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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

CAMPUS BACABAL
CURSO DE CIÊNCIAS LICENCIATURA HABILITAÇÃO EM BIOLOGIA

DHESSICA LIANDRA MARTINS DA SILVA


JORDANA NAYARA GONÇALVES DOS SANTOS

MATERIAIS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE BIOLOGIA COM ALUNOS


PNEE’S VISUAIS NO ENSINO MÉDIO: Uma proposta metodológica para o ensino de
Biologia no Ensino Médio.

BACABAL
2018
2

DHESSICA LIANDRA MARTINS DA SILVA


JORDANA NAYARA GONÇALVES DOS SANTOS

MATERIAIS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE BIOLOGIA COM ALUNOS


PNEE’S VISUAIS NO ENSINO MÉDIO: Uma proposta metodológica para o ensino de
Biologia no Ensino Médio.

Proposta metodológica apresentada ao Curso de


Ciências Licenciatura Habilitação em Biologia da
Universidade Estadual do Maranhão, Campus
Bacabal, como requisito para obtenção do grau de
Licenciatura Plena em Biologia.

Orientadora: Profª. Dra. Rosângela Silva Oliveira

BACABAL
2018
3

DHESSIA LIANDRA MARTINS DA SILVA


JORDANA NAYARA GONÇALVES DOS SANTOS

MATERIAIS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE BIOLOGIA COM ALUNOS


PNEE’S VISUAIS NO ENSINO MÉDIO: Uma proposta metodológica para o ensino de
Biologia no Ensino Médio na escola C. E. Maria Casimiro Soares, em Bacabal-MA.

Proposta metodológica apresentada ao Curso


de Ciências Licenciatura Habilitação em
Biologia da Universidade Estadual do
Maranhão, Campus Bacabal, como requisito
para obtenção do grau de Licenciatura Plena
em Biologia.

Aprovada em: _______/_______/________

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________
Profª. Dra. Rosângela Silva Oliveira
Orientadora
Centro de Estudos Superiores de Bacabal

___________________________________________________
1º Examinador(a)
Centro de Estudos Superiores de Bacabal

___________________________________________________
2º Examinador(a)
Centro de Estudos Superiores de Bacabal
4

Ao nosso Ser Supremo, Deus;

Aos nossos familiares;

Àquelas pessoas especiais.


5

AGRADECIMENTOS

À Deus Pai por me dá o dom da vida, por me presentear com a liberdade, abençoar
com a inteligência, dá-me força para transpor as pedras que fazem barreiras em minha vida,
transformando a dor em alegria e as lágrimas em sorriso. Pai, dedico a Você esta conquista.
Muito Obrigada! SENHOR!
A minha família, especialmente meus pais Maria Marinalva Lourenço da Silva e
Manoel Martins da Silva, por sempre me incentivarem a estudar e por estarem sempre ao meu
lado. A minha tia Lindinalva, Oseana Periera e Jailson Sousa por sempre me receberem em
seus lares para realização de minhas pesquisas.
A nossa orientadora, Profª. Dra. Rosângela Silva Oliveira por ter aceitado nos orientar
e por ter me apoiado até naquele momento em que pensei em desistir, me encorajando a
continuar.
Aos meus amigos de sala, em especial Alan Cleyton por ter me ajudado muito em
todos os momentos durante quatro anos de UEMA, a Wylma da Conceição pela sua amizade
e companheirismo, também a Suzana Oliveira, Geovane Souza, Jeferson de Oliveira, Alen
Saruth, Ana Beatriz, Bruna Ellen, Nilzangêla Sousa, Anderson Aragão, Irma Caroline,
Yngrith de Oliveira. Cito também àqueles amigos que mesmo em off os considero importante
na realização dessa conquista.
Aos professores, Francely Carvalho, Ricardo Rocha, Reginaldo e todos aqueles que
repassaram seu conhecimento de forma que me motivaram a dá seguimento com meu curso e
perceber que ser professora é o que eu quero para minha vida.
A Universidade Estadual do Maranhão pela oportunidade de estudar em uma
instituição de ensino tão maravilhosa.
Obrigada a todos!

Dhessica Liandra Martins da Silva


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AGRADECIMENTOS

A Deus pai, por ter me dado a vida, pelas obras dele em minha vida e pelo seu grande
amor. Então a nossa boca encheu-se de riso e a nossa língua de cantos de alegria. Até nas
outras nações se dizia: O Senhor fez coisas grandiosas por esse povo. “Sim, coisas grandiosas
fez o Senhor por nós por isso estamos alegres” Salmos 126:2.
Aos meus familiares em especial minha mãe Maildete Gonçalves dos Santos e minha
irmã Jocilene Nayanne Gonçalves dos Santos da Silva pelo incentivo a progressão da vida
acadêmica.
A minha companheira de proposta Dhessica Liandra Martins Silva pela total ajuda e
companheirismo nos momentos em que falhei na produção deste trabalho.
A nossa orientadora Professora Drª Rosângela Silva Oliveira pela paciência e pelo
pleno prazer em nos ajudar no desenvolvimento deste trabalho.
Aos meus amigos de classe o meu eterno agradecimento, obrigada por ter me
incentivado a todo o momento e por não ter me deixado desistir, em especial os amigos de
turma, Alan Cleyton, Yngrith Christiny, Irma Caroline, Fernando Mesquita, Anderson
Aragão, Nilzângela Sousa e Wylma da Conceição. Muito obrigada pela amizade que me foi
dada nessa etapa de nossas vidas.
As minhas amigas Jesiane Evangelista Alves e Jeane Evangelista Alves Miranda pelas
motivações feitas nesse período, que por muitas vezes o sentimento de desânimo assolou
minha vida.
A Janete que muito nos ajudou na instituição, em qualquer situação.
Ao excelentíssimo diretor de curso Willy Bauer um muito obrigado por todo
ensinamento passado e o imenso prazer de solucionar nossos problemas.

Jordana Nayara Gonçalves dos Santos.


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Uma pessoa não é especial pelo fato de possuir


uma deficiência, ela é especial por superá-la.

Mateus Felipe Silva


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RESUMO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso propõe sugestões de materiais didáticos para o


ensino de Biologia com alunos PNEE’S visuais no Ensino Médio, tendo como objetivo geral
ampliar as possibilidades de exploração de materiais didáticos diferenciados nas aulas de
Biologia para maior aprendizado dos alunos com deficiência visual. Cientes das dificuldades
no processo de ensino-aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais no
Ensino Médio apresenta-se a necessidade de apontar materiais didáticos que contribuam com
a melhoria da aprendizagem desses alunos. A educação inclusiva ainda é um desafio muito
grande a ser enfrentado nas escolas de todo o Brasil. A metodologia aplicada está
fundamentada no Método Dialético porque entende a realidade como situações dinâmicas em
constante evolução e a fundamentação teórica busca definitiva Educação Inclusiva e ou
materiais didáticos como medida includente para a Educação Básica.

Palavras-chaves: Educação Inclusiva. Materiais Didáticos Visuais. Ensino de Biologia.


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ABSTRACT

The present work of the course conclusion proposes suggestions of didactic materials for
biology teaching with visual bsen's students in high school( bearers of special educational
needs) , with the general objective to extend the exploration of didactic materials
differentiated in the classes of biology for greater learning of the students with visual
deficiencies. Being aware of the difficulties in the teaching-learning process for students with
special educational needs in high school, it is necessary to point out to teaching materials that
contribute to the improvement of the learning for these students. Inclusive education is still a
very big challenge to be faced and achieved in schools across brazil. The methodology
applied is based on the dialectical method because it understands the reality as dynamic
situations in constant evolution and the theoretical foundation seeks definitive inclusive
education and or didactic materials as an inclusive measure for basic education.

Keywords: Inclusive Education. Visual Didactic Materials. Biology Teaching.


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LISTA DE SIGLAS

art. artigo
Bacabal-MA Bacabal-Maranhão
C.E.Maria Casimiro Soares Centro de Ensino Maria Casimiro Soares
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBC Instituto Benjamin Constant
LDBEN Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
LDB Lei de Diretrizes e Bases
LIBRAS Língua Brasileira de Sinais
MEC Ministério de Educação e Cultura
NEE Necessidade de Educação Especial
nº número
PCN´s Parâmetros Curriculares Nacionais
PNEE’S Portadores de Necessidades Educacionais Especiais
PNE Plano Nacional de Educação
PNEE’S Portadores de Necessidades Educacionais Especiais
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Resultado obtido sobre o questionário aplicado ao aluno com


Necessidade Educacional Especial Visual sobre a necessidade de possuir
um material didático diferenciado.......................................................... 29

Quadro 2 - Resultado obtido sobre o questionário aplicado à professora referente à


utilização de materiais didáticos diferenciado nas aulas de Biologia......... 31

Quadro 3 - Temas de Biologia de maior dificuldade para o aluno PNEE’S visual...... 41


12

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Espermatozóide e ovócito II........................................................................ 39

Fase de 39
Figura 2 - mórula.............................................................................................

Figura 3 - Embrião na cavidade


amniótica...................................................................
39

Figura 4 - Útero 39
grávido...............................................................................................

