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Engenharia Civil
APONTAMENTOS
DESENHO TÉCNICO E REPRESENTAÇÃO DIGITAL
1º ano – 1º semestre
02 . PROJEÇÕES ORTOGONAIS
2.1 – PRINCÍPIOS GERAIS 21
2.2 – MÉTODOS DE REPRESENTAÇÃO DE VISTAS 22
2.2.1 - MÉTODO EUROPEU 22
2.2.2 - MÉTODO AMERICANO 23
03 . PERSPETIVAS
3.1 – ISOMETRICA 24
3.2 – CAVALEIRA 24
3.3 – DIMÉTRICA 25
3.4 – MILITAR 25
04 . CORTES E SECÇÕES
4.1 - PLANOS DE CORTE 26
4.2 - VISTAS E CORTES PARCIAIS 27
4.3 - SECÇÕES EM DESENHO TÉCNICO 29
4.4 – CORTES COM MUDANÇA DE PLANO 29
05 . BIBLIOGRAFIA
5.1 – BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL 30
5.2 - BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 30
O Desenho técnico orienta-se por um conjunto de normas de modo a estabelecer com rigor a definição
do objeto técnico no estado de acabamento prescrito, quer se trate de uma peça ou de um edifício.
Existem várias formas de desenhos técnicos de acordo com a sua natureza e a sua função.
Desenho de anteprojeto: consiste no estudo inicial em que se representam as várias tentativas com que
se pretende atingir a solução correta. O desenho de Anteprojeto é já uma forma de desenho rigoroso que
define as diretrizes das várias soluções encontradas que sirvam de base à escolha da solução final.
Desenho de projeto base: representa em desenho rigoroso e com detalhe [poderá envolver cálculos]
a solução adotada. Esta fase é de primordial importância uma vez que os desenhos elaborados na
fase de projeto servirão de suporte de realização de outros desenhos que compreendem as várias
especialidades do projeto de execução de uma obra.
Desenho de projeto de execução: esta fase de projeto é elaborada a partir dos desenhos da fase
anterior e tem como objetivo a possibilidade do objeto técnico.
Estabelece de forma escrita e desenhada com detalhe e rigor todas as exigências que o objeto a
construir deve satisfazer.
Nas linhas de traço interrompido os espaços devem ter dimensão entre ½ e ¼ do comprimento dos
segmentos. As dimensões dos segmentos nas linhas a traço interrompido devem ser proporcionais
ao comprimento da linha e espessura do traço adotada.
Duas notas importantes:
- As linhas do tipo F devem ser designadas por traço interrompido, não se devendo utilizar a
designação tracejado;
- As linhas dos tipos B e G, apesar de se designarem traço-ponto devem ser constituídas por
séries de segmentos alternadamente curtos e compridos.
ESPESSURAS
A mesma Norma define ainda as seguintes 10 espessuras diferentes para os traços, especificadas em
décimos de milímetro, que devem ser utilizadas no Desenho Técnico:
12, 10, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1
GRUPO DE TRAÇOS
Da combinação dos vários tipos de linhas e espessuras considerados, a NP-62 (1961) define os
GRUPOS DE TRAÇOS que devem ser utilizados em Desenho Técnico (ver Tabela T).
GRUPOS DE TRAÇOS
12 10 8 6 4 3 2 1
a 12 10 8 6 4 3 2 1
b 7 6 5 4 2 2 1 1
c 7 6 5 4 2 2 1 1
d 3 3 2 2 1 1 1 1
e 3 3 2 2 1 1 1 1
Tabela T – Grupos de Traços de acordo com a NP-62 (1961)
Note-se que nem todas as espessuras antes definidas são consideradas na definição dos GRUPOS DE
TRAÇOS, havendo algumas espessuras que não devem ser utilizadas em linhas de traço contínuo. Por
outro lado, verifica-se pela observação da mesma Tabela que os tipos de linha b e c têm, em cada
grupo, a mesma espessura, o mesmo acontecendo entre os tipos de linha d e e.
As indicações da Norma Portuguesa NP-62 (1961) nem sempre são fáceis de cumprir, especialmente
se atendermos aos meios que são atualmente utilizados na execução de desenhos. Mais ainda que o
respeito absoluto das indicações dadas pela NP-62, torna-se fundamental que critérios constantes
sejam adotados na escolha dos tipos de linhas e espessuras utilizados num desenho ou grupo de
desenhos de um projeto. Na execução de desenhos da área da Engenharia Civil aconselha-se a
utilização de espessuras de traços menores que as utilizadas na execução de, por exemplo, desenhos
de construção mecânica onde as escalas são normalmente maiores (Note-se que um traço com 1mm
de espessura num desenho à escala 1:100 representa em obra uma espessura real de 10 cm).
A interpretação geométrica dos projetos representado aos diversos intervenientes que usam o
desenho técnico como ferramenta, nomeadamente, planeadores, preparadores de trabalho,
desenhadores e executantes, faz com seja útil a representação de geometrias ocultas de modo a
tornar mais compreensível o fundamento do desenho.
Embora este tipo de representação possa ser redundante, uma vez que a informação que se presta
por esta vista pode estar visível numa outra. A função destas linhas pode prevenir quem está a
interpretar o desenho para a existência de pormenores de geometria que forcem a consulta de
outras projeções para evitar uma interpretação errada.
