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Sumário

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3
2. CHOQUE ......................................................................................................................... 5
2.1 Causas do Choque ...................................................................................................................................................... 5
3. TIPOS DE CHOQUES ......................................................................................................... 8
3.1. Choque Hipovolêmico ............................................................................................................................................ 10
3.2. Choque Cardiogênico............................................................................................................................................. 13
a) Choque Séptico........................................................................................................................................................ 16
b) Choque Vascular ou Neurogênico ................................................................................................................. 18
c) Choque Anafilático.................................................................................................................................................. 20
3.4. Choque Obstrutivo ................................................................................................................................................... 23
4. TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR.................................................................................... 32
DO ESTADO DE CHOQUE ................................................................................................... 32
QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS......................................................................................... 39
GABARITO ........................................................................................................................ 47

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1. INTRODUÇÃO

Olá Pessoal,
Vamos nos preparar para entender as emergências pré-hospitalares, que são de
fundamental importância para as provas de concurso.
Hoje nosso tema será Choque, significa um estado de extrema gravidade que coloca
em risco a vida do paciente. Em todos os tipos de choques ocorre a queda da
pressão arterial e, consequentemente, um distúrbio na circulação de sangue,
afetando os órgãos e tecidos do corpo.

Essa é a base para entendermos o Choque: Ocorre redução da PA em todos os tipos de


choque. Os outros sinais e sintomas podem ser diferentes a depender da causa.

As principais causas do Choque dependem do mau funcionamento de uma das bases


do tripé hemodinâmico:
1. Diminuição dos fluídos do corpo;
2. Falha no bombeamento do coração; ou
3. Problemas nos vasos sanguíneos.

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Nessa aula abordaremos as causas e tipos de choque, sinais e sintomas bem como a
forma de tratamento. Vamos nessa?

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2. CHOQUE

É uma reação do organismo a uma condição na qual o sistema circulatório não


fornece circulação suficiente para cada parte vital do corpo. Cabe ressaltar que
medidas urgentes precisam ser tomadas a fim de evitar a falência circulatória.
Uma das funções do sistema circulatório é distribuir sangue com oxigênio e
nutrientes. Quando isso, por qualquer motivo, deixa de acontecer e essa condição
não é revertida, ocorre o que denominamos estado de choque.
O choque é a intensa redução da perfusão com isquemia tecidual sistêmica,
causando um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio, causando hipóxia
(falta de oxigênio). Se não revertido leva a insuficiência circulatória generalizada.

Vamos pensar da seguinte forma: No choque, independente da sua causa o sangue


não está conseguindo circular fisiologicamente para levar oxigênio e nutrientes para o
corpo.

2.1 Causas do Choque

Nos estudos da fisiologia cardíaca percebe-se que para a circulação funcionar ela
precisa de sangue fluindo, contração do coração para ejetar o sangue e da
resistência vascular periférica.
Dessa forma, alterações em qualquer dessas bases do tripé responsáveis pela
perfusão dos órgãos pode desencadear o choque.

Alteração das bases do tripé responsáveis pela perfusão de órgãos e


sistemas:
✓ Contração miocárdica (Débito cardíaco);
✓ Tônus vascular (RVP);
✓ Conteúdo vascular (volemia, sangue).

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Para entender os sinais e sintomas do choque precisamos conhecer a fisiopatologia
dessa doença, ou seja, quando há alteração em qualquer desses tripés acima, como
o corpo responde.
O corpo humano responde a hemorragia aguda ativando quatro sistemas fisiológicos
principais: Sistema hematológico; Sistema cardiovascular; Rins e Sistema
Neuroendócrino, vejamos:

1 – Sistema hematológico ativa a cascata de coagulação contraindo os vasos da


hemorragia e ativando as plaquetas. Essa resposta do organismo tem a intenção de
cessar a perda sanguínea.

2 – Sistema cardiovascular: devido à diminuição do volume sanguíneo e consequente


diminuição do oxigênio, esse sistema estimula o Sistema Nervoso Central (SNC),
liberando as catecolaminas que provocam o aumento da frequência cardíaca (FC) e
vasoconstricção periférica.
Essa resposta do organismo de aumentar a FC objetiva dá continuidade à irrigação
sanguínea do corpo. Além de aumentar a FC, o organismo responde fazendo
vasoconstricção periférica, ou seja, diminui a luz do vaso nos membros inferiores,
superiores e em alguns órgãos não nobres. Como resultado disso tem-se a pele fria e
pálida (sem sangue na periferia).

Há exceção, no tipo de choque distributivo não ocorre esse tipo de


mecanismo de vasoconstricção. O que ocorre é uma vasodilatação
exagerada. Veremos esse tipo de choque de forma detalhada.

3 – Rins: Estimula o sistema renina angiotensina aldosterona (SRAA) para manter


PA. Com a redução da pressão arterial por sangramentos o organismo ativa o SRAA.
Esse mecanismo renal tenta aumentar a pressão arterial e melhorar a perfusão
tecidual.

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4 – Sistema Neuroendócrino aumenta o hormônio ADH, que promoverá um aumento
de reabsorção de água e sal. Tentando aumentar o volume de sangue dentro do
vaso, o sistema endócrino libera o hormônio ADH.
Percebemos que o corpo humano é muito inteligente. Quando percebe algo errado
como sangramentos, perda de líquidos em grande quantidade como nas
queimaduras, ele tenta responder de muitas maneiras para compensar essas
alterações.

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3. TIPOS DE CHOQUES

Como vimos na parte introdutória dessa aula, choque pode ser definido como uma
síndrome caracterizada pela incapacidade de o sistema circulatório fornecer oxigênio
e nutrientes aos tecidos de forma a atender as suas necessidades metabólicas. A
insuficiência circulatória causa dano celular e lesão em vários órgãos, que podem
tornar-se irreversível se o choque não for rapidamente corrigido. Já que revisamos o
conceito vamos analisar os tipos de choque, bem como, forma de tratamento.

Tipos de choque:

1. Hipovolêmico
2. Cardiogênico
3. Distributivo (Anafilático, Séptico e Neurogênico)
4. Obstrutivo

(VUNESP HCFMUSP 2015) O choque circulatório é definido como:

a) situação de oferta de sangue inadequada para o suprimento das necessidades de repouso


do músculo cardíaco.
b) situação de diminuição abrupta do fluxo de sangue para todo o corpo, sem prejuízo
imediato da função circulatória, mas sim a longo prazo.
c) inadequação do fluxo sanguíneo para os órgãos e sistemas, provocando lesões nos
tecidos devido a diminuição da oferta de oxigênio.
d) diminuição do fluxo de sangue para o coração com congestão pulmonar e renal.
e) inadequação do fluxo sanguíneo no músculo cardíaco que pode culminar com lesões no
cérebro.