Figura 5 - Pulmões..................................................................................................... 40
...

Figura 6 - Fígado........................................................................................................ 40
...

Figura 7 - Coração..................................................................................................... 40
...

Figura 8 - Célula 40
eucariótica.........................................................................................

Figura 9 - Representação da 1ª Lei de 42


Mendel.............................................................

Figura 10 Representação da 2ª Lei de 43


- Mendel.............................................................

Figura 11 Alto Relevo. Produtor e Consumidor 45


- primário............................................

Figura 12 45
Alto relevo. Consumidor terciário e
-
quaternário.........................................

Figura 13 Representação dos folhetos 47


-
embrionários....................................................
13

LISTA DE APÊNDICES

Apêndice 1 - Questionário aplicado ao aluno com Necessidade Educacional Especial


Visual sobre a necessidade de possuir um material didático
diferenciado.............................................................................................. 54

Apêndice 2 - Questionário aplicado ao questionário à professora referente à


utilização de materiais didáticos diferenciado nas aulas de
Biologia................................................................................................
55
14

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................15

2 A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL......................................................................17

2.1 Materiais Didáticos para o ensino de Biologia com alunos PNEE´S visuais...............18

2.2 A necessidade de materiais didáticos diferenciados......................................................19

2.3 Fundamentos legais que apoiam medidas includentes para PNEE’S..........................20

2.4 Dos princípios e fins da Educação Nacional...................................................................22

3 O ENSINO DE BIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO.........................................................25

4 EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO MÉDIO: possibilidades e limites.................27

4.1 Educação Inclusiva nas aulas de Biologia em Bacabal-MA.........................................28

5 RECURSOS DIDÁTICOS PARA AS AULAS O ENSINO DE BIOLOGIA NO


ENSINO MÉDIO COM ALUNOS PNEE´S VISUAIS.......................................................34

5.1 Definição de conteúdos e confecção de materiais..........................................................40

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................49

REFERÊNCIAS.....................................................................................................................50

APÊNDICES...........................................................................................................................53
15

1 INTRODUÇÃO

A inclusão de alunos com necessidades especiais no sistema regular de ensino é hoje a


diretriz principal das políticas públicas educacionais, tanto a nível federal, quanto estadual e
municipal e faz com que a escola precise se adaptar à educação especializada desses alunos,
uma vez que o docente terá que se aprofundar nas características do aluno e procurar maneiras
de adaptar sua prática de ensino.
A política educacional brasileira, no que tange as diretrizes para a Educação Especial,
enfatiza a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais em classes comuns,
na perspectiva de abolir as práticas segregacionistas. Outro aspecto denotativo da prática
padronizada da instituição escolar é a utilização de referencial perceptivo-motor pré-
estabelecido como eixo do trabalho, sendo notada assim a peculiaridade dos alunos com
necessidades educacionais especiais, como sujeito que merecem um olhar diferenciado (não
preconceituoso ou discriminatório), seja ele por meio de conteúdos, metodologia e
principalmente por materiais didáticos.
O processo de educação para alunos Portadores de Necessidades Educacionais
Especiais (PNEE’S) veio se difundindo através dos anos por meios de métodos educacionais
diferenciados, porém ainda enfrenta muitos desafios, dentre os quais se podem citar: a não
formação continuada dos professores em áreas que os auxiliem na educação de alunos
PNNEE’S, o que causa certo despreparo do professor; a ausência de auxilio pedagógico
especializado, de salas adaptadas e materiais didáticos adequados; dificuldade de
aprendizagem dos conteúdos ministrados em sala de aula, o que leva a exclusão do aluno
PNEE’S de atividades desenvolvidas durante as aulas.
16

A necessidade de elaborar meios diversificados para o aprendizado veio a partir de


observações feitas pelos professores, nas quais pode se perceber que os alunos PNEE’S
visuais possuíam formas diferentes de aprendizagem, sendo necessária certa diferenciação dos
alunos considerados normais. Nas aulas de Biologia, o fato de os conteúdos serem em sua
maioria relacionadas ao mundo microscópico o uso desses materiais se torna ainda mais
necessário para auxiliar os alunos no processo de ensino aprendizagem e fazer com que o
professor se torne mediador durante o uso desses materiais diferenciados.
Esta proposta tem por objetivo propor a elaboração de materiais didáticos para o
ensino de Biologia no ensino médio a serem utilizados nas aulas de Biologia por alunos
PNEE’S visuais, propondo a utilização desses materiais para possíveis melhorias no processo
de ensino-aprendizagem desses alunos. Para que as dificuldades encontradas em sala de aula
sejam superadas, é necessária a realização de práticas escolares que viabilizem pontes para o
acesso a esses materiais, para que em cada assunto passado em sala de aula, o aluno possa ter
contato (Tátil) de maneira que torne seu aprendizado mais fácil.
Nesse contexto, a presente proposta tem como objetivo propor materiais didáticos para
auxiliar o processo de inclusão dos alunos PNEE’S visuais nas aulas de Biologia.
17

2 A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL

Fazendo uma análise da educação inclusiva no Brasil, nota-se que nos séculos XVII e
XVIII as práticas sociais geravam uma exclusão da pessoa deficiente. Esse período foi
marcado pela discriminação e ignorância, onde os deficientes eram excluídos do convívio
social pela sociedade, pelos familiares e pela escola.
Para Sassaki (1997, p. 41) inclusão é:

Um processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir em seus sistemas
sociais gerais pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se
preparam para assumir seus papéis na sociedade. (...) Incluir é trocar, entender,
respeitar, valorizar, lutar contra exclusão, transpor barreiras que a sociedade criou
para as pessoas. É oferecer o desenvolvimento da autonomia, por meio da
colaboração de pensamentos e formulação de juízo de valor, de modo a poder
decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida.

Assim, nota-se que a inclusão escolar se faz através de princípios, valores éticos e
justiça, juntamente a uma proposta que visa a inserção de praticas pedagógicas que
contemplem alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular, promovendo
um melhor processo de ensino aprendizagem. A inclusão é um processo dinâmico e gradual,
esta se resume em “cooperação/solidariedade, respeito às diferenças, comunidade, valorização
das diferenças, melhora para todos, pesquisa reflexiva” (SANCHEZ, 2005, p. 17).
A educação inclusiva ainda é um desafio muito grande a ser enfrentado em todo o
Brasil, por mais que tenham ocorrido avanços ao longo da história do país, quando se fala em
incluir um aluno PNNE’S no ensino regular, não se trata apenas de coloca-lo dentro de uma
sala com crianças “normais”, se trata de estabelecer relações, atender de maneira igualitária os
18

estudantes com necessidades educacionais especiais e os demais estudantes, para que de fato
esse aluno se sinta incluído não só no contexto escolar, mas também no que se diz respeito ao
convívio social. Para que isso ocorra o professor deve ser o mediador desse convívio no
ambiente escolar, pois adaptações físicas e mudanças curriculares não são suficientes para que
o processo de inclusão realmente ocorra.
A Educação Inclusiva surgiu em diferentes momentos, principalmente a partir da
década de 90 quando ocorreu a Conferência Mundial de Educação Especial, e em 1994
quando foi proclamada a Declaração de Salamanca que, desde então, a inclusão de estudantes
com necessidades educativas especiais passou a ser considerada tanto nos espaços sociais
quanto em salas de aulas regulares, como a forma mais avançada de democratização das
oportunidades educacionais, e a escola regular passou a ser o local onde a inclusão de crianças
com Necessidades Especiais poderia ser realizada.
Apesar de todos os avanços e mudanças educacionais ocorridas ao longo da história do
Brasil, a inclusão ainda é um desafio, tanto para gestores, escola e professores, quanto para os
alunos nos dias de hoje. Portanto para se fazer educação inclusiva dentro do que se pede na
lei, é necessário não só a aceitação por parte da escola, mas valorizar as diferenças e os
valores culturais, construindo um novo ambiente escolar.
Segundo SCOTTO,( 2008) a Educação Inclusiva exige o atendimento de Necessidades
Especiais, não apenas dos portadores de deficiências, mas de todas as crianças. Implica
trabalhar com a diversidade, de forma interativa - escola e setores sensíveis. Deve estar
orientada para o acolhimento, aceitação, esforço coletivo e equiparação de oportunidades de
desenvolvimento. Requer que as crianças portadoras de necessidades especiais saiam da
exclusão e participem de classes comuns. Para isso, é necessário um diagnóstico cuidadoso
que levante as necessidades específicas de cada criança.

