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Processo Judicial Eletrônico

Peças Processuais (Inteiro Teor)

Numeração Única: 5135160-36.2019.8.13.0024 (TJMG 1a. Instância)

Comarca: BELO HORIZONTE


Órgão Julgador: Vara de Registros Públicos da Comarca de Belo Horizonte
Promotoria de Justiça: 04ª PJ JUIZO DE REGISTROS PUBLICOS

Classe: Dúvida
Assuntos: Propriedade
Nível de sigilo: PÚBLICO
Valor da causa:
Pedido liminar ou Não
antecipação de tutela:

Partes
POLO PASSIVO GUSTAVO GUIMARAES
POLO ATIVO OFICIAL DO 3º OFICIO DE REGISTRO DE IMOVEIS DE BELO HORIZONTE

Último recebimento/sincronização: 28/02/2020 15:33


Último envio de manifestação/petição: 10/10/2019 16:29
Total de peças processuais: 21
Parte 1: Peças de 1 a 21
Arquivo gerado: 5135160-36_2019_8_13_0024.pdf
Data de geração do arquivo: 05/03/2020 13:21
Petição de dúvida recebida no balcão em mídia eletrônica que ora
distribui-se no Pje conforme art. 152, VI, do Provimento nº
355/CGJ/2018.

GEDAF/DISTRIBUIDOR

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 83488140


ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Petição Inicial) pág. 1 de 1
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Petição) pág. 1 de 6
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Petição) pág. 2 de 6
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Petição) pág. 3 de 6
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Petição) pág. 4 de 6
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Petição) pág. 5 de 6
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Petição) pág. 6 de 6
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 1 de 4
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 4 de 4
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 1 de 4
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 2 de 4
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 3 de 4
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 1 de 9
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 2 de 9
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 4 de 9
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 5 de 9
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 6 de 9
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 7 de 9
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 8 de 9
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 9 de 9
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 1 de 12
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 2 de 12
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 3 de 12
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 4 de 12
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 5 de 12
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ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 6 de 12
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 83490574
ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 7 de 12
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 83490574
ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 8 de 12
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 83490574
ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 9 de 12
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 83490574
ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 10 de 12
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 83490574
ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 11 de 12
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 83490574
ADRIANA SILVA REIS (assinado em 11/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 12 de 12
AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DE REGISTRO PÚBLICOS DA COMARCA
DE BELO HORIZONTE.

Autos n. 5135160-36.2019.8.13.0024

GUSTAVO GUIMARÃES, brasileiro, casado, analista de sistemas, CI MG-


10.928525/SSP, inscrito no CPF n. 082.853.426-89, com endereço eletrônico
guguima@gmail.com e PATRÍCIA FROIS GUIMARÃES, brasileira, casada, design
de interiores, CI MG-14.582.255/PC-MG, inscrita no CPF n. 016.060.666-76, com
endereço eletrônico patriciafroisg@gmail.com, ambos residentes e domiciliados na
cidade de Belo Horizonte, na Rua Padre Nóbrega, 201, apto 502, Minas Brasil, Belo
Horizonte/MG, 30730-230, ambos representados por seu advogado, conforme
procuração anexa, vem à presença de Vossa Excelência, requerer a habilitação nos
autos, conforme Procuração outorgada anexo.

Termos em que pede deferimento.

Belo Horizonte/MG, em 27 de setembro de 2019.

Stênio Tadeu Campos Fróis

OAB/MG 163419

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86037465


STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Petição) pág. 1 de 1
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86037484
STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Declaração de Hipossuficiência) pág. 1 de 1
19/08/2019 Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


CADASTRO NACIONAL DA PESSOA JURÍDICA
NÚMERO DE INSCRIÇÃO DATA DE ABERTURA
COMPROVANTE DE INSCRIÇÃO E DE SITUAÇÃO
09.594.991/0001-52 19/05/2008
MATRIZ CADASTRAL
NOME EMPRESARIAL
ESCALA EMPREENDIMENTOS LTDA
TÍTULO DO ESTABELECIMENTO (NOME DE FANTASIA) PORTE
******** EPP
CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL
41.10-7-00 - Incorporação de empreendimentos imobiliários
CÓDIGO E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS SECUNDÁRIAS
41.20-4-00 - Construção de edifícios
68.10-2-01 - Compra e venda de imóveis próprios
68.10-2-02 - Aluguel de imóveis próprios
71.11-1-00 - Serviços de arquitetura
71.12-0-00 - Serviços de engenharia
71.19-7-99 - Atividades técnicas relacionadas à engenharia e arquitetura não especificadas anteriormente
CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA
206-2 - Sociedade Empresária Limitada
LOGRADOURO NÚMERO COMPLEMENTO
AV RODOVIARIA 145 SETOR WARMING SALA 02
CEP BAIRRO/DISTRITO MUNICÍPIO UF
33.400-000 LUNDCEA LAGOA SANTA MG
ENDEREÇO ELETRÔNICO TELEFONE
CONTABILIDADE@CONSTRUTORAESCALA.COM.BR (31) 2533-6531
ENTE FEDERATIVO RESPONSÁVEL (EFR)
*****
SITUAÇÃO CADASTRAL DATA DA SITUAÇÃO CADASTRAL
ATIVA 19/05/2008
MOTIVO DE SITUAÇÃO CADASTRAL

SITUAÇÃO ESPECIAL DATA DA SITUAÇÃO ESPECIAL


******** ********

Aprovado pela Instrução Normativa RFB nº 1.863, de 27 de dezembro de 2018.

Emitido no dia 19/08/2019 às 11:14:07 (data e hora de Brasília). Página: 1/1

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86037485


https://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/cnpj/cnpjreva/Cnpjreva_Comprovante.asp
STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 11/1
de 1
AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DE REGISTRO PÚBLICOS DA COMARCA DE BELO HORIZONTE.

Autos n. 5135160-36.2019.8.13.0024

GUSTAVO GUIMARÃES, brasileiro, casado, analista de sistemas, CI MG-10.928525/SSP, inscrito no


CPF n. 082.853.426-89, com endereço eletrônico guguima@gmail.com e PATRÍCIA FROIS
GUIMARÃES, brasileira, casada, design de interiores, CI MG-14.582.255/PC-MG, inscrita no CPF n.
016.060.666-76, com endereço eletrônico patriciafroisg@gmail.com, ambos residentes e
domiciliados na cidade de Belo Horizonte, na Rua Padre Nóbrega, 201, apto 502, Minas Brasil, Belo
Horizonte/MG, 30730-230, ambos representados por seu advogado, conforme procuração anexa,
vem à presença de Vossa Excelência, apresentar IMPUGNAÇÃO, com base no art. 198, III, da Lei n.
6.015/73, à sustação de dúvida manejada pelo Oficial do 3º Registro de Imóveis de Belo Horizonte,
nos seguintes termos.

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Diante de sua condição econômica (CTPS, IR e extrato bancário anexos), pugna o Suscitado
pela concessão dos benefícios da gratuidade da justiça, nos termos do art. 98 do CPC, haja vista não
poder demandar contra o Suscitante sem prejuízo do sustento próprio e da sua família.

FATOS

Resumidamente, o Suscitado pretende a averbação da Escritura Pública de Compra e Venda


no registro do imóvel cujo a matrícula é a n. 123611 do Livro 2 - Registro Geral, correspondente ao
apartamento 502, do Residencial Lírios, localizado na Rua Padre Nóbrega, 201, apto 502, Minas
Brasil, Belo Horizonte/MG, 30730-230.
Recebido o requerimento, o Suscitado negou o protocolo, alegando a existência de
indisponibilidades lançadas na matrícula, o que impede a transferência, bem como, requereu a
apresentação de prorrogação do alvará de construção ou apresentação de habite-se e CND de todo
o empreendimento Edifício dos Lírios em detrimento da apresentação de CND e habite-se individual
do apartamento.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86037487


STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Impugnação) pág. 1 de 10
Discordando da exigência de averbação do habite-se e apresentação de CND do
empreendimento, o Suscitante pugnou pela Sustação de Dúvidas, conforme termos juntados à
inicial.

LIMITAÇÃO DA LIDE

Inicialmente, o Suscitado esclarece que a presente sustação de dúvida não abrange as


indisponibilidades lançadas no imóvel, visto que o Suscitado se encontra em diligenciais judiciais
para baixa dos mesmos, ante do efetivo registro da Escritura de Compra e Venda.
A Sustação de Dúvida requerida pelo Suscitado, abrange os seguintes temas:

1 – Necessidade de apresentação de CND Negativa do imóvel adquirido pelo


Suscitado;

2 – Exigência de averbação do Habite-se e CND Negativa de todo empreendimento,


em detrimento da apresentação dos supracitados documentos, somente em relação
ao apartamento 502;

3 – A exigência de pagamento das custas referente as baixas das indisponibilidades,


lançadas pelo juízo através do CNIB;

Feitas essas considerações, passamos a discorre sobre o direito do Suscitado.