Comentário. Letra C. Certo. Esse é o conceito de choque..


Letra A. A oferta inadequada de O2 e sangue é para todos os tecidos.
Letra B Errada, pois tem impacto na função circulatória.

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Letra D. Errada, a diminuição do fluxo sanguíneo é para todos os tecidos.
Letra E. Errada, durante o choque ocorre uma redistribuição do fluxo sanguíneo para coração
e cérebro, as lesões podem ocorrer inicialmente no rim por falta de fluxo sanguíneo,
ocasionando uma insuficiência renal aguda por exemplo.

Observe uma questão do CESPE sempre acrescenta conhecimento!

(CESPE/ 2011/CBMDF) Conforme a sua fisiopatologia, o choque é classificado em


hipovolêmico, cardiogênico, obstrutivo ou distributivo. O choque distributivo designa
os casos de choque séptico, anafilático, neurogênico e de choque por insuficiência
suprarrenal.

Comentários:
CERTO. O CESPE está simplesmente citando os tipos de choque.
Vale ressaltar que, o choque da insuficiência da suprarrenal é um tipo de choque distributivo.
A suprarrenal é uma glândula que produz hormônios que ajudam a regular a pressão arterial,
como a aldosterona (retém sódio e água). Quando essa glândula falha por trauma ou tumores
ocorre ausência de mecanismo de controle dessa PA, que se manifesta baixa, ocorrendo o
choque.

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A insuficiência adrenal aguda ocorre quando, rapidamente, as glândulas adrenais deixam de
produzir seus hormônios característicos, que são a cortisona e a aldosterona.
Na insuficiência adrenal aguda primária, o quadro agudo em geral é desencadeado a partir
de acidentes, traumatismos graves, infecções ou outras doenças agudas ocorrendo em
pacientes já portadores de doença adrenal preexistente.
Quadro importante de fraqueza, náuseas, vômitos, tonturas, dor e desconforto abdominal,
confusão mental, hipotensão arterial, febre, hipoglicemia, desidratação, choque circulatório e
coma.

3.1. Choque Hipovolêmico

É provocado pela perda de grandes volumes de líquidos do corpo. Exemplos:


hemorragias, desidratação por diarreia, vômitos intensos ou calor excessivo, perda de
plasma causada por queimaduras. Nesta situação, há uma queda importante da
pressão arterial causando uma falha no sistema circulatório incapaz de manter a
pessoa viva.

No choque hipovolêmico encontramos:


• PAS < 90 mmHg (Redução grave da pressão arterial)
• PVCe PCP baixa (pressão venosa central, verificada na veia cava, próxima ao
átrio D estará reduzida, pois o volume sanguíneo está baixo, assim como há
redução da pressão de oclusão da artéria pulmonar)
• RVP elevada (A resistência vascular periférica representa os vasos
sanguíneos, se a está elevado quer dizer que está ocorrendo vasoconstricção
nos vasos sanguíneos periféricos, tentando redistribuir o fluxo sanguíneo para
coração e cérebro)
• Índice cardíaco baixo (Esse indicador é resultado do débito cardíaco pelo peso
do paciente e estará baixo pois o DC também está baixo)

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RESUMINDO!!
Choque hipovolêmico: é causado pela redução acentuada do volume circulante no
organismo, devido à perda de sangue (também chamado de choque hemorrágico),
plasma (queimaduras, contusões e lesões traumáticas) ou líquido (desidratação
provocada por vômito ou diarreia).

Palavras Chave: Perda de volume de líquido ou plasma.

(IDECAN 2014) O choque é definido como uma anormalidade


circulatória, cuja perfusão orgânica e oxigenação tecidual estão
inadequadas. Deve-se reconhecer precocemente sua presença e
identificar sua provável causa. São causas que podem levar ao choque
hipovolêmico, EXCETO:

a) Sangramentos volumosos (exteriorizados ou não).


b) Perda de líquido excessiva (diarreia, vômito, poliúria e febre).
c) Sequestro líquido – tecidos inflamados (peritonite, colite e pleuris).
d) Drenagem de grandes volumes de transudato (ascite e hidrotórax).
e) Tamponamento cardíaco relacionado ao ferimento penetrante no tórax.

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Comentário:
Letra E
Em um tamponamento cardíaco há acúmulo de líquido no pericárdio (o saco
no qual o coração está envolvido). O sangue aumenta significativamente a
pressão no coração e impede que os ventrículos do coração se encham
adequadamente e isto resulta num bombeamento ineficiente - choque.
Porém, nesse caso o problema está com a obstrução ao fluxo sanguíneo,
então é classificado como: Choque Obstrutivo. Algumas literaturas
consideram o tamponamento como choque cardiogênico, mas a maioria
como obstrutivo, pois o problema não ocorre com o músculo cardíaco em si,
mas com uma obstru.
Outro exemplo de choque obstrutivo é no tromboembolismo pulmonar.

Os demais itens mostram perdas de volume que podem em grande


quantidade ocasionar o choque hipovolêmico.

Esse tipo de choque é provocado pela perda de grandes volumes de líquidos do


corpo. Exemplos: hemorragias, desidratação por diarreia, vômitos intensos ou calor
excessivo, perda de plasma causada por queimaduras. Nesta situação, há uma
queda importante da pressão arterial causando uma falha no sistema circulatório
incapaz de manter a pessoa viva.

Resumindo:
Choque hipovolêmico: é causado pela redução acentuada do volume
circulante no organismo, devido à perda de sangue (também chamado de
choque hemorrágico), plasma (queimaduras, contusões e lesões
traumáticas) ou líquido (desidratação provocada por vômito ou diarreia).

Palavra Chave: Perda de volume de líquido ou plasma.

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(Pref. RJ 2016) O choque é uma condição em que a pressão arterial sistêmica é
inadequada para fornecer oxigênio e nutrientes para sustentar os órgãos vitais e a
função celular. O estado de choque que resulta do volume intravascular diminuído,
decorrente da perda de líquidos, é denominado:

a) circulatório
b) cardiogênico
c) séptico
d) hipovolêmico

Comentário: Letra D, observe a palavra chave diminuição de volume que remete a choque
hipovolêmico.
Todos os tipos de choque são chamados de choque circulatório, o cardiogênico tem como
base alterações cardíacas e o séptico a contaminação por toxinas ou microrganismos, mais
comumente as bactérias.

