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ROTEIRO DE AULA
JURISDIÇÃO
1- Generalidades
o É a função através da qual um terceiro imparcial faz a aplicação do Direito ao caso concreto
Reconhecendo, criando ou protegendo situação jurídica
2- Imunidade de jurisdição
o 2.1- Estados estrangeiros
Na prática de atos de gestão
Não está no exercício de sua soberania
Está se equiparando a um particular
Nesses casos não há imunidade de jurisdição
Ex. relações de trabalho de uma embaixada com um empregado seu
Imunidade relativa (só há imunidade em ato de império)
“RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ESTADO ESTRANGEIRO.
REPÚBLICA (...). IMUNIDADE RELATIVA DE JURISDIÇÃO E EXECUÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE DE RECAIR PENHORA SOBRE BENS AFETOS À REPRESENTAÇÃO
DIPLOMÁTICA. CONCESSÃO PARCIAL DA SEGURANÇA. Nos termos da
jurisprudência do Excelso STF e desta Corte, é relativa a imunidade de jurisdição
e execução do Estado estrangeiro, não sendo passíveis de constrição judicial,
contudo, os bens afetados à representação diplomática. Assim, deve ser
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parcialmente concedida a segurança, a fim de se determinar que não recaia
constrição sobre bens atrelados, estritamente, à representação diplomática da
impetrante. (...) (RO - 181-80.2012.5.10.0000, Relator Ministro: Alberto Luiz
Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 25/10/2016, Subseção II
Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 28/10/2016)”
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“OJ 416 da SDI-I IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO
INTERNACIONAL. (mantida conforme julgamento do processo TST-E-RR-61600-
41.2003.5.23.0005 pelo Tribunal Pleno em 23.05.2016)
As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de
jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao
ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito
Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente,
prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de
imunidade jurisdicional.”
COMPETÊNCIA
1- COMPETÊNCIA MATERIAL
o Constituição Federal
“Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: “
o A) Relações de trabalho
Art. 114, I- “as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito
público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;”
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“AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO. AÇÃO DE
COBRANÇA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO
TRABALHO. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 114, IX E 133 DA CF. NÃO CONFIGURADA. A
ampliação da competência da Justiça do Trabalho pela EC 45/2004 não alcançou
a matéria referente às ações de cobrança de honorários por profissional liberal,
conforme, aliás, dispõe a jurisprudência sumulada do STJ (Súmula 363), e o
entendimento pacificado desta Corte. Nesse sentido, o acórdão recorrido está,
pois, em consonância com a iterativa, notória e atual jurisprudência do TST,
circunstância que obsta o processamento do recurso de revista, nos termos da
Súmula 333 do TST, o que afasta a alegação de ofensa aos preceitos
constitucionais. Agravo de instrumento a que se nega provimento. (AIRR-78400-
72.2007.5.04.0381 , Relator Ministro: Douglas Alencar Rodrigues, Data de
Julgamento: 17/06/2015, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 19/06/2015)”
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I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre
empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento
das guias do seguro-desemprego. “
Servidores Públicos
Servidores públicos é um gênero
Se o servidor público for celetista, a competência será da justiça do trabalho
(Regido pela CLT – empregado público)
Se o servidor tiver relação jurídico administrativa (estatutário; temporário;
dentre outros exemplos) não haverá competência da justiça do trabalho
Não há competência trabalhista para o vínculo estatutário (cargo
efetivo ou em comissão) ou qualquer relação de natureza institucional
(jurídico-administrativa) com a administração direta e indireta.
“Competência. Justiça do Trabalho. Incompetência reconhecida. Causas
entre o Poder Público e seus servidores estatutários. Ações que não se
reputam oriundas de relação de trabalho. Conceito estrito desta relação.
Feitos da competência da Justiça Comum. Interpretação do art. 114, inc.
I, da CF, introduzido pela EC 45/2004. Precedentes.
Liminar deferida para excluir outra interpretação. (...) O disposto no art.
114, I, da Constituição da República, não abrange as causas instauradas
entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação
jurídico-estatutária."
(ADI 3.395-MC, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 5-4-06, DJ de 10-
11-06)
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Atento para o desvirtuamento da relação jurídico administrativa:
Contratação irregular
Também não é competência da justiça do trabalho
É competência da justiça comum, visto que envolve matéria
administrativa
“(...) B) RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO RECLAMADO.
INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. O Supremo Tribunal
Federal, no julgamento da Medida Cautelar na ADI 3.395-6/DF, afastou
qualquer interpretação do artigo 114, I, da Constituição Federal que
inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de
demandas instauradas entre a Administração Pública e os servidores a
ela vinculados por relação de caráter jurídico-administrativo, aí incluídos,
além dos casos em que se discute possível relação estatutária, os
conflitos sobre o exercício de cargo comissionado ou acerca de contrato
temporário de excepcional interesse público (artigo 37, IX, da
Constituição Federal) - hipótese dos autos. Consolidou-se, a partir de
então, o entendimento desta Corte Superior de que, em se tratando de
demanda sobre possível existência, validade ou eficácia de vínculo de
natureza administrativa, a controvérsia deve ser dirimida pela Justiça
comum. Isso porque, conforme reiteradamente decidido pelo STF, ainda
que se trate de pedido de verbas trabalhistas, cabe àquela Justiça, em
primeiro plano, analisar se o trabalhador se vinculou ao ente público por
relação jurídico-administrativa e se ocorreu algum vício capaz de
descaracterizá-la, para, somente depois de afastada a natureza
administrativa do vínculo, ser possível a esta Justiça especializada julgar
a controvérsia à luz da legislação trabalhista. Nessa perspectiva, compete
à Justiça comum examinar as lides que envolvam possível
desvirtuamento da relação jurídico-administrativa pela qual o
trabalhador se vincula ao ente público. Decisão regional proferida em
desconformidade com o artigo 114, I, da CF. Recurso de revista
conhecido e provido. (...) (ARR-46-77.2017.5.05.0341, 8ª Turma, Relatora
Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 09/05/2019).”
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Ação sobre descumprimento de normas trabalhistas de segurança e medicina do
trabalho
Súmula 736 do STF: “Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham
como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à
segurança, higiene e saúde dos trabalhadores. “
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Envolvendo entidade de previdência privada de complementação de
aposentadoria
Competência é da justiça comum
“Recurso extraordinário – Direito Previdenciário e Processual Civil – Repercussão
geral reconhecida – Competência para o processamento de ação ajuizada contra
entidade de previdência privada e com o fito de obter complementação de
aposentadoria – Afirmação da autonomia do Direito Previdenciário em relação
ao Direito do Trabalho (...)1. A competência para o processamento de ações
ajuizadas contra entidades privadas de previdência complementar é da Justiça
comum, dada a autonomia do Direito Previdenciário em relação ao Direito do
Trabalho. Inteligência do art. 202, § 2º, da Constituição Federal a excepcionar, na
análise desse tipo de matéria, a norma do art. 114, inciso IX, da Magna Carta.
(...)”
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FUNDO DE GARANTIA. LEVANTAMENTO DO DEPÓSITO (cancelada) - Res.
130/2005, DJ 13.05.2005 A Justiça do Trabalho só tem competência para
autorizar o levantamento do depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
na ocorrência de dissídio entre empregado e empregador.
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a nova competência atribuída a essa Justiça Especializada pela EC 45/2004 não
excepcionou qualquer demanda que tivesse por fundamento o exercício do
direito de greve. Dessarte, eventual pleito de reparação pecuniária por danos
materiais provocados seja pelos trabalhadores seja pela entidade sindical,
quando do movimento paredista, ao patrimônio da Empresa deve ser apreciado
pela Justiça do Trabalho. Agravo de Instrumento conhecido e não provido. “ AIRR
- 65200-70.2006.5.01.0072 , Relatora Ministra: Maria de Assis Calsing, 4ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 02/05/2014)
o Art. 114 III- as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
Entre sindicatos:
Ex. Invasão por parte de um sindicato na representação de outros (cada sindicato
representa uma categoria – unicidade sindical- o trabalhador somente pode ser
representado por uma única categoria)
Ex. uma categoria paga contribuição para determinado sindicato, mas esse
sindicato não é o que deveria representar essa categoria
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o Art. 114- IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
Ex. representação sindical concedida a outro sindicato para mesma categoria – cabe MS-
; correção de dados de entidade sindical –cabe HD-; prisão de depositário infiel em sede
de execução trabalhista –cabe HC-
o Art. 114 V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o
disposto no art. 102, I, o;
Ex. conflito de competência entre Juiz do trabalho de Brasília e juiz do trabalho de Palmas
Quem julga é o TRT da 10ª região, que possui competência em ambos estados
Ex. Conflito de competência entre juiz do trabalho de Brasília e juiz do trabalho de Belo
Horizonte
Quem julga é o TST, visto envolver TRTs de regiões diferentes
Súmula 236 do STJ: “Não compete ao Superior Tribunal de Justiça dirimir
conflitos de competência entre juízes trabalhistas vinculados a Tribunais
Regionais do Trabalho diversos.”
