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Bioética e Legislação em

Vigilância Sanitária
Material Teórico
Limpeza, Desinfecção e Esterilização dos Materiais e Ambiente
de Trabalho e Gerenciamento de Resíduos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Esp. Milena Vicário

Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Limpeza, Desinfecção e Esterilização
dos Materiais e Ambiente de Trabalho
e Gerenciamento de Resíduos

• Limpeza;
• Gerenciamento de Resíduos.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Prevenir a ocorrência de infecções que nos deparamos no cotidiano das clínicas de estéti-
ca e saúde, sendo utilizadas técnicas eficazes no combate à contaminação do ambiente e
dos utensílios e o correto gerenciamento dos resíduos, evitando a contaminação do am-
biente e levando os resíduos ao destino certo, ajudando na saúde humana e ambiental.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Limpeza, Desinfecção e Esterilização dos Materiais e
Ambiente de Trabalho e Gerenciamento de Resíduos

Limpeza
Nos serviços de saúde, a limpeza e desinfecção de superfícies são essenciais,
pois tratam-se de elementos primordiais e eficazes nas medidas de controle de
infecção. Ademais, a higiene e ordem são elementos decisivos no controle de infec-
ções cruzadas. Além disso, trazem ao paciente e profissional confiança e bem-estar
no ambiente de trabalho.

A limpeza tem como objetivo preparar e organizar um ambiente de trabalho, man-


tendo a ordem e conservando os equipamentos, as instalações e, principalmente,
evitando a disseminação de microrganismos.

A transmissão de microrganismos nesses ambientes está ligada à falta de


rotina nos procedimentos de limpeza e desinfecção de utensílios, sendo de ex-
trema importância o aperfeiçoamento dessas técnicas para garantir proteção ao
profissional e cliente.

Importante! Importante!

Em estabelecimentos da área da saúde e beleza, a forma de matéria orgânica mais crí-


tica é a que contém secreções e sangue, afinal, uma porção dessa matéria orgânica, que
pode passar despercebida ao olho humano, é suficiente para conter um foco infeccioso
com milhares de bactérias.

São tipos de limpeza:


• Concorrente: realizada diariamente no estabelecimento com o objetivo de
organizar o ambiente e repor os materiais diários de consumo como, por
exemplo, papel toalha, papel higiênico, sabonete líquido etc. Nesse procedi-
mento está incluída a limpeza de todas as superfícies horizontais de mobiliá-
rio, tais como piso, instalações sanitárias e equipamentos;
• Terminal: é a técnica mais completa de desinfecção, consistindo na limpeza de
todas as superfícies horizontais, verticais, internas e externas como, por exem-
plo, ar condicionado, maca, vidros, armários etc. É realizada mensal, quinzenal
ou semanalmente, conforme a necessidade do ambiente.

Métodos de Limpeza
As formas de limpeza mais utilizadas são:
• Úmida: consiste em passar a esponja ou o pano umedecido em solução de-
tergente/desinfetante/enxaguante, sucedido por outro pano, este umedecido
em água limpa;
• Molhada: consiste em limpezas de pisos e outra superfície fixa de mobiliários
por meio de esfregação e enxague com água;

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• Seca: é a técnica de limpeza mais simples,
consistindo na remoção de sujidade, pó ou Os principais produtos uti-
lizados na desinfecção de
poeira por meio da utilização de vavssoura, superfícies são: sabão, de-
pano seco – sendo estes dois recursos pouco tergente, álcool, hipoclorito
indicados, pois podem disseminar a poeira de sódio e ácido peracético.
pelo ar –, ou aspirador.

Métodos de Higienização
As substâncias que apresentam como finalidade a limpeza e conservação são
os detergentes, alvejantes, desincrustantes, limpa-móveis e limpa-vidros, sabões,
saponáceos e outros.

