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Dep.

Engenharia Civil

APONTAMENTOS
DESENHO TÉCNICO E REPRESENTAÇÃO DIGITAL
1º ano – 1º semestre

DESENHO TÉCNICO CADERNO 01


Autor: João Fernandes Silva
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Prof.: João Fernandes Silva
DESENHO TÉCNICO e REPRESENTAÇÃO DIGITAL – 1º ANO/1º SEMESTRE ANO LETIVO: 2018.2019
DESENHO TÉCNICO – INSTRUMENTOS; PROJEÇÕES ORTOGONAIS; PERSPETIVAS; CORTES E SECÇÕES 1

01 . DESENHO TÉCNICO – CÓDIGOS E LINGUAGEM


1.1 - CONCEITOS GERAIS DE DESENHO TÉCNICO 3
1.2 - NORMAS DO DESENHO TÉCNICO 4
1.3 - TIPOS DE LINHAS 5
1.4 – REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA OCULTA 7
1.5 - FORMATO DE PAPEIS 9
1.6 - ESCALAS DE TRABALHO 13
1.7 - LEGENDAGEM E TERMINOLOGIA 15
1.8 – ESCRITA NORMALIZADA 16
1.9 – COTAGEM 17

02 . PROJEÇÕES ORTOGONAIS
2.1 – PRINCÍPIOS GERAIS 21
2.2 – MÉTODOS DE REPRESENTAÇÃO DE VISTAS 22
2.2.1 - MÉTODO EUROPEU 22
2.2.2 - MÉTODO AMERICANO 23

03 . PERSPETIVAS
3.1 – ISOMETRICA 24
3.2 – CAVALEIRA 24
3.3 – DIMÉTRICA 25
3.4 – MILITAR 25

04 . CORTES E SECÇÕES
4.1 - PLANOS DE CORTE 26
4.2 - VISTAS E CORTES PARCIAIS 27
4.3 - SECÇÕES EM DESENHO TÉCNICO 29
4.4 – CORTES COM MUDANÇA DE PLANO 29

05 . BIBLIOGRAFIA
5.1 – BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL 30
5.2 - BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 30

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01 . DESENHO TÉCNICO – CÓDIGOS E LINGUAGEM


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01 . DESENHO TÉCNICO – CÓDIGOS E LINGUAGEM

1.1 - CONCEITOS GERAIS DE DESENHO TÉCNICO

O Desenho técnico orienta-se por um conjunto de normas de modo a estabelecer com rigor a definição
do objeto técnico no estado de acabamento prescrito, quer se trate de uma peça ou de um edifício.

Existem várias formas de desenhos técnicos de acordo com a sua natureza e a sua função.

Desenho de anteprojeto: consiste no estudo inicial em que se representam as várias tentativas com que
se pretende atingir a solução correta. O desenho de Anteprojeto é já uma forma de desenho rigoroso que
define as diretrizes das várias soluções encontradas que sirvam de base à escolha da solução final.

Desenho de projeto base: representa em desenho rigoroso e com detalhe [poderá envolver cálculos]
a solução adotada. Esta fase é de primordial importância uma vez que os desenhos elaborados na
fase de projeto servirão de suporte de realização de outros desenhos que compreendem as várias
especialidades do projeto de execução de uma obra.

Desenho de projeto de execução: esta fase de projeto é elaborada a partir dos desenhos da fase
anterior e tem como objetivo a possibilidade do objeto técnico.

Estabelece de forma escrita e desenhada com detalhe e rigor todas as exigências que o objeto a
construir deve satisfazer.

O desenho técnico na construção, define as formas, dimensões, tolerâncias estado de superfícies,


materiais de revestimento do objeto, no seu estado de utilização.

No campo da Engenharia, em particular na Engenharia Civil o desenho técnico é uma ferramenta


fundamental para o trabalho de planeamento, conceção, fiscalização e produção que acompanha um
novo objeto.
Em cada uma das fases anteriores, o desenho vai mudando assim como mudam as necessidades de
cada fase, pertinentes às ações a desenvolver de modo a materializar o produto final.
As informações que constam no desenho em cada uma dessas fases são de extrema importância
para quem o concebe, lê e interpreta.
Um dado objeto poderá ser descrito por vários observadores. Mesmo tratando-se do mesmo objeto,
haverá sempre diferenças entre a interpretação feita por cada um deles. O desenho técnico tem por
missão fundamental garantir a uniformidade da interpretação feita por cada um dos destinatários
deste.

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1.2 – NORMAS DO DESENHO TÉCNICO

NORMAS PORTUGUESAS NP SOBRE DESENHO TÉCNICO


(em concordância com as normas ISO)
NP 48:1968 (3ª Edição) Desenho técnico. Formatos.
NP 49:1968 (3ª Edição) Desenho técnico. Modo de dobrar folhas de desenho.
NP 62:1961 (2ª Edição) Desenho técnico. Linhas e sua utilização.
NP 167:1966 (2ª Edição) Desenho técnico. Figuração de materiais em corte.
NP 204:1968 (2ª Edição) Desenho técnico. Legendas.
NP 205:1970 (1ª Edição) Desenho técnico. Listas de peças.
NP 297:1963 (1ª Edição) Desenho técnico. Cotagem.
NP 327:1964 (1ª Edição) Desenho técnico. Representação de vistas.
NP 328:1964 (1ª Edição) Desenho técnico. Cortes e secções.
NP 671:1973 (1ª Edição) Desenho técnico. Representação convencional. Convenções de utilização geral
NP 718:1968 (2ª Edição) Desenho técnico. Esquadrias
NORMAS QUE DEIXARAM DE ESTAR EM VIGOR: - 89, 717 (Escalas)

NORMAS EUROPEIAS EN SOBRE DESENHO TÉCNICO


EN 2851:1992 Série aeroespacial. Marcação de peças e conjuntos, exceto motores. Indicação nos desenhos
EN 20898-1:1991 Propriedades mecânicas dos elementos de ligação. Parte 1: Parafusos de cabeça, parafusos
com fenda e pernos CORRESPONDÊNCIA: ISO 898-1:1988.
EN ISO 4172:1996 Technical drawings. Construction drawings. Drawings for the assembly of prefabricated
structures CORRESPONDÊNCIA: ISO 4172:1991
EN ISO 5455:1994 Technical drawings. Scales (Substitui a NP 717)
EN ISO 5457:1999 Tecnical product documentation. Sizes and layout of drawing sheets (ISO 5457:1999)
EN ISO 6410-1:1996 Technical drawings. Screw threads and threaded parts. Part 1: General conventions
CORRESPONDÊNCIA: ISO 6410-1:1993
EN ISO 6410-2:1996 Technical drawings. Screw threads and threaded parts. Part 2: Screw thread inserts
CORRESPONDÊNCIA: ISO 6410-2:1993
EN ISO 6410-3:1996 Technical drawings. Screw threads and threaded parts. Part 3:
Simplified representation CORRESPONDÊNCIA: ISO 6410-3:1993
EN ISO 6411:1997 Technical drawings. Simplified representation of centre holes
CORRESPONDÊNCIA: ISO 6411:1982
EN ISO 6412-1:1994 Technical drawings. Simplified representation of pipelines. Part 1:
General rules and orthogonal representation CORRESPONDÊNCIA: ISO 6412-1:1989
EN ISO 6412-2:1994 Technical drawings. Simplified representation of pipelines. Part 2: Isometric projection.
CORRESPONDÊNCIA: ISO 6412-2:1989
EN ISO 6412-3:1996 Technical drawings. Simplified representation of pipelines. Part 3: Terminal features of
ventilation and drainage systems CORRESPONDÊNCIA: ISO 6412-3:1993
EN ISO 6413:1994 Technical drawings. Representation of splines and serrations CORRESPONDÊNCIA: ISO
6413:1988
EN ISO 6414:1994 Technical drawings for glassware CORRESPONDÊNCIA: ISSO 6414:1982
EN ISO 6433:1994 Technical drawings. Item references CORRESPONDÊNCIA: ISSO 6433:1981
NORMAS Versão 1.3 7
EN ISO 7437:1996 Technical drawings. Construction drawings. General rules for execution of production
drawings for prefabricated structural components CORRESPONDÊNCIA: ISO 7437:1990
EN ISO 7519:1996 Technical drawings. Construction drawings. general principles of presentation for general
arrangement and assembly drawings CORRESPONDÊNCIA: ISO 7519:1991
EN ISO 9222-1:1995 Technical drawings. Seals for dynamic application. Part 1: General simplified
representation CORRESPONDÊNCIA: ISO 9222-1:1989
EN ISO 9222-2:1994 Technical drawings. Seals of dynamic application. Part 2: Detailed simplified representation
CORRESPONDÊNCIA: ISO 9222-2:1989

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1.3 – TIPOS DE LINHA


A Norma Portuguesa definitiva NP-62 (1961) define os TIPOS DE LINHAS a utilizar no Desenho
Técnico (ver Tabela L).

Em Desenho Técnico há necessidade de utilizar diferentes tipos de linhas com diferentes


interpretações a eles associados e bem definidos, de acordo com normas nacionais e internacionais.
Os tipos de linhas com maior importância para o desenho técnico associado à Engenharia Civil são os
a seguir discriminados:
Linhas de Contorno ( )
É a linha mais importante e que assume maior prioridade na representação relativamente aos outros
tipos de linha. Trata-se do tipo de linha que define a geometria da peça e consequentemente será
realizado a traço mais grosso quando falamos na representação das secções de corte e a traço
intermédio nas projeções de vistas.
Linhas de Eixo ou de Simetria ( )
Têm por função indicar a existência de uma secção circular ou a simetria de um objeto relativamente
Linhas Invisíveis ou Ocultas ( )
Têm por função indicar a existência de geometrias que não são visíveis na projeção escolhida. O seu
aspeto é uma linha fina, interrompida regularmente.
Linhas de Cota / Chamada e Anotações ( ):
São utilizadas linhas contínuas muito finas para este propósito. A sua utilização será discutida mais
adiante, no capítulo dedicado à Cotagem.

