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1
“A assistência social, direito do cidadão
e dever do Estado, é Política de
Seguridade Social não contributiva, que
prove os mínimos sociais, realizada
através de um conjunto integrado de
ações de iniciativa pública e da
sociedade, para garantir o
atendimento às necessidades
básicas”.
SUMÁRIO
2
Bolsa Família, Educação e Cidadania no Brasil Democrático.........................................................1
Agencia Estado. Secretaria de Educação quer certificação para professor. In: Estadao, [São
Paulo], 2009. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/geral/not_ger335723,0.htm>.
Acessado em: 13 de Abril de 2009.................................................................................................42
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME. IDF – Índicede
Desenvolvimento da Família. In: MDS, [Brasília], [200-?]. Disponível em:
<http://www.mds.gov.br/servicos/fale-conosco/bolsa-familia-1/gestor-tecnico-municipal/idf-
indice-de-desenvolvimento-da-familia/>. Acessado em: 20 de Abril de 2009...............................43
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME. MDS em
Números. In: MDS, [Brasília], [200-?]. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/servicos/fale-
conosco/bolsa-familia-1/gestor-tecnico-municipal/idf-indice-de-desenvolvimento-da-familia/>.
Acessado em: 20 de Abril de 2009.................................................................................................43
1. INTRODUÇÃO
3
atualmente no Brasil. Para tal propósito, serão comparadas as regiões nordeste e
sudeste, mais especificamente os estados de São Paulo e Bahia. Estes estados foram
escolhidos através da avaliação de seus índices de desenvolvimento humano (IDH), os
quais apresentam uma grande disparidade, e também em razão do vasto contingente
de informações que se encontra disponível. A comparação de dados tão diferentes tem
como vantagem a visualização mais clara dos extremos encontrados claramente na
observação da situação socioeconômica e educacional de nosso país.
4
5
2. METODOLOGIA
6
percebida pelos entrevistados.
1
Economista. Atualmente desenvolve estudos sobre distribuição de renda, pobreza, mercado de
trabalho, dedicando-se também à formulação e avaliação de programas sociais.
2
Sociólogo pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade no Rio de Janeiro
7
Através do site do jornal O Estado de São Paulo (OESP), foram levantados
dados estatísticos sobre a qualidade do ensino publico e desempenho dos alunos em
avaliações, como o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São
Paulo (SARESP), tornando possível o acesso a estudos que mostram a relação entre os
professores e a qualidade do ensino nas instituições públicas e também sobre as taxas
de escolaridade e a qualidade do ensino. Este tipo de informação é essencial para
entender que tipo de fatores tem influência sobre a qualidade da aprendizagem e
avaliar se o Programa Bolsa Família proporciona algum deles.
8
3. DESENVOLVIMENTO
Desde os anos 80 há, no Brasil, uma discussão sobre oferecer ajuda a famílias
pobres e indigentes do país. Até então, essa ajuda era feita de forma indireta,
oferecendo cestas básicas, por exemplo. Porém havia denúncias de corrupção devido à
centralização das compras em Brasília, além de desvio de mercadoria por causa da
falta de controle logístico.
O Bolsa Família surgiu a partir do “Bolsa Escola”, que foi criado em Campinas
em 1994, no Distrito Federal em 1995 e implantado pelo governo federal em 2001. Em
2002 havia muitos programas sociais que já beneficiavam milhões de famílias
brasileiras, por exemplo: “Bolsa Escola”, do Ministério da Educação, “Auxílio Gás”, do
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Ministério de Minas e Energia e “Cartão Alimentação”, do Ministério da Saúde.
É importante lembrar que o Programa tem tido uma ótima taxa de aprovação
nas classes sociais mais baixas, sendo que das pessoas entrevistadas na E. E. Irmã
Annette, recebendo entre 20 e 120 reais, 71% dos beneficiários acreditam que o
Programa Bolsa Família deveria receber nota 10, ou seja, encontram-se satisfeitos com
o modelo adotado e os benefícios recebidos.
3
http://www.mds.gov.br/bolsafamilia/o_programa_bolsa_familia/criterios-de-selecao
10
pessoas que anteriormente recebiam o Bolsa Escola, mas que com a mudança no
Governo do Estado de São Paulo, foram chamados a se recadastrarem e perderam
seus benefícios. Esses fatos podem ser justificáveis quando não se cumpre de fato as
condicionalidades ou não a família não se encaixa no perfil do Programa, mas pode
também sinalizar falhas estruturais que acabam por ocasionar o não atendimento de
diversas famílias necessitadas.
