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DOENÇAS HEPÁTICAS

DOENÇAS HEPÁTICAS

 Independente do agente etiológico, as hepatopatias podem


ser caracterizadas por agressão e necrose celular, resposta
imunológica e regeneração nodular que comprometem a
estrutura hepática e a capacidade funcional dos hepatócitos.
HEPATITE AGUDA

 É uma inflamação do fígado causada por vírus, toxinas,


obstrução, parasitas ou drogas.
 A hepatite viral aguda é causada por um vírus, do qual as
mais comuns são a hepatite A e a hepatite B, e hepatite C
HEPATITE A

 Comum em crianças e jovens, é transmitida através da rota


fecal-oral e contraída através de água contaminada, alimento
ou esgoto.
 Sintomas: náuseas, vômitos, anorexia, urina escura e
icterícia.
 Apesar de muitos destes ataques não serem sérios, eles
podem ser muito graves em pessoas idosas
HEPATITE B

 Vírus pode ser transmitido por transfusões de um portador ou


através de instrumentos médicos ou dentários,
inadequadamente esterilizados, agulhas de tatuagem ou
outro instrumento perfurador de pele que possa ter tido
contato com sangue contaminado.
HEPATITE B

 Em 3 a 10% dos casos, os pacientes com hepatite B


desenvolvem hepatite crônica
 Alguns tornam-se portadores assintomáticos do antígeno da
hepatite B, os quais podem transmitir para outros através do
sangue.
CIRROSE

 Definição
Quando o fígado regenera desordenadamente suas células
destruídas, são substituídas, parcialmente por tecido
conjuntivo fibroso, que não tem função.
A cirrose é o estágio final de múltiplos surtos de lesões
hepáticas provocadas pelo alcoolismo e hepatites virais e
tóxicas
CIRROSE

 O crescimento do novo tecido leva ao desenvolvimento de


nódulos anormais que limitam as funções hepáticas por
interferir no fluxo do sangue.
 Ao contrário do fígado da esteatose hepática, o fígado
cirrótico é contraído e perde muitas das suas funções
CIRROSE
CIRROSE

 Complicações:
- Ascite (acúmulo de líquido, proteína sérica e eletrólitos dentro
da cavidade peritonial)
- Inchaço das veias gerando circulação colateral - como estas
varizes esofagástricas são de paredes finas e sujeitas a altas
pressões, elas correm o risco de ruptura e é alta a
mortalidade por hemorragia
CIRROSE

 Tratamento:
- Os objetivos são o de manter as funções do que ainda resta
do órgão e o de impedir que continue a destruição das células
- Álcool é eliminado da dieta
CIRROSE

 Tratamento dietético:
Os objetivos dos cuidados nutricionais são:
- Manter ou melhorar a situação nutricional dos pacientes
através de fornecimento de nutrientes e energia adequados
- Prevenir ou melhorar a encefalopatia hepática
- Prevenir outras degenerações do fígado e permitir a
regeneração de tantos tecidos novos quanto possível
CIRROSE

 Modificações diárias na doença hepática:


1) Desnutrição nos alcoólatras - vários fatores contribuem para
a desnutrição:
- Álcool como substituição de alimento
- Álcool leva a malabsorção de nutrientes
- Acetaldeído- interfere no metabolismo de vitamina A , D, B 6 e
folato
- O metabolismo do álcool aumenta a necessidade de certos
nutrientes- B e magnésio
CIRROSE

3) Lipídios- a cirrose é marcada pelo baixo metabolismo e


malabsorção de gordura. A esteatorreia é encontrada em
cerca de 50% dos pacientes cirróticos, sejam eles alcoólatras
ou não.
INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA

 Ocorre quando as funções do fígado diminuem para 30% ou


menos
 Dentro as ocorrências mais comuns está a encefalopatia
hepática
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA

 A causa da EH é multifatorial e depende da ruptura da


barreira hematoencefálica, junções rígidas entre as células
endoteliais que compõem os capilares cerebrais. Tais junções
podem sofrer ações de substâncias tóxicas do sangue para o
cérebro ou deste para o sangue.
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA

 Toxinas do nitrogênio são desviadas para o sistema


circulatório e cruzam irregularmente uma barreira de poros de
sangue do cérebro
 Os níveis sanguíneos da amônia se elevam quando há um
grave dano no fígado
 Nesta situação, o fígado é incapaz de converter amônia em
uréia
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA

 Altos níveis séricos de amônia exercem um efeito tóxico sobre


as células do cérebro, produzindo distúrbios no sistema
nervoso central e distúrbios psiquiátricos
 As anormalidades subseqüentes eventualmente se
desenvolvem no coma e finalmente na morte
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA

 Sintomas e sinais:
- Confusão mental, apatia, mudanças de comportamento,
asterixe (contrações musculares ou tremores nas mãos
quando estendidas à frente do tórax)
TERAPIA NUTRICIONAL EM
HEPATOPATIAS
 Objetivos:
- favorecer a aceitação da dieta e melhorar o aproveitamento
dos nutrientes administrados;
- suprir substratos energéticos suficientes para atender às
necessidades orgânicas e favorecer ganho de peso;
- promover substratos energéticos e protéicos suficientes para
controlar o catabolismo protéico muscular e visceral;

Fonte: Nutrição Clinica no Adulto, 2005


TERAPIA NUTRICIONAL EM
HEPATOPATIAS
 Objetivos:
- garantir o aporte de aa adequados para manter o balanço
nitrogenado e a síntese de proteínas de fase aguda;
- suprir o organismo com aporte de aa adequado para
normalização da função e regeneração hepática sem
precipitar a encefalopatia.