DIREITO

Da Dispensa da Apresentação de CND do imóvel

Em suas razões o Suscitado nega o registro da Escritura Pública, sob o fundamento da


necessidade de apresentação da CND Negativa do empreendimento, fundamentando na Lei
Federal n. 8212/91, porém, conforme adiante demonstrado, a Lei, bem como o Provimento n.
260/CGJ/2013, dispensam a apresentação de CND no presente caso.
Isso porquê, a previsão legal de necessidade de comprovação da regularidade fiscal por
parte da empresa alienante de imóvel (obrigação de apresentação de CND do empreendimento),
nos termos do art. 47, I, ‘b’ da Lei nº 8.212/91, possui uma exceção, conforme art. 30, VII, da Lei nº
8.212/91, a qual dispõe que:
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86037487
STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Impugnação) pág. 2 de 10
VII - exclui-se da responsabilidade solidária perante a Seguridade Social o adquirente de
prédio ou unidade imobiliária que realizar a operação com empresa de comercialização ou
incorporador de imóveis, ficando estes solidariamente responsáveis com o construtor;

Desta forma, sendo o solicitante adquirente de unidade autônoma diretamente da empresa


Escala Empreendimento (incorporado de imóveis conforme CNPJ anexo), o mesmo é excluído da
relação obrigacional existente, não podendo ser exigido dele o pagamento dos débitos
previdenciários existente sobre o imóvel.
Logo, o solicitante entende que o art. 30, VII, da Lei nº 8.212/91, dispensou a apresentação da
CND, para transferência do imóvel na hipótese do protocolo em aberto.
Seguindo tal posicionamento, a própria Fazenda Nacional dispensa a apresentação da
Certidão Negativa de Débito, para fins de transferência de imóveis, nos casos em que se trata de
empresa incorporadora cujo objeto social é a venda de empreendimentos imobiliários, conforme
Portaria Conjunta RFB/PGFN nº 1751, de 02 de outubro de 2014, nos seguintes termos:

Portaria Conjunta RFB/PGFN nº 1751, de 02 de outubro de 2014

Art. 17. Fica dispensada a apresentação de comprovação da regularidade fiscal:

I - na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem imóvel ou direito a ele relativo, que
envolva empresa que explore exclusivamente atividade de compra e venda de imóveis,
locação, desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária ou
construção de imóveis destinados à venda, desde que o imóvel objeto da transação esteja
contabilmente lançado no ativo circulante e não conste, nem tenha constado, do ativo
permanente da empresa;

Não obstante, o Provimento n. 260/CGJ/2013, após a alteração ocorrida em 2015, também


dispensa a apresentação de CND Negativa, quando o adquirente apresentar o título de compra e
venda para registro.

Art. 163. São requisitos documentais legitimadores indispensáveis à lavratura da escritura


pública que implique alienação, a qualquer título, de imóvel ou de direito a ele relativo, assim
como sua oneração, em se tratando de empresa alienante ou devedora:

§ 1º Independe das certidões a que se refere o caput deste artigo a alienação ou a oneração
a ser feita por empresa que explore exclusivamente atividade de compra e venda ou locação
de imóveis, desmembramento ou loteamento de terreno, incorporação imobiliária ou
construção de imóveis destinados à venda, desde que o objeto da translação ou oneração
esteja contabilmente lançado no ativo circulante e não conste nem tenha constado do ativo
permanente da empresa, fato que deve constar de forma expressa na escritura.

A título de argumentação e exemplificação, foi editado no Estado do Rio de Janeiro, o


Provimento CGJRJ 41/2013, o qual determinou a dispensa de apresentação de CND para qualquer
tipo de anotação de transferência do registro do imóvel.
Tal provimento foi contestado no CNJ, o qual firmou o seguinte entendimento:

CNJ – PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS:0001230-82.2015.2.00.0000


LOCALIDADE:Rio de Janeiro DATA DE JULGAMENTO:25/10/2017 DATA DJ:27/10/2017
RELATOR:João Otávio de Noronha
LEI:LOSS – Lei Orgânica da Seguridade Social – 8.212/1991 ART:47
LEI:LOSS – Lei Orgânica da Seguridade Social – 8.212/1991 ART:48
LEI:LO – Administração Tributária – 7.711/88 ART:1 INC:IV
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86037487
STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Impugnação) pág. 3 de 10
Requerente: ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO
Requerido: CORREGEDORIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Advogado: DF4745 – LUCIANE CARNEIRO PINTO

RECURSO ADMINISTRATIVO EM PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS. IMPUGNAÇÃO DE


PROVIMENTO EDITADO POR CORREGEDORIA LOCAL DETERMINANDO AOS CARTÓRIOS DE
REGISTRO DE IMÓVEIS QUE SE ABSTENHAM DE EXIGIR CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO
PREVIDENCIÁRIO NAS OPERAÇÕES NOTARIAIS. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO DISPOSTO NOS
ARTIGOS 47 E 48 DALEI N. 8.212/91. INEXISTÊNCIA DE ILEGALIDADE.

1. Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 1º, inciso IV daLei nº 7.711/88(ADI 394), não há


mais que se falar em comprovação da quitação de créditos tributários, de contribuições
federais e de outras imposições pecuniárias compulsórias para o ingresso de qualquer
operação financeira no registro de imóveis, por representar forma oblíqua de cobrança do
Estado, subtraindo do contribuinte os direitos fundamentais de livre acesso ao Poder
Judiciário e ao devido processo legal (art. 5º, XXXV e LIV, daCF).
2. Tendo sido extirpado do ordenamento jurídico norma mais abrangente, que impõe a
comprovação da quitação de qualquer tipo de débito tributário, contribuição federal e
outras imposições pecuniárias compulsórias, não há sentido em se fazer tal exigência com
base em normas de menor abrangência, como a prevista no art. 47, I, “b”, daLei 8.212/91.
3. Ato normativo impugnado que não configura qualquer ofensa a legislação pátria, mas
apenas legítimo exercício da competência conferida ao Órgão Censor Estadual para
regulamentar as atividades de serventias extrajudiciais vinculadas ao Tribunal de Justiça
local.
RECURSO IMPROVIDO.

ACÓRDÃO

O Conselho, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do


Relator. Plenário Virtual, 11 de outubro de 2017.

Votaram os Excelentíssimos Conselheiros João Otávio de Noronha, Aloysio Corrêa da Veiga,


Carlos Levenhagen, Daldice Santana, Bruno Ronchetti, Fernando Mattos, Rogério
Nascimento, Arnaldo Hossepian, Valdetário Andrade Monteiro, André Godinho, Henrique
Ávila e Maria Tereza Uille. Não votaram a Excelentíssima Conselheira Presidente Cármen
Lúcia e, em razão das vacâncias dos cargos, os representantes do Tribunal Regional do
Trabalho e da Justiça do Trabalho.

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, CORREGEDOR NACIONAL DE


JUSTIÇA:

Trata-se de recurso administrativo em pedido de providências formulado pela UNIÃO/AGU


em desfavor da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Narra a requerente que a requerida determinou aos cartórios de registro de imóveis do


estado fluminense que deixem de cobrar, de ofício, certidão negativa de débito
previdenciária (CND) nas operações notariais.

Argumenta que a cobrança é obrigatória por força do disposto nos arts. 47 e 48 daLei n.
8.212/91; que a dispensa fundamentou-se em interpretação contra legis da decisão do
Supremo Tribunal Federal (STF) na ADIn n. 394/DF, a qual não versou acerca dos
mencionados dispositivos legais; e que toda averbação notarial de bem imóvel deve ser
acompanhada da necessária apresentação da certidão negativa de débito, sob pena de
acarretar prejuízo legal e patrimonial em razão da perda de arrecadação de tributo
destinado à Previdência Social.
Requereu a suspensão cautelar e definitiva dos efeitos do Provimento n. 41/2013, além da
instauração de reclamação disciplinar contra os magistrados que participaram da concepção
e realização do ato e ainda, que este CNJ expeça resolução ou recomendação vedando a
todos os órgãos do Poder Judiciário a expedição de normas de conteúdo semelhante ao
editado pela requerida.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86037487


STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Impugnação) pág. 4 de 10
O pedido liminar foi indeferido (Id n. 1665390).

A Corregedoria Geral de Justiça do TJ/RJ manifestou-se, afirmando que o provimento CGJ n.


41/2013, ora atacado, limitou-se a dar publicidade à decisão contida no Enunciado n. 2 do
Conselho da Magistratura, que apregoa que “a exigência da apresentação de certidão
negativa de débito (CND) do INSS para fins de registro de imóvel é inconstitucional” (Id n.
1674308).

Contra a decisão que indeferiu o pedido liminar, o requerente apresentou recurso


administrativo para o presidente deste Egrégio Conselho Nacional de Justiça (Id n. 1683880).

O recurso não foi conhecido e determinou-se a manifestação da presidência do TJRJ (Id n.


1675222).

Na manifestação acostada no Id n. 1813971 a presidência do TJRJ sustenta, em síntese, ter


seguido a linha de entendimento do STF que considera ilegais normas que condicionam a
prática de atos da vida civil e empresarial à quitação de créditos tributários exigíveis.

Em decisão de id 1815531, esta Corregedoria Nacional de Justiça julgou improcedente o


presente expediente nos seguintes termos:

[…]Analisando os autos, ao contrário do que afirma a Advocacia-Geral da União, verifica-se


que o Provimento CGJ n. 41/2013 editado pelo TJ/RJ está de acordo com a interpretação
jurisprudencial do STF acerca da aplicabilidade dos artigos 47 e 48 daLei n. 8.212/91ao
dispensar a exigência de apresentação de CND para o registro de imóveis. Confira-se:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. REPERCUSSÃO GERAL. REAFIRMAÇÃO DE


JURISPRUDÊNCIA. DIREITO TRIBUTÁRIO E DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CLÁUSULA DA
RESERVA DE PLENÁRIO. ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. JURISPRUDÊNCIA DO
TRIBUNAL PLENO DO STF. RESTRIÇÕES IMPOSTAS PELO ESTADO. LIVRE EXERCÍCIO DA
ATIVIDADE ECONÔMICA OU PROFISSIONAL. MEIO DE COBRANÇA INDIRETA DE TRIBUTOS.
1. A jurisprudência pacífica desta Corte, agora reafirmada em sede de repercussão geral,
entende que é desnecessária a submissão de demanda judicial à regra da reserva de plenário
na hipótese em que a decisão judicial estiver fundada em jurisprudência do Plenário do
Supremo Tribunal Federal ou em Súmula deste Tribunal, nos termos dos arts. 97 da
Constituição Federal, e 481, parágrafo único, do CPC. 2. O Supremo Tribunal Federal tem
reiteradamente entendido que é inconstitucional restrição imposta pelo Estado ao livre
exercício de atividade econômica ou profissional, quanto aquelas forem utilizadas como
meio de cobrança indireta de tributos. 3. Agravo nos próprios autos conhecido para negar
seguimento ao recurso extraordinário, reconhecida a inconstitucionalidade, incidental e com
os efeitos da repercussão geral, do inciso III do §1º do artigo 219 da Lei 6.763/75 do Estado de
Minas Gerais. (ARE 914045 RG, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, julgado em 15/10/2015,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-232 DIVULG 18-11-2015 PUBLIC
19-11-2015 )

Cabe salientar que a exigência da certidão negativa de débitos previdenciários deve ser
analisada pelo oficial do registro de imóveis nos termos do próprio artigo 48 daLei n.
8.212/91que assim dispõe: “a prática de ato com inobservância do disposto no artigo
anterior, ou o seu registro, acarretará a responsabilidade solidária dos contratantes e do
oficial que lavrar ou registrar o instrumento, sendo o ato nulo para todos os efeitos”.

