis com alegria, e buscava a mesma coisa para os seus leitores filipenses.
Outras palavras significativas são atitude ou pensamento (usadas dez vezes) e evangelho (usada

38
nove vezes). A epistolam foi escrita para ilustrar a humildade pratica como um meio de fomentar
a união entre os crentes, mas ela e de fato um dos textos mais sublimes da escritura.
Condensadas nestes versículos estão profundas introvisões concernentes a preexistência,
encarnação, humilhação e exaltação de Jesus.

Vista Panorâmica

Filipenses é a carta de alegria e encorajamento em meio as circunstâncias adversas. Paulo


expressa livremente sua terna afeição pelos filipenses, aprecia seu consistente testemunho e
apoio, e amorosamente insiste com eles em centralizar suas acções e pensamentos em buscar a
pessoa e o poder de Cristo. Paulo também procura corrigir os problemas de desunião e rivalidade
(2.2-4) e prevenir os problemas de legalismo e antinomismo (3.1-19). Filipenses focaliza:

✓ A avaliação de Paulo de suas presentes circunstâncias (1);


✓ O apelo de Paulo ao cultivo da mente de Cristo (2);
✓ O apelo de Paulo ao cultivo do conhecimento de Cristo (3); e
✓ O apelo de Paulo ao cultivo da paz de Cristo (4).

COLOSSENSES

A Primazia de Cristo

Propósito

Esta epístola foi escrita para mostrar a primazia de Cristo em tudo e encorajar os Colossenses a
refletir Sua Supremacia em todas as áreas da vida.

O propósito de Paulo era refutar uma heresia ameaçadora que desvalorizava Cristo, fazendo uma
apresentação positiva de seus valores verdadeiros atributos e realizações. Um conceito correto de
Cristo e o antidoto para a heresia. Paulo também escreveu esta epistola com o fim de encorajar
os Colossenses a permanecer na fé, fundados e firmes (1.23), parapara que pudessem crescer e
produzir fruto no conhecimento de Cristo (1.10). uma firme adesão ao verdadeiro evangelho lhe
daria estabilidade e resistência as influências opositoras. O outro propósito que Paulo tinha em

39
mente esta refletido em 3.1-4.6. Paulo queria que os Colossenses entendessem as implicações da
preeminência de Cristo não só no tocante a doutrina, mas também no tocante a pratica. A
supremacia de cristo e um lado da moeda – a submissão a cristo e o outro.

Dados Importantes

✓ Paulo não tinha visitado esta cidade, pois escreveu que eles não haviam visto o seu rosto
(2.1).
✓ Talvez evangelizada durante o período em que esteve na Ásia, talvez por Timóteo e
Epáfras (1.7) que andavam em viagens de evangelização, enquanto Paulo pregava em
Éfeso.
✓ Heresia Colossense: Eles misturavam legalismo judeu com filosofias gregas e
misticismo oriental. Pontos específicos incluíam a observância do sábado, de dias de
festas e cerimônias, de leis alimentares, bem como o ritual da circuncisão, a adoração de
anjos e a prática do ascetismo.
✓ Esta heresia diminuía a pessoa de Cristo e enfatizava a filosofia humana. Por causa desta
heresia Paulo enfatiza a pessoa de Cristo como o Senhor da criação e Senhor da Igreja.

Palavras-chave: Preeminência de Cristo

Versículos-chave: 2.9-10, 3.1-2

Capitulo-chave: 3

40
Cristologia

Este e um livro singularmente cristológico. Centrado no cristo-cósmico – o cabeça de todo o


principado e potestade (2.10), o Senhor da Criação (1.16-17) e o autor da reconciliação (1.20-22;
2.13-15). Ele e a base da esperança do crente (1.5,23,27), a fonte do poder dos crentes para uma
nova vida (1.11,29), o redentor e o reconciliador dos crentes (1.14,20-22; 2.11-15), a
incorporação da plenitude da deidade (1.15, 19; 2.9), o criador e sustentador de todas as coisas
(1.16-17), a cabeça da igreja (1.8), o Deus-Homem ressurreto (1.18, 3.1) e o salvador todo-
suficiente (1.28; 2.3, 10; 3.1-4).

Contribuição a Bíblia

Colossenses se caracteriza por sua sublime cristologia: como o criador e redentor exaltado,
Cristo e central a toda a convicção e conduta. Paulo usa rica linguagem e ate mesmo redefine os
termos usados pelo movimento herético, enchendo-os de significados ortodoxos (por exemplo,
pleroma – plenitude e Gnosis - conhecimento).

Vista Panorâmica

Colossenses provavelmente é o livro mais cristocêntrico da Bíblia. Nele Paulo destaca a


preeminência da pessoa de Cristo e a completude da salvação que ele provê, afim de combater
uma crescente heresia que ora ameaça a igreja de Colossos. Esta heresia busca desvalorizar
Cristo, promovendo especulação, ritualismo, misticismo e ascetismo, Cristo, porém, o Senhor da
criação é o cabeça do corpo, e completamente suficiente para todas as necessidades espirituais e
práticas do crente. A última metade da epistola explora a aplicação destes princípios à vida
diária, porque a verdade doutrinal (1-2) deve produzir fruto na conduta pratica (3-4). Os dois
tópicos principais são:

✓ Supremacia de Cristo (1-2); e


✓ Submissão a Cristo (3-4).

41
1 TESSALONICENSES

Crescendo na Vida Cristã

Propósito

Esta carta foi escrita com 5 objetivos:

✓ Paulo queria expressar sua gratidão pela fé e amor deles, agora que ouvia de sua firmeza
em face da perseguição;
✓ Paulo se defendeu contra aqueles caluniosos que evidentemente tiveram origem na
oposição dos judeus. Ele lembra aos tessalonicenses sua conduta e motivos enquanto
esteve entre eles em refutação aos que alegaram ser um religioso charlatão e mercenário;
✓ Os tessalonicenses careciam de encorajamento e exortação para resistirem as tentações de
impureza moral e ao comportamento indolente;
✓ Paulo procurou dissipar sua ignorância no tocante a relação de mortos em Cristo.
✓ Paulo instruiu os tessalonicenses a respeito de seus líderes espirituais, sua conduta e seu
culto (5.12-22)

Dados Importantes

✓ O conteúdo desta carta enfatiza dois aspectos: louvor pela firmeza dos tessalonicenses
perante a perseguição dos judeus e a correção de certos erros e mal-entendidos que
tinham surgido no meio deles.
✓ É a primeira discussão mais detalhada da importante doutrina da escatologia.
✓ As passagens mais importantes são escatológicas como o arrebatamento da igreja (4.13-
18) e o Dia do Senhor (5.1-11).
✓ Cada capítulo termina com uma mensagem a respeito da volta do Senhor - 1.10; 2.19;
3.13; 4.13-18 e 5.23.

42
Palavras-chave: Santificação

Versículos-chave: 3.12-13; 4.16-18

Capitulo-chave: 4

Cristologia

Cristo é visto como a esperança da salvação dos crentes, tanto agora quanto em sua vinda.
Quando ele regressar, libertará (1.10; 5.4-11), galardoará (2.9), aperfeiçoará (3.13), ressuscitará
(4.13-18) e santificará (5.23) todos os que neles confiam.