Tabela L – Tipos de Linhas

de acordo com a NP-62 (1961)


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Nas linhas de traço interrompido os espaços devem ter dimensão entre ½ e ¼ do comprimento dos
segmentos. As dimensões dos segmentos nas linhas a traço interrompido devem ser proporcionais
ao comprimento da linha e espessura do traço adotada.
Duas notas importantes:
- As linhas do tipo F devem ser designadas por traço interrompido, não se devendo utilizar a
designação tracejado;
- As linhas dos tipos B e G, apesar de se designarem traço-ponto devem ser constituídas por
séries de segmentos alternadamente curtos e compridos.
ESPESSURAS
A mesma Norma define ainda as seguintes 10 espessuras diferentes para os traços, especificadas em
décimos de milímetro, que devem ser utilizadas no Desenho Técnico:
12, 10, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1
GRUPO DE TRAÇOS
Da combinação dos vários tipos de linhas e espessuras considerados, a NP-62 (1961) define os
GRUPOS DE TRAÇOS que devem ser utilizados em Desenho Técnico (ver Tabela T).
GRUPOS DE TRAÇOS

12 10 8 6 4 3 2 1

a 12 10 8 6 4 3 2 1
b 7 6 5 4 2 2 1 1
c 7 6 5 4 2 2 1 1
d 3 3 2 2 1 1 1 1
e 3 3 2 2 1 1 1 1
Tabela T – Grupos de Traços de acordo com a NP-62 (1961)
Note-se que nem todas as espessuras antes definidas são consideradas na definição dos GRUPOS DE
TRAÇOS, havendo algumas espessuras que não devem ser utilizadas em linhas de traço contínuo. Por
outro lado, verifica-se pela observação da mesma Tabela que os tipos de linha b e c têm, em cada
grupo, a mesma espessura, o mesmo acontecendo entre os tipos de linha d e e.
As indicações da Norma Portuguesa NP-62 (1961) nem sempre são fáceis de cumprir, especialmente
se atendermos aos meios que são atualmente utilizados na execução de desenhos. Mais ainda que o
respeito absoluto das indicações dadas pela NP-62, torna-se fundamental que critérios constantes
sejam adotados na escolha dos tipos de linhas e espessuras utilizados num desenho ou grupo de
desenhos de um projeto. Na execução de desenhos da área da Engenharia Civil aconselha-se a
utilização de espessuras de traços menores que as utilizadas na execução de, por exemplo, desenhos
de construção mecânica onde as escalas são normalmente maiores (Note-se que um traço com 1mm
de espessura num desenho à escala 1:100 representa em obra uma espessura real de 10 cm).

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1.4 – REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA OCULTA

A interpretação geométrica dos projetos representado aos diversos intervenientes que usam o
desenho técnico como ferramenta, nomeadamente, planeadores, preparadores de trabalho,
desenhadores e executantes, faz com seja útil a representação de geometrias ocultas de modo a
tornar mais compreensível o fundamento do desenho.
Embora este tipo de representação possa ser redundante, uma vez que a informação que se presta
por esta vista pode estar visível numa outra. A função destas linhas pode prevenir quem está a
interpretar o desenho para a existência de pormenores de geometria que forcem a consulta de
outras projeções para evitar uma interpretação errada.
Uma geometria assinalada a invisível, nunca poderá ser, apenas por si, suficientemente
esclarecedora quanto ao seu aspeto verdadeiro:

Figura 1 – representação de vista com geometrias ocultas

O exemplo da figura 01 que se apresenta revela bem como a interpretação da projeção pode ser
confusa. Sem recorrer a uma outra vista, não é possível determinar se a geometria representada a
invisível se trata de um furo ou de uma saliência.
Por conseguinte, é fundamental complementar a representação da peça com informação adicional
essencial à sua compreensão. O caminho passa pela representação de geometrias ocultas como
complemento informativo. A utilização de linhas ocultas não deve ser excessiva, pelo que não é
sugerível o recurso a este tipo de linhas para colocar em evidência todos os pormenores invisíveis.
Uma das categorias onde as geometrias ocultas atuam é a dos desenhos de conjunto, quando estes
contêm uma grande diversidade de elementos. A sua representação com recurso a linhas ocultas pode
facultar a perceção de intercessões entre objetos que só quando dispostos em conjunto seja possível
aferir.

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No quadro anexo, apresentam-se alguns exemplos corretos e incorretos de representação das linhas
ocultas quando em conjunto com linhas de contorno:

Figura 2 – Quadros com a metodologia de representação de linhas ocultas

A representação de linhas ocultas segue algumas normas, o traço interrompido destas linhas deve ter
espessura proporcionada à do traço de contorno.

Indicam-se em seguida algumas normas sobre o traçado destas linhas:

· a linha deverá começar e acabar sempre com um traço cheio, exceto quando parte a
partir de uma linha de contorno;
· no caso de um arco, os dois traços extremos da linha partem dos pontos de tangência,
exceto quando a linha prolonga um traço de contorno;
· duas ou mais linhas a traço interrompido que se encontram num ponto sem se cruzarem,
devem tocar-se sempre;
· uma linha oculta que cruze com uma linha de contorno, não a deve tocar;
· linhas ocultas paralelas devem ter os traços desencontrados.

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1.5 – FORMATOS DOS PAPEIS

A Norma Portuguesa NP-48 (1968) fixa os formatos das folhas que devem ser utilizadas em Desenho
Técnico. Estas pertencem à chamada série A, que tem por base o formato A0 cuja área é 1m2.
Em qualquer formato da série, o lado maior da folha (a) é igual à diagonal do quadrado construído

sobre o lado menor (b) (ver Figura 1), e a relação entre os seus lados é dada por a  2b . Resulta
destas condições que o formato A0 tem as dimensões a=1189mm, b=841mm.

Figura 1 – Relação entre os lados de uma folha do formato série A

Os formatos seguintes, são obtidos tomando o lado maior igual ao lado menor e o lado menor igual a
metade do lado maior do formato anterior (ver Figura 2), Exemplo:

a A1  bA0
1
bA1  a A0
2

É fundamental proceder à seleção do formato ajustado em função da análise prévia dos objetos a
representar, e que deverão estar devidamente organizadas nas folhas respeitando os rebatimentos.

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Os formatos de Papel Normalizados mais utilizados em desenho técnico são os da (série A), cujo as
dimensões em são as seguintes:

A1
A0

A3
A2
A5
A4
A6

Figura 2 – Obtenção de vários formatos da série A por subdivisão do formato A0

A4 – 210 x 297mm A3 – 297 x 420mm A2 – 420 x 594mm


A1 – 594 x 841mm A0 – 841 x 1189mm

A grande diferença entre dois formatos consecutivos da série A, levou à criação de duas séries
adicionais, as séries B e C, definidas pela NP-17 (1970).

As dimensões dos formatos da série B são a média aritmética de dois formatos consecutivos da série
A. A base do formato da série B é o B0, cujas dimensões se obtêm pela média geométrica dos
formatos A0 e 2A0.

aB 0  841 1189  1000 mm


bB 0  1189  1682  1414 mm

Apenas os formatos da série A se devem usar em Desenho Técnico — norma NP-48 (1968)

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MARGENS

O retângulo que envolve a legenda designa-se esquadria e deve envolver a legenda que se localiza no
canto inferior direito da esquadria, considerando a folha orientada na posição de leitura do desenho.
A legenda, juntamente com a margem, não deve ter largura superior a 185 mm, de modo que,
quando o desenho for dobrado, a totalidade da legenda fique no frontispício, facilitando a rápida
identificação do desenho.

Figura 4 – Detalhe do canto inferior esquerdo da folha de desenho

DOBRAGEM DO PAPEL

Depois dos desenhos terminados, os papéis com formatos maiores do que A4 podem ser dobrados
de modo a ficarem com as dimensões deste.

O arquivo dos desenhos leva à necessidade da dobragem destes, nomeadamente aqueles realizados
em grandes formatos (maiores que A4). Esta operação tem por objetivo dobrar a folha de desenho
até que esta fique com as dimensões de uma folha A4, ou seja, 210 x 297mm, podendo então ser
arquivada devidamente.

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MÉTODO DE DOBRAGEM DE FOLHAS

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1.6 – ESCALAS DE TRABALHO


O processo produtivo de desenho depara-se com um problema de extrema dificuldade de como
representar no papel uma peça, como por exemplo um edifício ou uma peça muito pequena, como
com rebite. É fundamental estabelecer uma proporção entre o que se desenha e o que se produz. É
nesse momento que recorremos a escalas de trabalho.

Noção de Escala: Relação da dimensão linear de um elemento e/ou de um objeto representado no


desenho original para a dimensão real do mesmo elemento e/ ou próprio objeto.

Nas escalas numéricas, o número 1 sempre indicará o valor de 1 (um) metro. Assim, pode-se dizer
que um desenho representado na escala 1:5 teve a medida de um metro reduzido cinco vezes, isto é,
o valor da unidade da medida gráfica corresponderá a 1/5 = 0,20 m ou 20 cm.

Uma escala 1:1 significa que o objeto foi representado em tamanho natural e dessa forma a escala
1:1 é conhecida como escala natural.

Utilização: A escala deve estar expressa na legenda do desenho. Na utilização de outras escalas no
desenho, somente a principal aparece na legenda do desenho.

Escala de Ampliação:
Escala onde o desenho representa um aumento nas dimensões reais do objeto. Exemplo: X : 1

É comum a utilização de escalas de ampliação quando se tratam de peças de reduzidas dimensões


em que é difícil a interpretação da geometria em 1:1 ou quando existem pormenores da peça que
exigem uma ampliação localizada.