Ora, se a jurisprudência do próprio STF já se consolidou no sentido de que a cobrança de tais


certidões caracteriza-se como cobrança indireta de tributos e constitui restrição
inconstitucional pelo Estado ao livre exercício da atividade econômica ou profissional, não
há que se falar na irregularidade do Provimento CGJ n. 41/13 editado pelo TJRJ.

Ademais, embora não noticiado no presente procedimento, a própria Receita Federal e a


Procuradoria de Fazenda Nacional já editou Portaria Conjunta RFB/PGFN n. 1751 de 2/10/14
dispensando comprovações de regularidade fiscal para registro de imóveis quando
necessário à atividade econômica da empresa, tal como consignado no artigo 17, in verbis:

“Art. 17. Fica dispensada a apresentação de comprovação da regularidade fiscal:

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86037487


STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Impugnação) pág. 5 de 10
I – na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem imóvel ou direito a ele relativo, que
envolva empresa que explore exclusivamente atividade de compra e venda de imóveis,
locação, desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária ou
construção de imóveis destinados à venda, desde que o imóvel objeto da transação esteja
contabilmente lançado no ativo circulante e não conste, nem tenha constado, do ativo
permanente da empresa;

II – nos atos relativos à transferência de bens envolvendo a arrematação, a desapropriação


de bens imóveis e móveis de qualquer valor, bem como nas ações de usucapião de bens
móveis ou imóveis nos procedimentos de inventário e partilha decorrentes de sucessão
causa mortis;

III – nos demais casos previstos em lei.”

Ressalte-se que não houve qualquer declaração de inconstitucionalidade dos artigos 47 e 48


daLei n. 8.212/91, mas sim fixação de norma de competência da Corregedoria Geral de Justiça
local para regulamentar as atividades de serventias extrajudiciais vinculadas ao Tribunal de
Justiça. Regulamentação firmada, repita-se, de acordo com a jurisprudência do próprio TJRJ
e de acordo com interpretação fixada pelo STF em sede de repercussão geral.
Ante o exposto, julgo IMPROCEDENTE este pedido de providências por não vislumbrar
qualquer indício de irregularidade ou necessidade de suspensão do ato impugnado e
determino o seu ARQUIVAMENTO.

Irresignado, o requerente interpôs o presente recurso administrativo, reiterando os


argumentos já expostos na inicial e pleiteando, ao final, a reforma da decisão monocrática
ora recorrida, de moda a ser determinada a suspensão dos efeitos administrativos e
remuneratórios da norma secundária em epígrafe no presente pedido.

Outrossim, requer que o Conselho Nacional de Justiça expeça medida liminar suspendendo
todas as normas administrativas idênticas ao Provimento CGJ-RJ nº 41/2013, em homenagem
à presunção de constitucionalidade dos artigos 47 e 48 da Lei Ordinária Federal nº8.212/91.

É o relatório.

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, CORREGEDOR NACIONAL DE JUSTIÇA


(Relator):

Consoante o relatado, a questão posta nos autos cinge-se à legitimidade de exigência de


comprovação da regularidade fiscal quando do registro na serventia de imóveis dos
negócios jurídicos realizados.

A matéria em questão foi analisada no julgamento das ADIs ns.173-6e394-1, tendo a Suprema
Corte reconhecido, por unanimidade, a inconstitucionalidade, dentre outros dispositivos, do
art. 1º,inciso IV daLei nº 7.711/88:

Art. 1º Sem prejuízo do disposto em leis especiais, a quitação de créditos tributários exigíveis,
que tenham por objeto tributos e penalidades pecuniárias, bem como contribuições federais
e outras imposições pecuniárias compulsórias, será comprovada nas seguintes hipóteses:

(…)

IV – quando o valor da operação for igual ou superior ao equivalente a 5.000 (cinco mil)
obrigações do Tesouro Nacional – OTNs:

(…)

b) registro em Cartório de Registro de Imóveis;

(…)O Supremo Tribunal Federal, ao reconhecer a inconstitucionalidade do supracitado


inciso IV, alínea “b”, subtraiu-o do ordenamento jurídico porque incompatível com a ordem
constitucional vigente, de modo que não há mais que se falar em comprovação da quitação
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86037487
STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Impugnação) pág. 6 de 10
de créditos tributários, de contribuições federais e de outras imposições pecuniárias
compulsórias para o ingresso de qualquer operação financeira no registro de imóveis, por
representar forma oblíqua de cobrança do Estado, subtraindo do contribuinte os direitos
fundamentais de livre acesso ao Poder Judiciário e ao devido processo legal (art. 5º, XXXV e
LIV, daCF).

Dessarte, se o Supremo extirpou do ordenamento jurídico norma mais abrangente, que


impõe a comprovação da quitação de qualquer tipo de débito tributário, contribuição
federal e outras imposições pecuniárias compulsórias, não há sentido em se fazer exigência
com base em normas de menor abrangência, como a prevista no art. 47, I, “b”, daLei
8.212/91.

Assim, conforme salientado na decisão recorrida, a edição do ato normativo contestado


(Provimento CGJ n. 41/2013 editado pelo TJ/RJ) não configura qualquer ofensa a legislação
pátria, mas apenas legítimo exercício de sua competência atribuída ao aludido Órgão Censor
para editar atos normativos tendentes a regulamentar as atividades de serventias
extrajudiciais vinculadas aquele Tribunal de Justiça, regulamentação esta que se encontra de
acordo não apenas com a jurisprudência do próprio TJRJ mas, sobretudo, com interpretação
fixada pelo STF em sede de repercussão geral, senão vejamos:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. REPERCUSSÃO GERAL. REAFIRMAÇÃO DE


JURISPRUDÊNCIA. DIREITO TRIBUTÁRIO E DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CLÁUSULA DA
RESERVA DE PLENÁRIO. ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. JURISPRUDÊNCIA DO
TRIBUNAL PLENO DO STF. RESTRIÇÕES IMPOSTAS PELO ESTADO. LIVRE EXERCÍCIO DA
ATIVIDADE ECONÔMICA OU PROFISSIONAL. MEIO DE COBRANÇA INDIRETA DE TRIBUTOS.
1. A jurisprudência pacífica desta Corte, agora reafirmada em sede de repercussão geral,
entende que é desnecessária a submissão de demanda judicial à regra da reserva de plenário
na hipótese em que a decisão judicial estiver fundada em jurisprudência do Plenário do
Supremo Tribunal Federal ou em Súmula deste Tribunal, nos termos dos arts. 97 da
Constituição Federal, e 481, parágrafo único, do CPC. 2. O Supremo Tribunal Federal tem
reiteradamente entendido que é inconstitucional restrição imposta pelo Estado ao livre
exercício de atividade econômica ou profissional, quanto aquelas forem utilizadas como
meio de cobrança indireta de tributos. 3. Agravo nos próprios autos conhecido para negar
seguimento ao recurso extraordinário, reconhecida a inconstitucionalidade, incidental e com
os efeitos da repercussão geral, do inciso III do §1º do artigo 219 da Lei 6.763/75 do Estado de
Minas Gerais. (ARE 914045 RG, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, julgado em 15/10/2015,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-232 DIVULG 18-11-2015 PUBLIC
19-11-2015).

A decisão recorrida salienta ainda que, embora não noticiado no presente procedimento, a
própria Receita Federal e a Procuradoria de Fazenda Nacional já editaram Portaria Conjunta
RFB/PGFN n. 1751 de 2/10/14 dispensando comprovações de regularidade fiscal para registro
de imóveis quando necessário à atividade econômica da empresa, tal como consignado no
artigo 17, in verbis:

“Art. 17. Fica dispensada a apresentação de comprovação da regularidade fiscal:

I - na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem imóvel ou direito a ele relativo, que
envolva empresa que explore exclusivamente atividade de compra e venda de imóveis,
locação, desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária ou
construção de imóveis destinados à venda, desde que o imóvel objeto da transação esteja
contabilmente lançado no ativo circulante e não conste, nem tenha constado, do ativo
permanente da empresa;

II - nos atos relativos à transferência de bens envolvendo a arrematação, a desapropriação


de bens imóveis e móveis de qualquer valor, bem como nas ações de usucapião de bens
móveis ou imóveis nos procedimentos de inventário e partilha decorrentes de sucessão
causa mortis;

III - nos demais casos previstos em lei.

Ante todo o exposto, voto pelo improvimento do presente recurso administrativo.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86037487


STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Impugnação) pág. 7 de 10
Submeto a presente decisão ao referendo do Plenário.

É o voto.

Ante todo o exposto, tendo em vista que a Fazenda Nacional dispensa a apresentação de
CND na operação realizada in casu, conforme Portaria Conjunta RFB/PGFN nº 1751/ 2014, entende o
Suscitado que a exigência de número 2, formulado por Suscitante, encontra-se em discordância
com o atual cenário jurídico brasileiro, pugnando pela ordem de registro da Escritura Pública de
Compra e Venda, mediante a apresentação de habite-se individual do apartamento 502, matrícula n.
123611, dispensando a apresentação de CND Negativa, após efetivado a baixa de todas as
indisponibilidades.