11
3.2 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
4
Doutor em Filosofia, é professor titular da Universidade Federal do Ceará (UFC).
5
Professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
12
BRASIL – NÚMERO DE
INDIGENTES – 2004 A 2007
Ano Número de Indigentes
2004 14223623
2005 12215785
2006 10363032
2007 10754453
Fonte: IBGE
No mesmo período, a região que mais se destacou pela queda desta taxa é a
nordeste, apesar de que ainda concentra a maior proporção de indigentes no país,
cerca de 2 milhões de pessoas conseguiram sair da linha de indigência. O estado com
maior redução de indigentes foi a Bahia, onde 300 mil pessoas deixaram de ser
incluídas nessa linha.
REGIÃO NORDESTE –
NÚMERO DE INDIGENTES –
2004 A 2007
Ano Número de Indigentes
2004 7392584
2005 6534815
2006 958361
2007 5809736
Fonte: IBGE
13
REGIÃO SUDESTE –
NÚMERO DE INDIGENTES –
2004 A 2007
Ano Número de Indigentes
2004 4048353
2005 3326069
2006 2761507
2007 2598977
Fonte: IBGE
14
3.3 ASPECTOS ECONÔMICOS
O Programa Bolsa Família, que tem como objetivo redistribuir renda para as
famílias pobres, está causando mudanças em diversos índices do Brasil, como por
exemplo, no de Gini e de IDH.
A classificação utilizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV- RJ) para separar
a sociedade em “classes” é a partir da renda familiar:
6
Silvia Maria Schor: Economista, professora da FEA-USP, pesquisadora da Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas (FIPE). Especialista em distribuição de renda, desigualdade e pobreza.
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Classe Faixa de Dinheiro (R$)
Ae B A partir de 4.591,00
(Elite)
C Entre 1.064,00 e
(Média) 4.591,00
D Entre 768,00 e 1.064,00
(Remedi
ado)
E Até 768,00
Fonte: Fundação Getúlio Vargas
A taxa de pobreza, medida por uma renda per capita equivalente a meio salário
mínimo local (cerca de US$ 6,5 por dia), caiu de 39,4% da população em 2003 para
30,3% em 2007. Isto se deve a fatores já citados, como o crescimento econômico, a
existência de programas de redistribuição de renda, a aumentos na renda do trabalho,
principalmente do salário mínimo e ao declínio do desemprego.
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A condição de pobreza representa uma dificuldade de subsistência causada
pelos baixos níveis de renda da família. (...) Essa condição normalmente vem
acompanhada de uma relativa dificuldade das pessoas para acessar bens e
serviços. A dificuldade de acesso aos serviços bancários básicos, como a
abertura e manutenção de conta corrente, revela uma dimensão da
desigualdade brasileira. Até 2007, havia apenas 7,6 milhões de contas especiais
de depósito à vista abertas no Sistema Financeiro Nacional.7
Muitas são as razões para que tal projeto seja implementado junto ao Programa
Bolsa Família. Primeiramente, o cartão do PBF só permite o saque integral do
benefício, sem possibilitar que as famílias beneficiárias tenham acesso a outros
serviços bancários. Mesmo sendo pobres, as famílias do PBF poupam e
necessitam de crédito, empréstimo e outros serviços financeiros. Como não têm
fácil acesso a instituições financeiras formais, as famílias buscam esses
serviços com pessoas conhecidas ou em instituições informais e, por isso,
arcam com custos financeiros mais altos.8
O benefício seria, então, recebido direto no cartão da Caixa. Cabe ressaltar que
abrir a conta não é uma obrigação, nem interfere nas condicionalidades. Por não ser
obrigatória, abrir a conta traz alguns benefícios, tais como: realização gratuita de até
quatro saques por mês; consulta ao saldo da conta; emissão gratuita de até quatro
extratos por mês; depósito de valores; pagamento por meio de débito nos terminais de
7
Guia de Inclusão Bancária do Bolsa Família para Gestores Municipais, 1ª Edição. Junho de 2008
8
Inclusão Bancária dos Beneficiários do Bolsa Família – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome
17
auto-atendimento das agências; transferência de valores entre contas da Caixa ou para
outros bancos; pagamento de faturas com débito automático; compras no comércio
local com débito direto na conta; acesso a crédito e a seguros, dependendo de
avaliação do gerente da Caixa.