2.1 Aspectos gerais sobre as PNEE´S visuais

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a deficiência


visual abrange cerca de 3% da população brasileira. Por meio desses dados, torna-se cada vez
mais importante discutir sobre o processo de inclusão de pessoas com deficiência visual e
contexto escolar. Entretanto, não basta realizar a inclusão, mas, sobretudo, deve-se oferecer a
esses alunos um ensino de qualidade, com novas propostas pedagógicas. Para Oliveira e
Amaral (2004 apud LÁZARO, 2009), os fatores que prejudicam a inclusão da pessoa com
deficiência nas escolas são a falta de estrutura dos espaços físicos, a falta de recursos
19

didáticos adaptados, a ausência de medidas pedagógicas e a qualificação deficitária do


professor para atender a esses alunos. Outro agravante é que muitas vezes o - Portador de
Necessidade Educacional Especial (PNEE´S) é considerado de responsabilidade exclusiva do
Educador especial, descaracterizando uma proposta de educação inclusiva.
A definição de cegueira é expressa nos termos seguintes: é a redução ou perda total da
capacidade de ver com o melhor olho e após a melhor correção ótica. De acordo com o
Ministério da Educação Secretaria de Educação Especial (2001) manifesta-se como:

Baixa Visão

É a alteração da capacidade funcional da visão, decorrente de inúmeros fatores isolados


ou associados tais como: baixa acuidade visual significativa, redução importante do campo
visual, alterações corticais e/ou de sensibilidade aos contrastes que interferem ou limitam o
desempenho visual do indivíduo.
A perda da função visual pode ser em nível severo, moderado ou leve, podendo ser
influenciada também por fatores ambientais inadequados.

Cegueira
É a perda total da visão até a ausência de projeção de luz. Do ponto de vista
educacional, deve-se evitar o conceito de cegueira legal (acuidade visual igual ou menor que
20/200 ou campo visual inferior a 20° no menor olho), utilizada apenas para fins sociais, pois
não revelam o potencial visual útil para execução de tarefas.
A Constituição Federal elegeu como fundamentos  da  república  a  cidadania  e a 
dignidade  da  pessoa  humana (art.1º, inciso II e III).  Garante ainda, expressamente, em seu
artigo 205 a educação como direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento
da pessoa, sem preconceito de origem, raça, cor, sexo, idade os quais outras formas de
discriminação. Estabelece ainda, em seu artigo 206, inciso I, como um dos princípios  para o
ensino, a igualdade de condições de acesso e permanência na escola. E em seu artigo 208, 
garante  como dever do Estado à oferta  do atendimento educacional especializado,
estabelecendo ainda  a integração escolar enquanto preceito constitucional,  preconizando o
atendimento às  pessoas  com deficiência, preferencialmente, na rede regular de ensino.

2.2 A necessidade de recursos didáticos diferenciados


20

Para Cerqueira e Ferreira (2000), os recursos didáticos são de fundamental


importância para o ensino para o PNEE´S. A falta de materiais didáticos pode levar os alunos
com deficiência a um mero verbalismo e visão sem conexão com a realidade. Eles precisam
receber motivação no processo de ensino-aprendizagem tanto quanto os estudantes videntes e
ouvintes.
Para esses autores, os professores que criam recursos didáticos para alunos portadores
de necessidades educacionais especiais precisam se atentar quanto ao tamanho dos objetos.
Quando são muito pequenos, os detalhes não aparecem, e quando muito grandes fica difícil à
apreensão do que seria aquele objeto. Os autores ainda esclarecem que para atingir os critérios
quanto à eficiência na utilização dos recursos didáticos, o material precisa possuir um relevo
perceptível e ser constituído de diferentes texturas para melhor destacar as partes
componentes. Contrastes do tipo: liso/áspero, fino/espesso permitem distinções adequadas. O
material deve ter cores fortes e contrastantes para melhor estimular a visão funcional do aluno
deficiente visual. O material deve ter sua representação tão exata quanto possível do modelo
original. Os materiais devem ser simples e de manuseio fácil, proporcionando ao aluno uma
prática utilização (p. 25-26).
A ausência de recursos didáticos adequados pode fazer com que o aluno perca o
interesse pelos estudos, já a diversidade de recursos pedagógicos disponíveis faz com que o
aluno adquira um conhecimento prévio, despertando a vontade de saber mais sobre o assunto
dado em sala de aula e que o seu processo de ensino aprendizagem seja parecido ou igual ao
dos demais alunos.
Para SOUZA (2007),

“Utilizar recursos didáticos no processo de ensino- aprendizagem é importante para


que o aluno assimile o conteúdo trabalhado, desenvolvendo sua criatividade,
coordenação motora e habilidade de manusear objetos diversos que poderão ser
utilizados pelo professor na aplicação de suas aulas”

Os recursos didáticos adaptados, ou seja, acessíveis, possibilitam aos deficientes


visuais e auditivos uma melhor compreensão dos conteúdos e autonomia para estudar,
melhorando, assim, sua autoestima. O recurso tátil e a projeção juntamente com a presença do
educador facilitam o processo de fixação dos conteúdos e a concretização da aprendizagem
pelos alunos cegos.
Apesar dos benefícios, nem todos os professores fazem uso de recursos didáticos, isso
acontece na maioria das vezes pela falta de apoio da escola, por questão de comodismo, ou
21

por medo de deixar o método tradicional de dar aula e buscar algo inovador, se apegando
apenas ao livro didático, comprometendo assim, o processo de ensino aprendizagem dos
alunos PNEE’S visual.

2.3 Fundamentos legais que apoiam medidas includentes para PNEE’S

 Constituição Brasileira (1988)

É o conjunto de normas no qual regula o Estado Brasileiro visando assim o direito de


todos. Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e

quaisquer outras formas de discriminação (art. 3°, inciso IV).


Nos artigos 205 e 206 da Constituição Brasileira, afirma-se que respectivamente, "a
Educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o
exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho", e "a igualdade de condições de acesso
e permanência na escola".
O artigo 208 afirma que é dever do Estado garantir "atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino".

 Lei nº 10.17/2001

• Plano Nacional de Educação (PNE).


• Destaca que "o grande avanço que a década da educação deveria produzir seria a
construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade
humana".

 Lei 853/89

• Dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência, sua integração social, assegurando
o pleno exercício de seus direitos individuais e sociais.

 Lei 8069/90

• Mais conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a lei nº 8069/90


pautada nos princípios da prioridade absoluta e da proteção integral, busca dentre
outras medidas o atendimento educacional especializado às crianças com
22

deficiência preferencialmente na rede regular de ensino; o trabalho protegido ao


adolescente com deficiência e prioridade de atendimento nas ações políticas de
prevenção e proteção para famílias com crianças e adolescentes nesta condição. O
estatuto também destaca em § 1 do art. 2º que a criança ou adolescente portador de
deficiência receberão atendimento especializado. Vale destacar ainda que a referida
lei vem reforçar o principio da dignidade da pessoa humana (art. 1, parágrafo III, da
CRFB/88) erigido a princípio reitor do ordenamento jurídico brasileiro,
reconhecendo e fortalecendo a personalidade jurídica (aptidão para ser detentor de
direitos e deveres na órbita jurídica) das pessoas com deficiência.
Art. 5º, do ECA: “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer
forma de negligência, discriminação, violência, crueldade e opressão, punido
de forma de lei qualquer atentado, por ação ou omissão aos seus direitos
fundamentais”.

 Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996

 Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Fixa também o atendimento


especializado gratuito aos educandos com deficiência, atendendo suas necessidades
especiais.
A educação terá que desenvolver na vida uma boa convivência humana e familiar
assim ela, corrobora para a formação do cidadão. Esta lei ressalta ainda, que é dever da
família e do Estado ter educação como um dos princípios de liberdade e nos ideais de
solidariedade humana, com a finalidade do desenvolvimento do educando para seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Depreende-se do art. 205, da CRFB/88 que a educação é direito de todos e dever do
Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada mediante colaboração da sociedade
visando o desenvolvimento de cada pessoa individualmente considerada.

2.4 Dos princípios e fins da Educação Nacional

Inspirado nos princípios da liberdade, nos ideais de solidariedade humana, dispõe o


artigo 2° da Lei 9.394/96, que a educação tem por finalidade o pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Com
isso, o ensino será ministrado com apreço à tolerância, igualdade de condições para o acesso e
23

permanência na escola, dentre outros. Vale destacar ainda, que segundo bases lançadas por
Norberto Bobbio, o direito à educação consiste em direito de segunda geração, consistindo no
reconhecimento da igualdade substancial, em uma prestação do Estado em prol do cidadão.
Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I. Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II. Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e
o saber;
III. Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV. Respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V. Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI. Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII. Valorização do profissional da educação escolar;
VIII. Gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas
de ensino;
IX. Garantia de padrão de qualidade;
X. Valorização da experiência extraescolar;
XI. Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
XII. Consideração com a diversidade ético-racial.

 DECRETO N° 3.298/99

Regulamenta a Lei nº. 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política


Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de
proteção, e dá outras providências.
O decreto fala sobre os direitos das pessoas portadoras de deficiência que inclui a
proteção e outros direitos. Assim como objetivo de assegurar que todos eles tenham o pleno
exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiência. Esse decreto
explana exatamente os direitos dos portadores de deficiência (a educação, a saúde, o trabalho
etc.) ter direito a ser cidadão que ele é e quer ser.

 PORTARIA nº 1.679 de 2 de dezembro de 1999


24

Dispõe sobre requisitos de acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências, para


instruir os processos de autorização e de reconhecimento de cursos, e de credenciamento de
instituições.
Explica como as instituições devem estar preparadas para receber os alunos portadores
de alguma deficiência.