Da averbação de CND parcial

O Suscitante também nega o registro do protocolo, sobre o fundamento que se faz


necessária a apresentação de Habite-se e CND Previdenciário de todo o empreendimento, em
detrimento de averbação do Habite-se e CND somente na matrícula autônoma do apartamento,
obrigando ao Suscitado a arcar com todos os débitos do Edifício, o que não pode prevalecer.
Deve-se destacar que todos os apartamentos do Edifício Lírios possuem matrículas
individuais, já com o registro da conversão de condomínio, logo, resta desnecessário e malefício
obrigar ao Suscitado a apresentar documentação de todo o empreendimento.
Entende-se que no presente caso, todo o empreendimento já se encontra com matrículas
ramificadas (cada unidade autônoma já possui matrícula própria), logo, a exigência de
apresentação de CND do empreendimento completo extrapola o dever legal.
Desta forma, entendo que se o artigo 947 do provimento 260/CGJ/2013, autoriza a
averbação de habite-se parcial, logo, por lógica, deve aceitar também a CND parcial.
Ante o exposto, pugna pela de ordem de registro da Escritura Pública de Compra e Venda,
mediante a apresentação de habite-se e CND Negativa individuais do apartamento 502, matrícula n.
123611, após efetivado a baixa de todas as indisponibilidades.

Da exigência de pagamento de emolumentos para baixa de indisponibilidades

Conforme constou na resposta do protocolo, é exigido do solicitante o pagamento de


emolumentos referente aos protocolos:

Protocolo 511.343, referente ao cancelamento de indisponibilidade gravada sob a Av-13,


Processo: 0011973-63.2017.5.03.0028;
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Protocolo 510.607, referente ao cancelamento de indisponibilidade gravada sob a Av-18.
Processo: 0011934-06.2016.5.03.0027;

Protocolo 511.674, referente ao cancelamento de indisponibilidade gravada sob a Av-31,


Processo: 0010123-37.2018.5.03.0028.

Todos provenientes de Reclamatórias Trabalhistas, que o solicitante atuou como terceiro


interessado, não integrando a relação processual originária.
Registra-se que todas as indisponibilidades lançadas foram originadas por ordem do juízo
da execução, dispensando o recolhimento de custas para sua efetivação.
Entretanto, para sua baixa, também através de ordem do juízo, o Suscitado estar sendo
cobrado do Suscitante o recolhimento das referidas custas, sob o fundamento que são devidas,
conforme Provimento 206/CCJ/2003.
O Suscitante entende que in caso as custas não são devidas, visto que a ordem de
indisponibilidades originadas do juízo e não da parte, devendo assim, ser isentas, também as
ordens de baixa, visto que a ordem partiu do juízo, visto que após manifestação do Suscitado,
reconheceu a ilegalidade no lançamento da indisponibilidade.
Assim, impor ao Suscitado o pagamento das custas, por falha na prestação jurisdicional (que
lançou indisponibilidade no imóvel), é totalmente ilegal in casu. Ressalta-se que existem várias
indisponibilidades no imóvel, caso o Suscitante tenha que recolher as custas, o valor irá superar os
milhares.
Ante o exposto, pugna pela ordem de baixa das indisponibilidades lançadas na matrícula n.
123611, dispensando o recolhimento das custas exigidas, conforme as ordens dos juízos aportem na
serventia do Suscitante.
Subsidiariamente, pugna pelo deferimento da justiça gratuita, na forma do art. 98 do CPC,
em relação as baixas das indisponibilidades mencionadas no protocolo anexo, bem como, as
demais que aportarem na serventia Suscitante.

DOS PEDIDOS

1 – Ante todo o exposto, pugna o Suscitado, pelo julgamento improcedente da presente


Dúvida, com a expedição de ordem de registro da Escritura Pública de Compra e Venda, mediante a
apresentação de habite-se individual do apartamento 502, matrícula n. 123611, dispensando a
apresentação de CND Negativa, após efetivado a baixa de todas as indisponibilidades.
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86037487
STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Impugnação) pág. 9 de 10
Subsidiariamente, pugna o Suscitado, pelo julgamento improcedente da presente Dúvida,
com a expedição de ordem de registro da Escritura Pública de Compra e Venda, mediante a
apresentação de habite-se e CND Negativa individuais do apartamento 502, matrícula n. 123611,
após efetivado a baixa de todas as indisponibilidades.
Subsidiariamente, pugna o Suscitado, pelo julgamento improcedente da presente Dúvida,
com a expedição de ordem de registro da Escritura Pública de Compra e Venda, mediante a
apresentação de habite-se de todo empreendimento, Residencial dos Lírios, dispensando a
apresentação de CND Negativa, após efetivado a baixa de todas as indisponibilidades.
2 – Ante o exposto, pugna o Suscitado, pelo julgamento improcedente da presente Dúvida,
pela ordem de baixa das indisponibilidades lançadas na matrícula n. 123611, dispensando o
recolhimento das custas exigidas, conforme as ordens dos juízos aportem na serventia do
Suscitante.
Subsidiariamente, pugna pelo deferimento da justiça gratuita, na forma do art. 98 do CPC,
em relação as baixas das indisponibilidades mencionadas no protocolo anexo, bem como, as
demais que aportarem na serventia Suscitante.
Termos em que pede a improcedência.
Belo Horizonte/MG, em 27 de setembro de 2.019.

Stênio Tadeu Campos Fróis


OAB/MG 163419

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86037487


STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Impugnação) pág. 10 de 10
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86038146
STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Declaração de Hipossuficiência) pág. 1 de 3
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86038146
STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Declaração de Hipossuficiência) pág. 2 de 3
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86038146
STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Declaração de Hipossuficiência) pág. 3 de 3
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86038148
STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Declaração de Hipossuficiência) pág. 1 de 1
Extrato Conta Corrente
26/09/2019 - 10h19

Nome: GUSTAVO GUIMARAES


Agência: 0001-9 Conta: 746401 - 0 Tipo: Conta Corrente

Saldo Atual: R$ 146,57


Depósito de Cheque: R$ 0,00
Saldo Disponível: R$ 146,57

Os dados a seguir têm como base 26/09/2019 às 10h19 e estão sujeitos a alterações.

Movimentações
Data
Lançamentos Valor Saldo
Lançamento

01/07/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento ELETRO FERRAGENS TIAGO B - R$ 6,90 31,09

05/07/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento C.MINEIRAO 52 MEU - EU B - R$ 2,79 28,30

09/07/2019 DEPOSITO BOLETO 24 HORAS - 112/00181846900 R$ 45,00 73,30

10/07/2019 SEGURO RESIDENCIAL - Pagamento Seguro Residencial - R$ 43,90 29,40

11/07/2019 TED RECEBIDA - 745 1 95524827 MERCADOPAGO.COM REPRESENTACOES LTDA R$ 277,00 306,40

11/07/2019 PAGAMENTO NET SERVICO - NET - R$ 287,46 18,94

25/07/2019 TED RECEBIDA - 745 1 95524827 MERCADOPAGO.COM REPRESENTACOES LTDA R$ 763,10 782,04

25/07/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento HORIZONTE CAFE LTDA B - R$ 40,80 741,24

25/07/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento HORIZONTE TOYS LTDA B - R$ 12,99 728,25

25/07/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento MULTIPLAN ADM DE SHOPP B - R$ 13,00 715,25

26/07/2019 PAGAM. TIM - pagamento - R$ 50,68 664,57

29/07/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento SUMUP *CLUBEDOACAI S - R$ 27,50 637,07

31/07/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento CDD ESTACIONAMENTO B - R$ 10,00 627,07


EST COMPRA CARTAO - ESTORNO COMPRA no estabelecimento SEM
31/07/2019 R$ 10,00 637,07
INFORMACAO,
31/07/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento CDD ESTACIONAMENTO B - R$ 10,00 627,07

31/07/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento SORVETERIA SALADA B - R$ 14,50 612,57

31/07/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento VALERIO E SANTOS BUTIQ B - R$ 11,90 600,67

01/08/2019 PAGAMENTO FATURA INTER - Pagamento Fatura Cartão Inter - R$ 500,00 100,67

05/08/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento HENRIQUE LUTHIER B - R$ 14,00 86,67

05/08/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento PRO REPAROS B - R$ 19,90 66,77


COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento PAG*MAGDAMARIADOCARMO B
06/08/2019 - R$ 4,50 62,27

07/08/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento WANDERLY FERREIRA DO A B - R$ 28,89 33,38

07/08/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento VAREJAO DA POUPANCA B - R$ 23,87 9,51

07/08/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento SUPERMERCADO CASTELAO C - R$ 9,21 0,30

09/08/2019 DEPOSITO BOLETO 24 HORAS - 112/00202524411 R$ 100,00 100,30

12/08/2019 SEGURO RESIDENCIAL - Pagamento Seguro Residencial - R$ 43,90 56,40

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STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Declaração de Hipossuficiência) pág. 1 de 2
Data
Lançamentos Valor Saldo
Lançamento

12/08/2019 DEBITO TIM - 00000009133986552013 - R$ 49,99 6,41

15/08/2019 DEPOSITO EM CHEQUE - 3664 000021 CHQ Felipe Alan 01474894666 R$ 1.321,61 1.328,02

15/08/2019 DEPOSITO EM CHEQUE - 4230 000114 Chq Felipe Extra Boi Plus R$ 1.350,00 2.678,02

16/08/2019 CHEQUE DEVOLVIDO MOTIVO - 033 4230 8313055726 - motivo devolucao:11 - R$ 1.350,00 1.328,02

19/08/2019 PAGAMENTO DE TITULO - Nubank - R$ 1.320,00 8,02

19/08/2019 DEPOSITO EM CHEQUE - 4230 000114 CHQ Felipe Extra Boi R$ 1.350,00 1.358,02

20/08/2019 CHEQUE DEVOLVIDO MOTIVO - 033 4230 8313055726 - motivo devolucao:12 - R$ 1.350,00 8,02

20/08/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento LRC VAREJAO E MERCEARI B - R$ 2,98 5,04
DOC - CREDITO EM CONTA - 033 4371 0130026115 OUTLOOK COMERCIO E
28/08/2019 R$ 50,00 55,04
SERVICOS DE
03/09/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento UNID ITAU POWER SHOPPI C - R$ 6,00 49,04

04/09/2019 DEPOSITO EM CHEQUE - 1335 000166 CHQ Felipe R$ 3.096,99 3.146,03

06/09/2019 PAGAMENTO FATURA INTER - Pagamento Fatura Cartão Inter - R$ 2.330,12 815,91