3.2. Choque Cardiogênico

Ocorre uma redução do débito cardíaco (volume de sangue ejetado por minuto) por
falha do coração. Situações que podem causar o choque cardiogênico: Infarto agudo
do miocárdio, arritmias cardíacas e choques elétricos.

Dados hemodinâmicos no choque cardiogênico


• PAS < 90 mmHg
• PCP > 18 mmHg
• Índice cardíaco baixo
• RVP elevada
• Acentuada redução da fração de ejeção do VE

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Sinais e sintomas:
1. Hipotensão;
2. Taquicardia;
3. Palidez cutânea, enchimento capilar lento e pulsos finos;
4. Sudorese fria;
5. Taquipneia e insuficiência respiratória;
6. Sinais de Congestão Pulmonar – estertores pulmonares;
7. Turgência jugular;
8. Alterações do estado de consciência – agitação, confusão, sonolência ou
coma.

Resumindo:
Choque cardiogênico: é causado pela falha do coração no
bombeamento sanguíneo. A inadequada função cardíaca pode ser
causada pelo enfraquecimento do músculo cardíaco, das válvulas e do
sistema de condução elétrica.

DICA IMPORTANTE!!

Palavras Chave: Problema cardíaco.

Palavra Chave: Perda de volume de


líquido (sangue ou plasma).

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(AOCP 2015 EBSERH) Os sinais clássicos do Choque Cardiogênico são:

a) hipertensão arterial, sonolência, aumento do débito urinário, hipoxia cerebral.


b) hipotensão arterial, pulso rápido, pele quente, agitação, confusão mental.
c) pulso rápido e fraco, diminuição do débito urinário, hipertensão arterial, pele quente.
d) arritmias cardíacas, trombose, hipotensão arterial, pulso forte, obstrução de
vasos sanguíneos.
e) hipotensão arterial, pulso rápido e fraco, hipóxia cerebral evidenciada por confusão e
agitação, diminuição do débito urinário, pele fria e úmida.

Comentários:
LETRA E.
A letra A está errada, pois o aumento da pressão arterial e aumento do débito urinário não
constituem sinal de choque. Pelo contrário existe uma hipotensão e redução do débito
urinário.
A letra B está errada porque no choque cardiogênico a pele ficará fria e pegajosa, apenas no
choque distributivo (séptico, anafilático, neurogênico) haverá a presença da pele quente.
A letra C está excluída, pois não há hipertensão e nem pele quente.

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A letra D está errada, pois o pulso será fraco e não há trombose e nem obstrução de vasos
sanguíneos. O problema do choque cardiogênico é com o miocárdio, o coração fica sem
forças para bombear o sangue.

3.3. Choque Distributivo (séptico, neurogênico e anafilático)

a) Choque Séptico (Infecção)

Choque séptico é uma condição grave sendo consequência da septicemia, ou seja,


uma infecção generalizada.
É causado quando microrganismos lançam toxinas que provocam uma dilatação dos
vasos sanguíneos. O volume de sangue torna-se insuficiente para preencher o
sistema circulatório dilatado. O choque séptico ocorre geralmente no ambiente
hospitalar e, portanto, é pouco observado pelos socorristas.
No choque séptico as toxinas liberadas pelas bactérias provocam uma inflamação
descontrolada no organismo paralisando órgãos como o fígado, os rins e os pulmões.
O coração se torna fraco para bombear o sangue ao resto do corpo e caso não sejam
tomadas medidas urgentes para reverter o quadro, o paciente entra em falência
múltipla de órgãos e óbito.
Os sintomas do choque séptico passam por 2 etapas: choque quente e frio.
No primeiro momento os sinais e sintomas são decorrentes da vasodilatação e o
paciente apresenta a pele quente e seca, com a evolução da vasodilatação o plasma
sanguíneo sai de dentro dos vasos, reduzindo o volume sanguíneo e daí os sintomas
são parecidos com o choque hipovolêmico, pele fria e pegajosa.

Os sinais e sintomas da fase inicial ou hiperdinâmica (choque quente):


▪ Extremidades quentes e ruborecidas
▪ PA normal ou discretamente reduzida
▪ Taquicardia e pulsos amplos
▪ Febre

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▪ Taquipneia e alcalose respiratória
▪ Confusão mental
▪ Débito urinário normal

Choque séptico
• No choque séptico as variáveis hemodinâmicas se comportam dessa forma:
• PAS < 90 mmHg (pressão arterial baixa como todos os choques)
• PVC normal ou baixa
• PCP baixa ou normal
• RVP baixa (isso significa que ocorre vasodilatação)
• O choque séptico se comporta em 2 fases: choque quente e choque frio.

DICA IMPORTANTE!!

Palavras Chave: Infecção ou toxina

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Veja como caiu na prova!

(CESGRANRIO 2008) Uma das complicações circulatórias é a ocorrência de choque.


Este quadro clínico, quando decorrente de infecção generalizada, e produzindo
hipotensão, prostração e calafrios, é indicativo de choque:

a) neurogênico.
b) elétrico.
c) cardiogênico.
d) séptico.
e) hipovolêmico.

Comentário: Letra D. A presença de calafrio e a infecção generalizada foram as palavras


chaves para o choque séptico.
O choque elétrico é uma intercorrência clínica associada a eletricidade, que causa
queimadura no local de entrada, percurso e saída da corrente elétrica, não tendo correlação
com o choque circulatório.

b) Choque Vascular ou Neurogênico (lesão medular)

Quando o sistema nervoso é interrompido, como acontece em lesões ou traumas


espinhais (medula), o controle do sistema circulatório é perdido. Os vasos aumentam
em diâmetro (vasodilatação), o que faz com que a pressão do sistema circulatório
caia, resultando em choque vascular.
O Choque neurogênico é causado quando o sistema nervoso não consegue controlar
o calibre dos vasos sanguíneos, que ocorre como consequência de lesão na medula
espinhal. O volume de sangue disponível é insuficiente para preencher todo o espaço
dos vasos dilatados.
Esse é o único choque que apresenta a bradicardia como sintoma, todos os demais
apresentam taquicardia. Isso ocorre por alteração na regulação do sistema nervoso
autônomo.