Contribuição a bíblia

Este livro contém um das mais utéis e iluminadoras passagens bíblicas sobre o regresso do
redentor (4.13-5.11). Todos os cinco capítulos se referem a este grande evento: 1.10; 2.19; 3.13;
4.13-18; 5.1-11, 23. A pureza dos seus motivos, compaixão, e dedicação em suma seu
sentimentos mais profundos se manifestam nestas paginas.

Vista Panorâmica

Depois que Paulo foi obrigado a separar-se dos tessalonicenses, passou a preocupar-se cada vez
mais com o progresso de sua fé. Ao ouvir o relatório positivo de Timóteo, seu grande alívio o
inspirou a escrever esta afetuosa epistola de enaltecimento, exortação e consolação. Os
tessalonicenses são enaltecidos por permanecerem firmes sob as aflições, exortados a exceder
ainda mais em seu viver cristão e consolados com respeito aos seus amados que já havia morrido
em Cristo. As duas secções principais de 1 tessalonicenses são:

✓ Reflexões pessoais de Paulo acerca dos tessalonicenses (1-3); e


✓ Instruções de Paulo aos tessalonicenses (4-5).

43
2 TESSALONICENSES

O Dia do Senhor

Propósito

Os três propósitos de Paulo correspondem aos três capítulos:

1. O apóstolo queria aplaudir o seu continuo crescimento na fé e amor e os encorajar a


suportar a perseguição na convicção de que Deus defenderia seu nome e glorificaria os
que tivessem confiado em Cristo.
2. O segundo capítulo foi escrito para corrigir o ensino falaz de que o dia do Senhor havia
chegado. Este ensino, acoplado as aflições que eles estavam sofrendo, causava profundas
perturbações entre os crentes tessalonicenses que indagam quando sua reunião com ele
(2.1, cf. I Ts 4.13-18) se concretizaria. Paulo esclareceu que o dia do Senhor não os
surpreenderia (cf. I ts 5.4).
3. O erro doutrinal do capítulo 2 estava provocando um erro prático que Paulo procurou
destruir no capítulo 3. Alguns dos crentes abandonaram seu trabalho e começaram a viver
à custas dos outros, presumindo que o fim estava próximo. Paulo ordenou-lhes que
seguissem o seu exemplo, sustentando a si próprios, instruindo o restante da igreja a
discipliná-los caso não agissem assim.

44
Dados Importantes

✓ Muitos tessalonicenses estavam crendo que o Dia de Cristo se encontrava já perto - 2 Ts.
2.2
✓ Talvez a veemência com que Paulo pregara esta doutrina quando esteve em Tessalónica
tivesse produzido má compreensão da sua pregação ou do que ele tinha mencionado em
sua primeira carta.
✓ Paulo tratou de estabelecer critérios definidos mediante os quais os tessalonicenses
poderiam reconhecer a aproximação do Dia do Senhor:
• A apostasia - 2.1-3;
• A revelação do homem da iniquidade - 2.3;
• O afastamento “dAquele que o detém” - 2.6,7

Palavras-chave: a expectativa do dia do Senhor

Versículos-chave: 2.2-3; 3.4-5

Capitulo-chave: 2

Cristologia

A volta de Cristo é mencionada mais vezes no Novo Testamento (318x) do que em qualquer
outra doutrina. A volta do Senhor Jesus é uma esperança tranquilizadora e alegre, mas sua
revelação do céu contém pavorosas e terríveis implicações para aqueles que porventura não
confiaram nele (1.6-10; 2.8-12)

45
Contribuição a Bíblia

Esta é a mais breve das nove cartas de Paulo às igrejas, mas provê informação crucial acerca do
fim dos tempos e esclarece questões que de outra forma seriam muito obscuras. As duas
epistolas aos tessalonicenses juntamento com o discurso do Monte das Oliveiras (Mt. 24-25) e o
livro do Apocalipse formam os três maiores textos proféticos do Novo Testamento. Sua data
primitiva as coloca entre os primeiros livros neotestamentários escritos e revela que a doutrina
apostólica já se tornara um corpo estabelecido de verdades. Paulo se refere o seu ensino entre os
tessalonicenses como as tradições que eles haviam recebido (2.15, 3.6). Estas duas epistolas se
referem a quase todas as doutrinas centrais da fé cristã.

Vista Panorâmica

Paulo escreve esta breve carta com o intuito de corrigir o erro e também de estimular aqueles
crentes cuja a fé estava sendo testada pelas dificuldades da perseguição. Ele também reprova os
que decidiram parar de trabalhar para crerem que a vinda de Cristo estava chegando.
2Tessalonicenses trata:

✓ Do estímulo que Paulo oferece na perseguição (1);


✓ Da explicação que Paulo faz do dia do Senhor (2); e
✓ Da exortação que Paulo formula à igreja (3)

1 TIMÓTEO

Procedimento na Casa do Senhor

Propósito

Paulo escreveu esta carta para incentivar o jovem ministro Timóteo e adverti-lo sobre os falsos
mestres e instruí-lo acerca da administração (liderança, culto, ensino e disciplina) da Igreja.

46
Dados Importantes

✓ Depois da libertação da prisão em Roma, Paulo viajou com Timóteo, e este ficou em
Éfeso para resolver os problemas que haviam surgido ali, enquanto Paulo seguia para
visitar as igrejas da Macedônia.
✓ Paulo entrega a Timóteo o pastoreio de Éfeso, quando este tinha aproximadamente 30
anos.
✓ A organização da igreja aumentava em complexidade. Nesta carta Paulo estabelece as
qualificações dos líderes da igreja e revela os principais deveres de vários grupos da
igreja.
✓ Esta epístola é um manual de cuidados pastorais.
✓ Timóteo era uma pessoa que não tinha uma personalidade forte, era tímido (2 Tm. 1.6,7)
e era sujeito a problemas gástricos (1 Tm. 5.3). Lutava sempre com problemas de saúde.

47
Vista Panorâmica

As últimas três cartas registradas de Paulo, escritas no final de vida plena e frutífera, foram
endereçadas a seus representantes autorizados, Timóteo e Tito. Estas foram as únicas cartas que
Paulo escreveu exclusivamente a indivíduos e elas se destinam a exortar e estimular Timóteo e
Tito em seu ministério de solidificar as igrejas em Éfeso e creta. No século dezoito estas
epistolas vieram a ser conhecidas como as epistolas pastorais, embora não usem termos como
pastor, rebanho ou ovelha. Não obstante este título é apropriado a I Timóteo e Tito, visto que
focalizam a supervisão da vida eclesiástica.

As epístolas pastorais são ricas em princípios para a liderança e viver integro. Em sua primeira
carta a Timóteo, Paulo busca guiar seu mais jovem e menos experiente assistente na pesada
responsabilidade como supervisor da igreja de Éfeso e em outras cidades asiáticas. Ele desafia a
Timóteo para a tarefa desafiante que tinha diante de si: combater o falso ensino com a sã
doutrina, desenvolver liderança qualificada, ensinar a palavra de Deus e estimular a conduta
cristã. Esta carta se acha estruturada em torno de cinco instruções claras que encerram cada
secção (1.18-20; 3.14-16; 4.11-16; 5.21-25; 6.20-21):

✓ A instrução de Paulo concernente a doutrina (1);


✓ A instrução de Paulo concernente ao culto público (2-3);
✓ A instrução de Paulo concernente aos falsos mestres (4);
✓ A instrução de Paulo concernente a disciplina eclesiástica (5); e
✓ A instrução de Paulo concernente aos deveres pastorais.