Escala Natural:
Escala onde o desenho representa as dimensões reais do objeto. Exemplo: 1 : 1

Escala de Redução:
Escala onde o desenho tem suas dimensões diminuídas em relação ao real. Exemplo: 1 : X

Salienta-se que no Desenho Técnico associado ao Desenho de Construção Civil usam-se sempre as
escalas de redução 1:X, ou seja, representa-se no papel com uma redução das dimensões da peça
associada à escala de trabalho escolhida.
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CLASSIFICAÇÃO DAS ESCALAS NUMÉRICAS PELA SUA UTILIZAÇÃO

As escalas numéricas recomendadas para execução de Desenho Técnico associado à construção civil,
estão dispostas na Tabela abaixo e podem ser reduzidas e ampliadas na razão de 10.

A indicação das escalas a que são feitos os desenhos deve ser incluída na legenda dos próprios
desenhos adotando-se preferencialmente as seguintes:

Escala de referência 1:100 [1,00 cm em desenho = 1,00 metro em tamanho real]


100 . Numerador exprime a unidade métrica
1m = cm = 1 cm . Denominador exprime o nº de vezes que
100 a unidade será reduzida

Escalas de projeto [desenho arquitetónico e de construção]


1:100 [escala de desenho de projeto]
1:200 [escala de desenho de projeto]
1:500 [topografia, desenho urbano]

Macro escalas [escalas de grande amplitude]


1:1000 [planimetria geral; levantamentos aerofotogramétricos]
1:2000 [planimetria geral; levantamentos aerofotogramétricos]
1:5000 [planeamento; ordenamento do território]
1:10000 [planeamento; ordenamento do território]

Micro escalas [escalas de pormenor]


1:50 [mapas de vãos e planos de acabamentos]
1:20 / 1:10 [pormenores construtivos]
1:5 / 1:2 / 1:1 [detalhes construtivos]

Nota:
É necessário ponderar o espaço que irá ser ocupado pelas várias peças desenhadas essenciais à
representação do projeto e a escala ou escalas a que este vai estar representado para se poder
determinar o formato de papel necessário para conter o desenho.

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1.7 – LEGENDAGEM E TERMINOLOGIA


Legendas

As legendas ou rótulos identificam os desenhos. Devem indicar a obra a que respeitam (identificação
da obra, local, requerente), o tipo de elementos representados, a escala ou escalas adotadas nos
desenhos, a entidade a que pertencem (gabinete que os executou ou mandou executar). As legendas
incluem sempre um número que identifica a folha e incluem normalmente áreas que permitem
marcações adicionais (ver Figura 01). A Norma Portuguesa NP-204 (1968) estabelece os tipos de
legenda que devem ser adotados em cada tipo de desenho, os campos que devem ser contemplados
assim como as suas dimensões e as espessuras dos traços a utilizar.

Figura 01 – Legenda tipo de Desenho de Projeto

Figura 02 – Legenda personalizada

A legenda é uma parte fundamental do Desenho Técnico e está normalizada pela norma portuguesa
NP-204 (1968). Deverá estar localizada no canto inferior direito da folha. Deverá abarcar a
informação essencial relativa aos desenhos que a folha contenha.

Quanto ao seu aspeto visual, este pode ser normalizado tal como se apresenta na figura 02, uma vez
que as normas internacionais a este propósito não são rígidas. Todavia é fundamental que a
informação obrigatória esteja facilmente legível para que a consulta.

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1.8 – ESCRITA NORMALIZADA


A construção e a composição das letras constituem um dos trabalhos de grande importância no
desenho técnico.

A escrita normalizada norteia-se pela norma (ISO3098) que regula os tipos de caracteres usados em
desenhos técnicos e outra informação complementar. É aplicada a toda a escrita, desde a escrita à
mão livre, até à escrita com instrumentos de precisão. As principais exigências da escrita em desenho
técnico são a legibilidade e a garantia de qualidade quando utilizados meios de reprodução. Os
caracteres devem ser nitidamente distinguíveis entre si, para prevenir qualquer permutação ou
desvio à forma inicial de interpretação.

Características específicas:

- A altura h é a dimensão funcional para o tamanho nominal das letras maiúsculas (ver quadro).
- É definida a seguinte escala de tamanhos nominais em mm: 2,5 – 3,5 – 5 – 7 – 10 – 14 – 20 - …
(progressão geométrica de √2)
- As alturas de h não devem ser inferiores a 2,5
- A escrita pode ser vertical ou com inclinação de 15° para a direita

A altura das letras deverá ser sempre baseada na altura das letras maiúsculas, sendo o mínimo de
2,5mm com dimensões proporcionais.

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1.9 – COTAGEM
Embora não existam regras fixas de cotagem, a maneira de dispor as cotas no desenho técnico depende
de alguns critérios. A cotagem do desenho técnico deve tornar desnecessária a realização de cálculos para
descobrir medidas para a execução do modelo, quer se trate de uma peça ou de um edifício. O sistema de
cotagem deverá estar organizado com o propósito de estruturar a cotagem completa da peça.

O desenho rigoroso de um objeto é apenas parte do conjunto de informação necessária à


compreensão. Um dos aspetos importantes na ajuda à compreensão do modelo em causa passa pela
informação exata das suas dimensões, tendo como objetivo o processo de produção.

O objetivo da cotagem proceder à localização e identificação de elementos geométricos que fazem


parte do objeto cotado A identificação de elementos geométricos é possível com recurso a
simbologia adaptada para o efeito.
Usualmente, as técnicas da cotagem devem ser aplicadas a peças de geometria e complexidade
diferentes, por forma a garantir a legibilidade, simplicidade e clareza do desenho.
A cotagem deve ser efetuada de acordo com as regras indicadas na norma portuguesa NP-297 (1963)
Desenho técnico: Cotagem.

ELEMENTOS DE COTAGEM

TERMINAIS (setas)




 
Linha de chamada
Linha de cota

Cota
Terminal
Definições
- Linhas de Chamada: são linhas contínuas, finas, que partem do elemento a cotar e que em
regra lhe é perpendicular.
- Linha de Cota: é uma linha igualmente fina (ou um arco, no caso da cotagem de um ângulo),
paralela ao elemento a cotar.
- Terminal: aponta a extremidade da linha de cota, à esquerda e à direita desta;
- Cota: valor da dimensão do elemento cotado, a unidade de medida linear utilizada em
Engenharia Civil é o metro, pelo que o valor inscrito não deve incluir as unidades de medida;
no caso dos ângulos, a unidade de medida é o grau e o valor da cota é seguido de “°”.
- A cota pode ser deslocada para fora da linha cota quando o espaço é insuficiente, desde
que ligada à linha de cota por uma linha de referência.

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TIPOS DE COTAGEM
A seleção do tipo de cotagem a realizar deve ter em conta a sequência das operações a realizar.

Cotagem em Série:
Verifica-Se que, na cotagem em série, cada parte da
peça é cotada individualmente. A parte identificada
pela letra A, por exemplo, mede 25 mm de
comprimento. Já a cota 12 indica o comprimento da
parte C. Quando a exigência de precisão na execução
de cada parte da peça é muito grande, este sistema
de cotagem não deve ser adotado.

Cotagem em Paralelo:
Quando a cotagem da peça é feita por elemento de
referência, as cotas podem ser colocadas em paralelo
e ou aditiva. O exemplo abaixo demonstra uma
cotagem EM PARALELO. As cotas são definidas em
relação a aresta comum da peça. A distância entre as
linhas de cota deve manter-se constante e as linhas
de cota devem manter-se paralelas entre si.

Cotagem por Ordenadas:

Este tipo de cotagem utiliza-se em desenhos com

uma grande densidade de pormenores geométricos.

As cotas são definidas relativamente a uma origem,

que dependendo da forma como a peça vai ser

obtida, pode estar centrada na peça ou colocada num

dos seus vértices.

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Cotagem Aditiva:
Este tipo de cotagem pode ser usado quando
houver limitação de espaço e desde que não
cause dificuldades na interpretação do
desenho. Veja a mesma placa com 6 furos,
que se apresentou cotada em paralelo.
A partir da face tomada como referência foi determinado um ponto de origem 0 (zero). As cotas são
indicadas na extremidade da linha auxiliar. A interpretação das cotas é semelhante à da cotagem
paralela. A cota 8 indica a distância do primeiro furo da esquerda à face tomada como referência,
que contém o ponto 0. A cota 18 indica que a distância da origem 0 ao segundo furo corresponde a
18 mm. A cota 34 indica a distância do terceiro furo em relação ao mesmo elemento de referência e
assim por diante.

PRINCÍPIOS GERAIS PARA INSCRIÇÃO DE COTAS


Este conjunto de regras visa facilitar a leitura e interpretação do desenho:
-As cotas indicadas no desenho são sempre as cotas reais do objeto, qualquer que seja a escala utilizada.
-Os caracteres utilizados devem ser sempre do mesmo tamanho e legíveis, a cor utilizada deve ser
sempre o preto.
- Os elementos devem ser cotados na projeção que der mais informação sobre a sua forma ou
localização, garantindo sempre a total definição da peça.
- As linhas de cota nunca se devem cruzar com outras linhas. A sua distribuição deverá ser colocada para
que o valor da cota esteja sempre visível e proporcionar uma leitura correta da cota, se for possível, fora
do contorno do desenho a cotar, mas sempre o mais perto que se possa do elemento geométrico cotado.
- As linhas de chamada devem ser interrompidas sempre que se cruzem com outras linhas, se
necessário podem utilizar-se arestas como linhas de chamada, mas é uma situação a evitar.
- Cada elemento deve ser cotado apenas uma vez e na projeção que mais informação contiver sobre ele.
- O valor da cota deve ser sempre posicionado, sempre que possível, centrado sobre a linha de cota e
alinhado por esta. O deslocamento do valor da cota pode ser permitido em situações de cotas de
reduzida dimensão ou de sobreposição com outros elementos de desenho, linhas de eixo por
exemplo. O lado preferencial para o deslocamento da cota é o lado direito.