06/09/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento TRAILLER DA MAGDA B - R$ 6,00 809,91

06/09/2019 PAGAMENTO DE TITULO - pagamento - R$ 582,00 227,91

09/09/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento SUPERMERCADO PRECO BOM - R$ 14,99 212,92

09/09/2019 PAGAMENTO DE TITULO - Luz - R$ 169,71 43,21

09/09/2019 DEPOSITO BOLETO 24 HORAS - 112/00222521041 R$ 20,00 63,21

10/09/2019 DEBITO TIM - 00000009133986552013 - R$ 50,81 12,40

12/09/2019 TED RECEBIDA - 745 1 95524827 MERCADOPAGO.COM REPRESENTACOES LTDA R$ 352,20 364,60

12/09/2019 PAGAMENTO NET SERVICO - Net - R$ 287,45 77,15

16/09/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento PONTIFICIA UNIVERSIDAD B - R$ 10,00 67,15

16/09/2019 TED RECEBIDA - 745 1 95524827 MERCADOPAGO.COM REPRESENTACOES LTDA R$ 599,32 666,47

16/09/2019 PAGAMENTO DE TITULO - Nu - R$ 600,00 66,47

23/09/2019 TED ENVIADA - 001 1879 0000000083526 Eduardo Rolla - R$ 18,00 48,47

25/09/2019 COMPRA CARTAO - COMPRA no estabelecimento LINXPAY*POSTO MACEDO E B - R$ 40,00 8,47

26/09/2019 TED RECEBIDA - 745 1 95524827 MERCADOPAGO.COM REPRESENTACOES LTDA R$ 96,10 104,57

26/09/2019 TED ENVIADA - CartorioCertidao - R$ 75,00 29,57

26/09/2019 TED RECEBIDA - 745 1 95524827 MERCADOPAGO.COM REPRESENTACOES LTDA R$ 117,00 146,57

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STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Procuração) pág. 1 de 1
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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE BELO HORIZONTE

Vara de Registros Públicos da Comarca de Belo Horizonte

Avenida Augusto de Lima, 1549, Salas OP12 e OP13, Barro Preto, BELO HORIZONTE - MG - CEP: 00000-000

Autos nº 5057481-57.2019.8.13.0024

Procedimento de Dúvida

Suscitante: 3º Ofício de Registro de Imóveis de Belo Horizonte

Interessado: André Roberto Smith Pereira

SENTENÇA

Vistos etc.,

I - RELATÓRIO

Trata-se de procedimento de dúvida suscitado pelo Oficial do 3º Ofício de Registro de


Imóveis de Belo Horizonte, Matheus Campolina Moreira, figurando como interessado André
Roberto Smith Pereira.

Em síntese, o Oficial Registrador relata que o interessado lhe apresentou


documentação buscando a averbação da certidão de baixa de construção na matrícula 123608,
referente à unidade 403 do Residencial dos Lírios, situado na Rua Padre Nóbrega, nº 201, bairro
Minas Brasil, Belo Horizonte/MG.

Todavia, exigiu o Oficial que se procedesse à averbação da baixa da construção e


habite-se de toda a edificação, e não apenas da unidade específica do suscitado. Fundamentou
sua rejeição no artigo 947 do Provimento 260/CGJ/2013, que permite habite-se parcial em
apenas 3 hipóteses, as quais o caso do interessado não se subsumiria.
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https://pje.tjmg.jus.br/pje/Processo/ConsultaProcesso/Detalhe/documentoHTML.seam?ca=1532f6358cac5306cc2023e5fa59973e122c833d45cee…
STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 11/4
de 4
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O interessado foi intimado e ofereceu impugnação à dúvida, afirmando que não é o


caso de averbação de habite-se parcial, eis que a construção está completamente terminada.
Acrescentou que, como o imóvel foi objeto de incorporação, cada unidade imobiliária possui
matrícula autônoma. Asseverou que o cartório de imóveis procedeu à baixa de construção e
habite-se de outras unidades imobiliárias, referentes ao mesmo empreendimento, mas se negou
a fazê-lo em relação ao imóvel do suscitado. Esclareceu que a averbação da construção e
habite-se de todo o imóvel acarretaria alto custo financeiro ao suscitado, em razão dos
emolumentos devidos. Por fim, afirma que o artigo 44 da Lei 4591/64 permite que, na omissão do
incorporador e do construtor, a averbação seja requerida por qualquer dos adquirentes da
unidade.

Parecer do Ministério Público ID 68886718, aduzindo ser inviável exigir do adquirente


a averbação da totalidade do empreendimento, manifestando, portanto, pela improcedência da
dúvida.

É o relatório.

Fundamento e decido.

II - FUNDAMENTAÇÃO

Na forma do art. 198 da Lei nº 6.015/73 (Lei de Registros Públicos – LRP), não
havendo concordância com as exigências feitas pelo oficial, o interessado poderá requerer
àquele a remessa do título ao juízo para dirimir a dúvida.

O oficial exigiu que o interessado procedesse à averbação da certidão de baixa de


construção de todo o empreendimento imobiliário, antes de proceder à averbação apenas da
unidade imobiliária que adquiriu. A rejeição do oficial foi fundamentada no artigo 947 do
Provimento 260/CGJ/2013, que dispõe, in verbis:

CAPÍTULO III

DO “HABITE-SE PARCIAL”

Art. 947. Faculta-se a averbação parcial da construção mediante apresentação de “habite-


se parcial”, fornecido pelo Poder Público Municipal, bem como da certidão negativa de
débito para com o INSS, em hipóteses como as seguintes: I - construção de uma ou mais
casas em empreendimento do tipo “vila de casas” ou “condomínio fechado”; II - construção
de um bloco em empreendimento que preveja 2 (dois) ou mais blocos; III - construção da
parte térrea do edifício, constituída de uma ou mais lojas, estando em construção o
restante do prédio.

Percebe-se que o provimento dispõe do caso de habite-se parcial, ou seja, da hipótese


em que apenas parte do imóvel já está concluída, e opta o construtor por registrar a averbação
apenas daquela parcela do imóvel.

Em mesmo sentido é a lei municipal de Belo Horizonte nº 9725/2009, que institui o


Código de Edificações de Belo Horizonte, que dispõe em seu artigo 33, §3º, da possibilidade de
concessão da certidão de baixa de construção parcial, esclarecendo que “É permitida a
concessão de Certidão de Baixa de Construção parcial para construção inacabada em que
houver partes em condições de serem ocupadas (...)”.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86038157


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STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 22/4
de 4
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Esse, contudo, não é o caso dos autos. Toda a edificação está pronta, consoante
certidão de baixa de construção anexada no ID 67573939, pág. 3. O que se verificou é que a
incorporadora não cumpriu sua obrigação de proceder à averbação da baixa da construção junto
ao ofício de registro de imóveis. Diante da inércia da incorporadora, o interessado busca
regularizar sua unidade imobiliária, procedendo à baixa da construção na matrícula 123608,
constituída pelo apartamento 403 do Residencial dos Lírios, da Rua Padre Nóbrega, nº 201,
bairro Minas Brasil, Belo Horizonte/MG.

Dispõe o artigo 943 do provimento 260/CGJ/2013:

Art. 943. Registrada a instituição de condomínio, deverão ser abertas tantas


matrículas quantas forem as unidades autônomas integrantes do
empreendimento.

§1º (...)

§ 6º Concluída a obra com a expedição do “habite-se”, será feita, na


matrícula de cada unidade autônoma, a sua averbação, bem como a
averbação da certidão negativa.

Da matrícula 123608 ( ID 67573936), referente a unidade autônoma constituída pelo


apartamento 403, é possível perceber a averbação da instituição da convenção de condomínio
na AV.1, constando na averbação AV.2 que o imóvel está em construção. O interessado busca,
portanto, a averbação da certidão de baixa de construção, antigo “habite-se”, regularizando a
situação do imóvel.

A exigência do Oficial Registrador, consistente na averbação da certidão de baixa de


construção de toda a edificação, não possui suporte na legislação, seja na Lei 6015/73, ou no
Provimento 260/CGJ/2013. Não há razão jurídica para se exigir que o proprietário de apenas
uma unidade imobiliária seja compelido a proceder ao registro de toda a edificação. Essa
obrigação é atribuída ao incorporador, e não pode ser transferida ao proprietário-adquirente de
apenas uma unidade imobiliária. Essa indevida transferência de ônus acarretaria enorme
dispêndio financeiro, constituindo-se em obrigação por demais gravosa.

Com efeito, impedir o interessado de regularizar sua unidade imobiliária, quando já


possui a documentação exigida pela legislação, viola o regular exercício do direito de
propriedade, sobretudo porque o adquirente estaria impossibilitado de, eventualmente, realizar a
venda da propriedade, faculdade assegurada ao proprietário, inerente ao direito de propriedade,
nos termos do artigo 1228 do Código Civil. Assim, a exigência constitui uma indevida restrição ao
exercício do direito de propriedade.

Necessário registrar que o interessado trouxe a certidão de baixa de construção


67573939, pág. 3, referente a toda edificação, o que denota não haver qualquer óbice, por parte
do município, da possibilidade de averbação da certidão de construção e habite-se. Ademais,
anexou também CND do INSS (ID 67573939, pág 5), demonstrando inexistência de débito. Em
tese, preencheu a documentação necessária para a averbação, e está impossibilitado em razão
de indevido empecilho oposto pelo Oficial do 3º Ofício do Registro de Imóveis de Belo Horizonte.

Destarte, como bem ressaltou o parquet, é inviável exigir do adquirente a averbação


da totalidade do empreendimento, razão pela qual a medida é a improcedência do presente
procedimento de Dúvida.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86038157


https://pje.tjmg.jus.br/pje/Processo/ConsultaProcesso/Detalhe/documentoHTML.seam?ca=1532f6358cac5306cc2023e5fa59973e122c833d45cee…
STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 33/4
de 4
24/09/2019 https://pje.tjmg.jus.br/pje/Processo/ConsultaProcesso/Detalhe/documentoHTML.seam?ca=1532f6358cac5306cc2023e5fa59973e1…

III – DISPOSITIVO

Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE a presente Dúvida, determinando ao Ilustre


Oficial que, cumpridas as demais exigências, promova a averbação pretendida, observadas,
ainda, as demais formalidades legais.