2 TIMÓTEO

A Despedida de Paulo

Propósito

Paulo escreve para motivar o jovem e tímido pastor Timóteo no seu vigoroso e corajoso trabalho,
para adverti-lo acerca da apostasia presente e informá-lo acerca do martírio iminente.

48
Dados Importantes

✓ Quando Paulo escreveu esta carta ele se encontrava novamente preso em Roma.
✓ Paulo estava sofrendo na prisão, abandonado por muitos.
✓ Esta é a última das epístolas paulinas, contendo as suas últimas palavras, as últimas
vontades.
✓ É cheia de emoções, desafios, memória e amor.

Vista Panorâmica

Paulo ao escrever esta epistola final, sabe que seus dias terrenos estão rapidamente se escoando.
Preste a entregar suas pesadas responsabilidades, o piedoso apóstolo procura desafiar e fortalecer
o seu colega um tanto tímido, porém fiel, em seu difícil ministério em Éfeso. Esta é uma carta de
encorajamento que estimula Timóteo a permanecer firme no cumprimento de sua tarefa
divinamente designada. Aqui Paulo focaliza a necessidade de:

✓ Perseverar na provação atual; e


✓ Suportar a provação futura.

TITO

Ordem na Igreja

Propósito

Paulo dá várias instruções a Tito sobre o procedimento da Igreja, para ajudá-lo na grande
responsabilidade de estabelecer ordem na igreja e constituir líderes.

49
Dados Importantes

✓ Tendo saído de Éfeso, Paulo foi para a Macedônia e talvez navegasse para Creta, que
visitara na sua viagem para Roma. Nessa ocasião passou algum tempo ali, mas deixou
Tito atrás para completar o estabelecimento da igreja e retificar os seus erros.
✓ Paulo escreveu para Tito que estava pastoreando a igreja em Creta.
✓ A situação em Creta estava desanimadora. A igreja estava desorganizada e os seus
membros tinham um comportamento completamente descuidado.
✓ As perturbações em Creta tinham sido causadas pelo relaxamento moral dos cretenses
(1.12,13), acentuando-se por disputas acerca de fábulas e mandamentos judaicos
encorajados por um grupo de judaizantes (1.10), ímpios (1.16), rebeldes (1.10),
provocador de divisões (1.11) e mercenário (1.11).

Vista Panorâmica

Tito como 1 Timóteo foi escrita por Paulo após sua libertação da prisão romana e endereçada a
um colega a quem foi dada a tarefa de organizar e supervisionar uma grande obra como
representante apostólico. Paulo deixou Tito na ilha de Creta para pôr em ordem as coisas que
estão faltando e designar presbíteros em cada Cidade (1.5). Não muito depois da partida de Paulo
de Creta, ele escreveu esta carta para encorajar e assistir Tito em sua tarefa. Ela realça a sã
doutrina e adverte contra os que distorcem a verdade, mas também é um manual de conduta que
enfatiza as boas obras e o proceder correto de vários grupos no seio das igrejas. Esta epistola
apresenta duas secções principais:

✓ Designar presbíteros (1);


✓ Colocar as coisas em ordem (2-3).

FILEMOM

Perdão

Propósito

50
Esta carta foi escrita por Paulo para incentivar a Filemom a perdoar e restaurar seu escravo
Onésimo, como ilustração dos novos relacionamentos criados pelo evangelho.

Dados Importantes

✓ Onésimo, escravo de Filemom, que era um comerciante de Colossos, fugira com alguns
dos bens pertencente ao seu senhor e foi para Roma, para perder-se na multidão daquela
grande cidade. Entrou em contato com Paulo (não sabemos como foi) e se converteu (v.
10).
✓ Consciente da necessidade de compensar o mal que ele tinha feito, Paulo enviou
Onésimo de volta ao seu antigo senhor com esta nota, pedindo-lhe que fosse recebido e
perdoado por Filemom. Paulo concordou em compensar a perda financeira causada por
Onésimo (vv. 18,19).
✓ É uma carta completamente pessoal. É um livro mais prático do que doutrinário.
✓ Provavelmente a igreja de Colossos reunia-se na casa de Filemom (v. 2).

Vista Panorâmica

Sendo a mais breve das epistolas de Paulo (apenas 334 palavras no texto grego), Filemom, é um
modelo de cortesia, discrição e amoroso interesse pelo perdão de alguém que de outra forma
enfrentaria a sentença de morte. Esta carta diplomática e altamente pessoal pode ser dividida em
três componentes:

✓ Oração de gratidão por Filemom (vv. 1-7);


✓ Petição de Paulo por Onésimo (vv. 8-16);
✓ Promessa de Paulo a Filemom (vv. 17-25).

Notas de reflexão:

As viagens e os escritos do apóstolo Paulo lançaram as bases para a universalidade do evangelho e da


igreja de Cristo. A leitura atenta dos relatos históricos e das reflexões de Paulo geram a convicção de que
a igreja é missionária por natureza. Quanto à responsabilidade da missão, somos, como Paulo, devedores a
todos (Rm. 1.14-15). Para usar uma expressão de John Mackay, Paulo não é o teólogo que faz reflexões
teológicas abstratas, mas sim o teólogo que caminha com as pessoas abrindo-lhes os tesouros da revelação
e levando todos à reflexão capaz de ordenar as ações para que sejam coerentes com os princípios e valores

51
do reino de Deus. As cartas foram escritas enquanto fazia discípulos em suas viagens missionárias e
quando estava na prisão por causa do testemunho do evangelho. Paulo foi até ao fim um apaixonado pelo
reino de Deus e pela obra missionária. Muito embora Paulo seja o grande protagonista da história da igreja
em sua expansão, os outros apóstolos e outros servos deram contribuição decisiva para que o discipulado
por eles iniciado chegasse até nós.

Perguntas para Discussão e Oração

7. Qual é o propósito de cada carta Paulina?

8. Que relação cada propósito tem com a realidade da sua vida ou igreja?

9. Que atitudes de transformação deves tomar na sua vida ou igreja, de forma a adequar-se ao
propósito?

HEBREUS

Supremacia de Cristo

Propósito

Foi escrito para confortar os cristãos hebreus no meio da perseguição e para adverti-los contra o
abandono do cristianismo e volta ao judaísmo, mostrando a superioridade de Cristo.

As palavras perfeito e celestial, são proeminentes em descrever a superioridade da pessoa e obra


de Cristo. Ele oferece melhor revelação, posição, sacerdócio, aliança, sacrifico e poder. O
escritor desenvolve este tema com o fim de impedir que os leitores substituíssem a substância
pela sombra, abandonando o cristianismo e retrocedendo ao antigo sistema judaico.
Esta epistola foi igualmente escrita para exorta-los a cultivar a maturidade em Cristo e a
descartar o embotamento e a degeneração.

52
Dados Importantes

✓ Nos primeiros anos do cristianismo, judaísmo e cristianismo não eram consideradas duas
religiões separadas, sendo o cristianismo uma extensão do judaísmo.
✓ Após o incêndio de Roma (64 AD), Nero iniciou um massacre religioso, tendo os cristãos
como alvo.
✓ O cristianismo tornou-se uma religião proibida e seus membros passaram a viver
clandestinamente.
✓ O judaísmo, porém, gozava de liberdade e proteção do Estado.
✓ Na época em que esta carta foi escrita os judeus cristãos se viram tentados a abrigar-se
sob a proteção da religião legal - o judaísmo, a fim de evitar a perseguição que o
cristianismo estava sofrendo.
✓ O autor de Hebreus diz que ocultar-se atrás do judaísmo era o mesmo que apostatar.
✓ O autor exorta aos seus leitores a não voltar para o judaísmo e mostra a superioridade de
Cristo sobre todas as coisas.

