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PASTORAL DA RECONCILIAÇÃO: A ação da Igreja enquanto agente

de restauração da Sociedade,
tendo como paradigma central a Obra de Cristo.

EXEGESE COLOSSENSES 1: 13-20

FACULDADE TEOLÓGICA SUL AMERICANA


www.ftsa.com.br

VANDERLEI RODRIGUES DE ARRUDA

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DEDICATÓRIA

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AGRADECIMENTOS

A Deus, e ao nosso Senhor Jesus Cristo, pela operação e a consolação do Espírito Santo, pela
salvação, pelo chamado e confirmação do pastorado, o qual tem sido fiel em todos os momentos de
minha vida.

A Nara a quem amo muito, minha esposa, aos meus queridos filhos, Jônatas e Calebe que
suportaram as minhas faltas; aos constantes carinhos que eles souberam dispensar a mim nos
momentos em que estava preocupado e triste, pelos exemplos de suas constantes alegrias, que me
renovaram. pelo seu apoio, motivação, carinho e exemplo.

A Diva da Silva, irmã em Cristo e grande amiga, que nos socorreu e nos ajudou, desprendendo-se em
amor a nosso favor.

Ao meu orientador, Ênio Caldeira Pinto, que pelo esforço e dedicação foi compreensivo e grande
amigo, durante estes anos de estudo e principalmente nesta monografia.

A todos os mestres da Faculdade Teológica Sul Americana, que durante o período de estudo
souberam nos auxiliar no árduo trabalho de aprendizado.

As amigas da biblioteca, Mirtês e Isabel, que mesmo em local reservado que é a biblioteca, não nos
negaram sorrisos e brincadeiras, obrigado.

Aos meus amigos e irmãos de República, Fábio Henrique; Oséas; Edmur; Abinadabe e André Luís.

Ao Reverendo Eduardo Emerich e sua esposa Anazita Emerich, cujo apoio e exemplo me motivaram
a esta jornada, por sua providencial ajuda na revisão gramatical do texto; pela compreensão de sua
família no ato da revisão que lhe custou muito tempo e atenção, muito obrigado.

A todos os irmãos da Igreja Presbiteriana de Ourinhos, que acreditaram em meu chamado, sendo
fiéis no meu sustento durante o tempo de estudo.

Ao Reverendo Clodoaldo Monteiro Junior meu tutor e sua esposa Rosangela Cássia Monteiro, meus
irmãos e amigos em Cristo Jesus.

Aos irmãos e irmãs da Congregação Presbiteriana de Vila Odilon, que estiveram nos apoiando nestes
quatro anos de curso; irmãos e irmãs que aprendemos a amar como a nós mesmos.

A minha família, que compreendeu meu chamado, apesar de não fazerem parte mesma família da fé,
mas nos deu o apoio necessário para seguirmos em frente.

A Jesus Cristo principalmente que me ensinou as suas grandezas, e Seus atributos divinos....A DEUS
TODA A HONRA E GLÓRIA....AMÉM!!!
SUMÁRIO

PARTE 1

I. CRITICA
TEXTUAL.......................................................
.............................10

1.1 Delimitação da
perícope..............................................................................
...10

1.2 Texto na Língua


Original................................................................................
.12

1.3 Análise
Critica..................................................................................
...............13

1.3.1. Variantes
Textuais......................................................................................13

1.3.2.
Manuscritologia ........................................................................................
..14

II. LEITURA SINCRONICA DO


TEXTO.........................................................1
5

2.1 Análise Morfo-


Gramatical...........................................................................
.....15

2.2 Tradução Comparações de


traduções............................................................39

2.3 Análise Semântica do


Vocabulário.................................................................41

III. LEITURA DIACRONICA DO


TEXTO.........................................................5
3
3.1 Critica
Literária...............................................................................
.................53

3.1.1 Análise da Composição


Literária..........................................................
......53

3.2 Critica da
Tradução.............................................................................
............55

3.2.1
Formas...........................................................
............................................55

3.3. Critica da
Redação.........................................................................................57

3.3.1. Local da
Redação.......................................................................................57

3.3.2. Data da
Redação........................................................................................60

3.3.3. autenticidade da autoria da


carta................................................................61

3.3.4. Propósito de Paulo ao escrever a carta aos


Colossenses..........................64

3.3.5. Tema Central e esboço da


Carta................................................................66

3.4.
Destinatário...............................................................................................
.....68

3.4.1. A Cidade de
Colossos.................................................................................68

3.4.2. A heresia de
Colossos................................................................................71

IV. A IGREJA DE CRISTO E SUA PRATICA


NO MUNDO.............................75

4.1. Síntese da
compreensão...............................................................................75
4.2. Leitura
Teológica............................................................................................76

4.3 Atualização do
Texto.......................................................................................77

4.3.1. Em relação com o


Pai..................................................................
..............77

4.3.2. Em relação ao
Universo.........................................................
....................79

4.3.3. Em relação ao
Mundo............................................................
....................79

4.3.4. Em relação com a


carne..............................................................
..............80

4.3.5. Em relação à
Igreja..............................................................
......................82

4.3.6. Em relação ao
Evangelho......................................................
....................83

4.3.7. Em relação ao Espírito


Santo.............................................................
........84

4.3.8. Em relação ao
futuro..............................................................
....................85

4.3.8.1. Quem batiza no Espírito


Santo.............................................................
86

4.3.8.2. Quem é Jesus Cristo para a


América Latina........................................87

BIBLIOGRAFIA.........................................................................................
............90
PARTE 2

Nota preliminar...........................................................................................................97

I Da criação até o descendente, uma história de amor e reconciliação


(fundamentação bíblico-
teológica)............................................................................100

1.1 O
mal.................................................................
.......................................100

1.2 O propósito de Deus na


criação...........................................................
....101

1.3 O Pacto da
redenção........................................................
........................105

1.4 A relação de Cristo com o Pacto da


Graça...............................................111

II Os Ofícios de Jesus......................................................................................115

A tensão
religiosa................................................................................................11
5

2.1 O Profeta e o
Sacerdote......................................................
....................115

2.2 O Rei e o
Profeta...........................................................
..........................115

Os Ofícios de
Jesus.............................................................................................116

2.3 Jesus, o
Profeta...........................................................
............................116
2.4 Jesus, o
Sacerdote......................................................
............................121

2.5 Jesus, o
Rei.................................................................
............................123

III Jesus e sua prática pastoral...........................................................................128

3.1 O Reino de
Deus..............................................................
.......................128

3.2 Os ensinamentos de Jesus reconciliam


os padrões divinos e os padrões
humanos........................................................
.........................................130

IV a Igreja de Cristo e sua ação pastoral no mundo.........................................135

Notas preliminares..............................................................................................135

4.1 O Ministério Profético denuncia o Ser da


Igreja de Cristo......................137

4.2 O Ministério Sacerdotal denuncia o Ser


da Igreja de Cristo...................141

4.3 O Ministério Real denuncia o Ser da


Igreja de Cristo.............................146

Conclusão.................................................................................................................151

Bibliografia................................................................................................................153

RESUMO

O texto de Colossenses é o primeiro texto de Paulo no qual se pensa na


abrangência cosmológica da Obra de Cristo na Cruz, aqui o autor não somente
enfatiza a salvação das pessoas por meio da Cruz, mas também a restauração de
todo o cosmos. Na perspectiva paulina, a Pessoa de Jesus Cristo adquiriu novas
cores quando é comparado ao Criador do Universo, Redentor e Restaurador de
todas as coisas a Si mesmo. Esta é a temática central que perpassa toda carta.
Procurar-se-á fazer uma analise do capitulo primeiro dos versículos que estão entre
o verso treze ao vinte. Através de uma analise gramatical procurar-se-á aprofundar-
se nas formas escrituristicas que foram utilizadas pelo autor, e quais foram de fato
seus verdadeiros desejos ao escrever esta carta tão atual para nossos dias. Através
do método histórico - critico procurar-se-á levantar questões sócio-econômicos que
influenciaram aquela sociedade a trocar o verdadeiro Evangelho por outro
totalmente contrário ao de Cristo. A exegese deste texto também servirá de base
para a abordagem teológica do tema "Pastoral da Reconciliação, a ação da Igreja
enquanto agente de restauração da Sociedade, tendo como paradigma a Obra de
Cristo". Devido à profundidade e abrangência do texto em pauta, várias questões
permanecerão em aberto para novas discussões e análises. Mas caso tenhamos
alcançado de forma majoritária os objetivos acima descritos, nos daremos por
satisfeitos.
I) CRÍTICA TEXTUAL

Devido ao fato de que os textos do Novo Testamento originalmente sido redigidos


em escrita contínua, sem espaços entre as palavras e sem subdivisões em
versículos, capítulos e perícopes. A delimitação dos textos do Novo Testamento,
portanto, serve como recurso para demarcar o início e o fim da perícope a ser
analisada exegeticamente, "bem como ver a sua unidade com coesão e coerência
textual".

1.1 Delimitação da Perícope

O texto a ser analisado por este trabalho tem causado certa polêmica entre os
críticos por causa de sua delimitação, uns o analisam a partir dos vv 15-20; outros
porém, o analisam entre os vv 13-20 e outros até o vv 23; mas para este trabalho
exegético serão analisados os versos de 13 até ao 20 do primeiro capítulo da
epístola aos Colossenses.

A razão para esta analise tem sua causa na intenção de Paulo ao escrever aos
irmãos da fé em Colossos; a partir do verso 13 ele passa a desenvolver a razão pela
qual Deus nos fez pessoas idôneas; assim o uso do adjetivo ([o]j) indica que a nova
frase que se segue está subordinada a anterior, porém com ênfase a santidade
doada por Deus aos seus filhos por meio do Seu Filho amado.

Paulo introduz a figura de Deus Pai, aquele que tirou os cristãos da dominação do
reino das trevas os transportando para o reino do Seu Filho amado, reino este que
impera o amor, a justiça, a verdade, que são características claras da santidade de
Deus.

Com ênfase na Pessoa do Filho, Paulo demonstra que Ele tem a mesma essência
do Pai; O igualando a todos atributos do Pai; os atos realizados pelo Filho são
abrangentes, indo da criação do cosmos até mesmo a reconciliação de tudo a Deus.

Existe uma inimizade ocasionada pelo pecado humano, e que precisava ser
aplacada por Deus e para Deus; toda a perícope transcorre harmonizando a relação
de Deus Pai com Seu Filho Amado, unidos na realização do objetivo central da vinda
do Filho ao mundo, a restauração de sua criação, resultando assim na exaltação da
Pessoa do Filho amado de Deus.

A ação redentora realizada por Jesus na cruz foi capaz de apaziguar a ira de Deus
contra o pecado e retirar do homem a culpa pela ofensa a Deus.
A partir do verso 21, Paulo introduz novamente as pessoas de Colossos, agora de
maneira mais exortativa enfatiza os efeitos benéficos causados pela reconciliação
obtida por meio de Jesus com Deus Pai.

Agora os reconciliados com Deus receberam um novo padrão de vida, devendo


praticá-los como sinal de verdadeiro compromisso cristão.

1.2 TEXTO ORIGINAL

Kolojjaeij 1:13-20

13 o]j evrru,sato h`ma/j evk th/j evxousi,aj tou/ sko,touj kai.


mete,sthsen eivj th.n basilei,an tou/ ui`ou/ th/j avga,phj
auvtou/(
14 evn w-| e;comen th.n avpolu,trwsin( th.n a;fesin tw/n
a`martiw/n\
15 o[j evstin eivkw.n tou/ qeou/ tou/ avora,tou( prwto,tokoj
pa,shj kti,sewj(
16 o[ti evn auvtw/| evkti,sqh ta. pa,nta evn toi/j ouvranoi/j kai.
evpi. th/j gh/j( ta. o`rata. kai. ta. avo,rata( ei;te qro,noi ei;te
kurio,thtej ei;te avrcai. ei;te evxousi,ai\ ta. pa,nta diV auvtou/
kai. eivj auvto.n e;ktistai\
17 kai. auvto,j evstin pro. pa,ntwn kai. ta. pa,nta evn auvtw/|
sune,sthken(
18 kai. auvto,j evstin h` kefalh. tou/ sw,matoj th/j evkklhsi,aj\
o[j evstin avrch,( prwto,tokoj evk tw/n nekrw/n( i[na ge,nhtai
evn pa/sin auvto.j prwteu,wn(
19 o[ti evn auvtw/| euvdo,khsen pa/n to. plh,rwma katoikh/sai
20 kai. diV auvtou/ avpokatalla,xai ta. pa,nta eivj
auvto,n( eivrhnopoih,saj dia. tou/ ai[matoj tou/ staurou/
auvtou/( ÎdiV auvtou/Ð ei;te ta. evpi. th/j gh/j ei;te ta. evn toi/j
ouvranoi/jÅ
1.3 ANÁLISE CRÍTICA

1.3.1 Variantes textuais

Segundo os críticos a análise do texto contido na Bíblia Nestlé em grego, a única


variante textual está no verso 20 deste capítulo em estudo de Colossenses.
Portanto, o texto em grego já está acrescido de chaves, marcando esta variante [
di’’’’’’’’, au,tou]. Todos os críticos concordam que deverá deixar as palavras
entre colchetes, para que se observe esta variante como um pronome intensivo que
significa para, associando ao indivíduo a sua propriedade à identidade pessoal de
Cristo.

Sendo assim, em aceitando a variante, o texto passa a significar que todas as coisas
foram reconciliadas para Cristo, como observado em algumas versões bíblicas
correntes atualmente.

Ao aceitar-se esta tradução, concordar-se-á com o versículo dezesseis, onde é


afirmado que tudo foi criado por meio dEle (o filho de Deus) e para Ele, denotando
assim que o Filho de Deus é a própria imagem de Deus, ou seja, Jesus é o próprio
Deus criador, encarnado e vivendo entre suas criaturas, para morrer em favor deles,
mas seu objetivo é reconciliar consigo mesmo todas as coisas, a fim de restaurar
todas as coisas àquilo que eram antes do pecado.

1.3.2 Manuscritologia

O texto em estudo demonstra uma variante, causadora


de uma polêmica entre os eruditos, que não conseguiram
chegar a um ponto comum. Assim, estabeleceu-se o uso
de colchetes em traduções posteriores.

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A variante citada acima, está nos manuscritos como uma variação ortográfica,
também encontrada no papiro 46 datado do ano 200 d.C.

{D} como está entre colchetes já se evidencia que o manuscrito tem uma variante
apoiada por outros manuscritos, como: a,A; C; D; K; P; Y, ; tendo ainda a omissão
deste termo em outras variantes, como os manuscritos B; D; G; L.

E como está indicado pela letra "D" isto nos mostra que não é um dos principais
manuscritos, apesar de sua fonte ser confiável, seu tipo de texto é o Ocidental,
datado no século V e VI. A letra "D" é a classificação do manuscrito Bezae, assim se
mantém entre colchetes esta variante por não haver consenso entre os eruditos.

O uso da variante ficou expressa na tradução da Bíblia de Jerusalém, que deu um


sentido mais completo ao texto bíblico, ficando de acordo com o verso do 16 do
capítulo estudado, "assim, por meio de Cristo e [para] Ele foram criadas todas as
coisas".

II) LEITURA SINCRÔNICA DO TEXTO


2.1 Análise Morfo - Gramatical

vs 1: 13 o]j o[j adjetivo pronominal relativo nominativo masculino singular; este


adjetivo é usado aqui em concordância com seu antecedente em gênero e número,
seu uso é determinado pela partícula o , seu uso nesta clausula evidência sua
subordinação ao versículo anterior, esta ação é em beneficio próprio. Sua tradução
é: Que Ele (este pronome provavelmente é uma forma antiga da língua grega)

evrru,sato – r`u,omai - verbo indicativo aoristo médio depoente ativo dativo, 3a


pes. Singular; o verbo indicativo é usado aqui para dar reforço de que o fato é tido
como certo, certeza; ainda que o tempo aoristo expresse um fato certo de ação
completa, porém simples e inacabada. O fato da ação da libertação é de que Ele nos
salvou, ou seja, o fato de salvar é certo, verdadeiro, indicado pelo modo indicativo,
porém, este fato é de uma ação completa e de caráter simples e inacabado
(redenção final). Sua tradução é: Salvou, libertou. Como está expresso no tempo
ativo, indica assim que o autor do ato de salvar é Ele quem o faz.

h`ma/j –evgw, - substantivo pronome acusativo 1a pes. Plural (nós) . Este


substantivo está indicando o objeto seguinte estendendo ainda mais o significado da
ação verbal que o antecede na frase, sua função é de objeto direto na ação verba é
quem recebe os benefícios da ação verbal. Sua tradução é: nós.

evk – evk preposição genitivo (de, fora de, longe de, por, por meio de, por causa
de,para fora de; porque, para; em, a; o) Esta preposição é primaria e está
enfatizando a origem da ação (o ponto de onde a ação ou de onde o movimento está
procedendo) esta ação vem de fora (de lugar, tempo; ou causa; literal ou figurativa).
Sua tradução é: de fora de, para fora de

th/j – o` artigo definido feminino singular (o;isso; ele, ela,. para que, de forma que,
o resultado que, isso). Este artigo indica enfaticamente a origem ou posse do
próximo substantivo que o precede. (podendo também ser um pronome
demonstrativo). Sua tradução é: ela, dela, da.

evxousi,aj – evxousi,a substantivo genitivo feminino singular (autoridade, direito,


liberdade, habilidade, capacidade, sobrenatural, dê poder a, poder de decisão;
governante; com jurisdição; com autoridade de governar). Este substantivo assinala
o papel de posse. Marcado pelo genitivo, assim atribuindo ao substantivo o caráter
de autoridade, poder de decisão sobre alguém, ele tem jurisdição. Sua tradução
pode ser: autoridade, direito, jurisdição.

tou/ - o` artigo definido genitivo neutro singular (com, para que, de forma que, com
o resultado que, isso). Este artigo está sendo enfático e concorda com o próximo
substantivo, em gênero e número, mas estendendo ainda a idéia do substantivo
anterior, de que há uma autoridade ou uma jurisdição que possui poder.
sko,touj - sko,toj substantivo genitivo neutro singular (de escuridão; peque, mal).
Este substantivo de posse demonstra que esta escuridão é quem exerce autoridade
sobre alguém, é de origem maligna, do mal. Sua tradução é: das trevas ou de
escuridão; do mal; de pessoas que vivem na ignorância das "coisas" divinas e dos
deveres humanos, que vivem na imoralidade.

kai. – kai, conjunção coordenativa (e, também, mas, até mesmo). Esta conjunção
está ligada ao verbo precedente, sendo a frase anterior uma contraposição com a
frase posterior, porém, não perdendo a função gramatical de sua construção; é uma
conjunção coordenativa adversativa, que está ligando o mesmo pensamento de que
Ele nos libertou das trevas, em oposição as trevas, Ele nos libertou para a luz. Sua
tradução pode ser: e também; mas; até mesmo.

mete,sthsen – meqi,sthmi verbo indicativo aoristo ativo 3a pes. Singular


(remove; engane; traga). Este verbo expressa o fato certo, uma verdade que
ocorreu, sua ênfase está indicando o resultado de uma ação completa porém,
inacabada; sua função é de dar ênfase ao ato do agente na ação. Sendo traduzido
por: transportados para, outro lugar, ou de estado, condição moral ou espiritual,
remover de um lugar para outro. Sua tradução é: transportados

eivj – eivj preposição acusativo (com , em, para; em, a, em, em, por, se aproxime,
entre, contra, interessando; como) esta preposição é usada geralmente como
auxiliar do substantivo seguinte, dando sentido ao lugar para o qual será inserido
àquele que foi libertado, tirado das trevas. Seu uso geralmente está associado a
verbos de movimento. E esta preposição significa que a ação se deu no passado.
Sendo sua tradução : para, em.

th.n – o` artigo definido acusativo feminino singular (o; isso; ela,. para que, de
forma que, o resultado que, isso). Este artigo aponta de forma acusativa para o
substantivo posterior o qual ele antecede, dando ênfase particular ao lugar para o
qual serão transportados. Sua tradução é: a, para.

basilei,an – basilei,a substantivo acusativo feminino singular (reino, domínio,).


Este substantivo é utilizado aqui para determinar a que tipo ou extensão de reino é
este, o qual foram introduzidos àqueles que saíram do reino das trevas. Agora reino
(dele) designado pelo próximo substantivo. Esta palavra é traduzida por Reino, ou
domínio. Um reino no qual estão sujeitos à regras de um rei.

tou – o` artigo definido masculino singular (para que, de forma que, com o
resultado que, isso). Este artigo esta ressaltando o próximo substantivo, dando a ele
a ênfase particular, de forma não genérica, determinada e direta. O sentido é
enfático quanto a qualidade do próximo substantivo. Traduzido por: do, para que.

ui`ou/ - ui`o,j substantivo genitivo masculino singular (filho, descendente,


descendência, herdeiro, (com gen.). Freqüentemente um que compartilha uma
relação especial com ou uma semelhança para alguém ou algo; discípulo;
seguidor.). Este substantivo tem a função de adjetivo, expressando os atributos do
filho, que é de posse, que tem autoridade, e que possui poder, devido ao modo
genitivo do substantivo, sua tradução é Filho de Deus, ou filho do homem, título
preferido de Jesus, já que simboliza a humanidade, fraqueza e mortalidade,
contrariando o desejo messiânico judaico, este termo desfruta do amor supremo de
Deus unido a Ele em afetuosa intimidade, obediente a Ele em todos os seus atos..

th/j – o` artigo definido genitivo feminino singular (o; isso; ela,). Este artigo ressalta
o tipo de posse ou do atributo do próximo substantivo, seu sentido é enfático e
pertence a alguém, seguindo a interpretação do substantivo, anterior, este reino
possui algo de importante, é traduzido por: ela, a.

avga,phj – avga,ph substantivo genitivo feminino singular (amor; principalmente


de amor Cristão, preocupação, interesse,). Este substantivo tem a função de
adjetivo, já que está designando o tipo deste objeto, sendo que este objeto possui
amor, caridade, é querido, é amado por. Sua tradução é: é amado pelo, é querido
pelo.

auvtou/ - auvto,j substantivo pronome genitivo masculino 3a pes. Singular (ego,


da si mesmo, até mesmo, todo, precedeu pelo artigo o mesmo; como uma terceira
pessoa a favor dele, ela, isto.). Este substantivo é usado para reforçar que o
substantivo pertence a alguém, seu uso é na forma de um pronome. Sua tradução
poderia ser: dele, seu.

vs . 14 - evn – evn preposição dativo (com dativo em, a, se aproxime, por, antes
de, entre; dentro; por, com; em, para). É uma preposição primitiva, pois sua idéia
expressa a idéia do genuíno sentido do dativo, ou seja, a idéia de lugar; tempo ou
estado é de idéia de interesse pessoal, a idéia da redenção está personificada e se
propõe como o fim da idéia e não o meio para atingir esse fim. Esta preposição está
expressando antecipadamente a idéia do próximo verbo e;comen Sua tradução é:
em. por.

w-| - o[j adjetivo pronominal demonstrativo masc. Singular (quem, o qual, isso que,
isso). Este adjetivo está indicando o atributo do substantivo (ui`ou/ ), a que se
refere, pois é nele que somos redimidos, sua forma de demonstrativo é resumptivo,
ou seja, está apontando juntamente para o verso anterior, seu sentido é demonstrar
o atributo do Filho. Sua tradução é: o qual, ou no qual.

e;comen – e;cw verbo indicativo presente ativo 1a pes. Plural (tenhamos,


seguramos, possuímos; mantemos; recebemos, adquirimos, consideramos,
pensamos, possamos, sejamos capazes, devamos, sejamos). Este verbo no tempo
presente é bastante significativo, pois o tempo presente representa uma declaração
simples do fato ou da realidade, vendo como está acontecendo no tempo atual,
porém, em algumas traduções é parecido com o passado. Por estar na voz ativa
representa o assunto como o realizador da ação verbal, sendo que esta ação será
realizada do modo indicativo, não se importando com o tempo, mas com a ação que
aconteceu, acontece ou acontecerá de fato de verdade, pois seu tempo é linear,
caracterizando como uma ação inacabada, porém realizada completamente na ação
verbal.. Sua tradução é: temos, possuímos, adquirimos.

th.n – o` artigo definido feminino singular (o;isso; ele, ela,. para que, de forma que,
o resultado que, isso). Este artigo aponta para o próximo substantivo de forma
enfática, valorizando a idéia da contradição dos conceitos de preso x liberto, sendo
sua forma de acusativo cognato, dando a idéia do seu conteúdo, e de sua direção.
Sua tradução é: a; do resultado.

avpolu,trwsin – avpolu,trwsij substantivo acusativo feminino singular (fixando


livramento, libertação, liberação). Este substantivo nos mostra o fato de que
verdadeiramente aconteceu, ou seja, é verdadeira a existência da idéia desta
palavra, como está na forma acusativa, isto valoriza o conteúdo da mesma, e a
direção a que ela está tomando. Sua tradução é: libertação, redenção; uma
libertação efetuada mediante pagamento de um resgate, mediante o sangue
derramado.

th.n – o` artigo definido acusativo feminino singular (o;isso; ele, ela,. para que, de
forma que, o resultado que, isso). Este artigo aponta para o próximo substantivo de
forma enfática valorizando ainda mais a idéia do conteúdo deste substantivo. E seu
conteúdo é de grande valor e verdade. Sua tradução é: a, que.

a;fesin – a;fesij substantivo acusativo feminino singular (perdão, cancelamento de


pecados), libertação (de prisioneiros). Este substantivo é o ápice da idéia do
versículo, pois todas as palavras no tempo acusativo apontam para este desfecho
no qual a idéia é verdadeira e valorosa, ela expressa a idéia de perdão, libertação,
de liberdade, de perdão de pecados, , perdão da penalidade, como se eles nunca
existissem.

tw/n – o` artigo definido genitivo feminino plural (isto, que, elas, isto). Esta palavra
aponta para o próximo substantivo de forma enfática, apoiando o tipo de qualidade é
o próximo substantivo., Sua tradução é: das, as.

a`martiw/n – a`marti,a substantivo genitivo feminino plural (freqüentemente


oferecimento pelo pecado; pecado). O substantivo declara o motivo do perdão do
Filho. Sua tradução é de pecado.

vs 15 - o[j – o[j adjetivo pronominal relativo nominativo masc. Singular (quem, o


qual, isso que, isso). Neste caso é usado em concordância com seu antecedente em
gênero e número, seu uso é determinado pela partícula - o[ ; seu uso evidência
que esta frase é subordinada à anterior; ficando evidenciado ainda que seu uso é
em benefício próprio, porém, atraído ao caso de seu antecedente. Sua tradução é:
que é; o qual; isso que.

evstin – eivmi, verbo indicativo presente ativo 3a pes. Singular (seja, exista,
aconteça, viva, seja localizado dentro, permaneça, fique, venha). Como este verbo
está no modo presente, representa a declaração simples do fato ou da realidade
como acontecendo em tempo atual, constituindo-se em um tempo presente histórico
e por isso narra a ação passada de modo vivido, energético, enfático; sendo em
ação ativa, logo o sujeito é realçado por esta voz, o que é uma afirmação com
certeza sobre o sujeito. Sua tradução é: é, seja.
eivkw.n – eivkw,n substantivo nominativo feminino singular (semelhança,
imagem, forma, aparecimento, estátua). A afirmação da existência do objeto é
explicitada pelo uso do substantivo, é mais realçada também pelo uso do termo
nominativo que acentua de maneira enfática a respeito do sujeito da oração, a
imagem refletida é a mesma, sem distorção, sem defeito, sem desvios. Sua tradução
é: semelhança, mesma imagem.

tou/ - o` artigo definido genitivo masc. Singular (para que, de forma que, com o
resultado que, isso). Este artigo é usado especificamente para caracterizar o tipo de
deus a que ele está ligado, e que tipo de atributo lhe é dado; neste caso é para
acentuar que o Deus em específico, é o Deus dos judeus ou dos cristãos.

qeou/ - qeo,j substantivo genitivo masc. Singular (Deus Supremo). Este


substantivo por estar no modo genitivo ressalta o valor que é atribuído ao
substantivo especificando sua origem. Sua tradução é: Deus Supremo.

tou/ - o` artigo definido genitivo masc. Singular (para que, de forma que, com o
resultado que, isso). Este artigo enfatiza novamente a procedência ou de qual é a
origem do substantivo anterior, assim ele esta associado ao próximo adjetivo,
valorizando a sua qualidade ou seus atributos, porém, pode ser omitida na tradução.
Sua tradução é: de forma que; para que; isso

avora,tou – avo,ratoj adjetivo pronominal genitivo masc. Singular (invisível, não


visto). Sua ênfase recai sobre o substantivo a qual ele está ligado, logo este Deus
referido por Paulo tem como atributo o ser invisível. Sua tradução é invisível.

prwto,tokoj – prwto,tokoj adjetivo pronominal nominativo masc. Singular. Além


de designar ser o sujeito da oração, em aposição a outro substantivo da mesma
oração, está demonstrando a relação das duas orações. Sua tradução é: primeiro-
nascido, primeiro, o filho primeiro-nascido (de Cristo). existindo antes de toda a
criação ou superior para com toda a criação.

pa,shj – pa/j adjetivo genitivo feminino singular (sem o artigo, cada, todo, todo tipo
de, tudo, cheio, absoluto, maior. (2) com o artigo inteiro, inteiro, tudo). Por estar
antes do substantivo a ênfase recai sobre o adjetivo, assim designando a totalidade,
Sua tradução é todo, tudo.

kti,sewj( - kti,sij substantivo genitivo feminino singular (criação, o que é criado,


ordem criada, criatura (de seres vivos), ato de criação). Este substantivo enfatiza os
limites da totalidade a que se refere o adjetivo anterior. Sua tradução é: criação;
criatura; da ordem criada.