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02 . PROJEÇÕES ORTOGONAIS
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02 . PROJEÇÕES ORTOGONAIS
2.1 – PRINCÍPIOS GERAIS
A projeção ortogonal é uma forma de representar graficamente objetos tridimensionais em figuras
planas, de modo a demonstrar a sua verdadeira grandeza e transmitir com precisão o que caracteriza.
ESCOLHA DA VISTA PRINCIPAL
A norma NP 327 estabelece que a vista principal deve representar um objeto na sua posição de
serviço, isto é, na posição que o objeto ocupa quando desempenha a função a que está destinada.
Esta condição não é suficiente para a escolha da vista principal, pois um objeto na sua posição de
serviço pode ser observado de qualquer um dos seus lados. Assim considera-se que a vista principal
ou de frente, deve ser a que dá o máximo de informação sobre o objeto. No caso de duas vistas
igualmente elucidativas, escolher-se-á para vista principal a que não apresenta, ou apresenta menor
número, de configurações ocultas.
ESCOLHA DE OUTRAS VISTAS
A escolha das vistas que se devem utilizar para definir um dado objeto obedece a certos critérios:
Deve, sempre, representar-se o alçado principal, porque, por definição, é o mais esclarecedor sobre a
forma da peça. Para além do alçado principal representam-se as vistas necessárias e suficientes para
uma completa definição do objeto, isto é, para que não exista qualquer ambiguidade.

Na prática, para se fazerem as projeções ortogonais de uma peça parte-se da vista de frente e
obtêm-se as vistas adjacentes supondo-se que se vai rodando, sucessivamente, o objeto de 90º como
se tombasse para o lado do papel onde vai ser desenhada a vista, onde:
As vistas alternadas (exemplo esquerda – direita, inferior - superior) são simétricas.
As vistas devem corresponder horizontal e verticalmente, havendo igualdade das dimensões
correspondentes em todas as vistas.
Por conseguinte são necessários três elementos para a sua correta representação e que constam do
quadro seguinte:

ELEMENTO DESCRITIVO

É o objeto que se quer representar. Em regra é representado em posição


Modelo
que mostre a maior parte dos seus elementos.
Na projeção ortogonal o observador está localizado a uma distância infinita
Observador em relação ao objeto. A direção de onde o observador está a ver o modelo
será implicada na representação
Plano de projeção É a superfície onde se projeta o modelo

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2.2 – MÉTODOS DE REPRESENTAÇÃO DE VISTAS


2.2.1 – MÉTODO EUROPEU
Consideremos um prisma colocado no interior de um outro prisma cujas faces constituem seis planos
de projeção, paralelos dois a dois.
A projeção ortogonal de um sólido depende da posição que ele ocupa em relação ao plano e
necessita, obrigatoriamente, de mais do que uma vista frontal para ser definido.

Figura 01 – projeção ortogonal de um paralelepípedo


Fonte:https://woc.ipca.pt/est/getFile.do?tipo=2&id=3210

Figura 02 – projeção ortogonal de um paralelepípedo nos planos de projeção


Fonte:https://woc.ipca.pt/est/getFile.do?tipo=2&id=3210

Deste modo, as seis projeções correspondem às seis posições possíveis do desenhador ao observar o
objeto ortogonalmente face aos planos de projeção. Estas projeções são em geral, designadas por vistas.
Consideramos como principal a face vertical de frente do paralelepípedo que se encontra por detrás
do objeto, consideramos, também, que a nossa folha de papel de desenho é um plano vertical de
frente que contém essa face principal.

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Para que as seis projeções possam ser representadas na folha de desenho, o paralelepípedo é
planificado como e as vistas ficam dispostas como indica do seguinte modo:

A
Vista frontal, vista de frente, vista principal
ou alçado de frente.
B
Vista de baixo ou vista inferior, fica por
cima da frontal.
C
Vista de cima, planta ou vista superior,fica
por baixo da principal.
D
Vista da direita, vista lateral direita ou
alçado lateral direito (fica à esquerda da
principal).
E
Vista da esquerda, vista lateral esquerda
ou alçado lateral esquerdo (fica à direita da
principal).
P
Vista posterior (fica à direita da vista
esquerda).

2.3 - MÉTODO AMERICANO


A diferença entre os dois métodos de representação reside na forma como se orientam as projeções.
Isto é, se utilizarmos o exemplo do cubo de vidro, já utilizado para explicar a metodologia das
projeções ortogonais, é mais fácil compreender esta diferença.
No cubo de vidro que envolve o modelo a projetar, situámos 3 observadores em 3 faces diferentes do cubo,
escolhemos a projeção de um deles para Alçado Principal e a partir deste as restantes vistas auxiliares.
No Método Americano de representação passa-se tudo da mesma forma à exceção da parede do
cubo em que cada um dos observadores projeta aquilo que vê. Agora, cada observador passa a
projetar na própria parede em que se encontra, resultando no seguinte:

A
Vista frontal, vista de frente, vista principal
ou alçado de frente.
B
Vista de cima ou vista superior, fica por
cima da frontal.
C
Vista de baixo, planta ou vista inferior,fica
por baixo da principal.
D
Vista da esquerda, vista lateral esquerda ou
alçado lateral esquerdo (fica à esquerda da
principal).
E
Vista da direita, vista lateral direita
ou alçado lateral direito (fica à direita da
principal).
P
Vista posterior (fica à direita ou esquerda
das vistas laterias).

Em suma, ambos os métodos apenas se distinguem por um elemento, o observador. No caso do


Método europeu, o modelo fica entre o plano de projeção e o observador. No Método Americano o
plano de projeção fica entre o observador e o modelo.

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03 . PERSPETIVAS
O recurso a perspetivas no desenho técnico deve-se à necessidade de complementar a informação
dada pelas projeções, permitindo ao utilizador do desenho uma melhor e mais rápida compreensão
da geometria do objeto.
Desta forma, é possível realizar uma representação tridimensional aproximada do objeto e ilustrar
pormenores de geometria menos percetíveis nas suas projeções ortogonais.
A perspetiva ortogonal é uma projeção cilíndrica ortogonal sobre um plano oblíquo em relação às
três dimensões do corpo a representar. Existem 4 tipos de perspetivas ortogonais:

1. Isométrica 2. Cavaleira 3. Dimétrica 4. Militar

3.1 - ISOMÉTRICA

A perspetiva isométrica é uma perspetiva axonométrica ortogonal onde a projeção


ortogonal é feita sobre um plano perpendicular à diagonal de um cubo, onde as arestas são
paralelas aos três eixos principais. Para construí-la basta adotar uma única escala para os
três eixos.

3.2 - CAVALEIRA
A perspetiva cavaleira é também conhecida por axonometria oblíqua uma vez que é uma projeção que
pressupõe o observador no infinito e, em consequência, utiliza os raios paralelos e oblíquos ao plano do
quadro. Esta perspetiva torna uma das três faces do triedro como plano do quadro. Na perspetiva cavaleira
a face da frente conserva a sua forma e as suas dimensões, a face de fuga (eixo x) é a única a ser reduzida.

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3.3 - DIMÉTRICA
A perspetiva dimétrica tem a sua construção conduzida da mesma forma que na perspetiva
isométrica, com exceção da mudança de ângulo e escala em um dos eixos. Na perspetiva dimétrica a
face da frente conserva a sua largura, a face de fuga (eixo x) é reduzida em 2/3.

3.4 - MILITAR
A perspetiva militar, também chamada de perspetiva aérea ou voo de pássaro; é uma perspetiva
axonométrica onde os eixos x e y formam entre si um ângulo reto. Para a sua construção é
necessário reduzir as medidas do eixo z (eixo das alturas) em 2/3.

Quadro resumo com os coeficientes de redução

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04 . CORTES E SECÇÕES

Fazer um corte significa dissociar parte de um todo. Sem os cortes não seria possível analisar os
pormenores interiores dos objetos apresentados.
Tal como no capítulo das projeções ortogonais, em que havia necessidade de fazer compreender a
geometria do objeto representado aos diversos intervenientes que usam o desenho como
ferramenta de trabalho, os cortes e as secções têm por função ilustrar pormenores da geometria da
peça ocultas ou cuja representação por linhas ocultas não seja suficientemente elucidativa.
O corte caracteriza-se por atingir a peças em toda a sua extensão e em desenho técnico os cortes são
imaginados, uma vez que é necessário demonstrar elementos interiores de uma peça ou edifício que
não são percetíveis na posição em que se encontra o observador.

4.1 - PLANOS DE CORTE


Deve ser considerado o corte realizado por um plano de corte, que também é imaginário. No caso de
corte total, o plano de corte atravessa completamente o objeto atingindo as suas partes sólidas com
se revela na figura seguinte.

Quando se corta a peça (em cima), a sua geometria interior torna-se evidente e elimina, como se vê
neste caso, a necessidade de representar invisibilidades.
A representação em corte consiste na visualização da peça, cortada por um plano paralelo ao plano
de projeção e, suprimindo a parte da peça que fica aquém do plano de corte.
Da parte da peça que ficou além do plano de corte, faz-se a projeção, adotando as regras gerais
estabelecidas para a projeção de vistas.
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4.2 - VISTAS E CORTES PARCIAIS


Os cortes podem ser imaginados em qualquer uma das vistas, sendo que os mais correntes se
estabelecem a partir da vista superior e das vistas correspondentes aos alçados.

Nos cortes a partir da vista frontal, o plano de corte paralelo ao plano de projeção vertical é chamado
plano longitudinal vertical. Este plano de corte divide o modelo ao meio em toda a sua extensão
atingindo todos os elementos da peça.

As partes sólidas do modelo atingidas pelo plano de corte são representadas por preenchimentos. Os
contornos dessa secção são desenhados com uma linha a traço espesso e o preenchimento são
formados por linhas finas inclinadas e paralelas entra si. Os preenchimentos são formas
convencionais de representar as partes sólidas atingidas pelo plano de corte. A NP167 estabelece o
tipo de preenchimento para cada material.