Palavra chave: Superioridade de Cristo

Versículo chave: 4.14-16; 12.1-2

Capítulo chave: 11

53
Cristologia

Cristo é nosso Eterno Sumo Sacerdote segundo a orem de Melquisedeque. Ele se identificou com
o homem em sua encarnação e ofereceu nada menos que o sacrifício de si mesmo em nosso
favor. Hebreu apresenta Cristo como o Profeta, o Sacerdote, e o Rei Divino-Humano. Sua
deidade (1.1-3, 8) e humanidade (2.9,14,17-18). Ele é superior a tudo o que foi antes e oferece o
supremo sacrifício, sacerdócio e aliança.

Contribuição a Bíblia

Hebreus é caracterizada por um estilo preciso e erudito, elegantemente escrito e cuidadosamente


elaborado. Hebreus faz importantes contribuições doutrinais ao Novo Testamento, especialmente
em sua revelação do presente ministério sacerdotal de Cristo em favor do Crente. Ela desenvolve
a doutrina da obra expiatória de Cristo em relação a nova aliança.

54
Vista Panorâmica

Hebreus permanece isolada entre as epistolas neotestamentárias em seu estilo e abordagem, e é o


único livro neotestamentário cuja a autoria permanece um real mistério. Esta obra profunda
elabora uma defesa da superioridade de Cristo mediante um argumento no qual Cristo é
apresentado como o “melhor” em todos os aspectos. Em sua pessoa, ele é melhor do que os
anjos, Moisés e Josué; e em sua atuação ele proporciona melhor sacerdócio, aliança, santuário e
sacrifício.

Os leitores desta carta correm o risco de voltar ao judaísmo em face do sofrimento que começam
a experimentar por causa da sua fé em Cristo. Entretanto, ao agir assim, estão afastando-se da
substância em direção à sombra. Além da sua apresentação positiva da supremacia de Cristo, o
escritor intercala cinco advertências acerca do perigo de apostatarmos de Cristo (2.1-4; 3.7-4.13;
5.11-6.20; 10.19-39; 12.25-29). Estas advertências parentéticas incluem a vigilância contra a
negligência (2.1-4) e a rejeição (12.25-29). O escritor ainda faz o uso do Antigo Testamento para
demonstrar:

✓ A superioridade de Cristo (1.1-14.13) e da obra de Cristo (4.14-10.18), e aplica estas


verdades de uma forma prática com o fim de demonstrar:
✓ A superioridade de andar pela fé em Cristo (10.19-13.25).

TIAGO

Provas de uma Fé Genuina

Propósito

Tiago descreve as características de uma fé viva e genuína, para desafiar os leitores a se


examinarem e os encoraja a desenvolver uma fé santa e madura, uma fé que age.

55
O propósito desta obra não é doutrinal nem apologético, mas sim, pratico, ao tentar desafiar os
crentes a examinar a

✓ Qualidade de sua vida diária em termos de atitudes e atos. Uma fé genuína produzira
mudanças reais na conduta e no caracter de uma pessoa, e a ausência de mudança e
sintoma de fé morta.

Palavra chave: a fé que funciona

Versículo chave: 1.19-22; 2.14-17

Capítulo chave: 1

Cristologia

Tiago faze referencia ao Senhor Jesus Cristo (1.1; 2.1) e antecipa a vinda do Senhor (5.7-8). Esta
epistola retrata Cristo no contexto do judaísmo messiânico antigo.

Contribuição bíblica

Martinho Lutero teve uma visão turva de Tiago e a denominou epistola de palha. Tiago e Paulo,
são complementares, não contraditórios e esta epistola presume certo conhecimento dessas
doutrinas por parte dos leitores. Esta é uma epistola formal e as vezes severa, escrita
autoritativamente e recheada de imperativos (54 em apenas 108 versículos). Não obstante seu
uso liberal de meus irmãos (onze vezes) e meus amados irmãos (treze vezes) tempera a aspereza
com a cordialidade e a preocupação.

56
Vista Panorâmica

Tiago é um manual intensamente prático sobre a operosidade da verdadeira fé na vida diária.


Explora a conduta cristã a partir de diversas perspetivas e muda abruptamente de tópico para
tópico. A fé verdadeira persevera em meio às provações, resiste às tentações, obedece à palavra
de Deus, vence o preconceito, submete-se a Deus mais que aos prazeres mundanos, depende de
Deus mais que das riquezas e espera pacientemente pelo regresso do Senhor. A fé bíblica se
move do consentimento à acção; das palavras às obras.

Tiago é o “provérbio do Novo Testamento”, porquanto se acha escrito no estilo conciso e


moralista da literatura sapiencial. Tiago foi profundamente influenciado pelo Antigo Testamento
(especialmente por sua literatura de sabedoria) e pelo sermão do monte. A pregação emotiva de
Tiago, porém, contra a iniquidade e a injustiça socialmente lhe conquista o título de o “Amós do
Novo Testamento”. Eis o esboço aqui usado:

✓ O teste da fé (1.1-18);
✓ As características da fé (1.19-5.6); e
✓ O triunfo da fé (5.7-20).

1 PEDRO

Sofrimento/Consolação

Propósito

Esta carta foi escrita para encorajar e consolar os cristãos em meio de perseguição e sofrimento.

Sabendo que estes crentes estariam enfrentando perseguição mais do que antes, Pedro escreveu
esta carta com o fim de apresentar-lhes uma perspectiva divina destas provações de modo que
eles fossem capazes de suportá-las sem vacilar na fé. Eles não deveriam surpreender-se ante sua
provação, porquanto, Aquele que seguiam também sofrera e morrera (2.21; 3.18; 41, 12-14). Ao
contrário deveriam considerar um privilégio poderem participar dos sofrimentos de Cristo.

57
Pedro, portanto, os exorta a estarem certos de que suas dificuldades não eram causadas por seus
próprios malfeitos, mas por seu testemunho cristão. Eles não eram os únicos crentes que sofriam
(5.9), e deveriam reconhecer que Deus trás estas coisas à vida de seus filhos não como castigo,
mas como estímulo ao crescimento e a estatura de Cristo. Pedro queria destruir a atitude de
amargura e ansiedade e substitui-la pela dependência e confiança em Deus.

Dados Importantes

✓ No fim dos anos 60 AD, os cristãos já haviam se separado do judaísmo e eram


reconhecidos como um grupo diferente. A sua firme convicção em um Deus invisível e
num Cristo ressurreto despertava o desprezo do público.
✓ Quando as igrejas começaram a perceber esta mudança de atitude, sentiram-se
apreensivas quanto ao que lhes poderia suceder. Era-lhes impossível organizar a
resistência, pois, procedendo assim violariam o seu próprio princípio de obediência
pacífica ao governo e dariam apenas oportunidade para novas acusações.
✓ Quando Pedro escreveu esta carta estava levando os seus leitores a não se envergonharem
como cristãos. Todos deveriam suportar as suas provações tão corajosamente quanto
possível.