 LEI n° 10.098/2000

Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das


pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.
Esta lei tem como objetivo suprir as barreiras e os obstáculos que as pessoas
portadoras de deficiência enfrentam estabelecendo que tenham total acessibilidade,
possibilidades e condições honestas para alcançarem a segurança, autonomia, liberdade e
possibilidades.
A lei explana sobre ter acesso a transporte, trabalho não só a educação como também
acesso a outros meios.

 DECLARAÇÃO DE SALAMANCA

Esta declaração aborda como essa estrutura para educação especial foi adotada assim
também como os objetivos de suprir com o passar dos anos as necessidades das pessoas
especiais como cada criança tem o direito a educação independente de ser portador de alguma
deficiência ou não com o princípio das escolas adotarem o método de inclusão.
I. Novo pensar em educação especial
II. Orientações para a ação em nível nacional:

 Política e Organização.
 Fatores Relativos à Escola.
 Recrutamento e Treinamento de Educadores.
 Serviços Externos de Apoio
 Áreas Prioritárias
 Perspectivas Comunitárias
 Requerimentos Relativos a Recursos Princípio fundamentais da escola inclusiva é
o de que todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível,
25

independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter.


Escolas inclusivas devem reconhecer e responder às necessidades diversas de seus
alunos, acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando
uma educação de qualidade a todos através de um currículo apropriado, arranjo
organizacional, estratégias de ensino, usa de recurso e parceria com as
comunidades. Na verdade, deveria existir uma continuidade de serviços e apoio
proporcional ao contínuo de necessidades especiais encontradas dentro da escolar.

3 O ENSINO DE BIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO

Nas últimas décadas, o ensino de Biologia vem sendo marcado por uma dicotomia,
que constitui um desafio para os educadores. Seu conteúdo e sua metodologia no Ensino
Médio, voltados quase que exclusivamente, para a preparação do aluno para os exames
vestibulares, em detrimento das finalidades atribuídas pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDBEN, lei nº 9394/96) à última etapa da educação básica. Além disso,
temas relativos à área de conhecimento da Biologia vêm sendo mais e mais discutidos pelos
meios de comunicação, jornais, revistas, ou pela rede mundial de computadores – internet,
instando o professor a apresentar esses assuntos de maneira a possibilitar que o aluno associe
a realidade do desenvolvimento científico atual com os conceitos básicos do pensamento
biológico. Assim, um ensino pautado pela memorização de denominações e conceitos e pela
reprodução de regras e processos como se a natureza e seus fenômenos fossem sempre
repetitivos e idênticos contribui para a descaracterização dessa disciplina enquanto ciência
que se preocupa com os diversos aspectos da vida no planeta e com a formação de uma visão
do homem sobre si próprio e de seu papel no mundo (BRASIL, 2008).
Atualmente, depara-se com um número acelerado e crescente de descobertas
científicas e muitas dessas descobertas englobam o campo da Biologia. Dessa forma, os
professores de Biologia e de disciplinas correlatas ficam encarregados de estarem
continuamente em atualização e sincronia com toda essa dinâmica científica. Porém, o que vai
determinar o aprendizado do aluno, em todos os níveis do ensino, em detrimento de conteúdos
26

decorados que são esquecidos após as avaliações, são as formas didáticas que os professores
da referida área do saber irão utilizar.
Estudantes da etapa final da educação básica apresentam dificuldades na construção
do pensamento biológico, mantendo ideias alternativas em relação aos conteúdos básicos
desta disciplina, tratados em diferentes níveis de complexidade no ensino fundamental e
médio. Estas pesquisas revelam, por exemplo, que a maioria dos estudantes destes níveis de
ensino apresenta uma ideia sincrética, portanto, pouco definida sobre célula, confundindo este
conceito com os de átomo, molécula e tecido (BASTOS, 1992).
Muitos educadores admitem que a Biologia, além das funções que já desempenha no
currículo escolar, deve passar a ter outra, preparando os jovens para enfrentar e resolver
problemas, alguns dos quais nítidos componentes biológicos, como aumento da produtividade
agrícola, preservação do ambiente, dentre outros. De acordo com essa concepção, os objetivos
do ensino de Biologia são: aprender conceitos básicos, analisar o processo de investigação
científica e analisar as implicações sociais da ciência e da tecnologia (KRASILCHIK, 1996).
De acordo com a Lei nº 9.394/96, uma das finalidades do Ensino Médio é “a
compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando
a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina” (art. 35, § IV). Por isso, o grande desafio
do professor é possibilitar ao aluno desenvolver as habilidades necessárias para a
compreensão do homem na natureza, sendo o mediador, aquele responsável por apresentar
problemas ao aluno que o desafiem a buscar a solução, usando estratégias de aprendizagem,
como jogos, seminários, debates, simulação, propostas que possibilitam a parceria entre
professor e alunos. Portanto, é essencial o desenvolvimento de posturas e valores pertinentes
às relações entre os seres humanos, entre eles e o meio, entre o ser humano e o conhecimento,
contribuindo para uma educação que formará indivíduos sensíveis e solidários, cidadãos
conscientes dos processos e regularidades de mundo e da vida, capazes assim de realizar
ações práticas, de fazer julgamentos e de tomar decisões (BRASIL, 2000).
27

4 A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO MÉDIO: possibilidades e limites

A questão da inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino


regular ainda é muito precária em todo o Brasil. O que se observa é que por mais que esteja
disposto em leis, não se efetiva na prática. Nesse sentido a educação inclusiva vem sendo
motivo de discursões e pesquisas acadêmicas, a fim de informar docentes, familiares e
comunidade sobre o tema. Deve-se ressaltar que são os docentes de escola publicas que são
coibidos a efetivarem mudanças estruturais para atender a essa demanda da sociedade. A
inclusão é um motivo para que a escola se modernize e os professores perfeiçoem suas
práticas e, assim sendo, a inclusão escolar de pessoas deficientes torna-se uma consequência
natural de todo um esforço de atualização e de reestruturação das condições atuais do ensino
básico (MANTOAN, 1997).
No Brasil, a partir da LDB há o reconhecimento da Educação Especial como uma
subárea da política de educação que determina a responsabilidade dos estabelecimentos
regulares de educação quanto a promover a inclusão das pessoas com deficiência e inseri-las
nos moldes educacionais. As escolas das redes públicas deveriam se responsabilizar em criar
condições necessárias para receber os alunos especiais, além de atenderem com estruturas
físicas e pedagógicas essa clientela (MACIEL, 2000).
Com a Declaração de Salamanca a educação inclusiva se torna obrigatória nas escolas

públicas e privadas. De acordo com o documento [...] o princípio fundamental da escola


28

inclusiva é o de que todas as crianças deveriam aprender juntas, independentemente de


quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter. As escolas inclusivas devem reconhecer
e responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmos
diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de
currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e
parceiras com a comunidade […] Dentro das escolas inclusivas, as crianças com necessidades
educacionais especiais deveriam receber qualquer apoio extra que possam precisar, para que
se lhes assegure uma educação efetiva [...] (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994,
p.05).
Há um capitulo destinado à educação especial na Lei de Diretrizes e Bases (LDB)
(Capítulo V), onde seguindo a proposta de política de inclusão na rede regular de ensino,
constando ser uma “[...] modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais” (BRASIL, 1997).
Segundo o Instituto Unibanco, em uma década o numero de alunos com alguma
deficiência cursando o ensino médio triplicou. Mesmo assim eles apresentam apenas 0,8% do
total de matriculas neste nível de ensino, de acordo com o Censo Escolar do MEC de 2015. O
crescimento do numero de estudantes com alguma deficiência é verificado em todas as etapas
da educação básica, mas o movimento de inclusão vai perdendo força até chegar ao ensino
médio. No primeiro ciclo do Ensino Fundamental, os alunos com deficiência correspondem a
2,9% do total de matriculas, proporção de que diminui para 1,8 na segunda etapa deste nível
de ensino, atingindo apenas 0,8 no ensino médio. Esses dados evidenciam que apesar dos
avanços na educação inclusiva, muitos alunos acabam abandonando as escolas sem chegar á
ultima etapa da educação básica. Entre os fatores que contribuem para essa evasão escolar
destaca-se a própria estrutura do Ensino Médio – que em muitas instituições ainda está
associado a uma formação medida apenas pela produtividade intelectual ou profissional.
Como consequência, falta espaço nos currículos para uma preocupação devida com a
inclusão. Somam-se a isso os problemas já conhecidos de infraestrutura escolar voltada ao
atendimento a esses alunos, comuns em todas as etapas da Educação Básica.
Zabala (1998) diz que a temática das aprendizagens depende das características
singulares de cada um dos aprendizes e a forma como se aprende e o ritmo de aprendizagem
variam segundo as capacidades, interesses e motivações de cada indivíduo. Com isso é
possível observar a atenção à diversidade e identificar necessidades individuais dos alunos. A
atual da LDBEN nº 9.394/96 e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), afirma que é
dever dos professores zelar pela aprendizagem dos alunos com deficiência e promover a
29

inclusão. Essa realidade encontra-se bem distante de atingir o objetivo maior, que é garantir a
todas as crianças portadoras de alguma deficiência obtenha uma escola acolhedora, de
qualidade, que supra suas necessidades, pois a estrutura de ensino não está organizada para
receber alunos desse perfil, assegurando o direito à educação e rompendo paradigmas
educacionais vigentes. Na maioria de nossas escolas:

[...] a inclusão é um motivo para que a escola se modernize e os professores


aperfeiçoem suas práticas e, assim sendo, a inclusão escolar de pessoas deficientes
torna-se uma consequência natural de todo um esforço de atualização e de
reestruturação das condições atuais do ensino básico (MANTOAN, 1997. p.120).

