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INTRODUÇÃO
1
Pastor Eleazar Domini é formado em Teologia pelo Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia
– IAENE, é mestre em Interpretação e Ensino da Bíblia também pelo Seminário Adventista Latino-
Americano de Teologia – IAENE, tendo como orientador o Dr. Elias Brasil de Souza.
2
SANTO AGOSTINHO. A Virgem Maria: cem textos marianos com comentários. São Paulo: Paulus, 1996,
p. 11.
3
GARCIA PAREDES, Jose Cristo Rey. Mariologia. 3ª ed. Madrid: BAC, 2009, Cf. Inácio de Antioquia, Ephs,
19,1: PG 5,660A; SC 10,88.
O presente ensaio, tem como objetivo clarear esta questão, fornecendo uma visão
alternativa, um terceiro caminho interpretativo, não desrespeitoso, mas coerente e
responsável, procurando fazer uma análise séria de maneira que o caro leitor poderá,
ao fim da leitura, ajuizar as assertivas aqui propostas e chegar às suas conclusões
pessoais.
ENTRANDO NO ASSUNTO
Lucas 2:7
O primeiro texto a ser analisado é Lucas 2:7. Ali é dito que Cristo foi o primeiro filho de
Maria: “E deu a luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa
manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.” A palavra grega aqui
utilizada para primogênito é prostótokon, que deriva de protótokos, cujo significado
primário é primeiro nascido, primeiro filho. Quando se trata de um filho único a palavra
grega comumente empregada é monogegês, conforme aparece em Lucas 7:12 e 9:38.
Caso Jesus fosse o filho único de Maria, o mais coerente seria o uso do último termo e
não do primeiro, uma vez que não há uma necessidade informativa de que haja um
primeiro, caso não houvesse outros. O mais lógico, portanto, seria monogegês, assim
estaria enfatizado que Maria não teve outros filhos além de Jesus. Contudo, o uso do
termo prostótokon pressupõe o nascimento posterior de outro (s) filho (s).
Não há plena concórdia entre os comentaristas acerca desse texto, no que se refere ao
termo primogênito. O Word Biblical Commentary4 referindo-se a prostótokon afirma
que “a palavra não fornece nenhuma base para uma decisão concernente a possíveis
filhos mais tarde nascidos a Maria.” Em consonância com este pensamento, Champlim
afirma:5
Outros comentários vão numa linha diferente. O Novo Comentário Bíblico do Novo
Testamento diz: “A expressão filho primogênito indica que Maria teve outros filhos (Mt.
4
NOLLAND, John. Word Biblical commentary: Luke 1 - 9:20. Texas: Word Books, 1989. 35A . 520 p.
5
CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado: Versículo por Versículo. São Paulo: Candeia. v. 2.
2002.
1.25; 13.55; Mc. 3.31-35).6 Já o Comentário Bíblico Beacon7 apresenta uma visão em que
o termo primogênito necessariamente pressupõe que Maria teve mais filhos depois de
Jesus:
Além deste fato, Mateus 1:25 diz que José “não conheceu” Maria “até que deu à luz seu
filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus.” Aqui novamente é dito que Cristo foi o
primogênito de Maria, mas o fato interessante é que a expressão “não conheceu” é uma
referência ao ato conjugal, i.e., José não manteve relações sexuais com Maria até o
nascimento de Jesus, ou seja, ela era virgem até Cristo nascer, deixando claro que após
o nascimento eles mantiveram as relações conjugais.
Conforme mencionado na parte introdutória, há dois textos que legitimam a hipótese
de que Maria teve outros filhos depois de ter Jesus. Em realidade, os textos de Mateus
e Marcos que logo mais serão analisados, apenas são o alicerce, a parte inicial de um
estudo mais amplo onde outras passagens serão cruzadas até o alcance do objetivo
pretendido por este artigo.
Estas duas passagens apenas, não conseguem por si próprias serem contundentes
quanto ao fato de Maria ter outros filhos além de Jesus. Não obstante, elas trazem uma
informação clara de que Cristo possuía quatro irmãos além de outras irmãs:
6
RADMACHER, Earl D.; ALLEN, Ronald B.; HOUSE, H. Wayne (Ed.). O novo comentario biblico [do] Novo
Testamento. Tradução de Bruno Destefani. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2010. 843 p.
7
EARLE, Ralph; SANNER, A. Elwood; CHILDERS, Charles L. Comentário bíblico Beacon: Mateus a Lucas.
Tradução de Degmar Ribas Junior. 3. ed. Rio de Janeiro: CPAD, c2006. v. 6 . 509 p.
“Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago,
e José, e Simão, e Judas? E não estão entre nós todas as suas irmãs? De onde lhe veio,
pois, tudo isto?” Mat. 13:55-56
“Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de
Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele.” Mar. 6:3
Nestas passagens, de maneira clara, percebe-se que Jesus possuía quatro irmãos.
Entretanto, há os que argumentam tratar-se de primos, sendo eles filhos de Maria,
esposa de Clopas ou Cléofas, supostamente irmã de Maria, conforme interpretam o que
está escrito em João 19:25.8 Esta é uma análise precipitada e notoriamente tendenciosa,
uma vez que uma análise evangélico-textual, apurando-se os textos correlatos dos
quatro evangelhos, desconstrói esta hipótese, como ver-se-á adiante.
É válido salientar que a língua grega, por sua riqueza de vocábulos, tem uma palavra
específica para primo: anepsiós, como evidenciado em Colossenses 4:10. Os termos
adelphói ou adelphós encontrados nos textos que ora se analisa (Mateus 13:55-56 e
Marcos 6:3) não foram uma escolha pessoal do evangelista, como possa sugerir alguém,
que não pretendia ser categórico quanto ao fato de Cristo ter irmãos de sangue ou não,
mas uma constatação feita pelos críticos de Jesus, i.e., tais termos partiram daqueles
que pretendiam que Cristo não fosse o Messias prometido, uma vez que – como criam
– Ele era apenas mais um entre eles, pois conheciam sua mãe, irmãos e irmãs. O
evangelista apenas retratou com precisão a fala dos presentes. Portanto, o
reconhecimento da irmandade de Jesus, parte de uma constatação feita pelos
evangelistas de um episódio onde críticos de Jesus querem desmerecê-lo trazendo à
tona tais evidências e não meramente uma particular escolha de termos por parte dos
evangelistas.
Ademais, também é sabido que a consolidação da hipótese da eterna virgindade de
Maria se deu em 649 a.D., no concílio de Latrão:9
Para solidificar tal crença, os que assim a defendem, recorrem a uma exegese
comprometedora de Ezequiel 44:2 que diz: “O Senhor disse-me: Esse pórtico ficará fechado.
Ninguém o abrirá, ninguém aí passará, porque o Senhor, Deus de Israel, aí passou; ele
permanecerá fechado.” Não é propósito desse artigo analisar exegeticamente o texto de
Ezequiel. O que se pode dizer, de maneira reduzida, acerca do texto de Ezequiel é que ele não
tem absolutamente nada que ver com Maria. Tal interpretação é alegórica, forçosa, infundada
8
SÃO JERÔNIMO. Contra Helvidium, 14. In SANTO TOMÁS DE AQUINIO. Catena Aurea.
9
Concílio de Latrão, Cânon 3. Denzinger, 255, 649.
e desrespeita o estilo literário do livro como também o pensamento primário pretendido pelo
autor do mesmo. Uma análise hermeneuticamente respeitosa, tendo em consideração o
contexto imediato da perícope, não permite qualquer alusão a Maria. Contudo, Ambrósio de
Milão concluiu:10
Que porta é esta senão Maria, que permanece fechada por ser virgem?
Portanto, esta porta foi Maria, através da qual Cristo veio a este mundo graças
a um parto virginal, sem romper os claustros fecundos da pureza. Permaneceu
íntegro em seu pudor e se conservaram intactos os selos da virgindade,
enquanto nascia Cristo de uma Virgem cuja grandeza não podia sustentar o
mundo inteiro. Esta porta – disse o Senhor – há de permanecer fechada e não
se abrirá. Bela porta: Maria, que sempre se manteve fechada e não a abriu!
Passou Cristo através dela, mas não abriu.
O evento da crucifixão relatado nos evangelhos traz uma riqueza muito grande
concernente ao assunto em pauta, pois, uma análise comparativa permite identificar as
personagens que estavam ao pé da cruz, bem como certas nuances, para citar, a
identificação de alguns parentescos existentes ali. A exceção é o livro de Lucas, que não
se detém nos pormenores, ou peno menos neste pormenor em particular, que é a
informação das pessoas que estavam presentes ao pé da cruz.
1. Mateus 27:56
“Entre as quais estavam Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos
filhos de Zebedeu.”
Apesar de o verso anterior salientar que havia muitas mulheres presentes ao longe
contemplando a cena da crucifixão, o autor destaca três delas mais próximas, ao pé da
cruz:
Maria Madalena Maria mãe de Tiago e José A mãe dos filhos de Zebedeu
10
Apud: Carlos Martins Nabeto. A Fé Cristã: Coletânea Citações Patrísticas. Vol. 3: Maria, os Anjos e os
Santos. 1 ed. São Vicente, 2007. Pág. 33.
2. Marcos 15:40
“E também ali estavam algumas mulheres, olhando de longe, entre as quais também
Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé.”