Cristologia

Esta epistola apresenta Cristo como exemplo e esperança dos crentes em tempos de sofrimentos
num mundo espiritualmente hostil. Ele é a base da viva esperança e herança dos cristãos (1.3-4),
e o relacionamento de amor que se obtém dele mediante a fé é fonte de alegria (1.8). Seu
sofrimento e morte proporcionam redenção a todos que confiam nEle. Cristo é o supremo Pastor
e Guardião dos crentes (2.25; 5.4) e, quando ele se manifestar, os que o conhecem serão
glorificados.

58
Contribuição a Bíblia

I Pedro é o Jó do Novo Testamento em virtude do seu tema de sofrimento imerecido e inabalável


submissão a soberania de Deus. Esta epistola com o sermão de Pedro em Atos 2, revela plena
familiaridade com o Antigo Testamento e o uso eficaz de seu conteúdo. Também se caracteriza
pela série de alusões as experiências pessoais de Pedro com Cristo e o potencial futuro de todos
os crentes em Cristo.

Vista Panorâmica

Pedro destina esta epistola aos “peregrinos” num mundo que se torna cada vez mais hostil contra
os cristãos. Estes crentes começam a sofrer por causa da sua posição em Cristo, e Pedro usa esta
carta para aconselhá-los e confortá-los, pondo em realce a realidade de sua viva esperança no
Senhor. Por permanecerem firmes na graça de Deus (5.12), serão capazes de suportar sua
“ardente provação” (4.12), sabendo que existe um propósito divino por trás de sua dor. Esta carta
prossegue através dos seguintes temas:

✓ A salvação do crente (1.1-2.12);


✓ A submissão do crente (2.13-3.12); e
✓ O sofrimento do crente (3.13-5.14).

2 PEDRO

Combate aos Falsos Mestres

59
Propósito

Pedro descreve as características do crente em crescimento e dos falsos mestres, para encorajar
um genuíno crescimento espiritual e para combater a falsidade na igreja, visando a chegada do
Dia do Senhor.

Dados Importantes

✓ O perigo que as igrejas estavam enfrentando era o da dúvida e dos erros resultantes dos
falsos ensinamentos dos seus dirigentes.
✓ A natureza deste desvio parece ser a negação da redenção e do senhorio de Cristo,
acrescentando-se a isto um abandono completo de todos os padrões morais e uma ousada
imposição de pontos de vistas pessoais que acompanhava a ignorância espiritual que
reinava no espírito dos membros das igrejas.

Vista Panorâmica

Pedro escreveu sua primeira epistola com o fim de estimular seus leitores a uma reação correta à
oposição externa. Sua segunda epistola focaliza a oposição interna provocada por falsos mestres,
cujas “heresias destrutivas” (2.1) podem seduzir os crentes ao erro e à imoralidade. Enquanto
primeira de Pedro fala do novo nascimento por meio da palavra viva, segunda de Pedro realça a
necessidade de crescimento na graça e no conhecimento de Cristo. Nesta carta entende.se que o
melhor antidoto para o erro é uma sólida compreensão da verdade. Segunda de Pedro divide-se
em três partes:

✓ Cultivo do carácter cristão (1);


✓ Condenação dos falsos mestres (2); e
✓ Confiança no regresso de Cristo (3).

1 JOÃO

Comunhão e Confiança

60
Propósito

Foi escrita para dar aos leitores crentes uma base firme como garantia de salvação e comunhão
com Deus e combater as heresias que estavam prejudicando essa segurança.

João queria que os seus leitores nutrissem a certeza da habitação de Deus por meio de sua
constante comunhão com ele (2.28; 5.13). A fé em Cristo precisa manifestar-se na prática da
justiça e do amor pelos irmãos, o que por sua vez produz alegria e confiança na presença de
Deus. Joao escreveu esta epistola com vista com o fim de encorajar este género de comunhão e
enfatizar a importância de reter a doutrina apostólica.

I João também foi escrita para refutar com vistas a refutar os destrutivos ensinamentos dos
gnósticos e destacar a realidade da encarnação e futilidade da confissão sem pratica. Estes
anticristos fracassaram em três testes: um viver justo, o amor pelos irmãos e a convicção de que
jesus e o cristo, o Deus homem-encarnado.

Introdução

Deus é Luz; Deus é amor; e Deus é vida. João desfruta de uma deliciosa comunhão como o Deus
de Luz, de amor e de vida, e ansiosamente deseja que seus filhos espirituais desfrutem da mesma
comunhão.

Deus é luz, portanto, para que nos engajemos na comunhão com ele, é preciso que andemos na
luz e não nas trevas. Quando andamos na luz, confessarmos regularmente nossos pecados,
permitindo que o sangue de Cristo nos purifique continuamente. Cristo age como o nosso
advogado de defesa perante o Pai. A prova de nosso andar na luz será a obediência aos
mandamentos de Deus, substituindo pelo amor qualquer ódio que porventura nutrirmos por
nossos irmãos. Os dois maiores bloqueios a impedir este andar serão: ceder a inclinação do amor
pelo mundo e a influência das fascinantes mentiras dos falsos mestres.

Deus é amor. Já que somos seus filhos, então devemos andar em amor. De facto, João diz que se
não amarmos, não conhecemos a Deus. Adicionalmente, nosso amor precisa ser prático. Amar
envolve mais que meras palavras; amar é acção. Amar é dar, não receber. O amor bíblico é
incondicional em sua natureza. É amar apesar de e não porque. O amor de Cristo preenche essas
qualidades e quando essa marca de amor nos caracteriza, então estaremos livres de auto
condenação e experimentaremos confiança na presença de Deus.

61
Deus é vida. Os que andam em comunhão com ele precisam possuir essa qualidade de vida. A
vida espiritual começa com o nascimento espiritual. O nascimento espiritual ocorre por meio da
fé em Jesus Cristo. A fé em Jesus Cristo infunde me nós a vida de Deus – a vida eterna. Portanto
aquele que anda em comunhão com Deus andará em luz, em amor e em vida.

Palavra-chave: comunhão

Versículos-Chave: 1.3-4; 5.11-13

Capitulo-chave: 1

Cristologia

O presente ministério de cristo e descrito nesta epistola (1.5-2.22). Seu sangue purifica
continuamente o crente de todo o pecado, e ele e nosso advogado justo na presença do pai. Esta
epistola poe particular enfase na encarnação de Deus o filho e na identidade de Jesus como o
Cristo (2.22; 4.2-3) em refutação a doutrina gnóstica. Jesus Cristo veio através da água e do
sangue (5.6); e era a mesma pessoa indivisível desde o princípio (seu batismo) ate ao fim (sua
crucificação) de seu ministério publico.

Contribuição a bíblia

As características comuns de uma carta (saudação, destino, congratulações, bênção) estão


ausentes em 1 de Joao, e alguns estudiosos a consideram um sermão transcrito. Há também uma
abundância de paralelismo antitético: luz versus trevas; verdade versus falsidade; amor versus
odio; amor pelo mundo versus a amor pelo pai; Cristo Versus Anticristos; Filhos de Deus versus
filhos do Diabo; Justiça versus pecado; Espírito de Deus versus espírito do Anticristo; vida
versus morte. 1 joao se caracteriza por sua única declaração autoritativa e severa denuncia do
erro, e, no entanto, o espírito de amor prevalece. O evangelho de joao e a primeira epistola são
obras complementares em seu conteúdo e propósitos (cf. 2.28; 5.13; Jo 20.30-31).