Sem custas, nos termos do artigo 207 da Lei 6.015/73.

Intimem-se o Oficial Registrador, bem ainda o interessado, que deverá proceder na


forma do artigo 203, II da Lei 6.015/73.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Belo Horizonte, 19 de setembro de 2019.

DAVID MIRANDA BARROSO

Juiz de Direito Substituto

Em cooperação

Assinado eletronicamente por: DAVID MIRANDA BARROSO


19/09/2019 17:33:23
https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam
ID do documento: 84887787

19091917332289800000083571545

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86038157


https://pje.tjmg.jus.br/pje/Processo/ConsultaProcesso/Detalhe/documentoHTML.seam?ca=1532f6358cac5306cc2023e5fa59973e122c833d45cee…
STENIO TADEU CAMPOS FROIS (assinado em 27/09/2019) (Documento de Comprovação) pág. 44/4
de 4
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE BELO HORIZONTE

Vara de Registros Públicos da Comarca de Belo Horizonte

Avenida Augusto de Lima, 1549, Salas OP12 e OP13, Barro Preto, BELO
HORIZONTE - MG - CEP: 00000-000

CERTIDÃO

PROCESSO Nº 5135160-36.2019.8.13.0024

CLASSE: DÚVIDA (100)

REQUERENTE: OFICIAL DO 3º OFICIO DE REGISTRO DE IMOVEIS DE BELO


HORIZONTE

INTERESSADO: GUSTAVO GUIMARAES

Certifico e dou fé que, a impugnação da dúvida foi apresentada no prazo legal.

BELO HORIZONTE, 2 de outubro de 2019.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86772202


ANA CLAUDIA RODRIGUES DE VASCONCELLOS FORTES (assinado em 02/10/2019) (Certidão) pág. 1 de 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE BELO HORIZONTE

Vara de Registros Públicos da Comarca de Belo Horizonte

Avenida Augusto de Lima, 1549, Salas OP12 e OP13, Barro Preto, BELO
HORIZONTE - MG - CEP: 00000-000

CERTIDÃO

PROCESSO Nº 5135160-36.2019.8.13.0024

CLASSE: DÚVIDA (100)

REQUERENTE: OFICIAL DO 3º OFICIO DE REGISTRO DE IMOVEIS DE BELO


HORIZONTE

INTERESSADO: GUSTAVO GUIMARAES

Certifico e dou fé que, a impugnação da dúvida foi apresentada no prazo legal.

BELO HORIZONTE, 2 de outubro de 2019.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 86772209


ANA CLAUDIA RODRIGUES DE VASCONCELLOS FORTES (assinado em 02/10/2019) (Intimação) pág. 1 de 1
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
4ª Promotoria de Justiça de Belo Horizonte – Juízo de Registros Públicos
Rua Ouro Preto, nº 703, sala 905, Barro Preto, Belo Horizonte-MG

EXMA SRA. DRA. JUÍZA DE DIREITO DA VARA ÚNICA DE REGISTROS


PÚBLICOS DA CAPITAL (MG)

Procedimento: Dúvida

Trata-se de procedimento administrativo de suscitação de


dúvida feita pelo Oficial do Registro a pedido do apresentante do título
que não concordou com as exigências formuladas por aquele ou não
pode satisfazê-las.
Os autos vieram para a manifestação do Ministério Público,
contudo cabe aqui ressaltar a desnecessidade de intervenção
ministerial no presente feito.
É cediço que ao Ministério Público somente cabe intervir no
processo como custos legis nos casos em que há interesses máximos da
sociedade, que são aqueles que assumem a feição de direitos
indisponíveis. É o que se observa do art. 127 da Constituição Federal:
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente,
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis.

Ressalta-se, ainda, que o art. 178 do CPC disciplina a


intervenção ministerial nos processos cíveis, nos seguintes termos:
Art. 178. Compete ao Ministério Público intervir:

I - nas causas em que há interesses de incapazes;

II - nas causas concernentes ao estado da pessoa, pátrio poder,


tutela, curatela, interdição, casamento, declaração de ausência
e disposições de última vontade;

III - nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da


terra rural e nas demais causas em que há interesse público
evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte.

In casu, verifica-se que as partes são maiores e capazes,


estando devidamente representadas, não se observando nenhum
interesse público, social ou de incapaz em discussão nesta ação.
Por fim, salienta-se que o Conselho Nacional do Ministério
Público, órgão central do controle da atuação administrativa e
financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres
funcionais de seus membros, em decisão unânime, considerando a
necessidade de racionalizar a intervenção do Ministério Público no

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 88047197


LUIS EDUARDO TELLES BENZI (assinado em 10/10/2019) (Manifestação da Promotoria) pág. 1 de 3
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
4ª Promotoria de Justiça de Belo Horizonte – Juízo de Registros Públicos
Rua Ouro Preto, nº 703, sala 905, Barro Preto, Belo Horizonte-MG
Processo Civil, notadamente em função da utilidade e efetividade da
referida intervenção em benefício dos interesses sociais, coletivos e
individuais indisponíveis, em 02 de janeiro de 2019, expediu a revisão e
a atualização da Consolidação dos Atos Orientadores da Corregedoria-
Geral do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, anteriormente
disciplinados no Ato CGMP N.º 2, de 2 de janeiro de 2018.
O artigo 98 do aludido Ato preceitua em seu § 5º que “a
intervenção do Ministério Público nos procedimentos de suscitação de
dúvidas e retificação de Registros Públicos restringir-se-á apenas aos
casos em que houver interesse de incapazes e/ou relevância social.”
O artigo 99 do supracitado Ato preleciona que, respeitada a
independência funcional do órgão ministerial, afigura-se desnecessária
a intervenção ministerial em diversas situações.
Dentre elas, cumpre destacar:
Art. 99. Em matéria cível, os membros do Ministério Público,
verificando inexistência de interesse público ou social que
justifique sua intervenção, poderão limitar-se a consignar a sua
conclusão, especialmente nas seguintes hipóteses:

I - procedimentos especiais de jurisdição voluntária, quando não


houver interesse público ou social, interesse de incapaz ou
interesses subjacentes a litígios coletivos pela posse de terra
rural ou urbana;

XXII - procedimento administrativo ou judicial em matéria de


registro público, referente à suscitação de dúvidas e
retificações de registros, quando não houver interesse de
incapazes e relevância social;

Desta forma, em atenção ao que preceituam os artigos 127,


caput e 130-A, § 1º, ambos da Constituição Federal; o artigo 178 do
CPC; os artigos 98 e 99 do Ato N.º 2 da Corregedoria-Geral do
Ministério Público do Estado de Minas Gerais, bem como a
regularidade formal do presente feito, deixo de apresentar parecer de
mérito, requerendo, portanto, o regular prosseguimento do feito,
independentemente de abertura de nova vista.

Belo Horizonte, 03 de outubro de 2019.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 88047197


LUIS EDUARDO TELLES BENZI (assinado em 10/10/2019) (Manifestação da Promotoria) pág. 2 de 3
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
4ª Promotoria de Justiça de Belo Horizonte – Juízo de Registros Públicos
Rua Ouro Preto, nº 703, sala 905, Barro Preto, Belo Horizonte-MG
Luis Eduardo Telles Benzi
Promotor de Justiça

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 88047197


LUIS EDUARDO TELLES BENZI (assinado em 10/10/2019) (Manifestação da Promotoria) pág. 3 de 3
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE BELO HORIZONTE

Vara de Registros Públicos da Comarca de Belo Horizonte

Avenida Augusto de Lima, 1549, Salas OP12 e OP13, Barro Preto, BELO
HORIZONTE - MG - CEP: 00000-000

PROCESSO Nº 5135160-36.2019.8.13.0024

CLASSE: DÚVIDA (100)

ASSUNTO: [Propriedade]

REQUERENTE: OFICIAL DO 3º OFICIO DE REGISTRO DE IMOVEIS DE BELO


HORIZONTE

INTERESSADO: GUSTAVO GUIMARAES

Vistos.

RELATÓRIO

O OFICIAL DO 3º CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS DE BELO HORIZONTE


suscitou a presente dúvida a requerimento do interessado GUSTAVO GUIMARÃES.

Informa o registrador que o interessado apresentou em 08 de agosto de 2019, ao


serviço registral, escritura pública de compra e venda referente ao imóvel
constituído pela unidade 502 do Residencial dos Lírios, situado na Rua Padre de
Nóbrega, nº 201, Bairro Minas Brasil, Belo Horizonte/MG, inscrito na matrícula
123.611 (id 83490568).

Segundo o Oficial de Registro, págs. 2 a 5 (id 83490568), que, diante da análise dos
documentos apresentados, verificou-se a necessidade do cumprimento das seguintes
exigências:

1.1 Ante a matrícula 123.611 averbada sob a Av-10, AV-19, Av21, Av-22, Av-28, Av-
30, e Av-33 indisponibilidades em nome de Escala Empreendimentos LTDA-EPP,
em virtude d comunicações recebidas via CNIB, PARA PROCEDER AO
REGISTRO, torna-se necessária uma ordem de cancelamento das

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 106174645


LETICIA FONTES GUEDES (assinado em 28/02/2020) (Sentença) pág. 1 de 5
indisponibilidades mencionadas, que deverão ser remetidas por intermédio da
CNIB, conforme dispõe do artigo 5º c/c 6º, § 1º do provimento nº 39/CNJ/2014.

1.2 Constam, ainda, ativas na matricula 123.611 as indisponibilidades averbadas


sob Av-13, Av-18 e AV-31. Dito isso, o Oficial aduziu que, embora tenham sido
protocoladas na serventia ordens de cancelamento, estão pendentes de
pagamento de emolumentos, o que impede a averbação de cancelamento.

2 Como o alvará de construção venceu na data de 13/12/2015, o Oficial arguiu pela


necessidade de prorrogação do Alvará de construção ou apresentação do habite-
se e CND Previdenciária. O fundamento legal decorreu do artigo 943 do Código
de Normas do Estado de Minas Gerais.