Os furos não recebem preenchimento, pois são partes vazias e que não forma atingidas pelo plano
de corte. Todavia são representadas as linhas de contorno tal como na aplicação do conceito de
representação de projeções.

Quando se trata de representar cortes na vista superior em que o corte é paralelo ao plano de
projeção horizontal, o corte designa-se por plano longitudinal. Divide a peça igualmente em duas
partes e na vista de cima os furos que permanecem ocultos tornam-se agora visíveis fazendo passar o
plano de corte pelo modelo seccionado.

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Existem modelos onde é possível imaginar em corte representado apenas uma parte enquanto a
outra parte permanece visível naquilo que representa o seu aspeto exterior. Este tipo de corte
designa-se por meio corte. O meio corte é aplicado em apenas metade da extensão da peça.
Somente em modelos simétricos longitudinal e transversalmente é que podemos imaginar o meio
corte.
A seleção do tipo de corte a realizar passa pelo tipo de modelo que temos, em baixo ilustra-se uma
peça cuja geometria exterior não fica explícita num corte total, sendo preferível o meio-corte,
evitando a representação de um alçado adicional.

Observando o modelo com meio corte podem-se analisar os elementos internos. Além disso o aspeto
externo pode ainda ser observado, que corresponde à parte não atingida pelo corte, o Modelo
estava a ser visto de frente quando o corte foi imaginado. Por conseguinte, a vista onde o corte deve
ser representado é a vista frontal.

A linha a traço ponto que divide a vista frontal ao meio é a linha de simetria. As partes sólidas
maciças atingidas pelo corte são representadas com preenchimento. O centro dos elementos
internos que se tornaram visíveis com o corte é indicado pelas linhas de eixo. A metade da vista
frontal não atingida pelo corte é exatamente igual à outra metade, portanto simétrica.
Consequentemente, não é necessário repetir a indicação dos elementos internos na parte não
atingida pelo corte. O centro dos elementos não visíveis deve ser indicado e quando o modelo é
representado com meio corte, não é necessário indicar os planos de corte. As demais são
representadas normalmente.

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4.3 - SECÇÕES EM DESENHO TÉCNICO


A diferença relativamente aos cortes, traduz-se no corte simples dos elementos em contacto com o
plano de corte, não sendo representados mais nenhuns elementos para além do plano de corte.
As secções podem aparecer deslocadas da peça donde são obtidas, devidamente ou podem aparecer
sobre essa mesma peça, rebatidas.

4.4 – CORTES COM MUDANÇA DE PLANO


A complexidade das peças assim como a sua dimensão podem exigir que o corte seja realizado por
vários planos de corte, de modo a que se represente todos os pormenores de geometria relevantes.

Dentro deste tipo de cortes, poderemos encontrar os cortes por planos paralelos:

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05 . BIBLIOGRAFIA

BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL
Cunha, Luis Veiga; DESENHO TÉCNICO; Fundação Calouste Gulbenkian

Silva Arlindo, Dias João, Sousa Luís; DESENHO TÉCNICO MODERNO; Lidel Editora

Morais, José Manuel Simões; DESENHO TÉCNICO BÁSICO 3; Porto Editora.

J. López Fernandes; AutoCAD V.12; J.A. Tajadura Zapirain, McGraw-Hil

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
F. E. Giesecke et al., Technical Drawing, 11th Edition, Prentice Hall, 2000

NORMAS PORTUGUESAS DE DESENHO TÉCNICO, - NP-62, 1961; NP-89, 1963; NP-49, 1968; NP-327, 1964;

NP-671, 1973; NP-297, 1963; NP-328, 1964; NP-167, 1966; NP-716, 1968; NP-204, 1968; NP-718, 1968;

AutoCAD Reference Manual

SÍTIOS DA INTERNET
American National Standards Institute (ANSI) – www.ansi.org

Organization for Standartization (ISO) - www.iso.ch

Metrology World – www.metrologyworld.com

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Dep. Engenharia Civil

APONTAMENTOS
DESENHO TÉCNICO E REPRESENTAÇÃO DIGITAL
1º ano – 1º semestre

DESENHO DE PROJETO CADERNO 02


Autor: João Fernandes Silva
Dep. Engenharia Civil

DESENHO DE PROJETO DE CONSTRUÇÃO CADERNO.02


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DESENHO DE PROJETO DE CONSTRUÇÃO – METODOLOGIA APLICADA 2

00. Í N D I C E

1-PREÂMBULO 3

2-CONSIDERAÇÕES GERAIS 3

3-NORMAS A CONSULTAR 3

4- DESENHOS UTILIZADOS NA REPRESENTAÇÃO DE PROJETOS 4

5- PLANTAS E CARTOGRAFIA DE BASE 4

6- CORTES LONGITUDINAIS E CORTES TRANVERSAIS 9

7-ALÇADOS 11

8- ESCALAS DE TRABALHO 12

9- TIPOS E ESPESSURA DE TRAÇO 13

10- COTAGEM E REFERÊNCIAS DE NIVEL 15

11- TRAMAS E PADRONIZAÇÃO 18

12- REPRESENTAÇÃO DE PARTICULARIDADES DE ELEMENTOS ESPECÍFICOS 19

13- GLOSSÁRIO TÉCNICO 24

14- REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS 26

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DESENHO DE PROJETO DE CONSTRUÇÃO – METODOLOGIA APLICADA 3

1- PREÂMBULO

O presente caderno de apontamentos tem como objetivo apresentar, de forma sintética, as


normas e convenções usadas para representação dos projetos arquitetónicos na construção de edifícios.
A finalidade é fornecer os instrumentos de apoio para a unidade curricular de Desenho e Métodos
Gráficos lecionada no curso de Engenharia Civil do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra.

2 - CONSIDERAÇÕES GERAIS:
Cabe salientar que a área específica de projetos de edificações possui particularidades na
representação, seguindo em alguns casos as mesmas regras do desenho técnico genérico e noutros,
regras de acordo com a especificidade dos arquétipos a representar.
É comum verificar que os profissionais que atuam nesta área do mercado não seguem
rigorosamente a norma de desenho técnico instituídas, adotando, em alguns casos, convenções
usuais consagradas pelo meio profissional que diferem das referidas normas.
Face à crescente e inevitável utilização do Desenho Assistido por Computador para a
elaboração de desenho técnico em projeto, verifica-se que alguns itens relativos à representação que
necessitariam ser padronizados ainda não são abordados pelas normas editadas.
O presente trabalho não abrange os princípios regulamentares na elaboração de projetos
subjacentes a cada domínio de intervenção, os quais são tratados por legislação aplicável, normas e
disciplinas específicas.

3 - NORMAS A CONSULTAR
Na elaboração dos desenhos aqui tratados devem ser observadas as seguintes normas NP
elaboradas pela comissão técnica portuguesa de normalização:
NP 327:1964 (1ª Edição) Desenho técnico. Representação de vistas
NP 328:1964 (1ª Edição) Desenho técnico. Cortes e secções
NP 62:1961 (2ª Edição) Desenho técnico. Linhas e sua utilização
NP 297:1963 (1ª Edição) Desenho técnico. Cotagem.
NP 718:1968 (2ª Edição) Desenho técnico. Esquadrias
NP 717:1968 (2ª Edição) Desenho técnico. Escalas
NP 48:1968 (3ª Edição) Desenho técnico. Formatos
NP 204:1968 (2ª Edição) Desenho técnico. Legendas
NP 167:1966 (2ª Edição) Desenho técnico. Figuração de materiais em corte
NP 49:1968 (3ª Edição) Desenho técnico. Modo de dobrar folhas de desenho

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4 - DESENHOS UTILIZADOS NA REPRESENTAÇÃO DE PROJETOS

Na representação dos projetos de edificações são utilizados os seguintes desenhos:

- Planta de localização
- Planta de integração
- Planta da situação [levantamento topográfico e geométrico]
- Planta de implantação
- Plantas de nível de pavimentos
- Cortes longitudinais e transversais
- Alçados
- Pormenores construtivos
- Desenhos de detalhes
- Outros

5- PLANTAS E CARTOGRAFIA DE BASE

5.1 Planta de localização


A planta de localização é um desenho referencial que nos permite identificar o zonamento
onde o edifício será edificado. As escalas adotadas para apresentar as plantas de localização variam
entre: 1:10 000 e 1:25 000, normalmente associadas a estudos e planos de ordenamento do território.

Exemplo de uma planta de localização (sem escala)


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5.2 Planta de Integração


A planta de integração é um desenho que permite a identificar a implantação do edifício no
contexto urbano em que se insere. Como se trata de um desenho representado em macro escala
devemos adotar as escalas convencionais dos levantamentos aerofotogramétricos: 1:1000 e 1:2000.

Exemplo de uma planta de integração (sem escala)


5.3 Planta de situação
Nesta planta são representados todos os elementos necessários para situar o terreno onde a
edificação será construída, na área que o limita. Deve conter os dados disponíveis para situar da
melhor forma possível o terreno. A listagem que se segue identifica alguns dos principais elementos
que, se disponíveis, devem constar nas plantas de situação. Devem ser adotadas escalas de
representação que variam entre 1:200 e 1/500.
- Limite do lote (posições estremas);
- Distância do limite do lote ao eixo de via;
- Distância à fachada fronteira mais próxima;
- Vias de acesso ao conjunto, arruamento e logradouros adjacentes;
- Número do lote ou de antiga edificação que exista ou tenha existido anteriormente;
- Outros dados de identificação da posição do lote ou terreno no contexto urbano;
- Curvas de nível existentes e projetadas, além de eventual sistema de coordenadas
referenciais;
- Pontos cotados de verificação de variação altimétrica;
- Indicação da orientação (norte);
- Escala;
- Cotas gerais;
- Notas gerais, e legendagem.
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Apresenta-se de seguida um exemplo de uma planta de situação.