4.1 Educação Inclusiva nas aulas de Biologia em Bacabal-MA

Nessa perspectiva de Educação Inclusiva, surge a necessidade de entender melhor


como se dá o processo de inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais nas
aulas de Biologia.
O campo de pesquisa foi o C. E. Maria Casimiro Soares, localizado na Rua Osvaldo
Cruz, Bairro Centro, em Bacabal-MA. É uma escola de porte médio que atende aos alunos do
Ensino Médio do 1º ao 3º ano com funcionamento nos turnos matutino, vespertino e noturno.
Abrangendo um índice de atendimento com mais de 1.000 alunos. E ainda realiza seu trabalho
junto ao apoio à educação inclusiva.
A coleta de dados foi realizada na própria instituição constituído de 2 questionários
fechados sendo que um questionário (Quadro 1), constituído de 12 perguntas fechadas foi
aplicado a um aluno PNEE’S Visual para saber sobre a necessidade de possuir um material
didático diferenciado e o outro questionário (Quadro 2), foi aplicado a uma das professoras
titular de Biologia referente à utilização de materiais didáticos diferenciado nas aulas de
Biologia.
De acordo com as observações realizadas pode-se perceber que falta iniciativa, por parte
dos professores e da escola para desempenhar o papel de agentes da inclusão, trazendo os
alunos com necessidades educacionais especiais para a sala de aula de uma forma que eles se
sintam realmente parte do corpo de alunos.
Para o levantamento de dados foi aplicado um questionário para o aluno PNEE’S:

Quadro 1 – Resultado obtido sobre o questionário aplicado ao aluno com Necessidade


Educacional Especial Visual sobre a necessidade de possuir um material didático diferenciado
30

PERGUNTAS RESPOSTAS

Idade? 43 anos

Sexo? Masculino

Você tem aprendido na aula de Biologia? Às vezes

Os outros alunos lhe ajudam na aprendizagem dos conteúdos de Não


Biologia?

Os professores utilizam recursos diferentes para a sua melhor Não


aprendizagem?

Você tem acesso a algum material em Braile? Não

O professor de Biologia interage com você em sala de aula? Às vezes

A escola se interessa em seu aprendizado? Não

Você gostaria de receber maior atenção nas aulas de Biologia? Sim

Você gostaria de possuir um material diferenciado na aula de


Biologia?
Sim
31

Você se sente incluído em sala de aula? Às vezes

Sua acompanhante lhe ajuda em seu aprendizado? Sim

Fonte: Própria Autoria, 2017

O quadro 1 apresentado acima mostra o perfil do aluno portador de necessidade


educacional especial visual, do 3° ano do ensino médio, com 43 anos. De acordo com o
questionário perguntou-se se o aluno tem aprendido na aula de Biologia, o mesmo respondeu
que somente ás vezes, em comentário ele reclama do comportamento dos colegas de classe,
uma vez que ele tenta ouvir o que a professora está falando, mas não consegue devido ao
barulho feito pelos outros alunos.
Foi perguntado também no quadro 1 ao aluno se este gostaria de possuir um material
diferenciado na aula de Biologia, o mesmo disse que sim, pois ele até sente vontade de
interagir nas aulas, mas muitas vezes por não entender o conteúdo ele fica de cabeça baixa
chegando às vezes até mesmo se retirar da sala de aula. O aluno mencionou também sentir
necessidade da professora desenvolver para ele atividades adaptadas em sala de aula, sendo
assim ele não iria depender tanto da pessoa que o acompanha.
Ainda de acordo com o quadro 1 foi perguntado: Você se sente incluído em sala de
aula? O aluno respondeu que ás vezes. Vale ressaltar que o processo de inclusão não se dá
somente em por um aluno portador de necessidades educacionais especiais numa sala de aula
de ensino regular, para se ter um processo de inclusão é necessário fazer inclusão, não basta
ter um aluno PNEE’S em sala de aula e dar aula como se todos os alunos fossem iguais, é
necessário que haja uma preocupação de como incluir esses alunos nas atividades escolares e
fazer com que ele se sinta realmente incluído.
Foi aplicado também um questionário a uma das professoras titular de Biologia da
escola C.E. Maria Casimiro Soares, em Bacabal-MA:

Quadro 2 – Resultado obtido sobre o questionário aplicado à professora referente à utilização


de materiais didáticos diferenciado nas aulas de Biologia
32

PERGUNTAS RESPOSTAS

Idade? 30 a 40 anos

Sexo? Feminino

Disciplina trabalhada? Biologia

Você acha necessário um material didático diferenciado para os


alunos PNEE’S visual?
Sim

Você utiliza algum recurso pedagógico para ministrar as aulas de


Biologia para os alunos PNEE’S visual?
Às vezes

Você acha necessária uma adaptação no método para ministrar


aulas de Biologia para alunos PNEE’S visual?
Sim

Na sua concepção os alunos PNEE’S visual possui o mesmo nível de


compreensão nas aulas de Biologia, em relação aos alunos
Não
considerados normais?

Você utiliza a sala de recurso para ministrar aulas de biologia para


os alunos PNEE’S visual?
Não
33

A escola oferece apoio na utilização de recursos diferenciados para


os alunos PNEE’S visual?
Não

O aluno PNEE’S visual se sente incluído nas aulas de Biologia? Às vezes

Os pais dos alunos PNEE’S visual possui uma relação com a escola
para averiguar se o aprendizado do mesmo está ocorrendo de forma
Não
satisfatória?

Você nota uma boa aprendizagem do aluno PNEE’S visual na


disciplina de Biologia?
Às vezes

Fonte: Própria Autoria, 2017

O quadro 2 acima mostra o perfil da professora titular de Biologia no 3° ano da escola


pesquisada, bem como as perguntas referentes ao uso de materiais didáticos diferenciados
para alunos PNEE’S visuais nas aulas de Biologia. Ao analisar-se as respostas observou-se
como é desenvolvido o processo de ensino aprendizagem do aluno PNNE’S visual e a partir
das respostas podemos ter uma visão geral da situação como um todo.
De acordo com o quadro 2 tem-se que a idade da professora está entre 30 a 40 anos,
sexo feminino, disciplina trabalhada Biologia. De acordo com o questionário perguntou-se se
ela acha necessário um material didático diferenciado para os alunos PNEE’S visual a mesma
respondeu que sim.
Ainda segundo a professora, foi perguntado se ela utiliza algum recurso pedagógico
para ministrar as aulas de Biologia dos alunos PNEE’S visual, ela respondeu que ás vezes sim
e citou um exemplo de quando estava dando aula sobre plantas, onde o assunto era a
reprodução das plantas, a mesma levou uma flor para a sala de aula para que o aluno cego
pudesse sentir os órgãos reprodutores da flor.
34

A professora considera importante a utilização de materiais didáticos diferenciados para


auxiliar o processo de ensino-aprendizagem dos alunos PNEE’S visuais, porém a falta de
apoio da escola, a correria do dia-a-dia a impede de introduzir esses materiais em sala de aula,
pois segundo ela a falta de respeito dos demais alunos para com o aluno cego também
atrapalha seu processo de ensino-aprendizagem, pois o aluno necessita ouvir o que está sendo
falado em sala de aula e os outros alunos ficam com “baderna” durante as aulas.
Ao fazer a análise das informações contidas no quadro pode-se observar que apesar de
às vezes a professora desenvolver atividades adaptadas em sala de aula para que o aluno
PNEE’S se sinta incluído em sala de aula, ainda se percebe grandes lacunas quando se trata da
educação de alunos PNEE’S. Diante dessa situação destaca-se a importância de se produzir
materiais didáticos diferenciados e práticas que estimulem a participação dos alunos PNEE’S
nas aulas de Biologia.