Quadro 1 – Métodos de higienização


Processo Objetivo Procedimento
Eliminação de sujidade em superfícies Técnica manual com ação
Limpeza
e objetos de sabão e detergentes
Redução dos microrganismos em objetos Ação de agentes desinfetantes
Desinfecção e superfícies – não necessariamente ou processos físicos, tais como o
ocorre a destruição de alguns vírus calor e a radiação
Assepsia Redução de microrganismos na pele Ação de agentes químicos antissépticos
Redução de microrganismos em Ação de agentes químicos desinfetantes,
Sanitização
ambientes de trabalho ou processo físico, tais como radiações
Ação de agentes químicos esterilizantes,
Destruição de todas as formas
ou processo físico como o calor, gases,
Esterilização microbianas, incluindo vírus,
plasma de peróxido de hidrogênio,
bactérias e fungos
radiações, entre outros

Agentes Químicos Utilizados na Limpeza


Álcool
É empregado o álcool etílico e isopropílico, bactericida, pois age contra fungos,
vírus e bacilos da tuberculose; porém, não elimina o esporo – que tem a capacidade
de gerar uma nova bactéria.

A concentração ideal utilizada é entre 60% e 90% por volume.

Os alcoóis não devem ser empregados em materiais de borracha e em certos


tipos de plástico, pois podem danificá-los.

Compostos Biclorados
Comumente, usa-se os hipocloritos de sódio ou cálcio.

Agem por inibição, provocando reações enzimáticas dentro das células microbia-
nas, seja por desnaturação de proteínas, seja atuando contra bacilos de tuberculose,
vírus e fungos.

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Peróxido de Hidrogênio
É um composto que elimina fungos, vírus, bactérias e esporos, pois age pro-
duzindo radicais livres que atacam a membrana lipídica; porém, não é empregado
como esterilizador por ter atividade inferior à do glutaraldeído, em concentração a
3%, sendo, então, utilizado como desinfetante.

Compostos Iodados
São compostos combinados de iodo, além de agentes solubilizantes, sendo
exemplo mais recorrente a Polivinilpirrolidona Iodada (PVPI), a qual mantém as
propriedades desinfetantes do iodo sem a toxicidade e os irritantes.

O composto iodado penetra na parede da célula, rompendo a estrutura e sín-


tese das proteínas.

É bactericida, fungicida e vuricida; porém, necessita de contato prolongado para


eliminar o bacilo de tuberculose e os esporos bacterianos.

É utilizado também como antisséptico e desinfetante, sendo inadequado para


a desinfecção de superfícies devido à sua coloração.

Glutaraldeídos
São desinfetantes de alto nível e quimioesterelizadores, mas utilizados em equi-
pamentos médicos, os quais não podem ser autoclavados.

Precisam ser retirados do equipamento com água purificada após a sua esterili-
zação; por causarem toxicidade, tornaram-se pouco práticos quando aplicados na
área estética.

Derivados dos Fenóis


Agem penetrando e rompendo a parede celular da bactéria, sendo utilizados em
ambiente hospitalar e artigos médicos não críticos. Os exemplos mais comuns e
utilizados são o hexaclorofeno e a clorhexidina.

Compostos de Quaternários de Amônia


São bons agentes de limpeza, utilizados para a sanitização em superfícies não
críticas, tais como chão, móveis e paredes.

Têm ação antimicrobiana, fazendo a inativação de enzimas produtoras de ener-


gia, desnaturando proteínas essenciais das células e rompendo a membrana celular.

Limpeza e Armazenamento das Toalhas e Lençóis de Tecidos


As toalhas e os lençóis devem estar limpos, podendo ser lavados de forma
doméstica ou em lavanderias.

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Na primeira lavagem, deve-se deixar por dez minutos em solução com água
sanitária na proporção de 100 ml para 10 L de água, ou realizar a última lava-
gem em ácido peracético a 0,03% e passar a ferro quente.

As toalhas e os lençóis devem ser guardados de forma organizada em local


limpo, seco e arejado, sendo o ideal embalá-los e selá-los, individualmente, em
sacos plásticos.

Importante! Importante!

As toalhas e os lençóis devem ser de uso exclusivo do cliente durante o tratamento; as-
sim, depois de finalizado – o tratamento –, os mesmos deverão ser trocados – e em
hipótese alguma reutilizados.