Exemplo de uma planta de situação (sem escala)

5.4 Planta de implantação


Nesta planta devem ser representados todos os elementos necessários para implantar a
edificação no terreno. A seguir é apresentado um exemplo de planta de implantação com alguns dos
dados que se estiverem disponíveis aquando da elaboração do levantamento topográfico devem
constar da informação a disponibilizar à equipa projetista de acordo com a prática profissional
frequente. Devem ser adotadas escalas de representação que variam entre 1:200 e 1/500.

- Sistema de coordenadas referenciais do terreno, curvas de nível existentes e projetadas;


- Indicação do norte;
- Vias públicas de acesso e vias interiores; estacionamentos públicos e privativos;
- Áreas cobertas, taludes e vegetação;
- Perímetro do terreno, cotas gerais, níveis principais (cota de soleira e cota de implantação)
com referência do terreno em relação ao passeio;
- Limites externos das edificações: recuos, afastamentos, forma, dimensões e ângulos do terreno;
- Amarrações dos eixos do projeto a pontos de referência;
- Marcação e cotagem do alinhamento predial e recuo ao limite do passeio e ao eixo de via;
- Marcação de acessos, rampas e escadas;
- Marcação dos telhados (inclinações) e lajes);
- Escalas de representação [métrica e gráfica];
- Indicações de áreas a serem edificadas;

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- Denominação dos diversos edifícios confinantes;


- Construções existentes, demolições ou remoções futuras, áreas não edificáveis.
- Denominação das edificações;

Exemplo de uma planta de implantação (sem escala)

5.5 Plantas de nível por pavimento


Plantas de nível por pavimento são, genericamente, cortes feitos em cada pavimento através de
planos horizontais imaginários, situados a uma altura entre a verga da porta e o peitoril da janela.

Axonometria representativa da edificação em corte (sem escala)

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A fração da edificação acima do plano de corte é eliminada e representa-se apenas o que o


observador imaginário posicionado a uma distância infinita vê, quando observa a edificação cortada.

Exemplo de planta de nível - composição gráfica para a escala_1:100

As paredes de alvenaria podem ser representadas somente por linhas largas em seu contorno
ou podem ser acrescentadas a estas linhas uma linha representativa do revestimento que será aplicado
sobre a alvenaria (reboco, etc.), dependendo da escala e do nível de definição do projeto.

Metodologia para montagem de uma planta de nível

Apresenta-se uma sugestão da sequência de trabalho para montagem de uma planta de


nível. Trata-se de uma sequência genérica, podendo variar um pouco em função da prática
profissional e do fato do desenho poder ser executado por instrumentos convencionais ou
computacionais.
Inicialmente deve ser estimado o tamanho total dos desenhos (com base na escala métrica de
trabalho escolhida para representação) e verificar como os diversos componentes do projeto serão
distribuídos nas folhas.
Obs: Caso os desenhos estejam sendo elaborados com recurso a Desenho Assistido por
Computador (CAD) este passo pode ser realizado no final do trabalho, sendo possível iniciar a
elaboração das plantas sem preocupação com sua dimensão quando for impressa.
A organização dos Layouts de impressão será tratada na fase final de elaboração do projeto.

- Delimitação das paredes: as paredes da edificação são representadas através de linhas


horizontais, verticais, inclinadas e curvas a traço grosso que demonstram a organização do
espaço interior.

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- Representação da projeção dos beirais, marquises e demais elementos que se localizam


acima da representação em planta (com tipo de linha a tracejado).
- Representação da posição dos vãos, das dimensões e das suas esquadrias. Juntamente com
as representações das portas deverão aparecer os arcos que demarcam o movimento de
abertura e as dimensões principais: h(altura) x I (largura) / p (peitoril).
(caso o desenho seja executado com recurso a Desenho Assistido por Computador, as
esquadrias dos vãos poderão ser desenhadas linha a linha ou inseridas como blocos
previamente definidos) representadas a traço médio/fino.
- Representação das loiças sanitárias representadas a traço fino.
- Representação de ductos, rampas (com seu comprimento e inclinação), e eventual
vegetação.
- Representação esquemática das circulações verticais: elevadores (com dimensões internas)
assim como escadas (número de degraus, pé-direito, cobertor e espelho dos degraus);
- Representação dos quadriculados denominados de "pisos frios" representadas a traço fino.
- Representação das legendas e da cotagem.
- Representação dos desníveis: degraus, rampas, soleiras, balcões, demais detalhes em vista
e dos principais detalhes em projeção representadas a traço fino.

6 – CORTES LONGITUDINAIS E CORTES TRANVERSAIS

São desenhos onde a edificação é representada como se tivesse sido cortada por um ou
mais planos verticais, os quais devem ter a sua posição determinada nas plantas de nível.

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O exemplo seguinte representa de um dos cortes longitudinais da edificação acima ilustrada.

Corte Aa’ – escala_1:100


Metodologia para montagem de um corte

A seguir é apresentada uma sugestão sequencial de trabalho para montagem de um corte.


Tal como na representação anterior, para as plantas de nível, trata-se de uma sequência genérica
podendo variar em função da prática profissional e do fato do desenho poder ser executado através
de Desenho Assistido por Computador (CAD).
- A organização do início do desenho terá a mesma ordem definida para as plantas de nível
(ver item 5.5).
- Demarcação dos limites inferior e superior do corte (contra-piso, laje de forro, etc.).
- Demarcação dos níveis do terreno: nível natural e nível do projeto.
- Cotas de nível do passeio e todos os pavimentos.
- Demarcação das paredes da edificação através das linhas que as compõem, dentro dos
limites de cada pavimento marcados no passo anterior e representadas a traço grosso.
- Representação dos vãos de aberturas e suas esquadrias representadas a traço fino.
- Representação de louças sanitárias representadas a traço fino.
- Representação da quadrícula representativa de revestimentos de paredes por azulejos.
- Indicação das vigas de fundação e estrutura geral (lajes e vigas de cada pavimento).
- Representação do telhado e da estrutura de apoio do mesmo representado a traço fino.

Conforme a NP 328 os cortes devem conter:


- Eixos do projeto;
- Sistema estrutural;
- Indicação de cotas verticais;

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- Indicação de cotas de nível no limpo e em tosco;


- Caracterização dos elementos de projeto:
Encerramentos externos e internos;
Circulações verticais e horizontais;
Áreas de instalação técnica e de serviço;
- Cobertura/telhado e captação de águas pluviais;
- Forros e demais elementos significativos;
- Denominação dos diversos compartimentos seccionados;
- Marcação dos pormenores e detalhes construtivos;
- Escala métrica de trabalho;
- Notas gerais, e referências a desenhos complementares;
- Marcação dos cortes transversais nos cortes longitudinais e vice-versa.

7 – ALÇADOS
São desenhos em projeção ortogonal que representam as elevações (vistas exteriores) da
edificação.

O exemplo seguinte é representativo de um alçado de uma edificação em projeção ortogonal.

Metodologia para montagem de um alçado

Apresenta-se de seguida uma sugestão de sequencial de trabalho para montagem de um


alçado. Assim como nas sequências apresentadas anteriormente para cortes e para plantas de nível,
trata-se de uma sequência geral e abstrata, podendo variar em função da prática do profissional e do
fato do desenho estar sendo executado através de Desenho Assistido por Computador (CAD).

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A organização do início do desenho terá a mesma ordem definida para as plantas de nível
(ver item 5.5).

- Demarcação dos níveis do terreno: nível do terreno natural e nível do projeto.


- Cotas de nível do passeio e todos os pavimentos.
- A partir da montagem do corte correspondente à vista escolhida, é possível determinar as
principais medidas das alturas da edificação, assim como a planta de nível irá definir as
larguras e profundidades.

Nos alçados a espessura de linhas (a traço fino) tem como finalidade dar maior ou menor destaque
as partes da edificação que estiverem sendo representadas, em função de sua proximidade maior ou
menos ao observador. Não se segue, portanto, na representação dos alçados as mesmas regras de
espessuras de linhas adotadas para as plantas e para os cortes.

8 – ESCALAS DE TRABALHO

A escala de um desenho é a relação entre as dimensões do mesmo e as dimensões da peça


real que está sendo caracterizada.
Por exemplo, quando dizemos que um desenho está na escala 1:100 significa que cada dimensão
representada no desenho será 100 vezes maior na realidade, ou seja, cada 1 (um) centímetro que
medirmos no papel corresponderá a [100 centímetros => 1,00m] na realidade.
Devido às grandes dimensões das edificações as escalas utilizadas na sua representação são
normalmente escalas de redução (as dimensões do modelo verdadeiro são reduzidas para que seja
passível de representação numa folha de papel).
Cabe lembrar, entretanto, que para outros elementos as escalas podem, também, ser de
ampliação. Neste caso as dimensões do modelo verdadeiro são aumentadas para a representação
em desenho. Imagine uma peça com dimensão de alguns milímetros que para ser representada e
visualizada mais facilmente foi ampliada dez vezes - neste caso a escala será de 10:1 (cada dez
unidades no desenho correspondem a uma unidade na peça real).
Nos projetos de edificações são adotadas diferentes escalas para os diferentes tipos de
desenhos, dependendo do tamanho do que será representado e do nível de detalhes que se deseja
representar em cada um.