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ATENÇÃO!!

Palavras Chave: lesão medular

(IBFC/2015/EBSERH) A seguir são descritas algumas classificações para o estado de


choque de um acidentado. Assinale a alternativa que NÃO está correta.

a) ANAFILÁTICO - Por reação alérgica a uma determinada substância, em indivíduos


previamente sensibilizados, ocasionando edemas e vasodilatação.
b) NEUROGÊNICO - As toxinas de infecção graves causam dilatação dos vasos, acúmulo de
sangue nos vasos capilares pequenos e invasão dos vasos sanguíneos por bactérias.
c) PSICOGÊNICO - Algo psicológico afeta a vítima; o sangue drena da cabeça e se acumula
no abdome, causando desmaios.
d) CARDIOGÊNICO - Ocasionado por disfunção do coração como bomba, dificultando sua
capacidade de ejeção.
e) HEMORRÁGICO - É caracterizado pela própria perda de sangue.

Comentários:
A LETRA B está incorreta, pois a definição descrita na proposição refere-se ao choque
séptico (toxinas e infecção). Vale lembrar que o choque neurogênico ocorre quando há
vasodilatação periférica secundária a LESÃO MEDULAR.

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(FGV 2014) O choque característico de uma lesão raquimedular em que o paciente
apresenta hipotensão, bradicardia, bom nível de consciência e pele rosada no local da
lesão, é denominado:

a) choque cardiogênico;
b) choque neurogênico;
c) choque hipovolêmico;
d) choque periférico;
e) choque anafilático.

Comentários:
LETRA B. Vamos lembrar que a palavra chave para choque neurogênico é: LESÃO
MEDULAR. Observe que o sintoma de bradicardia também ajudou a encontrar o gabarito,
pois o choque neurogênico é o único choque que apresenta a bradicardia como sintoma,
todos os demais apresentam taquicardia. Isso ocorre por alteração na regulação do sistema
nervoso autônomo.
Vamos lembrar que a palavra chave para choque neurogênico é: LESÃO MEDULAR.
Letra A. O choque cardiogênico tem origem em falha do miocárdio que não tem relação com
a questão.
Letra C. O choque hipovolêmico tem relação com perda de volume sanguíneo ou plasma,
como hemorragias e desidratação grave.
Letra D. O choque periférico não é tipo de choque.
Letra E. O choque anafilático está relacionado com reações alérgicas.

c) Choque Anafilático (reação alérgica)

Choque anafilático é a consequência mais grave de uma reação alérgica. Pode ser
desencadeado por medicamentos, picadas de insetos, alimentos ou qualquer
substância que cause alergia no indivíduo. Nesta situação, a histamina liberada pelo
corpo com o objetivo de combater a alergia provoca uma reação em cadeia que

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estimula de forma exagerada o sistema imunológico causando vasodilatação e,
consequentemente, colapso no sistema cardiorrespiratório.
Choque anafilático é causado quando uma pessoa entra em contato com uma
substância na qual é alérgica, pelas seguintes formas: ingestão, inalação, absorção
ou injeção. O choque anafilático é o resultado de uma reação alérgica severa e que
ameaça a vida. Apresentando alguns sinais e sintomas característicos, como: prurido
e ardor na pele, edema generalizado e dificuldade para respirar.

Sinais e sintomas:

➢ Prurido na pele;
➢ Sensação de queimação na pele;
➢ Edema generalizado;
➢ Dificuldade para respirar;
➢ Pulso fraco;
➢ Perda da consciência e morte.

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Tome Nota!

Os choques anafilático, séptico e neurogênico são englobados no


choque do tipo distributivo.

(Pref. RJ 2016) A reação exagerada do organismo a substâncias as quais está


sensibilizado recebe o nome de choque:

a) séptico
b) hipervolêmico
c) hipovolêmico
d) anafilático

Letra D, observe que o choque anafilático tem como causa a reação alérgica e
sensibilização do organismo.

REVISANDO!
Anafilaxia é uma reação alérgica grave e de rápida progressão que pode provocar a
morte. Geralmente causa um ou mais dos seguintes sintomas: eritema pruriginoso,
inflamação da garganta ou da língua, falta de ar, vómitos, atordoamento e diminuição

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da pressão arterial. Os sintomas geralmente manifestam-se no prazo de minutos ou
horas.
Observe na imagem os sinais de alteração alérgica.

3.4. Choque Obstrutivo

O choque obstrutivo pode ser definido como uma redução do débito


cardíaco secundário a um inadequado enchimento ventricular. As
principais causas de choque obstrutivo são o tamponamento
pericárdico, a embolia pulmonar maciça e o pneumotórax.

(CESPE/2011/CBMDF) Pacientes sob choque após trauma torácico têm melhor chance
de sobrevivência caso apresentem tamponamento cardíaco.

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Comentários: ERRADO. O tamponamento cardíaco é uma condição que agrava o choque.
Esse tamponamento ocorre quando entre o coração e o saco pericárdico há presença de
sangue impedindo o livre bombeamento cardíaco.

(AOCP 2015) O choque ou colapso cardiovascular é a via comum final de uma série de
eventos clínicos potencialmente letais, incluindo hemorragia, traumatismo ou
queimaduras extensas, infarto miocárdico, embolia pulmonar maciça, ou sepse
microbiana. O choque pode ser agrupado em três categorias gerais, as quais são:

a) choque cardiogênico, choque sistêmico e choque cardiovascular


b) choque cardiogênico, choque hipovolêmico e choque séptico.
c) choque hipovolêmico, choque traumático e choque cardíaco.
d) choque pulmonar, choque cardíaco e choque séptico.
e) choque maciço, choque pulmonar e choque cardiogênico.

Comentários:
LETRA B.
Nessa questão as palavras chave recomendadas para associar o tipo de choque são
decisivas.

Hemorragia, traumatismo ou queimaduras extensas perda de volume 


choque hipovolêmico
Infarto miocárdico choque cardiogênico
Sepse microbiana choque séptico

Atenção!
Não existe o termo choque sistêmico, cardiovascular e pulmonar e nem choque
maciço.

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Vamos treinar essa temática com mais algumas questões?

(CESPE 2012) Um paciente admitido em unidade de pronto-socorro com trauma


abdominal fechado e com taquicardia, pulso filiforme, extremidades frias, diminuição .
da turgidez cutânea, olhos encovados, diminuição do nível de consciência, taquipneia
e hipotensão apresenta quadro de choque:

a) séptico.
b) cardiogênico.
c) hipovolêmico.
d) neurogênico.
e) anafilático.

