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EVOLUÇÃO
Está bem estabelecido que o período de incubação viral é, em média, de 5 a 7 dias, podendo
chegar até 14 dias. Durante este período, também conhecido como fase pré-sintomática,
algumas pessoas infectadas podem transmitir o SARS-CoV-2 de 1 a 3 dias antes do
aparecimento de sintomas. A proporção de indivíduos que foram infectados e permanecerão
assintomáticos ainda precisa ser melhor compreendida, embora estima-se que seja em
torno de 30%. Entre aqueles que desenvolvem a doença (sintomáticos), a maioria
desenvolve sintomas leves (40%) ou moderados (40%), aproximadamente 15% apresentam
formas graves de COVID-19 que necessitam de suporte de oxigênio e cerca de 5% doença
crítica, com complicações como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sepse/choque
séptico, tromboembolismo, insuficiência renal e parada cardiorrespiratória (WHO, 2021; HU,
2020; CEVIK, 2020).
Figura 2: Linha do tempo de casos de COVID-19 após o início de sintomas (HUANG, 2020).
Pacientes com formas graves de COVID-19 podem apresentar uma resposta inflamatória
sistêmica capaz de lesionar o pulmão e outros órgãos. Por este motivo, foi proposto que o
uso de corticoesteroides poderia prevenir ou mitigar este efeito deletério. O estudo
randomizado multicêntrico RECOVERY realizado na Inglaterra demonstrou redução da
mortalidade no grupo de pacientes hospitalizados que recebeu dexametasona. Entretanto,
esta diferença só foi significativa naqueles que estavam necessitando de ventilação
mecânica (RECOVERY, 2021). O benefício do uso de corticoesteroides parece estar associado
à gravidade dos casos, em pacientes que não necessitam de suporte de oxigênio seu uso
pode até piorar a evolução da doença (CALZETTA, 2021).
Observa-se nos gráficos apresentados (Gráficos 2 e 3) que existe uma tendência de redução
no Tempo Médio de Permanência, tanto em UTI, quanto em leitos clínicos. Isso acontece
tanto nos casos que evoluíram para cura, como nos casos que evoluíram para óbitos. Os
dados do Estado de Goiás apresentam-se de acordo com a literatura já publicada, a qual
refere-se ao período inicial da pandemia (REES, 2020; PROADI-SUS, 2021). Faz-se necessário
um acompanhamento da tendência de redução do TMP, tanto no que se refere aos casos do
Estado de Goiás e de outros estados e países, assim como na literatura científica.
No que se refere ao intervalo entre o início dos sintomas e a evolução (alta e óbito)
apresentado no gráfico 4, pode-se observar que, a partir de junho de 2020, permaneceu
estável, com valores próximos à média do período analisado (média=18,99) e, no ano de
2021 apresenta uma tendência de queda. Um padrão que se repete tanto para os casos que
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