Uma geometria assinalada a invisível, nunca poderá ser, apenas por si, suficientemente
esclarecedora quanto ao seu aspeto verdadeiro:
O exemplo da figura 01 que se apresenta revela bem como a interpretação da projeção pode ser
confusa. Sem recorrer a uma outra vista, não é possível determinar se a geometria representada a
invisível se trata de um furo ou de uma saliência.
Por conseguinte, é fundamental complementar a representação da peça com informação adicional
essencial à sua compreensão. O caminho passa pela representação de geometrias ocultas como
complemento informativo. A utilização de linhas ocultas não deve ser excessiva, pelo que não é
sugerível o recurso a este tipo de linhas para colocar em evidência todos os pormenores invisíveis.
Uma das categorias onde as geometrias ocultas atuam é a dos desenhos de conjunto, quando estes
contêm uma grande diversidade de elementos. A sua representação com recurso a linhas ocultas pode
facultar a perceção de intercessões entre objetos que só quando dispostos em conjunto seja possível
aferir.
No quadro anexo, apresentam-se alguns exemplos corretos e incorretos de representação das linhas
ocultas quando em conjunto com linhas de contorno:
A representação de linhas ocultas segue algumas normas, o traço interrompido destas linhas deve ter
espessura proporcionada à do traço de contorno.
· a linha deverá começar e acabar sempre com um traço cheio, exceto quando parte a
partir de uma linha de contorno;
· no caso de um arco, os dois traços extremos da linha partem dos pontos de tangência,
exceto quando a linha prolonga um traço de contorno;
· duas ou mais linhas a traço interrompido que se encontram num ponto sem se cruzarem,
devem tocar-se sempre;
· uma linha oculta que cruze com uma linha de contorno, não a deve tocar;
· linhas ocultas paralelas devem ter os traços desencontrados.
A Norma Portuguesa NP-48 (1968) fixa os formatos das folhas que devem ser utilizadas em Desenho
Técnico. Estas pertencem à chamada série A, que tem por base o formato A0 cuja área é 1m2.
Em qualquer formato da série, o lado maior da folha (a) é igual à diagonal do quadrado construído
sobre o lado menor (b) (ver Figura 1), e a relação entre os seus lados é dada por a 2b . Resulta
destas condições que o formato A0 tem as dimensões a=1189mm, b=841mm.
Os formatos seguintes, são obtidos tomando o lado maior igual ao lado menor e o lado menor igual a
metade do lado maior do formato anterior (ver Figura 2), Exemplo:
a A1 bA0
1
bA1 a A0
2
É fundamental proceder à seleção do formato ajustado em função da análise prévia dos objetos a
representar, e que deverão estar devidamente organizadas nas folhas respeitando os rebatimentos.
Os formatos de Papel Normalizados mais utilizados em desenho técnico são os da (série A), cujo as
dimensões em são as seguintes:
A1
A0
A3
A2
A5
A4
A6
A grande diferença entre dois formatos consecutivos da série A, levou à criação de duas séries
adicionais, as séries B e C, definidas pela NP-17 (1970).
As dimensões dos formatos da série B são a média aritmética de dois formatos consecutivos da série
A. A base do formato da série B é o B0, cujas dimensões se obtêm pela média geométrica dos
formatos A0 e 2A0.
Apenas os formatos da série A se devem usar em Desenho Técnico — norma NP-48 (1968)
MARGENS
O retângulo que envolve a legenda designa-se esquadria e deve envolver a legenda que se localiza no
canto inferior direito da esquadria, considerando a folha orientada na posição de leitura do desenho.
A legenda, juntamente com a margem, não deve ter largura superior a 185 mm, de modo que,
quando o desenho for dobrado, a totalidade da legenda fique no frontispício, facilitando a rápida
identificação do desenho.
DOBRAGEM DO PAPEL
Depois dos desenhos terminados, os papéis com formatos maiores do que A4 podem ser dobrados
de modo a ficarem com as dimensões deste.
O arquivo dos desenhos leva à necessidade da dobragem destes, nomeadamente aqueles realizados
em grandes formatos (maiores que A4). Esta operação tem por objetivo dobrar a folha de desenho
até que esta fique com as dimensões de uma folha A4, ou seja, 210 x 297mm, podendo então ser
arquivada devidamente.
Nas escalas numéricas, o número 1 sempre indicará o valor de 1 (um) metro. Assim, pode-se dizer
que um desenho representado na escala 1:5 teve a medida de um metro reduzido cinco vezes, isto é,
o valor da unidade da medida gráfica corresponderá a 1/5 = 0,20 m ou 20 cm.
Uma escala 1:1 significa que o objeto foi representado em tamanho natural e dessa forma a escala
1:1 é conhecida como escala natural.
Utilização: A escala deve estar expressa na legenda do desenho. Na utilização de outras escalas no
desenho, somente a principal aparece na legenda do desenho.
Escala de Ampliação:
Escala onde o desenho representa um aumento nas dimensões reais do objeto. Exemplo: X : 1
Escala Natural:
Escala onde o desenho representa as dimensões reais do objeto. Exemplo: 1 : 1
Escala de Redução:
Escala onde o desenho tem suas dimensões diminuídas em relação ao real. Exemplo: 1 : X
Salienta-se que no Desenho Técnico associado ao Desenho de Construção Civil usam-se sempre as
escalas de redução 1:X, ou seja, representa-se no papel com uma redução das dimensões da peça
associada à escala de trabalho escolhida.