Comentários:
LETRA C.
O choque hipovolêmico é resultado de perdas sanguíneas ou de plasma (hemorragias ou
desidratação). O paciente apresenta histórico de trauma fechado o que pode sugerir uma
hemorragia interna. Essa hipótese pode ser confirmada com os sinais clássicos de
desidratação: pulso filiforme, taquicardia, extremidades frias, diminuição do tugor da pele,
hipotensão, entre outros.
Descartaríamos as opções dos choques distributivos (séptico, neurogênico e anafilático) por
apresentar pele quente. E descartaríamos o choque cardiogênico, pois o trauma foi
abdominal e não torácico.

(CESPE/2011/CBMDF) Uma pessoa em estado de choque apresenta-se, em geral,


apática e indiferente, com pulso acelerado e de difícil localização. Entre os quadros de
choque, somente o hipovolêmico e o cardiogênico são considerados situações clínicas
de urgência que mereçam intervenção imediata de primeiros socorros.

Comentários:

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ERRADO. Além do conhecimento teórico, é importante atentar para termos restritivos
(somente, apenas, exclusivamente) que aparecem tornando a questão errada. Neste caso, o
CESPE utilizou o termo somente o choque hipovolêmico e o cardiogênico são considerados
situações graves. Porém, sabemos que todos os tipos de choque são condições clínicas
graves.

(IFC 2012 IFC SC) Hipotensão arterial; queda rápida e acentuada do trabalho cardíaco;
oligúria; estase jugular; edema de membros inferiores; dor anginosa e arritmias e
alteração no nível de consciência, são sinais e os sintomas apresentados por um
paciente em estado de choque:

a) Hipovolêmico.
b) Neurogênico.
c) Séptico.
d) Anafilático.
e) Cardiogênico.

Comentários:
LETRA E. Nessa questão o paciente apresenta sinais e sintomas de insuficiência cardíaca
(estase de jugular, dor anginosa, queda do trabalho cardíaco). Como o problema cardíaco
está claro, logo o tipo de choque será cardiogênico.

(CETRO 2013). Correlacione os tipos de choque e suas definições e, em seguida,


assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

Tipos de Choque:
1. Cardiogênico.
2. Séptico.
3. Hipovolêmico.

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Definições:
( ) Diminuição do volume intravascular devido a distúrbio hidroeletrolítico ou hemorragias
graves.
( ) Presença de agente patógeno capaz de produzir uma grave resposta infecciosa
sistêmica.
( ) Alteração cardiovascular na qual o principal evento é a falência total ou parcial das
funções cardíacas.

a) 3/ 2/ 1
b) 1/ 2/ 3
c) 2/ 3/ 1
d) 1/ 3/ 2

Comentários:
LETRA A.
3 – Hipovolêmico - palavra-chave: perda der sangue ou plasma.
2 – Séptico - palavra-chave: infecção.
1 – Cardiogênico - palavra-chave: alteração cardiovascular.

Lembre-se das Palavras-Chave:

Cardiogênico- Problema
Neurogênico – Lesão Medular
cardíaco

Tipos de Choque

Anafilático- Alergias a
Séptico- Infecção ou Bactéria
medicações

Vamos aproveitar e revisar os quadros clínicos que levam a choques:

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OBSTRUTIVO
HIPOVOLÊMICO
Tamponamento cardíaco
Hemorragia
Embolia pulmonar
Desidratação
Pneumotórax hipertensivo
Sequestro de líquidos
Coarctação de aorta

Causas de Choque
CARDIOGÊNICO

DISTRIBUTIVO Falência ventricular esquerda


Infarto do miocárdio - Miocardites
Séptico
Cardiomiopatias - Lesões valvares
Neurogênico Disfunção miocárdica na sepse
Anafilaxia Distúrbios de condução - Bradiarritmias
Insuficiência adrenal Taquiarritmias - Shunt arterio-venoso

(IADES 2013) Assinale a alternativa que apresenta sinal (is) de agravamento que
indica(m) estado de choque circulatório decorrente de hemorragia interna ou externa.

a) Sede intensa e confusão mental.

b) Sudorese facial e palidez cutânea

c) Pulso rápido e filiforme.

d) Polaciúria, sudorese intensa e bradipneia.

e) Bradipneia, bradicardia e taquisfigmia.

Comentário:

Letra A.

A questão está cobrando os sinais de AGRAVAMENTO do choque.

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Vamos revisar as fases do choque hipovolêmico com a tabela abaixo, extraída do
PHTLS:

Observe na tabela que a confusão mental já é sinal de agravamento assim como a sede
intensa.
Letra B. Errada. A sudorese é profusa e não apenas facial.
Letra C. O pulso fraco e rápido é um sinal inicial do choque na fase inicial e não apenas no
agravamento.
Letra D. Polaciúria não, pois no agravamento do choque podemos encontrar uma oligúria
(pouca urina) ou anúria (ausência de urina) e não polaciúria que é aumento da frequência
urinária. Além disso, não temos uma bradpneia (redução da frequência respiratória), mas sim
uma taquipneia (aumento da frequência respiratória).
Letra E. Errada. Conforme combinado nas demais alternativas, não temos bradpneia e nem
bradicardia. Teremos como agravamento do choque a taquicardia e taquipneia.

(MARINHA 2015) O choque que tem como característica clínica a estimulação


parassimpática e a hipotensão com bradicardia é denominado:

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a) neurogênico.
b) hipovolêmico.
c) cardiogênico.
d) séptico.
e) anafilático.

Comentário:
Letra A
Bradicardia e hipotensão, com estimulação parassimpática estamos com as características
do choque neurogênico. Isso ocorre quando há uma lesão medular.
A letra B pode ser descartada, pois não há presença de sangramento nem perdas de volume,
além disso, no choque hipovolêmico o paciente apresenta taquicardia.
Letra C. Errada. Para ter choque cardiogênico precisa ter defeito cardíaco e isso não está
relatado na questão.
Letra D. Errada. Choque séptico é secundário a infecção, o paciente apresenta vasodilatação
generalizada. Não há estimulação parassimpática.
Letra E. Errada. O choque anafilático é decorrente de resposta alérgica, não há estimulo
parassimpática.