TRATAMENTO DA FAMÍLIA NO
LOCAL ONDE MORA APÓS O
BOLSA FAMÍLIA (%)
Freqüência %
Mudou 1222 41,6
para
Melhor
Não 1701 58
Mudou
Nada
Mudou 12 0,4
para
Pior
Total 2935 100
Fonte: DataUFF/mar.2006
CRÉDITO COM OS
COMERCIANTES DO BAIRRO
APÓS O PROGRAMA BOLSA
FAMÍLIA (%)
Freqüência %
Sim 967 33,1
Não 901 30,1
Não 1052 36,6
Compra a
Crédito
Total 2920 100
Fonte: DataUFF/mar.2006
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O Índice de Desenvolvimento da Família (IDF) é um indicador que mede o grau
de desenvolvimento das famílias, apurando o grau de vulnerabilidade de cada família
do Cadastro Único (CadÚnico), bem como analisar um grupo de famílias ou mesmo o
total de famílias do município. O IDF varia entre 0 (zero) e 1 (um) e, quanto melhores as
condições da família, mais próximo de 1 (um) será o seu indicador.
·Vulnerabilidade;
·Acesso ao conhecimento;
·Acesso ao trabalho;
·Disponibilidade de recursos;
·Desenvolvimento infantil e
·Condições habitacionais.
19
3.4 CONDICIONALIDADES
9
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - Condicionalidades
20
Bolsa Família10:
10
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – Condicionalidades – Advertências e
Sanções
21
3.4.1 Fiscalização
3.4.1.1 Saúde
1º Semestre
1º Semestre Evolução
Gestantes 2005 2008 (%)
22
Segundo os dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, é possível notar a
dificuldade por parte do governo em relação ao acompanhamento das
condicionalidades, principalmente durante o ano em que o programa foi implantado.
Levando em consideração o número de famílias e crianças acompanhadas pelo
governo, conclui-se que de 99% dos beneficiários fiscalizados cumprem realmente as
condições, mas esta porcentagem se refere a apenas cerca de 60% do total de
beneficiários.
23
3.4.1.2 – Educação
3.4.2 Falhas
24
beneficiários continuem recebendo a ajuda mesmo depois de falecidos ou depois de
terem saído da faixa de pobreza. A outra possibilidade é a presença de fraudes. Entre
as famílias dentro do programa que possuíam automóveis, 19 mil possuíam carros
avaliados em mais de 10 mil reais. Uma delas declarou que possuía uma renda mensal
de 35 reais per capita, mesmo possuindo sete caminhões avaliados em 756,4 mil reais.
Esse número de beneficiários ilegais pode parecer pouco perto dos 11 milhões
de famílias que recebem a ajuda, mas se cada um deles receber cerca de 100 reais,
estaríamos pagando a eles, todos os meses, cerca de 11 milhões de reais por mês, por
estarem mortos, por terem carros ou por terem sido eleitos.
A fim de facilitar a presença dos pais nas reuniões, poderão ser fornecidos a
condução e horários flexíveis para que eles não encontrem nenhum empecilho em
relação ao acompanhamento de seus filhos.
25
3.5 O CONSUMO DAS FAMÍLIAS BENEFICIÁRIAS
3.5.1 Classificações
26
3.5.2 Influência na Composição do Orçamento Familiar
Com a pesquisa realizada na escola Irmã Annette M. F. M., foi constatado que o
benefício do PBF é usado principalmente na compra de material escolar (26,5%) e
alimentos (23,2%). Esses itens são seguidos por saúde (15%), moradia e vestuário
(8,3%), transporte, lazer e cultura (6,6%), eletrodomésticos (3,3%) e finalmente cursos
e investimentos e negócios próprios (1,6%).
3 0
2 6 , 2
A lim e n t o s
2 5 2 3 S a ú d e
M a t e r ia l E s c o la r
2 0 T r a n s p o r t e
1 5 M o r a d ia
1 5
E le t r o d o m é s t ic o s
L a z e r e C u lt u r a
1 0 8 , 2 8 , 2
6 , 5 6 , 5 C u r s o s
N e g ó c io P r ó p r io
5 3 , 2
1 , 61 , 6 V e s t u á r io
27
Também na pesquisa de campo da E.E Irmã Annette, não diferentemente do
esperado, os gastos com alimentação foram apontados como consumidores de grande
parte do benefício. Isso porque o programa assiste famílias de baixíssima renda que
ainda necessitam de uma grande complementação alimentar. Portanto, se o foco for
direcionado a aumentar os gastos com materiais escolares, outros gastos educacionais
e gastos com cultura e educação, talvez seja necessário associar essas famílias a
programas públicos de assistência alimentar.