___________________________________________________________LICENCIATURA EM GESTÃO SUSTENTÁVEL DAS CIDADES 2017.2018
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Prof.: João Fernandes Silva
DESENHO TÉCNICO e REPRESENTAÇÃO DIGITAL – 1º ANO/1º SEMESTRE ANO LETIVO: 2018.2019
DESENHO TÉCNICO – INSTRUMENTOS; PROJEÇÕES ORTOGONAIS; PERSPETIVAS; CORTES E SECÇÕES 14
As escalas numéricas recomendadas para execução de Desenho Técnico associado à construção civil,
estão dispostas na Tabela abaixo e podem ser reduzidas e ampliadas na razão de 10.
A indicação das escalas a que são feitos os desenhos deve ser incluída na legenda dos próprios
desenhos adotando-se preferencialmente as seguintes:
Nota:
É necessário ponderar o espaço que irá ser ocupado pelas várias peças desenhadas essenciais à
representação do projeto e a escala ou escalas a que este vai estar representado para se poder
determinar o formato de papel necessário para conter o desenho.
As legendas ou rótulos identificam os desenhos. Devem indicar a obra a que respeitam (identificação
da obra, local, requerente), o tipo de elementos representados, a escala ou escalas adotadas nos
desenhos, a entidade a que pertencem (gabinete que os executou ou mandou executar). As legendas
incluem sempre um número que identifica a folha e incluem normalmente áreas que permitem
marcações adicionais (ver Figura 01). A Norma Portuguesa NP-204 (1968) estabelece os tipos de
legenda que devem ser adotados em cada tipo de desenho, os campos que devem ser contemplados
assim como as suas dimensões e as espessuras dos traços a utilizar.
A legenda é uma parte fundamental do Desenho Técnico e está normalizada pela norma portuguesa
NP-204 (1968). Deverá estar localizada no canto inferior direito da folha. Deverá abarcar a
informação essencial relativa aos desenhos que a folha contenha.
Quanto ao seu aspeto visual, este pode ser normalizado tal como se apresenta na figura 02, uma vez
que as normas internacionais a este propósito não são rígidas. Todavia é fundamental que a
informação obrigatória esteja facilmente legível para que a consulta.
A escrita normalizada norteia-se pela norma (ISO3098) que regula os tipos de caracteres usados em
desenhos técnicos e outra informação complementar. É aplicada a toda a escrita, desde a escrita à
mão livre, até à escrita com instrumentos de precisão. As principais exigências da escrita em desenho
técnico são a legibilidade e a garantia de qualidade quando utilizados meios de reprodução. Os
caracteres devem ser nitidamente distinguíveis entre si, para prevenir qualquer permutação ou
desvio à forma inicial de interpretação.
Características específicas:
- A altura h é a dimensão funcional para o tamanho nominal das letras maiúsculas (ver quadro).
- É definida a seguinte escala de tamanhos nominais em mm: 2,5 – 3,5 – 5 – 7 – 10 – 14 – 20 - …
(progressão geométrica de √2)
- As alturas de h não devem ser inferiores a 2,5
- A escrita pode ser vertical ou com inclinação de 15° para a direita
A altura das letras deverá ser sempre baseada na altura das letras maiúsculas, sendo o mínimo de
2,5mm com dimensões proporcionais.
1.9 – COTAGEM
Embora não existam regras fixas de cotagem, a maneira de dispor as cotas no desenho técnico depende
de alguns critérios. A cotagem do desenho técnico deve tornar desnecessária a realização de cálculos para
descobrir medidas para a execução do modelo, quer se trate de uma peça ou de um edifício. O sistema de
cotagem deverá estar organizado com o propósito de estruturar a cotagem completa da peça.
ELEMENTOS DE COTAGEM
TERMINAIS (setas)
Linha de chamada
Linha de cota
Cota
Terminal
Definições
- Linhas de Chamada: são linhas contínuas, finas, que partem do elemento a cotar e que em
regra lhe é perpendicular.
- Linha de Cota: é uma linha igualmente fina (ou um arco, no caso da cotagem de um ângulo),
paralela ao elemento a cotar.
- Terminal: aponta a extremidade da linha de cota, à esquerda e à direita desta;
- Cota: valor da dimensão do elemento cotado, a unidade de medida linear utilizada em
Engenharia Civil é o metro, pelo que o valor inscrito não deve incluir as unidades de medida;
no caso dos ângulos, a unidade de medida é o grau e o valor da cota é seguido de “°”.
- A cota pode ser deslocada para fora da linha cota quando o espaço é insuficiente, desde
que ligada à linha de cota por uma linha de referência.
TIPOS DE COTAGEM
A seleção do tipo de cotagem a realizar deve ter em conta a sequência das operações a realizar.
Cotagem em Série:
Verifica-Se que, na cotagem em série, cada parte da
peça é cotada individualmente. A parte identificada
pela letra A, por exemplo, mede 25 mm de
comprimento. Já a cota 12 indica o comprimento da
parte C. Quando a exigência de precisão na execução
de cada parte da peça é muito grande, este sistema
de cotagem não deve ser adotado.
Cotagem em Paralelo:
Quando a cotagem da peça é feita por elemento de
referência, as cotas podem ser colocadas em paralelo
e ou aditiva. O exemplo abaixo demonstra uma
cotagem EM PARALELO. As cotas são definidas em
relação a aresta comum da peça. A distância entre as
linhas de cota deve manter-se constante e as linhas
de cota devem manter-se paralelas entre si.