Vs 16 o[ti – o[ti conjunção subordinativa (conj. que geralmente está introduzindo a


opinião subjetiva do escritor.).Esta conjunção introduz à uma nova oração e esta
está subordinada a anterior, por isso a clausula é chamada de espexegética, pois
ela está em aposição ao substantivo da cláusula posterior. É uma cláusula
introdutória na qual se explicará a finalidade e a relação do versículo anterior, com
esta nova oração onde no português é uma conjunção causal final, sendo esta nova
oração a expressão da finalidade da ação. Sua tradução é: pois.
evn – evn preposição dativo (com dativo, em, a; se aproxime, por, antes de, entre,
no meio de , com, em). Esta preposição dativa enfatiza a ação por meio de quem
algo fora criado, ela aponta para o próximo substantivo, o qual sofrerá uma mudança
em seu termo. Sua tradução é: em, por meio de.

auvtw/| - auvto,j substantivo pronome dativo masc. 3a pes. Singular (ego, da si


mesmo, até mesmo, mesmo, precedido pelo artigo o mesmo, como uma terceira
pessoa. a favor de, ele, ela, isto.). Este substantivo tem a função de um pronome, a
qual expressa intensidade, sendo um pronome pessoal, expressa ação de ordem
pessoal, Ele mesmo está agindo, ou fazendo algo que tem a duração da eternidade.

evkti,sqh – kti,zw verbo indicativo aoristo passiva 3a pes. Singular (crie, faça).
Por ser um verbo no tempo aoristo pontiliar, este verbo designa ação criadora
realizada por meio do Filho está completa, porém, seu tempo ainda está inacabado,
ou seja, a finalização da criação ainda está por acontecer, mas já ocorreu; sendo a
ação verbal está centrada sobre o sujeito, assim é nEle ou dentro dEle que esta
ação ocorreu.

ta. – o` artigo definido nominativo neutro plural (o, isto, que, eles, elas, isto). Este
artigo demonstra e define o sujeito da oração. Sua tradução é Este.

pa,nta – pa/j adjetivo pronominal nominativo atribuitivo neutro plural (sem o artigo
cada, todo. todo tipo de, tudo, cheio , absoluto, maior.). Este adjetivo está atribuindo
uma qualidade ao substantivo, e isto de forma pronominal e definido, ou seja, está
afirmando objetivamente que a abrangência desta ação é de totalidade (todo), sendo
ainda que isto inclui todas as coisas, assim determinando a extensão desta inclusão.
Sua tradução é: tudo; todo; todas.

evn – evn preposição dativo (com, em, a, se aproxime, por antes de, entre,
dentro). Esta preposição demonstra a posição em que o substantivo está no interior
de, e demonstra que a posição é de dentro para fora; ou para outra posição diferente
da outra.

toi/j – o` artigo definido masc. Plural (os). Este artigo define a quem está
diretamente ligado na frase, neste caso é o substantivo seguinte, não deixando
dúvidas da sua construção literária, dando ao substantivo um atributo distinto e
único.

ouvranoi/j – ouvrano,j substantivo dativo masc. Plural (céu). Este substantivo


tem a prerrogativa de esclarecer o lugar no qual é feita a ação da oração, sua
tradução é céus. Abrangendo tudo o que existe no céu, o assento da ordem das
coisas eternas é o local perfeito, onde Deus habita juntamente com outros seres
celestiais.

kai. – kai, conjunção coordenativa (e, também, é, isto é). Esta conjunção liga a
frase anterior a esta nova frase, dando novos argumentos para o que segue adiante,
sendo a expansão do pensamento de Paulo a respeito da Pessoa de Jesus Cristo, o
que é caracterizado é, que este novo pensamento não está sendo contrário ao
anterior, por isso é uma oração coordenada aditiva, pois é de igual função gramatical
a anterior.

evpi. – evpi, preposição genitivo (sobre, em, ao longo de, por cima de). Em uso
metafórico assume a noção de domínio, poder, o que nos possibilita entender que
pelo Filho de Deus foram criadas todas as coisas também sobre a terra.
Contrastando com o pensamento dos hereges que não crêem que o Filho de Deus
criou todas as coisas.

th/j – o` artigo definido feminino singular (a;isso; ela,. para que, de forma que, o
resultado que, isso). Sua função gramatical é equivalente a um adjetivo atribuitivo,
sendo assim enfático em sua indicação sobre o substantivo seguinte, pois está
dando um caráter objetivo e específico para que tipo ou que qualidade é a criação
executada pelo Filho de Deus, sendo agente modificador do substantivo denotando
que não é simplesmente a criação da terra composta de minerais, mais engloba
também todas os seres vegetais, animais irracionais ou racionais, ou seja tudo o que
existe engloba o termo de terra.

gh/j( gh/ substantivo genitivo feminino singular ( a terra, terra, país, região, terra,
chão, gênero humano). Este substantivo sofreu uma modificação em seu significado
em decorrência do artigo definido anterior que nos possibilita entender que seu
significado é mais abrangente do que simplesmente o mundo físico (solo, minerais)
mais engloba a terra com seus habitantes e todas os seres criados e a totalidade da
criação.

ta. – o` artigo definido nominativo neutro plural (o, isto, que, ele, ela, isto). Está
indicando a que tipos de "coisas" foram criados pelo Filho de Deus, ressaltando
afirmativamente o Seu poder criador.

o`rata. – o`rato,j adjetivo pronominal nominativo neutro plural (visível). Este


adjetivo esclarece o uso do seu substantivo, ou seja, a extensão do ato criador
abrange todas as coisas (visíveis).

kai. – kai, conjunção coordenativa (e, também, é, isto é). Está unindo orações de
igual função gramatical, ou seja, esta nova oração tem o mesmo significado que a
anterior, reforçando o sentido do pensamento Paulino.

ta. – o` artigo definido nominativo neutro plural (o, isto, que, ele, ela, isto). O uso
deste artigo indica a natureza a que se está referindo, logo as coisas que o Filho
criou está também no campo invisível,expandindo a ação do criador até mesmo ao
campo invisível.

avo,rata – avo,ratoj adjetivo pronominal nominativo neutro plural (não visto,


invisíveis). Este artigo indica sua função gramatical atribuitiva, ou seja, esta
atribuindo qualidade ao substantivo, sua tradução é invisível, assim, o ato criador do
Filho também participa no campo espiritual.
ei;te – ei;te conjunção coordenativa alternativa (se). Está unindo orações de igual
função gramatical, ou seja, esta nova oração tem o mesmo significado que a
anterior, sua melhor tradução é quer seja, dando ênfase as coisas criadas pelo Filho.

qro,noi – qro,noj substantivo nominativo masculino singular (trono). Seu


significado é enfatizado pelo uso nominativo, pois atribui a este trono, os poderes
constituídos no mundo, como reinado, reis, soberanos.

ei;te – ei;te conjunção coordenativa (se) Está unindo orações de igual função
gramatical, ou seja, esta nova oração tem o mesmo significado que a anterior, que a
anterior, sua melhor tradução é quer seja, dando ênfase às coisas criadas pelo Filho.

kurio,thtej – kurio,thj substantivo nominativo feminino plural (poder (acreditou


para ter um pouco de controle em cima do destino humano), autoridade). Com esta
idéia Paulo expressa que até mesmo a autoridade de Jesus está sobre o "destino
das pessoas", como idéia de direção, guia, e mudança na história das pessoas a
que Ele intervem; pois Ele tem o poder para reger as vidas das pessoas, pois Ele é
Soberano, Ele tem o domínio, Ele guia os seus porque sabe o que é melhor para
eles.

ei;te – ei;te conjunção coordenativa alternativa(se) Está unindo orações de igual


função gramatical, ou seja, esta nova oração tem o mesmo significado que a
anterior, que a anterior, sua melhor tradução é: quer seja, enfatizando as coisas
criadas pelo Filho

avrcai – avrch, substantivo nominativo feminino plural (começando, primeiro).


Mas uma vez a colocação destes termos nos leva a pensarmos sobre o poder
criador do Filho de Deus, ao mencionar os principados Paulo está pensando
diretamente sobre as milícias celestiais, sejam as divinas ou a dos anjos maus, pois
este termo está diretamente relacionado com as forças espirituais, submetendo-os
ao poder de Jesus, descaracterizando os "eons" dos gnósticos.Sua tradução é
principados.

.ei;te – ei;te conjunção coordenativa (se) Está unindo orações de igual função
gramatical, ou seja, esta nova oração tem o mesmo significado que a anterior, sua
melhor tradução é: quer seja. Dando ênfase as coisas criadas pelo Filho

evxousi,ai –\ evxousi,a substantivo nominativo feminino plural (direito, liberdade,


habilidade, sobrenatural, dê poder a, poder governante. governo. funcionário). O
poder do Filho de Deus está sobre os governantes da terra, expandindo o seu poder
está também sobre todos os líderes do mundo; nada acontece fora da sua vontade,
Ele tem o governo de tudo em suas mãos, Ele estabelece as leis e elas se cumprem
pela sua vontade.(noite, dia, as marés dos oceanos; estações climáticas, os
governantes, ainda que não cumprem a Sua vontade).

ta. – o` artigo definido nominativo neutro plural (os, isto, que, eles, elas, isto) Este
artigo está demonstrando e definindo o sujeito da oração. Sua tradução é Este.
pa,nta – pa/j adjetivo pronominal nominativo neutro plural. Como este adjetivo
está acompanhado do artigo, ele ressalta o limite do poder criador do Filho,
abrangendo tudo o que existe sobre a terra e nos céus.

diV – dia, preposição genitivo (por meio de, com, ao longo de). Esta preposição
indica a origem de quem é o poder, ou por meio de quem todas as coisas foram
criadas. Sendo a ligação dos termos seguintes com a frase anterior, assinalando que
o sentido da frase é complemento da primeira.

auvtou/ - auvto,j substantivo pronominal genitivo masc. 3a pes. Singular (ego, de


si mesmo, até mesmo, mesmo, precedeu pelo artigo o mesmo.) Este substantivo é
usado para reforçar o substantivo de posse, seu uso está na forma de um pronome.
Sua tradução poderia ser: dele, seu.

kai. – kai, conjunção coordenativa (e, também, é, isto é). Está unindo orações de
igual função gramatical, ou seja, esta nova oração tem o mesmo significado que a
anterior, reforçando o sentido do pensamento Paulino.

Eivj – eivj preposição acusativa (para, em, a, por, se aproxime, entre, contra,
interessando como). Esta preposição indica o movimento da oração, assim sendo,
entendemos que é por meio do Filho que tudo acontece, Ele rege, governa e ordena
todas as coisas, é por meio dEle e de nenhum outro que tudo acontece; tem uma
origem as existências de todas as coisas, sejam criadas, ou de todos os
acontecimentos em nossa volta e de tudo o que acontece no universo e na terra;
esta é uma afirmação da qual não cabe dúvida nos acontecimentos da história, nada
acontece por um destino, ou um acaso, tendo uma origem, aqui Paulo indica que o
Filho de Deus, Jesus Cristo, é a origem de todas as coisas.

auvto.n – auvto,j substantivo pronominal acusativo masc. 3a pés. Singular (até


mesmo, mesmo) Este substantivo é usado para reforçar o substantivo de posse, e
seu uso é na forma de um pronome. Sua tradução poderia ser: dele, seu.

e;ktistai – \ kti,zw verbo indicativo perfeito passivo 3a pés. Singular (crie, faça). A
ação se dá no presente de forma que a ação é completa e o fato realmente
aconteceu, e foram criados para Ele, pois o agente que recebe a ação é o sujeito da
frase, logo tudo pertence a Ele, não a outro, somente o Filho é o possuidor de todas
as coisas.

Vs 17 kai. – kai, conjunção coordenativa (e, também, é, isto é) Está unindo


orações de igual função gramatical, ou seja, esta nova oração tem o mesmo
significado que a anterior reforçando assim o sentido do pensamento Paulino.

auvto,j – auvto,j substantivo pronome nominativo masc. 3a pés. Singular ( isto,


ele). Seu uso pronominal enfatiza a substituição do termo do sujeito pelo uso do seu
pronome, por isso há esta substituição do nome pelo seu correspondente
pronominal.

evstin – eivmi, verbo indicativo presente ativo 3a pés. Singular (seja, exista,
aconteça, viva, seja localizado dentro) Este verbo indica afirmativamente que o Filho
de Deus existe desde a eternidade, não existe começo, inicio de sua existência, Ele
é eterno igualmente como a Deus. Sua força ativa demonstra que a ação verbal é do
sujeito sobre a ação, assim é Ele que tem poder para criar. Sua tradução é: é do
verbo ser, de existência.

pro – pro, preposição genitiva (antes de, a, ante, ou seja, preparando-se para
entrar). Sua indicação ressalta o sujeito da frase com relação as coisas criadas
antes delas, por isso esta sua indicação enfatiza o caráter temporal ou o tempo da
existência das coisas criadas. Esta preposição antepõe a existência dEle antes de
outras coisas criadas. E por ser uma preposição ela estabelece que a frase seguinte
depende da 1a frase. Sendo esta nova construção um complemento da 1a; e por
causa de seu modo, indica-nos que a origem do Filho é anterior a tudo o que existe,
sem entrar no mérito da ordem da criação, a ênfase de Paulo é ressaltar que a
existência do Filho é anterior a tudo o que existe. Sua tradução é: antes de.

pa,ntwn – pa/j adjetivo pronominal genitivo neutro plural (sem o artigo: cada, todo;
todo tipo de, tudo, cheio, absoluto, maior.). Sua ênfase afirma a ação do sujeito da
oração, e por estar sem o artigo, isto ressalta o caráter do substantivo.

kai. – kai, conjunção coordenativa (e, também, é, isto é) Está unindo orações de
igual função gramatical, ou seja, esta nova oração tem o mesmo significado que a
anterior, reforçando assim o sentido do pensamento Paulino

ta. - o` artigo definido nominativo neutro plural (os, isto, que, eles, elas, isto). Este
artigo está demonstrando e definindo o sujeito da oração.

pa,nta – pa/j adjetivo pronominal nominativo neutro plural (sem o artigo, cada,
todos, todos tipo de, tudo, cheios, absolutos, recomende, dê aprovação para,
mostrem, provem) Este adjetivo está atribuindo uma qualidade ao substantivo, e isto
de forma pronominal e definido, ou seja, esta afirmando objetivamente que a
abrangência desta ação é de totalidade (todo), sendo ainda que isto inclui todas as
coisas, assim determinando a extensão desta inclusão.

evn – evn preposição dativo (em, a; se aproxime, por antes de, entre, dentro, do
interior para fora ) Esta preposição demonstra a posição em que o substantivo ou
estado no interior de, e está demonstrando que esta posição é de dentro para fora;
ou para outra posição diferente da outra.

auvtw – auvto,j substantivo pronome dativo masc. 3a pés. Singular (até mesmo,
mesmo, dando um interesse pessoal ao sujeito) Este substantivo é usado para
reforçar o local da ação, e seu uso é na forma de um pronome

sune,sthken( - suni,sthmi verbo indicativo perfeito ativo 3a pés. Singular


(recomende, dê aprovação para, mostre, prove,demonstre junto, tenha o próprio
lugar da pessoa.). Este verbo está expressando o resultado perdurador e
prolongador da ação verbal, logo tudo o que existiu, o que existe e o que existirá
será pela ação permanente do sujeito da frase, (Ele).
v. 18 kai. – conjunção coordenativa (e, também, é, isto é). Está unindo orações de
igual função gramatical, ou seja, esta nova oração tem o mesmo significado que a
anterior, reforçando assim o sentido do pensamento Paulino.

auvto,j – auvto,j substantivo pronome nominativo masc. 3a pés. Singular (até


mesmo, mesmo). Este substantivo nominativo predicional enfatiza que é Ele mesmo
o sujeito da frase.

evstin – eivmi, verbo indicativo presente ativo 3a pés. Singular (seja, exista,
aconteça, viva). Como este verbo está no modo presente, representa sua
declaração simples do fato ou da realidade como acontecendo em tempo atual,
constituindo-se em um tempo presente histórico e por isso narra a ação passada de
modo vivido, energético, enfático; sendo uma ação ativa, logo o sujeito é realçado
por esta voz, o que é uma afirmação sobre o sujeito. Sua tradução é: é, seja.

h` o` artigo definido nominativo feminino singular (a, isto, isso, ela). Serve para
enfatizar ou designar especificamente o objeto.

kefalh. – kefalh, substantivo nominativo feminino singular encabece, domine,


cabeça (de grau superior). Este substantivo está ligado diretamente ao sujeito da
frase expressando de maneira objetiva a representatividade do sujeito.

tou/ - o` artigo definido genitivo neutro singular (a;isso; ela,. para que, de forma
que, o resultado que, isso) Este define a quem está diretamente ligado na frase, e
neste caso é ao substantivo seguinte, assim não deixando dúvidas da sua
construção literária, dando ao substantivo um atributo distinto e único, pois denota a
origem pela qual vem a ação.

sw,matoj – sw/ma substantivo genitivo neutro singular (corpo, corpo vivo, corpo
físico, o corpo (de Cristo) a igreja; podendo denotar que seja, corpo morto, cadáver,
a realidade ou substância). Este é um complemento adjetival do substantivo anterior,
dando àquele o sentido a que a cabeça está ligada a alguém. Este corpo pertence à
cabeça, logo o corpo é vivo e tem as suas reações comandadas por sua cabeça.

th/j – artigo definido genitivo feminino singular (a;isso; ela,. para que, de forma que,
o resultado que, isso). Sua função gramatical é equivalente a um adjetivo atribuitivo,
sendo assim, enfático em sua indicação sobre o substantivo seguinte, pois está
dando um caráter objetivo e específico do significado real ao corpo.

evkklhsi,aj –\ evkklhsi,a substantivo genitivo feminino singular (igreja,


congregação, assembléia), que junta (de religioso, político. ou grupos não oficiais).
Este substantivo designa o real significado do corpo; ou seja o corpo da cabeça é a
Igreja, logo ela é o corpo do Filho, e ela está inserida no interior do Filho, pois ela
procede do interior do Filho.

o[j – o[j adjetivo pronominal relativo nominativo masc. Singular (quem, o qual, isso
que, isso). ). Neste caso é usado em concordância com seu antecedente em gênero
e número, seu uso é determinado pela partícula - o[ ; seu uso evidência que esta
frase é subordinada à anterior; ficando evidenciado ainda que seu uso é em
benefício próprio, porém, atraído ao caso de seu antecedente. Sua tradução é: que
é; o qual; isso que.

evstin – eivmi, verbo indicativo presente ativo 3a singular (seja, exista, aconteça,
viva, seja localizado dentro). Como este verbo está no modo presente, representa
sua declaração simples do fato ou da realidade como acontecendo em tempo atual.,
constituindo-se em um tempo presente histórico e por isso narra a ação passada de
modo vivido, energético, enfático; sendo em ação ativa, logo o sujeito é realçado por
esta voz, o que é uma afirmação com certeza sobre o sujeito. Sua tradução é: é,
seja.

avrch, - ( avrch, substantivo nominativo feminino singular (primeiro). É a


designação do sujeito da oração, e este é o primeiro, ou o começo de uma nova
humanidade. Ele é.

prwto,tokoj – prwto,tokoj adjetivo nominativo masc. Singular (primeiro-nascido,


primeiro, o Filho primeiro-nascido (de Cristo)) Este adjetivo está diretamente ligado
ao primogênito, logo ele recebe a forma pridicativa, pois ele é o primeiro; o inicio; ou
o principio (o alfa)

evk – evk preposição genitivo (com genetivo: de, fora de, longe de, por, por meio
de, por razão de, porque, para, em, a, de). Esta preposição designa enfaticamente
que o primogênito é o primeiro dos; informando-nos que Ele precede aos outros,
pois Ele veio para fora; saiu de uma posição para outra, e Ele é o primeiro deste
novo estágio.

tw/n – o` artigo definido genitivo masc. Plural (para que, de forma que, com o
resultado que, isso). Este artigo enfatiza novamente a procedência ou de qual é a
origem do substantivo anterior, assim ele esta associando ao próximo adjetivo,
valorizando a sua qualidade;. Sua tradução é: dos.

nekrw/n – nekro,j adjetivo pronominal genitivo masc. Plural (pessoa morta,


inanimada, morta.). Agora este adjetivo completa o sentido da frase; Ele é o primeiro
dos mortos, esta designação é definitiva e cabal, apontando diretamente ao objetivo
de Paulo em expressar a nova condição dos crentes em Cristo. NEle temos a
confirmação do nosso futuro.

i[na – i[na conjunção subordinada ( para que (de propósito), de forma que (de
resultado), isso (declaração indireta). Esta nova frase ainda está subordinada a
anterior, alargando ainda mais o sentido do pensamento Paulino; nos esclarecendo
que da mesma forma de Cristo, nós seremos no futuro.

ge,nhtai - gi,nomai verbo subjuntivo aoristo dativo 3a pés. Singular (se torne,
seja. aconteça, aconteça como em ser,nasça ou criatura feita (de coisas), se torne
algo (de pessoas)). Este verbo é a expressão futurista dos acontecimentos em
Cristo, dentro do pensamento Paulino Cristo ressuscitou, e desta mesma forma é a
aspiração de Paulo quanto ao futuro dos cristãos.
evn – evn preposição dativo (em, dentro de, de dentro para fora).expressa o
propósito dos acontecimentos futuros; é do propósito de Deus que Ele tenha a
primazia diante de todas as coisas.

pa/sin –pa/j adjetivo pronominal demonstrativo neutro plural (sem o artigo, cada,
todo; todo tipo de, tudo, cheio, absoluto, maior). Este está enfatizando que a
supremacia ou superioridade de Jesus é abrangente; total e engloba tudo. Ele é
superior a tudo e a todas as coisas.

auvto.j – auvto,j substantivo pronome nominativo masc. 3a pes. Singular (até


mesmo, mesmo). ). Este substantivo nominativo predicional enfatiza que é Ele
mesmo o sujeito da frase.

prwteu,wn( prwteu,w verbo particípio presente ativo nominativo masc. Singular


(tenha em lugar primeiro, seja acima de tudo outro). Este verbo faz a afirmação de
que Ele tem a primazia sobre tudo.

’’’Vs 19 o[ti o[ti conjunção subordinativa (que geralmente introduzindo a opinião


subjetiva do escritor.). Esta conjunção introduz à uma nova oração e esta está
subordinada a anterior, por isso a clausula é chamada de espexegética, pois ela
está em aposição ao substantivo da cláusula posterior. É uma cláusula introdutória
na qual se explicará a finalidade e a relação do versículo anterior com esta nova
oração onde no português é uma conjunção causal final, sendo esta nova oração a
expressão da finalidade da ação. Paulo usa de um artifício exegético (o[ti) para
introduzir a figura de Deus o Pai pois não há nenhuma palavra no grego para " o
Pai," neste versículo embora o verbo peça ou qeoj ou o` pathr como é o assunto.
Sua tradução é: pois.

evn – evn preposição dativo(em, dentro de, entre, de dentro para fora). Expressa o
propósito dos acontecimentos futuros; é do propósito de Deus que Ele tenha a
supremacia diante de todas as coisas.

auvtw/| - auvto,j substantivo pronominal dativo masc. 3a pés. Singular ( de si


mesmo, até mesmo, todo, precedido pelo artigo o, mesmo, como uma terceira
pessoa.) Este substantivo nominativo predicional enfatiza que é Ele mesmo o sujeito
da frase.

euvdo,khsen – euvdoke,w verbo indicativo aoristo ativo 3a pés. Singular (seja


agradado, leve delícia ou prazer interno, de dentro). A ênfase dada ao verbo serve
para observarmos que a ação é realizada por Ele, e o resultado traz satisfação a
Deus; e este prazer está em seu interior, parte de seu intimo desejo que o Filho
tenha a primazia e a plenitude de tudo.

pa/n – pa/j adjetivo acusativo nominativo singular (todo tipo de, tudo, cheio,
absoluto, maior). Neste caso o adjetivo aponta enfaticamente para a totalidade da
ação do Pai; não tendo nenhuma restrição em seu desejo em prol do Filho.

to. – o` artigo definido neutro singular (o, isto, que, ele, ela, isto). Este artigo está
demonstrando e definindo o sujeito da oração.
plh,rwma – plh,rwma substantivo acusativo neutro singular (abundância,
perfeição (freqüentemente do ser Divino ou natureza). A ênfase dada por este
substantivo denota a quantidade ou totalidade da ação do Pai em prol do Filho; logo
houve abundância; ao Filho fora concedido a plenitude, nada menos do que isto.

katoikh/sai – katoike,w verbo infinitivo aoristo acusativo (intransitivo: viva,


resolva; transitivo: habite, viva dentro). Este verbo esta na forma imperativa; logo
nEle esta toda a abundância de Deus, o que já ocorreu, porém ainda não de forma
completa, ainda se dará a plenitude; mas o ato já aconteceu, mas ainda não está
concretizado.

Vs 20 kai. – kai, conjunção coordenativa (e, também, é, isto é). ). Está unindo
orações de igual função gramatical, ou seja, esta nova oração tem o mesmo
significado que a anterior, reforçando assim o sentido do pensamento Paulino.

DiV – dia, preposição genitiva (por, por meio de, com,através de). É pela
instrumentalidade do sujeito que a ação se dará a origem, e está marcada por esta
preposição, não deixando dúvidas subseqüentes desta ação, esta ação parte do
intimo dEle para a execução desta ação.

auvtou/ - auvto,j substantivo pronominal genitivo masc. 3a pés. Singular (como


uma terceira pessoa a favor de, ele, isto) Este substantivo é usado para reforçar
possessão o que evidencia a forma de um pronome. Sua tradução poderia ser: dele,
seu.

avpokatalla,xai – avpokatalla,ssw verbo inifinitivo aoristo acusativo


(reconcilie). Por causa do prefixo avpo esta ação é de maneira completa, o ato da
reconciliação é completa, ocorreu verdadeiramente, contudo não afirma a duração
deste ato, o que ainda está para ser completada em sua totalidade.

ta. – o` artigo definido nominativo plural (o, isto, que, ele, ela, isto). Este artigo está
demonstrando e definindo o sujeito da oração.

pa,nta – pa/j adjetivo pronominal acusativo nominativo plural (sem o artigo, cada,
todo) Este adjetivo está atribuindo uma qualidade ao substantivo, e isto de forma
pronominal e definido, ou seja, está afirmando objetivamente que a abrangência
desta ação é de totalidade (todo), sendo ainda que isto inclui todas as coisas, assim
determinando a extensão desta inclusão.

eivj – eivj preposição acusativo (com, em, para dentro, por, se aproxime, entre,
contra, de dentro para fora) Esta preposição indica o movimento da oração, assim
sendo, entendemos que é por meio do Filho que tudo acontece, Ele rege, governa e
ordena todas as coisas, é por meio dEle e de nenhum outro que tudo acontece; tem
uma origem as existências de todas as coisas, sejam criadas, ou de todos os
acontecimentos em nossa volta e de tudo o que acontece no universo e na terra;
esta é uma afirmação da qual não cabe dúvida nos acontecimentos da história, nada
acontece por um destino, ou um acaso, tem uma origem, e esta está nas mãos do
Filho de Deus, Jesus Cristo. O ato reconciliador se dá também pela ação do Filho.
auvto,n – auvto,j substantivo pronominal acusativo masc. 3a pés. Singular (ele,
isto,) Este substantivo nominativo predicional enfatiza que é Ele mesmo o sujeito da
frase.

eivrhnopoih,saj – eivrhnopoie,w verbo particípio aoristo ativo nominativo masc.


Singular (faça paz). A ação deste verbo associado ao modo ativo nominativo, nos
mostra que é o sujeito da ação por quem se opera a reconciliação; resultando na
paz com Deus e para com Deus, beneficiando àqueles que foram reconciliados com
Deus com o retorno a amizade com Deus.

dia. – dia, preposição genitivo (por, através de, por meio de). É pela
instrumentalidade do sujeito que a ação se dará à origem, e está marcada por esta
preposição, não deixando dúvidas subseqüentes desta ação, esta ação parte do
intimo dEle para a execução desta ação.

tou/ - o` artigo definido nominativo singular (a;isso; ela,. para que, de forma que, o
resultado que, isso). Este artigo está demonstrando e definindo o sujeito da oração.

ai[matoj – ai-ma substantivo genitivo neutro singular (sangue, morte, morrer). O


meio pelo qual a paz foi obtida foi através do seu sangue; esta é a fonte da paz (o
derramamento do sangue do Filho).

tou/ - o` artigo definido nominativo singular (a;isso; ela,. para que, de forma que, o
resultado que, isso) Este artigo está demonstrando e definindo o sujeito da oração.

staurou – stauro,j substantivo genitivo masc. singular (cruz). O fato de a


reconciliação ser através do Filho é amplamente reconhecida neste texto, bem como
o preço pago para a obtenção desta paz, que foi o sangue dEle derramado em favor
dos pecadores, agora foi necessário um sacrifício para que isto acontecesse, uma
oferta para Deus; e o local deste sacrifício foi à cruz, onde Ele fora erguido aos olhos
de todos, e todas as pessoas do mundo, visível, e invisível, contemplaram o Filho de
Deus nas "alturas", a semelhança da serpente que Moisés erguera no deserto,
Jesus também o fora; onde todas as pessoas que O contemplar e crer nEle serão
por Ele reconciliados com Deus.

auvtou/ - auvto,j substantivo pronominal genitivo masc. 3a pres. Singular (ele,


isto). Este substantivo é usado para reforçar possessão o que evidencia a forma de
um pronome. Sua tradução poderia ser: dele, seu.

diV dia, preposição genitivo (por, por meio de, com, durante, ao longo de) É pela
instrumentalidade do sujeito que a ação se dará a origem, e está marcada por esta
preposição, não deixando dúvidas subseqüentes desta ação, esta ação parte do
intimo dEle para a execução desta ação.

auvtou – auvto,j substantivo pronominal genitivo masc. 3a pés. Singular (a si


mesmo, até mesmo, mesmo) Este substantivo é usado para reforçar possessão o
que evidência a forma de um pronome. Sua tradução poderia ser: dele, seu.
ei;te ei;te conjunção coordenada (se, ou) Está unindo orações de igual função
gramatical, ou seja, esta nova oração tem o mesmo significado que a anterior, que a
anterior, sua melhor tradução é quer seja, dando ênfase à ação realizada pelo Filho.

ta. o` Artigo definido nominativo plural (os, isto, que, eles, elas, isto). Este artigo
está demonstrando sobre quem se realizará a ação anterior..

evpi.. evpi, Preposição genitivo (sobre, em, ao longo de) Em uso metafórico
assume a noção de domínio, poder; até mesmo sobre a morte. Está acima de outros
coisas, não se importando o que seja, mas demonstra o seu poder sobre tudo.

th/j o` artigo definido genitivo fem. Singular (a;isso; ela,. para que, de forma que, o
resultado que, isso) Este artigo está demonstrando afirmativamente de onde
procede a ação,

gh/j – gh/ substantivo genitivo feminino singular (a terra, terra, país, região, terra,
fundamento, gênero humano). Esta enfatizando a abrangência a que se processou
pelo ato de Jesus na cruz e está focalizada na terra física, real e a tudo o nela habita
ou lhe pertença.

ei;te – ei;te conjunção coordenativa (seja; ou se..se). Está unindo orações de igual
função gramatical, ou seja, esta nova oração tem o mesmo significado que a
anterior, que a anterior, sua melhor tradução é quer seja, dando ênfase à ação
realizada pelo Filho.

ta. – o` artigo definido nominativo plural (os, isto, que, eles, elas, isto) Este artigo
está demonstrando afirmativamente para onde a ação do Filho recai.

Evn – evn preposição dativo (em, dentro de, a, se aproxime, por, antes de, entre,
com). A ação parte do interior do Pai; para em Cristo sermos reconciliados;

toi/j – o` artigo definido dativo masc. Plural (a; isso; eles,. para que, de forma que,
o resultado que, isso) Este artigo enfatiza novamente a procedência ou de qual é a
origem do substantivo anterior, assim ele esta associando ao próximo substantivo o
local de sua ação. Sua tradução é: dos.

ouvranoi/j –Å ouvrano,j substantivo dativo masc. Plural (também usou de Deus


para evitar menção do nome sagrado) céu. Este é uma designação na qual é usada
para demonstrar o local da divindade; ou de tudo o que exista lá; este é também o
local da qual recebeu os benefícios da paz que Cristo estabeleceu por meio de seu
sangue na cruz.

2.2 Tradução e Comparações de traduções


LIVRE ALMEIDA BIBLIA DE BÍBLIA ALMEIDA
REVEISTA E JERUSALÉM CONTEMPORANEA
ATUALIZADA
13 Ele (Deus Pai) 13 Ele nos libertou 13 Ele nos 13 Ele é que nos tirou
nos salvou e nos do império das arrancou do poder do poder das trevas,
tirou com Seu trevas e nos das trevas e nos e nos transportou
poder para fora do transportou para o transportou para o para o reino do Filho
domínio das trevas reino do Filho do Reino do seu filho do seu amor,
e nos transportou seu amor, amado,
com segurança
para dentro do
Reino do Seu Filho
amado.
14 por meio dEle 14 no qual temos a 14 no qual temos 14 em quem temos a
obtemos o perdão redenção, a a redenção – a redenção pelo seu
pelos nossos remissão dos remissão dos sangue, a saber, a
pecados, nos pecados. pecados. remissão dos
redimindo para pecados.
com Deus
definitivamente.