Dentre estas características, é possível notar que famílias cujo chefe tem mais
de 12 anos de estudo respondem por 40% dos gastos culturais de todas as famílias,
entretanto o número de famílias com este tipo de característica é 89% menor do que o
resto das famílias. Isso significa que a escolaridade dos chefes de uma família
influencia de forma muito forte no orçamento destinado à cultura.
28
respondem por apenas 10% do dispêndio cultural, enquanto os 10% mais ricos gastam
o correspondente a 40% dos gastos totais com cultura.
29
3.6 EDUCAÇÃO
3.6.1 Alfabetização
Porém, para que tudo isso ocorra, é necessário que a educação chegue a todos
de forma equilibrada, e o ensino seja de boa qualidade. Os programas de redistribuição
de renda acabam por terem a função de promover essa igualdade, ao exigir como
condição a presença das crianças na escola. Entretanto, só ir à escola não funciona. É
preciso se interessar e querer aprender também. Esse interesse deve partir,
primeiramente, de dentro de casa, das famílias, que devem incentivar à criança, porém
essas famílias não tiveram a mesma oportunidade, então não dão o devido valor. E
deve partir também da própria escola, que tem que conseguir manter a criança atenta lá
dentro. Mas, mais uma vez, para isso é necessário que o ensino seja bom.
Essa péssima qualidade do ensino pode ser notada nos índices de alfabetismo
funcional da população. Analfabeto funcional é o indivíduo que sabe ler e escrever, mas
não possui as habilidades de leitura e escrita necessárias para viabilizar seu
desenvolvimento pessoal e profissional.
31
que estimulem a inteligência, o raciocínio lógico, que o problema será resolvido. E o
resultado disso é a grande quantidade de analfabetos funcionais com diploma. E muitos
desses “formados” serão professores e a qualidade continuará ruim. Pois se não houver
uma boa formação, não haverá ótimos profissionais no mercado de trabalho, não só
professores.
O que se verifica é que incentivos financeiros não faltam. O que está faltando é
incentivo educacional. Tudo isso reflete nos dados encontrados de alfabetismo
funcional, coletados por pesquisas no IPM. Como dito anteriormente, a escolaridade da
população brasileira vem aumentando significativamente: a parcela de pessoas com no
máximo quatro anos de estudo caiu de 37,9% para 33,6%, e a parcela com ensino
médio ou superior subiu de 35,5% para 40,8%, ambos no período de 2002 a 2005.
Porém, esse aumento da escolaridade não significa um resultado positivo em termos de
alfabetismo funcional. Este até está diminuindo, mas de uma forma lenta, que ainda
deve ser melhorada, como pode ser visto nos seguintes dados, analisando por faixa de
escolaridade:
32
O estudo também mostra que o nível de escolaridade das mulheres é superior ao
dos homens. Nota-se isso principalmente nos níveis de escolaridade mais baixos. Elas
têm mais habilidade em letramento, enquanto eles em numeramento. Isso se deve à
maior prática que os homens possuem no mercado de trabalho. Em 2005, das pessoas
que estavam trabalhando, 77% era homem e 51% era mulher.
Diante de tudo isso, desse fato concreto, surge diversas questões: o brasileiro
sabe ler e escrever? Sabe matemática? O que os déficits educacionais da população
representam em termos de exclusão social? A escola está conseguindo cumprir a
função de garantir a todos os conhecimentos básicos necessários à inserção no
mercado de trabalho? A escola é a única responsável pela situação? Que outras
condições são necessárias para que as pessoas realmente desenvolvam a aproveitem
ao longo da vida as habilidades que adquirem na escola? Até que ponto os brasileiros
tidos como alfabetizados conseguem entender o conteúdo daquilo que lhes é passado
pela imprensa, pela mídia, pelas próprias pessoas mais “cultas”? Será que os
programas de distribuição de renda, o Bolsa Família, estão mesmo ajudando a
melhorar o nível de aprendizado e diminuir o analfabetismo funcional? Será que com a
formação que o ensino público está dando, as pessoas adquirem cultura, consciência
para poder exercer sua cidadania?