(NUCEPE 2015) O choque é uma emergência. Para o atendimento correto é necessário


uma ação rápida e imediata, pois é uma condição que acarreta risco de vida em razão
das diversas causas subjacentes. Assinale a alternativa que corresponde ao choque
anafilático:

a) Ocorre na incapacidade de o coração bombear um volume de sangue suficiente para


atender às necessidades metabólicas dos tecidos.
b) É uma reação de hipersensibilidade sistêmica que ocorre quando um indivíduo é exposto a
uma substância à qual é extremamente alérgico.
c) É o choque que ocorre devido à redução do volume intravascular por causa da perda de
sangue, de plasma ou de água perdida em diarreia e vômito.
d) Ocorre por vasodilatação e grandes perdas hídricas para o espaço intersticial que podem
somar-se à depressão miocárdica.

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e) É o choque que decorre da redução do tônus vasomotor normal por distúrbio da função
nervosa. Este choque pode ser causado, por exemplo, por transecção da medula espinhal.

Comentário:
Letra B.
Choque anafilático - Reação alérgica, portanto a letra B é a nossa resposta, já que o choque
anafilático acarreta uma hipersensibilidade sistêmica (no corpo todo e não apenas localizado)
após exposição a uma substância na qual o indivíduo tem alergia.
Letra A. Errada. Falou em defeito cardíaco lembramos de choque cardiogênico.
Letra C. Errada. Perda de volume, sangue ou líquido - choque hipovolêmico.
Letra D. Errada. Misturou as informações, a perda hídrica para o espaço intersticial ocorreria
um choque hipovolêmico e consequentemente uma vasoconstricção compensatória.
Letra E. Errado. Essa alternativa é a perfeita definição do choque NEUROGÊNICO.

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4. TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
DO ESTADO DE CHOQUE

O atendimento pode ser organizado por etapas:


1- Avalie nível de consciência.
2- Posicione a vítima deitada (decúbito dorsal).
3- Abra as VA estabilizando a coluna cervical.
4 - Avalie a respiração e a circulação.
5 - Efetue hemostasia.
6 - Afrouxe roupas.
7 - Previna a perda de calor corporal.
8 - Não dê nada de comer ou beber.
9 - Eleve os membros inferiores, após posicionar o paciente sobre uma maca rígida,
exceto se houver suspeita de traumatismo crânio-encefálico (TCE).
10- Imobilize fraturas.
11- Ministre oxigênio suplementar.
11 - Transporte o paciente imediatamente para o hospital.

ATENÇÃO!
Na entrevista, pergunte ao paciente se ele é alérgico a alguma
substância e se teve contato com ela. No mais, trate igualmente como
outro choque já visto anteriormente. Nesse caso, a vítima precisa
receber medicamentos para combater a reação alérgica.

(FCC/ TRT 2ª região/ 2008) Uma pessoa sofre um acidente e apresenta quadro clínico
compatível com choque hipovolêmico. Nesta situação, recomenda-se:

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I. manter via aérea pérvia.
II. manter ventilação adequada.
III. controlar hemorragias.
IV. instalar acesso venoso de grosso calibre.

As condutas no choque hemorrágico estão corretamente descritas em


a) III, apenas.
b) III e IV, apenas.
c) II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II, III e IV

Comentários:
LETRA E.
Apesar de ser uma questão antiga, serve para aprendermos algumas condutas a serem
realizadas diante do quadro de choque.
Todas as alternativas devem ser condutas diante do paciente com hemorragias. Lembrando
que o controle da hemorragia pode ser feito elevando-se o membro afetado, compressão
direta no local do sangramento ou da artéria que irriga o membro.

(AOCP 2015) Em um choque hemorrágico, a providência inicial mais importante é:

a) acesso venoso periférico e a cabeceira a 45ºC.


b) puncionar veia periférica de grosso calibre e iniciar a reposição de volume.
c)fazer compressão no local da hemorragia e manter cabeceira reta.
d) puncionar veias, e solicitar vagas na UTI.
e)colocar compressor quente e acesso venoso periférico.

Comentário: Letra B. Nessa questão é importante discutir o que é mais prioritário no


atendimento ao choque. A primeira providência deve ser interromper a perda de volume por
meio da técnica de compressão direta, porém a alternativa da letra C, não pode ser
considerada correta, pois a cabeceira reta dificulta a respiração e dessa forma não deve ser o
posicionamento adequado nessa situação.

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A letra B não poderia ser considerada correta, pois a punção venosa e reposição volêmica
não é providência inicial, é uma conduta que deverá ser tomada o mais precoce possível
após comprimir e estancar o sangramento. Dessa forma, seria uma questão que caberia
recurso.

No ambiente hospitalar o paciente com choque deve ser monitorizado com um cateter
de artéria pulmonar (Swan Gans) com objetivo de diferenciar os dados
hemodinâmicos.

Tratamento do Choque hipovolêmico no hospital

No ambiente hospitalar o objetivo terapêutico é a restauração do volume


intravascular e da perfusão/oxigenação tecidual. Visando a reposição volêmica o
mais rápido possível.
É fundamental monitorar o débito urinário (DU) e outros parâmetros de melhoria da
perfusão tecidual periférica.
Atenção para idosos e cardiopatas, que podem ter dificuldades de receber grandes
volumes, podendo evoluir para edema agudo de pulmão.

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Vamos aprofundar com algumas observações sobre a reposição volêmica:

• Ringer lactato é preferível, pois em casos de grandes volumes o SF 0,9% pode


causar acidose hiperclorêmica.
• Está contraindicado o uso de soluções glicosadas.
• A expansão com coloides (albumina) mostrou-se tão benéfica quanto os
cristaloides, porém de maior custo.

Sempre que possível deve-se usar sangue tipo específico, caso contrário usa-se tipo
“O” negativo, nas situações de urgência, quando não se consegue esperar.

Inicialmente estão contraindicadas drogas vasoativas ficando reservada para os


casos sem resposta a reposição de volume. Nesse caso será indicado noradrenalina
com objetivo de manutenção da pressão arterial.

(AOCP EBSERH 2015) Homem, 34 anos, que está internado na UTI em VM (ventilação
mecânica), apresentou pressão de 60/30. Qual é a medicação a ser usada para) este
paciente?

a) Dobutamina.
b) Dopexamina.

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c) Nipride.
d) Adrenalina.
e) Noradrenalina.