O texto de Marcos é sinótico ao de Mateus. Entretanto, há acréscimo nas informações,
o que vai enriquecendo o conhecimento e a compreensão da passagem.
Numa justaposição entre as passagens, já se apreende que a mãe dos apóstolos Tiago e
João, esposa de Zebedeu, chamava-se Salomé.
3. João 19:25
João, pelo fato de ter estado ao pé da cruz nos momentos agonizantes de Cristo,
acrescenta ainda mais detalhes às descrições acima apresentadas.
“E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas,
e Maria Madalena.”
Aqui, encontra-se certa dificuldade interpretativa. A depender de onde esteja a vírgula,
tem-se três mulheres ou quatro. Grande parte dos comentaristas enxergam quatro
mulheres na cena da crucifixão.
Ex. 1: “E junto à cruz de Jesus estava sua mãe (1), e a irmã de sua mãe (2), Maria mulher
de Clopas (3), e Maria Madalena (4).”
Ex. 2: “E junto à cruz de Jesus estava sua mãe (1), e a irmã de sua mãe, Maria mulher de
Clopas (2), e Maria Madalena (3).”
O problema com esta última visão é o fato de ser pouco provável que duas irmãs
possuíssem o mesmo nome: Maria. Neste caso, a maioria dos comentaristas entendem
tratar-se de quatro mulheres e não três, com o acréscimo de Maria, mulher de Clopas
que não aparece nos textos de Mateus e Marcos.
O motivo desse artificio de tradução é que os revisores devem ter pensado que
seria extremamente difícil que numa única família, houvesse duas irmãs com o
mesmo nome — Maria. E, posto que nos manuscritos originais não foram
usados sinais de pontuação, bastaria ser posta uma vírgula (que no caso agiria
como substituta da conjunção “e”) antes de Maria, mulher de Clopas, para que
houvesse o mesmo efeito de distinção. Assim se poderia distinguir a irmã de
Maria de “Maria, mulher de Clopas”. A bem da verdade, é necessário que se
diga que a primitiva versão siríaca peshito também inseria a palavra “e” após a
palavra “irmã”, o que serve para mostrar-nos que desde bem cedo, na história
da interpretação do texto sagrado, essa passagem era aceita como a indicar a
presença de quatro mulheres, e não de três somente, ao pé da cruz. 11
Talvez a maior dificuldade entre boa parte dos teólogos e comentaristas é que eles só
conseguem enxergar Maria, a mãe de Jesus, no relato de João. Para eles, a Maria mãe
de Tiago e de José, é outra pessoa, não a mãe de Cristo. Quiçá porque a maior
preocupação dos mesmos seja fazer a análise comparativa apenas entre os relatos da
crucifixão: Mateus 27:56, Marcos 15:40 e João 19:25, deixando de lado os relatos de
Mateus 13:55-56 e Marcos 6:3.
11
CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado: Versículo por Versículo. São Paulo: Candeia. v. 2.
2002.
Por que só essas quatro mulheres são mencionadas aqui em 19.25 não foi
revelado. Não é improvável que tivessem com ele um relacionamento mais
estreito do que as outras mulheres. Assim sendo, por exemplo, a mãe de Jesus
é mencionada, e também a mãe dos filhos de Zebedeu (que eram discípulos de
Jesus, pertencentes ao círculo dos três mais chegados). Uma comparação entre
a lista fornecida por Mateus e a de Marcos pareceria indicar que o nome da
mãe de Tiago e João era Salomé.
Não podem os aceitar a teoria de acordo com a qual João menciona somente
três mulheres. Se isso fosse verdade, as duas irmãs (a mãe de Jesus e sua irmã)
teriam o mesmo nome (Maria). Além disso, neste caso, João, embora
mencionando nominalmente a mãe de Jesus, iria não simplesmente mencionar
o nome de sua irmã, como também informaria aos leitores que ela m antinha
o mesmo relacionamento com Cléopas (sendo provavelmente sua esposa).
Isso não é de modo algum razoável. O mais provavelmente correto é a ideia de
que “a mãe dos filhos de Zebedeu” e “Salomé” e “a irmã de sua mãe” eram a
mesma pessoa.
Pode até ser que as três listas sejam idênticas com um a única exceção, ou seja,
que João acrescenta a mãe de Jesus (sem mencioná-la pelo nome). Se isso for
verdade, chegam os à seguinte harmonia;
A mãe de Jesus.
Sua irmã, que segundo Marcos era Salomé, mãe de Tiago e do autor do Quarto
Evangelho.
Maria, a mulher de Cléopas. Ela - se essa harmonia estiver correta - é a mãe de
Tiago, o Menor, e de José.
M aria Madalena.