33
problemas sociais, como má distribuição de renda, déficits de escolarização, falta de
recursos materiais e humanos, má formação de profissionais, falta de bibliotecas, de
acesso à informática, Internet, etc. Ou seja, diante de todo esse quadro, percebe-se
que o Bolsa Família não tem um efeito direto em tudo que conduz o indivíduo à sua
formação profissional e pessoal e, consequentemente, ao exercício de seus direitos e
deveres como cidadão brasileiro.
Além disso, a própria lei não favorece a qualidade do ensino, já que ela exige
apenas que o professor tenha o segundo grau completo, isso para a educação infantil e
para o ensino fundamental de 1ª a 4ª série. E em todo o país, mais de 600 mil
estudantes tem aulas com professores que só concluíram o ensino fundamental.
34
educacional brasileiro. Essa prova é aplicada em todos os estados da federação, e
então, é possível analisá-la de modo comparativo.
35
MédiasdeProficiênciaemLínguaPortuguesa- 4ªsérieE.F. - EscolasUrbanasEstaduais
Brasil, RegiõeseEstados
1995- 2005
Brasil, Regiões e
Dif
Unidades da 1995 1997 1999 2001 2003(I) 2005(II)
(I) e (II)
Federação
Brasil 187,9 183,9 167,5 163,3 170,7 173 2,3
Norte 172,3 169,4 159 156,2 159,3 162,6 3,3
Rondônia 170,7 170,1 159,9 158,5 156,9 166,7 9,7
Acre 163,4 160,7 153 - 156,2 179 13,8
Amazonas 175,4 170,5 164,7 162,2 159,2 161 1,8
Roraima 181,7 160,6 161,9 - - 163,2
Pará 170,8 169,9 159,7 157,6 159,1 162,4 3,3
Amapá 163,6 166,2 161,4 - 154,9 156,9 2
Tocatins 177,6 172,1 149,7 145,4 - 161,2
Nordeste 176,3 172,9 154,5 148,2 155,7 157,4 1,7
Maranhão 160,1 169,7 153 151,4 160,5 163,2 2,6
Piauí 169,4 181,5 151,6 153 153,6 148,4 -5,2
Cerá 176,6 172,1 146,2 151,4 - 162,3
Rio Grande do Norte 172,8 166,9 149,4 138,9 144,5 142,7 -1,8
Paraíba 165,5 177,2 166 153,9 156,4 156,7 0,3
Pernambuco 166,8 165,9 154,8 142,3 154 152 -2
Alagoas 180,7 171 156,4 154 156,8 155,4 -1,4
Sergipe 175,9 172,5 152,5 148,9 157 163,7 6,7
Bahia 185,8 176,7 158,2 148,2 156,8 161,6 4,8
Sudeste 192,7 190,8 174,1 169,9 176,3 181,4 5,2
MinasGerais 202,4 217,7 180,2 177,6 178,9 189,4 10,5
Espirito Santo 179,9 169,3 167,9 166,2 168,8 181,4 12,6
Rio de Janeiro 182,9 166,7 168 168 168,3 175 6,6
São Paulo 190,6 182,3 172,9 166.9 176,8 177,9 1,1
Sul 195,3 191,6 177,5 176,4 184,3 182,4 -1,5
Paraná 203,7 213,8 183,8 180,1 190,6 193,8 3,1
SantaCatarina 189,7 191,8 175,6 172,6 179,6 179,5 -0,1
Rio Grande do Sul 194,8 181,9 176,8 177,6 185,9 183,2 -2,7
36
MédiasdeProficiênciaemMatemática- 4ªsérieE.F. - EscolasUrbanasEstaduais
Brasil, RegiõeseEstados
1995- 2005
Brasil, Regiões e
Dif
Unidades da 1995 1997 1999 2001 2003(I) 2005(II)
(I) e (II)
Federação
Brasil 189,3 187,5 178,1 175,2 178,3 181,8 3,5
Norte 173,2 172,6 170,2 163,3 165,2 167,4 2,2
Rondônia 174,7 177,2 170 166,7 165,8 172,1 6,3
Acre 167,6 164,1 161,2 - 156 171,6 15,6
Amazonas 177,1 170,4 170,1 166,7 165,2 173,6 8,5
Roraima 181,6 165,7 167,3 - - 173,5 -
Pará 169,6 172,6 174,3 163,3 164,5 162,7 -1,8
Amapá 168,3 170,3 166,7 - 161,6 163 1,4
Tocatins 176,7 177,4 167,3 159,9 - 169,7 -
Nordeste 175,1 175,9 164,3 159,7 162,8 163 0,2
Maranhão 167,5 172,3 162,3 161,7 164 164,8 0,8
Piauí 170,6 175,8 165,3 160,3 155,3 159,3 3,9
Cerá 178,5 175,2 162 162,4 - 158,9 -
Rio Grande do Norte 175,3 177,5 162 155,4 153,4 154,3 0,9
Paraíba 166,3 179,8 172,7 164,4 169,4 165,9 -3,5
Pernambuco 168 164,8 159,8 155,5 159,7 162,4 2,7