Limpeza de Acessórios de Equipamentos


Os equipamentos de estética que entram em contato com a pele do paciente,
tais como corrente russa, ultrassom, acessórios que contêm cabo, eletrodos, ca-
beçotes, roletes e/ou ponteiras, necessitam passar pelo processo de desinfecção
após o uso em cada cliente; se ao acessório for cabível, deve-se imergi-lo em água e
sabão neutro; caso o acessório não possa ser imerso em água, deve ser higienizado
com pano limpo e úmido em água e, em seguida, seco com outro pano também
limpo e friccionado em álcool 70% com o auxílio de gaze e papel absorvente.

Ademais, deve ser segregado em local fechado, seco e limpo, evitando a deposi-
ção de poeira, podendo-se embalar os artigos em sacos plásticos vedados, abrindo-
-os na frente do cliente.

Limpeza e Desinfecção de Superfícies Fixas


A limpeza deve ser realizada utilizando água, sabão e ação mecânica, sendo
aplicada de duas maneiras:
• Concorrente: realizada diariamente e logo após a exposição de sujidade, in-
cluindo recolhimento de lixo, limpeza do piso e das superfícies do mobiliário;
• Terminal: inclui escovação do piso, limpeza do teto, paredes, luminárias e
janelas, sendo realizada semanal ou quinzenalmente.

Importante! Importante!

Áreas críticas, sendo locais de procedimentos cirúrgicos ou invasivos, tais como as áreas
de Podologia e as semicríticas, regiões essas de depilação, estética corporal e facial,
devem receber maior atenção, sendo necessárias a limpeza e desinfecção uma vez ao dia.

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UNIDADE Limpeza, Desinfecção e Esterilização dos Materiais e
Ambiente de Trabalho e Gerenciamento de Resíduos

Técnicas de Limpeza do Ambiente


Como primeiro passo, deverá ser recolhido o lixo, dando início à limpeza do local
mais alto – próximo ao teto – ao mais baixo; na sequência, higieniza-se da área mais
limpa à mais contaminada.

Técnica dos Dois Baldes


Inicia-se preparando um balde com água e detergente, ou solução equivalente,
sendo uma colher de sopa para cada litro de água; em seguida, prepara-se outro
balde somente com a água para o enxágue – água que deve ser trocada quando
estiver suja.

Aplica-se o pano com solução de água e sabão na superfície, friccionando com


força mecânica para soltar a sujeira; enxagua-se o pano na água limpa, sendo apli-
cado na superfície a fim de remover o sabão e a sujeira; enxagua-se o pano nova-
mente para remover o excesso de umidade, podendo ser utilizados dois panos, um
para cada balde.

Técnica de Descontaminação Localizada


Com o uso de luvas, retirar o excesso de contaminação com papel absorvente,
desprezando-o no lixo contaminado; aplicar hipoclorito a 1% sobre a área, deixan-
do-o agir por dez minutos; remover o desinfetante com pano úmido e proceder com
a limpeza utilizando água e sabão.

Limpeza da Área de Superfícies Fixas


Piso
Recolher – e depositar em cada lixeira adequada – os resíduos encontrados, reti-
rando o lixo e o substituindo por um novo saco de lixo.

Retirar mobiliários tais como cadeiras, mesas, macas etc., iniciando a técnica dos
dois baldes, obedecendo sempre uma sequência; secar o piso com um pano seco
envolvido em um rodo.

Paredes e Teto
Inicia-se pelo teto e depois nas paredes, com movimentos de cima para baixo
e auxílio de sabão, água e panos – obedecendo sempre a técnica dos dois panos.

Limpeza e Desinfecção dos Mobiliários


Guardar todos os objetos em bandeja que fique na superfície a ser limpa – se
metálica, plástica, fórmica ou de granito, utilizar álcool 70%.

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Limpeza dos Armários, das Vitrines, Mesas,
dos Balcões, das Bancadas, Cadeiras e Macas
Iniciar utilizando as técnicas dos dois baldes; caso haja resíduos, empregar esponja;
em seguida, secar com pano limpo e borrifar álcool 70%, friccionando a superfície
com um pano seco.