15 Ele é a mesma 15 Ele é a imagem 15 Ele é a 15 Ele é a imagem do


imagem, a mesma do Deus invisível, o Imagem do Deus Deus invisível, o
essência, a mesma primogênito de invisível, o primogênito de toda a
natureza do Deus toda a criação; primogênito de criação.
invisível. Ele é o toda criatura,
primogênito de
toda a criação

16 porque nEle 16, pois, nele, 16 porque nele 16 Pois nele foram
foram criadas todas foram criadas foram criadas criadas todas as
as coisas, seja nos todas as cousas, todas as coisas, coisas que há nos
céus, sejam na nos céus e sobre a nos céus e na céus e na terra,
terra, as visíveis e terra, as visíveis e terra, as visíveis e visíveis e invisíveis,
as invisíveis, sejam as invisíveis, sejam as invisíveis: sejam tronos, sejam
tronos, soberanias, tronos, sejam Tronos, dominações, sejam
principados, soberanias, quer soberanias, principados, sejam
potestades, principados, quer Principados, potestades; tudo foi
autoridades. Tudo potestades. Tudo Autoridades, tudo criado por ele e para
veio a ser criado foi criado por meio foi criado por ele e ele.
por meio dEle e dele e para ele. para ele.
para Ele

17 Ele existe antes 17 Ele é antes de 17 Ele é antes de 17 Ele é antes de


de todas as coisas, todas as cousas. tudo e tudo nele todas as coisas, e
ele é o principio NEle, tudo subiste. subsiste. todas as coisas
(Alfa) e o fim de subsistem por ele.
tudo (Omega). Por
meio dEle tudo
existe, se mantém,
se renova. Ele é o
sustentador de
tudo.
18 e Ele é a 18 Ele é a cabeça 18 Ele é a Cabeça 18 E ele é a cabeça
cabeça da Igreja o do corpo, da Igreja. da Igreja, que é o do corpo, a igreja; é o
seu corpo. Ele é o Ele é o princípio, o Seu corpo. Ele é o princípio, o
primeiro a primogênito de Princípio dos primogênito dentre os
ressuscitar dentre entre os mortos, mortos, tendo em mortos, para que em
os mortos, para para em todas as tudo a primazia, tudo tenha a
que em todas as cousas, ter a preeminência.
coisas ser o primazia,
primeiro.

19 porque foi do 19 porque aprouve 19 aprouve a 19 Pois foi do agrado


agrado do Pai, que a Deus que, nele, Deus, pois nele do Pai que toda a
nEle residisse toda residisse toda a fazer habitar toda plenitude nele
a plenitude da plenitude a Plenitude habitasse,
divindade.
20 e que havendo 20 e que, havendo 20 reconciliar por 20 e que, havendo
feito a paz feito a paz pelo ele e para ele por ele feito a paz
mediante o sangue da sua todos os seres, os pelo sangue da sua
derramamento de cruz, por meio da terra e os dos cruz, por meio dele
seu sangue na dele, reconciliasse céus, realizando a reconciliasse consigo
cruz, por meio dEle consigo mesmo paz pelo sangue mesmo todas as
reconciliou para si todas as cousas, da sua cruz. coisas, tanto as que
mesmo todas as quer sobre a terra, estão na terra como
coisas, seja sobre quer nos céus as que estão nos
a terra, seja nos céus.
céus.

Em todas as versões adotadas para esta exegese nota-se que não houve muitas
diferenças entre elas, somente no que concerne a algumas palavras e uso de seus
sinônimos, mas o sentido original do texto não se perdeu em nada de uma tradução
para outra.

Somente a Bíblia de Jerusalém usa o termo "para ele" no verso de número 20, onde
concorda com o texto grego adotado pelos eruditos, onde o termo aparece entre
colchetes, conforme descrito no ponto anterior, quanto a sua manuscritologia, o que
concorda com o verso de número 16 deste capítulo perfazendo uma harmonia da
idéia de que todas as coisas foram reconciliadas para Jesus e por meio dEle mesmo
para Ele mesmo, dando a ênfase em sua divindade, como agente criador do
universo e de todas as criaturas seja elas visíveis ou invisíveis.

2.3 Analise Semântica do vocabulário

Pretender-se-á fazer agora uma análise mais detalhada da nossa perícope


propriamente dita. A perícope está inserida na epístola de Paulo aos Colossenses,
trabalharemos posteriormente seu contexto histórico, buscaremos salientar os três
principais aspectos do contexto histórico, de forma que pudéssemos nos servir dele
para tentarmos fazer uma apropriada interpretação da mesma.

A análise semântica tem como objetivo entender o significado do texto, qual era a
mensagem do autor aos seus destinatários, neste particular Paulo. E a partir daí,
levantar possíveis temas que surgirão, a fim de posteriormente fazermos uma
reflexão teológica sobre tal mensagem. Procurar-se-á fazê-la de forma
sistematizada, isto é, as principais expressões da perícope serão analisadas na
própria ordem em que o texto bíblico é apresentado e aceito dentro do Cânon. Serão
colocadas as expressões do texto bíblico e em português, conforme a tradução
anteriormente exposta e seu correspondente em grego, para que o leitor se
familiarize com as palavras e ou expressões a serem estudadas.

VERSÍCULO 13

o]j evrru,sato h`ma/j evk th/j evxousi,aj tou/


sko,touj kai. mete,sthsen eivj th.n basilei,an tou/
ui`ou/ th/j avga,phj auvtou/( (Ele nos salvou e nos tirou com Seu
poder para fora do domínio das trevas e nos transportou com segurança para dentro
do Reino do Seu Filho amado).

Depois de uma introdução emocionante em favor dos colossenses, Paulo passa a


exaltar a Deus que nos salvou com Seu poder absoluto do domínio (evxousi,aj)
das trevas; domínio simbolizado pelas trevas (sko,touj) poder da opressão; do
autoritarismo; da mão-de-ferro; é uma força maligna que rege o sistema
governamental existente e a vida das pessoas, que demonstram a falta de amor; do
solidarismo; do egoísmo; da injustiça e do pecado que são as marcas deste domínio
opressor e caótico.

Quando Deus nos libertou deste domínio, nos transportou com segurança para o
Império de Seu Filho amado, a mudança é radical, pois o uso metafórico da figura
das trevas para luz demonstra que agora este novo reino (basilei,an), existe vida,
justiça, liberdade, dignidade, alegria, pois o reino possui as características de seu
Rei.

Quando Paulo diz isto, ele está afirmando que as pessoas que foram transportadas
para este reino da luz foram libertadas daqueles velhos conceitos errados que eram
a lei de suas vidas, mas, agora eles fazem parte de um novo reino, aquilo que os
impulsionavam para o pecado e as praticas erradas foram vencidas a partir do
momento que foram levadas para a luz; esta conquista já é evidenciada na vida das
pessoas devendo ser buscada a cada instante, como demonstração do ato redentor
de Cristo nela; estes agora possuem um novo padrão de vida que os impulsionam
para o amor, para a vontade de ajudar os outros, respeitar e a buscar viver uma vida
justa e piedosa, características estas da luz. O reino da luz possui uma direção, um
governo; onde é exercida a verdade e a ordem bem diferente do governo das trevas
onde reina o caos e o egoísmo.

Neste versículo Paulo da algumas razões fortes afirmando que a nova vida é
adquirida somente em Deus, o fato de viver uma vida reta, integra e justa está em
Deus e no reino do Seu Filho amado, e não em uma pratica de ordenanças morais e
éticas nascidas no coração humano, pois vivem segundo o padrão maligno. Paulo
esta combatendo tais práticas legalistas, que tem por objetivo de elevar o "ser
humano" a alcançar algum benefício divino; mas a verdadeira integridade é
vivenciada somente por aqueles que foram transportados por Deus para o reino de
Seu Filho amado.
"
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Com tal definição final percebemos os benefícios daqueles que foram salvos das
trevas e levados a viverem uma vida em companhia de Seu Salvador, a fonte de
toda a vida.

VERSÍCULO 14

evn w-| e;comen th.n avpolu,trwsin( th.n a;fesin


tw/n a`martiw/n (por meio dEle obtemos o perdão pelos nossos
pecados, nos redimindo para com Deus definitivamente).
Aqui se percebe o Pai utilizando alguém para satisfazer a Sua justiça; pois há uma
inimizade entre Ele e os homens, causada pelo Pecado, por isso Ele redime e
perdoa o homem definitivamente de uma vez por todas, o que é claramente
demonstrado pelo termo avpolu,trwsin Sua justiça foi satisfeita de maneira
que agora Seu Filho tem autoridade para redimir o homem, uma aplicação da justiça
forence; redime o homem do seu pecado "original", restaurando a amizade entre
Deus e os seres-humanos. O Filho é a propiciação e a expiação pelo pecado; e
nesta oferta a Justiça divina se satisfez plenamente.

A função deste versículo é estabelecer a transição para a grande passagem


cristológica que se segue.

Toda a obra da redenção é atribuída a Cristo; é uma libertação conquistada


mediante ao pagamento de um preço; a semelhança de um pagamento para
libertação de um escravo (avpolu,trwsin), cujo preço foi o sangue de Cristo
derramado como forma deste pagamento.

Paulo tem a intenção de mostrar aos gnósticos que Jesus é humano e nossa
redenção é adquirida por Ele e não por meio dos eons intermediários; Jesus não é
nenhum eon, mas é humano.

Esta redenção é o livramento da maldição, particularmente da escravidão do pecado


e livramento para a verdadeira liberdade.

Através deste perdão, os redimidos estão capacitados a viverem com Deus e a


experimentarem a gloriosa comunhão com Ele.

VERSÍCULO 15

o[j evstin eivkw.n tou/ qeou/ tou/ avora,tou( prwto,tokoj pa,shj


kti,sewj( (Ele é a mesma imagem, a mesma essência, a mesma natureza do Deus
invisível. Ele é o primogênito de toda a criação).

Paulo revela a verdadeira Pessoa de Jesus aos colossenses, e se observa a face


histórica de Deus na Pessoa de Jesus, assim a auto revelação de Deus se faz
presente em Jesus; não podemos pensar que o termo primogênito esta se referindo
a uma pessoa criada, mas Ele é o primeiro na série dos ressuscitados (1.18b);
segundo Fabris a tradição judaica observa o papel de precedência em relação aos
irmãos e uma dignidade especial em relação ao pai, permite o esclarecimento do
sentido da expressão: Cristo não só tem um papel mediador na criação, como a
sabedoria, mas enquanto "primogênito" é o "primeiro" a exercer o seu influxo e
senhorio sobre ela.

Jesus não é apenas um reflexo do Deus invisível, pois o termo eivkw.n não
possibilita esta interpretação, pelo contrário expressa a igualdade em tudo, na
semelhança, na essência, nos atributos e na revelação da mesma Pessoa, assim
Jesus é a revelação da Pessoa do Deus invisível.

O Filho é Deus revelado, o Filho é o próprio Deus, a manifestação de Deus, como


definiu o comentarista Hendriksen. Ao usar este termo, a ênfase é dada para realçar
Àquele a que pertence o direito e a dignidade do primogênito em relação a toda
criatura, como primogênito Ele é o herdeiro e soberano de tudo.

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Novamente Paulo revela novas características de Jesus, para pessoas que estão
confusas em entender o verdadeiro sentido da encarnação de Deus em Jesus
Cristo.

VERSÍCULO 16

o[ti evn auvtw/| evkti,sqh ta. pa,nta evn toi/j ouvranoi/j kai. evpi.
th/j gh/j( ta. o`rata. kai. ta. avo,rata( ei;te qro,noi ei;te kurio,thtej
ei;te avrcai. ei;te evxousi,ai\ ta. pa,nta diV auvtou/ kai. eivj
auvto.n e;ktistai\ (16 porque nEle foram criadas todas as coisas, seja nos céus,
sejam na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, soberanias, principados,
potestades e autoridades. Tudo veio a ser criado por meio dEle e para Ele).

Devido ao uso da conjunção Subordinada o[ti entende-se que por meio dEle (o
Filho) todas as coisas vieram a existir, sendo que ele é o agente dinâmico na ação
criadora, por ser Ele da mesma essência de Deus Pai, vê-se que o Filho é também o
criador; logo Paulo enfatiza a deidade de Jesus, mas agora, de uma forma que
expresse como Jesus o Criador, a imagem do Deus invisível, e por meio de sua
ação, pelo Seu poder todas as coisas passaram a existir, seja nos céus com todas
as suas hostes celestiais; sejam na terra com todas as suas criaturas; reinos e
povos. Ele tem autoridade sobre todos e todas as coisas (ta panta).

Por meio de Cristo, todos os reino são estabelecidos, pois Ele é o detentor de
autoridade para assim estabelecer todo governo; dentro do pensamento gnóstico
havia aeons específicos para cada hierarquia; porém Jesus torna obsoleta esta
forma de pensamento.

O caráter criador de Cristo é revelado no verso, mas o pensamento de Paulo nos


mostra que em Cristo foram criadas todas as coisas, assim toda a criação está
realizada dentro da esfera de Cristo, ou seja Jesus é a fonte da criação, o Alfa.

Tudo o que existe é um desdobramento da mente de Deus acerca de como


deveriam ser a natureza e das exigências do ser de Cristo.

Cristo é o padrão ou protótipo da criação, tudo foi criado sob a consideração do seu
ser; expressando-o de alguma maneira a fim de fomentar a Sua glória a fim de
manifestar as excelências de Sua pessoa.
Deus projeta toda a criação a partir de Cristo, pois Ele queria se revelar as suas
criaturas, assim Jesus se torna a razão pela qual Deus decidiu criar tudo, pois Ele é
a personificação clara de Deus; neste sentido o ser humano fora criado segundo a
imagem de Cristo; pois Deus projetou, realizou a criação e se manifestou na Pessoa
de Jesus, o que o torna a fonte da criação.

O ato criador de Jesus é total, por meio dEle todo o universo, a criação passou a
existir, rebatendo a heresia gnóstica, que dizia que o ato criador estava reservado a
certos aeons maus; mas todos os elementos celestiais passaram a existir por
intermédio de Jesus, o que mostra a superioridade deste para com aqueles.

Jesus é a fonte criadora, quando Paulo diz isto não está apenas mostrando a
instrumentalidade pela qual Deus se utilizou para criar todas as coisas; a ênfase
está na afirmação de que Jesus é o próprio Deus criador, a fonte da vida e da
criação,muito além do pensamento gnóstico que creditava a um aeon maus a
criação de tudo A filosofia dos gnósticos sobre este assunto, diz que o criador é mau
e foi criado por um aeon que está remoto (longe) é varrido . O Filho do amor de
Deus é o Criador e o Sustentador do universo que ele não é mau.

Jesus é o Alfa, mas também é o Omega; o fim de todas as coisas, pois tudo passou
a existir para Ele mesmo; ou seja, todas as coisas retornarão para Ele sendo
absorvidas por Ele, os remidos chegarão a participar de sua própria natureza, sem
jamais perderem sua individualidade; tudo foi criado a fim de que, eventualmente
encontrasse nEle a razão da existência. Ele é aquele que preenche a tudo e a
todos..

Jesus Cristo é a causa material da criação, é a substância na qual tudo tem o seu
potencial. Ele é a causa formal, nEle se acha o plano de desenvolvimento e seu
potencial. Ele é a causa eficiente, sendo o agente pelo qual a criação passou a ser
concretizada. E é a causa final, pois se cumprem todos os desenvolvimentos ou
fruição da vida. Ele é o alvo na direção do qual se move a criação.

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VERSÍCULO 17

kai. auvto,j evstin pro. pa,ntwn kai. ta. pa,nta evn auvtw/|
sune,sthken. (Ele existe antes de todas as coisas, ele é o principio (Alfa) e o fim
de tudo (Omega). Por meio dEle tudo existe, se mantém, se renova. Ele é o
sustentador de tudo).

A idéia do versículo anterior ainda se faz presente; mas agora o autor aborda outras
características do Filho, porém com o mesmo vigor, dinâmica e didática da frase
anterior; aqui se vê o caráter eterno do Filho, pelo uso enfático do verbo evstin se
percebe a preocupação de Paulo em afirmar de modo enérgico esta declaração.
Aqui se concentra um dos mistérios da economia de Deus na ordem das funções; do
Pai; do Filho e do Espírito Santo; esta afirmação coloca Cristo sendo o agente
Criador de tudo, pois por meio dEle que tudo passou a existir e virão a existir; tudo
depende dEle para sua preservação; Ele é a fonte da vida e da renovação de tudo;
Ele é a fonte inesgotável de toda vida; a vida é a essência do Filho, esta
dependência mostra o caráter divino de Jesus. Ele é a vida, nEle está a vida.

Além de ser Jesus o criador de todas as coisas, é por meio dEle que tudo é
sustentado, Ele é a fonte de toda ordem, e harmonia de toda natureza, e renovação
da vida no universo todo, o mundo e suas leis "naturais" são na verdade ordenados
por Jesus; e não tem nada de ser uma lei que surgiu do acaso, do destino ou da
necessidade de sobrevivência; mas é o próprio Senhor Jesus que as estabeleceu
para que houvesse a ordem e a sobrevivência na terra

Cristo é eterno, assim Ele não tem principio ou fim, mas Ele é o principio e o fim de
todas as coisas; Jesus é atemporal, a concepção de que Jesus teve inicio é
equivocada, pois Ele é o próprio Deus, o sustentador de tudo o que existe, assim se
percebe a ilimitação de Sua Pessoa.

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VERSÍCULO 18

kai. auvto,j evstin h` kefalh. tou/ sw,matoj th/j evkklhsi,aj\ o[j


evstin avrch,( prwto,tokoj evk tw/n nekrw/n( i[na ge,nhtai evn
pa/sin auvto.j prwteu,wn( (Ele é a cabeça da Igreja o seu corpo. Ele é o
primeiro a ressuscitar dentre os mortos, a fim de ser o primeiro em todas as coisas.

Neste simbolismo de ser Cristo a Cabeça do corpo, se percebe a união vital entre
Ele e seu corpo, é uma união mística, aqui porém está em foco a autoridade
absoluta de Cristo e seu governo ativo sobre a Igreja, Cristo está na qualidade de
Senhor.

A Igreja é um organismo vivo, pois está ligada a cabeça que é a fonte da vida, logo
Ele a sustém, a mantém em vida, com isto existe a harmonia e o amor entre a
cabeça e o corpo, nesta interação se percebe que não existe nada mais além de ser
Cristo àquele que mantém o corpo saudável.

A supremacia ou preeminência de Cristo era exatamente a verdade que necessitava


receber ênfase, como já foi demonstrado, é por esta razão que este aspecto
específico da doutrina é proposta aqui em Colossenses.

Como cabeça, Cristo faz com que sua igreja viva e cresça. Ele se constituiu o seu
cabeça orgânico, como tal Ele exerce autoridade sobre a mesma, e de fato, sobre
todas as coisas relacionadas aos interesses da Igreja, Ele a governa e a sustenta,
suprindo-a de todas suas necessidades espirituais e materiais.

Ora sendo o Filho de Deus o cabeça orgânico é enfatizado a Soberania dEle para a
Igreja, então ela não é de modo algum dependente de qualquer criatura, seja anjo
ou outra coisa, pois sua suficiência está somente em Cristo, Sua fonte de vida.

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Neste sentido sendo Cristo o cabeça da Igreja, Ele dá direção e unidade para Sua
igreja, assim a Igreja de Cristo é a expressão do agir de Deus entre nós; a Igreja
tendo sua força vital em Cristo poderá exercer e divulgar ao mundo o amor e a vida
com que ela é preenchida por Jesus.

A igreja possui esta capacidade de dar sentido e razão existência humana.

VERSÍCULO 19

o[ti evn auvtw euvdo,khsen /| pa/n to. plh,rwma katoikh/sai (porque


foi do agrado do Pai, que nEle residisse toda a plenitude da divindade).

Quando pensamos em plenitude, pensamos em totalidade ou em algo que está


transbordante, assim foi do inteiro agrado de Deus que em Jesus habitasse toda a
plenitude divina; com isto se observa a Pessoa de Jesus expressando em tudo o
que Ele fazia e realizou, tanto na criação, no campo transcendental, como no campo
imanente, o Jesus histórico se revela divino em todos os seus conceitos morais e
éticos, percebe-se que Sua vida foi à expressão máxima do que é viver sob a
orientação e governo divino; foi uma vida santa onde a humildade e o respeito pela
vida teve preeminência, nos revelando os padrões de Deus.

Jesus está cheio do poder e do amor de Deus, assim como Deus habita em Sião,
Jesus é o espaço físico ideal para a habitação plena da presença de Deus, era
necessário que fosse assim para que Ele pagasse o preço de nossos pecados, e
poder agradar a Deus satisfazendo a Justiça divina.

Rebatendo os gnósticos, Paulo mostra que Deus se agradou na Pessoa de Jesus


para ser Ele a plenitude da expressão divina, e não em outro, ou nos aeons como
eles pensavam. Jesus é a expressão máxima da Pessoa de Deus.

VERSÍCULO 20

kai. diV auvtou/ avpokatalla,xai ta. pa,nta eivj


auvto,n( eivrhnopoih,saj dia. tou/ ai[matoj tou/ staurou/ auvtou/
( ÎdiV auvtou/Ð ei;te ta. evpi. th/j gh/j ei;te ta. evn toi/j ouvranoi/jÅ
(e que havendo feito a paz mediante o derramamento de seu sangue na cruz, por
meio dEle reconciliou para si mesmo todas as coisas, seja sobre a terra, seja nos
céus).

A obra da reconciliação é a paz entre Deus e os seres humanos, esta obra teve
como altar a Cruz; onde Cristo derramou o seu sangue, pagando e cancelando a
dívida que estava sobre nós pecadores; mas o verso mostra também que Cristo fez
tudo isto para Ele mesmo, ou seja, para que todas as coisas fossem reconciliadas
por meio dEle e para Ele, sendo Ele o único digno de receber a honra a glória e o
louvor; para ele (diV autou).

O fato de haver uma inimizade entre os homens e Deus está subentendida, porque
por meio de Jesus se estabelece a paz entre Deus e os homens; a palavra
reconciliação e enfatizada pelo termo avpo que expressa este fato como definitivo,
não deixando margem para se pensar em outro ato de Deus em favor da
reconciliação dEle para conosco.

Deus opera por meio de Cristo a obra da reconciliação, e foi necessário que a oferta
fosse perfeita, sem mácula, sem pecado, a qual deveria agradar a Deus e a Sua
justiça, pois a dívida que estava sobre nós precisava ser paga, e somente pelo
derramamento do sangue de uma oferta perfeita e pura é que ele seria pago diante
de Deus.

A cruz é o local do ofertório, e Jesus é erguido à vista de todos, e cumprindo todas


as profecias proferidas pelos profetas a respeito dEle.

A oportunidade da reconciliação com Deus permite ao "homem" experimentar as


mais ricas alegrias e satisfação, pois agora limpo pelo sangue de Jesus, o pecado é
perdoado, e as pessoas remidas passam a viver um novo estilo de vida,
experimentam e passam a conhecer os perfeitos preceitos de Deus o que eleva em
muito o nível de vida dos remidos.

Reconciliar é re atar todos os laços de amizade com Deus, é experimentar a


presença transcendente e imanente de Deus na Pessoa de Jesus Cristo.

III) LEITURA DIACRÔNICA DO TEXTO

3.1 Crítica Literária

3.1.1 Análise da Composição Literária

Muito se tem falado a respeito da carta aos colossenses, principalmente o que


concerne ao texto entre os versículos 15 ao 20 do capitulo primeiro; uns preferem
atribuir a composição deste hino a Paulo; outros preferem atribuir a um hino pré-
existente, sendo adaptado por Paulo, para melhor explicar a Excelência da Pessoa
de Cristo aos crentes rebatendo assim a heresia gnóstica prevalecente em
Colossos.

Para uma melhor explicação observaremos algumas posições:

A primeira cristandade glorificou a Cristo como o Senhor em hinos (Cl


3:16; Ef 5.19) e cantou salmos cristãos (ICo 14.26). tais hinos são
citados integral ou parcialmente nas cartas do Novo Testamento. Nos
atos o autor, seguindo o modelo do cântico cristão primitivo, formulou
por seu turno hinos, a fim de descrever o louvor dos redimidos pela
swthrí’’’’"i,ªªªªa.
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No texto analisado se percebe a construção poética do escrito. Pela


presença marcante de duas palavras em grego, j e’’,stiu
referenciais das duas estrofes existentes neste hino; ambas as estrofes
a oração relativa introduz uma declaração da soberania de Cristo, à
qual se segue cada vez um o’]]ti justificativo. Acrescentam-se os vv
17 e 18 com kai.
au,to,j, o versículo 20 com kai. di
‘’,au,tu""?|">>..
O hino enaltece a Cristo como o Senhor da criação e da reconciliação.
No entanto o autor de Colossenses não adotou o hino em alterações,
mas interpretou-o dentro de visão paulina.

No fim da primeira estrofe a expressão cefalh. tou


sw,matoj tinha originalmente um sentido cosmológico; swma
refere-se ao cosmo que abrange o universo, e cuja cabeça é Cristo.
Com o acréscimo thj evkklhsi,aj confere-se significado
eclesiológico à declaração: Cristo é o Senhor sobre o cosmo, mas
atualmente exerce seu senhorio universal na igreja. Na forma atual o
versículo 20 está sobrecarregado: Ele estabeleceu paz dia. tou/
ai[matoj tou/ staurou/ auvtou. As palavras dia. tou/
ai[matoj tou/ staurou/ auvtou revelam-se como sendo uma
inserção, pela qual o autor da carta indica o sentido da teologia paulina
sobre a cruz, para a cruz de Cristo como lugar em que foi fundada a
reconciliação cósmica .

No trecho seguinte o estilo muda da afirmação (vv 15-20) para o apelo


(vv 21-23), a fim de adjudicar à comunidade a palavra da reconciliação.

Além dos citados, os escritos do NT apresentam ainda outros


exemplos de hinos cristãos primitivos: Fé 1:3-14; 5:14: IPÊ 2:22-
24(25); Hb 5:7-10 e outros mais. Os hinos cristológicos que poderiam
ser cantados em diversas ocasiões possuíam como lugar vivencial
primeiramente o culto da comunidade, no qual se entoavam hinos a
"CHRISTO QUASE DEO" .

3.2 Crítica da tradição

3.2.1 Formas

Para podermos definir em qual categoria o escrito de Paulo aos


Colossenses é enquadrado pela critica literária se faz necessário
observamos primeiramente as definições corretas do que seja uma
carta e uma epístola.

De um modo geral a epístola é uma carta de qualquer espécie:


originalmente apenas uma comunicação escrita entre pessoas
distantes entre si, quer pessoal e particular, quer oficial. Neste sentido
as epístolas fazem parte da herança de todos os povos dotados de
literatura, e exemplos já podem ser encontrados nos tempos do Antigo
Testamento (2sm 11; 1Rs 5,10,20, e outras).

Para Deissmann, A , a carta serve para, em caso de separação


especial, manter contato e troca de pensamentos entre remetente e
destinatário. Surge sempre de uma situação determinada e fala para
uma realidade específica do destinatário.

A epístola para este mesmo autor é diferente da carta porque ela


fornece apenas uma moldura de uma exposição literária; não se dirige
a destinatários determinados, mas tem por objetivo aproximar um
tratado a um círculo mais amplo de leitores, diferenciado da carta
propriamente dita, essa forma artística foi denominada de epístola;
sendo que a palavra epístola significa não outra coisa do que carta.
Para Kümmel, os escritos paulinos tomam uma nova fórmula literária
mais próximas dos escritos oriental e judaico, do que das fórmulas
epistolares helenistas.

Os escritos Paulino assumem certa superioridade sobre as epístolas


helenistas, pois são desprovidas de artifícios literários e do caráter
popular. Isso foi conseguido mediante transformações livres e
intencionais dessas peças literárias, especialmente da fórmula
introdutória que, de acordo com a ocasião da carta, varia de fórmula,
não só na introdução como na conclusão que é formalmente
estruturada, mas também por causa da parênese encontrada em
quase todas as cartas e das comunicações relativas às viagens de
Paulo e de seis companheiros de jornada.

As epístolas paulinas que chegaram até nós são epístolas do apóstolo


em caráter oficial, servem para levar adiante sua atividade missionária
à distância. Na pena do Apóstolo, a forma da epístola toma todas as
formas estilísticas do discurso missionário oral, falando de maneira
geral, desde a pregação da Palavra até a oração de adoração, sermão,
parênese, exposição doutrinária, testemunho profético e hino, e,
conseqüentemente na Igreja Primitiva torna-se a forma de expressão
escrita, tanto da literatura edificante como no pensamento teológico.
Ocasionalmente, Paulo faz uso de unidades que tinham sido dele
próprio, quer pela tradição cristã primitiva (ICo15:3-5; Rm 1,3,4; Cl
1:15-20), contudo o vocabulário e a origem de tais trechos só podem
ser afirmados conjenturalmente.

Uma epístola escrita para uma ocasião toda especial, e que


evidentemente deve ser lida por todos os cristãos em determinada
circunstância (ITs 5.27), uma epístola dirigida a uma comunidade
vizinha (Cl 4.16); ou epístola dirigida a várias comunidades (Gl ,1.2; cf
2Co 1.1), estão todas destinadas a se tornar textos literários com
caráter oficial.

A força motriz para a formação independente da forma epistolar num


meio de autocomunicação literária da cristandade foi a real
necessidade da missão para a edificação, defesa contra idéias
errôneas e manutenção da ordem eclesial.

Reconhecemos que o estilo literário de Colossenses, segundo os


apontamentos apresentados se aproximam mais aos de uma epístola.

Pois esta epístola tem na introdução o nome do remetente e do


destinatário, bem como a alegria pessoal do apóstolo pelos irmãos de
Colossos com ações de graças a Deus pela vida deles; tem ainda uma
oração, e ainda na saudação um Hino Cristológico como atitude de
louvor a Deus pela vida deles; tendo ainda dados pessoais do
apóstolo, quanto às condições a que ele está sujeito por causa de
Cristo; seguindo a esta apresentação segue os ensinos doutrinários e
teológicos a que Paulo está disposto a defender contra os hereges de
Colossos; finalmente segue as saudações pessoais do apóstolo e
recomendações de seus auxiliares aos irmãos colossenses, com
respeito ao tratamento para com àqueles e com respeito ao destino
que estes ensinamentos devam ter: de serem lidos na Igreja de
Laodicéia, e vice-versa (Cl 4.16).

3.3 Crítica da Redação

3.3.1 Local da redação

Existe uma polêmica com relação ao local da prisão de Paulo, se ele estava na
oportunidade da redação desta carta em Éfeso; ou em Cesaréia, ou em Roma, local
este mais provável segundo a maioria dos críticos; sendo unânimes em admitir e
afirmarem que realmente Paulo estava preso, como também está explícito na
própria carta, segundo os versículos três, dez e dezoito do capítulo quatro de
Colossenses. Tradicionalmente existem estas três hipóteses a ser consideradas, as
quais estaremos a seguir, dando os prós e contra de cada cidade supra citadas.