5 RECURSOS DIDÁTICOS PARA AS AULAS O ENSINO DE BIOLOGIA NO


ENSINO MÉDIO COM ALUNOS PNEE´S VISUAIS
35

A presente proposta foi elaborada visando contribuir no processo de ensino


aprendizagem dos alunos PNEE’S visuais nas aulas de Biologia no ensino médio, para que
esse objetivo seja alcançado é necessário desenvolver materiais didáticos diferenciados para
serem utilizados por esses alunos durante as aulas de Biologia.
Conscientes das dificuldades que os alunos PNEE’S visuais possuem referente ao
ensino de Biologia, percebe-se que uma das maiores problemáticas envolvidas no processo de
ensino aprendizagem dos mesmos está no fato de que os docentes não estão bem preparados
para receber esses alunos em sala de aula, a falta de apoio de apoio e incentivo por parte da
escola para que os professores possam desenvolver atividades adaptadas com os alunos
PNEE’S. MEC (BRASIL, 2002) afirma que: o aluno com deficiência visual não precisa de
um currículo diferente dos demais, mas sim adaptações e complementações curriculares.
A utilização de materiais didáticos diferenciados em sala de aula visa não só a
aprendizagem do aluno, mas sim um desenvolvimento pessoal, uma independência, uma
superação. Galvão Filho e Damasceno (2003) relatam que, desenvolver recursos de
acessibilidade, também pode significar combater preconceitos, pois, no momento em que lhes
são dadas as condições de interagir e aprender, explicitando o seu pensamento, mais
facilmente, o individuo com deficiência será tratado como um diferente-igual. Diferente pela
sua condição de portador de necessidade educacional especial, porém igual por interagir,
relacionar-se e competir em seu meio, com recursos mais poderosos, proporcionados pelas
adaptações de acessibilidade de que dispõe.
A não utilização de materiais didáticos diferenciados em sala de aula causa uma
exclusão nos alunos deficientes visuais, pois dificilmente os mesmos irão acompanhar os
conteúdos expressos em sala de aula. Coimbra (2003) ressalta que a falta de disponibilidade
de informação para o deficiente visual, no tempo adequado para que ele tome decisões ou
realize suas tarefas em igualdade ao vidente, influencia negativamente na sua
autodeterminação para participar da vida da escola. Durante observações realizadas nas aulas
de Biologia, nota-se que em algum momento do planejamento das aulas, os professores
pensam em como incluir o aluno cego nas mesmas, causando assim a exclusão desse aluno,
pois durante a ministração das aulas, os recursos utilizados são o livro didático (não adaptado)
e se faz a utilização de slides (recurso visual).
Os alunos PNEE´S visuais necessitam de um atendimento especializado em sala de
aula, no qual será um auxilio para melhor aprendizado do mesmo. Este auxílio consiste em
capacitação de professores para trabalhar as dificuldades presentes na vida escolar destes
36

alunos e também a utilização de materiais diversificados como: recursos áudios-visuais,


transcrições em braile, materiais em alto-relevo entre outros. Esta capacitação de professores
é realizada no Brasil através do Instituto Benjamin Constant (IBC) órgão especializado em
ensino de deficientes visuais e capacitação de profissionais da área da deficiência visual seja
ela educacional ou médica.
Através destes cuidados será possível uma inclusão destes alunos que por muitas vezes
são postos a margem pelo fato de não possuírem a mesma forma de aprendizado dos alunos
considerados normais. Segundo Moreira (2000, p. 36), aprendizagem significativa é aquela
que há interação entre o novo conhecimento e o conhecimento prévio. Esses recursos podem
desenvolvidos e podem auxiliar as atividades realizadas em sala de aula, podem ser
explorados pelas atividades motoras não afetadas pela deficiência visual, como a audição e o
tato.
Diversos recursos são utilizados hoje na escolarização de deficientes visuais no Brasil,
são exemplos deles: a reglete e punção, o livro adaptado, livro falado, recursos táteis e recurso
de áudio. Estes recursos estão atrelados ao processo de inclusão de alunos deficientes na
sociedade, utilizado com mais frequência na Educação por professores que possuem
especialização na área.

 Reglete e punção

A reglete é um recurso didático utilizado por alunos com deficiência visual, a qual
possui a função de aprendizado da escrita Braille. Este dispositivo utilizado por Louis Braille
consiste em uma prancha e uma régua com duas linhas com janelas correspondentes às celas
Braille, no qual essas janelas se encaixam na prancha pelas extremidades laterais. O papel é
introduzido entre a prancha e a régua. Para escrever o deficiente visual pressiona o papel com
o punção, obtendo assim pontos em relevo, a escrita é realizada da direita para esquerda,
sendo que após a escrita a folha é colocada de modo contrario.
As regletes apresentam modelos de mesa ou de bolso; consistem essencialmente em
duas placas de metal ou plástico fixado de modo a permitir a inserção do papel.

 Livro didático adaptado


37

O mercado de recursos é bem amplo, existem inúmeros materiais didáticos, porém a


maioria utilizada são os recursos visuais, o qual não atende ás necessidades dos alunos PNEE
´S visual, um exemplo disso é o livro didático.
O indicado às pessoas com baixa visão são os livros que possuam:
 Quantidade dosada de exercício em cada pagina;
 Desenhos objetivos;
 Tamanho ampliado das letras e contrastes entre cores;

Indicação a alunos com deficiência visual:

 Livros transcritos em Braile: Deve se ter cuidado para que o conteúdo que foi
transcrito não seja deturpado ou modificado.

 Livro falado

O livro falado é um recurso muito utilizado no Brasil, tido como excelente é gravado em
CDs e pendrives.
Pode se ressaltar que o sentido da audição norteia as pessoas com deficiência visual e
auxiliam na captura de informações através de sons ao seu redor auxiliando assim na
aprendizagem dos mesmos.
Os ouvidos dos deficientes assumem o papel dos olhos, sendo eles o maior recurso para
a aprendizagem.
No Brasil é contabilizado cerca de140 audiolivros, segundo a Biblioteca Nacional, os
principais produtores deste material são: Instituto Benjamin Constant (IBC) e a Fundação
Dorina Nowill que também trabalha com recursos audiovisuais levando esses recursos a quem
precisa deste material.

 Recursos táteis

Os recursos táteis são de extrema importância aos alunos PNEE’S visuais, pois a partir
destes eles podem sentir a realidade de forma mais concreta e não de forma subjetiva.
Segundo (Martins et al, 2007) o tato é uma via receptora de informações diversas de
tradução do ambiente externo para o interno; para desenvolver uma compreensão ótima de seu
mundo, essas pessoas precisam do sentido do tato, algumas vezes dependendo exclusivamente
dele.
38

Propõe-se como recursos didáticos táteis pata para as aulas de Biologia no Ensino
Médio:

 Cela braille: confeccionada com caixas de papelão, frascos de desodorantes e


embalagem de ovos.
 Medidor: garrafas plásticas de água mineral cortadas, com capacidade para um litro e
meio.
 Caixa de números: caixas de plástico ou de papelão contendo miniaturas. Colar na
parte externa o numeral, em tinta, relevo e em braille, correspondente à quantidade de
objetos guardados no interior da caixa.
 Fita métrica adaptada: com marcações na forma de orifícios e pequenos recortes.
Figuras geométricas em relevo: confeccionadas com emborrachado, papelão e outros.
 Calendário-mural: confeccionado em cartolina com cartelas móveis para o registro
em tinta e em braille dos dias, meses e ano.
 Mural do tempo: cartaz com frases curtas em braille e em tinta e desenho em relevo
expressando as condições do tempo em cada dia da semana.
 Baralho: adaptado com inscrição em braille do número e naipe.
 Dominó: adaptado com diferentes texturas de tecido.
 Jogo de dama: adaptado com velcro.
 Brincando com as frações: representação de frações utilizando embalagens de pizza e
bandejas de isopor.
 Modelos e maquetes: a utilização de maquetes e de modelos é uma boa maneira de
trabalhar as noções e os conceitos relacionados aos acidentes geográficos, ao sistema
planetário e aos fenômenos da natureza.
 Sorobã: instrumento utilizado para trabalhar cálculos e operações matemáticas;
espécie de ábaco que contém cinco contas em cada eixo e borracha compressora para
deixar as contas fixas.
 Dosvox: sistema operacional desenvolvido pelo núcleo de computação eletrônica da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Possui um conjunto de ferramentas e
aplicativos próprios além de agenda, chat e jogos interativos.
 Virtual vision: é um software brasileiro desenvolvido pela micropower, em São
Paulo, concebido para operar com os utilitários e as ferramentas do ambiente
Windows.
39

 Recursos de áudio

Os recursos de áudio portáteis assim como o livro falado que auxiliam na aprendizagem
de alunos PNEE’S visuais são denominados de recursos instrucionais.
Os recursos multimeios de áudio são denominados multimeios auditivos que podem ser
representeados pelos seguintes exemplos: rádio, cd, fita magnética, computador, smarthfones
entre outros.
Os materiais didáticos adaptados a alunos cegos são de suma importância para seu
aprendizado, pois através destes o aluno poderá sentir a sua realidade que ate então era
inexistente.
Os materiais podem ser usados não só em sala especial, o uso dos mesmos também
podem ser feitas em salas de ensino regular, assim estará a proporcionar a integração dos
alunos PNEE’S visuais a outras atividades que estariam destinadas a somente alunos que não
possuem deficiência.
Para Libâneo (1994) recursos instrucionais são os “meios e/ou materiais que auxiliam o
docente na organização e condução no processo de ensino e aprendizagem”.
De acordo com Cerqueira e Ferreira (1996 apud JORGE, 2010), os recursos didáticos
podem ser classificados em:

 Naturais: elementos de existência real na natureza, como água, pedra, animais.