62
Dados Importantes

✓ O erro específico que 1ª João visava combater parece ter sido uma forma precoce de
gnosticismo.
✓ O gnosticismo era uma filosofia que se alicerçava na premissa de que o espírito é bom, a
matéria é má e que as duas coisas não podem ter uma relação duradoura mútua.
✓ A salvação consiste em fugir do domínio da matéria para o do espírito, através do
conhecimento.
✓ Esta filosofia conflitava com o cristianismo por causa da pessoa de Cristo. Como um
espírito infinito, puro, chamado Deus, pode relacionar-se com um corpo material?

Vista Panorâmica

João escreve sua primeira epistola numa época em que a doutrina apostólica estava sendo
questionada pela intensa proliferação de falsos ensinos. 1ª de João refuta as doutrinas erróneas e
estimula seus leitores a andar no conhecimento da verdade. João arrola os critérios e as
características da comunhão com Deus e mostra que aqueles que permanecem em Cristo podem
nutrir confiança e certeza na presença dele. Esta obra simples, porém, profunda desenvolve o
significado da comunhão segundo:

✓ As bases da comunhão (1.1-2.27); e


✓ O comportamento da comunhão (2.28-5.21).

2 JOÃO

A Verdade e os Falsos Mestres

Propósito

Foi escrito para recomendar à senhora e sua família e adverti-los sobre o perigo dos falsos
mestres.

Joao escreveu como um lembrete para que eles continuassem andando em obediência ao
mandamento de Deus de amor recíproco (exortação pratica, vv.4-6). Escreveu também como

63
advertência para que não se associassem nem recebessem os que não reconhecem a verdade
acerca de Jesus Cristo (exortação doutrinal, vv. 7.11).

Palavra-chave: evitar os falsos mestres

Versículos-Chave: 9-10

Introdução

Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe que não caia (1Co 10.12). Os destinatários eleitos e
seus filhos, obviamente mantinham essa posição. Joao exorta ao amor recíproco. O amor
recíproco e equivalente a andar de acordo com os mandamentos de Deus. Entretanto, joao indica
que este amor deve ser inteligente. Não e algo ingénuo, imponderado, o género de amor que se
oferece a tudo e a todos. O amor bíblico e uma questão de escolha; e arriscado e imprudente
vagar pela vida com uma amor sem discernimento. Muitos sãos os falsos mestres que não
reconhecem que cristo veio na carne. A senhora eleita deve guardar-se contra tal doutrina. Joao
ainda adverte a não receber em sua casa alguém que rejeite o ensino de Cristo, o qual ela
previamente aprendera. E falsa caridade abrir a porta a falsa doutrina. Devemos cultivar a
comunhão com Deus. Devemos cultivar a comunhão com os cristãos. Mas não devemos cultivar
a comunhão com os falsos mestres.

Cristologia

Nesta epistola joao refuta o mesmo erro relativo a pessoa de Cristo como fez em sua primeira
epistola. Uma vez mais enfatiza que aqueles que não confessam a jesus como vindo na carne (v.
7) são enganadores que devem ser evitados. Entretanto, aquele que permanece na doutrina de
cristo (v.9) mantem relacionamento com Deus.

Contribuição a Biblia

As três epistolas de Joao desenvolvem o tema de comunhão. A primeira focaliza a comunhão


com Deus; a segunda, a comunhão proibida com os inimigos da verdade; e a terceira a comunhão
com os arautos da fé.

64
Esta carta e o segundo livro mais breve da bíblia (3 Joao e ligeiramente mais breve), os primeiros
seis versículos sao positivos em natureza, mencionando verdade cinco vezes e amor quatro
vezes. A última metade da carta e uma advertência negativa, e estas duas palavras não são de
modo algum mencionadas. Se se considerar o ponto de vista literal de senhora eleita, então 2
Joao e o único livro bíblico destinado a mulher.

Dados Importantes

✓ Tinha havido um cisma em algumas igrejas, onde os partidários do erro se haviam


retirado para formar o seu próprio grupo.
✓ Alguns destes, porém, tinham-se transformado em ensinadores ambulantes que
procuravam penetrar nas igrejas menores, imaturas e fracas. Esta epístola contem
advertências contra eles.
✓ É o único livro da Bíblia endereçado a uma mulher.

Vista Panorâmica

Esta breve carta tem muito em comum com 1 João, inclusive uma advertência sobre o perigo dos
falsos mestres que negam a encarnação de Jesus. João estimula seus leitores a continuar andando
em amor, mas os exorta a cultivar o discernimento em sua expressão de amor. Verdade sem
Amor produz severidade autocrática; mas amor sem verdade conduz ao sentimentalismo cego.
Andar em amor não deve separar-se do andar em verdade (Ef. 4.15: “falando a verdade em
amor”), e os crentes não devem revelar-se hospitaleiros para com os falsos mestres que
distorcem a doutrina central do cristianismo – a pessoa e a obra de Jesus Cristo. 2 João se
divide em duas partes:

✓ Persistência nos mandamentos de Deus (vv. 1-6); e


✓ Afastamento dos falsos mestres (vv. 7-13).

3 JOÃO

65
Generosidade

Propósito

Foi escrita para incentivar a hospitalidade de Gaio para com os missionários e para condenar o
egoísmo de Diótrefes.

Cinco propósitos específicos podem ser destacados de seu conteúdo:

✓ Elogia gaio por seu apego a verdade e por sua hospitalidade aos emissários enviados por
joão (1-6a);
✓ Estimular Gaio a prosseguir em seu apoio a estes irmãos (6b-8);
✓ Repreender Diótrefes por sua arrogância e ma conduta (9-11);
✓ Expressar uma recomendação por Demétrio (12);
✓ Informar a Gaio que a intenção de joao era visita-lo e diminuir suas dificuldades (10a,
13-14).

Introdução

Em 1 Joao, o apostolo discute a comunhão com Deus; em 2 Joao, proíbe a comunhão com os
falsos mestres; e em 3 Joao, estimula a comunhão com os irmãos cristãos. Seguindo sua
expressão de amor por Gaio, joao assegura-lhe de suas orações por sua saúde expressa alegria
proveniente da persistência de Gaio em andar na verdade e da forma como ele mostra
hospitalidade e apoio aos missionários que tem vindo a igreja. A frase os encaminhas em suas
viagens significa proporcionar auxílio aos empreendimentos dos missionários. Inclusos nesse
auxílio estariam alimento, dinheiro, providencia de companhias e meios de viagem. Ao apoiar
esses homens que ministram em prol de cristo. Gaio se torna um cooperador da verdade.

Mas nem todos na igreja nutrem o mesmo sentimento. O coração de Diótrefes esta 180 graus
distante do coração de gaio. Ele não mais vive em amor. A soberba assumiu a precedência em
sua vida. Ele rejeitou uma carta que joao escrevera a igreja, temendo que sua autoridade viesse a
ser substituída pela do apostolo. Acusou igualmente joao de proferir palavras ruins e recusou-se
a aceitar seus missionários. Proibiu outros de faze-lo e ate mesmo os expulsaria da igreja caso
lhe desobedecessem. Joao usa este exemplo negativo como uma oportunidade para estimular

66
Gaio a continuar sua Hospitalidade. Demétrio tem dado um bom testemunho e ate poderia ser
daqueles que se afastaram de Diótrefes. Ele e amplamente conhecido por seu bom carácter e por
sua legalidade à verdade.