Em virtude das condições a que Paulo estava não era possível que Paulo estivesse
em Cesaréia porque estivera preso nesta localidade quando fora transferido de
Jerusalém para lá, em decorrência da perseguição dos judeus contra ele, conforme
lemos em Atos capítulo 23: 23; 33; 25: 6; 13.

Segundo Kümmel (1982, p 455), existe uma objeção quanto ser a redação desta
carta em Cesaréia, pois segundo ele, esta cidade era muito pequena e dificilmente
poderia ter sido escolhida para as atividades missionárias de muitos companheiros
de Paulo, entre os quais somente alguns fossem judeus cristãos, e assim não
justificaria a ida de Epafras até lá, como sendo um itinerário missiológico.

Contra a hipótese de a autoria paulina ser em Cesaréia, argumenta Champlin:

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Os argumentos em favor do local da autoria na cidade de Éfeso são fortes, porém, a


maioria dos críticos a rejeita por alguns motivos, como por exemplo: primeiro, não há
informações neotestamentária certa sobre isso, exceto talvez, o trecho de I Co
15.52; assim tudo não passa de meras especulações. Segundo, não há quaisquer
citações dos primeiros pais da igreja ou da tradição cristã, em apoio a essa teoria.
Terceiro, muitos bons eruditos modernos rejeitam esta hipótese, em virtude dos
vários ângulos estudos do problema; confirmando assim a autoria em Roma. Quarto
motivo é que seria incoerente para Paulo se empreender a uma viagem de mais de
3.200 km, para confirmar novamente as reais condições das igrejas que ele fundara.
(Champlinn, p 75).

Os motivos que favorecem a localidade supostamente correta apontam com mais


certeza para a cidade de Roma.

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Para Kümmel, sua justificativa para determinar a correta localidade do


aprisionamento do apóstolo Paulo cita o ponto de vista de João Crisóstomo, como
sendo o argumento mais coerente até os dias de hoje:

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Com certeza determinar a verdadeira localidade de Paulo ao redigir a carta aos


Colossenses parece uma tarefa ainda a ser cumprida com total exatidão, é de suma
importância pois estabelecer o contexto em que Paulo estava inserido e o que
realmente estava acontecendo com ele e com a Igreja, é fundamental para
entendermos os temas tratados na Sagrada Escritura para nossos dias.

Diante dos argumentos prós e contras, chega-se a conclusão que parece mais
provável de que a epístola aos Colossenses foi redigida durante o aprisionamento
de Paulo em Roma entre os anos de 61 a 63 A D em virtude dos outros
comentaristas situarem as cartas de Efésios; Filemon e Colossenses, no mesmo
local, destacando a homogeneidade que há entre estas epístolas, o que ajuda a
caracterizar estas epístolas como sendo escritas na mesma localidade das já
referidas. Em decorrência dos vários nomes que aparecem no final destes textos
bíblicos, e também por causa dos mesmos portadores que o próprio Paulo
encarregou de enviar a estas respectivas Igrejas, sendo eles Tíquico e Onésimo,
conforme os textos que segue: Ef 6:21,22; Cl 4:7-9, em Filemon 23, 24, sendo o
próprio Onésimo o portador da carta.

Como se pode perceber as dificuldades em torno do local preciso da autoria desta


epístola é ainda hoje discutida, mas os argumentos em favor da cidade de Roma
são ainda o mais aceito, pois as sugestões que favorecem as cidades de Éfeso e
Cesaréia não são consistentes, enquanto os argumentos favoráveis a Roma foram
satisfatórios aos críticos da atualidade, e por isso concorda-se com eles a favor de
Roma.

3.3.2 Data da redação

Se por um lado fora difícil determinar com precisão a localidade em que esta carta
fora escrito por Paulo; agora o desafio de situar esta carta em sua data correta,
torna-se uma tarefa mais desafiadora há necessidade de alguns apontamentos para
que não seja cometida nenhuma falha neste ardoroso trabalho de pesquisa quanto à
ocasião da escrita da mesma.

Para Champlinn a data mais provável de sua redação está entre os anos de 54 a 62
d.C.; se levarmos em conta que a autoria foi em Roma, isto justificará os elevados
termos teológicos concebidos por Paulo, quanto à relevância da Superioridade da
Pessoa de Cristo Jesus, relatada nesta epístola.
Para kümmel, a época da redação situar-se-ia ou em 56-58 ou em 58-60.

Para o comentarista William Hendrisksen, esta epístola fora escrita segundo tudo
aponta para a data durante o período de 61-63 A D., talvez alguma data neste
período ou próximo aos meados do mesmo, pelo menos antes da redação de
Filipenses

Oscar Cullmann situa a data da redação ao mesmo tempo em que a epístola de


Filemon fora escrita, ou seja, no ano 59 A D., Paulo está na prisão (4:3,10,18), em
Roma, verossimilmente.

Temos uma excelente contribuição quanto à datação da epístola aos Colossenses


no Novo Dicionário da Bíblia, a qual a data no ano de 61 A D, ao que parece é a
data mais provável.

3.3.3 Autenticidade da autoria da carta

Muito se tem discutido a respeito da autoria desta carta, uns não a reconhecem
como composição genuína de Paulo, outros defendem a autoria paulina, assim
devemos investigar com quem está a verdade ou supostamente está a verdade, já
que aqueles alegam a autoria a uma outra pessoa e não diretamente a Paulo,
devido ao uso de muitas preposições e conjunções e alguns substantivos que
supostamente Paulo não utilizava habitualmente em outras cartas de sua autoria,
por isso é relevante nesta parte do trabalho levantarmos estas questões que são
essenciais para o reconhecimento do verdadeiro autor, já que o altíssimo nível
teológico que existe nesta carta é algo que nos mostra ser uma pessoa
extremamente conhecedora de Cristo e do fundamento cristão.

Segundo Martin, a tradição de que Colossenses é autenticamente paulina está


fundamentada na tradição dos Pais Eclesiásticos que assim a aceitavam (Ireneu:
Adv . Haer., iii.14.1; Tertuliano: De Praescr.Haer.vii; Clemente de Alexandria:
Strom.i.1) e não havia disputa sobre sua autoria durante as décadas anteriores; há
ainda a inclusão de Colossenses no Cânon muratoriano, no qual Márcion a inclui em
sua lista canônica.

Existem ainda provas internas registradas na própria carta, como é confirmada no


começo do capitulo (1.1), bem como também no final da carta (4.18).

Para Robertson esta carta é genuinamente paulina pela determinação e do estilo


energético que evidencia a personalidade de Paulo, demonstrada em cartas
consideradas genuinamente paulina, como a carta aos Romanos; e aos Corintios e
Gálatas que segunda a critica atual não duvidam da autoria paulina.
Para Kümmel as divergências existentes quanto o estilo gramatical pouco tem
relevância, já que o uso de partículas não determina a autenticidade da carta, pois
para ele o conteúdo teológico é mais importante.

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ênci
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con
ceit
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paul
inos
fami
liare
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Paul
ino
ond
e tal
expr
ess
ão
tam
bém
não
apar
ece.
(Rm
1.14

6.23
;
2Co
1.1-
7,16
).

O conteúdo cristológico é uma afirmação paulina, como expressada nas epístolas de


1Co 2.8;8.6; 2Co 4.4; Gl 4.3,9; Fl 2.10, como afirma Kümmel; os ensinamentos de
Colossenses são uma antítese contra os ensinamentos dos falsos mestres, Paulo
atribui a Cristo o papel cosmo-abrangente de mediador da criação e de vencedor
das forças cósmicas pela sua morte e ressurreição (1.15-17.20a;2.10.15). A
cristologia cósmica, que assim fica evidente, possui seus antecedentes como nos
textos supra citados.

Ainda participando do pensamento de Kümmel, o fluxo da evolução de idéias e dos


pensamentos Paulino, caminham de Colossenses para Efésios e não o contrário,
logo essa epístola tem uma linguagem mais trabalhada, com as idéias mais
sistematizadas e ordenada, em decorrência da urgência que o problema de
Colossos trazia para o cristianismo e aos cristãos de lá, ao compararmos estas duas
cartas percebemos a fluência de idéias vindas de Colossenses para Efésios e nunca
o contrário.

Para Kümmel a conclusão que se chega é que realmente Colossenses fora escrita
por Paulo, sendo ainda usada por Justino (dial. 85. 2; 138.2), como ele atesta em
seu livro.

Para Hendriksen, os argumentos lexicográficos contra a autoria paulina são de


pouca relevância, pois a argumentação vai de acordo com o assunto a ser tratado;
assuntos diferentes requerem palavras diferentes.

Em sua argumentação Hendriksen expõe várias cláusulas as quais se afirmam que


Paulo não escreveu esta carta, ele as rebate dizendo que se tomarmos isto como
comprovação de autenticidade, teremos que nos ater também aos vários tipos de
conjunção e seus tipos (narrativa, descritiva, didática, hortativa ou doxológica) dos
quais Paulo os usa com destreza, já que cada um tem seu significado próprio; ou
ainda que estes críticos conseguissem provar que todos os autores gregos revela
um padrão consistente no uso desta conjunção, não se importando em que sentido
ele emprega, então eles teriam mais consistência para suas argumentações anti-
paulinas .

Outro comentarista de expressão é Oscar Cullman que atesta esta epístola a Paulo,
seus argumentos são importantíssimos já que ele admira o fator teológico que ela
nos mostra uma nova característica de Cristo e sua obra cósmica, alargando assim
o horizonte do cristão ao universo.

Contra as argumentações dos críticos quanto a autoria paulina Cullmann diz que o
gnosticismo já estava presente na cultura grega muito antes do cristianismo, e não
somente após o século II como alguns dizem, o gnosticismo não atacou o
cristianismo diretamente mas o fez por meio do judaísmo helenizado.
A doutrina da pré-existência de Cristo não é uma idéia particular desta carta,
achamo-la expressa na epístola aos Filipenses (2.9-11). À mediação de Cristo na
criação do mundo aparece mesmo em I Co 8.6, passagem cuja autenticidade
paulina jamais foi contestada.

Cullmann ainda diz que Paulo querendo combater eficazmente os gnósticos, deveria
lutar no próprio terreno deles e empregar termos gnósticos para retorna-lo contra
eles.

As idéias de Colossenses são mais primitivas do que as de Efésios, o que nos


mostra a evolução do pensamento de Paulo nesta carta, e naquela o surgimento de
uma nova concepção teológica, fantástica é podermos deslumbrar o surgimento e o
crescimento das idéias deste autor ungido de Deus.

Até que se prove o contrário, é mais certo e honesto admitir-se que esta epístola
realmente foi escrita pelo apóstolo Paulo, todas as indicações apontam para esta
conclusão, e como os demais críticos, concordar-se-á com esta afirmação em favor
da autoria paulina.

3.3.4 Propósito de Paulo ao escrever a epístola


aos Colossenses

Após relatório recebido de seu amigo e irmão na fé, Epáfras, Paulo elabora uma
resposta convincente para derrubar as argumentações errôneas que surgiram na
igreja de Colossos, para Paulo defender as bases do cristianismo era de
fundamental importância, pois, não queria ver sua obra destruída, ainda que esta
igreja não tenha sido fundada por ele,contudo, foi fundada por um dos seus
discípulos, e por isso, ele poderia considera-la como uma das "suas" igrejas.

Champlin diz ainda que Paulo desejava dar instruções positivas quanto às crenças e
à ética cristã, não servindo apenas de mera polêmica contra o gnosticismo. Paulo
combinou habilmente esses dois propósitos neste escrito.

Para Fabris, Paulo estava muito preocupado e alarmado com o tipo de filosofia que
surgira em Colossos, e isto poderia levar os cristãos daquela localidade e de outras
a um afastamento da fé em Cristo e a uma corrupção dos ensinamentos que Paulo
já difundira pelas igrejas onde passou, pois para os judeus-helenistas, esta nova
filosofia significava uma nova corrente religiosa.

Todos os críticos concordam que o propósito da autoria desta carta é combater as


heresias existentes no meio da comunidade de Colossos, queriam fundir o
Evangelho em uma especulação filosófica (2.8), tingida de gnosticismo, Paulo lhe
opõe em sua carta uma doutrina cristológica das mais nítidas: < em Cristo habita
corporalmente toda a plenitude da Divindade>, plenitude da qual fala os heréticos, e
nele sois plenos (2.4-10). Esta heresia é propagada por judaico-cristãos, e o
apóstolo toma cuidado em acentuar a superioridade da circuncisão espiritual sobre a
circuncisão carnal do judaísmo (2.11); enfim esses heréticos querem introduzir
práticas ascéticas que Paulo recusa, malgrado sua aparência de sabedoria, como
contrárias à liberdade cristã (2.16-23), para expor, em seguida, o que deve ser a
disciplina da vida cristã (3.1 até 4.6).

Segundo Kümmel os cristãos de Colossos estavam sendo ameaçados pelo perigo


dos falsos mestres. Embora estes ainda não houvessem obtido completo sucesso
(2.48.20), evidentemente já teriam causado forte impressão à comunidade. Por isto,
Paulo se mostra agradecido pela condição dos colossenses como cristãos, e alegre
por causa da disciplina existente em suas fileiras e da fidelidade que demonstram à
fé em Cristo (1.3ss;2.5).

No entanto, Paulo julga necessário o aperfeiçoamento e o fortalecimento da


confissão da comunidade cristã (1.9ss;2.6s).

Para Paulo esta doutrina errada somente poderia ser corrigida através da exposição
da verdadeira doutrina, ou seja, colocar Cristo como a verdadeira origem e o cabeça
do universo, de todas as criaturas, inclusive de todos os seres angélicos, é o
portador da reconciliação para eles tanto quanto para a humanidade, sua cruz
representa o triunfo sobre as forças espirituais, nele habita toda a plenitude da
divindade, o mundo inteiro encontra toda a plenitude divina no seu ser, da redenção,
da sabedoria, e do conhecimento.

Paulo enfatiza o papel cósmico de Cristo e o domínio dos poderes espirituais por ele
exercido justamente porque os falsos mestres colossenses levantaram dúvidas
sobre o fato de haver Cristo subjugado os elementos do mundo, e porque
procuraram reivindicar para si próprios tais poderes por meio de recursos cúlticos e
ascéticos, e seus esforços neste sentido impressionaram uma parte da comunidade,
e até mesmo a Paulo que observou atentamente estes erros e por isso os combateu
acirradamente.

Assim Paulo escreve a carta com o objetivo bem claro e definido, rebater os falsos
ensinos e levar os cristãos a uma vida coerente com a fé professada, é esta a
conclusão que se chega após estes comentários que anteriormente fora exposto.

3.3.5 Tema central e esboço da carta

A epístola de Colossenses é muito rica em seu conteúdo, trazendo novas


considerações teológicas o que tem confundido até hoje os críticos literários,
verdadeiros especialistas no estudo aprofundado do Novo Testamento e
principalmente nas cartas Paulinas, por isso é relevante nesta parte do trabalho
observamos com cuidado a temática desta epístola tão importante para nossa
pesquisa.

Para Hendriksen o tema central desta epístola é: Cristo, o Preeminente, o Único e


Todo-Suficiente Salvador.

Na introdução da Bíblia na linguagem de hoje, o tema desta epístola está centrado


na nova vida que os seguidores de Cristo tem por estarem unidos com ele e como
essa vida se manifesta especialmente no amor de uns para com os outros (3.12-14).

A preeminência do Filho é a figura mais exaltada neste texto; e Paulo utiliza-se de


um hino e o transforma em uma formula maravilhosa da teologia; o testemunho da
igreja primitiva na exaltação de Cristo dá-nos a dimensão exata da abrangência
cosmológica da Pessoa de Jesus.

O comentarista William Hendriksen faz um comparativo entre Jesus na criação e


Jesus na redenção.

JESUS NA CRIAÇÃO (VV 15-17) JESUS NA REDENÇÃO (VV 18-20)


15. Que é a imagem do Deus invisível . O 18. E Ele é a cabeça do corpo, a Igreja;
primogênito (protótipo) de toda a criação Que é o princípio, o primeiro dos mortos;
que em todas as coisas Ele possa ter a
preeminência,
16. Pois, por meio dEle, foram criadas 19. Pois, por meio dEle, Ele (Deus) se
todas as coisas. Nos céus e na terra. As agradou em fazer nEle (=Cristo) habitar
visíveis e as invisíveis. Sejam tronos ou toda a plenitude,
domínios ou principados ou autoridades.
Todas as coisas foram criadas por meio
dEle e com vistas a Ele.
17. E Ele é antes de tudo, e todas as E através dEle reconciliar todas as coisas
coisas se apóiam nEle. a si, havendo feito a paz pelo sangue da
sua cruz, por meio dEle, sejam as coisas
da terra, ou as coisas nos céus,

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Este comparativo nos ajuda na compreensão do pensamento Paulino em rebater a


heresia de Colossos; pois esta exaltação de Cristo, o coloca em uma posição
incomparável, bem diferente do pensamento gnóstico da época.

Jesus além de ser o criador é o sustentador da vida em tudo; por isso o caráter
cosmológico dado por Paulo neste texto, nos ensina que Jesus é Deus.

3.4 Destinatários

3.4.1 A CIDADE DE COLOSSOS

Ninguém sabe quando Colossos foi fundada. Tudo o que sabemos é que era uma
próspera comunidade já nos dias de Xerxes, rei da Pérsia (485-465 a.C.)

Xenofone, um vivo jovem ateniense, ganhou para si fama duradoura nas seguintes
áreas: a) como líder da retirada dos "10.000", provando sua admirável habilidade
militar rapidamente adquirida, e b) como um mestre da narrativa no seu Anabasis,
fornecendo à posteridade um brilhante relato da marcha.

Pouco tempo após o início desta expedição, quando marchava para o sudoeste,
vindo de Sardis, o exército alcançou Colossos, permanecendo ali sete dias. É neste
contexto que Xenofone define a Colossos do ano 401 a C, como uma cidade
habitada, próspera e grandiosa. E Colossos era realmente grandiosa, não apenas
por seu relativo tamanho e população, mas também em importância estratégica, por
estar ela situada na via que ligava a Ásia do leste ao oeste, sendo ainda a chave
para a entrada no Vale do Licos e ao mesmo tempo a estrada na direção leste
voltada para Apamea e os portões da Cilícia. Contudo ao passar do tempo ela foi
perdendo sua importância em virtude de outras cidades que prosperavam ao seu
redor como Laodicéia, Hierápolis e Éfeso.
O vale do Lico era atormentado por muitos terremotos. A Ásia Menor inclui um
cinturão de atividade vulcânica. Ora, os terremotos e vulcões significam desastre,
mas em contrapartida, também significam terreno fértil em virtude do enriquecimento
mineral que o solo recebe por causa das erupções vulcânicas, assim sendo havia
boa pastagem para os rebanhos de carneiro, conseqüentemente grandes ganhos
com a lã, com as fábricas de tingimento das fibras dos carneiros e carne destes
rebanhos em toda esta região.

Colossos fica no vale do rio Lico, um afluente do Meandro, na parte sulina da antiga
Frígia que se localiza no oeste da Turquia moderna. A leste está à cidade de Éfeso,
cerca de 200 km; com a Antioquia da Síria e, mais ao norte, cruzava a estrada que
levava ao Eufrates. Por ali passaram os exército de Xerxes e de Ciro.

A vida econômica de Colossos caracterizava-se pela manipulação da lã, famosa e


renomada devido ao seu tingimento. A riqueza dos cidadãos e a economia estavam
em declínio na época romana, talvez pela concorrência das duas cidades que faziam
limites com ela; a cidade de Hierápolis, famosa por suas águas termais, e de
Laodicéia, distante cerca de 15 km e que se tornou o centro administrativo da região.

Nos anos 60/61 d.C, um terremoto destruiu parcialmente as cidades de Colossos e


de Laodicéia, sendo que a primeira nunca mais recuperou o seu status, a quem
acredite que Colossos também tenha sido total ou parcialmente reconstruída; o que
parece bem provável por causa das provas encontradas em inscrições encontradas
em suas ruínas atualmente(Tácito, ann XIV,27; Orósio e Vesco); segundo Flávio
Josefo havia frígios e gregos sendo esta a população de Colossos após o terremoto
que assolou a região do Vale do Lico; mas a situação foi-se agravando em virtude
do crescimento de suas cidades vizinhas que prosperavam cada vez mais..

O cenário religioso na Frígia é até que se sabe, região rica e com vários elementos
característicos de outras religiões e seitas que estavam presentes. Florescia ali o
culto a Cibele, a grande deusa-mãe da Ásia, para os dados que demonstram a Frigia
como sendo o centro do culto.

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Ainda havia outras seitas religiosas, tais como a adoração a deusa Ísis, que era
associada também a Mãe Divina primordial da Ásia Menor; e o santuário do oráculo
de Apolo em Claros, onde contém o verbo: "mistério", que é a mesma que Paulo
utiliza em sua carta para os colossenses (Cl 2.18).

Segundo Martin, a possível influência do judaísmo sincretista na Ásia Menor é vista


no culto a Men Asceno que era, de acordo com Estrabo, o deus principal de
Antioquia da Pisídia. O culto era imensamente popular durante o Império, e oferecia
um culto de cura com um forte elemento de religião pessoal entusiasta. O deus era
conhecido como Apolo, Dionísio e Asclépio; mas uma inscrição fragmentária começa
com o nome "Ouio" que pode ser entendido como sendo uma versão de Javé. O
monoteísmo era uma doutrina importante nesta religião, pois uma certa inscrição
declara que: "um só Deus nas alturas, o grande Men celestial, grande poder do
Deus imortal". O culto deste "Deus altíssimo era relacionado, no culto a Ísis, com o
controle dos "elementos do mundo (água, terra, fogo e ar), o que já era uma
concepção de origem iraniana (persas) denotando que a influência persa
remontavam em muitos anos a concepção grega filosófica da origem do universo e
da vida.

Assim sendo até mesmo o judaísmo que estava presente na região do Vale do Lico
era vítima do sincretismo decorrentes da fusão de culturas helenistas, na qual o rigor
ascético da religião frígia foi somado aos elementos religiosos persas e a
características de um ensinamento sapiencial tirado dos cultos de mistérios.

Segundo o comentarista Ralph P. Martin, este fundo histórico tem sua aplicação à
ascensão do ensino que veio a assaltar a igreja em Colossos. conforme observa
Paulo em sua carta à eles; segundo a natureza do ensino que era passado às
pessoas da igreja, pois continha parcialmente elementos judaicos e parcialmente
idéias que pertenciam ao mundo da filosofia religiosa e do misticismo helenista.

Colossos era um centro cultural onde este sincretismo facilmente poderia ser
esperado; não é de se estranhar, portanto, que foi a congregação dos colossenses
uma cidade parcialmente judaica-oriental e parcialmente grega-frígia que veio a ser
alvo de um ataque em nome de uma "religião fantasiosa" e sincretista.

Assim, sendo esta cidade e suas práticas místicas que levaram a Epáfras, fundador
da igreja em Colossos a buscar ajuda de seu mestre e conselheiro Paulo, para
combater a heresia de Colossos, a bem da verdade, Epáfras estava
temporariamente aprisionado com Paulo como nos mostra o capitulo 4 verso 7-9 da
carta de Colossenses, onde Paulo recomenda aos irmãos Tíquico e Onésimo para
levar a carta aos irmãos de Colossos; logo se percebe algum tipo de impedimento
para que Epáfras não pudesse retornar para sua cidade. O comentarista Hendriksen
aponta para o aprisionamento de Epáfras juntamente com Paulo em Roma, como
diz o texto bíblico da carta a Filemon verso 23.

3.4.2 A heresia de Colossos

O gnosticismo, movimento teológico [intelectualista], é fundado sobre a gnosis ou


conhecimento, (em grego: gnosis). Originalmente foi uma simples tendência de
espírito que colocava em primeiro plano da fé cristã, especulações metafísicas.
Depois o gnosticismo se fixa em sistemas gnósticos nos quais se introduziram
elementos estranhos à teologia cristã. Mas parece hoje, que seja necessário fazer
remontar a origem do gnositicismo para além do cristianismo. Para as comunidades
cristãs primitivas o âmago do problema se apresentou na pretensão do gnosticismo
de ultrapassar a fé singela da comunidade aspirando conhecimento (gnosis)
espiritual mais perfeito.

Para se declarar que o único motivo era os gnósticos é um tanto precipitado, pois o
ensino estava inserido a ensinos que judeus-helenistas semeava na igreja de
Colossos, assim há outros tipos de problemas que Paulo combaterá em sua
epístola, assim é necessário se observar os pensamentos de Paulo por toda a
epístola, já que ele não sistematizou ponto por ponto sua argumentação com
exatidão tudo quanto estava envolvido, ainda que se possa notar três fatores:.

3.4.2.1 Era dado


um importante
lugar aos
poderes do
mundo espiritual,
em detrimento da
posição que
devia ser
ocupada por
Cristo. Em 2.18 o
apóstolo fala
sobre o culto dos
anjos, havendo
outras
referências sobre
a relação entre a
criação espiritual
e Cristo (1.16,20;
2.15) que
parecem ter
significação
similar.

3.4.2.2 Era dada


grande
importância às
observâncias
externas, tais
como festas e
jejuns, luas
novas e sábados
(2.16ss), e,
provavelmente,
também à
circuncisão
(2.11).Essas
coisas eram
exibidas
orgulhosamente
como o
verdadeiro
caminho da
autodisciplina e
da sujeição da
carne (2.20ss).
3.4.2.3 Os
mestres falsos se
jactavam de
possuir filosofia
superior. Isso
fica claro em
2.4,8,18; e
também
podemos supor
que ao usar
freqüentemente
os vocábulos
conhecimento
(gnosis e
epignõsis),
sabedoria
(Sophia),
entendimento
(synesis), e
mistério
(mysterion),
Paulo estava
contrabalançand
o tal ponto de
vista.

Para Martin a heresia combatida por Paulo não é o gnosticiscmo plenamente


desenvolvido dos sistemas do século II, mas sim, um sincretismo protognóstico que
muito provavelmente, surgiu na era apostólica, e para o qual há paralelos no
judaísmo heterodoxo na diáspora frígia, onde era valorizada a ação dos eons
(espíritos intermediários entre Deus e os homens) os quais exerciam uma influência
direta sobre o "destino" dos seres humanos, como também a influência sobre o
mundo criado e tendo poderes sobre este "universo".

O teor doutras partes polêmicas da epístola indica a crença de Paulo na vitória de


Cristo sobre os agentes demoníacos (2.15), e na liberdade do cristão diante deles
(2.20).

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Segundo S. Lyonnet (em Saint Paul et lê Gnosticisme. L’épitre aux Colosssiens, em


The Origins of Gnosticism, Leiden, 1967, pgs 538-51), insiste que é uma tensão
moral, e não em abismo ontológico, que coloca Cristo em oposição aos seus rivais.
Os espíritos maus não são mencionados como tais mas sua existência é
subentendida. O que pode ser o caso é que foi Paulo quem colocou estes poderes
angelicais em contraste com Cristo e lhes deu o caráter de rivais dEle, porque Ele
não pode tolerar qualquer dualismo duradouro entre o bem e o mal.

Depois, estes poderes foram investidos de um caráter demoníaco por Paulo, visto
não poder ele contemplar qualquer rivalidade a Cristo que não advenha de uma
fonte antagonista. O dualismo, no entanto, adotava uma forma prática em Colossos.
Esta seria a explicação do código ético rigoroso, que praticava uma observância
escrupulosa do cerimonial (2.16) bem como um repúdio negativo aos hábitos
naturais (2.21-23). Provavelmente, o que subjazia as duas formas do culto era um
desejo pela purificação, um regime de abstinência e de obediência que tornaria o
devoto digno de uma visão tipo (2.18) e o progresso de sua alma para a região
etérea num êxtase.
Evidências em prol deste conjunto de ritos de purificação estão generalizadas em
todas as religiões de mistério helenistas; e Diógenes Laércio (viii.33) claramente
descreve a crença pitagoreana de que a alma deve ser purificada. "A purificação é
mediante a ablução, o batismo e a lustração (lavagem purificadora), e manter-se
limpo...de toda a poluição, e abster-se da carne...e outras abstinências preceituadas
por aqueles que realizam ritos místicos nos templos.". esta é uma declaração
notável, e contém muito dos termos-chaves no capítulo de Paulo (2.11,12,16,21-23).

Pode-se concluir dizendo que Paulo enfrentava tendências e ensinos em Colossos


que faziam algum tipo de oposição. Deus foi distanciado e ficou sendo remoto; o
mundo foi desprezado e o corpo humano submetido ao desdém e seus apetites
físicos eram freados de modo desnatural. É possíveis que alguns mestres tivessem
argumentado, com base na premissa de um dualismo entre Deus e a matéria, que o
ascetismo deveria ser substituído pelo seu inverso.

A tendência passaria, então, a correr para o libertinismo, se a matéria não tinha


relacionamento algum com Deus, logo, o homem poderia satisfazer os desejos do
seu corpo sem restrição nem consciência.

IV) LEITURA HERMENÊUTICA DO TEXTO

4.1 Síntese de compreensão

Nesta perícope se percebe o entusiasmo e a firmeza de Paulo ao descrever sobre o


seu Salvador, percebe-se a visão cosmológica que ele atribui a Cristo, e a
profundidade da ação realizada por meio de Jesus na cruz, Jesus é o ápice da
revelação divina, o clímax de todo o plano de Deus para com o mundo, obra de
Suas mãos.

A pessoa de Jesus Cristo é igualada em todos os sentidos a Pessoa do Deus Pai;


sendo que este não se importou em manifestar em Cristo toda a Sua glória; a
pessoa de Cristo além de ser o redentor do homem e de todo o cosmos; recebe
também o reconhecimento de Sua total divindade; com todos os seus atributos;
Jesus, nas palavras de Karl Barth, é Deus. Jesus é tão humano que somente Deus
poderia viver como Ele viveu, mas sendo tão humano assim somente poderia ser
Deus vivendo entre nós (Boff, 1997), ou seja os atos de Jesus em prol dos
pecadores foram atos que revelaram a totalidade do significado do que é ser
"humano"; e assim pelos seus gestos de amor a nós percebemos a grandiosidade
de quem é Jesus Cristo.

Toda a formulação deste hino está centralizada na Pessoa e na Obra de Jesus


Cristo, o meio pelo qual Deus Pai se fez revelado a nós seres carnais e limitados,
com o propósito de redimir o mundo caído e destruído, Jesus reconciliou através de
Sua morte na cruz todas as coisas para Ele mesmo, reforçando ainda mais a
centralidade em Cristo e para Cristo.

A abrangência e singularidade de Jesus Cristo é revelada por Aquele que um dia


chamou o apóstolo Paulo em meio a um clarão de luz no caminho de Damasco, e
disse: por que me persegues?

Para Paulo o ponto de partida para uma vida justa, piedosa e reta deve ser a vida
obtida por Cristo na cruz, a aceitação desta verdade implica em um novo estágio
para a pessoa que passa pela experiência da conversão a Cristo, e a partir da
reconciliação com Deus a pessoa passa a ter capacidade para aprender e viver um
novo estilo de vida, um novo conceito de vida neste mundo corrompido e injusto.