Cotagem Aditiva:
Este tipo de cotagem pode ser usado quando
houver limitação de espaço e desde que não
cause dificuldades na interpretação do
desenho. Veja a mesma placa com 6 furos,
que se apresentou cotada em paralelo.
A partir da face tomada como referência foi determinado um ponto de origem 0 (zero). As cotas são
indicadas na extremidade da linha auxiliar. A interpretação das cotas é semelhante à da cotagem
paralela. A cota 8 indica a distância do primeiro furo da esquerda à face tomada como referência,
que contém o ponto 0. A cota 18 indica que a distância da origem 0 ao segundo furo corresponde a
18 mm. A cota 34 indica a distância do terceiro furo em relação ao mesmo elemento de referência e
assim por diante.
02 . PROJEÇÕES ORTOGONAIS
___________________________________________________________LICENCIATURA EM GESTÃO SUSTENTÁVEL DAS CIDADES 2017.2018
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Prof.: João Fernandes Silva
DESENHO TÉCNICO e REPRESENTAÇÃO DIGITAL – 1º ANO/1º SEMESTRE ANO LETIVO: 2018.2019
DESENHO TÉCNICO – INSTRUMENTOS; PROJEÇÕES ORTOGONAIS; PERSPETIVAS; CORTES E SECÇÕES 21
02 . PROJEÇÕES ORTOGONAIS
2.1 – PRINCÍPIOS GERAIS
A projeção ortogonal é uma forma de representar graficamente objetos tridimensionais em figuras
planas, de modo a demonstrar a sua verdadeira grandeza e transmitir com precisão o que caracteriza.
ESCOLHA DA VISTA PRINCIPAL
A norma NP 327 estabelece que a vista principal deve representar um objeto na sua posição de
serviço, isto é, na posição que o objeto ocupa quando desempenha a função a que está destinada.
Esta condição não é suficiente para a escolha da vista principal, pois um objeto na sua posição de
serviço pode ser observado de qualquer um dos seus lados. Assim considera-se que a vista principal
ou de frente, deve ser a que dá o máximo de informação sobre o objeto. No caso de duas vistas
igualmente elucidativas, escolher-se-á para vista principal a que não apresenta, ou apresenta menor
número, de configurações ocultas.
ESCOLHA DE OUTRAS VISTAS
A escolha das vistas que se devem utilizar para definir um dado objeto obedece a certos critérios:
Deve, sempre, representar-se o alçado principal, porque, por definição, é o mais esclarecedor sobre a
forma da peça. Para além do alçado principal representam-se as vistas necessárias e suficientes para
uma completa definição do objeto, isto é, para que não exista qualquer ambiguidade.
Na prática, para se fazerem as projeções ortogonais de uma peça parte-se da vista de frente e
obtêm-se as vistas adjacentes supondo-se que se vai rodando, sucessivamente, o objeto de 90º como
se tombasse para o lado do papel onde vai ser desenhada a vista, onde:
As vistas alternadas (exemplo esquerda – direita, inferior - superior) são simétricas.
As vistas devem corresponder horizontal e verticalmente, havendo igualdade das dimensões
correspondentes em todas as vistas.
Por conseguinte são necessários três elementos para a sua correta representação e que constam do
quadro seguinte:
ELEMENTO DESCRITIVO
Deste modo, as seis projeções correspondem às seis posições possíveis do desenhador ao observar o
objeto ortogonalmente face aos planos de projeção. Estas projeções são em geral, designadas por vistas.
Consideramos como principal a face vertical de frente do paralelepípedo que se encontra por detrás
do objeto, consideramos, também, que a nossa folha de papel de desenho é um plano vertical de
frente que contém essa face principal.
Para que as seis projeções possam ser representadas na folha de desenho, o paralelepípedo é
planificado como e as vistas ficam dispostas como indica do seguinte modo:
A
Vista frontal, vista de frente, vista principal
ou alçado de frente.
B
Vista de baixo ou vista inferior, fica por
cima da frontal.
C
Vista de cima, planta ou vista superior,fica
por baixo da principal.
D
Vista da direita, vista lateral direita ou
alçado lateral direito (fica à esquerda da
principal).
E
Vista da esquerda, vista lateral esquerda
ou alçado lateral esquerdo (fica à direita da
principal).
P
Vista posterior (fica à direita da vista
esquerda).
A
Vista frontal, vista de frente, vista principal
ou alçado de frente.
B
Vista de cima ou vista superior, fica por
cima da frontal.
C
Vista de baixo, planta ou vista inferior,fica
por baixo da principal.
D
Vista da esquerda, vista lateral esquerda ou
alçado lateral esquerdo (fica à esquerda da
principal).
E
Vista da direita, vista lateral direita
ou alçado lateral direito (fica à direita da
principal).
P
Vista posterior (fica à direita ou esquerda
das vistas laterias).
03 . PERSPETIVAS
O recurso a perspetivas no desenho técnico deve-se à necessidade de complementar a informação
dada pelas projeções, permitindo ao utilizador do desenho uma melhor e mais rápida compreensão
da geometria do objeto.
Desta forma, é possível realizar uma representação tridimensional aproximada do objeto e ilustrar
pormenores de geometria menos percetíveis nas suas projeções ortogonais.