Limpeza do Aparelho de Autoclave


• Externa: utilizar um pano úmido em mistura de água e detergente; em segui-
da, secar e passar um pano limpo borrifando álcool 70%;
• Interna: lavar a câmara de alumínio com uma esponja de fibra sintética macia,
sabão neutro e água destilada; em seguida, fazer a limpeza da câmara com
pano macio e álcool 70%.

Limpeza dos Equipamentos de Estética Facial e Corporal


A parte externa e fiação podem ser limpas com pano úmido em água morna e,
quando necessário, sabão neutro não abrasivo.

Limpeza de Escovas e Pentes de Cabelos


Por serem de uso individual, a cada atendimento é necessário utilizar a devida
limpeza e desinfecção desses itens, removendo os fios de cabelo da escova após
cada uso; lavar com água e detergente neutro, formando espuma na proporção de
uma colher de sopa de detergente para um litro de água, deixando de molho por dez
minutos; enxaguar abundantemente com água corrente e deixar secar naturalmente,
com um secador de cabelo, ou utilizar estufa em temperatura máxima de 50°C; em
seguida, borrifar álcool 70% e deixar secar novamente, guardar em local fechado,
limpo e seco.
Ademais, a utilização dos produtos de limpeza precisa estar de acordo com
a legislação vigente, devendo ser observadas as recomendações apresentadas
pelo fabricante.

Você Sabia? Importante!

Os produtos mais utilizados para a limpeza e desinfecção das superfícies fixas, dos mobili-
ários e equipamentos são os detergentes neutros, hipoclorito de sódio a 1% e álcool 70%.

Tratamentos dos Artigos


Os utensílios utilizados na estética podem ser classificados em artigos:
• Críticos: utilizados de modo invasivo, ou denominados perfurocortantes, cujos
materiais penetram na pele, mucosa, tecido subepitelial e sistema vascular,

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UNIDADE Limpeza, Desinfecção e Esterilização dos Materiais e
Ambiente de Trabalho e Gerenciamento de Resíduos

submetendo-os ao contato direto com sangue e fluidos contaminantes. Exem-


plos na estética são os alicates, as navalhas, os extratores de comedões e ou-
tros instrumentos metálicos;
• Semicríticos: utensílios que estabelecem contato direto com a pele e/ou mu-
cosa não íntegras, estas que devem passar por limpeza e desinfecção de alto
nível, ou mesmo esterilização. São exemplos os pincéis, as toalhas, os eletro-
dos e as ponteiras de eletroterapia;
• Não críticos: são aqueles que entram em contato apenas com a pele ínte-
gra; para esses utensílios é empregada a limpeza e desinfecção de médio a
baixo nível para que tais artigos não se tornem fontes de colonizadores de
microrganismos. Exemplos são as macas, lupas, espátulas, cubetas e os equi-
pamentos externos.

Gerenciamento de Resíduos
Os resíduos gerados em atividades humanas são motivos de preocupação, pois
representam riscos à saúde e ao meio ambiente.

Quando não tomados os cuidados essenciais, tais resíduos contribuem para as


poluições biológica, física e química do solo, da água e do ar.

Comumente, os resíduos gerados em estabelecimentos de estética são classifica-


dos como comuns, recicláveis, infectantes, químicos e perfurocortantes.

Nesse sentido, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) elaborou a


Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n.º 306/2004, que dispõe sobre o regu-
lamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, na qual
estão dispostos os princípios da biossegurança para empregar medidas técnicas,
administrativas e normativas a fim de prevenir acidentes, preservando a saúde pú-
blica e o meio ambiente.

Considerando que os serviços de saúde são os responsáveis pelo correto gerencia-


mento de todos os resíduos gerados pelos quais, atendendo às normas e exigências
legais, desde o momento de sua geração à sua destinação final, é recomendado que
cada estabelecimento determine espaços adequados para a localização das lixeiras de
coleta dos resíduos produzidos.

Assim, o correto gerenciamento tem início na separação dos resíduos no mo-


mento do uso e cada lixeira deve conter a identificação com etiqueta adesiva rela-
cionada ao tipo de resíduo.