3 Necessidade de abertura de novo protocolo, em caso de necessidade de averbação


de certidão de "baixa e habite-se", nos termos do Provimento 260 da
CGJ/MG/2013.

Ante o R-6 da matrícula 123.611 possuir registro de um arresto, tendo como ré


Escala Empreendimentos Ltda - EPP e ante a inexistência de declaração de ciência
dos adquirentes do imóvel, foi dito pelo Oficial que é necessário apresentar uma
declaração, à parte, com firma reconhecida dos adquirentes do imóvel citado.
Devendo, por conseguinte, informar a ciência da existência do arresto registrado no
R-6 da matricula mencionada.

Interessado apresentou impugnação, ante a exigência do Oficial de Registro, em que


requer o julgamento improcedente da Dúvida, alegando, em síntese, que: a) a
exigência de número 2 encontra-se em discordância com o atual cenário jurídico
brasileiro, pugnando pela ordem de registro da Escritura Pública de Compra e
Venda, mediante a apresentação de habite-se individual do apartamento 502,
matrícula n. 123611, dispensando a apresentação de CND Negativa, após efetivado
a baixa de todas as indisponibilidades.; b) que todos os apartamentos do Edifício
Lírios possuem matrículas individuais, já com o registro da conversão de
condomínio, que restaria desnecessário e maléfico obrigar ao Suscitado a
apresentar documentação de todo o empreendimento; c) sobre a exigência de
pagamento de emolumentos, alegou que todas as indisponibilidades lançadas foram
originadas por ordem do juízo da execução, dispensando o recolhimento de custas
para sua efetivação (id 86037487).

O Ministério Público manifestou-se pela desnecessidade de sua intervenção, ante a


ausência de interesse público e social (id 88047197).

Eis no necessário, sucinto relato.

Fundamento e Decido.

FUNDAMENTAÇÃO

Na forma do art. 198 da Lei nº 6.015/73 (Lei de Registros Públicos - LRP), não
havendo como satisfazer as exigências feitas pelo Oficial, o interessado poderá
requerer àquele a remessa do título ao juízo para dirimir a Dúvida.

A questão aqui trazida é solucionada com base no princípio da legalidade.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 106174645


LETICIA FONTES GUEDES (assinado em 28/02/2020) (Sentença) pág. 2 de 5
Indisponibilidades em nome de Escala Empreendimentos LTDA-EPP

Ante a matrícula 123.611 averbada sob a Av-10, AV-19, Av21, Av-22, Av-28, Av-30, e
Av-33 indisponibilidades em nome de Escala Empreendimentos LTDA-EPP, em
virtude das comunicações recebidas via CNIB, agiu corretamente o Oficial, visto
que, de fato, PARA PROCEDER AO REGISTRO, torna-se necessária uma ordem
de cancelamento das indisponibilidades mencionadas, que deverão ser remetidas
por intermédio da CNIB.

Assim, imprescindível a observância da norma estabelecida no artigo 5º c/c 6º, § 1º


do provimento nº 39/CNJ/2014:

Art. 5º. As indisponibilidades de bens determinadas por magistrados,


assim como seus respectivos levantamentos, deverão ser
imediatamente cadastradas na Central Nacional de Indisponibilidade de
Bens - CNIB, vedada a expedição de ofícios ou mandados em papel
com tal finalidade às Corregedorias da Justiça dos Estados e aos Oficiais
de Registros de Imóveis, salvo para o fim específico de indisponibilidade
relativa a imóvel certo e determinado, hipótese em que a ordem será
enviada diretamente à serventia competente para a averbação, com
indicação do nome e do CPF do titular do domínio ou outros direitos reais
atingidos, o endereço do imóvel e o número da respectiva matrícula.
(...)
Art. 6º. As comunicações de indisponibilidades de bens decretadas por
Órgãos Administrativos que detêm competência legal poderão ser incluídas
diretamente por seus respectivos emissores na Central Nacional de
Indisponibilidade de Bens - CNIB, na forma prevista neste Provimento.
Também deverão ser incluídas no CNIB, pela autoridade competente, as
ordens de levantamento das indisponibilidades previstas neste artigo.
§ 1º. A partir do cadastramento dos usuários previstos no art. 4º deste
Provimento, as comunicações de indisponibilidades genéricas de bens
encaminhadas em papel por autoridades judiciárias e administrativas
deverão ser devolvidas aos respectivos remetentes com a informação de
que para tal desiderato deverá utilizar o sistema ora instituído ou fazê-lo de
forma específica, diretamente à serventia de competência registral,
indicando o nome e CPF do titular de domínio ou direitos reais atingidos, o
endereço do imóvel e o número da respectiva matrícula ou transcrição.

Constam, ainda, ativas na matricula 123.611 as indisponibilidades averbadas sob


Av-13, Av-18 e AV-31. Embora tenham sido protocoladas na serventia ordens de
cancelamento, conforme demonstrou o Oficial, estão pendentes de pagamento de
emolumentos, o que impede a averbação de cancelamento.

Da necessidade de prorrogação do Alvará de construção ou apresentação do


habite-se e CND Previdenciária

O alvará de construção venceu na data de 13/12/2015. Diante disso, o Oficial arguiu


pela necessdade de prorrogação do Alvará de construção ou apresentação do
habite-se e CND Previdenciária. O fundamento legal decorreu do artigo 943 do
Código de Normas do Estado de Minas Gerais, que assim prevê:

Art. 943. Registrada a instituição de condomínio, deverão ser abertas


tantas matrículas quantas forem as unidades autônomas integrantes do
empreendimento.
(...)
§ 4º Na hipótese de unidades autônomas em construção, será averbada nas
matrículas a ressalva de que se trata de imóvel em construção pendente de
regularização registral quanto à sua conclusão, informando ainda:
I - a data de validade do alvará de construção, após a qual não se
efetuará nenhum ato nas matrículas até que sejam apresentadas a

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 106174645


LETICIA FONTES GUEDES (assinado em 28/02/2020) (Sentença) pág. 3 de 5
certidão de "habite-se" e a certidão negativa de débito para com o
INSS para averbação, exceto se apresentada a prorrogação do alvará
de construção;

Sendo assim, agiu corretamente o Oficial que condicionou, para proceder à


averbação, a apresentação do alvará de construção juntamente com um
requerimento preenchido e com firma reconhecida da parte interessada.

Ademais, como bem fundamentou o Oficial, para proceder à averbação de baixa e


habite-se do empreendimento, será necessária, para fins de calculo de
emolumentos, a apresentação das guias de IPTU/2019 de todas as unidades do
Residencial Lírios, para então, ser verificado o valor venal dos imóveis.

E de fato, conforme artigo 939, IX e X, c/c art. 942, VI, do Provimento 260/CGJ/2013
c/c art. 10, §3º da Lei 15.424/2004, o custo de cada unidade poderá ser constituído
pela soma do valor da construção adicionado ao valor do terreno, por meio das guias
do IPTU, multiplicado pela fração ideal da unidade. Isto é, observa-se, sempre, o
maior valor.

Necessidade de abertura de novo protocolo

Há tal necessidade quando há averbação de certidão de "baixa e habite-se", nos


termos do Provimento 260 da CGJ/MG/2013. Tal norma exige que cada titulo deve
ser prenotado em um protocolo separado, a fim de que se proceda a averbação.

Do impedimento pelo Arresto

Conforme bem observado pelo Oficial, ante o R-6 da matrícula 123.611 possuir
registro de um arresto, tendo como ré Escala Empreendimentos Ltda - EPP e, diante
da inexistência de declaração de ciência dos adquirentes do imóvel, imperioso
reconhecer a necessidade de apresentar uma declaração, à parte, com firma
reconhecida, pelos adquirentes do imóvel citado.

Assim, agiu corretamente o oficial ao determinar a ciência da existência do arresto,


registrado no R-6 da matricula mencionada.

Sendo assim, como o Oficial, ora suscitante, fundamentou corretamente a recusa no


Registro, imperioso que os adquirentes se submetam às normas citadas para tão
somente, após regularizar as pendencias citadas, terem a efetivação do registro.

DISPOSITIVO

Assim é que, com tais considerações, JULGO PROCEDENTE a presente Dúvida,


devendo o Ilustre Oficial se abster de praticar os registros pretendidos, até que
sejam cumpridas todas as exigências legais feitas por este oficial, com fulcro no art.
203, I, LRP .

Desnecessário se torna o cumprimento no disposto no art. 203, inciso I, da LRP,


uma vez que se trata de processo eletrônico.

Condeno o interessado ao pagamento de custas, "ex vi" do art. 207 da LRP.

Publicar.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 106174645


LETICIA FONTES GUEDES (assinado em 28/02/2020) (Sentença) pág. 4 de 5
Registrar.

Intimar.

Certificar.

BELO HORIZONTE, 28 de fevereiro de 2020

Letícia Fontes Guedes

Juíza de Direito Substituta (em colaboração)

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Peça de ID: 106174645


LETICIA FONTES GUEDES (assinado em 28/02/2020) (Sentença) pág. 5 de 5
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE BELO HORIZONTE

Vara de Registros Públicos da Comarca de Belo Horizonte

Avenida Augusto de Lima, 1549, Salas OP12 e OP13, Barro Preto, BELO
HORIZONTE - MG - CEP: 00000-000

PROCESSO Nº 5135160-36.2019.8.13.0024

CLASSE: DÚVIDA (100)

ASSUNTO: [Propriedade]

REQUERENTE: OFICIAL DO 3º OFICIO DE REGISTRO DE IMOVEIS DE BELO


HORIZONTE

INTERESSADO: GUSTAVO GUIMARAES

Vistos.

RELATÓRIO

O OFICIAL DO 3º CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS DE BELO HORIZONTE


suscitou a presente dúvida a requerimento do interessado GUSTAVO GUIMARÃES.

Informa o registrador que o interessado apresentou em 08 de agosto de 2019, ao


serviço registral, escritura pública de compra e venda referente ao imóvel
constituído pela unidade 502 do Residencial dos Lírios, situado na Rua Padre de
Nóbrega, nº 201, Bairro Minas Brasil, Belo Horizonte/MG, inscrito na matrícula
123.611 (id 83490568).