A perspetiva ortogonal é uma projeção cilíndrica ortogonal sobre um plano oblíquo em relação às
três dimensões do corpo a representar. Existem 4 tipos de perspetivas ortogonais:
3.1 - ISOMÉTRICA
3.2 - CAVALEIRA
A perspetiva cavaleira é também conhecida por axonometria oblíqua uma vez que é uma projeção que
pressupõe o observador no infinito e, em consequência, utiliza os raios paralelos e oblíquos ao plano do
quadro. Esta perspetiva torna uma das três faces do triedro como plano do quadro. Na perspetiva cavaleira
a face da frente conserva a sua forma e as suas dimensões, a face de fuga (eixo x) é a única a ser reduzida.
3.3 - DIMÉTRICA
A perspetiva dimétrica tem a sua construção conduzida da mesma forma que na perspetiva
isométrica, com exceção da mudança de ângulo e escala em um dos eixos. Na perspetiva dimétrica a
face da frente conserva a sua largura, a face de fuga (eixo x) é reduzida em 2/3.
3.4 - MILITAR
A perspetiva militar, também chamada de perspetiva aérea ou voo de pássaro; é uma perspetiva
axonométrica onde os eixos x e y formam entre si um ângulo reto. Para a sua construção é
necessário reduzir as medidas do eixo z (eixo das alturas) em 2/3.
04 . CORTES E SECÇÕES
Fazer um corte significa dissociar parte de um todo. Sem os cortes não seria possível analisar os
pormenores interiores dos objetos apresentados.
Tal como no capítulo das projeções ortogonais, em que havia necessidade de fazer compreender a
geometria do objeto representado aos diversos intervenientes que usam o desenho como
ferramenta de trabalho, os cortes e as secções têm por função ilustrar pormenores da geometria da
peça ocultas ou cuja representação por linhas ocultas não seja suficientemente elucidativa.
O corte caracteriza-se por atingir a peças em toda a sua extensão e em desenho técnico os cortes são
imaginados, uma vez que é necessário demonstrar elementos interiores de uma peça ou edifício que
não são percetíveis na posição em que se encontra o observador.
Quando se corta a peça (em cima), a sua geometria interior torna-se evidente e elimina, como se vê
neste caso, a necessidade de representar invisibilidades.
A representação em corte consiste na visualização da peça, cortada por um plano paralelo ao plano
de projeção e, suprimindo a parte da peça que fica aquém do plano de corte.
Da parte da peça que ficou além do plano de corte, faz-se a projeção, adotando as regras gerais
estabelecidas para a projeção de vistas.
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Nos cortes a partir da vista frontal, o plano de corte paralelo ao plano de projeção vertical é chamado
plano longitudinal vertical. Este plano de corte divide o modelo ao meio em toda a sua extensão
atingindo todos os elementos da peça.
As partes sólidas do modelo atingidas pelo plano de corte são representadas por preenchimentos. Os
contornos dessa secção são desenhados com uma linha a traço espesso e o preenchimento são
formados por linhas finas inclinadas e paralelas entra si. Os preenchimentos são formas
convencionais de representar as partes sólidas atingidas pelo plano de corte. A NP167 estabelece o
tipo de preenchimento para cada material.
Os furos não recebem preenchimento, pois são partes vazias e que não forma atingidas pelo plano
de corte. Todavia são representadas as linhas de contorno tal como na aplicação do conceito de
representação de projeções.
Quando se trata de representar cortes na vista superior em que o corte é paralelo ao plano de
projeção horizontal, o corte designa-se por plano longitudinal. Divide a peça igualmente em duas
partes e na vista de cima os furos que permanecem ocultos tornam-se agora visíveis fazendo passar o
plano de corte pelo modelo seccionado.
Existem modelos onde é possível imaginar em corte representado apenas uma parte enquanto a
outra parte permanece visível naquilo que representa o seu aspeto exterior. Este tipo de corte
designa-se por meio corte. O meio corte é aplicado em apenas metade da extensão da peça.
Somente em modelos simétricos longitudinal e transversalmente é que podemos imaginar o meio
corte.
A seleção do tipo de corte a realizar passa pelo tipo de modelo que temos, em baixo ilustra-se uma
peça cuja geometria exterior não fica explícita num corte total, sendo preferível o meio-corte,
evitando a representação de um alçado adicional.
Observando o modelo com meio corte podem-se analisar os elementos internos. Além disso o aspeto
externo pode ainda ser observado, que corresponde à parte não atingida pelo corte, o Modelo
estava a ser visto de frente quando o corte foi imaginado. Por conseguinte, a vista onde o corte deve
ser representado é a vista frontal.
A linha a traço ponto que divide a vista frontal ao meio é a linha de simetria. As partes sólidas
maciças atingidas pelo corte são representadas com preenchimento. O centro dos elementos
internos que se tornaram visíveis com o corte é indicado pelas linhas de eixo. A metade da vista
frontal não atingida pelo corte é exatamente igual à outra metade, portanto simétrica.
Consequentemente, não é necessário repetir a indicação dos elementos internos na parte não
atingida pelo corte. O centro dos elementos não visíveis deve ser indicado e quando o modelo é
representado com meio corte, não é necessário indicar os planos de corte. As demais são
representadas normalmente.