Dados Importantes

✓ Na época em que foi escrita esta carta, grande parte do ministério era desempenhado por
pregadores viajantes que faziam rondas periódicas, ficando algum tempo em cada grupo e
realizando “reuniões prolongadas” em residências particulares.
✓ Tal prática era facilmente susceptível de abuso por parte de oportunistas religiosos que se
serviam de seus privilégios para levar uma vida isenta de despesas às custas dos crentes.
✓ João louvou Gaio pelo seu simpático apoio destes pregadores viajantes, visto que não
recebiam contribuições dos gentios, junto de quem trabalhavam (vv. 5 e 8).
✓ O aparecimento de “ditadores da igreja” é refletido no comentário acerca de Diótrefes,
que não queria receber os visitantes, mas constantemente expulsava da igreja os crentes
que estavam dispostos a fazê-lo. (vv. 9 e 10).
✓ Gaio era um homem rico, provavelmente filho espiritual de João, Demétrio era um
mestre itinerante e Diótrefes um líder autoritário que estava rejeitando a autoridade e as
cartas do apóstolo João.

Palavra-chave: Comunhão com os irmãos

Versículos-Chave: 11

Cristologia

Ao contrário de 1 e 2 João, 3 João não faz menção ao nome de Jesus Cristo. O versículo 7,
porém, afirma por amor ao nome” uma referência indireta a nosso Senhor (cf. At. 5.41). O
conceito de verdade percorre esta epistola, e Cristo é a fonte e encarnação da verdade, como é
obvio a luz dos demais escritos de João.

Contribuição a Bíblia

Esta epistola é caracteristicamente Joanina, enfatizando os temas de amor, verdade e alegria, tapo
proeminentes no Evangelho e nas demais Epistolas de Joao. A Extensão, o estilo e o método de 2

67
e 3 Joao são muito semelhantes. Embora 2 e 3 joao não façam nenhuma contribuição doutrinária
a Bíblia, que não se encontre também em 1 João, elas fornecem importantes introspetivas da vida
e lutas da igreja no apagar das luzes da era apostólica. Mesmo as igrejas que se achavam sob o
cuidado do apostolo Joao eram constantemente ameaçadas pela doutrina e pela conduta
Heterodoxa

Vista Panorâmica

Esta carta é o mais breve livro da Bíblia, contudo é muito pessoal e vívida. Oferece um severo
contraste entre dois homens que reagem de forma oposta aos mestres itinerantes enviados pelo
apóstolo. O fiel Gaio reage com generosidade e hospitalidade, enquanto o infiel Diótrefes reage
com arrogância e oposição. Por isso João escreve esta carta com o fim de:

✓ Elogiar Gaio por andar na verdade (vv.1-8); e


✓ Condenar Diótrefes por andar no erro (vv. 9-14).

JUDAS

Batalha pela Fé

Propósito

Foi escrita para motivar os crentes a defender a pureza da doutrina e da vida cristã diante dos
ataques dos falsos mestres.

Esta epístola se preocupa intensamente com a ameaça dos mestres heréticos na igreja e a correta
reação dos crentes a tal ameaça. O conteúdo revela dois propósitos:

• Condenar as práticas dos libertinos impios que infestavam as igrejas e corrompiam os


crentes; e
• Aconselhar os leitores a permanecer firmes, crescendo em sua fé e defendendo a verdade.

Judas diz pouco sobre as doutrinas reais dessas “rochas ocultas”, mas e possível que
defendessem uma versão antinomiana de gnosticismo. Os leitores são estimulados a ajudar a
ajudar os que são desencaminhados por esses homens.

68
Palavras-chave: batalha pela Fé

Versículo chave: 3

Cristologia

Ao contrário daqueles que permanecem condenados por sua licenciosidade e negação de cristo
(v. 4), o crente e preservado em Jesus Cristo (v.1). judas diz a seus leitores: conservai-vos no
amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso senhor Jesus Cristo para a vida eterna (v. 21).
Ao mesmo tempo, porem, o senhor e poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos
ante sua gloria imaculados e jubilosos.

Contribuição a bíblica

Os que erram não devem ser perseguidos, e sim, resgatados com base na misericórdia. Embora
Tiago e Judas tivessem sido criados na mesma família com Jesus ambos humildemente falavam
de si mesmos como seus servos.

Uma das características desta epistola é seu farto uso de tríades de ideias. Exemplos podem ser
encontrados no v.1 (Judas, servo, irmão; chamados, santificados, preservados); v. 2.
(misericórdia, paz, amor); v. 5-7 (povo, anjos, os que não creram); v. 11(Caim, Balão, Coré); v.
22-23 (alguns, outros, eles); e v. 24-25 (antes, agora, para sempre). A carta em si naturalmente
sugere três divisões (1-4; 5-16; 17-25).

Muitos se preocupam com seu evidente uso de dois livros Pseudónimos do primeiro século. Isto,
porém, não significa que Judas estivesse com isso afirmando a autoridade desses livros; ele
apenas os usou afim de ilustrar um ponto, como fez Paulo quando citou poetas gregos Arato (At.
17:28), Manander (1Co15:33) e Epimênides (Tt 1.12)

69
Dados Importantes

✓ Parece que a segunda epístola de Pedro tinha passado pelas mãos de Judas e que ele se
sentiu impelido a escrever a respeito da apostasia que Pedro predissera e que já começava
a se manifestar na igreja.
✓ Judas menciona citações dos livros de Enoque e Ascensão de Moisés. Estes dois livros
foram produzidos no começo do primeiro século por escritores judeus que procuravam
defender os ensinamentos de suas seitas ou partidos, apelando para a autoridade dos
dirigentes do Antigo Testamento.

Vista Panorâmica

Um número surpreendentemente grande das Epistolas Paulinas e Não-Paulinas confronta o


problema dos falsos mestres, e quase todas fazem alusão ao tema. Judas, porém, vai além de
todas as demais epistolas neotestamentárias em inexorável e ardente denúncia contra os apóstatas
que “se introduzem furtivamente” (v.4). Com exceção de sua saudação (vv. 1-2) e doxologia (vv.
24-25), a epistola inteira revolve em torno deste alarmante problema. Esta urgente carta tem
quatro secções principais:

✓ Propósito de Judas (vv. 1-4);


✓ Descrição dos falsos mestres (vv. 5-16);
✓ Defesa contra os falsos mestres (vv. 17-23); e
✓ Doxologia de Judas (vv. 24-25).

APOCALIPSE

Consumação

70
Propósito

Foi escrito para motivar os leitores mediante a revelação de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus,
que há de vencer Satanás e todo pecado do mundo para o louvor da Sua glória. Os defensores de
varias correntes em relação ao propósito de apocalipse crem que ele foi escrito para assegurar
aos destinatários o triunfo fuinal de Cristo sobre todos os que se insurgiram contra ele e seus
santos.

Dados Importantes

✓ Este livro destinava-se às sete igrejas da província da Ásia, que já existiam há bastante
tempo e em que se verificara crescimento espiritual seguido de declínio. Nas cartas a
estas igrejas encontram-se indícios de que a perseguição ou era iminente ou já tinha
começado.
✓ Restam poucas dúvidas de que a Roma Imperial constituiu o modelo de poder do estado
que o Apocalipse retratou como inimigo da nação.