Comentário: Letra E. A noradrenalina é uma droga de eleição no choque séptico, cuja


finalidade é elevar a PA em pacientes hipotensos, que não responderam à ressuscitação por
volume e a outros inotrópicos menos potentes.

Choque cardiogênico

• A principal causa é o infarto do miocárdio – estima-se que seja necessário


a perda de 40% da massa ventricular para a instalação do choque.
• A mortalidade gira em torno de 70-80%.
• Outras causas são miocardites, cardiomiopatias, doença de Chagas,
doenças valvares, arritmias, etc.
• O tratamento da causa base é primordial e a correção do distúrbio deve ser
feita tão logo haja condições clínicas.
• A angioplastia é o melhor tratamento para o IAM.

A base do tratamento do choque cardiogênico:


• Noradrenalina – deve ser usada somente em hipotensões graves não
responsivas a outras manobras pois a RVS já está elevada.
• Dopamina – pode ser tentada como droga de efeito dopaminérgico para
aumentar perfusão renal ou como inotrópico (dose β) para aumentar força de
contração.
• Dobutamina – droga de escolha para aumentar o inotropismo, porém deve ser
evitada em hipotensão grave.
• Diuréticos – reduzir congestão pulmonar.
• Reposição volêmica –com cuidado

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Vamos ao tratamento do choque séptico:

▪ Identificação e tratamento específico do foco infeccioso, com intervenção


cirúrgica precoce se necessário.
▪ Reposição volêmica intensiva com cristaloides e coloides.
▪ Hb e Ht normais para manter a oferta de O2.
▪ Noradrenalina – droga de escolha para elevar PA e RVS.
▪ Dobutamina – usada quando há sinais de comprometimento da função do VE.
▪ Oxigenação adequada através de suporte ventilatório mecânico.

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Tratamento de Choque

1. Avaliar nível de consciência;


2. Abrir Vias Aeras (V.A.) e ministrar O2;
3. Preguntar: “Onde é a infecção?”, “Se tem alguma alergia?”;
4. Localizar o local do sangramento e realizar compressão;
5. Avaliação constante da circulação e respiração do paciente;
6. Identificar tipagem sanguínea do paciente;
7. Realizar reposição volêmica;
8. Monitorar D.U.;
9. Monitorar P.A.;
10. Administrar drogas vasoativas;
11. Monitorizar o paciente hemodinamicamente.

Finalizamos a nossa aula sobre choque, espero que você continue firme nos estudos
com propósito e determinação. Não existe a desculpa de falta de tempo para os
estudos, haverá falta de prioridade. Bons estudos e vença o cansaço do dia a dia.

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (VUNESP HCFMUSP 2015) O choque circulatório é definido como:

a) situação de oferta de sangue inadequada para o suprimento das necessidades de


repouso do músculo cardíaco.
b) situação de diminuição abrupta do fluxo de sangue para todo o corpo, sem prejuízo
imediato da função circulatória, mas sim a longo prazo.
c) inadequação do fluxo sanguíneo para os órgãos e sistemas, provocando lesões
nos tecidos devido a diminuição da oferta de oxigênio.
d) diminuição do fluxo de sangue para o coração com congestão pulmonar e renal.
e) inadequação do fluxo sanguíneo no músculo cardíaco que pode culminar com
lesões no cérebro.

2. (CESPE/ 2011/CBMDF) Conforme a sua fisiopatologia, o choque é


classificado em hipovolêmico, cardiogênico, obstrutivo ou distributivo. O
choque distributivo designa os casos de choque séptico, anafilático,
neurogênico e de choque por insuficiência suprarrenal.

3. (IDECAN 2014) O choque é definido como uma anormalidade circulatória,


cuja perfusão orgânica e oxigenação tecidual estão inadequadas. Deve-se
reconhecer precocemente sua presença e identificar sua provável causa. São
causas que podem levar ao choque hipovolêmico, EXCETO:

a) Sangramentos volumosos (exteriorizados ou não).


b) Perda de líquido excessiva (diarreia, vômito, poliúria e febre).
c) Sequestro líquido – tecidos inflamados (peritonite, colite e pleuris).
d) Drenagem de grandes volumes de transudato (ascite e hidrotórax).
e) Tamponamento cardíaco relacionado ao ferimento penetrante no tórax.

4. (Pref. RJ 2016) O choque é uma condição em que a pressão arterial sistêmica


é inadequada para fornecer oxigênio e nutrientes para sustentar os órgãos

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vitais e a função celular. O estado de choque que resulta do volume
intravascular diminuído, decorrente da perda de líquidos, é denominado:

a) circulatório
b) cardiogênico
c) séptico
d) hipovolêmico

5. (AOCP 2015 EBSERH) Os sinais clássicos do Choque Cardiogênico são:

a) hipertensão arterial, sonolência, aumento do débito urinário, hipoxia cerebral.


b) hipotensão arterial, pulso rápido, pele quente, agitação, confusão mental.
c) pulso rápido e fraco, diminuição do débito urinário, hipertensão arterial, pele
quente.
d) arritmias cardíacas, trombose, hipotensão arterial, pulso forte, obstrução de
vasos sanguíneos.
e) hipotensão arterial, pulso rápido e fraco, hipóxia cerebral evidenciada por confusão
e agitação, diminuição do débito urinário, pele fria e úmida.

6. (CESGRANRIO 2008) Uma das complicações circulatórias é a ocorrência de


choque. Este quadro clínico, quando decorrente de infecção generalizada, e
produzindo hipotensão, prostração e calafrios, é indicativo de choque:

a) neurogênico.
b) elétrico.
c) cardiogênico.
d) séptico.
e) hipovolêmico.

7. (IBFC/2015/EBSERH) A seguir são descritas algumas classificações para o


estado de choque de um acidentado. Assinale a alternativa que NÃO está
correta.

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a) ANAFILÁTICO - Por reação alérgica a uma determinada substância, em indivíduos
previamente sensibilizados, ocasionando edemas e vasodilatação.
b) NEUROGÊNICO - As toxinas de infecção graves causam dilatação dos vasos,
acúmulo de sangue nos vasos capilares pequenos e invasão dos vasos sanguíneos
por bactérias.
c) PSICOGÊNICO - Algo psicológico afeta a vítima; o sangue drena da cabeça e se
acumula no abdome, causando desmaios.
d) CARDIOGÊNICO - Ocasionado por disfunção do coração como bomba,
dificultando sua capacidade de ejeção.
e) HEMORRÁGICO - É caracterizado pela própria perda de sangue.