4.2 Leitura teológica

Dentro do texto analisado se percebe a ação criadora centralizada na figura do Filho


de Deus, que é a própria imagem do Deus invisível, assim como João apresenta
Jesus como sendo o logos por meio do qual todas as coisas passaram a existir;
Paulo reforça este pensamento dizendo que é por meio de Jesus que tudo passou a
existir, mas agora Paulo adianta-se ao pensamento joanino dizendo que todo o
cosmo é sustentado e mantido em vida pela ação de Jesus e que esta criação ainda
será transformada, como cenário do palco da vida com Deus deslumbraremos os
novos céus e a nova terra, restaurada à perfeição de Deus, tudo terá a marca da
perfeição; o Deus conosco, o Emanuel, Deus em todos e todos em Deus (I Co
15:28). Este novo mundo será a habitação de Deus e dos seus filhos para a
eternidade.

Jesus é o primeiro de um novo mundo, um mundo onde reina a luz de Deus, um


reino de amor, de justiça, esta é a máxima do ato criador de Deus em Cristo Jesus,
o cosmos, as criaturas e a natureza sendo por Ele restaurados a comunhão com
Deus. Pois toda a criação geme aguardando o dia em que acontecerá a
reconciliação total com Deus.(Rm 8.22,23)

4.3 Atualização do texto

A palavra "singularidade",aplicada a Cristo, significa sua imparidade: Ele é


absolutamente incomparável. Fico admirado com a seguinte referência feita por
Charles Misner: Albert Einstein achou que a existência do Universo é uma questão
religiosa; sendo judeu, era natural que ele pensasse assim. Mas, não se interessava
por freqüentar uma igreja. A razão de Einstein não ter tempo para visitar uma igreja
é que, para ele, os pastores blasfemavam, ou seja, quando falavam sobre Deus não
tinham suficiente respeito pelo Criador do Universo. E nós? Será que temos
suficiente admiração e reconhecimento à SINGULARIDADE DE JESUS?
Lembremo-nos daquele escritor de Londres, que tem um alto preço na cabeça,
porque, no seu livro Versos Satânicos, segundo a acusação, não reconheceu a
importância de Maomé. Por isso, deve ser morto. Imagine quanto de nós seríamos
mortos, se fôssemos acusados de não reconhecer a singularidade de Jesus!

Meu plano é o de buscar oito relações de Jesus que mostram sua incomparabilidade
com Buda, Confúcio, Sócrates, Moisés ou com qualquer outro. Ele é singular na
história da humanidade. Escolhi a idéia de relacionamento por causa de Missões -
que tem a tarefa de relacionar Deus com a humanidade. Em uma demonstração
clara do ato de amor de Deus para com a humanidade decaída da graça; seu ato de
amor em Jesus Cristo resultou a reconciliação de Deus com tudo aquilo que Ele
criou; a oportunidade única de experimentar o que Adão perdeu em tempos de
outrora.

4.3.1 EM RELAÇÃO A DEUS – PAI

a) Cristo é o resplendor da glória divina e a expressão exata do seu Ser. Jesus é


um com Deus, como também é Deus - tudo isto confunde mentes finitas como as
nossas. Ele compartilha a glória divina e sempre a compartilhou; é amado do Pai e
ama o Pai. Este relacionamento entre Cristo e o Pai é um tipo particularmente
revelador. Ele é Deus unigênito, o que estava no peito do Pai, com um
relacionamento muito próximo (Jo 1,18). É Ele que faz exegese ou exposição de
Deus. Disse Jesus a Filipe: "Se quiser saber como é Deus, olhe para mim. Quanto
tempo tem estado com vocês e vocês não me viram ainda?" (Jo 14,9s). Em outros
termos: não o viram na realidade, como expressão exata do ser de Deus.
Naturalmente, há aspectos em que a encarnação limita esta expressão, mas, quanto
à sua personalidade, Jesus é a expressão exata de Deus.

Pedro afirma: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. (Mc 16,17). Quanta tinta vem
sendo despejada no papel para descrever o que significa o termo "Filho de Deus".
Obviamente gerado, mas sem o papel de relação conjugal. Portanto, Ele é singular
na sua filiação em comparação conosco. Qualquer teologia que identifica a filiação
de Jesus e a nossa simplesmente não entende a Palavra de Deus.

b) Em relação ao Pai, Jesus aprendeu a obedecer ao Pai: Pelas coisas que Ele
sofreu, aprendeu a obediência. (Hb 5,8). Nós somos obedientes apenas quando
queremos. Jesus não tinha sido testado em relação ao Pai e nunca pediu algo que o
Pai não queria fazer. Parece que no jardim do Getsêmani é que Ele aprendeu algo
sobre obediência. Ele é coerente com o Pai. Fomos retirados do império das trevas
e colocados no Reino do seu Filho Amado (Cl 1,13). Este mesmo Reino é o Reino
de Deus em muitos textos. No fim, depois de colocar todos os inimigos debaixo dos
seus pés, Cristo entregará o Reino de volta ao Pai, para que Deus seja tudo em
todos (1Co 15,24).
c) Em relação ao Pai, Jesus é o caminho, o apresentador, de maneira que ninguém
pode chegar ao Pai sem ser por Ele. Isso tem uma profunda implicação para
Missões. Há pessoas que dizem que crêem em Deus (veja o caso dos
muçulmanos), mas o deus do islamismo não tem filho nem espírito, como tem o
nosso Deus. Em outras palavras: por negarem a Trindade não crêem no mesmo
Deus em que nós cremos. Só se pode chegar a Deus pelo Filho.

4.3.2 EM RELAÇÃO AO UNIVERSO

a) A Bíblia ensina que Jesus é o desenhador e o agente da Criação. O Pai, em


termos humanos, disse ao Filho: "Faça um Universo para mim." E o Filho respondeu:
"Eu faço." A Bíblia diz que todas as coisas foram feitas por Ele, visíveis e invisíveis;
nada que se fez chegou a existir sem Ele (Jo 1,3; Cl 1,16). Então, tudo o que existe,
as maravilhas que os homens ainda estão descobrindo, tudo tem o toque de Jesus
Cristo.

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b) É Jesus que mantém o Universo. Se Ele quisesse, o Universo voltaria para o
nada. Seria muito interessante ver o Universo todo como uma bola sólida, composta
de prótons, elétrons e neutrons em perfeito equilíbrio antes do "Big Bang"- se os
cientistas estão certos. Mesmo assim, foi Cristo que fez essa "bola"! Cremos que
todas as existências e inteligências sem carne foram criadas por Ele (Cl 1,16). Isso
tem uma implicação importante para quem trabalha entre povos dominados por
poderes satânicos.

4.3.3 EM RELAÇÃO AO MUNDO

a) Jesus é o abençoador do mundo. Em ti serão benditas todas as famílias do


mundo (Gn 12,3). Isso inclui todas as raças. Ele é o presente de Natal que Deus deu
ao mundo (Jo 3,16); é o Cordeiro sacrifical que tira o pecado do mundo. É fascinante
ler em Apocalipse a descrição, segundo a qual, algumas décadas depois de Cristo
morrer na cruz, Ele ainda estava ferido ao pé do trono (Ap 5,6). Essa cena mostra,
conforme foi revelado ao apóstolo João, o relacionamento entre o Rei e o Cordeiro
sacrificial. O mundo necessita do sacrifício de Cristo para alcançar a reconciliação
com Deus.

b) Ele é o Mediador entre Deus e os homens; é singular como o Salvador do


mundo (Jo 4,42). Salvador significa "libertador", "curador". A palavra salvar significa
curar. Estando este mundo fatalmente doente, Missões é a tarefa de levar o remédio
chamado Jesus. Como o Médico dos médicos, Ele se oferece para curar este mundo
doente.

c) Ele é a Luz do mundo, isto é, onde se comunica Jesus as coisas são iluminadas.
Ele muda o cenário do mundo, como o Sol, ao despontar, irradia a luz em toda parte
(Jo 8,12) . Ele não só revela o que está errado como também dá vida. Como a luz é
essencial à vida, Jesus é necessário ao mundo.

d) Ele é o servo do mundo. O Filho do homem não veio para ser servido, mas para
servir e para dar sua vida em resgate do mundo. (Mc 10,45). Isaías (cap. 42 - 53)
descreve o Senhor como o servo sofredor, que carrega os pecados de seus
companheiros. Israel é descrito, no texto de Isaías, como se estivesse identificado
com o Servo. Ele resgata Israel com a sua morte e ressurreição.

e) Ele reverte o papel do primeiro Adão, recriando a raça (Cl 1:16) Isto Adão não
podia fazer, mesmo se arrependendo em cinzas, durante os novecentos e trinta
anos que viveu. Cristo é declarado o último Adão porque, por meio dele, existe uma
nova criação (1Co 15,45; 2Co 5,17).

4.3.4 EM RELAÇÃO À CARNE

a) Jesus se encarnou de forma singular - A palavra carne, no Antigo Testamento,


"bassar", significa essa massa de humanidade com todas as suas características e
fraquezas. Note a importância da encarnação: todas as predições do Antigo
Testamento, relacionadas com a vinda de Cristo, se referem a sua carne. Não
temos, creio eu, nenhum texto que claramente distinga Jesus como apenas espírito.
Por exemplo, em Isaías, Ele é descrito como Deus forte encarnado.
Um menino nos foi dado, uma criança nasceu (Is 9,6). Esta é uma referência ao
nascimento de Cristo na carne. João revela que os demônios têm horror de admitir a
encarnação de Jesus. Devemos testar os espíritos, isto é, investigar se eles
admitem que Jesus veio em carne. Assim, podemos saber se eles são emissários
satânicos ou não. A encarnação de Jesus é uma doutrina bíblica fundamental. Os
gnósticos, como os dos primeiros séculos, e outros grupos que negam a
encarnação, na realidade estão aliando-se com o próprio demônio. Paulo afirmou
que Jesus nasceu de uma mulher, debaixo da Lei (Gl 4,4) e que Ele é o fim da Lei
(Rm 10,4). Ele cumpriu a lei em nosso lugar; lutou contra satanás em nosso lugar e
venceu; Ele nasceu da virgem para, em nosso lugar, cumprir a Lei e, assim, ser
nosso representante diante de Deus. Jesus refuta as acusações satânicas contra os
que não guardam a Lei e que devem, por isso, ser levados para o lado dele. O corpo
de Cristo, formado pelo Espírito Santo no ventre de Maria, foi dado por Deus para
que o Filho fizesse a vontade do Pai.

Um corpo me preparou para fazer a tua vontade (Hb 10,5ss). Essa é a verdade que
Hebreus enfatiza e que Paulo concorda, dizendo que foi a obediência de Cristo que
nos salvou. Jesus não apenas se encarnou, mas foi na carne que Ele obedeceu.
Deus condenou o pecado na carne de Cristo (Rm 8,3), repassando a santidade e a
vida eterna.para todo aquele que é por Ele regenerado, pois Ele levou sobre si o
pecado em Sua carne, para a efetivação da salvação (Rm 5,15-19) e se tornando o
novo Adão, mas diferente do primeiro Adão que repassou o pecado para nossa
carne humana.

a) Jesus é o Filho do homem - O profeta Daniel, em uma visão, viu alguém celestial
como se fosse um filho do homem. Essa visão é Jesus, que desce do Céu e se
identifica com seu povo. A base da relação que existe entre o Filho do homem e os
filhos humanos fornece o fundamento para toda a raça nova de Cristo (Cl 1.20).
Filho do homem foi o termo favorito de Jesus, quando Ele descreveu a si mesmo.
Ele usava este termo corporativo que comunica um indivíduo em solidariedade com
muitos. Pela sua morte e ressurreição, traz vida para todos nós, através da
encarnação.

O mundo necessita do sacrifício de Cristo para alcançar a reconciliação com


Deus

Ressurreição - Sem corpo de carne, Jesus não poderia ressuscitar. Se Ele não
houvesse ressuscitado, declara Paulo, não haveria esperança de ressurreição para
ninguém (1Co 15, 16ss): fatalmente, daqui a um milhão de anos, ainda estaríamos
naquele cemitério onde seremos sepultados. Mas, por causa da encarnação e
ressurreição de Cristo, podemos esperar rever todos os nossos irmãos.

4.3.5 EM RELAÇÃO À IGREJA


a) Jesus é o arquiteto da Igreja - "Eu edificarei a minha Igreja", foi uma palavra que
Ele deu após a revelação que o Pai fez a Pedro. "A minha Igreja", diz respeito à
casa, à residência de Deus, o qual habitará na casa levantada por Cristo (Ef 2,22).

b) Jesus é Cristo-Rei - Jesus, quando foi exaltado e entronizado ao lado do Pai, foi
intitulado Cristo e Senhor-ungido, Rei (At 2,36). Para sua Igreja, Cristo é Rei, aquele
que tem autoridade suprema sobre seus súditos. Paulo diz que o mundo tem muitos
senhores e muitos deuses, mas, para nós, seus servos, só existe um Deus e um
Senhor (grego: Kýrios), Jesus Cristo (1Co 8,6), em relação à sua Igreja. Então,
vemos que o senhorio de Cristo se relaciona com a nossa obediência;
especialmente reforça a sua ordem para irmos e fazermos discípulos de todas as
nações.

c) Cristo é cabeça da Igreja - Ser a cabeça, além de ser líder, significa idealizar e
planejar o que vai acontecer. Então, quando queremos traçar algum projeto, se
Cristo não for à cabeça, o projeto falhará totalmente. Esta doutrina de Cristo como
cabeça tem destaque na carta aos Colossenses; mas, se voltarmos para Coríntios
ou para os Efésios encontraremos uma ênfase pertinente ao Corpo de Cristo e não
apenas à Cabeça. A cabeça está cheia de nervos, mas o corpo também o está. Ele
é o líder, mas também é a pessoa que atua em nós através dos nervos, pois o corpo
está ligado a Cristo mediante este contato vital. A figura de cabeça e corpo ilustra o
essencial relacionamento entre Cristo e a sua Igreja.

Estar em Cristo significa reproduzir a sua personalidade na Terra. Sua


humanidade, seu amor ao Pai e aos pecadores, sua compaixão, tudo deve
manifestar este intercâmbio entre nós e Ele.

Paulo escreve para os Coríntios: "Vós sois corpo de Cristo". E aos Colossenses e
aos Efésios afirma que a Igreja toda do mundo inteiro é corpo de Cristo também.
Então não importa onde você vive nem onde eu vivo, se fazemos parte do seu
Corpo. Somos membros do corpo universal e membros da igreja local (1Co 12s.21-
27). Nesta mesma referência, as expressões estar em Cristo e Cristo em vós
mostram uma reciprocidade, em relação a Ele, que é a esperança da glória (Cl 1,
27). Mais de cem textos, nas Epístolas repetem a expressão "em Cristo" ou "nele".
Em João 15, Jesus usou a figura da videira e dos ramos. Os ramos estão na videira
porque há uma ligação entre eles. Estar em Cristo significa, então, reproduzir a sua
personalidade na Terra. Sua humanidade, seu amor ao Pai e aos pecadores, sua
compaixão, tudo deve manifestar este intercâmbio entre nós e Ele.

d) A Igreja é a herança de Cristo - Ele receberá a Igreja por herança. Todas as


igrejas do mundo, habitadas pelo Espírito Santo, estarão incluídas (Ef 1,11). Isto
quer dizer que Ele vai herdar, casar com a noiva, a Igreja. A segunda vinda de Cristo
será o dia das Bodas do Cordeiro. A respeito do relacionamento entre Cristo e a
Igreja, Efésios mostra que Ele morreu para salvá-la e apresentá-la a si mesmo,
santa, gloriosa, sem qualquer falha, sem rugas ou mácula (Ef 5,25ss). Isso é um
desafio imensurável, porque pela glorificação dos crentes, Deus purificará sua Igreja
para que ela possa casar com o santo marido. Que milagre tremendo é este, nossa
vida particular e a vida da Igreja de Cristo, sendo recebidas em santidade por Deus,
mediante o lavar regenerador do sangue de Jesus Cristo.
e) Cristo é o Sumo Sacerdote - O livro de Hebreus enfatiza o que significa este ofício
e nos incentiva a nos aproximarmos dele, pois Ele entende as nossas fraquezas, é
compreensivo e compassivo (Hb 4,14; 5,10).

4.3.6 EM RELAÇÃO AO EVANGELHO

a) Cristo é o cerne do Evangelho - Não pregamos a nós mesmos, mas pregamos o


Cristo e a nós mesmos como seus servos (2Co 4,5). Se tirarmos Cristo do
Evangelho, não haverá mais nada das boas novas. Ele está envolvido em cada
faceta das suas mensagens. Quem invocar o nome do Senhor pode ser salvo (At
4,12), mas quem não o conhece não pode clamar por Ele.

Quem invocar com fé o nome do Senhor será salvo (Rm 10,13). O primeiro credo da
Igreja afirma isto: "Jesus é o Senhor". Mais uma palavra relacionada com o
Evangelho: Ora, a vida eterna é esta: que te conheçam como um só Deus
verdadeiro e a Jesus Cristo, aquele que enviaste (Jo 17,3). Conhecer o Cristo e o
Pai nos assegura a vida eterna, o justo viverá pela fé (Gl 3.11), a fé é dom de Deus
(cf Ef 2.8), portanto a fé salvifíca somente é concedida àqueles que foram escolhidos
pelo Espírito Santo.

4.3.7 EM RELAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO

O Espírito Santo e Cristo estão interligados de tal forma que quem separar um do
outro comete um erro teológico fatal.

a) Jesus Cristo é o batizador singular no Espírito - Falar do batismo no Espírito (1Co


12,13) e não lembrar quem batiza seria tropeçar gravemente. Esta verdade
encontra-se enraizada nos evangelhos e em Atos dos Apóstolos.

Deus amou o mundo a ponto de enviar Seu Filho como o único sacrifício pelos
pecados desse mundo. Basta crer no Filho para receber a bênção da vida eterna e
basta não crer para continuar na condenação. Vale a pena reparar na causa da
condenação daqueles que não receberam o Filho. Não é que são condenados,
apesar de não terem a culpa por não ouvirem o evangelho, pois a luz veio ao
mundo, iluminando a "todo homem" (Jo 1,9). Pelo contrário, os homens amaram
mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más". São condenados não
porque a luz não chegou até eles, senão porque fugiram da luz, para evitar que sua
maldade ficasse exposta.

Entendemos claramente que a expiação de Cristo é limitada, pois Cristo veio e


morreu por causa dos eleitos de Deus para a salvação deles, mas esta declaração
nos mostra claramente a reação do homem pecador com relação a Deus, portanto a
ação do Espírito Santo é fundamental na conversão do pecador, sendo Ele que
aplica à consciência do pecado, do juízo e da justiça divina (cf Jo 16.8). Sem a
Pessoa de Cristo autorizando a ação do Espírito Santo, nada se pode fazer em prol
da salvação do ser humano.
b) Ele é a pessoa que roga ao Pai que envie seu outro paracletos. João apresenta
Jesus Cristo como nosso paracletos, nosso advogado, companheiro espiritual o
tempo todo. Então Jesus vai chegar ao lado do Pai e pedir-Lhe que mande outro
paracletos (Jo 14,16). A mulher de Samaria começou a pensar: "O que este rabino
está me falando?" Jesus disse: "Se você conhecesse o dom de Deus e quem é que
fala consigo, você pediria e receberia água viva em forma de uma fonte a jorrar." É
claro que Jesus estava falando do Espírito Santo: Se alguém tem sede, venha até
mim e beba porque, como dizem as Escrituras, do seu interior fluirão rios de água
viva. (Jo 7, 37ss). Então venha e beba de Cristo. Quem, não chegando a Cristo,
tentar beber do Espírito Santo pode descobrir que se envolveu com espíritos
demoníacos. Quem batiza no Espírito Santo é Cristo. Ele glorifica o Senhor Jesus;
portanto, o que o Espírito produz na vida do cristão é a personalidade de Cristo. Ele
não é apenas o Espírito do Pai, mas também o Espírito de Cristo. E, notadamente, é
o espírito que é portador da personalidade. Se for separado o meu espírito do meu
corpo, este fica inerte, mas a personalidade se mantém intacta. Quando eu chegar
na presença de Deus, após a morte, serei eu mesmo.

c) A Palavra de Deus nos manda orar sempre no Espírito, o que exige também orar
no nome de Cristo (Ef 6,18). Ele garante que, se pedirmos algo em seu nome, o Pai
é glorificado na resposta que este nome abona. Isso é como pedir dinheiro do banco
pelo nome de quem endossa um cheque: a autorização essencial se garante pela
assinatura.

4.3.8 EM RELAÇÃO AO FUTURO

a) Jesus é o Senhor da História. Ele quebra os selos do Apocalipse e os selos


representam o que vai acontecer. O primeiro selo do cavalo branco que sai para
vencer e para segurar o que vence representa Jesus Cristo. O simbolismo aponta a
futura história da evangelização e de Missões em toda a Bíblia, até o fim da História,
Jesus prometeu a seus discípulos que os acompanharia até o fim (Mt 28,20).

Ora, a vida eterna é esta: que te conheçam como um só Deus verdadeiro e a


Jesus Cristo, aquele que enviaste (Jo 17,3). Conhecer o Cristo e o Pai nos
assegura a vida eterna

b) Ele será o salvador de Israel, quando este tiver os ramos reintegrados (Rm
11,24). Deus promete apartar os pecados de Jacó. Isto só pode acontecer quando
Israel reconhecer o Messias que é o nosso Senhor Jesus.

c) Jesus Cristo é à base de nossa esperança. Aguardamos a bendita esperança e a


manifestação da glória do nosso grande Deus e salvador Jesus Cristo (Tt 2,14).

d) Jesus Cristo acompanha "o termômetro" da ira de Deus, que está subindo cada
dia (Rm 2,5). Quando esse termômetro chegar à marca predeterminada por Deus,
explodirá a ira do Cordeiro (Ap 6). Em relação ao futuro, Jesus julgará o mundo.

e) Ele, justo juiz, julgará as nações com cetro de ferro (Sl 2,9), bem distinto de um
cetro de pau ou de borracha. Não haverá mais possibilidade de arrependimento.
Todos nós compareceremos, individualmente, diante do tribunal de Cristo para
recebermos o bem e o mal que tivermos feito, durante a vida em nosso corpo:
prestaremos contas dos nossos talentos ganhos e das nossas falhas, para serem
julgados no tribunal de Cristo (2Co 5,10; Rm 14,10). Dele receberemos elogios ou
nós nos afastaremos dele envergonhados (lJo 2,28). É verdade que os eleitos não
se dará a morte eterna, porque obtiveram a vida eterna pela graça de Deus, pela
obra sacrificial de Jesus na cruz, portanto somos salvos pela graça de Deus, e não
pelas obras de nossas vidas (cf Ef 2.10)

4.3.8.1 Quem batiza no Espírito Santo é Cristo

A conclusão é o reconhecimento à supremacia e à singularidade de Cristo. Ambas


têm a mesma significação. Se Cristo é supremo, nossa vida e nossa igreja precisam
se encaixar nessa suprema autoridade. Onde quer que procuremos, no Novo
Testamento, notamos a incontestável sublimidade de Jesus Cristo. Sua
singularidade se encontra do início ao fim. Como o Alfa e o Ômega (a primeira e a
última letras do alfabeto grego), tudo se relaciona com Ele. Como Tomé, prostremo-
nos e adoremo-Lo.

4.3.8.2 Quem é Jesus Cristo para a América Latina

Para nosso contexto latino americano se faz urgente o testemunho de um Cristo


verdadeiro, um Cristo que restaura as vidas humanas, que restaura as pessoas em
toda sua totalidade, fazendo das pessoas novas criaturas, não apenas na teoria,
mas na prática, pessoas mais solidárias, mas cônscias de suas responsabilidades
em um contexto tão conturbado, corrompido e caótico que presenciamos
atualmente, principalmente nos países latinos americanos.

A corrupção política e econômica parece-nos um fenômeno mundial, mas se faz


mais grave nos países latinos americanos, por isso a recuperação de uma ética e
uma moral capaz de abarcar a todos só se faz por meio do Filho de Deus, para isso,
é urgente a evangelização, o anuncio das boas novas; pois somente Cristo nos
corações dos seres humanos pode realizar a verdadeira justiça nos relacionamentos
humanos.

A igreja (corpo), as pessoas, é a portadora desta mensagem salvadora; por isso a


clareza sobre o Senhor Jesus é fundamental, não como temos visto entre as muitas
igrejas no Brasil, e na América Latina, um Cristo descarnado dos problemas
humanos, um Cristo mágico, um Cristo dono das instituições financeiras, pronto a
abrir as "janelas dos céus" e enriquecer o seu "povo"; ou um Cristo que leva as
pessoas a experimentarem longos períodos de êxtases os quais não se produzem
nada; alem de um forte doping aos viciados de drogas.
A busca de uma sociedade perfeita é utópica enquanto não dermos os primeiros
passos em prol desta sociedade; os cristãos estão parados, vivendo suas vidas
dissolutas e negligentes para as bênçãos maravilhosas que obtivemos por meio de
Jesus na Cruz; o ato da reconciliação com Deus já se deu para àqueles que foram
agraciados com o perdão divino, já receberam uma nova identidade, um novo
caráter, ainda que estejam a progredir gradativamente na vida do cristão, mas estes
foram arrancados dos conceitos corrompidos do mundo, este sistema opressivo e
egoísta, para o Reino do Amor do Filho de Deus, somos novas criaturas como disse
Paulo; precisamos lutar em prol da justiça e da verdade repreendendo de forma
profética os erros deste sistema corrompido das trevas, pois para isto que o Senhor
nos chama; para fazermos as Suas obras que estão preparadas antes da fundação
do mundo para que as praticássemos (Ef 2.10).

Sempre lembrando que aqueles que querem viver uma vida piedosa no Senhor
serão perseguidos, torturados, trucidados pelo deus deste século e por seus agentes
opressores e todo aquele que defende este sistema são contra o sistema justo de
Deus.

Mas temos a certeza que Ele guarda nosso tesouro que está nos céus, juntamente
com Ele; somos luz neste mundo em trevas, assim como Jesus viveu livre, sem se
contaminar com as coisas do mundo, por meio da obediência a Deus, assim hoje
podemos viver a semelhança de Cristo, se formos fiéis a Ele e a Sua Palavra; PAI
NÃO PEÇO QUE OS TIRES DO MUNDO, MAS OS LIVRES DO MAL. (cf Jo 17.15)

Mais que oportuno, a América Latina e o mundo, precisam ouvir a mensagem do


amor de Deus para com o mundo por meio de Jesus Cristo, o Deus encarnado.

A contribuição de Paulo aos colossenses é fantástica, pois por meio do hino


cristológico, ele conseguiu rebater todas os enganos heréticos que perturbavam
aquela igreja, a forma com que ele coloca Cristo como o criador; como o redentor
nos mostra a excelência de Sua Pessoa e de Sua singularidade no mundo.

A obra realizada por Cristo não só trouxe a paz entre Deus e os seres humanos
(salvos em Cristo), mas também restaurou a dignidade humana, àqueles que foram
reconciliados têm a grata oportunidade de provar em suas vidas a felicidade de
serem novas criaturas, reconciliados com Deus, reconciliados consigo mesmo,
reconciliado com o próximo e reconciliado com a natureza, obra das mãos de Deus;
temos a singular oportunidade de vivermos a semelhança de Adão no paraíso, ainda
que este mundo hoje seja corrompido, lembramos que Jesus viveu aqui sem pecar,
andando em obediência a Deus, o cristão tem o Espírito Santo dentro dele, o que
nos faz lembrar que este Espírito não é de covardia, mas de coragem suficiente para
destruir todas as obras malignas, e manifestar as obras do Criador nele.

Por isso é urgente levarmos a mensagem da vida plena em Jesus Cristo para os
perdidos.
CONCLUSÃO

Através deste trabalho exegético percebemos que a preocupação do apóstolo era


rebater os falsos ensinos que perturbavam os cristãos de Colossos, assim, todas as
palavras utilizadas tinham como certo destruir a heresia praticada naquela Igreja.

O hino analisado teve como objetivo central, recuperar a imagem de Jesus Cristo
que estava inferiorizado pelo ensino herético de prestar culto e adoração a seres
angelicais, e pela prática ascética de ritos e rituais capazes de levar as pessoas à
salvação, descaracterizando totalmente o sacrifício vicário de Jesus Cristo.

Por isso este tema é ainda tão atual. Em tempos que existem milhares de Igrejas
praticando toda sorte de ensino, ora corretos ora heréticos. É urgente atentar para
os ensinos bíblicos e rejeitar toda heresia moderna, ainda que pareça piedosa e
bíblica.

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PASTORAL DA RECONCILIAÇÃO
A ação da Igreja enquanto agente de restauração da Sociedade,

tendo como paradigma central a Obra de Cristo.

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Nesta reflexão teológica, será discutido o capítulo VIII da Confissão de Fé de


Westminster, referente ao CRISTO MEDIADOR, Seção I.

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JUSTIFICATIVA

Vivemos em um mundo caótico, onde as pessoas só querem buscar os seus


próprios interesses, a qualquer custo e a qualquer preço, e, para isso vivem em
constantes conflitos, étnicos, religiosos, ideológicos, éticos, morais, sociológicos,
entre sexos, políticos, e assim por diante. Percebe-se o quanto o ser humano é
limitado e extremamente inclinado a guerras, conflitos e discussões, dos quais
surgem grandes guerras e rachas em várias camadas da sociedade até mesmo
dentro das Igrejas.
Percebemos a dificuldade que é, para o ser humano conviver em harmonia com
seus semelhantes e, principalmente, com seu Criador. Isso nos impulsiona a
olharmos para o texto bíblico e constatarmos que o fio condutor que perpassa todo o
relato bíblico que trata das relações entre Deus e o ser humano é o fato de Deus
sempre proporcionar à sua criatura condições para que esta possa ter uma
comunhão saudável com Ele. Quando olhamos em seu conjunto, os relatos da
Criação e da Revelação percebemos que todas as coisas foram reconciliadas com
seu Criador. Pois falar de reconciliação é falarmos sobre a nova criação de Deus.

Vendo tal abrangência do propósito divino, percebo a relevância deste tema, ainda
que pouco realçada e discutida pelos grandes teólogos e até mesmo por Paulo. Para
mim é de fundamental importância para meu ministério missiológico, já que levar a
mensagem do amor de Deus em Cristo Jesus, o Redentor como único meio de
reconciliação com Deus é a mensagem pura do Evangelho, já que há, hoje, a
descaracterização da Pessoa de Jesus como único caminho que leva as pessoas a
Deus, por isso notamos a perda da relevância do que realmente significa: JESUS
CRISTO, O REDENTOR, até mesmo em nossas Igrejas.

Nota preliminar

Definição de Reconciliação

A reconciliação significa a restauração de um bom relacionamento entre inimigos. A


fim de conseguir este bom relacionamento na confrontação entre Deus e o homem,
é necessário que os fatores que produzem a inimizade sejam removidos. Mediante a
propiciação de uma oferta capaz de aplacar a ira de Deus por causa da ofensa
cometida contra Ele, o propósito desta oferta é alterar a atitude de Deus,substituindo
a ira pela boa vontade e favor para com os ofensores. A expiação é a ação que se
dirige para aquilo que provocou o rompimento no relacionamento com Deus.

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Segundo Colin Brown, a reconciliação envolve três áreas distintas no estudo da


salvação: a reconciliação obtida através de uma expiação, ou retirada, da ofensa
causadora da discórdia - e isto se faz através do sacrifício de um animal como oferta
substitutiva do infrator- tem o sentido de uma mudança (katallasso) de vida, e
finalmente, tem o significado de restauração (apokatastasis) parcial ou universal, no
sentido escatológico.