Fonte: Nutrição Clinica no Adulto, 2005


TERAPIA NUTRICIONAL EM
HEPATOPATIAS
 Necessidades protéicas
- 0,8 a 1 ,0 g/kg/dia
- Quando for constatada intolerância protéica, pode -se
substituir a ptn animal por vegetal e as fórmulas -padrão por
fórmulas suplementadas com aa de cadeia ramificada(AACR)

Fonte: Nutrição Clinica no Adulto, 2005


TERAPIA NUTRICIONAL EM
HEPATOPATIAS
 Necessidades protéicas
- Fórmulas suplementadas com AACR são indicadas para tratar
pacientes com encefalopatia grave, de forma a garantir o
fornecimento de N adequado para manter o metabolismo,
sem prejudicar o estado mental desse pacientes

Fonte: Nutrição Clinica no Adulto, 2005


TERAPIA NUTRICIONAL EM
HEPATOPATIAS
 Necessidades protéicas
- A oferta exógena de AACR é válida porque eles podem
competir com os aa de cadeia aromática (AACA) pela
passagem na barreira hematoencefálica, prevenindo a
entrada de aminas tóxicas no sistema nervoso central.

Fonte: Nutrição Clinica no Adulto, 2005


AMINOÁCIDOS

 AACR- valina, leucina e isoleucina


 AACA - triptofano, fenilanina e metionina
TERAPIA NUTRICIONAL EM
HEPATOPATIAS
 Necessidades de nutrientes
- A suplementação oral com sulfato de zinco em hepatopatas
com redução de zinco plasmático pode melhorar os sintomas
de cãibras musculares, comuns nestes pacientes durante o
repouso.

Fonte: Nutrição Clinica no Adulto, 2005


DIRETRIZES DA TERAPIA NUTRICIONAL
NAS DOENÇAS HEPÁTICAS

Hepatopatia Ptn Energia % CHO % LIP Objetivos


g/kg/dia kcal/kg/dia

Hepatite aguda 1,0 a 1,5 30 a 40 67 a 80 20 a 23 Prevenir desnutrição


ou crônica Favorecer regeneração
Cirrose 1,0 a 1,5 30 a 40 67 a 80 20 a 23 Prevenir desnutrição
compensada ou Favorecer regeneração
descompensada
Desnutrição 1,0 a 1,8 30 a 50 72 28 Tratar desnutrição

Fonte: McCollough, A.J; Teran, J.C & Bugianesi, 1998, Citado em Nutrição Clinica no Adulto, 2005
DIRETRIZES DA TERAPIA NUTRICIONAL NAS
DOENÇAS HEPÁTICAS

Hepatopatia Ptn Energia % % LIP Objetivos


g/kg/dia kcal/kg/dia CHO

Encefalopatia (EH) Suprir necessidades


Grau 1 ou 2 0,5 a 1,2 25 a 40 75 25 nutricionais sem
Grau 3 ou 4 0,5 25 a 40 75 25 precipitar EH

Transplante Restaurar ou manter o


pré 1,2 a 1,75 30 a 50 70 a 80 20 a 30 estado nutricional
pós 1,0 30 a 35 >70 <30

Fonte: McCollough, A.J; Teran, J.C & Bugianesi, 1998, Citado em Nutrição Clinica no Adulto, 2005
ALIMENTOS CONTRA INDICADOS
PARA DIETA RICA EM AACR
 Queijo
 Gema de ovo
 Carne de vaca
 Carne de porco
 Frango e derivados

Fonte: Walsh, K. & Alexander, G, 2000. Citado em Nutrição Clinica no Adulto, 2005
ALIMENTOS PERMITIDOS PARA
DIETA RICA EM AACR
 Azeite, óleo, ptn de soja
 Leite de soja, tofu, leite e laticínios de cabra, peixe
congelado, miúdos de carneiro
 Cebola, pimentão, tomate, limão, chuchu
 Molho de tomate, ameixa, uva passa, abacate
 Açúcar, farinha de rosca, farinha de trigo, fubá

Fonte: Walsh, K. & Alexander, G, 2000. Citado em Nutrição Clinica no Adulto, 2005
ALIMENTOS PERMITIDOS PARA
DIETA RICA EM AACR
 Abobrinha, cenoura, cogumelos, vagem, pepino, brócolis,
espinafre, berinjela, batata, maçã, mamão, banana
 Leite de coco, baunilha, margarina, amido de milho, arroz,
feijão, grão de bico, milho, lentilha, palmito
 Condimentos: pimenta-do-reino, salsinha, alho, canela,
cominho, louro, coentro, manjericão, gengibre

Fonte: Walsh, K. & Alexander, G, 2000. Citado em Nutrição Clinica no Adulto, 2005

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