8. (FGV 2014) O choque característico de uma lesão raquimedular em que o


paciente apresenta hipotensão, bradicardia, bom nível de consciência e pele
rosada no local da lesão, é denominado:

a) choque cardiogênico;
b) choque neurogênico;
c) choque hipovolêmico;
d) choque periférico;
e) choque anafilático.

9. (Pref. RJ 2016) A reação exagerada do organismo a substâncias as quais está


sensibilizado recebe o nome de choque:

a) séptico
b) hipervolêmico
c) hipovolêmico
d) anafilático

10. (CESPE/2011/CBMDF) Pacientes sob choque após trauma torácico têm


melhor chance de sobrevivência caso apresentem tamponamento cardíaco.

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11. (AOCP 2015) O choque ou colapso cardiovascular é a via comum final de
uma série de eventos clínicos potencialmente letais, incluindo hemorragia,
traumatismo ou queimaduras extensas, infarto miocárdico, embolia pulmonar
maciça, ou sepse microbiana. O choque pode ser agrupado em três categorias
gerais, as quais são:

a) choque cardiogênico, choque sistêmico e choque cardiovascular


b) choque cardiogênico, choque hipovolêmico e choque séptico.
c) choque hipovolêmico, choque traumático e choque cardíaco.
d) choque pulmonar, choque cardíaco e choque séptico.
e) choque maciço, choque pulmonar e choque cardiogênico.

12. (CESPE 2012) Um paciente admitido em unidade de pronto-socorro com


trauma abdominal fechado e com taquicardia, pulso filiforme, extremidades
frias, diminuição . da turgidez cutânea, olhos encovados, diminuição do nível de
consciência, taquipneia e hipotensão apresenta quadro de choque:

a) séptico.
b) cardiogênico.
c) hipovolêmico.
d) neurogênico.
e) anafilático.

13. (CESPE/2011/CBMDF) Uma pessoa em estado de choque apresenta-se, em


geral, apática e indiferente, com pulso acelerado e de difícil localização. Entre
os quadros de choque, somente o hipovolêmico e o cardiogênico são
considerados situações clínicas de urgência que mereçam intervenção imediata
de primeiros socorros.

14. (IFC 2012 IFC SC) Hipotensão arterial; queda rápida e acentuada do trabalho
cardíaco; oligúria; estase jugular; edema de membros inferiores; dor anginosa e

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arritmias e alteração no nível de consciência, são sinais e os sintomas
apresentados por um paciente em estado de choque:

a) Hipovolêmico.
b) Neurogênico.
c) Séptico.
d) Anafilático.
e) Cardiogênico.

15. (CETRO 2013). Correlacione os tipos de choque e suas definições e, em


seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

Tipos de Choque:
1. Cardiogênico.
2. Séptico.
3. Hipovolêmico.

Definições:
( ) Diminuição do volume intravascular devido a distúrbio hidroeletrolítico ou
hemorragias graves.
( ) Presença de agente patógeno capaz de produzir uma grave resposta infecciosa
sistêmica.
( ) Alteração cardiovascular na qual o principal evento é a falência total ou parcial
das funções cardíacas.

a) 3/ 2/ 1
b) 1/ 2/ 3
c) 2/ 3/ 1
d) 1/ 3/ 2

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16. (IADES 2013) Assinale a alternativa que apresenta sinal (is) de agravamento
que indica(m) estado de choque circulatório decorrente de hemorragia interna
ou externa.

a) Sede intensa e confusão mental.

b) Sudorese facial e palidez cutânea

c) Pulso rápido e filiforme.

d) Polaciúria, sudorese intensa e bradipneia.

e) Bradipneia, bradicardia e taquisfigmia.

17. (MARINHA 2015) O choque que tem como característica clínica a


estimulação parassimpática e a hipotensão com bradicardia é denominado:

a) neurogênico.
b) hipovolêmico.
c) cardiogênico.
d) séptico.
e) anafilático.

18. (NUCEPE 2015) O choque é uma emergência. Para o atendimento correto é


necessário uma ação rápida e imediata, pois é uma condição que acarreta risco
de vida em razão das diversas causas subjacentes. Assinale a alternativa que
corresponde ao choque anafilático:

a) Ocorre na incapacidade de o coração bombear um volume de sangue suficiente


para atender às necessidades metabólicas dos tecidos.
b) É uma reação de hipersensibilidade sistêmica que ocorre quando um indivíduo é
exposto a uma substância à qual é extremamente alérgico.
c) É o choque que ocorre devido à redução do volume intravascular por causa da
perda de sangue, de plasma ou de água perdida em diarreia e vômito.

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d) Ocorre por vasodilatação e grandes perdas hídricas para o espaço intersticial que
podem somar-se à depressão miocárdica.
e) É o choque que decorre da redução do tônus vasomotor normal por distúrbio da
função nervosa. Este choque pode ser causado, por exemplo, por transecção da
medula espinhal.

19. (FCC/ TRT 2ª região/ 2008) Uma pessoa sofre um acidente e apresenta
quadro clínico compatível com choque hipovolêmico. Nesta situação,
recomenda-se:

I. manter via aérea pérvia.


II. manter ventilação adequada.
III. controlar hemorragias.
IV. instalar acesso venoso de grosso calibre.

As condutas no choque hemorrágico estão corretamente descritas em:

a) III, apenas.
b) III e IV, apenas.
c) II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II, III e IV

20. (AOCP 2015) Em um choque hemorrágico, a providência inicial mais


importante é:

a) acesso venoso periférico e a cabeceira a 45ºC.


b) puncionar veia periférica de grosso calibre e iniciar a reposição de volume.
c)fazer compressão no local da hemorragia e manter cabeceira reta.
d) puncionar veias, e solicitar vagas na UTI.
e)colocar compressor quente e acesso venoso periférico.

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21. (AOCP EBSERH 2015) Homem, 34 anos, que está internado na UTI em VM
(ventilação mecânica), apresentou pressão de 60/30. Qual é a medicação a ser
usada para ) este paciente?

a) Dobutamina.
b) Dopexamina.
c) Nipride.
d) Adrenalina.
e) Noradrenalina.

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GABARITO

1 C
2 CERTO
3 E
4 D
5 E
6 D
7 B
8 B
9 D
10 ERRADO
11 B
12 C
13 ERRADO
14 E
15 A
16 A
17 A
18 B
19 E
20 B
21 E

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48

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