Dentro deste tipo de cortes, poderemos encontrar os cortes por planos paralelos:
05 . BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL
Cunha, Luis Veiga; DESENHO TÉCNICO; Fundação Calouste Gulbenkian
Silva Arlindo, Dias João, Sousa Luís; DESENHO TÉCNICO MODERNO; Lidel Editora
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
F. E. Giesecke et al., Technical Drawing, 11th Edition, Prentice Hall, 2000
NORMAS PORTUGUESAS DE DESENHO TÉCNICO, - NP-62, 1961; NP-89, 1963; NP-49, 1968; NP-327, 1964;
NP-671, 1973; NP-297, 1963; NP-328, 1964; NP-167, 1966; NP-716, 1968; NP-204, 1968; NP-718, 1968;
SÍTIOS DA INTERNET
American National Standards Institute (ANSI) – www.ansi.org
APONTAMENTOS
DESENHO TÉCNICO E REPRESENTAÇÃO DIGITAL
1º ano – 1º semestre
00. Í N D I C E
1-PREÂMBULO 3
2-CONSIDERAÇÕES GERAIS 3
3-NORMAS A CONSULTAR 3
7-ALÇADOS 11
8- ESCALAS DE TRABALHO 12
1- PREÂMBULO
2 - CONSIDERAÇÕES GERAIS:
Cabe salientar que a área específica de projetos de edificações possui particularidades na
representação, seguindo em alguns casos as mesmas regras do desenho técnico genérico e noutros,
regras de acordo com a especificidade dos arquétipos a representar.
É comum verificar que os profissionais que atuam nesta área do mercado não seguem
rigorosamente a norma de desenho técnico instituídas, adotando, em alguns casos, convenções
usuais consagradas pelo meio profissional que diferem das referidas normas.
Face à crescente e inevitável utilização do Desenho Assistido por Computador para a
elaboração de desenho técnico em projeto, verifica-se que alguns itens relativos à representação que
necessitariam ser padronizados ainda não são abordados pelas normas editadas.
O presente trabalho não abrange os princípios regulamentares na elaboração de projetos
subjacentes a cada domínio de intervenção, os quais são tratados por legislação aplicável, normas e
disciplinas específicas.
3 - NORMAS A CONSULTAR
Na elaboração dos desenhos aqui tratados devem ser observadas as seguintes normas NP
elaboradas pela comissão técnica portuguesa de normalização:
NP 327:1964 (1ª Edição) Desenho técnico. Representação de vistas
NP 328:1964 (1ª Edição) Desenho técnico. Cortes e secções
NP 62:1961 (2ª Edição) Desenho técnico. Linhas e sua utilização
NP 297:1963 (1ª Edição) Desenho técnico. Cotagem.
NP 718:1968 (2ª Edição) Desenho técnico. Esquadrias
NP 717:1968 (2ª Edição) Desenho técnico. Escalas
NP 48:1968 (3ª Edição) Desenho técnico. Formatos
NP 204:1968 (2ª Edição) Desenho técnico. Legendas
NP 167:1966 (2ª Edição) Desenho técnico. Figuração de materiais em corte
NP 49:1968 (3ª Edição) Desenho técnico. Modo de dobrar folhas de desenho
- Planta de localização
- Planta de integração
- Planta da situação [levantamento topográfico e geométrico]
- Planta de implantação
- Plantas de nível de pavimentos
- Cortes longitudinais e transversais
- Alçados
- Pormenores construtivos
- Desenhos de detalhes
- Outros
As paredes de alvenaria podem ser representadas somente por linhas largas em seu contorno
ou podem ser acrescentadas a estas linhas uma linha representativa do revestimento que será aplicado
sobre a alvenaria (reboco, etc.), dependendo da escala e do nível de definição do projeto.
São desenhos onde a edificação é representada como se tivesse sido cortada por um ou
mais planos verticais, os quais devem ter a sua posição determinada nas plantas de nível.
7 – ALÇADOS
São desenhos em projeção ortogonal que representam as elevações (vistas exteriores) da
edificação.
A organização do início do desenho terá a mesma ordem definida para as plantas de nível
(ver item 5.5).
Nos alçados a espessura de linhas (a traço fino) tem como finalidade dar maior ou menor destaque
as partes da edificação que estiverem sendo representadas, em função de sua proximidade maior ou
menos ao observador. Não se segue, portanto, na representação dos alçados as mesmas regras de
espessuras de linhas adotadas para as plantas e para os cortes.
8 – ESCALAS DE TRABALHO
- Elementos estruturais e/ou de alvenaria cortados pelo plano de corte: traço grosso
- Elementos leves (esquadrias, etc.) cortados pelo plano de corte: traço médio
Dependendo da maior ou menor proximidade do elemento que estiver a ser representado com o
plano de corte (cabe lembrar que uma planta de nível também é um corte) ou do maior ou menor
destaque que se deseja dar a um elemento, podem ser adotadas variações destas espessuras acima
descritas.
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DESENHO TÉCNICO e REPRESENTAÇÃO DIGITAL – 1º ANO/1º SEMESTRE ANO LETIVO: 2018.2019
DESENHO DE PROJETO DE CONSTRUÇÃO – METODOLOGIA APLICADA 14
Por exemplo, para se representar numa planta de nível a quadricula que informa os locais
onde serão utilizados "pisos frios" deve adotar uma espessura de linha que evite destacar
demasiadamente esta informação em relação às demais, adotando-se, portanto, linhas mais finas
para a representação deste elemento.
Já na representação de loiças sanitárias que estarão em vista neste mesmo ambiente, pode-
se adotar uma espessura de linha um pouco menos fina que a primeira, fazendo com que estes
elementos se destaquem em relação às linhas do pavimento.
O desenho a seguir mostra parte de uma planta de nível onde se podem observar as
diferentes espessuras de linhas adotadas para cada elemento representado.
Quanto aos diferentes tipos de linha (contínua, traço-interrompido, traço-ponto, etc…), estes
são utilizados de forma convencional, para transmitir outras informações a quem decifra o desenho
para análise e pareceres ou para comunicação à obra.