Ex. conflito de competência entre juiz do trabalho de Brasília e TRT da 10ª região
Não há conflito de competência, visto relação de subordinação (lembre-se que a
justiça do trabalho de Brasília integra o TRT da 10ª região)
“Súmula 420 do TST: COMPETÊNCIA FUNCIONAL. CONFLITO NEGATIVO. TRT E
VARA DO TRABALHO DE IDÊNTICA REGIÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO.
Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e
Vara do Trabalho a ele vinculada.”
Ex. conflito de competência entre juiz do trabalho de Brasília e juiz de direito de Brasília
Competência do STJ, visto envolver justiças diferentes
CF, Art. 105. “Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto
no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre
juízes vinculados a tribunais diversos;”
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Ex. conflito entre TST e STJ
Competência do STF
CF, Art. 102. “Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda
da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer
tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;”
o Art. 114 VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de
trabalho;
Envolve, inclusive, causas acidentárias
“Súmula vinculante 22 do STF: A Justiça do Trabalho é competente para
processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais
decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra
empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em
primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional 45/2004.”
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Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do
Trabalho é competente para processar e julgar ações de indenização por dano
moral e material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de
acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que propostas pelos
dependentes ou sucessores do trabalhador falecido.”
Dano estético
o Art. 114 VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos
órgãos de fiscalização das relações de trabalho
Ex. execução fiscal de multa imposta ao empregador por ausência de anotação na CTPS
de empregado
CF Art. 21. “Compete à União: XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do
trabalho;”
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Ex. ação anulatória de multa imposta ao empregador por descumprimento de normas
trabalhistas
o Art. 114 VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, “a”, e II, e
seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
Sobre as verbas remuneratórias incidem contribuições previdenciárias
Contribuição cota parte do empregador e do empregado
Abrange, inclusive, o SAT
Todas da competência da justiça do trabalho em caso de execução de ofício de
suas sentenças ou acordos
“CF Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei,
incidentes sobre:
a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a
qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
empregatício;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de
previdência social de que trata o art. 201;”
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“Súmula nº 454 do TST: COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EXECUÇÃO
DE OFÍCIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL REFERENTE AO SEGURO DE ACIDENTE DE
TRABALHO (SAT). ARTS. 114, VIII, E 195, I, “A”, DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 414 da SBDI-1) – Res.
194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014
Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição referente
ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para
a seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, “a”, da CF), pois se destina ao
financiamento de benefícios relativos à incapacidade do empregado decorrente
de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº 8.212/1991). “
“CLT Art. 876 (...) Parágrafo único. A Justiça do Trabalho executará, de ofício, as
contribuições sociais previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do caput do
art. 195 da Constituição Federal, e seus acréscimos legais, relativas ao objeto da
condenação constante das sentenças que proferir e dos acordos que
homologar. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)”
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Contribuições previdenciárias não recolhidas sobre verbas já pagas
Nesse caso, o empregado recebeu o salário, mas o empregador não efetuou o
recolhimento das contribuições
Pressupõe lançamento (processo administrativo e matéria tributária)
Não é competência da justiça do trabalho
“Súmula 368 do TST DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. IMPOSTO DE RENDA.
COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO RECOLHIMENTO. FORMA DE
CÁLCULO. FATO GERADOR - Res. 219/2017, republicada em razão de erro
material – DEJT divulgado em 12, 13 e 14.07.2017
I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das
contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução
das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em
pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem
o salário de contribuição.”
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“Lei 8.212/91 Art. 43. Nas ações trabalhistas de que resultar o pagamento de
direitos sujeitos à incidência de contribuição previdenciária, o juiz, sob pena de
responsabilidade, determinará o imediato recolhimento das importâncias
devidas à Seguridade Social.
(...)
§ 6º Aplica-se o disposto neste artigo aos valores devidos ou pagos nas
Comissões de Conciliação Prévia de que trata a Lei no 9.958, de 12 de janeiro de
2000.”
Cuidado: competência para examinar causas envolvendo contrato nulo por ausência de
concurso público?