Escolas de Interpretação do Apocalipse

Apocalipse é o livro bíblico de mais difícil interpretação, e há quatro opções principais:

1. SIMBÓLICO OU IDEALISTA: afirma que apocalipse não é uma profecia preditiva e


sim um quadro simbólico do conflito cósmico de princípios espirituais. Assim o livro
fica divorciado da esfera histórica e posto exclusivamente na esfera das ideias.
2. PRETERISTA – (deriva da palavra latina praeter significa passado). Afirma que o
simbolismo do Apocalipse se relaciona com os acontecimentos da época em que foi
escrito. Nada no simbolismo dos selos, trombetas e taças tem qualquer relação com o
futuro. Nega o aspeto profético de apocalipse, limitando-o aos eventos do primeiro
século. É uma descrição de perseguição romana à igreja, do culto ao imperador e do
juízo divino sobre Roma.
3. HISTÓRICA – Afirma que o Apocalipse esboça de forma simbólica todo o curso da
história da Igreja, desde o Pentecoste até a segunda vinda de Cristo. Os símbolos
descrevem em sequência os grandes acontecimentos que tiveram lugar na história, isto é,
os selos são a dissolução do Império Romano, a erupção dos gafanhotos do abismo um
quadro das invasões maometanas. Cada acontecimento importante da história do
cristianismo era assim anunciado em termos amplos, de forma que o Apocalipse é como

71
um calendário prévio dos acontecimentos futuros.
4. FUTURISTA – Afirmam que os primeiros três capítulos se aplicam ao tempo em que o
livro foi escrito, ou então que as sete igrejas da Ásia representam sete épocas na história
da igreja. O restante do livro discute acontecimentos que terão lugar num período
chamado de Grande Tribulação, antes do regresso de Cristo. Segundo este ponto de vista,
o apocalipse foca o segundo advento de Cristo, que voltara em poder e gloria como juiz
de todos os que rejeitaram sua oferta de salvação.

Genericamente os proponentes dos primeiros três pontos de vistas são pós-milenistas ou


amilenistas, enquanto os futuristas são pré-milenistas. Os pós-milenistas crêem que a difusão do
evangelho conduzirá a uma época áurea de paz sobre a terra seguida do regresso de Cristo. Os
amilenistas crêem que a presente posição celestial dos cristãos é o verdadeiro milennium, não um
reino terreno. E os pré-milenistas crêem que os seis aparecimentos de mil anos (20.2-7) devem
ser tomados literalmente como a duração do reino terreno que Cristo estabelecerá entre o
segundo advento e a criação do novo universo.

Palavras Chave: revelação de Jesus Cristo

Versículos-chave: 1.19, 19.11-15

Capítulos-chave: 19-22

Cristologia

Este livro é deveras a revelação de Jesus Cristo (1.1) visto que vem dele e nele é centrado. Ele
começa uma visão de sua glória, sabedoria e poder (1). E descreve sua autoridade sobre toda a
igreja (2-3). É o cordeiro que foi morto e declarado digno de abrir o livro do juízo (5). Sua ira
justa é derramada sobre a terra (6-8) e regressa em poder para julgar seus inimigos e reinar como
Senhor sobre todos (19-20). Ele regerá para sempre a cidade celestial na presença de todos que o
reconhecem (21-22). As escrituras se encerram com esta promessa “eis que venho sem demora”
(22.7,12) “certamente venho sem demora”. Ámen. Ora vem, Senhor Jesus (20.20)

Contribuição a Bíblia

Apocalipse é uma combinação de literatura apocalíptica, profética e epistolar. Apocalipse


significa tirar o véu ou revelação. A forma de apocalipse é epistolar, com sua saudação (1.4-6),

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suas sete cartas pessoais (2-3) e sua bênção final (22.21). O simbolismo numérico aparece com
frequência: sete, número da completude ou perfeição aparece mais de 50 vezes. Este é um livro
divino que culmina na segunda vinda de Messias e no último juízo do grande trono branco.

Vista Panorâmica

Apocalipse está escrito na forma de literatura apocalíptica (cf. Daniel e Zacarias) por um profeta
(10.11; 22.9) e ele mesmo diz ser um livro profético (1.3; 22.7, 10, 18-19). Os três movimentos
principais nesta profunda revelação são captados em 1.19:

✓ “As coisas que vistes” (1);


✓ “As coisas que são” (2-3); e
✓ “As coisas que sucederão depois destas” (4-22).

Notas de reflexão:

As cartas não paulinas e Apocalipse, assim chamadas por causa do seu endereço, merecem também a
designação por causa do seu conteúdo. Desde que foram escritas têm sido um rico instrumento para a
edificação da igreja em todos os tempos e em todos os lugares. Devem ser lidas com meditação e oração.

Perguntas para Discussão e Oração

4. Qual é o propósito de cada carta/livro não Paulino?

5. Que relação cada propósito tem com a realidade da sua vida ou igreja?

6. Que atitudes de transformação deves tomar na sua vida ou igreja, de forma a adequar-se ao
propósito?

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SÍMBOLOS E TEMAS DOS LIVROS DO NOVO TESTAMENTO

Livros Símbolos Temas


Mateus Coroa na cabeça Jesus como Rei
Marcos Dedos ajoelhados na mão Jesus como servo
Lucas Embalando bebê Jesus como Filho do Homem
João Apontar Jesus como Filho de Deus
Atos Dedos espalhando Expansão/Propagação evangelho
Romanos Juíz dando sentença Justificação pela fé
1Coríntios Pináculo dividido Igreja Dividida
2 Coríntios Braços estendidos/mãos abertas A defesa de Paulo
Gálatas Braços quebrando algemas Liberdade em Cristo
Efésios Dedos andando na mão Andando em Cristo
Filipenses Dedo apontando sorriso Alegria
Colossenses Olhando para o céu A primazia de Cristo
1 Tessalonicenses Mãos explodindo Crescendo na vida Cristã
2 Tessalonicenses Apontar para o relógio O dia do Senhor
1 Timóteo Dedos cruzados formando pináculo Procedimento na casa do Senhor

2 Timóteo Mãos dando adeus A despedida de Paulo


Tito Bater nas costas Ordem na Igreja
Filemom Dedos fugindo do braço e voltando Perdão
Hebreus Braços estendidos para cima A supremacia de Cristo
Tiago Examinar jóia Provas de uma fé genuína
1 Pedro Lançar fardos dos ombros Sofrimento / Consolação
2 Pedro Mãos “socando” o ar Combate aos falsos mestres

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1 João Mãos cruzadas Comunhão e confiança
2 João 2 dedos separados/ 2 dedos cruzados A verdade e os falsos mestres
3 João Distribuindo moedas Generosidade
Judas Punho cerrado Batalha pela fé
Apocalipse Mãos formando globo Consumação

Referências

✓ BOA, Kenneth; WILKINSON, Bruce. Descobrindo a Bíblia. 1ª ed. São Paulo, Editora Candeia,
2000.

✓ NOGUEIRA, Carlos António. Explorando o mundo do Novo Testamento. Macia, Pv-Moz, 2018.

✓ QUINTELA DE SOUZA, Mathias. Conhecendo a minha Bíblia Novo Testamento. Londrina.


[2012?]

✓ DE A. R. Buckland; WILLIANS, Luckyn. Dicionário Bíblico Universal. 4 ed. São Paulo, Editora
Vida, 2007.

✓ BIBLIA. Português. Bíblia de estudo NVI. (Trad.) Gordon Chown. 3ª Ed., São Paulo, editora vida,
2000.

✓ BIBLIA. Português. Bíblia Shedd: análise e estudo da autoria de cada livro, esboços, notas
explicativas e homiléticas, referências, concordância, e mapas coloridas. (Trad.) Russel Shedd. 2ª
Ed., São Paulo, Vida Nova, 1997.

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