No Novo Testamento, ocorre no sentido ativo de reconciliar (katallasso), ou passivo


"ser reconciliado". No sentido de relacionamento com Deus, somente é utilizado por
Paulo em Rm 5.10; 2 Co 5.18-20, Cl 1.20, 22; em Ef 2.16 ocorre
(α π ο κ α τ α λ λ α ξ η ) este termo com o prefixo apo denota que esta
ação é definitiva e certa.

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Deus reconciliou-se com o homem antes que este o considerasse seu amigo (cf Rm
5.10), logo o homem era inimigo de Deus antes de acontecer à reconciliação.
Parecida com uma ação fortiori a ressurreição de Cristo é a garantia da salvação.

Colin Brown, citando C. K. Barret ressalta que a reconciliação está relacionada com
a justificação e leva, portanto, diretamente à referencia à justiça de Deus,
principalmente no texto paulino de II Co 5.19 e (cf Rm 4.3-8). A justificação é levada
a efeito, quando Deus não leva em conta a iniqüidade do homem, mas, sim,
considera-o justo, mediante a fé (cf Rm 4.3 com Gn 15.6). Outrossim, é verdadeiro
quando se diz que Jesus tomou sobre si os nossos pecados, a fim de que "nele
fôssemos feitos justiça de Deus (2 Co 5.21)", isto porque o crente realmente se
reveste da justiça dEle. Dessa forma, agora as transgressões já não contam contra
os homens (cf Ex 29.10), o caminho está aberto para a reconciliação, pois Cristo é a
propiciação, aquele que, por meio de Sua obediência a Lei de Deus agradou ao
Deus-Pai, mediante Sua morte vicária na cruz. Este foi o preço e a oferta para a
salvação dos eleitos de Deus, para a salvação. A morte de Jesus Cristo na cruz foi à
porta aberta para a reconciliação de Deus para com o homem. Esta é a oferta da
graça.

A reconciliação entre duas partes é necessária, quando ocorreu algo que causou o
rompimento e fez com que uma ou ambas as partes se tornassem hostis uma à
outra. Para que haja a reconciliação, é fundamental remover os fatores que
produzem a inimizade no conflito. Para Bruce Milne, a reconciliação é o
cancelamento da inimizade que havia entre duas pessoas, que por um motivo ou
outro entraram em conflito."".

A idéia que houve anteriormente uma comunhão é clara e por isso há um empenho
para se restaurar tal comunhão, relacionamento este que foi interrompido devido ao
erro de uma das partes em cumprimento de suas obrigações, ofendendo a outra
parte.
No caso do relacionamento de Deus com o homem e do homem com seu próximo e
com todas as áreas que estejam dentro dos seus relacionamentos, o que aconteceu
para que padecêssemos em meio a tantas lutas e desrespeito?

Para se entender a reconciliação, são necessários alguns apontamentos sobre o


pecado original de nossos primeiros pais, pois a questão da origem do mal na
história da humanidade é questionada desde os mais remotos tempos da filosofia
que procura entender a origem do mal no mundo, sem contudo obter sucesso, uma
vez que temos na Bíblia, a Palavra de Deus, a explicação desta origem.

I) DA CRIAÇÃO ATÉ O DESCENDENTE, UMA HISTÓRIA DE AMOR E


RECONCILIAÇÃO (FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICO-TEOLÓGICA)

1.1 O MAL

A existência do mal e da moral é um dos problemas mais profundos e difíceis que


têm ocupado o pensamento humano. É um problema que tem dado que fazer aos
corações humanos em todos os tempos. É um problema que tem sido levantado
pelas Escrituras e que deveria advertir-nos contra o perigo de alimentarmos
conceitos superficiais e levianos concernentes ao caráter e propósitos divinos. "O
problema de se reconciliar a bondade infinita e a justiça, no criador desse mundo, é
difícil". ( James Orr, citado por Júlio A. Ferreira, 1980 p 137).

O mal natural e o mal moral existem no universo como um fato, e existiriam ainda
que o Cristianismo jamais fosse mencionado. O cristianismo apenas intensifica o
problema devido a luz que ele lança sobre o caráter de Deus, e a concepção mais
elevada que tem do homem, mas não cria o problema, antes professa ajudar-nos a
resolvê-lo.

O pecado está aí; aí também está o sentimento de responsabilidade e de culpa; e


nem o coração, nem a razão da humanidade permitirão que os tratemos como se
não existissem. Nem tampouco o negar a existência de Deus, sana a dificuldade.
Enigmático como é o problema do mal, tanto mais enigmático, ainda, seria se
fôssemos impelidos a crer que, atrás de tudo, não existe nenhuma retidão e amor
infinitos que nos garantissem a esperança de que, em última instância, haja uma
solução para o problema. Passaremos a considerar a origem do mal e suas relações
com o ser humano hoje.

1.2 O PROPÓSITO DE DEUS NA CRIAÇÃO

A narrativa bíblica de Gênesis nos capítulos um a três nos dá conta de que Deus é o
Criador de todas as coisas. Aí se percebe que tudo que Ele fez é bom e perfeito (cf
Gn 1:1; 12; 18; 21; 25; 31). De acordo com a questão 15 do Catecismo Maior, "a
obra da criação é aquela pela qual, no princípio e pela palavra do seu poder Deus
fez[...]. E tudo muito bom".

Deus mesmo proclamou todas as obras de suas mãos, quando completadas, como
sendo tudo muito bom (Gn 1:31), com o propósito de que Ele manifestasse a sua
própria glória. Nossa confissão expressa claramente que "o fim principal de Deus,
em seu eterno propósito, e em sua execução temporal na criação providencia, é a
manifestação de Sua própria glória". Portanto, o propósito era manifestar Sua glória
às suas criaturas, a fim de receber delas a honra e a glória devida a Si e seu
propósito era levar suas criaturas a participarem de sua glória e conhecerem o seu
amor por elas.

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Sendo Deus amor, e sendo seu propósito fazer manifestar às suas criaturas este
amor, nada mais justo ser o nosso maior propósito na vida glorificá-lo e gozá-Lo
plena e eternamente (cf Sl 73.24 – 26; Jô 17.22-24). Este é o objetivo eterno de
Deus mostrar o seu amor as suas criaturas, - este é o tema que queremos perseguir
neste trabalho -, pois Deus sabia que o homem iria pecar, mas deu-lhe a
oportunidade de obedecer-lhe e serví-Lo, sendo imposta ao homem apenas uma
condição: Obedeça-Me e viverás. Conforme a Confissão de fé de Westminster
capítulo VII seção II,

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Deus em Seu eterno amor e justiça propôs ao homem a felicidade eternamente,


desde que não comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal (cf Gn 2.17)
esta era a única condição de Deus para com o homem.

Mas com a sedução de satanás na figura da serpente, homem e mulher cedem aos
seus argumentos e desobedecem a Deus. Este ato consistiu em grande
desobediência a ordem negativa de Deus, ocasionando assim o pecado na raça
humana. Parece ser o plano geral, eminentemente sábio e justo de Deus, introduzir
todos os objetos recém-criados do governo moral num estado de provação, por certo
tempo, durante o qual ele faz seu caráter e destinos permanentes dependerem da
própria ação deles. Ele os cria santos, ainda que capazes de cair. Nesse estado, ele
os sujeita a um teste moral por certo tempo. Se passassem no teste, o galardão
consistiria em que seus caracteres morais seriam confirmados e feitos infalíveis,
para sempre. Se caíssem, seriam judicialmente excluídos do favor e comunhão de
Deus, para sempre, e daí moral e eternamente mortos.

Mas isto suscita a questão por que Deus então permitiu que o homem pecasse. Se
Ele sabia que o homem poderia pecar, por que colocar esta condição a ele?

Essa questão é prova evidente de que não somos pessoas robodizada nas mãos de
Deus. Ao contrário Ele na Sua infinita sabedoria e amor para com suas criaturas
permite que elas desfrutem da total e verdadeira liberdade que qualquer ser humano
pôde ter provado em sua vida; a qual nenhum dos homens da era moderna poderia
ter provado.

As influências externas e as motivações subjetivas que


impeliram nossos primeiros pais a esse terrível pecado,
em primeira instância não implicam pecado neles, mas
veio a ser a ocasião de pecarem ao permitirem que suas
mentes fossem ocupadas e sua vontade dominada a
despeito da proibição divina.

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Ainda que Deus seja o Soberano e dirija todas as coisas, é sabido, segundo A A
Hodge que Ele não só permite os atos pecaminosos, mas os dirige e controla
segundo a determinação de seus próprios propósitos. Contudo, a pecaminosidade
dessas ações pertencem exclusivamente ao agente pecador, e Deus de forma
alguma é o autor ou aprovador do pecado.

As ações pecaminosas, como todas as demais, são expressas na Escritura como


ocorrendo pela permissão de Deus e de acordo com seu propósito, de modo que os
homens perversamentes dizem serem mandados por Deus (Gn 45.4,5; Ex 7.13).

Deus em Sua riqueza e glória não é surpreendido pelo pecado humano. Ele nem é o
gerador do pecado e nem o aprova. Está preocupado em estabelecer critérios e
limites ao homem para que este não peque, através de sua lei positiva, pois Ela é
vida para aqueles que a obedecem (cf Pv 8:22 – 36; Gn 2.17), e tem o propósito de
desencorajá-los, por meio das ameaças e punições reais, para que não venham a
infringir os retos preceitos divinos.

Deus em Sua grandeza permite ao homem escolher entre obedecer a Ele ou não.
Este é o privilegio de Adão. Deus o capacitou com suficiente conhecimento para Sua
orientação, "estava implícito em Adão que ele era um agente moral santo e Deus um
governante moral justo", sendo capaz tanto de obedecer como de cair diante de
Deus.

Com o pecado da desobediência adâmica, o homem perde a virtude da santidade


diante de Deus, agora está todo em pecado; todos pecaram e carecem da glória de
Deus (Rm 3.23) e com isto todos estão em estado de depravação total diante de
Deus.

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Desde que o homem pecou e afastou-se de Deus, ele agora é considerado


prisioneiro de satanás (o príncipe do poder do ar) que o leva a satisfazer todos os
desejos da carne, que são inimizades contra Deus.

Ainda que o ser humano pratique ações boas, porquanto ele tem dentro de si, a lei
moral imanente, ainda que ofuscada pelo pecado, a Confissão de Fé, no capítulo
XVI, diz que aos olhos de Deus as boas obras só podem ser praticas pelos salvos,
porque elas estão predestinadas aos eleitos de Deus (cf Ef 2.10). Evidentemente as
obras são praticadas para edificação da Igreja e para glória de Deus diante dos
homens pecadores, nunca em prol da salvação.
Portanto, se o homem está em um estado de depravação; se é pecador, por causa
do pecado de Adão, já que agora sua descendência por geração ordinária está
condenada a este estado, sendo impossível fazer qualquer coisa em prol de sua
salvação, como ele poderia remover a barreira que o separa de Deus, seu criador?

As barreiras impostas pelo pecado do homem são conhecidas: desobediência à


Palavra de Deus, soberba humana, orgulho, incredulidade, juízo próprio ou auto-
suficiência. Mas a grande barreira a ser superada com certeza é a desobediência
para com Deus. O homem deu ouvido a satanás e assim tomou sua decisão, como
vimos anteriormente. Agora, não pode por si mesmo se achegar a Deus
verdadeiramente.

Tendo se rebelado contra Deus, homem e mulher foram expulsos, do paraíso e


destituídos da graça divina e das bênçãos dela decorrentes. Esta pena é justa. Eles
a mereceram por causa de suas cobiças. Mesmo assim, não foi fechada a eles a
oportunidade para uma reconciliação com Deus, Ele lhes promete um descendente
da mulher que esmagaria a cabeça da serpente e livraria o seu povo do pecado (cf
Gn 3.15).

As conseqüências do pecado em nós, homens pecadores, são inúmeras: as penas


interiores são cegueira do entendimento (Ef 4.18); sentidos depravados (Rm 1.28),
fortes ilusões (II Ts 2.11), dureza de coração (Rm 2.5), pavor na consciência (Is
33.14) afetos torpes (Rm 1.26). As punições exteriores são a maldição de Deus
sobre as criaturas, por nossa causa (Gn 3.17) e todos os outros males que caem
sobre nós: em nossos corpos, nossos nomes, bens, relações e ocupações (Dt
28.15), e a própria morte, pois o salário do pecado é a morte (Rm 5.12, 6.23).

Mas Deus em Sua misericórdia e amor socorre ao pecador, estabelecendo o pacto


da redenção, muito antes da fundação do mundo, Deus já estava preparado para
aquilo que o homem faria. O homem rejeitou a Deus,mas Deus não o rejeitou, pois
Ele tem o firme propósito de salvar os seus, mediante a ação do descendente, o Seu
escolhido.

Para uma melhor compreensão sobre a ação pastoral de Jesus é de fundamental


importância tratarmos nesta seção do pacto da redenção: as partes envolvidas, seu
acordo, promessas e deveres,seus benefícios para com os pecadores.

1.3 O PACTO DA REDENÇÃO

Até aqui, foi abordada neste trabalho a origem do mal na história da humanidade.
Como se viu a origem do mal não está em Deus, mas no homem, com a queda do
primeiro casal diante da tentação satânica. Mesmo não merecendo favor nenhum de
Deus, Ele vem aos infratores e os conforta, mediante a promessa de um libertador,
que nascerá da mulher. Nisto se observa à justiça de Deus e o amor dEle para com
suas criaturas. Passaremos a pensar no propósito de Deus para com o pecador.

O propósito de Deus para com o pecador é restaurá-lo àquilo que ele era quando
Deus o criou: um ser perfeito, gozando a presença de Deus plenamente e assim O
glorificando com sua vida. Para que a reconciliação ocorra é necessário retirar a
causa do mal. Assim acontecendo, o caminho da restauração estará aberta para a
comunhão, a amizade recuperada do homem para com Deus.

Sobre esse assunto, a doutrina armeniana diz que Deus operou por vários concertos
na história humana, a fim de tentar restaurar este relacionamento. Porém, quando
olhamos o pacto da redenção, concluímos que Deus já havia planejado na
eternidade. Por isso Deus não tem tentado concertar sua obra, porquanto Seus
decretos são perfeitos; Por Sua Onisciência conhece todas as coisas.

No pacto da Redenção temos um acordo entre o Pai como representante da


Trindade, e o Filho, como representante do seu povo, no qual o último compreende
satisfazer as obrigações daqueles que o Pai lhe deu, e o primeiro promete ao Filho
tudo o que é necessário à Sua obra redentora.

A lei de santidade requer, não só que a vontade humana subsista em perfeita


harmonia com o Divino, rendendo-se a Ele em amor, confiança e obediência, mas,
como conseqüência disso, que exista em estado afetivo correto, em uma vida
interna pura e harmoniosa.

Para James Orr, "a esfera exterior de obediência é determinada por nossa posição
no mundo, bem como por nossa relação com ele, com o nosso próximo e com
Deus". Como negação de tudo isso, o pecado, do ponto de vista bíblico, consiste na
revolta da criatura contra a sua posição de submissão à vontade soberana de Deus,
e no fato de ter forjado uma independência falsa e ter substituído o viver para Deus
pelo viver para si. Por isso o homem não poderia ser a parte contratual deste
acordo. Assim era fundamental que o próprio Deus estabelecesse que Ele
providenciaria o meio pelo qual restauraria a comunhão com o homem.

Segundo Berkhof, o pacto da redenção é o fundamento firme do pacto da graça. Se


não houvesse conselho eterno de paz entre o Pai e o Filho, não poderia ter havido
acordo entre Deus e o pecador. Através do pacto da redenção torna-se possível o
pacto da graça, pois o primeiro diz respeito à relação entre Deus e o Filho e o
segundo, entre Deus e o homem.

O pacto da redenção ou conselho da paz (cf Zc 6.13) está fundamentado na


Escritura, onde se mostra que ele é um decreto de Deus. Em Ef 1.4 é indicado que
Deus nos escolheu em Jesus, antes da fundação do mundo, pois Ele tinha um
eterno propósito estabelecido em Cristo Jesus (Ef 3.11). As passagens são várias,
mas todos apontam para este decreto da eleição, segundo o qual Deus nos
escolheu desde o princípio para a salvação (cf II Ts 2.13). Ele tem um propósito para
estes eleitos, conforme passagens anteriores. Ele santificou o Seu povo para ser
santo, irrepreensível. O Seu povo é santo porque Ele é santo (cf Lv 20.26).
Neste pacto estabelecido por Deus é indicado o plano dEle para a salvação dos
pecadores. Ainda que esta expressão não apareça claramente, nos Evangelhos, ao
longo de Seu ministério terreno Jesus se refere a este pacto várias vezes, em
diálogos com seus discípulos. Jesus diz a eles que este pacto fora estabelecido
antes da Sua vinda; Ele se refere a uma comissão que recebeu do Pai (cf Jo 5.30,
43; 6.38-40). Veio como mensageiro de Deus, para restaurar o pecador, provendo a
reconciliação entre eles e alcançando certo número de pessoas, como diz o apóstolo
Paulo em Rm 5.12 – 21.

O pecado de Adão foi imputado a todos, mas a salvação é ação da graça de Deus,
portanto não abrangerá a totalidade da raça humana, diferentemente do que houve
com o pecado. No paralelo que Paulo faz entre Adão e Cristo é bem claro que Jesus
é apresentado como sendo a cabeça do pacto (I Co 15.22).

Estabelecemos este ponto para esclarecer que a razão da vinda de Cristo é para
salvar e libertar os eleitos de Deus para a salvação, àqueles que foram dados a
Jesus pelo Pai, como afirma o Catecismo Maior na questão 31. Sobre esse povo
está a benção de Deus, nele deve resplandecer a glória do Senhor, sendo luz e sal
na terra, vivendo vida santa e pura, buscando cumprir a justiça de Deus na terra.

O conselho da redenção é o firme fundamento da aliança da graça, segundo


Berkhof, pois sem esta ordem não poderia haver o conselho da paz entre o Pai e o
Filho, não poderia ter havido nenhum acordo entre o Deus triúno e os homens
pecadores. O conselho da redenção torna possível o pacto da graça.

Neste acordo entre Deus e o Filho, o Filho se coloca como sendo o fiador do homem
(cf Hb 7.22), tomando sobre si as obrigações legais deste.

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À semelhança de Adão, Jesus viria para obedecer e se submeter à lei de Deus, por
isso se diz que o pacto das obras estava sobre Jesus, a fim de que Ele cumprisse
toda a lei para assim cumpri-la diante de Deus, pois esta era a condição para que as
pessoas pudessem ser salvas (cf Dt 6;7). O pacto da graça foi feito com Cristo,
como o segundo Adão, e, nele, com todos os eleitos, como sua semente (I Co
15.22,45; Ef 1.4).

Sobre Jesus pesa a lei a qual Ele cumprirá até o fim; ele mesmo disse que não veio
revogar a lei, mas cumpri-la (Mt 5.17). Para Cristo, o pacto estabelecido com Deus é
o pacto das obras; assim, Ele deve obedecer a Deus em submissão e amor. Para
Jesus, continua em vigor, pois esta é a condição de Deus para aqueles que querem
ser salvos, Deus não iria revogar Seus decretos e as condições prescritas no pacto
com Adão: se obedeceres é certo que viverás (Gn 2.17). Portanto, com Jesus, o
pacto das obras com Jesus tem as mesmas condições que teve para com Adão,
pois Jesus é o Cabeça da Sua Igreja, assim como Adão é o cabeça da humanidade.

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Com o pacto das obras, a vida só pode ser obtida pela satisfação das exigências em
vigor na lei. Como o último Adão, Cristo obtém a vida eterna como uma recompensa
por Sua obediência fiel, e não de forma alguma, como um dom imerecido da graça.
Diferentemente de nós pecadores redimidos por Cristo, que somos agraciados por
Deus, pois somos co-herdeiros por meio de Cristo Jesus para a vida eterna,
segundo a eleição do Senhor.(cf Ef 1:3-14; 3.6).

No pacto com Jesus, Deus exige que o Filho seja o fiador do homem. Jesus assume
nossa dívida, sendo Ele o cabeça do Seu povo. Mas para que Ele possa assumir
nossa divida ele tem que assumir nossa natureza humana, nossas enfermidades,
embora sem pecado ( cf Gl 4.4,5; Hb 2.10-15). É necessário que submeta totalmente
a lei, a fim de obedecê-la e assim pagar a divida humana que era a desobediência a
Deus, Jesus é o merecedor da vida eterna (cf Sl 40.8: Mt 5.17,18; Jo 8.29) e, agora,
por seus méritos, aplica-os ao Seu povo, regenerando-o e levando-o a conversão,
dotando-o de fé e santificando-o, por meio da ação do Espírito Santo, assegurando
assim a consagração de seu povo a Deus, a fim de apresentá-lo santo e puro (cf Jo
16.13-15; Cl 1.22,28; Ap 21.9)

Além das exigências, o pacto da redenção também tem suas promessas. O Pai dá
ao Filho um corpo não contaminado pelo pecado (cf Hb 10.5), e unge, dando-lhe o
Espírito Santo sem medida, qualificando-o assim para os ofícios messiânicos (Is
42:1, 2, 61; Jo 3.34). Deus assegurou ainda que O apoiaria na execução de Sua
obra, e assim o habilitaria a realizar a destruição de Satanás, estabelecendo o Reino
de Deus (Is 42: 6 7; Lc 22.43); que O livraria do poder da morte e O exaltaria à Sua
mão direita no céu, entregando-lhe o poder do céu e da terra (sl 16:8-11; At 2: 25-28;
Fp 2:9-11); que O habilitaria a enviar o Espírito Santo, o selo que garantiria a
salvação dos seus eleitos, que não se perderiam (cf Jo 6:37, 39, 40, 44, 45);que os
participantes de redenção seria que ninguém poderia enumerar, de modo que todas
as nações seriam alcançadas (Sl 22:27; 72:17). Finalmente Berkhof diz que todas as
obras maravilhosas da redenção que Jesus realizaria tornar-se-iam manifestas aos
homens e aos anjos, para a glória e a honra a Deus. (cf Ef 1.6, 12, 14).

O pacto da graça como um fim em si mesmo é um pacto de amizade mútua ou


comunhão com a vida. Este pacto pode ser considerado como o fim que Deus tinha
em vista no pacto da redenção, como uma realização espiritual última que Ele
realiza no curso da história pelo ministério da Palavra, pela operação do Espírito
Santo nos corações de seus escolhidos (cf Jo 16: 8), convencendo as pessoas do
pecado, da justiça e do juízo, e que aperfeiçoará seu povo no tempo da consumação
de todas as coisas.

Portanto é uma relação de amizade entre Deus e o homem, uma comunhão de vida
em que o homem é feito participante da vida divina, a vida da ressurreição, o retorno
do homem aos braços de Seu Pai bondoso, Justo e Santo. Desta forma, este pacto
nos apresenta a condição em que os privilégios são melhorados para fins espirituais,
as promessas de Deus são abraçadas por uma fé viva e as bênçãos prometidas são
conduzidas à plena fluição. Agora, o homem, restaurado a comunhão com Deus,
desempenha sua parte no pacto da graça, não para receber a vida por meio das
ordenanças, pois ele é salvo mediante os méritos de Cristo Jesus, mas para honrar
a Deus por meio de sua obediência a Ele. É a oportunidade para o homem não mais
condenar a Adão pelo seu erro, mas para ele próprio discernir entre o bem e o mal,
saber escolher entre agradar a Deus ou não.

O pacto da redenção é o fio condutor perpassando toda a Bíblia é a revelação do


agir de Deus em prol do Seu povo. Deus é o ofendido pelo pecado humano, mas Ele
mesmo providência a única oferta capaz de satisfazer a exigência da Lei e propiciar
a expiação pelo pecado dos Seus eleitos, assegurando a estes as bênçãos
decorrentes do sacrifício de Jesus Cristo (cf Cl 1.18).

Na origem, o pacto traduz disposição de Deus no sentido de comunicar suas


bênçãos aos homens. Além disso, no pacto Deus dá gratuitamente tudo o que Ele
exige.

É porque o pacto é uma disposição livre e soberana da parte de Deus, pode também
ser chamado um testamento (Hb 9.16, 17). Este nome acentua os seguintes fatos:
(a) que o pacto, como um todo, e um dom de Deus; (b) que sua dispensarão
neotestamentária foi iniciada pela morte de Cristo; (c) que é firme e inviolável e (d)
que nele Deus dá o que exige.
1.4 A RELAÇÃO DE CRISTO COM O PACTO DA GRAÇA.

Cristo é apresentado pela Escritura como Mediador do pacto. Um mediador, no


sentido geral da palavra, é simplesmente uma pessoa que medeia entre duas partes
opostas numa tentativa para harmonizá-las. Entretanto, a idéia escriturística de
Cristo como nosso Mediador é multo mais específica e profunda. Cristo é o
Mediador em mais de um sentido. Intervem entre Deus e o homem, não meramente
para solicitar a paz e persuadir a ela, mas armado de pleno poder para fazer tudo
que é necessário para realmente estabelecer a paz. É o Mediador que, como nosso
fiador, toma sobre Si a culpa dos pecadores, paga a penalidade do pecado, cumpre
a lei, e assim restaura, nos que Ele representa, a relação certa com Deus (Hb 7.22;
8.6; 9.15; 12.24).

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Com o titulo de Cristo, a Pessoa de Jesus possuí três ofícios que são inerentes à
Sua missão de Mediador entre Deus e os homens, a saber:

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Jesus é o descendente da mulher que fora prometido para restaurar a comunhão do


homem com Deus e retirar a barreira da desobediência levantada por eles no
paraíso. Assim faz-se necessário abordarmos estes ofícios e sua importância na
Obra de Cristo, obra esta que revelou não só um homem perfeito, mas revelou-nos a
Pessoa de Deus e Seu amor para com os pecadores. Portanto, Jesus é Deus-
homem e homem-Deus.

II OS OFÍCIOS DE JESUS

Desde o tempo de Calvino, costuma-se falar de três ofícios do Mediador. O homem,


como foi criado por Deus, devia exercer o papel de profeta, sacerdote e rei. Daí ter
sido dotado de conhecimento e entendimento, de retidão e santidade, e de domínio
sobre a criação inferior. A entrada do pecado no mundo afetou o homem todo e o
impossibilitou de funcionar propriamente na sua tríplice capacidade de profeta,
sacerdote e rei,. ficando assim sujeito ao pecado, ao engano, ao erro e a morte. Mas
Jesus veio como homem ideal e com o propósito de restaurar o homem à sua
condição original.Desse modo, Ele deveria exercer também esses ofícios. Através
do exercício desses ofícios são revelados os efeitos e as virtudes de Jesus,
necessários para que as pessoas possam crer nEle. É preciso conhecer Sua vida e
o que Ele fez pelo pecador para que assim todos os que o receberam descansem
seguros, confiando plenamente que a Sua Obra foi completa em prol da Salvação.

Para Calvino existe uma grande dificuldade em descriminar claramente as ações


distintas de cada um dos ofícios em Jesus, sendo que Ele os exerce todos
simultaneamente de maneira completa. Assim, ao separá-los corre-se o risco de
exaltar um em detrimento dos outros. Assegurar a distinção dos três ofícios em
Cristo é assegurar a distinção das duas naturezas em Cristo, sem ambigüidades,
sem confusão, sem conversão e sem composição, de modo que as duas naturezas
em sua totalidade são perfeitas e distintas, a Deidade e a humanidade de Cristo.

Charles Hodge explica que os elementos necessários para se alcançar esse grande
objetivo estão divididos em duas classe, a saber: aqueles que dizem respeito a Deus
e aqueles que dizem respeito aos homens.
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Observar-se-ão dois momentos distintos nesta etapa do trabalho, a saber: o conflito


religioso judaico com relação a estes ofícios no contexto neotestamentário; no
segundo momento será observado cada ofício distintamente.

Segundo a exposição de Emil Brunner, não foi por acidente que a teologia
Reformada, na sua doutrina dos "ofícios" de Cristo, sublinhou essa afirmação
originalmente bíblica da salvação histórica, que, no período do escolasticismo
medieval fora perdida. A obra de Jesus é o cumprimento da Velha Aliança (pacto
das obras). Na doutrina dos três "ofícios’ de Cristo nos relembramos novamente a
verdade que conhecemos Jesus através da ação de Deus nEle; isto já foi sugerido
nos varies títulos dados a Jesus na Igreja Primitiva todos os quais têm um caráter"
funcional "e sugerem Sua Obra antes que Sua Pessoa".
Quando os teólogos Reformados falam do triplo "ofício" ou obra de Cristo eles têm
em mente as três figuras teocráticas que existiam sob o antigo pacto: o profeta, o
sacerdote e o rei. Em Jesus todas essas três representações foram cumpridas, e
elas se fundem em uma completa unidade na Sua Pessoa, dando completa
significação à Sua Obra.

Segundo esclareceu o Catecismo Maior em sua questão 39; "era indispensável que
o Mediador fosse homem, para poder solguer a nossa natureza e possibilidade a
obediência à Lei, sofrer e interceder por nós em nossa natureza, e solidarizar-se
com nossas enfermidades, para que recebêssemos a adoção de filhos e tivéssemos
conforto e acesso com confiança ao trono da graça".

Assim também por meio de Sua encarnação Ele exerceria os ofícios a Ele atribuídos
em várias passagens vétero-testamentárias, conforme veremos a seguir, a fim de
confirmá-los diante do seu povo e atestar a veracidade bíblica, cumprindo-a como
sinais visíveis para aqueles que esperavam a restauração de Israel através de seu
libertador.

2. A tensão religiosa

2.1 O PROFETA E O SACERDÓCIO

O profeta, ao menos nos dias dos grandes profetas estava deliberado e


conscientemente na defensiva contra o sacerdócio e o Templo. Mais de uma vez
esta atitude desenvolve-se em uma feroz hostilidade. A classe sacerdotal, sob um
ponto de vista profético, é algo que, na melhor das hipóteses, pode apenas ser
tolerada e, freqüentemente, parece uma impossibilidade absoluta. É sem dúvida
esse o elemento no qual a religião do Antigo Testamento é menos diferenciada da
religião pagã das nações circunvizinhas; além disso, é devido a este contraste que o
paganismo entrou em Israel e Judá (cf Zc 7: 1-16; 22: 1-9).

2.2 O REI E O PROFETA

O Rei é também um fenômeno muito ambíguo. Por um lado, desde o tempo de Davi,
a Monarquia esteve sempre em íntima conexão com a esperança messiânica do
futuro e, assim, o Messias é esperado da descendência da casa de Davi (cf II Sm
7.1-29; Jr 33.15; Ez 34.23; Zc 12.8; Lc 1.32; Jo 7.42; Rm 1.3), como sendo um Rei
justo e poderoso. Por outro lado, desde o tempo de Moisés e dos juízes, do período
clássico da religião javista, havia uma atitude muito crítica em relação à Monarquia,
porque ela parecia interferir com a direita direção divina sobre a nação de Israel que
em contraste com as nações orientais circunvizinhas, não era originalmente uma
monarquia nem uma hierarquia, mas uma pneumatocracia. O dirigente de Israel
deveria ser um líder chamado e tornado poderoso por Deus, não uma
hereditariedade soberana. Na história de Saul, como primeiro Rei, como um Rei
eleito e como um "Nabi" (palavra hebraica para profeta) é evidentemente um caso
transicional.

Assim, a monarquia existiu numa espécie de crepúsculo entre a mais alta boa
vontade de Deus para com seu povo e aquela que está em oposição diretamente a
Sua vontade, por causa da mancha pecaminosa, que era a distinção entre Israel e
as nações vizinhas, reduzindo-a ao mero plano humano.

