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DO PROCESSO
DE EXECUÇÃO
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PRINCÍPIOS
DO PROCESSO
DE EXECUÇÃO
© 2008, Elsevier Editora Ltda.
Editoração Eletrônica
SBNIGRI Artes e Textos Ltda.
Copidesque
Vania Coutinho Santiago
Revisão Gráfica
Mariana Rimoli Dumans
Projeto Gráfico
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V663p Vezzoni, Marina
Princípios do processo de execução : a correlação entre o sistema
processual civil e o trabalhista / Marina Vezzoni. - Rio de Janeiro :
Elsevier, 2008.
IInclui bibliografia
ISBN 978-85-352-2920-2
Yone Frediani
Desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho da 2a Região
(aposentada). Mestre em Direito das Relações do Estado PUC/SP;
Mestre em Direitos Fundamentais/Unifieo; Doutora em Direito do
Trabalho PUC/SP. Professora de Direito Individual e Coletivo do
Trabalho e de Direito Processual do Trabalho nos cursos de Pós-
Graduação e Graduação do Unifieo. Professora de Direito do
Trabalho na Faculdade de Direito da Faap. Membro da Academia
Nacional de Direito do Trabalho, do Instituto de Direito do
Trabalho do Mercosul e da Associación Iberoamericana de Derecho
del Trabajo y de la Seguridad Social. Professora Visitante da
Universidad Tecnológica del Peru.
XIV
CAPÍTULO 1
DO IDEAL DE UM MODELO
EFETIVO
2
ELSEVIER Capítulo 1 • Do Ideal de um modelo efetivo
3
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
4
ELSEVIER Capítulo 1 • Do Ideal de um modelo efetivo
5
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
6
ELSEVIER Capítulo 1 • Do Ideal de um modelo efetivo
7
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
7
Não se quer dizer com isso que o processo de conhecimento desapareceu por
completo, bem como o de execução. De fato, em se tratando de provimentos mera-
mente declaratórios ou constitutivos, que independem de qualquer providência
jurisdicional posterior, o modelo se conserva. Igualmente as hipóteses de execução de
títulos extrajudiciais. Mas são situações absolutamente pontuais, de modo que nesse
momento a regra é dos processos em fases ou sincréticos, constituindo-se em exceção
os processos puros.
8
CAPÍTULO 2
1
Medina, Execução civil, p. 31.
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
2
Wambier, “O agravo e o conceito de sentença”, p. 253-255.
3
Nesse sentido, afirma Shimura estarem entre os títulos executivos as decisões
interlocutórias parciais de mérito. Aspetos polêmicos da nova execução 3.
10
ELSEVIER Capítulo 2 • A nova sistemática executiva civil
4
Registramos, a propósito, a presença de sentenças interlocutórias apeláveis. Alguns
juízes de varas cíveis têm determinado a formação de autos suplementares ou de
cópias do processo para fins de subida da apelação sem prejuízo do andamento do
processo principal ou dos suplementares.
11
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
5
Nessa mesma linha, Delore e Tartuce em “Alimentos via cumprimento de sentença:
novo regime de execução?”, p. 163.
12
ELSEVIER Capítulo 2 • A nova sistemática executiva civil
13
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
6
Neves, Reforma do CPC, p. 211.
7
Carneiro, Cumprimento da sentença civil, p. 43.
8
Na mesma linha Alexandre Câmara quanto aos efeitos da decisão, entendendo que
apenas haverá possibilidade do ato judicial refletir efeitos a partir da interposição do
apelo sem efeito suspensivo. Lições de Direito Processual Civil, v. II, p. 254.
14
ELSEVIER Capítulo 2 • A nova sistemática executiva civil
9
Bueno, Aspectos polêmicos da nova execução 3, p. 128.
10
Tem sentido. Querendo o legislador agilizar a execução, a atualização seria verda-
deiro entrave para tanto. Logo, melhor o executado se beneficiar da percepção dos
valores rapidamente, ainda que não atualizados ou atualizados de forma incorreta,
seguindo pelo que sobejar, do que nada receber.