Alagoas 178 175,7 169,4 162,4 159,3 164,9 5,6
Sergipe 179,9 176,7 168,4 159,4 163,7 170,1 6,4
Bahia 179 181,5 165,8 160 167,4 168,5 1,1
Sudeste 196,3 194,6 184,2 183,3 184,6 191,2 6,6
Minas Gerais 210 220,5 188 192,7 194,3 109,9 15,6
Espirito Santo 179,8 173,1 179,2 185,4 176,7 186 9,3
Rio de Janeiro 179 169 173,5 172,2 174,4 179 4,6
São Paulo 193,6 186,8 184,6 180,5 181,9 182,9 1
Sul 195,3 195,8 189,2 188 192 194,9 2,9
Paraná 193,5 215,5 190,4 194,8 201 208,3 7,4
SantaCatarina 198,2 197,8 190,1 185,6 185,7 188 2,3
Rio Grande do Sul 194,4 186,1 188,4 188,8 194 196,7 2,7
CentroOeste 191,5 184,9 178,8 172,2 178,9 184,6 6,7
Mato Grosso do Sul 192,2 190,7 180,2 165,3 171,2 179,8 8,6
Mato Grosso 175,3 178,7 173 163,3 170,7 176,1 5,4
Goiás 199,5 188,3 182 170,7 178,1 178,3 0,3
Assim, podemos perceber que, apesar do estado de São Paulo ser conhecido
como uma grande metrópole, representante da maior parte do PIB brasileiro e também
como um estado que atinge algumas características de cidades de países
desenvolvidos, o nível da escolaridade das crianças não é muito diferente dos estados
que apresentam um índice grande índice de pobreza e de subdesenvolvimento.
Em uma entrevista com a diretora (...) da escola estadual Irmã Annette Marlene
Fernandes de Mello no dia 13 de maio, nos foi relatado que a escola não tem nenhum
relacionamento a mais com os alunos. Segundo ela, sua função seria passar a
37
frequência dos alunos para o sistema do Bolsa Família sem preocupação nenhuma
com o desempenho de cada um. Isso demonstra que falta comprometimento da escola
com o ensino e a aprendizagem de seus alunos e também sinaliza que o Bolsa Família,
que teoricamente tinha como objetivo aumentar o grau de escolaridade dos alunos,
estimulando-os a ir à escola, porém nada adianta esse estímulo se os alunos não
aprendem direito.
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4. CONCLUSÃO
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O Programa Bolsa Família, portanto, vêm alcançando seu objetivo de
diminuição da desigualdade social, aumento da mobilidade entre classes e inclusão das
famílias no que diz respeito aos direitos políticos. Porém, para a ampliação do exercício
da cidadania outros objetivos têm que ser alcançados que não por meio da
transferência de renda. A formação de uma sociedade atuante deve acontecer através
da inclusão cultural que cria condições para a formação de opiniões, participação em
processos políticos e exercício da cidadania.
Dito tudo isso, acreditamos que o Programa Bolsa Família contribui para a
maior abrangência da disponibilidade de direitos sociais, como educação e saúde, mas
seu papel na disseminação da cidadania como um todo ainda é pouco significativo. Isso
porque o programa com foco na transferência de renda, mesmo condicionado com a
educação, não como foco esse tipo de mudança social. A diminuição da concentração
de renda é um desafio a ser conquistado e nisso o Programa tem sido eficaz.
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alcançadas pelo Programa Bolsa Família e garantir a população acesso a outros tipos
de direitos, como os civis e políticos, é preciso que a mesma esteja ciente deles e
entenda sua utilidade e poder. Por isso, o Brasil necessita urgentemente de políticas de
inclusão cultural e melhora na qualidade do ensino para se tornar um país cidadão.
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