Por exemplo, numa planta de nível, o beiral do telhado ficaria aquém (atrás) do plano de
corte que gerou a planta e consequentemente, não seria visualizado. Para representar este elemento
teremos que adotar um tipo diferente de linha - linha a traço interrompido - que chame a atenção
para esta posição do elemento que está sendo representado e evite sua confusão com os demais
elementos do desenho.
Na tabela a seguir estão designados os principais elementos representados nos desenhos de
projeto, com as correspondentes espessuras e tipos de linhas.
A sugestão de espessuras da tabela a seguir é válida para desenhos na escala 1:100. Para
desenhos representados noutras escalas a espessura das canetas deve ser adaptada, conforme a
ampliação do desenho.
Por exemplo, nos desenhos à escala 1:50 a linha larga poderá ter O.6mm de espessura (ao
invés dos 0.4mm sugerido para a escala 1:50) sendo a espessura das demais linhas reduzida também,
na mesma proporção.
Sugestão de calibre da
Elementos a representar Tipos de linhas Espessura caneta em (mm) para esc. 1:100
Estrutura e alvenaria em corte contínua grossa 0.40
Elementos não estruturais em corte contínua média 0.25
Elementos em vista contínua fina 0.18
Arestas invisíveis Tr.-interrompido fina 0.16
Marcação dos planos de corte Traço-ponto grossa 0.80
Linhas auxiliares
Cotagem
Tramas específicas contínua muito fina 0.13
Quadriculado de pisos frios
Arcos de abertura de vãos
Elementos aquém do plano de corte Tr.-interrompido muito fina 0.10
Legendas e designações contínua média 0.25
Apesar dos desenhos componentes dos projetos serem usualmente representados com
recurso a escala métrica é, contudo, necessária a representação numérica das dimensões dos
elementos: a cotagem. As regras adotadas na cotagem têm como objetivo deixar sua representação
clara e padronizada. Como regra geral para realização da cotagem deve-se privilegiar sempre a
clareza e a precisão na transmissão das informações.
A seguir são descritos os princípios a serem observados na cotagem de projetos, tais como os
elementos componentes da cotagem, seu posicionamento nos desenhos, entre outros.
- Linha de cota: é a linha que contém a dimensão daquilo que está a ser cotado e na qual é
posicionado o valor numérico da cota.
- Linha de extensão (ou auxiliar) de cotagem: é a linha que liga a linha de cota ao elemento que
está a ser cotado.
- Finalização das linhas de cota (encontro da linha de cota e da linha de extensão): usualmente na
representação dos projetos de arquitetura no cruzamento entre as linhas de cota e de extensão
são adotados pequenos traços inclinados a 45° no ponto de intersecção das mesmas. Pode
alternativamente ser adotado um ponto mais grosso que as linhas no local desta intersecção.
Como regra geral na representação e leitura de desenhos deve-se garantir que os mesmos possam
ser lidos da base da folha de desenho ou de sua direita. As posições inversas a estas (leitura de
cima para baixo ou da esquerda para a direita) são consideradas "de cabeça para baixo".
Todavia, alguns autores recomendam que as posições de cotagem nas quais a cota fica tão
inclinada que quase é lida a partir da esquerda do desenho (posição equivalente ao intervalo
entre 10 e 12 horas) sejam evitadas, posicionando-se as linhas de cotagem em locais mais
adequados.
Na cotagem de vãos são representadas três diferentes dimensões, sempre na mesma ordem:
largura da esquadria, altura da esquadria e altura do peitoril. No caso das portas, sendo a altura de
peitoril igual a zero, a mesma não é informada no desenho.
Além das dimensões das esquadrias é usual que sejam informados códigos para as mesmas,
utilizados para as identificar no mapa de vãos e nos desenhos de detalhe de portas e janelas, que
frequentemente acompanham o projeto principal.
Nas plantas de nível adota-se o símbolo para informar a cota altimétrica em determinados
pontos do projeto (neste exemplo, cota 0,10m). Não é necessário representar a cota de cada peça,
mas sim cada vez que existe uma região do projeto numa cota de nível diferente.
revestimento
cerâmico
11 – TRAMAS E PADRONIZAÇÃO
As tramas têm como finalidade acrescentar graficamente a informação sobre os materiais que
compõem os elementos representados.
Para se projetar uma escada deve ser levada em consideração diversos aspetos técnicos,
construtivos e observada sua adequação à legislação. Em Portugal, a legislação a ser atendida é
compreendida pelo Regulamento Geral de Edificações Urbanas e pelo Regulamento geral contra Incêndios.
A abordagem aqui feita exprime apenas os aspetos referentes a representação de escadas,
sem avançar nos aspetos de projeto ou de legislação.
Aspetos a considerar:
Técnicos (sistema construtivo);
Arquitetónicos (espaço disponível, formato);
Legislação
RGEU (edificações)
RSCIE (proteção contra incêndio)
Elementos Principais:
A altura (H-espelho) de cada degrau e a profundidade de sua base (B-cobertor) devem estar
enquadrados dentro de determinados valores limites e a relação entre estes dois valores deve ser
adequada ao passo médio das pessoas.
As escadas devem ser adequadas ao passo médio das pessoas. Para tanto, devem se enquadrar na
fórmula de Blondel e obedecer os valores mínimos abaixo especificados.