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As escalas usualmente empregadas nos desenhos de edificações são as seguintes:

Plantas de localização 1:10 000 - 1:25 000


Plantas de integração 1:1000 – 1:2000
Plantas de situação 1:200 – 1:500
Plantas de implantação 1:200 – 1:500
Plantas de nível (por pavimento) 1:100 – 1:50
Cortes transversais e longitudinais 1:100 – 1:50
Alçados 1:100 – 1:50
Mapas de vãos 1:50 – 1:20
Pormenores construtivos 1:20 – 1:10
Detalhes construtivos 1:5 – 1:1

9 – TIPOS E ESPESSURA DO TRAÇO


Os vários tipos de traço dividem-se em termos de espessura entre fino, médio, grosso, traço
interrompido e traço-ponto.
As espessuras e os tipos de traço utilizados no desenho possuem significados que servem
para transmitir informações sobre os elementos que estão representados.
A norma editada pela CTPN que determina os tipos e espessuras de linhas que devem ser
adotados dependendo do elemento a ser representado designa-se NP 62:1961
Verifica-se que, acerca deste assunto, os agentes profissionais não seguem rigorosamente
estas normas, existindo “convenções” adotadas para alguns casos que diferem do que é
recomendado nas normas.
Ambas as situações poderão ser válidas no contexto de cada desenho. Pode ser adotada a
seguinte regra genérica para definição da espessura das linhas a serem utilizadas nos projetos de
arquitetura:

9.1 ESPESSURA DE LINHAS

- Elementos estruturais e/ou de alvenaria cortados pelo plano de corte: traço grosso

- Elementos leves (esquadrias, etc.) cortados pelo plano de corte: traço médio

- Arestas e contornos aparentes observados em vista (não cortados) traço fino

- Representação a traço interrompido de elementos invisíveis traço fino

- Linhas auxiliares, cotas, tramas, mobiliário, etc.: traço muito fino

Dependendo da maior ou menor proximidade do elemento que estiver a ser representado com o
plano de corte (cabe lembrar que uma planta de nível também é um corte) ou do maior ou menor
destaque que se deseja dar a um elemento, podem ser adotadas variações destas espessuras acima
descritas.
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Por exemplo, para se representar numa planta de nível a quadricula que informa os locais
onde serão utilizados "pisos frios" deve adotar uma espessura de linha que evite destacar
demasiadamente esta informação em relação às demais, adotando-se, portanto, linhas mais finas
para a representação deste elemento.
Já na representação de loiças sanitárias que estarão em vista neste mesmo ambiente, pode-
se adotar uma espessura de linha um pouco menos fina que a primeira, fazendo com que estes
elementos se destaquem em relação às linhas do pavimento.
O desenho a seguir mostra parte de uma planta de nível onde se podem observar as
diferentes espessuras de linhas adotadas para cada elemento representado.

9.2 TIPOS DE LINHAS

Quanto aos diferentes tipos de linha (contínua, traço-interrompido, traço-ponto, etc…), estes
são utilizados de forma convencional, para transmitir outras informações a quem decifra o desenho
para análise e pareceres ou para comunicação à obra.
Por exemplo, numa planta de nível, o beiral do telhado ficaria aquém (atrás) do plano de
corte que gerou a planta e consequentemente, não seria visualizado. Para representar este elemento
teremos que adotar um tipo diferente de linha - linha a traço interrompido - que chame a atenção
para esta posição do elemento que está sendo representado e evite sua confusão com os demais
elementos do desenho.
Na tabela a seguir estão designados os principais elementos representados nos desenhos de
projeto, com as correspondentes espessuras e tipos de linhas.
A sugestão de espessuras da tabela a seguir é válida para desenhos na escala 1:100. Para
desenhos representados noutras escalas a espessura das canetas deve ser adaptada, conforme a
ampliação do desenho.

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Por exemplo, nos desenhos à escala 1:50 a linha larga poderá ter O.6mm de espessura (ao
invés dos 0.4mm sugerido para a escala 1:50) sendo a espessura das demais linhas reduzida também,
na mesma proporção.

Sugestão de calibre da
Elementos a representar Tipos de linhas Espessura caneta em (mm) para esc. 1:100
Estrutura e alvenaria em corte contínua grossa 0.40
Elementos não estruturais em corte contínua média 0.25
Elementos em vista contínua fina 0.18
Arestas invisíveis Tr.-interrompido fina 0.16
Marcação dos planos de corte Traço-ponto grossa 0.80
Linhas auxiliares
Cotagem
Tramas específicas contínua muito fina 0.13
Quadriculado de pisos frios
Arcos de abertura de vãos
Elementos aquém do plano de corte Tr.-interrompido muito fina 0.10
Legendas e designações contínua média 0.25

10 – COTAGEM E REFERÊNCIAS DE NíVEL

Apesar dos desenhos componentes dos projetos serem usualmente representados com
recurso a escala métrica é, contudo, necessária a representação numérica das dimensões dos
elementos: a cotagem. As regras adotadas na cotagem têm como objetivo deixar sua representação
clara e padronizada. Como regra geral para realização da cotagem deve-se privilegiar sempre a
clareza e a precisão na transmissão das informações.
A seguir são descritos os princípios a serem observados na cotagem de projetos, tais como os
elementos componentes da cotagem, seu posicionamento nos desenhos, entre outros.

10.1 - ELEMENTOS COMPONENTES DA COTAGEM

- Linha de cota: é a linha que contém a dimensão daquilo que está a ser cotado e na qual é
posicionado o valor numérico da cota.
- Linha de extensão (ou auxiliar) de cotagem: é a linha que liga a linha de cota ao elemento que
está a ser cotado.

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- Finalização das linhas de cota (encontro da linha de cota e da linha de extensão): usualmente na
representação dos projetos de arquitetura no cruzamento entre as linhas de cota e de extensão
são adotados pequenos traços inclinados a 45° no ponto de intersecção das mesmas. Pode
alternativamente ser adotado um ponto mais grosso que as linhas no local desta intersecção.

10.2 – POSIÇÃO DAS COTAS

Como regra geral na representação e leitura de desenhos deve-se garantir que os mesmos possam
ser lidos da base da folha de desenho ou de sua direita. As posições inversas a estas (leitura de
cima para baixo ou da esquerda para a direita) são consideradas "de cabeça para baixo".

A figura acima representa a posição correta das cotas na folha.

Todavia, alguns autores recomendam que as posições de cotagem nas quais a cota fica tão
inclinada que quase é lida a partir da esquerda do desenho (posição equivalente ao intervalo
entre 10 e 12 horas) sejam evitadas, posicionando-se as linhas de cotagem em locais mais
adequados.

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10.3 POSIÇÃO DAS COTAS NAS LINHAS DE COTA

Distribuição das cotas: é corrente na cotagem de projetos de arquitetura a utilização de cotas


em série, posicionadas tanto pelo lado externo do desenho quanto cruzando o mesmo, por
dentro.

10.4 UNIDADE DE COTAGEM

Na representação de projetos de arquitetura os elementos são na maioria dos casos cotados em


metros ou em centímetros.
De preferência deve-se escolher uma destas unidades e adotá-la na globalidade do projeto.

10.5 COTAGEM DE VÃOS EXTERIORES E INTERIORES

Na cotagem de vãos são representadas três diferentes dimensões, sempre na mesma ordem:
largura da esquadria, altura da esquadria e altura do peitoril. No caso das portas, sendo a altura de
peitoril igual a zero, a mesma não é informada no desenho.
Além das dimensões das esquadrias é usual que sejam informados códigos para as mesmas,
utilizados para as identificar no mapa de vãos e nos desenhos de detalhe de portas e janelas, que
frequentemente acompanham o projeto principal.

10.6 REFERÊNCIAS DE NÍVEL

Nas plantas de nível adota-se o símbolo para informar a cota altimétrica em determinados
pontos do projeto (neste exemplo, cota 0,10m). Não é necessário representar a cota de cada peça,
mas sim cada vez que existe uma região do projeto numa cota de nível diferente.

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Nos cortes, adota-se usualmente o símbolo para representar as cotas de cada


região do projeto (neste exemplo, cota 12,12m). A norma permite que o mesmo símbolo referido no
parágrafo anterior para uso em plantas de nível possa ser utilizado para referência de nível nos
cortes.

10.7 OUTROS SÍMBOLOS

A seguir são apresentados outros símbolos frequentemente utilizados na representação de

revestimento
cerâmico

11 – TRAMAS E PADRONIZAÇÃO

As tramas têm como finalidade acrescentar graficamente a informação sobre os materiais que
compõem os elementos representados.

Apresentam-se de seguida alguns exemplos:

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12 – REPRESENTAÇÃO DE PARTICULARIDADES DE ELEMENTOS ESPECÍFICOS

No decurso do projeto é necessário aprofundar ao nível da representação partes específicas


das edificações, que normalmente merecem um nível de pormenor maior e muitas vezes são
apresentadas em escala mais ampliada que os demais desenhos.
Caso seja necessária a representação através de desenhos de pormenor e de detalhe, os
mesmos devem ser referenciados nas plantas de nível e deve ser observada referência a estes
desenhos de pormenor em folhas subsequentes.

12.1 REPRESENTAÇÃO DE ESCADAS

Para se projetar uma escada deve ser levada em consideração diversos aspetos técnicos,
construtivos e observada sua adequação à legislação. Em Portugal, a legislação a ser atendida é
compreendida pelo Regulamento Geral de Edificações Urbanas e pelo Regulamento geral contra Incêndios.
A abordagem aqui feita exprime apenas os aspetos referentes a representação de escadas,
sem avançar nos aspetos de projeto ou de legislação.
Aspetos a considerar:
Técnicos (sistema construtivo);
Arquitetónicos (espaço disponível, formato);
Legislação
RGEU (edificações)
RSCIE (proteção contra incêndio)

Elementos Principais:
A altura (H-espelho) de cada degrau e a profundidade de sua base (B-cobertor) devem estar
enquadrados dentro de determinados valores limites e a relação entre estes dois valores deve ser
adequada ao passo médio das pessoas.

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As escadas devem ser adequadas ao passo médio das pessoas. Para tanto, devem se enquadrar na
fórmula de Blondel e obedecer os valores mínimos abaixo especificados.