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VIDRO PLÁSTICO METAL

PAPEL MADEIRA ORGÂNICO

Figura 1 – Identificação de resíduos


Fonte: Adaptado de iStock/GettyImages

Classificação dos Resíduos


Grupo A – Resíduos Biológicos
São resíduos que entram em contato com material
biológico, microrganismos e que podem apresentar
risco de infecção; esses resíduos devem ser acondicio-
nados em saco branco leitoso, o qual deve ser substi-
tuído quando atingir dois terços de sua capacidade ou,
pelo menos, ser trocado uma vez a cada 24 horas,
evitando, assim, riscos de contágio.

Exemplos desses materiais são luvas, algodão,


gazes e lençóis descartáveis contaminados com resí-
duos biológicos. Figura 2 – Símbolo de resíduos biológicos
Fonte: iStock/GettyImages

Grupo B – Resíduos Químicos


São aqueles que possuem características
inflamáveis, corrosivas, reativas e/ou tóxicas,
podendo apresentar risco à saúde pública e ao
meio ambiente.

Os resíduos de produtos cosméticos po-


dem ser descartados por farmácias, drogarias
e distribuidoras.

Exemplos desses materiais são ácidos esfo- Figura 3 – Símbolo


liantes, devendo ser identificados pelo símbolo de resíduos químicos
Fonte: Adaptado de iStock/GettyImages
característico de risco químico.

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Ambiente de Trabalho e Gerenciamento de Resíduos

Grupo C – Resíduos Radioativos


Quaisquer materiais resultantes de atividade humana e que contenham radio-
nuclídeos.
Esse tipo não faz parte dos resíduos gerados em estabelecimento estético.

Grupo D – Resíduos Reciclados e Comuns


São resíduos domiciliares, tais como sobras de alimento, flores, podas de jardim,
resultantes de varrição, gesso proveniente de assistência à área da saúde, papel de
uso sanitário, absorventes higiênicos, materiais utilizados em antissepsia etc.
Podem ser também resíduos reaproveitados/reciclados, tais como plástico, vidro,
papel e metal que não contenham sujidades.
Entretanto, os lixos considerados comuns devem ser armazenados em sacos
pretos e separados dos reciclados.
Explor

Símbolo de resíduos reciclados ou comuns. Acesse: https://goo.gl/rv8SDb

Grupo E – Resíduos Perfurocortantes


Tratam-se de materiais perfurocortantes, tais como lâ-
minas de barbear, de bisturis, agulhas, canetas de micro-
INFECTANTE
agulhamento, utensílios de vidro quebrados na clínica etc.

Ao término do tratamento, devem ser acondicionados


em caixa de descarte perfurocortante, em recipiente rígido. Figura 4 – Símbolo de
resíduos perfurocortantes
Fonte: iStock/GettyImages
Etapas do Gerenciamento de Resíduos
O gerenciamento de resíduos é de extrema importân-
cia, pois não visa apenas à segregação correta dos quais,
mas também a separação e o destino, fazendo com que
a saúde humana e o meio ambiente sejam preservados.

Segundo a RDC n.º 306, o manejo dos resíduos é


compreendido como a ação de gerenciar os quais em
seus aspectos infra e extraestabelecimento.

Ademais, são etapas no gerenciamento de resíduos:


• Segregação: separação dos resíduos no momento e
local de sua geração, de acordo com as suas carac-
terísticas físicas, químicas e biológicas, considerando
Figura 5 – Modelo de lixeira com pedal
o seu estado e os riscos envolvidos, podendo reciclar Fonte: Adaptado de iStock/GettyImages
partes dos resíduos comuns;