Fórmula de Blondel: 63 ≤ 2H + B ≥ 64
Informações Principais:
Planta
Para determinar a altura (H) dos degraus divide-se a altura total a ser vencida pela escada (do
piso de um pavimento até o piso do pavimento seguinte), pelo valor desejado para a altura de cada
degrau, arredondando o valor encontrado nesta divisão para o valor inteiro mais próximo determina-
se o número de degraus que se terá.
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Recalcula-se, então, a altura de cada degrau dividindo a altura a ser vencida pelo número de
degraus determinado. Vejamos o exemplo seguinte:
- escada com início no pavimento térreo e final no segundo pavimento
- pé-direito (distância entre piso e teto) = 2,60 m
- espessura da laje de pavimento = 0,15 cm
- espessura do revestimento de piso pavimento = 5 cm
- altura total a ser vencida: 2,60 + 0,15 + 0,05 = 2,80 m
H desejado = 17
280/17 = 16,47 → 16 degraus
H (altura de cada degrau) = 280 /16 = 17,5 cm
Para que esta escada funcione adequadamente, a altura "H" determinada deve enquadrar-se
na fórmula de Blondel com uma base (B) dentro dos limites da equação acima exposta,
determinando-se B conforme segue.
63 ≤ 2H+B ≥ 64 63 ≤ 2 x (17,5) + B ≥ 64 28,0≤ B ≥ 29,0
Neste caso, teríamos 16 degraus, cada um com altura de 17,5 cm e deverá ser escolhida como
dimensão da base (B) um valor entre os limites encontrados (28, a 29,cm).
Exemplos de alguns tipos de escada:
Escadas sem patamar: ocupam praticamente a mesma área para diversos tipos de lanços; o
comprimento da escada, porém, pode ser diminuído consideravelmente através da subida com
degraus chanfrados em curvas.
Escadas com patamar: ocupam uma área de escada de um lanço + superfície do patamar - área de
um degrau. Elas são exigidas para alturas com pé-direito ≥ 2,75m. A largura do patamar deverá ser
igual ou maior que a largura da escada.
No quadro seguinte apresentação vários tipos de vãos e enumeram-se algumas das vantagens e
inconvenientes de cada modelo de acordo com o sistema de abertura:
Secção horizontal
Secção vertical
13 – GLOSSÁRIO TÉCNICO
Alicerce: maciço de alvenaria o betão abaixo do solo destinado a suportar o peso do edifício amassada com água
Água: qualquer dos planos inclinados de uma cobertura
Algeroz: canal de escoamento das águas pluviais de uma cobertura
Argamassa: produto resultante da mistura de ligantes e inertes de pequenas dimensões (areia)
Armadura: conjunto de ferros ou varões de aço de uma estrutura em betão armado
Aro: conjunto de perfis que compõe a moldura de acolhimento das folhas de um caixilho.
Bandeira: folha fixa ou móvel situada na parte superior de portas e janelas, separada por uma travessa
transversal
Batente: elemento fixo que guarnece o vão onde se prendem as folhas das portas ou janelas.
Beiral: projeção do telhado além das paredes externas da edificação
Borracha: Perfil utilizado para fixação do vidro ou de painéis nos quadros fixos, folhas móveis, geralmente
encaixado por meios mecânicos nos perfis das folhas ou aros, podendo ser removidos para a troca de vidros
Betão: produto resultante da mistura de ligantes, areia e pedra amassada com água
Caixilharia: nome genérico para estruturas de vedação fixas ou móveis, usados nas fachadas das edificações
para garantir visão do exterior, ventilação, iluminação e isolamento acústico adequado ao uso do ambiente
interno
Cofragem: molde de madeira ou de outro material utilizado no local da construção destinada a configurar e a
suportar o betão fresco
Cimalha: parte superior da cornija. Saliência na parte superior da parede me que assenta o beiral
Claraboia: abertura feita no telhado para entrada de luz
Cobertura: o que cobre um edifício, incluindo o revestimento e a estrutura que o suporta
Cumieira: linha de cume de um telhado. Trave no alto do telhado onde se apoiam as extremidades das varas
Emboço: primeira camada de argamassa que se aplica numa parede para desempeno
Enrocamento: conjunto de pedras de média e de grande dimensão destinadas ao assentamento das
fundações e pavimentos térreos
Estore: cortina móvel aplicada em janelas e/ou portas que se enrola ou se recolhe através de um sistema
mecânico
14 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL
Cunha, Luis Veiga; DESENHO TÉCNICO; Fundação Calouste Gulbenkian
Silva Arlindo, Dias João, Sousa Luís; DESENHO TÉCNICO MODERNO; Lidel Editora
Morais, José Manuel Simões; DESENHO TÉCNICO BÁSICO 3; Porto Editora.
J. López Fernandes; AutoCAD V.12; J.A. Tajadura Zapirain, McGraw-Hil
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
F. E. Giesecke et al., Technical Drawing, 11th Edition, Prentice Hall, 2000
NORMAS PORTUGUESAS DE DESENHO TÉCNICO, - NP-62, 1961; NP-89, 1963; NP-49, 1968; NP-327, 1964;
NP-671, 1973; NP-297, 1963; NP-328, 1964; NP-167, 1966; NP-716, 1968; NP-204, 1968; NP-718, 1968;
AutoCAD Reference Manual
SÍTIOS DA INTERNET
American National Standards Institute (ANSI) – www.ansi.org
Organization for Standartization (ISO) - www.iso.ch
Metrology World – www.metrologyworld.com
APONTAMENTOS
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