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Quando a arte toca a ciência

Numa noite qualquer de minha infância olhei com ar disconfiado para o céu. Estava parte
azul, mas não um azul comum, um mais negro, mais escuro, bem típico das noites. E quando o
céu se mistura ás paisagens da selva de concreto, ele ja se mostrava mais vermelho, uma mistura
turva que passava por tons canário e abóbora. Viro á meu pai, que até então era para mim o
supremo conhecedor de tudo que existia diante de meus olhos e pergunto: Por que está pegando
fogo no céu? Ele com um ar sorridente me diz: Não é nada disso... É que Deus está brigando com
o Diabo. E embevecido com aquela resposta que não me explicava nada, permaneci alguns dias
esperando ver o fenômeno novamente para, se possível, entender essa situação inexplicável aos
olhos não só de uma criança, mas de muitos.

Não diferente de mim! Assim é a comunidade científica. Que tenta com suas percepções
analíticas densas e contando com profissionais formados nas melhores academias de ensino
respondê-las. Claro que minha questão se torna patética comparada com as dúvidas que surgem
nas mais obtusas mentes. E quando eles se deparam com uma que não há caminho para a
resposta vão procurar esta na arte, que por sua vez parte de uma liberdade muito maior de
existência, diferentemente da ciencia que busca responder à tudo. Deixando de lado
equivocadamente, a abstração.

Calma caro leitor, se a minha breve explicação não ficou clara, explanarei-a de melhor
forma agora. Nesta segunda feira,17, um artigo me motivou a escrever o que agora escrevo. Um
cientista galardoado com o prêmio nobel de medicina no ano de 2008, de nome pouco importante
e trabalho prestigiado muito menos, sim, posso dessa forma presunçosa tornar um premio nobel
obsoleto. Pois duvido eu que o leitor possa nomear ao menos 5 nomes de laureados na área de
medicina e seus respectivos trabalhos. Então atemo-nos ao que interessa.

Sua pesquisa atual basea-se na análise de tubos de ensaio. O biólogo analisou 2 tubos, um
contendo DNA de bacterias e outro água pura. Ambos são colocados sob um campo
eletromagnético fraco. E após 18 horas é possível encontrar o DNA em ambos os tubos de
ensaio. Com a análise desse fenômeno, surpreso com a situação estarrecedora que passava
diante das retinas, ele se viu incapaz de descrever como tal processo ocorre, afinal de contas, o
caro leitor bem sabe que algo ocupa um lugar por que de alguma forma foi parar lá, seja pelo ar,
pela mistura dos tubos ou qualquer outro método.

E é nesse ponto que eu queria chegar. Quando a sabedoria máxima existente num
assunto, no caso o biólogo e seu trabalho com DNA sob campos eletromagnéticos, não consegue
compreender o que passa diante dos seus olhos. È nesse momento que a ciência busca respostas
no mundo abstrato. O que não compreendemos é para nosso cérebro inexequível, intransponível,
parece que para a sua aceitação devemos levar um chacoalhão, uma forte pertubação que nos
faça crer em algo até então inabitável em nossas sinapses.
Por exemplo, para a minha dúvida celestial, é possível encontrar na arte o obscurantismo,
onde, mediante de situações ou fenômenos inexplicáveis, era possível com essa arte responder de
uma forma obscura, seja a figura divina inserida no meio ou de algum ser externo, conhecido
como extraterrestre. Outra resposta da arte para o inconcebível é o surrealismo, que de forma
brilhante brinca com a abstração, nos fazendo pensar tanto no impossível como no inimaginável.
Deixo aqui a doce motivação para o leitor de algo que toca, de forma tão intensa nos humanos,
que faz pensar além, além das nossas concepções, além do que a ciência objetiva e burocratica
nos responde. É um bom exercício para não estagnarmos na bestialidade do mundo real.

Bem, e o que essa análise tem a ver com a surpresa do biólogo? Tudo!! Ele ao se deparar
com o que não podera responder. Parou e matutou. E como todo bom procrastinador e arrogante
que é, não só ele como também a maior parte da comunidade científica e acadêmica, foi procurar
no abstrato, no surreal, no inimaginável a resposta para o fenômeno apresentado em seu
laboratório. Com toda coragem bradou para a comunidade científica que sua descoberta é nada
mais que um exemplo de teletransporte!!!

Ele não fez de forma precipitada, afinal tem dados para expor o que fala com tanto
orgulho. Mas é possível encontrar rapidamente um erro. Segundo os pesquisadores, fenômenos
deste tipo seriam semelhantes a um efeito quântico. Porém, este tipo de efeito só aparece em
temperaturas muito baixas e em intervalos de tempo da ordem de picosegundos (ou a
trilhonésima parte de um segundo).

Claro que é um mérito dele ter observado e registrado tudo isso, uma vez que ocorre em
um intervalo de tempo que podemos dizer: Pífio. E sua ilusória abordagem de teletransporte,
mostra que a arte muitas vezes toca tão forte o ser humano que até atinge a ciência.

Mas fica a dúvida. Seria mais elegante ele falar que não sabia o que ocorrera diante dos
seus olhos, como faz uma simples criança? Ou ter um surto de incapacidade somada a ignorância
e prepotência que o fez dar tal resposta.

O que posso adiantar ao leitor é que: O artigo dele e de seus colaboradores ainda não foi
aceito para publicação. O que me deixa pensando. A arte pode corromper o conceito de uns, de
muitos ou de nenhum?

Menos importante, a situação que passei fui descobrir anos mais tarde que é causado pela
variação no ângulo de incidência da luz do Sol na Terra, que devido ao horário (anoitecer) causa
diferentes reflectâncias e transmitâncias da luz, o que faz ela ter uma variação na sua cor. Que
Deus e o Diabo sejam vestidos de Terra e Sol nas próximas explicações....

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