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• Acondicionamento: trata-se de embalar os resíduos segregados em invólucros
que evitem vazamentos, reduzindo o risco de contaminação e facilitando a co-
leta, o armazenamento e transporte. Os sacos devem ser alocados em lixeiras
com tampas e pedais sem contato manual.
• Identificação: permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e
nas lixeiras, sendo identificados em locais de fácil visualização, utilizando sím-
bolos e cores, atendendo aos parâmetros da Norma Brasileira (NBR) 7500;
• Armazenamento temporário interno: consiste na guarda dos recipientes conten-
do os resíduos já acondicionados nos estabelecimentos onde esses materiais preci-
sam ter uma área específica para tal, ficando ali acondicionados até a retirada pela
coleta e o transporte na condição de resíduos especiais;
• Coleta e transporte dos resíduos: é a remoção dos resíduos presentes no
estabelecimento, transportando-os até a unidade de tratamento, isto por meio
de técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento
de tais resíduos;
• Tratamento e destino: os resíduos comuns são descartados diretamente em
aterros sanitários, enquanto que os resíduos da área da saúde devem passar
por tratamentos como esterilização ou incineração antes de serem encaminha-
dos aos seus destinos.
Ademais, a disposição final dos resíduos após a coleta deve ser fiscalizada e co-
brada pelos estabelecimentos geradores dos quais.

E-WASTE
ORGÂNICO PAPEL PLÁSTICO VIDRO METAL MISTO
LIXO TECNOLÓGICO

Figura 6 – Gerenciamento de resíduos


Fonte: Adaptado de iStock/GettyImages

Figura 7
Fonte: iStock/GettyImages

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UNIDADE Limpeza, Desinfecção e Esterilização dos Materiais e
Ambiente de Trabalho e Gerenciamento de Resíduos

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Vídeos
Panorama dos resíduos sólidos 2016
https://youtu.be/By2PpicqjMY
Terror! O lixo espalhado nos oceanos!
https://youtu.be/MPE74QNvzp8

 Leitura
Classificação dos artigos e métodos de limpeza
http://bit.ly/2FQIJEm
Gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde: uma questão de biossegurança
http://bit.ly/2FO6f4P
Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n.º 222, de 28 de março de 2018, regulamenta as boas práticas de
gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde e dá outras providências
http://bit.ly/2FPDEw4
Verificação da eficácia de desinfetantes de superfícies em uma clínica de estética utilizando metodologia de
contagem total de bactérias heterotróficas e de bolores e leveduras
http://bit.ly/2FPWYti

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Referências
BRASIL. Lei n.º 12.592 – dispõe sobre o exercício das atividades profissionais de
cabeleireiro, barbeiro, esteticista, pedicure, depilador e maquiador. Diário Oficial
da União, Brasília, DF, 2012a.

________. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.


Regulamentação das boas práticas de gerenciamento dos resíduos de servi-
ços de saúde. Brasília, DF, 2018.

________. Manual de orientação para instalação e funcionamento de institu-


tos de beleza sem responsabilidade médica. São Paulo, 2012b.

________. Referência técnica para o funcionamento dos serviços de estética


e embelezamento sem responsabilidade médica. Brasília, DF, 2009.

CARVALHO, A. Posturas profissionais e normas técnicas. Recife, PE:


Sebrae, 2010.

COSTA, L. Reprocessamento de artigos críticos em unidades básicas de saú-


de. Campinas, SP: [s.n.], 2009.

GARCIA, L. Gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde: uma questão


de biossegurança. Florianópolis, SC: [s.n.], 2003.

MARZIALE, M. H. P. Riscos de contaminação ocasionados por acidentes de tra-


balho com material perfurocortantes entre trabalhadores de Enfermagem. Rev.
Latino-Am. Enfermagem., São Paulo, 2004.

MORENO, P. Biossegurança em estética. Mundo da Estética, 19 mar. 2015. Dis-


ponível em: <https://www.mundoestetica.com.br/dicas/a-biosseguranca-em-esteti-
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ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Salve vidas: higienize suas mãos.


Brasília, DF, 2014.

PIATTI, I. Biossegurança estética e imagem corporal. Curitiba, PR: Editora do


Autor, 2013.

RAMOS, J. Biossegurança em estabelecimento de estética e afins. São Paulo:


Atheneu, 2009.

TAKEDA, A. Q. Verificação da eficácia de desinfetantes de superfícies em uma


clínica de estética utilizando metodologia de contagem total de bactérias hetero-
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2017. Disponível em: <https://www.uninter.com/revistasaude/index.php/saude-
Desenvolvimento/article/view/777/461>. Acesso em: set. 2018.

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