 Pedagógicos: quadro, flanelógrafo, cartaz, gravura, álbum seriado, slides.
 Tecnológicos: rádio, toca-discos, gravador, televisão, vídeo cassete, computador,
ensino programado, laboratório de línguas.
 Culturais: biblioteca pública, museu, exposições. Segue abaixo alguns recursos
didáticos que podem ser utilizados pelos professores de alunos PNEE´S visual
sugeridos por Sá, Campos e Silva (2007 apud JORGE, 2010).

Os recursos didáticos podem ser usados não só em sala especial, o uso dos mesmos
também pode ser feito em salas de ensino regular, assim irá proporcionar a integração dos
alunos PNEE’S visuais a outras atividades que estariam destinadas somente a alunos que não
possuem deficiência.
Em aulas de Biologia sobre Sistema Reprodutor, Sistema Respiratório, ou aulas
onde serão abordados assuntos como órgãos do corpo humano ou Células, o professor pode
encorajar os alunos com deficiência visual a sentirem as peças de acordo como nas imagens
ilustradas abaixo, explicando cada parte e sua função. Com essa ajuda pedagógica
40

especializada, o professor de Biologia pode, além de utilizar as peças, fazer uma descrição em
braile, sobre cada assunto que será falado em sala de aula.
Segue abaixo uma lista de figuras com demonstração dos modelos de materiais
didáticos que podem ser utilizados nas aulas de Biologia:

Figura 1 - Espermatozóide e ovócito II Figura 2 - Fase de mórula

Fonte: Jorge, 2010 Fonte:


Jorge, 2010

Figura 3 - Embrião na cavidade amniótica Figura 4 - Útero grávido

Fonte: Jorge, 2010


Fonte: Jorge, 2010
41

Figura 5 - Pulmões Figura 6 – Fígado

Fonte: Jorge, 2010


Fonte: Jorge, 2010

Figura 7 - Coração

Figura 8 - Célula eucariótica

Fonte: Jorge, 2010 Fonte: Jorge, 2010

5.1 Definição de conteúdos e confecção de materiais

A presente proposta tem como objetivo a criação de materiais didáticos adaptados


vindo a partir de pesquisa e observação de aulas no C.E. Maria Casimiro Soares e também
incentivar a produção de material adaptado de baixo custo e a utilização de metodologias e
42

procedimentos didáticos que possam servir de auxilio aos professores que tenham o desafio de
ensinar Biologia aos alunos PNEE’S visuais. A criação dos mesmos veio a partir da exposição
das dificuldades do aluno PNEE’S visual ali presente. O mesmo relatou que:

 Possuía dificuldade em todos os conteúdos relacionados à Biologia;


 Expressou a necessidade de haver materiais didáticos voltados para sua necessidade
educacional especial.
 O aluno PNEE’S visual alegou se sentir excluídos em sala de aula pelos demais
alunos.
 A professora entrevistada relatou que há necessidade de adaptação de material
didático para que ocorra melhor aprendizagem dos alunos PNEE’S. Sendo que a
mesma relatou que o aluno não possui o mesmo nível de aprendizagem que os
demais alunos.
 A professora expressou o desejo de ter materiais didáticos diferenciados na escola.
 A professora relatou já ter utilizado em uma aula sobre plantas, um recurso para
tentar incluir de alguma forma o aluno PNEE’S na aula.

Após os resultados obtidos através do questionário aplicado ao aluno PNEE’S visual e


a professora no ensino médio, foram identificados os conteúdos de biologia no qual o aluno
tinha mais dificuldade:

Quadro 3 - Temas de Biologia de maior dificuldade para o aluno PNEE’S visual.

TEMA COM
DIFICULDADE
DISCIPLINA DEFICIÊNCIA BIMESTRE SERIE/ANO

BIOLOGIA VISUAL GENÉTICA 3° 3° ANO

BIOLOGIA VISUAL ECOLOGIA 4° 3° ANO

BIOLOGIA VISUAL EVOLUÇÃO 4° 3° ANO


Fonte: SILVA; SANTOS, 2017
43

O conteúdo de genética, ecologia e evolução estão presentes no currículo do ensino médio,


na disciplina de Biologia. Os dados mostram que o aluno PNEE’S visual tem dificuldade nos
três conteúdos citados anteriormente.
Como se pode ver no quadro 3 o aluno tem dificuldade em compreender os assuntos
relacionados à Ecologia-Teia alimentar. O mesmo apresentou dificuldade de aprendizado no
conteúdo de Evolução-Embriologia.
Ao fazer a análise do livro didático procurou-se observar se havia proposta ou atividades de
adaptação para se trabalhar esses conteúdos com alunos portadores de necessidades
educacionais especiais (PNEE’S). Após a analise do material notou-se a ausência de propostas
e atividades que busquem a inclusão de alunos PNEE’S, e que todos os conteúdos são
apresentados de maneira textual e discursiva, nota-se que o autor não pensou na possibilidade
de haver alunos PNEE’S em sala de aula, tornando o processo de inclusão desses alunos mais
difícil.

Recursos didáticos visuais para o ensino de Genética

Tema – Leis de Mendel

Figura 9 - Representação da 1ª Lei de Mendel

Fonte: Própria autoria, 2017

A apresentação do material tem por objetivo auxiliar o aluno PNEE´S visual a


compreender os experimentos realizados por Mendel.
44

Em seus experimentos, Mendel estabeleceu a o princípio da segregação ou primeira lei


de Mendel. Segundo esse princípio, as características hereditárias são determinadas por
fatores isolados que aparecem aos pares, e cada membro do par é herdado de um dos
parentais. Durante a meiose, os pares de fatores são separados ou segregados.
Consequentemente cada gameta produzido por um descendente em sua maturidade contém
apenas um membro do par.
Dentre os materiais utilizados pode-se citar massa de modelar, placa de madeira, cola
acripuff, palito de dente, cola branca e secador.
Em seus estudos, Mendel passou a analisar o comportamento de dois caráteres ao
mesmo tempo, realizando cruzamentos que envolviam dois tipos de características, conhecida
como segunda lei de Mendel. A segunda lei de Mendel refere-se à segregação independente
dos fatores, isto é, a separação de dois ou mais pares de genes alelos localizados em diferentes
pares de cromossomos homólogos, para formação dos gametas.
Segue abaixo um exemplo da Segunda lei de Mendel:

Figura 10 - Representação da 2ª Lei de Mendel

Fonte: SILVA; SANTOS, 2017

Fonte: Própria autoria, 2017

Do cruzamento de ervilhas com características puras, em homozigose dominante e


recessiva respectivamente para a cor da semente (amarela e verde) e para a textura da semente
(lisa e rugosa), temos a seguinte representação para a geração parental e seus gametas:
RRVV (semente lisa e amarela) x rrvv (semente rugosa e verde) Gameta → RV Gameta → rv
45

Desse cruzamento são originados exemplares vegetais de ervilha 100% heterozigóticas


RrVv, com característica essencialmente lisa e amarela (Geração F1 – primeira geração filial).

A partir do cruzamento entre organismos da geração F1, são formados tipos diferentes de
gametas e combinações diversas para constituição dos indivíduos que irão surgir após a
fecundação (Geração F2).
Tipos de gametas da geração F1 → RV, Rv, rV e ry

Confecção

Para a confecção desse o material é necessário à utilização da massa de modelar para a


formação das ervilhas nas quais terão características diferentes, também será necessário à
utilização de palito de dente para expressar as texturas nas ervilhas.

 Ervilhas maiores – características recessivas


 Ervilhas menores – característica dominante
 Ervilha com textura – ervilha rugosa
 A placa de madeira – será utilizada para fixar as ervilhas
 Cola branca – utilizada para segurar as ervilhas na placa de madeira
 Cola acripuff – utilizada para expressar as letras que distinguem caráter recessivo e
dominante.
 Secador – utilizado após 24 horas sobre a cola acripuff para que ocorra um aumento
no volume.

Utilização

O professor poderá utilizar este material tanto com alunos PNEE’S visuais quanto aos
demais alunos. O mesmo utilizará para que o aluno sinta a textura que foi falada em suas
ministrações, este material será manuseado após a explicação como um auxilio.
46

Recursos didáticos visuais para o ensino de Ecologia

Tema- Teia alimentar

Figura 11 - Alto Relevo. Produtor e Consumidor Figura 12 - Alto relevo. Consumidor terciário e
primário quaternário.