Deve-se enfatizar, não obstante, que esta síntese, embora provável, não pode
ser provada. 12
João é o único evangelista que menciona a mãe de Jesus nesta ocasião; sua
narrativa é que está por trás do hino Stabat Mater (A mãe parada junto à cruz),
do século treze. Do modo como a frase está disposta é difícil saber se João
menciona três ou quatro mulheres; Maria, mulher de Clopas poderia ser a irmã
da mãe de Jesus ou outra pessoa. Se, porém, juntamos a informação de João
com a outra sobre as mulheres que estavam “observando ao longe”, em Marcos
15.40s. e Mateus 27.55s., podemos concluir que a irmã de Maria era Salomé
(mãe dos filhos de Zebedeu), e que Maria, a mulher de Clopas, era a mãe de
Tiago, o menor, e de José. Em nenhuma passagem João se refere à mãe de Jesus
pelo nome, talvez para evitar confusão com outras mulheres com o nome
Maria. De acordo com Egesipo, um escritor da Palestina do segundo século,
Clopas era irmão do carpinteiro José e pai do Simão que se tornou
líder da igreja de Jerusalém depois que Tiago, o justo, foi apedrejado. Maria
Madalena (Magdala era uma cidade no lado ocidental do Lago da Galiléia, cerca
de cinco quilômetros ao norte de Tiberfades) consta das narrativas da paixão
nos quatro evangelhos.13
Como proposto no início deste artigo, será apresentada abaixo uma terceira
interpretação, tendo em consideração não apenas os relatos da crucifixão, mas traçando
12
HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: João. São Paulo: Cultura Cristã, 2004. 956.
13
BRUCE, F. F. João: introdução e comentário: Série cultura Bíblica. São Paulo: Vida Nova, 1987.
uma linha comparativa entre os textos evangélicos de Mateus 13:55-56 e Marcos 6:3
com os relatos contidos Mateus 27:56, Marcos 15:40 e João 19:25, levando-se
principalmente em conta o fato de haver uma “Maria, mãe de Tiago e José” que estava
ao pé da cruz, coadunando com a informação de que Jesus era filho de Maria e que tinha
pelos menos dois irmãos com os nomes Tiago e José. Nos vários comentários e demais
literaturas pesquisadas para produção desse artigo, não foi encontrado um único livro
ou artigo que forneçam uma visão similar ou que se aproxime do pensamento aqui
defendido: de que a “Maria, mãe de Tiago e José”, que aparece na cena da cruz em
Marcos 15:40 e Mateus 27:56 é a mesma Maria que é citada em Marcos 6:3 e Mateus
13:55-56, i.e., a mãe de Jesus.
A essa altura, Tiago era o grande líder da igreja de Jerusalém (12.17), contado
até mesmo entre os apóstolos (G1 1.19). Era irmão de Jesus e, quando o Senhor
Jesus ressuscitou, apareceu-lhe pessoalmente (I Co 15.7). Tiago era uma coluna
da igreja (G1 1.19), tão constante na oração que seus joelhos eram duros como
os de um camelo, de tanto ajoelhar-se para orar. Tiago foi o moderador dessa
assembleia, por isso, logo após o relato dos missionários tomou a palavra e
pediu que os irmãos o ouvissem (15.13).
Como líder da igreja de Jerusalém e presidente do concílio, Tiago assume a
tarefa de se dirigir ao plenário e formular uma decisão que contasse com a
aprovação de toda a assembleia. Quando Tiago fala à assembleia, ele
literalmente tem a última palavra. 15
Não há dúvidas de que Tiago era irmão de Jesus: “E não vi a nenhum outro dos
apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor.” Gal. 1:19
Assim, remata-se que Jesus era irmão de sangue de Tiago e de José por parte de mãe. É
possível que os demais irmãos citados em Marcos 6:3, i.e., Judas e Simão, fossem, de
fato, filhos de José de um outro casamento, tendo em vista a possibilidade de ele ser
viúvo antes de casar-se com Maria.
CONCLUSÃO
14
HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: exposição de Atos dos Apóstolos. São
Paulo: Cultura Cristã, 2003. Vol. 2. 686.
15
LOPES, Hernandes D. Atos: A ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012. 511.
Zebedeu e mãe de Tiago e João, os discípulos chamados por Jesus de “filhos do trovão”,
a relação parental entre Cristo e eles era a de primos. Esta posição parental oferece luz
ao relato da cruz onde Cristo nomeia João, seu primo, como aquele que deveria cuidar
de sua mãe até a morte dela. Prevendo o futuro e sabendo que João (talvez o mais novo
dos apóstolos) viveria muitos anos, considerando o parentesco existente e a ausência
de um outro parente (filho) ali naquele momento, é que Cristo toma tal decisão.