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2.3 JESUS, "O PROFETA"

Nos tempos de Moisés fora profetizado que surgiria no futuro, dentre os judeus, um
profeta semelhante a ele, a fim de revelar toda a vontade de Deus para o Seu povo
(Dt 18.15,18), Moisés, servo íntegro ao Senhor, conduziu o povo de Deus por mais
de quarenta anos e lhes ensinou a vontade de Deus. Para isso Deus utilizou Seu
servo, Moisés, para ser o mediador entre Ele e Seu povo. Moisés recebeu a
revelação direta de Deus, concretizada nos mandamentos, no monte Sinai (Ex 20: 1-
21). É interessante observar que o povo tinha medo de Deus, a semelhança de
Adão; preferia tratar com Moisés a tratar diretamente com Deus. Este medo é
causado pela presença do pecado em nós.

Ao povo cabia obedecer a Deus ou não, (Dt 11.26-32), sabendo que a vontade de
Deus é boa e perfeita, a qual conduz a quem a seguir a uma vida tranqüila e livre de
problemas, principalmente em relação ao Lesgislador e a qualquer ação judicial
condenatória, visto que a Lei do Senhor é superior a qualquer lei humana. Esta é a
característica marcante da superioridade da Lei Mosaica; ela é divina.

Moisés, como profeta anunciou aquilo que ele recebeu de Deus: sua lei. E Jesus
trouxe aos homens a revelação da vontade de Deus, sendo considerado por muitos
como sendo o "profeta" anunciado por Moisés (Mt 16:14; 21.11; Lc 24.44; Jo 7.40),
mas Jesus era superior aos outros profetas. Jesus é superior aos profetas, porque
esses traziam palavras de Deus: e Jesus é a própria Palavra de Deus (Logos; Jo
1:1,2) revelada a todos, e todos O admiravam pois Ele os ensina como quem tem
autoridade; Jesus não legitimava suas palavras como os antigos profetas dizendo:
"assim diz o Senhor...."; mas Ele dizia: "em verdade, em verdade Eu vos digo (Mt
18.3).

Para Emil Brunner Jesus como profeta não é um profeta a semelhança dos antigos
profetas porque Ele possuía autoridade. E Sua autoridade está firmada em Sua
própria Pessoa.

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Sua mensagem revela a verdade que estava sendo aguardada desde a promessa à
mulher no paraíso. Sua mensagem anuncia que o Reino está entre eles, presente,
atuante. Jesus é a mensagem viva da revelação divina, aguardada pelos profetas.
Sua proclamação aponta sempre para além do ensino. Ela aponta para Ele próprio,
ou seja, para a revelação de que Ele é o Messias, o Emanuel, para aquele em que
Deus está presente em pessoa, não apenas pela ação do Espírito Santo sobre Ele,
mas também por ele ser o próprio Deus, agindo entre o povo.

Jesus é a revelação viva de Deus, não escrita, mas viva e presente na história das
pessoas e atuante no cotidiano deles, interferino, agindo em prol deste povo. Por
onde quer que Jesus passava, uma multidão sempre o estava seguindo (Mt 5.1; Mc
3.7; Lc 22.47), pois Ele as ensinava com autoridade, ora exortando, ora dando
esperança, ora dando conforto (Mt 7.29; Lc 4.32). Sua autoridade não era dada por
homens, ou por alguma classe religiosa; sua autoridade lhe fora dada pelo próprio
Pai (Mt 9.6; 28.18; Mc 2.10; 5.24; Jo 5.27), e isto marca seu ministério profético
entre o povo, pois Ele revelava e ensinava o povo com amor e poder, em virtude da
sede que o povo tinha de justiça e amor. Jesus dá respostas corretas para eles
dizendo-lhes: vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, pois Eu vos
aliviarei (Mt 11.28).
O profeta possui esta virtude de ora exortar o povo para o arrependimento, ora dar
esperança ao povo. Ele os sustenta e os vivifica por meio de Sua Palavra. A Palavra
do Senhor restaura a alma (Sl 19.7), a Palavra do Senhor é luz para o caminho dos
fiéis, dando-lhes orientações corretas em suas atitudes (Sl 119:105), a Palavra do
Senhor trás vida (Jo 5.39; Fp 2.16). Jesus é o Logos (Jo 1.1). Ele é a Palavra viva de
Deus, porque é o próprio Deus falando aos corações cansados e aos pecadores,
trazendo-lhes mensagem de paz e não de guerra.

Para João Calvino, Jesus Cristo é profeta porque Ele cumpriu todas as profecias
referentes à Sua Pessoa. Esta era a expectativa profética, anunciada desde os mais
remotos tempo em Israel. Jesus ensinou todas as coisas aos judeus (Jo 4.25) e esta
é a razão de Jesus ser o profeta, não para anunciar suas próprias palavras, mas
para anunciar a Palavra de Deus aos homens, a fim de que creiam ser Ele o
Messias prometido;Assim a ênfase de Sua Palavra era Sua auto-revelação, não
explicita, mas implicitamente, por meio de suas ações e Palavras.

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Para Calvino, a anunciação da Palavra de Jesus por meio dEle ia além das palavras
utilizadas para anunciar um fato ocorrido ou de um conto ilustrativo para anunciar
uma verdade; a Sua palavra declarava Sua virtude e natureza divina, e, por isso, as
multidões se maravilhavam.
O profeta só pode dar ao povo aquilo que ele recebe de Deus. O papel principal do
profeta vétero-testamentária era receber a Palavra de Deus e revelar a vontade de
Deus ao povo, interpretar a lei em seus aspectos morais e espirituais, protestar
contra o formalismo e o pecado, chamando o povo de volta ao caminho do dever, e
dirigir-lhe a atenção para as promessas gloriosas de Deus para o futuro.

Na vida ministerial de Jesus, percebe-se claramente o exercício pleno desses ofícios


em Sua Pessoa. Nas muitas discussões que houve entre Jesus e a classe dos
cléricos, a mensagem contra eles era sempre dura, principalmente contra o
formalismo e a hipocrisia. Exemplo clássico é a parábola do BOM SAMARITANO (Lc
10.33ss), contada por Jesus.

No ofício profético, Jesus não é apenas aquele que proclama com palavras a
vontade de Deus, mas está interagindo em comum acordo com o Pai e o Espírito
Santo, pois obedeceu a Deus voluntariamente.

Nas palavras de E.C.Gardner, Jesus na função de profeta, não apenas anuncia a


vontade de Deus, mas Se revelam por meio de suas ações para declarar a quem
tem ouvidos e a quem tem olhos, o deslumbre da Salvação em Sua Pessoa.

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A mensagem profética como visto anteriormente consta da exortação ao


arrependimento e o retorno do povo para o caminho de Deus, e Jesus anuncia aos
pecadores o arrependimento porque está próximo o Reino do Céu (Mt 3.2). Sua
intenção era proporcionar ao arrependido uma nova vida e uma nova oportunidade
para ser feliz neste mundo temporal. Esta era a mensagem que Jesus anunciava,
sempre com esta conotação vivificante aos seus ouvintes, Não era carregada de
obrigações e ordenanças como as dos fariseus; antes valorizava o ser humano
como criatura digna de receber o tratamento de Deus. Como dissemos
anteriormente, seu propósito é restaurar a comunhão de Deus para com os
pecadores e elevá-los ao padrão de Deus.

A Palavra de Jesus tocava as pessoas em suas necessidades com autoridade e


Poder; bem sabia o apóstolo Paulo a respeito disso, quando disse: "não vim entre
vós com sabedoria humana a fim de vos convencer, mas vim pelo poder de Deus (I
Ts 1.5)". Assim também a ação da Palavra de Jesus é cheia de Poder e autoridade
muito diferente dos antigos profetas.

O ministério profético de Cristo continua ainda pela operação do Espírito Santo


através dos ensinos dos apóstolos (Jo 14.26; 16.12-14). Jesus estando à direita do
Pai o enviou para que o Espírito Santo testificasse e ensinasse tudo a respeito de
Jesus e Sua mensagem (cf 16.1-15). A respeito da ação do Espírito Santo, declara
Berkhof: "E hoje opera pela iluminação espiritual dos crentes na leitura bíblica e
meditação da mesma".

A realidade de Deus como Santo e Misericordioso, a realidade do homem como


pecador e a realidade genuína do homem em Deus são determinantes para Jesus
que, entre nós, exerceu o ministério de pacificador ou Mediador neste conflito,
cumprindo assim seu ofício profético da reconciliação entre Deus e o homem. Esta
verdade está de acordo com a pregação de Jesus em Mt 5.9: "bem aventurado os
pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus". Como tal, Ele está no meio do
conflito, resolvendo e retirando as barreiras que ocasionaram o conflito. Por isso, a
obra reveladora de Jesus culmina em Sua obra Sacerdotal da reconciliação.

2.4 JESUS, "O SACERDOTE"

Deus estabelece os sacerdotes na história do povo de Israel com a escolha de Arão


e seus filhos (cf Ex 28.1), e como tais, eles deveriam servir como mediadores entre
Deus e os homens, como sacerdotes e representantes de um Deus Santo, eles
participavam da santidade do tabernáculo e tinham que seguir os padrões rigorosos
da pureza ritualista impostas por Deus (cf Lv 21.1-22.16). Além dos seus deveres
cerimoniais, - tais como: oferecer sacrifícios e cuidarem do lugar de adoração - eles
atuavam ainda como juízes (cf Dt 17.8-13), dispensavam bênçãos (Nm 6.22-27),
apresentavam oráculos (Nm 27.21) e ensinavam a lei divina ao povo (Dt 33.10). Os
sacerdotes a priori deviam ser os responsáveis pela verdadeira religiosidade do
povo, a fim de que o culto prestado a Deus fosse legítimo e sem mácula.

O ofício sacerdotal de maior relevância para o povo hebreu era a expiação do


pecado nacional diante de Deus, uma vez por ano (cf Lv 16.29-34). Pois era
consagrada a Deus a festa anual das expiações, pois o povo sabia que muitas das
"maldições" que estavam sobre ele eram decorrentes dos pecados das pessoas que
não queriam servir a Deus com sinceridade. Deus possibilitou a substituição dos
pecadores pelo bode emissário (cf Lv 16 1-10), para que ele levasse sobre si todo o
pecado nacional e, vagando pelas terras de Israel levasse os pecados para longe da
vista do povo, simbolizando, é claro, que Deus estava lançando os pecados deles
sobre o animal inocente e levando-os para longe deles; à semelhança de Jesus,
como profetizou Isaías no capítulo 53: 5;6;11, Ele levou sobre si os nossos pecados.
Como sacerdote perfeito, Jesus apresentou a oferta perfeita da qual Deus se
agradou (cf Hb 7: 20-28). Seu sacerdócio não tem fim, é eterno, por isso superior
aos demais sacerdotes de Israel. Com a apresentação da oferta perfeita a Deus, Ele
aplacou definitivamente o pecado humano (Mt 20.28). A morte de Jesus na cruz é o
ponto máximo da revelação divina, pois é por meio deste ato que os pecadores
podem ser salvos e perdoados.

Na cruz, Jesus levou sobre si o pecado de todo o mundo, suficiente para aplacar a
todos, porém este ato é válido somente para os eleitos de Deus para a salvação.

No sistema religioso judaico, as oferendas já estavam contaminadas pela ganância


sacerdotal sendo veementemente repreendidos por Jesus. Quando entra no templo,
atirando todos os cambistas para fora do templo do Senhor. Jesus ali demonstrou
toda a ira divina contra esta corrupção e pecado cometido pelos sacerdotes judaicos
(cf Mt 21.12).

O povo não tinha mais como ser purificado diante de Deus, pois os sacerdotes eram
corruptos e as ofertas não eram mais tão perfeitas como antigamente. Assim, Deus
se manifestou no tempo oportuno para trazer paz e perdão ao seu povo, em vista de
tão grande decadência religiosa em Israel. Jesus veio exercer Seu ofício sacerdotal
como o Sacerdote perfeito, sem pecado e capaz de trazer ao povo o perdão tão
esperado, como diz o salmista no salmo 32: 3,4: "eis que meus ossos estão
envelhecendo pelos constantes gemidos dos meus pecados..". O povo gemia por
causa de seus pecados, o povo se maravilhava com Jesus porque Ele trazia paz e
perdão aos pecadores: eis que o Filho do homem tem poder para perdoar os
pecados das pessoas (cf Lc 5.22-24). Como sacerdote, Ele tinha autoridade para
expiar os pecados das pessoas pela Sua palavra.

Como sacerdote, Ele viveu uma vida dedicada totalmente a Deus, era consagrado
ao serviço de Deus, era aquele que, além de revelar as maravilhas de Deus às
pessoas, vivia ininterruptamente cumprindo as ordenanças de Deus de modo
voluntário e prazeroso: "eis que a minha comida e bebida é fazer a vontade de meu
Pai, (Jo 4.34)". Como sacerdote perfeito apresentou a oferta perfeita a fim de levar
sobre si os pecados de todos (cf Is 53.5; 6; 10; 11), Ele é o cordeiro que tira o
pecado do mundo (cf Jo 1.29).
O sacrifício de Jesus Cristo na cruz era inevitável, precisava acontecer para que o
pecado fosse perdoado. Era necessário propiciar uma oferta que agradaria a Deus
para sempre, em vista da corrupção sacerdotal.

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A cruz de Cristo revela-nos que, pertencendo ao pecado, a situação do homem em


relação a Deus é perigosa, sinistra e desastrosa. O homem não pode alterar essa
situação, então Deus, somente Deus, pode fazer isso; e Ele o fez em Jesus Cristo,
por meio de sua morte na cruz. Nele, agora, obtivemos a paz com Deus, por meio de
Seu sangue derramado na cruz (Cl 1.19).

Com o inicio do ministério de Jesus, uma nova mensagem foi inserida no contexto
judaico, uma mensagem proclamada e esperada, uma mensagem de esperança, de
restauração para a nação de Israel, na qual seria revivido o glorioso dia do rei Davi.
Porém o Reino anunciado de Jesus não é carnal, mas, sim, espiritual, conforme diz
João Calvino, um reino que será completado, como vislumbrado por João no livro de
Apocalipse, que será concretizado de fato como governo divino sobre seus eleitos e
sobre o "mundo".

Jesus é o rei, hoje, de Sua Igreja, porque Ele é o cabeça de seu corpo (cf Cl 1.15).
Agora passaremos a discorrer sobre Jesus, exercendo o ofício de Rei.

2.5 JESUS, "O REI"

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A suma da mensagem profética no Antigo Testamento é a anunciação do governo


de Deus sobre o povo de Israel. Desde que Israel rejeitou o governo de Deus por
meio de Seus sacerdotes, o povo estava se enterrando cada dia mais em meio aos
problemas (I Sm 8:7). Mesmo com o governo de Davi, o povo passou por muitas
dificuldades, ainda que Davi era um homem segundo o coração de Deus (cf At
13.22).

Emil Brunner nos dá uma rica contribuição, dizendo que, quando Jesus começou a
pregar, a Sua mensagem logo foi ligada com estas idéias fundamentais da
mensagem dos profetas, que foram intensificadas e se fizeram mais urgente através
da pregação de João Batista.
O reino de Deus que está vindo, a nova era,contraste com a era presente. Esta é a
razão por que, em muitas das parábolas contadas por Jesus, o tema de um Rei (Mt
18.23;22.2) é enfatizado. Este é o alvo de toda a história: que por fim a vontade de
Deus será feita; que por fim o Rei terá um povo obediente. Se atentarmos para as
palavras dos sábios vindos do oriente, na época do nascimento de Jesus,
observamos que eles o tratam como sendo o Rei dos Judeus (cf Mt 2.2). Isto nos
alerta para este ofício de Jesus como Rei, mesmo sendo de uma família humilde
como a de José e Maria.

Se Jesus tivesse proclamado apenas o Reino de Deus e a obediência à vontade de


Deus como condição de participação no Reino, então Ele teria sido mais um dos
profetas. Porém Jesus não proclamou meramente esta vinda do Reino de Deus, ao
mesmo tempo Ele inaugurou a nova era e representou-a em Sua própria Pessoa.
Ele próprio, em Sua pessoa, é a aurora deste Reino de Deus.

Na pessoa de Jesus, a soberana autoridade de Deus está presente de um modo


totalmente diferente dos modelos até então conhecidos de um governo "teocêntrico".
Em Sua pessoa como amostra do que será o governo eterno de Deus sobre o Seu
povo, é inevitável a confrontação do modelo governamental exercido pelos homens
até então. No governo teocêntrico está explicito que a direção é exclusivamente
prerrogativa da vontade santa e soberana de Deus.

O reino anunciado por Jesus é um reino onde existe verdadeiramente a presença


libertadora, restauradora e perdoadora do amor de Deus, amor este que facilita a
comunhão para todos aqueles que O encontram. Neste reino, não existe a opressão
de um rei dominador ou opressor, que tira a vida e a alegria de seus súditos. Pelo
contrário neste reino divino é manifesto o Seu amor santo, que vence o mal. É o
governo de alguém que derrama Sua vida em serviço amorável, que quebra a
resistência por uma vitória interior.

Fomos transportados do domínio das trevas para o Reino do Seu Filho amado (Cl
1.13), reino este onde o pecador encontra perdão, onde o cansado encontra alento,
o rejeitado encontra valor. Neste reino, as pessoas são chamadas para uma nova
vida, uma vida restaurada ao projeto inicial que Deus tinha para o homem: ser
imagem e semelhança de Deus (cf Gn 1.26). Este é o reino de Deus, libertador,
restaurador, e Jesus é o Rei, que se deu em favor de Seu povo, deu sua vida em
resgate de Seu povo. Jesus conquistou este direito na cruz, esvaziando todo o Seu
Ser em nosso favor. O amor de Deus realmente reina no coração humano, a
oposição entre a vontade de Deus e a vontade própria da criatura foi superada; aí se
tornou verdade: "Serei vosso Deus, e vós sereis Meu povo."

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A autoridade de Jesus Cristo é, portanto, uma realidade somente onde os homens


realmente dobram o joelho diante dele, isto é, na Igreja. A Igreja consiste daqueles
que reconhecem Jesus Cristo como seu Senhor e na obediência da fé, e no amor,
servem como seu Senhor o fez. A autoridade de Cristo significa que por meio de
Sua Palavra e Seu Espírito ele realmente governa sobre os "homens" (os salvos).
Jesus não é apenas um Rei que simplesmente reivindica Seus direitos, mas aquele
a quem a Igreja realmente se submete. Ele é a cabeça do Corpo da Igreja (Cl 1.18).
Ele é realmente a autoridade em uma comunidade de pessoas que realmente
obedecem A Sua vontade.

Júlio Andrade Ferreira, citando Strong, (in loco, pp 711, 712,716,-720, 776) diz que,
ao olharmos para trás no que tem acontecido já e, também, em vista do futuro
cumprimento, nas expressões que a descrevem, a obra tríplice de Cristo aparece
como sendo imutável. Os ofícios eram distintos, mas eram prefigurações daquele
que haveria de combinar em si mesmo todas essas atividades e iria prover a
realidade ideal.

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Jesus como rei de Seu povo nos protege contra todo tipo de ataque do inimigo. À
semelhança dos reinos humanos que se julgam prósperos pela abundância e
proteção contra seus inimigos, muito mais é Jesus como nosso rei, pois Ele nos
protege contra o ataque dos nossos inimigos espirituais, de onde deduzimos que Ele
reina mais por causa de nós que por Si mesmo, tanto por dentro como por fora, para
enriquecer-nos com os dons do Espírito, que naturalmente nos orientam para
edificarmos a comunhão de Sua Igreja (Ef 1.22,23).

Jesus é rei eternamente, como ensina explicitamente as passagem de Sl 45.6, em


conformidade com Hb 1.8; Is 9.7; Dn 2.44: Cristo nunca deixará de ser a Cabeça da
Sua Igreja, jamais a deixará como um corpo sem cabeça, assim como Ele é
sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque.

Não teria muito sentido Deus se tornar homem, na Pessoa de Jesus, e, depois, na
eternidade, onde será estabelecido realmente o Seu Reino, deixar de exercer a sua
realeza, visivelmente, deixar de conviver com seus súditos. Ele estará entre nós
porque Ele é o Deus conosco. Seu governo será justo, governará com cetro de ferro,
sem opressão, mas com amor; Seu povo o louvará para sempre, à semelhança dos
vinte e quatro anciãos no Apocalipse de João.

Jesus geralmente ensinou como os rabinos judaicos por meio de ditos breves, ao
invés de extensos discursos, e muitos de seus mais importantes ditos são
constituídos de parábolas, provérbios e pronunciamentos isolados, respondendo a
perguntas e reagindo a situações. Sua autoridade foi reconhecida por todos seus
ouvintes (Mt 7.28,29). Como se utilizava de parábolas, sua compreensão era difícil
para muitos e até mesmo para seus discípulos, para quem Jesus as explicava, em
particular.

Dos ensinos de Jesus brotam três ênfases principais:

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Portanto, atentar para os ensinos de Jesus constitui a melhor maneira de perceber o


ato reconciliador que Ele realizou por meio de suas atitudes e palavras, em uma
sociedade corrompida e vazia em sua vida espiritual, apesar de sua intensa
religiosidade para com Deus, por meio de seus constantes sacrifícios.

III) JESUS E SUA PRÁTICA PASTORAL

3.1 O REINO DE DEUS

A mensagem sobre o Reino de Deus é uma das maiores ênfases de Jesus, pois
esta mensagem marca definitivamente o regresso do governo teocêntrico de Deus
sobre seu povo eleito, e assim também lembra ao povo que ele têm um Rei, que é o
Seu Senhor. O reino está presente com Jesus, e seus milagres são sinais desse
Reino.

No Reino do futuro não haverá mais dores, sofrimentos e doenças (cf Ap 21: 4). Esta
é a ênfase profética anunciada desde a mais antiga tradição judaica com respeito ao
consolo de Deus para com Seu povo,dando conta da restauração da saúde plena
das pessoas; seus corpos não padecerão mais as conseqüências do pecado sobre
eles, reforçando o principio bíblico de que Deus criou seres integrais, onde a
separação da carne e da alma se torna inadmissível, contrariando os filósofos que
criam que a carne é má e o espírito é bom. O cristianismo crê que tanto a carne é
boa como também o espírito é bom (cf Gn 1.31), os quais serão restaurados ou
ressuscitados para a eternidade, ainda que hoje soframos enfermidades e doenças
por causa das conseqüências do pecado que pesa sobre nós.

O Reino de Deus anunciado por Jesus é marcado também pela justiça plena, pela
retidão, pela verdade, pela dignidade, pela vida que emana dEle e alcança a todos
aqueles que se aproximam dEle. E isto não é apenas para o futuro; hoje pode-se
provar amostras celestiais em nosso dia-a-dia, bastando para isso submeter-se pela
fé ao senhorio de Cristo, solene compromisso que traz salvação e vida eterna ( cf
Mc 10: 17-27; Jo 5.24). Esta é a conseqüência de uma vida restaurada com Deus,
por meio do sacrifício de Jesus na Cruz. A mensagem reconciliadora nos mostra que
Deus está sempre buscando o infrator (cf Is 2.1-4; 9.6-7; 11.1-12.6; Jr 23.5,6). O
Reino é manifestado pelos milagres de Jesus (cf Mt 11.12; 12.28; Lc 16.16 – 21);
que concede vida eterna a todos os que fazem parte desde Reino (cf Mc 10.17-27;
Jo 5.24).

A segunda ênfase dada por Jesus em seus ensinamentos é a obra salvífica que
Deus realizaria por meio da sua morte na cruz. Este o ponto culminante da
revelação divina. Jesus morre pelos pecados dos eleitos, traz para Si mesmo os
infratores, perdoando-lhes os pecados e preservando-os seguros até o dia da
ressurreição (cf Lc 5.20,23; 7.48; Jo 6.37; 17.1-26). Jesus, ao ser sacrificado,
cumpre a vontade de Deus, abrindo uma nova possibilidade ao homem regenerado:
ser obediente a Deus e assim aprender a viver sob o governo divino. Agora, a
pessoa regenerada passa a viver com confiança e fé em Deus, arrepende-se de
seus pecados e goza da alegria do perdão; com isto o processo de crescimento
espiritual é uma realidade, e a santificação é diária.

A obra de Jesus na cruz traduz a mais alta manifestação do amor de Deus para com
os pecadores e pelas Suas criaturas (cf Jo 3.16). O projeto de Deus é restaurar os
eleitos ao primeiro estado dos nossos pais adâmicos. Nas palavras sábias do
apóstolo Paulo, em Rm 15.20, "onde abundou o pecado, superabundou a graça".
Com estas palavras, Paulo nos mostra que a mensagem salvífica não está
repousada apenas nas Palavras de Jesus, mas está no acontecido, no fato real de
que Cristo padeceu e levou sobre Si nossas iniqüidades, satisfazendo para sempre
a justiça de Deus. E agora Seu Reino está estabelecido, ainda que de forma
incompleta, está presente nos corações dos fiéis (cf Lc 17. 20,21).

A mensagem da cruz é a proposta da reconciliação de Deus com os pecadores, nas


palavras de Boff, a cruz é o símbolo da reconciliação dos opostos: sinal do ódio
humano e do amor de Deus... Cristo é o conciliador dos opostos existenciais e o
integrador das várias dimensões da vida humana na busca de sentido e luz para a
caminhada.

Nas palavras de Timóteo Carriker, o homem é a única criatura que Deus fez cujo ser
não está em si mesmo, e que por si mesmo não é nada. A "canicidade" do cão está
no cão, mas a "humanidade" do homem não está no homem. Está na sua relação
com Deus. O homem é homem porque reflete Deus, e somente quando ele assim o
faz. Pela obra de Jesus na cruz, sabe-se, biblicamente, que a única possibilidade
para a verdadeira realização humana é Jesus fazer morada no coração do ser
humano, ao que chamamos de conversão a Cristo.

A nova vida é dada aos pecadores como dom da livre graça de Deus e deve
expressar-se num novo estilo de vida. Os que receberam a graça devem ser
agradecidos. Os que são grandemente amados precisam demonstrar grande amor
para com os outros. Os que vivem porque são perdoados devem eles mesmos
perdoar. Os que conhecem a Deus como seu amoroso Pai Celestial devem aceitar
sua providência sem amargura, honrando-O todo o tempo, confiando em Seu
cuidado. Em resumo, os filhos devem ser como Seu Pai e Seu Salvador, sendo
completamente diferentes do mundo.
Nesta parte do trabalho, queremos enfatizar o ato reconciliador de Jesus como
possibilidade de Deus restaurar os padrões divinos corrompidos pelos homens, por
meio do ensino de Jesus.

3.2 OS ENSINAMENTOS DE JESUS RECONCILIAM OS PADRÕES DIVINOS E


OS PADRÕES HUMANOS.

Jesus utilizou vários meios para ensinar o povo e aos seus discípulos as verdades
espirituais recebidas de Seu Pai com respeito a nova vida dada por Deus em Cristo
Jesus. Somos novas criaturas em Cristo Jesus, como disse Paulo em II Co 5.17 cf
Cl 1.13.

Em um mundo secularizado, onde a ênfase no materialismo e a escravidão como


forma de enriquecimento são gritantes e a luta pela sobrevivência torna-se de vital
importância, Jesus ensina aos seus ouvintes que não se devem preocupar com
aquilo que comerão ou beberão no outro dia, pois o Senhor tem dispensado a eles
maior cuidado do que dispensa a natureza. Assim, com este ensino, Jesus declara
que Deus se preocupa com eles e não os abandonou, mesmo o povo sendo
escravizado e oprimido pelos líderes políticos e religiosos daquela época; Deus é o
ajudador dos menos favorecidos à semelhança do que aconteceu no Egito. Deus
veio para libertar os cativos e oprimidos; abençoa Seu povo e zela por eles com Seu
amor eterno. Jesus ensina que aqueles que pertence ao Senhor devem entregar
suas ansiedades a Ele, mas devem também buscar viver de acordo com os padrões
de Deus, buscar implantá-los no mundo com todo o zelo e prioridade (Mt 6.25-34).
Por meio deste ensino, Jesus busca restaurar a fé das pessoas em Deus, pois os
rituais vazios de Jerusalém, têm trazido sobre eles maldições e tristezas, afastando-
os do verdadeiro Deus e do verdadeiro compromisso com Ele.

Com esta mensagem, Jesus explorou a questão da sobrevivência humana e do


cuidado de Deus para com Seu povo.Com isso, Jesus também ensina que a
mensagem a ser pregada hoje deve ser aquela que estimula as pessoas a terem fé
em e a lembrarem que aquele que é tocado por Jesus recebe a missão de viver sob
os padrões de Deus, como disse o salmista no capítulo 37.5: "entrega o teu caminho
ao Senhor, confia nEle, e o mais Ele fará"; como disse ainda Pedro em I Pe 5.7:
"lançando sobre Ele toda a nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós".
Assim, as pessoas que vivem com Deus devem gozar da alegria de Sua
providência. Esta mensagem trazia paz e esperança àqueles que padeciam nos
tempos de Jesus.

Jesus ensinou aos seus discípulos na parábola do Credor Incompassivo, em Mateus


18: 21-35 que devemos perdoar aos outros, em virtude de Deus ter perdoado os
nossos pecados, o ensino de Jesus chocava-se com os padrões anteriores que o
povo judeu possuía, a ponto de gerar dúvidas em Pedro. Este novo padrão de vida
faz parte do Reino de Deus e esta é uma das marcas de uma nova vida em Cristo.
No Evangelho de Mateus, capítulo treze, existe uma coletânea de parábolas a
respeito do Reino de Deus contadas por Jesus, aos seus discípulos e às multidões
que o seguiam. As parábolas tanto revelam como ocultam a verdade.

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Neste intuito de Jesus de se utilizar das parábolas estava o interesse de criar um


certo suspense quanto a verdadeira identidade de Sua Pessoa, em vista da rejeição
que as pessoas tinham por Ele, principalmente os que eram ligados à ordem
religiosa de Israel.

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Nesta coleção de parábolas sobre o Reino de Deus, Jesus é enigmático quanto a


revelação clara do mesmo. Sua ênfase recai sobre o fato de que o Reino se faz
presente por intermédio de Sua Pessoa, mas seus ouvintes ainda não o
reconheceram como Rei, apesar de todas as dicas dadas por Jesus, por meio de
seus milagres e discursos. Mas suas parábolas revelam que aqueles que O
descobriram como Rei vislumbraram seus valores, viram que Ele é mais valioso do
que qualquer outro objeto de valor, pois os valores celestiais são incomparavelmente
melhores do que os terrenos. As parábolas também ensinam aos ouvintes algumas
verdades sobre o inimigo de Seu Reino, como o fato dEle tentar introduzir pessoas
entre aqueles que já descobriram a alegria do Reino na Pessoa Jesus, a fim de
tentar acabar com este Reino.