A competência é definida conforme o regime jurídico adotado pelo ente público
para seus servidores
Se celetista: competência da justiça do trabalho
Se estatutário: justiça comum
"EMBARGOS EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO DE REVISTA -
REGÊNCIA PELA LEI Nº 13.015/2014 - INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO
TRABALHO. ENTE PÚBLICO. CONTRATAÇÃO APÓS A PROMULGAÇÃO DA ATUAL
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. AUSÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. CONTRATO
NULO. A competência para processar e julgar ação movida por servidor público
contratado na vigência da atual Constituição da República, sem prévia
aprovação em concurso, define-se em função do regime jurídico adotado pelo
ente público para seus servidores em geral: se celetista, a competência é da
Justiça do Trabalho; se administrativo/estatutário, da Justiça Comum. No caso
dos autos, em que demandado o Município de Boa Vista do Tupim, a
competência para o exame do feito é da Justiça Comum, já que o regime jurídico
adotado no âmbito municipal, segundo se infere do acórdão embargado, é o
estatutário. Recurso de embargos conhecido e provido
(E-ED-RR-1114-36.2013.5.05.0201, Subseção I Especializada em Dissídios
Individuais, Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, DEJT 10/05/2018).
2 - COMPETÊNCIA TERRITORIAL
o CLT, Art. 651 – “A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela
localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda
que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
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§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do
contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração
do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.”
Atente-se que não existem mais as juntas de conciliação e julgamento, hoje são as varas
de trabalho
o O trabalhador possui a faculdade de entrar com a ação no local em que foi contratado ou no local
em que presta serviços
A faculdade é apenas do trabalhador
Obs. Em concursos públicos, caso haja uma alternativa em que está o local da
prestação do serviço e outra com o local da contratação, orienta-se escolher a do
local da prestação do serviço (visto ser a regra do caput)
o O trabalhador pode ajuizar ação em seu domicílio apenas no caso de agente comercial ou viajante
e se não houver vinculação/subordinação à filial ou agência
Veja que é critério subsidiário
É situação excepcional
“§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da
Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja
subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado
tenha domicílio ou a localidade mais próxima.”
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DAS LEIS
Nos 13.015/2014, 13.105/2015 E 13.467/2017 - DESCABIMENTO. COMPETÊNCIA
TERRITORIAL. RECLAMAÇÃO AJUIZADA NO DOMICÍLIO DO RECLAMANTE. ELEIÇÃO DE
FORO PELO EMPREGADO. POSSIBILIDADE APENAS NA HIPÓTESE DE O DOMICÍLIO
COINCIDIR COM O LOCAL DA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO OU DA PRESTAÇÃO DOS
SERVIÇOS. Em respeito ao princípio constitucional da ampla defesa, a jurisprudência
desta Corte firmou-se no sentido de que a possibilidade de eleição de foro pelo
empregado, para o ajuizamento de reclamação trabalhista, deve-se pautar pelos critérios
objetivos fixados no art. 651, "caput" e parágrafos, da CLT. O preceito consolidado
franqueia a possibilidade de ajuizamento da ação no foro do domicílio do empregado, ou
da localidade mais próxima, quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial.
Nas demais situações, o reclamante somente poderá ajuizar a reclamação trabalhista no
seu domicílio se este coincidir com o local da prestação dos serviços ou da celebração do
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contrato. (...) (AIRR-11207-53.2017.5.18.0008, 3ª Turma, Relator Ministro Alberto Luiz
Bresciani de Fontan Pereira, DEJT 14/03/2019).
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serviços. 2. Trata-se de uma regra de competência que visa privilegiar o empregado, parte
hipossuficiente da relação processual, a fim de assegurar-lhe maior facilidade na
produção da prova, podendo escolher o foro que lhe seja mais cômodo e conveniente. (
CC - 3921-25.2012.5.00.0000 , Relator Ministro: Guilherme Augusto Caputo Bastos,
Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: 11/05/2012)”
O empregado não precisa ser brasileiro (visto que não se pode descriminar estrangeiro)
CF Art. 5º” Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: (...)”
ATENTO para questões que cobram a letra de lei
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I - art. 63 (modificação da competência territorial e eleição de foro);”
3 - COMPETÊNCIA FUNCIONAL
o Qual órgão da justiça do trabalho é competente
o TST, TRT, Vara, etc.
o Deve-se analisar a CF/88, a lei e os regimentos internos dos tribunais
o Ex. de competência originária do TST
Ações rescisórias de suas próprias decisões
MS contra ato de Ministro do TST
Dissídio coletivo (cujo conflito ultrapasse a jurisdição dos TRTs – conflito nacional, por
exemplo-)
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