Fórmula de Blondel: 63 ≤ 2H + B ≥ 64

Dimensão Valores limites (cm) Valores desejáveis


H 16 a 18 17
B 25 (mínimo) 28

Informações Principais:

Planta

Para determinar a altura (H) dos degraus divide-se a altura total a ser vencida pela escada (do
piso de um pavimento até o piso do pavimento seguinte), pelo valor desejado para a altura de cada
degrau, arredondando o valor encontrado nesta divisão para o valor inteiro mais próximo determina-
se o número de degraus que se terá.
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Recalcula-se, então, a altura de cada degrau dividindo a altura a ser vencida pelo número de
degraus determinado. Vejamos o exemplo seguinte:
- escada com início no pavimento térreo e final no segundo pavimento
- pé-direito (distância entre piso e teto) = 2,60 m
- espessura da laje de pavimento = 0,15 cm
- espessura do revestimento de piso pavimento = 5 cm
- altura total a ser vencida: 2,60 + 0,15 + 0,05 = 2,80 m

H desejado = 17
280/17 = 16,47 → 16 degraus
H (altura de cada degrau) = 280 /16 = 17,5 cm

Para que esta escada funcione adequadamente, a altura "H" determinada deve enquadrar-se
na fórmula de Blondel com uma base (B) dentro dos limites da equação acima exposta,
determinando-se B conforme segue.
63 ≤ 2H+B ≥ 64 63 ≤ 2 x (17,5) + B ≥ 64 28,0≤ B ≥ 29,0
Neste caso, teríamos 16 degraus, cada um com altura de 17,5 cm e deverá ser escolhida como
dimensão da base (B) um valor entre os limites encontrados (28, a 29,cm).
Exemplos de alguns tipos de escada:
Escadas sem patamar: ocupam praticamente a mesma área para diversos tipos de lanços; o
comprimento da escada, porém, pode ser diminuído consideravelmente através da subida com
degraus chanfrados em curvas.

Escadas com patamar: ocupam uma área de escada de um lanço + superfície do patamar - área de
um degrau. Elas são exigidas para alturas com pé-direito ≥ 2,75m. A largura do patamar deverá ser
igual ou maior que a largura da escada.

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12.2 REPRESENTAÇÃO DE VÃOS

No de vãos deverão ser consideradas as questões técnicas, arquitetónicas, legislação vigente e as


Normas Técnicas.

Representação da esquadria em planta:

representação detalhada representação simplificada

No quadro seguinte apresentação vários tipos de vãos e enumeram-se algumas das vantagens e
inconvenientes de cada modelo de acordo com o sistema de abertura:

Tipos Vantagens Inconvenientes


Simplicidade de manobra Vão para ventilação quando totalmente aberta
Correr Ventilação regulada conforme abertura das folhas a 50% do vão da janela
Não ocupa áreas internas ou externas Dificuldade de limpeza na face externa
Vedações necessárias nas juntas abertas
Boa estanqueidade ao ar e à água Ocupa espaço interno
Liberta por completo o vão na abertura máxima Não é possível regular ventilação
Varrer Fácil limpeza na face externa na folha de abrir As folhas fixam-se apenas na posição de
máxima abertura ou fechamento total
Impossibilidade de abertura para ventilação
com chuva oblíqua.
Guilhotina As mesmas vantagens da janela tipo de correr caso Caso as janelas tenham sistema de balanço a
as folhas tenham sistemas de contrapeso ou sejam quebra de cabos pode constituir problemas
balanceadas, caso contrário as folhas devem ter Desvantagem já citadas nas janelas de correr
retentores no percurso das guias das montantes
Projetante Não ocupa espaço interno Dificuldade de limpeza
Possibilita ventilação nas áreas inferiores do Não permite o uso de grades
ambiente, mesmo com chuva sem vento Liberta parcialmente o vão
Boa estanqueidade, pois a pressão do vento sobre
a folha ajuda esta condição
Oscilobatente Todas as vantagens das janelas de varrer e Necessidade de grande rigidez no quadro da
projetantes folha para evitar deformações
Possibilidade de abertura até 90° (horizontal) Acessórios de custo mais elevado
devido aos braços de articulação apropriados.
Abertura na parte superior facilita a limpeza e
melhora a ventilação.
Pivotante Facilidade de limpeza na face externa No caso de vãos grandes necessita de usar
Ocupa pouco espaço na área de ventilação fechos perimétricos
Quando utiliza pivôs com ajuste de freio permite Ocupa espaço interno caso o eixo seja no
abertura a qualquer ângulo para ventilação centro da folha
mesmo com chuva e sem vento
Basculante Permite a ventilação constante com chuva e vento Não liberta o vão para passagem total
Pequena projeção para ambos os lados Reduzida estanqueidade
Fácil limpeza

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12.3 REPRESENTAÇÃO DE PEÇAS SANITÁRIAS

Deverão ser consideradas, para fins de projeto, as questões técnicas, arquitetónicas, a


legislação vigente e as Normas Técnicas.

Secção horizontal

Secção vertical

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13 – GLOSSÁRIO TÉCNICO

11.1 Vocabulário de termos específicos da área da construção:

Alicerce: maciço de alvenaria o betão abaixo do solo destinado a suportar o peso do edifício amassada com água
Água: qualquer dos planos inclinados de uma cobertura
Algeroz: canal de escoamento das águas pluviais de uma cobertura
Argamassa: produto resultante da mistura de ligantes e inertes de pequenas dimensões (areia)
Armadura: conjunto de ferros ou varões de aço de uma estrutura em betão armado
Aro: conjunto de perfis que compõe a moldura de acolhimento das folhas de um caixilho.

Bandeira: folha fixa ou móvel situada na parte superior de portas e janelas, separada por uma travessa
transversal
Batente: elemento fixo que guarnece o vão onde se prendem as folhas das portas ou janelas.
Beiral: projeção do telhado além das paredes externas da edificação
Borracha: Perfil utilizado para fixação do vidro ou de painéis nos quadros fixos, folhas móveis, geralmente
encaixado por meios mecânicos nos perfis das folhas ou aros, podendo ser removidos para a troca de vidros
Betão: produto resultante da mistura de ligantes, areia e pedra amassada com água

Caixilharia: nome genérico para estruturas de vedação fixas ou móveis, usados nas fachadas das edificações
para garantir visão do exterior, ventilação, iluminação e isolamento acústico adequado ao uso do ambiente
interno
Cofragem: molde de madeira ou de outro material utilizado no local da construção destinada a configurar e a
suportar o betão fresco
Cimalha: parte superior da cornija. Saliência na parte superior da parede me que assenta o beiral
Claraboia: abertura feita no telhado para entrada de luz
Cobertura: o que cobre um edifício, incluindo o revestimento e a estrutura que o suporta
Cumieira: linha de cume de um telhado. Trave no alto do telhado onde se apoiam as extremidades das varas

Desvão: espaço entre o telhado e o forro do último andar de um edifício

Emboço: primeira camada de argamassa que se aplica numa parede para desempeno
Enrocamento: conjunto de pedras de média e de grande dimensão destinadas ao assentamento das
fundações e pavimentos térreos
Estore: cortina móvel aplicada em janelas e/ou portas que se enrola ou se recolhe através de um sistema
mecânico

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Esquadria: o mesmo que caixilharia


Esqueleto: estrutura descontínua responsável pela firmeza e estabilidade de um edifício
Estrutura: conjunto dos elementos do suporte estático de um edifício
Fundação: Conjunto de elementos estruturais abaixo do nível do pavimento e apoiado em terreno firme

Massame: betão utilizado em fundações e em pavimentos em contacto com o solo

Nível acabado: nível ou cota sobre o piso com acabamento definitivo


Nível de tosco: nível ou cota sobre pavimento sem acabamento definitivo

Ombreira: parte lateral de porta ou de janela

Peitoril: região da parede acima da qual inicia a janela


Pé-direito: altura livre do piso pronto ao teto
Pré-aro: conjunto de perfis de metal ou madeira chumbados na argamassa, que dá referência para o
enchimento posterior de vãos e serve de apoio às instalações dos caixilhos
Pingadeira: peça horizontal cuja superfície superior apresenta uma inclinação adequada, saindo do plano da
janela, tendo por finalidade minimizar a infiltração de água
Pilar: suporte vertical isolado assente sobre uma base e rematado por um capitel ou imposta e apresenta
secção quadrangular, poligonal ou circular.
Pisos frios: pisos cerâmicos ou similares
Planta de nível: corte imaginário da edificação a partir de plano horizontal
Platibanda: muro, grade ou balaustrada que rodeia um terraço ou telhado

Reboco: argamassa de acabamento que se aplica sobre uma parede

Sanca: parte do teto ou do telhado que assenta sobre a espessura da parede


Sapata: extremo inferior de uma estrutura
Soleira: parte inferior de porta ou de janela

Telhado: cobertura de um edifício constituída por telhas


Terraço: cobertura plana de um edifício, constituindo uma plataforma acessível

Vão: buraco, fenda, abertura


Veneziana: pano tradicionalmente constituído por constituído por palhetas horizontais ou inclinadas, superpostas
e paralelas entre si, que possibilitam a ventilação permanente dos ambientes, mesmo com o pano fechado
Verga: parte superior de porta ou de janela
Viga: elemento estrutural horizontal em madeira, metal ou betão que sustenta pavimentos e coberturas e/ou
serve para travar uma estrutura

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14 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL
Cunha, Luis Veiga; DESENHO TÉCNICO; Fundação Calouste Gulbenkian
Silva Arlindo, Dias João, Sousa Luís; DESENHO TÉCNICO MODERNO; Lidel Editora
Morais, José Manuel Simões; DESENHO TÉCNICO BÁSICO 3; Porto Editora.
J. López Fernandes; AutoCAD V.12; J.A. Tajadura Zapirain, McGraw-Hil

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
F. E. Giesecke et al., Technical Drawing, 11th Edition, Prentice Hall, 2000
NORMAS PORTUGUESAS DE DESENHO TÉCNICO, - NP-62, 1961; NP-89, 1963; NP-49, 1968; NP-327, 1964;
NP-671, 1973; NP-297, 1963; NP-328, 1964; NP-167, 1966; NP-716, 1968; NP-204, 1968; NP-718, 1968;
AutoCAD Reference Manual

SÍTIOS DA INTERNET
American National Standards Institute (ANSI) – www.ansi.org
Organization for Standartization (ISO) - www.iso.ch
Metrology World – www.metrologyworld.com

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Autor: João Fernandes Silva

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