Fonte: Própria autoria, 2017 Fonte: Própria autoria, 2017

Este material visa oferecer uma experiência tátil aos alunos PNEE’S visuais. O
objetivo deste material é auxiliar os alunos a compreender o conceito de ecologia e teia
alimentar, como por exemplo, saber o que são seres produtores e consumidores e o papel que
cada um desempenha no meio ambiente.
Para a confecção dos materiais acima apresentados utilizou-se desenhos impressos em
papel A4, cola acripuff, tesoura, cartolina cartão, secador e tecido/TNT- fabricação de vendas.
Muitos animais têm alimentação variada. Um organismo pode se alimentar de
diferentes seres vivos, além de servir de alimento para diversos outros. O resultado é que as
cadeias alimentares se cruzam na natureza, formando o que chamamos de teia alimentar.
Nas teias alimentares, um mesmo animal pode ocupar papéis diferentes, dependendo
da cadeia envolvida. Na teia representada no esquema abaixo (siga as setas) o gavião ocupa
tanto o papel de consumidor secundário quanto terciário.
47

(Produtores) (Consumidor primário) (Consumidor secundário)

Plantas Pica-Pau Gavião

Ou

(Produtores) (Consumidor primário) (Consumidor secundário) (Consumidor terciário)

Plantas Pica-Pau Sucuri Gavião

Fonte: Própria autoria, 2017

Confecção

Para produção do material foi necessário a folha de papel A4 impressa com o desenho
dos animais que fazem parte da cadeia, com aplicação em contorno da imagem com cola
acripuff para texturizar os desenhos para que ocorra um aumento no desenho sendo possível
tocá-los. As faixas (vendas) serão confeccionadas com tecido/TNT e recortada com tesoura.

Utilização

Para a utilização deste material o professor pedirá a todos os alunos coloquem as


vendas, fazendo assim que cada aluno se encontre na mesma situação do aluno PNEE´S
visual, a partir daí o professor utilizará a teia alimentar em auto-relevo para que através do
tato os alunos possam reconhecer os componentes da teia alimentar.

Recursos didáticos visuais para o ensino de Evolução


48

Tema – Embriologia

Figura 13 - Representação dos folhetos embrionários

Fonte: Própria autoria, 2017

A utilização desse material tem como objetivo ajudar o aluno com deficiência visual a
melhor compreender os assuntos relacionados à Evolução-Embriologia nos assuntos
referentes aos folhetos germinativos.
Para melhor representação dos folhetos embrionários o material utilizado foi massa de
modelar, feijão, cola branca e compensado.
Folhetos Embrionários ou folhetos germinativos (ectoderma, endoderma e
mesoderma) são camadas de células que dão origem aos órgãos e tecidos dos seres vivos.
Surgem na fase de embrião, mais precisamente durante a gastrulação, ou seja, entre a
terceira e oitava semanas de gestação no caso dos humanos. Na sequência, no processo da
organogênese são formados os órgãos.

Confecção

Para a confecção desse material será necessário a utilização de massa de modelar e


feijões que são colados ao redor da massa fixados por cola branca em um pedaço de

compensado dando assim origem aos folhetos embrionários.


49

Utilização

O professor deverá mediar a interação do aluno PNEE’S visual com o material e poderá
também utilizar vendas nos alunos normais pra explicar o processo de embriologia humana.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
50

O objetivo deste trabalho é propor recursos didáticos para serem utilizados nas aulas de
Biologia por alunos PNEE’S visuais, sendo o professor o responsável por mediar a utilização
desses recursos. Fazendo uma análise sobre a educação inclusiva no ensino médio, observa-se
que além dos professores não serem bem preparados, falta apoio por parte da escola e
compreensão de toda a equipe no que se refere à educação inclusiva.
Sabe-se que a educação sofreu vários avanços durante os anos, principalmente após a
LDB nº 9394/96, porém ainda não é suficiente. Precisamos de um avanço ainda maior em
relação à educação de alunos com necessidades educacionais especiais, nos dias atuais a
educação inclusiva ainda é um grande desafio enfrentado tanto pelos professores quanto pelas
escolas, mas são essenciais as mudanças nos sistemas escolares, incluindo a participação de
todos envolvidos no processo de inclusão.
Nota-se que a legislação garante o acesso de todos à educação, porém não garante a
permanência e o sucesso escolar dos alunos com necessidades educacionais especiais no
ensino regular. A inclusão escolar pode ser garantida por leis, propostas curriculares e
decretos, porém o sucesso escolar dos alunos PNEE’S será determinado por diversos fatores,
tanto no contexto escolar, quanto no contexto social. Pois, não adianta políticas que apoiem a
inclusão se o aluno for inserido em uma escola excludente. Portanto a escola se torna a maior
influencia na transformação social, com a ajuda dos educadores, sendo assim a sociedade
inclusiva está diretamente ligada à construção de uma educação inclusiva.
Através da pesquisa realizada pode-se observar que a participação dos alunos PNEE’S
nas aulas de biologia visuais é quase nula, pois não há recursos didáticos nem atividades
adaptadas para que haja a interação desses alunos com o tema abordado nas aulas, também na
maioria das vezes não há a colaboração dos professores e quase sempre a escola não dá
nenhum suporte para que isso ocorra. É notório que para a educação inclusiva acontecer é
necessária se realizar a formação inicial e continuada dos professores, se aprofundando nas
discussões teórico-práticas, para assim proporcionar um auxílio no que diz respeito ao
processo de ensino-aprendizagem.

REFERÊNCIAS
51

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1996.
_____ Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, Estatuto da Criança e do
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53

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ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.224p.


Disponível em: https://www.bn.gov.br. Aceso em: 12 Jan.2018.
54

APÊNDICES

Apêndice 1 – Questionário aplicado ao aluno com Necessidade Educacional Especial Visual


sobre a necessidade de possuir um material didático diferenciado
55

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO


CAMPUS BACABAL
CURSO DE CIÊNCIAS LICENCIATURA HABILITAÇÃO EM BIOLOGIA

Acadêmicas:
DHESSICA LIANDRA MARTINS DA SILVA
JORDANA NAYARA GONÇALVES DOS SANTOS

QUESTIONARIO

1. Você tem aprendido na aula de Biologia?


( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( ) Nunca

2. Os alunos lhe ajudam na aprendizagem dos conteúdos de Biologia?


( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( ) Nunca

3. Os professores utilizam recursos diferentes para a sua melhor aprendizagem?


( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( ) Nunca

4. Você tem acesso a algum material em Braile?


( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( ) Nunca

5. O professore de Biologia interage com você em sala de aula?


( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( ) Nunca

6. A escola se interessa em seu aprendizado?


( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( ) Nunca

7. Você gostaria de ter maior atenção nas aulas de Biologia?


( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( ) Nunca

8. Você gostaria de possuir um material diferenciado na aula de Biologia?


( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( ) Nunca

9. Você se sente incluído em sala de aula?


( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( ) Nunca
10. Seu(a) interprete lhe ajuda em seu aprendizado?
( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( ) Nunca

Apêndice 2 – Questionário aplicado ao questionário à professora referente à utilização de


materiais didáticos diferenciado nas aulas de Biologia
56

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO


CAMPUS BACABAL
CURSO DE CIÊNCIAS LICENCIATURA HABILITAÇÃO EM BIOLOGIA

Acadêmicas:
DHESSICA LIANDRA MARTINS DA SILVA
JORDANA NAYARA GONÇALVES DOS SANTOS

QUESTIONÁRIO

1. Você acha necessário um material didático diferenciado para os alunos PNEE’S


(Portador de Necessidade Educacional Especial) visual?
( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes
2. Você utiliza algum recurso pedagógico para a ministração das aulas de Biologia para
os alunos PNEE’S (portador de necessidade educacional especial) visual?
( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes
3. Você vê necessidade de uma adaptação de métodos para a ministração de aulas de
biologia para alunos PNEE’S (portador de necessidade educacional especial) visual?
( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes
4. Na sua concepção, os alunos PNEE’S (Portador de Necessidade Educacional Especial)
visual, possuem o mesmo nível de compreensão nas aulas de Biologia, em relação aos
alunos considerados normais?
( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes
5. Você utiliza sala de recurso para de ministração de aula de biologia para alunos
PNEE’S (Portador de Necessidade Educacional Especial) auditivo e visual?
( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes
6. A escola oferece apoio na utilização de recursos diferenciado para alunos PNEE’S
(Portador de Necessidade Educacional Especial) auditivo e visual?
( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes
7. Os alunos PNEE’S (Portador de Necessidade Educacional Especial) auditivo e visual
se sentem acolhido na aula de Biologia, realizando assim um melhor aprendizado?
( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes
8. Os pais dos alunos PNEE’S (Portador de Necessidade Educacional Especial) auditivo
e visual, possuem uma relação com a escola, para averiguar se o aprendizado dos
mesmos está acontecendo de forma satisfatória?
( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes

9. Você nota uma boa aprendizagem dos alunos PNEE’S (Portador de Necessidade
Educacional Especial) auditivo e visual na disciplina de Biologia?
57

( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes


58

SILVA, Dhessica Liandra Martins da; SANTOS, Jordana Nayara Gonçalves dos.

MATERIAIS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE BIOLOGIA COM ALUNOS PNEE’S


VISUAIS NO ENSINO MÉDIO: Uma proposta metodológica para o ensino de Biologia no
Ensino Médio, na escola C.E. Maria Casimiro Soares de Bacabal-MA. Dhéssica Liandra
Martins da Silva / Jordana Nayara Gonçalves dos Santos – Bacabal – MA/UEMA, 2017)

56 fls.

Proposta (Graduação) - Universidade Estadual do Maranhão - Centro de Estudos Superiores de


Bacabal, 2017.

1. Educação Inclusiva. 2. Materiais Didáticos Visuais. 3. Ensino de Biologia.

I. Título

C.D.U.: 57: 379.8

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