Apesar destas tentativas, o reino é semelhante ao fermento ou a semente de


mostarda, que aos olhos humanos são coisas tão pequenas, porém seu efeito e seu
crescimento são patentes aos olhos. A massa dobra-se de volume, a ponto de
alimentar uma grande quantidade de pessoas. A mostarda cresce dando abrigo e
proteção a uma grande quantidade de pássaros que a procuram, para fazer dela a
sua morada; semelhantemente assim é o Reino de Deus, abrigo, proteção, cujo
sustento é dado pelo Rei.
Sua mensagem sobre o reino demonstra que Deus realmente está disposto a
colocar de lado a inimizade que havia entre ele e os homens, por meio de um acordo
unilateral,firmado em Jesus, que vai beneficiar o homem em todos os sentidos de
sua vida. O papel de Jesus como o Mediador nos possibilita esta grande benção de
Deus. O reino de Deus não tem fim como profetizado em Isaías capítulos 2.1-4;
9.6,7, 11, 12. Este Reino não terá fim, e Seu Rei é aquele que Deus ungiu dentre
aqueles da raiz de Davi. Logo este Reino será justo, verdadeiro, promulgador da
vida e da alegria, no qual todos aqueles que fazem parte dele gozarão de respeito e
dignidade, serão supridos em suas necessidades e sempre estarão aprendendo as
verdades de Deus.

No Reino de Deus, não há lugar para o mal, para a cobiça e para a inveja, pois
todos serão um em Cristo, e louvarão Seu Rei. Este reino será totalmente
estabelecido, quando as forças do mal forem totalmente destruídas pelo Filho de
Deus. Então Deus estabelecerá sua vontade tanto no céu como na terra, e Seu
governo durará para sempre.

Esta é a mensagem que Jesus trouxe para mostrar que o Reino de Deus vai muito
além dos limites terrenos, pois ela revela a reconciliação de Deus com os homens
para devolver-lhes os privilégios de um governo justo, por meio do Seu Filho amado,
o primogênito do Novo Mundo.

Mas esta mensagem é dada a um povo específico e com isto nos chama a atenção
para as conseqüências e as responsabilidades deste povo para com Deus e para
com a sua ação como povo de Deus no mundo.

Ao longo deste trabalho se demonstrou a ação redentora de Deus para com Seu
povo, principalmente por meio de Jesus Cristo, a Palavra de Deus encarnada e viva.
Ele como mediador entre Deus e os homens se submeteu totalmente à obediência
da Lei do Pai, entregando-se como oferta expiatória, levando sobre Si os pecados
de Seu povo eleito, morrendo na cruz por ele.

Como mediador entre Deus e os homens, Jesus exerceu três ofícios distintos, porém
inseparáveis, como sinais para que Seu povo O reconhecesse como o Messias de
Deus. Profeta, sacerdote e rei. Esses ofícios, exercidos por Jesus, foram
direcionados para a libertação do ser humano, visando sempre a restauração
humana, e a ênfase dada por Jesus foi sempre direcionada para mostrar o amor e a
misericórdia de Deus para com os infratores.

Após Jesus ressuscitar, Ele deixou uma missão aos seus discípulos, de pregar o
Evangelho a todas as nações e fazer discípulos (cf Mt 28:19). Para isto Ele
concedeu à Sua Igreja o poder e a unção do seu Espírito Santo traduzidos em
instrução, proteção e vitória na luta contra o mal, com a finalidade de expandir as
fronteiras do Reino de Deus na terra. Na dupla missão de Jesus, uma das
ordenanças era evangelizar e a outra fazer discípulos. Fazer discípulos envolve ter
uma vida santificada e comprometida com Deus e com o próximo, em uma relação
integral e nunca uma relação alienada dos problemas do dia-a-dia; por isso a
pergunta fica evidentes: qual o verdadeiro sentido de ser cristão em um mundo tão
conturbado e corrompido? Quais as responsabilidades da Igreja de Cristo no
mundo? Paulo deixou-nos orientações sobre a Igreja no mundo (cf II Co 5.18,19), e
uma das principais prioridades de Ser Igreja é ser constantemente agente
reconciliador em todo conflito social.

Nesta última parte deste trabalho queremos refletir sobre os ministérios exercidos
pela Igreja de Cristo no mundo: o ministério profético, o sacerdotal e o governo (rei).

Enfatizamos anteriormente que Jesus exerceu fielmente seus ofícios. A Igreja, por
ser corpo de Cristo, extensão da ação de Cristo no mundo na atualidade, como vem
desempenhando os seus ministérios para com Deus e para com o próximo?

IV A IGREJA DE CRISTO E A AÇÃO PASTORAL NO MUNDO

Notas preliminares

Entende-se por Igreja (ekklesia) uma assembléia chamada para fora. Por muito
tempo, se tem pensado que a Igreja é chamada para atuar no mundo, que esta é a
razão de Ser de uma Igreja. O termo, a bem da verdade tem a ver com a chamada
que Deus faz para seu povo sair do sistema maligno ao qual pertencia e se
reconcilie com Deus (cf Cl 1.13). Deus por meio de Jesus Cristo nos chamou ou nos
tirou para fora do domínio das trevas, transportando-nos para o Reino de Seu Filho.

Por causa desta mudança, a Igreja então é a comunhão dos santos, lavados pelo
sangue de Jesus; ela é visível e invisível; visível na profissão e conduta dos
membros desta assembléia; e invisível porque é espiritual e não pode ser discernida
pelo olho físico e somente Deus conhece os limites e é capaz de definir quem
pertence a ela de fato. O próprio Jesus disse que até mesmo no meio desta
comunidade haverá aqueles que não são regenerados pelo Espírito Santo (cf Mt
7.15-23). Não há duas Igrejas. Na verdade, uma só é a Igreja, conhecida
perfeitamente por Deus e conhecida imperfeitamente na terra.

Após a reforma, foram levantados alguns critérios para assegurar quais Igrejas
andavam na verdade; e chegou-se à conclusão que era Igreja militante, ou seja,
aquela que prega verdadeiramente a Palavra de Deus (Jo 8.31,32,47; 14.23) e que
administra perfeitamente os sacramentos (Mt 28.19; Mc 16.16). A verdadeira Igreja
de Jesus é ainda conhecida por meio da disciplina como ferramenta para purificar e
manter a mente pura (cf Mt 18.18; I Co 5.1-5,16).

A Igreja é a comunidade separada e chamada por Cristo a viver sua missão para o
Seu Senhor na terra; Quando falamos em Igreja, falamos de sua mais alta
expressão: ela é comunidade. Nela, o Espírito Santo distribui dons aos seus
membros, a fim de edifica-la e dar o correto ensino por meio das pessoas que Ele
designou para fazer as tarefas. Como ela é o corpo de Cristo, entendemos que a
ação exercida pelos seus membros na verdade a ação que o próprio Cristo exerce
no mundo por intermédio dela. Evidência disso é quando Jesus disse aos Seus
discípulos que eles realizariam obras maiores que as praticadas por ele em Seu
ministério (cf Jo 14.12). Quando Jesus disse que maiores obras eles realizariam
compreende-se esta afirmação a partir do triplo ministério de Jesus. Assim, cabe aos
discípulos e a Igreja viverem verdadeiramente esta verdade, com ousadia e
coragem, pois Jesus sempre estará conosco, até a consumação dos tempos. Esta é
a promessa; Jesus sustenta e rege sua Igreja pelo seu poder.

Conforme resolução da "COMISSÃO SOBRE ORDENAÇÃO E MINISTÉRIO DA


ALIANÇA MUNDIAL PRESBITERIANA", OS VÁRIOS MINISTÉRIOS DA Igreja são
fundamentalmente expressões do ministério de Cristo na Igreja e no mundo.

Por "ministério" de Cristo entende-se o ato de Deus em Jesus Cristo, caracterizado


em conexão com o papel de Cristo como Servo Sofredor.

O povo de Deus vive agora no tempo entre a ressurreição e a ascensão, por um


lado, e o Reino de Cristo, por outro. O ministério de Cristo de que a Igreja participa
por serví-Lo deve ser entendido como propósito redentor de Deus em Cristo. Serviço
prestado pelos fiéis a Cristo como se fosse o próprio Cristo exercendo o Seu
ministério ainda hoje no mundo.

Ser Igreja reconciliadora de Cristo é isto: viver de tal forma que demonstre Ser Cristo
vivendo hoje no mundo com todos os seus exemplos da mais alta qualidade de vida,
do mais alto padrão moral e ético, do mais alto conceito de que é ser humanitário.

Sendo a Igreja a extensão da ação de Cristo no mundo, então ela possui marcas
distintas, as quais a revela ao mundo. Para Calvino e para os Reformadores, a
verdadeira Igreja é aquela que prega verdadeiramente a Palavra de Deus,
administra corretamente os sacramentos e exercita fielmente a disciplina nela.

O estado de uma pessoa denuncia sua personalidade. As pessoas são pecadoras


porque elas se encontram em um estado pecador. Sendo justificadas por Cristo, elas
passam para um estado de justo, puro aos olhos de Deus, pelos méritos de Cristo. O
Ser de Cristo denuncia que Ele é Deus, por causa das Suas obras e ofícios
realizados em Seu ministério terreno. O Ser cristão denuncia que as pessoas
demonstram características explícitas do seu estado de santidade, pois Deus é
santo.

O Ser Igreja de Cristo, leva-nos a refletir sobre suas marcas e responsabilidades


para com Deus e para com o mundo. Quais são essas marcas?

4.1 O MINISTÉRIO PROFÉTICO DENUNCIA O SER DA IGREJA DE


CRISTO

A missão de Jesus foi restaurar a comunhão de Deus com o homem, por meio de
Suas palavras cheias de autoridades. Ele levou muitos a seguí-Lo e outros a odiá-
Lo. Por meio de Suas palavras foi possível conhecer o que Ele pensava e também
conhecer Seu propósito para com Suas criaturas. Por Suas palavras, tomamos
conhecimento do verdadeiro sentido das palavras dos mandamentos divinos, sua
nova ênfase nos mandamentos nos deram condições de compreender o que era não
matar, não cobiçar.... Por meio de Suas palavras, Jesus soube consolar, exortar
seus ouvintes. Pela autoridade de Suas palavras, os demônios foram expulsos das
pessoas, e os punidos foram libertados. Por meio de Suas palavras, os milagres
aconteceram. Por meio de Suas palavras, os poderosos foram repreendidos por
causa de suas obras más; a finalidade de Jesus era restaurar os princípios éticos,
morais e religiosos daquele povo. Por meio de Suas palavras, a mensagem do
Reino foi anunciada e vivenciada.

A palavra de Jesus deu aos homens o conhecimento dos erros e ocasionou o


arrependimento dos infratores, trazendo como resultado uma nova vida a estas
pessoas. Paulo, na carta aos Romanos, no capítulo 10.8-15, ensina que a fé
acontece no coração de uma pessoa por meio da pregação do Evangelho, pela
operação do Espírito Santo. Disso se conclui que as mudanças necessárias na
sociedade devem acontecer pela pregação do Evangelho, pois O Ser Igreja de
Cristo é crer no poder de Deus em transformar as vidas.

Por meio das palavras do cristão, Deus estará atuando pelo poder que o próprio
Jesus garantiu dar aos seus discípulos com a vinda do Espírito Santo. As palavras
dos cristãos são revestidas da unção divina, estimulando a Igreja ser testemunha
atuante na sociedade. A Palavra de Deus é mais cortante que uma espada de dois
gumes (cf Hb 4.12). Veja-se o caso de Pedro. As palavras saídas de sua boca no dia
de Pentecostes revelavam algo mais que apenas sons; revelavam o poder de Deus
(cf At 2.37-41). Jesus recomendou a seus discípulos que não se preocupassem com
o que teriam que dizer quando estivessem diante de Imperadores e homens de
poder, pois o próprio Espírito Santo falaria por intermédio deles (cf Mc 13.11).

Cremos que a Palavra de Deus possui poder; e esta é a razão pela qual ela continua
a levar a mensagem do Evangelho de Cristo a todas as nações. Cremos nisto, em
vista das muitas agências missionárias espalhadas pelo mundo, enviando e
sustentando seus obreiros. Esta certeza de que é Deus concedendo esta autoridade
a Igreja é que motiva a obra missionária.

Mas o papel da Igreja não é apenas anunciar a mensagem redentora em Cristo


Jesus, embora esta palavra possua o poder para reconciliar Deus e os homens.
Outro papel fundamental do Ser Igreja Profética é também denunciar o pecado: os
abusos sociais, os erros cometidos pelas autoridades mundiais. A voz da Igreja tem
que ser a voz dos oprimidos e de todos aqueles que sofrem injustiças, sejam quais
forem as causas que provoquem esta falta grave diante de Deus; é preciso levantar
a voz da verdade, e buscar a justiça de Deus.

O nome de Cristo perante o mundo é um nome "maldito" (cf Jo 7.7; 15.18,19), bem
como também o de seus discípulos. Como Jesus mesmo disse, o mundo jaz no
maligno, e ele odiará a todos que proclamarem este nome, porque este nome
representa a santidade de Deus, representa a verdade. Contra Ele toda a mentira
não prevalece, pois Ele é a luz do mundo. Onde há luz não subsistem as trevas;
onde há o pecado, passa a existir a santidade; onde existe a mentira, passa a existir
a verdade. Por isso, o nome de Cristo é tão amaldiçoado neste mundo corrupto onde
impera a mentira. Sabemos pela Bíblia que o pai da mentira é o diabo; logo está
explicado o motivo deste ódio contra Cristo e contra todos seus seguidores.

Neste sentido o teólogo Bonhoeffer colabora conosco, dizendo que:

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Pelas palavras de Bonhoeffer, apenas o pronunciar o nome de Jesus Cristo tem o


poder de provocar tamanha reviravolta em qualquer sistema onde impera a
opressão e a escravidão, pois o nome de Jesus possui o estigma da liberdade, e da
verdade.

O Ser Igreja Profética de Cristo é não temer a nada que se oponha a verdade, pois a
proclamação do Evangelho produz vida e liberdade. Nas palavras de John Stott, o
evangelho é o poder de Deus para a salvação (cf Rm 1.16).

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O Ser Igreja de Cristo é estar comprometido com a verdade de Deus. Ser Igreja
Profética de Cristo é anunciar às boas novas as pessoas, pois ele crê na ação
transformadora do poder de Deus na vida daqueles que precisam ouvir a Deus. Esta
é uma das marcas que a diferencia do mundo, de que ela é de Deus. Esta marca é a
evidência clara do papel reconciliador que a Igreja tem no mundo, anunciando o
amor de Deus para com os pecadores e contra a injustiça. As pessoas tomam
conhecimento de que existe alguém que se importa com elas e com os problemas
que lhes afligem. Como disse Gardner:

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O Ser Igreja Profética de Cristo é refletir aquilo que Jesus fez por meio de suas
palavras, ora confortando, ora exortando, mas sempre preocupado em reconciliar o
Perfeito com o imperfeito, ou seja, levar as pessoas a reconhecerem suas faltas e
necessidades diante de Deus e assim deixar em seus velhos conceitos e se
reconciliarem com o Criador.

Esta ação é fundamental para o Ser da Igreja Profética de Cristo. Se ela não
anuncia a verdadeira mensagem aos pecadores, ela deixa de Ser Igreja Profética de
Cristo; se ela deixa de Ser a voz da denuncia, ela deixa de Ser a Igreja de Cristo.
Portanto, o Ser Igreja Profética de Cristo é ser a voz do própria Cristo na terra,
repreendendo toda forma de expressão maligna no mundo.

Concluindo esta seção, gostaria de deixar as palavras do teólogo John Stott, que
disse:

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4.2 O MINISTÉRIO SACERDOTAL DENUNCIA O SER DA


IGREJA DE CRISTO

A vida de Jesus retratada nos Evangelhos denuncia que Seu ministério era servir
tanto a Deus como as pessoas do mundo. Jesus disse que quem deseja ser grande
no Reino de Deus, seja aquele que sirva aos outros (cf Mt 20.28; Mc 10.43). A vida
do discípulo de Cristo é servir ao Seu Senhor (cf Jo 12.26) e, neste serviço, está a
abrangência do serviço total a Jesus, pois este serviço está relacionado a toda a
vida do discípulo e diz respeito a tudo o que ele faz, a todos com quem se relaciona.
O verdadeiro culto a Deus é sabermos o que é bom e o praticarmos (cf Pv 3.27),
como diz o sábio. Estando na nossa mão o poder de fazer o bem, não devemos
recolhê-la para o não realizar em favor de quem necessita de nossa ajuda.
Jesus executou o ofício sacerdotal de maneira perfeita. Ele serviu corretamente em
todos as suas ações para com Deus, pois Ele estava atento às necessidades de
todos aqueles que estavam a Sua volta, amparando-os e corrigindo-os, vinde a mim
os cansados e os oprimidos pois Eu vos aliviarei (cf Mt 11.28).

Por meio de Seu serviço sacerdotal, Ele apresentou suas ofertas a Deus e como
serviço a Deus. Ele se ofereceu como oferta de sacrifício para que assim pudesse
reconciliar Deus com os homens. O serviço prestado por Jesus não foi apenas seu
corpo como vitupério pelos pecados das pessoas, mas o seu amor para com as
pessoas oprimidas e necessitadas. Suas obras foram apresentadas a Deus como
prova de que Ele as amava como o Pai as ama; sua vida foi sacrificada em prol do
Seu próximo, como o profeta Zacarias disse em seu livro, capítulo sete, para
aqueles que queriam apresentar seus sacrifícios e jejuns: antes que eles os
oferecessem, primeiro deixassem de oprimir as pessoas, parassem de fazer o mal e
passassem a praticar o bem para com o seu próximo. Este é o verdadeiro culto a
Deus, é o verdadeiro sacrifício. Quando aprendermos a servir ao próximo,
estaremos cumprindo o mandamento divino: amar a Deus e olhar para o nosso
próximo e ver nesta pessoa o alvo do amor de Deus. Assim, estaremos agindo como
a verdadeira Igreja de Cristo.

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Cristo serviu, e suas obras provaram que Ele era do alto. O Ser Igreja Sacerdotal de
Cristo é aquela que olha para o mundo e vê a oportunidade de servi-lo de tal forma
que todos possam glorificar a Deus por suas obras. A Igreja de Cristo precisa
demonstrar suas obras de amor a Deus para que sua adoração e louvor possam ser
aceitos por Deus. Este amor é incondicional, a Igreja deve servir sem esperar
receber em troca o favor do mundo, prestando contas somente a Deus, e dEle
esperando sua recompensa.

Neste serviço, a Igreja precisa estar atenta para as necessidades dos irmãos em
primeiro lugar, e uma forma deste serviço é a preocupação com a comunhão que
todos os crentes devem ter um com o outro e com Deus.

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No serviço do Ser Igreja Sacerdotal de Cristo, a preocupação com o outro deve ser a
prioridade. Segundo o apóstolo Paulo, na Igreja de Cristo cada um deve considerar
um superior a si mesmo (cf Fp 2.3), pois como irmandade lavada e purificada pelo
sangue de Jesus, o que deve reinar é o amor sincero, não fingido, sem inveja e sem
ciúmes. É nesse sentido que a Igreja do passado foi exortada pelos apóstolos do
Senhor, pois estes sentimentos são carnais, terrenos e diabólicos (cf Tg 3).

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A grande diferença entre as duas comunidades cristãs apontadas por Bonhoeffer


está em que uma dispensa amor no serviço a Deus, e outra realça o egocentrismo
de seus membros. Ainda que as duas busquem o crescimento e comunhão, a
verdadeira comunhão somente pode ser operada pelo próprio Cristo por meio de
Seu Espírito Santo, o qual é que opera nos corações das pessoas as mudanças
necessárias em cada um, conforme o propósito do próprio Deus, pois Ele distribui os
dons conforme a Sua vontade soberana, independente das ações das pessoas.

Jesus em Seu ministério demonstrou que Ele não pensava em Si mesmo, mas
somente em Deus e nas pessoas que estavam em torno dEle. O serviço cristão
deve ser de igual modo parecido ao de Jesus. Os cristãos devem ser altruístas em
tudo o que fazem, ter no coração o único desejo de estar servindo a Deus e a
comunidade, nunca pensar em seus próprios desejos, mas pensar sempre no bem
da comunidade cristã, como também no bem da sociedade pagã.

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Jesus ensinou através da parábola do bom samaritano que nada é mais importante
para Deus que a vida humana, por isso o serviço do Ser da Igreja Sacerdotal de
Cristo é buscar a todo o custo priorizar a vida de seus membros e das pessoas que
fazem parte da criação de Deus, como também de toda a vida no planeta Terra.

Outra forma de assegurar a comunhão da Igreja é o repartir da Palavra e a oração


comunitária dos irmãos.
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Uma Igreja envolta pela Palavra de Deus cresce em comunhão e amor, as orações
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de um são a dor do outro, como também as alegrias de uns são a alegria de todos.

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O Ser Igreja Sacerdotal de Cristo é Ser uma Igreja voltada para a comunhão de seus
membros, acima de tudo entrelaçados pelo amor comum, por meio de Cristo Jesus,
pois Ele é o mesmo em todos, o Seu Espírito Santo foi derramado nos corações de
todos os cristãos igualmente.

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O Ser Igreja Sacerdotal de Cristo é atentar para as responsabilidades para com


Deus e para com o próximo daqueles menos favorecidos, daqueles que sofrem por
causa da fome, da pobreza, das injustiças, daqueles que padecem por causa das
doenças. O mandamento de Jesus é abrangente, atingindo até mesmo os
encarcerados, viúvas e órfãos. A prioridade de Deus é para com a vida, seja ela de
cristãos ou não cristãos, pois o Senhor é misericordioso para com todos,
derramando a chuva e aquecendo a todos sem distinção (cf Mt 5.45). De igual
modo, devemos também amar a todos, sem distinção de cor, raça, credo religioso
ou político, status social. O Ser Igreja Sacerdotal de Cristo é presta o verdadeiro
serviço a Deus à semelhança de Seu Senhor, ela se dá em prol dos outros, levando
toda a Igreja a prestar verdadeira adoração a Deus pelas suas obras.

O Ser Igreja Sacerdotal de Cristo é saber reconciliar os cristãos aos padrões de


Cristo de tal forma que eles poderão servi-Lo com todo o coração, e assim viverem
conforme a vontade de Deus. A Igreja de Cristo precisa desenvolver este ministério
e levar avante o projeto de Deus, no qual a comunhão dos irmãos deve ser
priorizada, não com mecanismos humanos, mas pela livre ação do Espírito Santo de
Deus, pois somente assim suas obras diante do mundo poderão ser reconhecidas
como ação do próprio Deus por meio de Sua Igreja. À semelhança das obras de
Cristo, em que todos glorificavam a Deus, assim também o Ser Igreja Sacerdotal de
Cristo é proporcionar tal louvor e glória somente a Deus.

4.3 O MINISTÉRIO REAL DENUNCIA O SER DA IGREJA DE


CRISTO

Em seu ministério real, Jesus demonstrou que era Filho do Rei. Como tal, foi um Rei
vivendo no meio de seus súditos, não fazendo caso de Seu título, mas esvaziando-
se completamente da "autoridade" da Sua realeza e se entregando ao serviço de
Seu povo. Envolvido com seu desejo de fazer prioritariamente a vontade de Deus,
Ele cumpriu todas as leis dos mandamentos de Deus, oferecendo Sua vida como
sacrifício em favor de Seu povo, como o propósito de reconciliar Deus com o homem
caído. Esta determinação estava focada na oportunidade de restaurar a vida dos
pecadores aos padrões de Deus, propiciando assim uma nova vida.

Para o estabelecimento desta nova vida, foi necessária a remoção da barreira que
separava Deus e os homens, o que foi conseguido com sucesso total por Jesus,
pois Ele foi fiel aos princípios de Deus, o que o tornou o único Mediador entre Deus
e os homens, e nenhum outro nome existe além do nome de Jesus Cristo.
Por meio da nova vida implantada nos corações daqueles que foram agraciados por
Deus, surge agora a responsabilidade da nova vida, como Paulo disse: os que estão
em Cristo são nova criatura (cf II Co 5.17). E esta nova criatura foi restaurada àquilo
que Adão possuía, o livre-arbítrio. Agora, a pessoa restaurada por Deus conhece o
bem e o mal, pois ela passou de um estado pecador para um estado justo, assim
capacitado por Cristo a discernir o que deve e o que não deve fazer. A lei foi-nos
dada como aio, para nos conduzir até Cristo, mas agora fomos emancipados por
Deus, pois agora o Senhor implantou em nossos corações a Sua lei, como disse o
profeta Jeremias (31.33). Portanto, agora somos responsáveis por todas nossas
ações diante de Deus e diante dos homens.

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O Ser Igreja Real de Cristo é estar voltada para cumprir a vontade de Deus e nada
mais do que isto ou menos do que isto, é fazer a diferença verdadeiramente no
mundo, é ser luz e sal na terra.

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O Ser Igreja Real de Cristo é se doar em prol da justiça divina, buscando com todas
as suas forças lutar em prol da paz e da harmonia no mundo, pois Ela é sustentada
e direcionada pelo próprio Deus e não pelas forças malignas ou pelo espírito
humano. Cristo é aquele que dirige Seu povo, dando a verdadeira instrução, aquele
que tem ciúmes por nós e geme de tristeza por causa de nossos pecados. Cristo foi
para o céu para que pudesse vir o Espírito Santo, aquele que testifica de Cristo,
conduzindo os pecadores até Ele, para que conheçam a verdade libertadora.

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O Ser Igreja de Cristo é viver a nova vida oferecida a Deus, por todos que estão em
Cristo; é ser um povo submisso às leis de Deus pois elas trazem vida e liberdade,
diferentemente dos tempos da escravidão, onde ela era a canga sobre seus
seguidores. O Ser Igreja Real de Cristo é ser, portanto, uma Igreja integrada e
submissa aos propósitos divinos.

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Para que a Igreja de Cristo seja verdadeiramente este agente de transformação no


mundo é necessário que ela tome posse de sua personalidade; e de sua
responsabilidade diante de Deus e diante dos homens. É fundamental que ela (e
quando falo de Igreja, estou pensando no grupo de todos os crentes em Cristo
espalhados por todo o mundo), assuma sua missão de ser submissa a Deus e a Sua
lei, para que ela não corra o risco de se tornar alienada do contexto em que ela vive
e de que participa.

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Toda vez que a Igreja de Cristo se posicionou firme na defesa da verdade divina, os
paradigmas humanos foram abalados, o império das trevas foi prejudicado, e o
mundo voltou a conhecer um pouco da justiça divina na terra. O Ser Igreja real é Ser
submissa totalmente aos princípios divinos, e toda vez que surgir algo contrário a
estes princípios a Igreja deve se posicionar contra. O Ser Igreja Real de Cristo é Ser
uma Igreja que reconheça que ela deve ser subserviente ao Seu Rei e nada mais e
nada menos do que isto.

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A igreja de Cristo é a extensão da ação divina na terra; ela é o corpo da cabeça, e o


cabeça do corpo é Cristo; logo concluímos que a Igreja deve andar segundo o
comando de Sua cabeça. Por isso, a ênfase na submissão da Igreja às ordenanças
de Jesus deve ser fundamental para a vida sadia da Igreja, pois somente assim ela
será verdadeiramente o Ser Igreja Real de Cristo na terra.

Há um velho ditado popular que diz: uma andorinha só não faz verão. Queria
acrescentar a este pensamento, um tanto quanto conformista e pessimista, que a
Igreja como comunidade de crentes no mundo é bem grande: e portanto, é uma
andorinha muito grande, que pode mudar os acontecimentos na história. A própria
história nos mostra que, quando a Igreja de Cristo assumiu seu papel no mundo,
sendo obediente a Deus, ela mudou o quadro de opressão, de escravidão para um
quadro de vida e liberdade. Quando o corpo bem ajustado à cabeça trabalha, ele
traz transformações. Esta é a ação verdadeira de uma Igreja marcada para ser
vitoriosa e que carrega em seu bojo histórico uma coletânea de pessoas corajosas e
submissas à vontade de Deus que venceram as forças malignas e viveram
implantando o Reino de Deus na terra.

A Igreja possui o ministério da reconciliação conforme o texto de II Co 5.18-23.


Nesse sentido, a igreja é a agente reconciliadora e deve exercer essa função, assim
como Cristo o fez. Ela deve ser a promotora da harmonia entre os pecadores, os
fracos, os pobres, necessitados e mediar juntamente às classes mais privilegiadas, a
fim de promover a vida e a dignidade entre as classes; não há mais judeus e
gentios, pois Jesus reconciliou consigo mesmo a todos, para viverem uma vida
harmônica e em paz. Bem aventurado os pacificadores, pois dos tais é o reino de
Deus. (Mt 5.6).

CONCLUSÃO

A ação de Deus ao longo de toda a Bíblia sempre foi oferecer ao homem condições
para uma reconciliação. Este desejo motivou o Criador para realizar a mais "louca"
aventura de resgate que a história já pode presenciar. Foi a maior prova de amor
que Ele poderia demonstrar às Suas criaturas, como diz o texto bíblico: O Senhor
prova o seu amor para conosco pelo fato dEle ter nos amado, ainda sendo nós
pecadores..., pois Ele morreu por nós para que pudéssemos ter Sua vida (cf I Jo
4.19; Rm 5.8; II Co 4.10 ).

Todos os aspectos da vida de Jesus Cristo nos demonstram a riqueza de Sua


Pessoa; por isso é necessário que cada dia mais em nossa vida o conheçamos um
pouco mais dela. Através dos ofícios realizados por Jesus observamos que foi o
próprio Deus que se manifestou à humanidade, dando provas incontestáveis do Seu
amor por nós, e tornando claro que realmente Jesus é o homem-Deus e é o Deus-
homem. Por meio de Seus ensinos, aprendemos que Ele deu o verdadeiro sentido
para Lei do passado, e demonstrou que somente Ele mesmo poderia cumpri-la.

Com a ida de Jesus para junto do Pai, Ele não nos abandonou, mas enviou o Seu
Espírito para conduzir o Seu povo em triunfo e em verdade, revelando por meio dele
toda a verdade, concedendo a este povo (Igreja) poder, dons, os quais capacitaram-
no a desempenhar um grande papel no mundo.

Privamos-nos de retratar sobre a América Latina, porque entendemos que este tema
abrange a totalidade mundial da Igreja de Cristo. Temos problemas gritantes em
nosso Continente, principalmente nos países latinos, onde a opressão, a fome, a
desigualdade social são escandalosas. Mas cremos no papel que a Igreja de Cristo
pode desempenhar, para transformar esta realidade, sendo ela verdadeiramente o
SER IGREJA PROFÉTICA, SACERDOTAL E REAL DE CRISTO. Ela e somente ela
tem as credenciais necessárias para transformar o mundo e cumprir o seu papel
reconciliador entre Deus e os homens, por meio de Cristo Jesus, que é quem está
atuando por meio dela. Nela repousa o poder de Deus, que concede a cada crente
capacidade divina para influenciar qualquer contexto social existente na terra.

Entendemos que pela presença viva de Deus em Sua Igreja, ela precisa demonstrar
realmente o Ser Igreja Reconciliadora de Cristo na terra.

Ao longo deste trabalho se percebe o fio condutor da reconciliação de Deus com o


homem e com todas as suas criaturas; pois o Ministério da Igreja no mundo é
implantar e buscar a reconciliação de Deus com a humanidade (cf II Co 5:18 – 6:3).

Os ofícios de Jesus são desprezados na maioria das vezes na vida cotidiana da


Igreja e da pregação pastoral em muitas de nossas Igrejas, por isso, entendo que é
necessário retornarmos a eles para melhor entender o agir de Jesus entre as
pessoas, certamente o Rei destitui-se de Sua glória para viver no meio do povo; a
Igreja de Cristo precisa viver entre as pessoas, não isolada, não nas alturas, mas
inserida no contexto e na vida das pessoas que fazem parte de sua vida, bem como
também na vida de todos aqueles que são circunvizinhas a ela.

O Ser Igreja de Cristo é Ser aquela que leva o Ministério da Reconciliação a sério.
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