Segundo o Oficial de Registro, págs. 2 a 5 (id 83490568), que, diante da análise dos
documentos apresentados, verificou-se a necessidade do cumprimento das seguintes
exigências:

1.1 Ante a matrícula 123.611 averbada sob a Av-10, AV-19, Av21, Av-22, Av-28, Av-
30, e Av-33 indisponibilidades em nome de Escala Empreendimentos LTDA-EPP,
em virtude d comunicações recebidas via CNIB, PARA PROCEDER AO
REGISTRO, torna-se necessária uma ordem de cancelamento das

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ANA CLAUDIA RODRIGUES DE VASCONCELLOS FORTES (assinado em 28/02/2020) (Intimação) pág. 1 de 5
indisponibilidades mencionadas, que deverão ser remetidas por intermédio da
CNIB, conforme dispõe do artigo 5º c/c 6º, § 1º do provimento nº 39/CNJ/2014.

1.2 Constam, ainda, ativas na matricula 123.611 as indisponibilidades averbadas


sob Av-13, Av-18 e AV-31. Dito isso, o Oficial aduziu que, embora tenham sido
protocoladas na serventia ordens de cancelamento, estão pendentes de
pagamento de emolumentos, o que impede a averbação de cancelamento.

2 Como o alvará de construção venceu na data de 13/12/2015, o Oficial arguiu pela


necessidade de prorrogação do Alvará de construção ou apresentação do habite-
se e CND Previdenciária. O fundamento legal decorreu do artigo 943 do Código
de Normas do Estado de Minas Gerais.

3 Necessidade de abertura de novo protocolo, em caso de necessidade de averbação


de certidão de "baixa e habite-se", nos termos do Provimento 260 da
CGJ/MG/2013.

Ante o R-6 da matrícula 123.611 possuir registro de um arresto, tendo como ré


Escala Empreendimentos Ltda - EPP e ante a inexistência de declaração de ciência
dos adquirentes do imóvel, foi dito pelo Oficial que é necessário apresentar uma
declaração, à parte, com firma reconhecida dos adquirentes do imóvel citado.
Devendo, por conseguinte, informar a ciência da existência do arresto registrado no
R-6 da matricula mencionada.

Interessado apresentou impugnação, ante a exigência do Oficial de Registro, em que


requer o julgamento improcedente da Dúvida, alegando, em síntese, que: a) a
exigência de número 2 encontra-se em discordância com o atual cenário jurídico
brasileiro, pugnando pela ordem de registro da Escritura Pública de Compra e
Venda, mediante a apresentação de habite-se individual do apartamento 502,
matrícula n. 123611, dispensando a apresentação de CND Negativa, após efetivado
a baixa de todas as indisponibilidades.; b) que todos os apartamentos do Edifício
Lírios possuem matrículas individuais, já com o registro da conversão de
condomínio, que restaria desnecessário e maléfico obrigar ao Suscitado a
apresentar documentação de todo o empreendimento; c) sobre a exigência de
pagamento de emolumentos, alegou que todas as indisponibilidades lançadas foram
originadas por ordem do juízo da execução, dispensando o recolhimento de custas
para sua efetivação (id 86037487).

O Ministério Público manifestou-se pela desnecessidade de sua intervenção, ante a


ausência de interesse público e social (id 88047197).

Eis no necessário, sucinto relato.

Fundamento e Decido.

FUNDAMENTAÇÃO

Na forma do art. 198 da Lei nº 6.015/73 (Lei de Registros Públicos - LRP), não
havendo como satisfazer as exigências feitas pelo Oficial, o interessado poderá
requerer àquele a remessa do título ao juízo para dirimir a Dúvida.

A questão aqui trazida é solucionada com base no princípio da legalidade.

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ANA CLAUDIA RODRIGUES DE VASCONCELLOS FORTES (assinado em 28/02/2020) (Intimação) pág. 2 de 5
Indisponibilidades em nome de Escala Empreendimentos LTDA-EPP

Ante a matrícula 123.611 averbada sob a Av-10, AV-19, Av21, Av-22, Av-28, Av-30, e
Av-33 indisponibilidades em nome de Escala Empreendimentos LTDA-EPP, em
virtude das comunicações recebidas via CNIB, agiu corretamente o Oficial, visto
que, de fato, PARA PROCEDER AO REGISTRO, torna-se necessária uma ordem
de cancelamento das indisponibilidades mencionadas, que deverão ser remetidas
por intermédio da CNIB.

Assim, imprescindível a observância da norma estabelecida no artigo 5º c/c 6º, § 1º


do provimento nº 39/CNJ/2014:

Art. 5º. As indisponibilidades de bens determinadas por magistrados,


assim como seus respectivos levantamentos, deverão ser
imediatamente cadastradas na Central Nacional de Indisponibilidade de
Bens - CNIB, vedada a expedição de ofícios ou mandados em papel
com tal finalidade às Corregedorias da Justiça dos Estados e aos Oficiais
de Registros de Imóveis, salvo para o fim específico de indisponibilidade
relativa a imóvel certo e determinado, hipótese em que a ordem será
enviada diretamente à serventia competente para a averbação, com
indicação do nome e do CPF do titular do domínio ou outros direitos reais
atingidos, o endereço do imóvel e o número da respectiva matrícula.
(...)
Art. 6º. As comunicações de indisponibilidades de bens decretadas por
Órgãos Administrativos que detêm competência legal poderão ser incluídas
diretamente por seus respectivos emissores na Central Nacional de
Indisponibilidade de Bens - CNIB, na forma prevista neste Provimento.
Também deverão ser incluídas no CNIB, pela autoridade competente, as
ordens de levantamento das indisponibilidades previstas neste artigo.
§ 1º. A partir do cadastramento dos usuários previstos no art. 4º deste
Provimento, as comunicações de indisponibilidades genéricas de bens
encaminhadas em papel por autoridades judiciárias e administrativas
deverão ser devolvidas aos respectivos remetentes com a informação de
que para tal desiderato deverá utilizar o sistema ora instituído ou fazê-lo de
forma específica, diretamente à serventia de competência registral,
indicando o nome e CPF do titular de domínio ou direitos reais atingidos, o
endereço do imóvel e o número da respectiva matrícula ou transcrição.

Constam, ainda, ativas na matricula 123.611 as indisponibilidades averbadas sob


Av-13, Av-18 e AV-31. Embora tenham sido protocoladas na serventia ordens de
cancelamento, conforme demonstrou o Oficial, estão pendentes de pagamento de
emolumentos, o que impede a averbação de cancelamento.

Da necessidade de prorrogação do Alvará de construção ou apresentação do


habite-se e CND Previdenciária

O alvará de construção venceu na data de 13/12/2015. Diante disso, o Oficial arguiu


pela necessdade de prorrogação do Alvará de construção ou apresentação do
habite-se e CND Previdenciária. O fundamento legal decorreu do artigo 943 do
Código de Normas do Estado de Minas Gerais, que assim prevê:

Art. 943. Registrada a instituição de condomínio, deverão ser abertas


tantas matrículas quantas forem as unidades autônomas integrantes do
empreendimento.
(...)
§ 4º Na hipótese de unidades autônomas em construção, será averbada nas
matrículas a ressalva de que se trata de imóvel em construção pendente de
regularização registral quanto à sua conclusão, informando ainda:
I - a data de validade do alvará de construção, após a qual não se
efetuará nenhum ato nas matrículas até que sejam apresentadas a

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certidão de "habite-se" e a certidão negativa de débito para com o
INSS para averbação, exceto se apresentada a prorrogação do alvará
de construção;

Sendo assim, agiu corretamente o Oficial que condicionou, para proceder à


averbação, a apresentação do alvará de construção juntamente com um
requerimento preenchido e com firma reconhecida da parte interessada.

Ademais, como bem fundamentou o Oficial, para proceder à averbação de baixa e


habite-se do empreendimento, será necessária, para fins de calculo de
emolumentos, a apresentação das guias de IPTU/2019 de todas as unidades do
Residencial Lírios, para então, ser verificado o valor venal dos imóveis.

E de fato, conforme artigo 939, IX e X, c/c art. 942, VI, do Provimento 260/CGJ/2013
c/c art. 10, §3º da Lei 15.424/2004, o custo de cada unidade poderá ser constituído
pela soma do valor da construção adicionado ao valor do terreno, por meio das guias
do IPTU, multiplicado pela fração ideal da unidade. Isto é, observa-se, sempre, o
maior valor.

Necessidade de abertura de novo protocolo

Há tal necessidade quando há averbação de certidão de "baixa e habite-se", nos


termos do Provimento 260 da CGJ/MG/2013. Tal norma exige que cada titulo deve
ser prenotado em um protocolo separado, a fim de que se proceda a averbação.

Do impedimento pelo Arresto

Conforme bem observado pelo Oficial, ante o R-6 da matrícula 123.611 possuir
registro de um arresto, tendo como ré Escala Empreendimentos Ltda - EPP e, diante
da inexistência de declaração de ciência dos adquirentes do imóvel, imperioso
reconhecer a necessidade de apresentar uma declaração, à parte, com firma
reconhecida, pelos adquirentes do imóvel citado.

Assim, agiu corretamente o oficial ao determinar a ciência da existência do arresto,


registrado no R-6 da matricula mencionada.

Sendo assim, como o Oficial, ora suscitante, fundamentou corretamente a recusa no


Registro, imperioso que os adquirentes se submetam às normas citadas para tão
somente, após regularizar as pendencias citadas, terem a efetivação do registro.

DISPOSITIVO

Assim é que, com tais considerações, JULGO PROCEDENTE a presente Dúvida,


devendo o Ilustre Oficial se abster de praticar os registros pretendidos, até que
sejam cumpridas todas as exigências legais feitas por este oficial, com fulcro no art.
203, I, LRP .

Desnecessário se torna o cumprimento no disposto no art. 203, inciso I, da LRP,


uma vez que se trata de processo eletrônico.

Condeno o interessado ao pagamento de custas, "ex vi" do art. 207 da LRP.

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