15
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
16
ELSEVIER Capítulo 2 • A nova sistemática executiva civil
17
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
18
ELSEVIER Capítulo 2 • A nova sistemática executiva civil
13
Daniel Amorim Assumpção Neves entende em sentido oposto. Para o autor,
a penhora apenas funciona como referência ao prazo máximo para a oposição
da impugnação. Argumenta que a execução de título extrajudicial, não conten-
do a mesma restrição e sendo norma posterior, impediria uma interpretação
em outro sentido. Logo, se a parte quiser opor a sua impugnação a despeito de
penhora poderá fazê-lo. In Reforma do CPC, p. 227.
19
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
20
ELSEVIER Capítulo 2 • A nova sistemática executiva civil
15
Conforme a propósito Teresa Wambier, Nulidades do Processo, p. 283 a 368. O
processo como meio de instrumentalização de um direito, precisa existir e ser válido. Não
existe, e portanto não tem efeitos jurídicos, sempre que conduzido por um juiz sem
jurisdição, sem um pedido efetuado pela parte, ou sem a citação do réu, bem como sem a
juntada de procuração do advogado (art. 37, parágrafo único, CPC). Será nulo, logo
passível de refletir efeitos jurídicos e formar coisa julgada material, o processo desenvolvido
por um juiz incompetente absolutamente, impedido ou suspeito, com partes incapazes de
ser parte e de estar em juízo, pedido inepto e existência de perempção, litispendência ou
coisa julgada. A diferença, pois, será que os primeiros vícios sempre poderão ser agitados
pelas partes ou pelo juiz de ofício, sem existência de prazo via ação declaratória de inexistência.
A nulidade, ao revés, terá como dies ad quem a ação rescisória. Passado o prazo da ação
desconstitutiva, ingressa validamente no sistema a sentença assim lançada.
16
Alvim e Cabral, Nova execução de título extrajudicial, p. 652.
21
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
17
Vezzoni, “Métodos de oposição ao titulo executivo.”, p. 409 e segs.
22
ELSEVIER Capítulo 2 • A nova sistemática executiva civil
23
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
18
Neves, Reforma do CPC 2, p. 232-44.
19
Op. cit., p. 232.
24
ELSEVIER Capítulo 2 • A nova sistemática executiva civil
25
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
20
Alvim e Cabral, op. cit. p. 193.
21
Neves, op. cit. p. 238.
26
ELSEVIER Capítulo 2 • A nova sistemática executiva civil
22
Há posição contrária à nossa, admitindo a manutenção da medida em que pese
improcedente a sentença. De todo modo, é prudente que os advogados das partes aten-
tem para esta questão, postulando expressamente a cassação ou a retomada da cautela.
27
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
28
ELSEVIER Capítulo 2 • A nova sistemática executiva civil
23
Marinoni, Tutela Específica, p. 67.
24
Talamini, Tutela relativa aos deveres de fazer de não fazer e sua extensão aos deveres
de fazer de não fazer e sua extensão aos deveres de entrega de coisa, p. 125.
29
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
25
Marinoni, Técnica Processual e Tutela dos Direitos, p.249.
30
ELSEVIER Capítulo 2 • A nova sistemática executiva civil
26
Art. 645 do CPC. Na execução de obrigação de fazer ou não fazer, fundada em título
extrajudicial, o juiz, ao despachar a inicial, fixará multa por dia de atraso no cumpri-
mento da obrigação e a data a partir de qual será devida.
31
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
27
Art. 634 do CPC. Se o fato puder ser prestado por terceiro, é lícito ao juiz, a requeri-
mento do exeqüente, decidir que aquele o realize à custa do executado.
32
ELSEVIER Capítulo 2 • A nova sistemática executiva civil
28
Câmara, Lições de Direito Processual Civil, v. II, p. 257.
33
CAPÍTULO 3
A EXECUÇÃO TRABALHISTA
1
Martins Filho, Manual esquemático de Direito e Processo do Trabalho, p. 246.
ELSEVIER Capítulo 3 • A Execução Trabalhista
2
Jorge Pinheiro Castelo(2007/p. 8), no mesmo sentido, arrola sentenças penais
originadas de crime relacionado à Justiça comum, por força da Emenda no 45.
3
Op. cit., p. 129.
4
Saraiva, Curso de Direito Processual do Trabalho, p. 552; Schiavi, “Novas Reflexões
sobre a ação monitória no processo do trabalho”, p. 919.
35
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
5
Com exceção da ação de cumprimento relativa à execução de sentença normativa.
36
ELSEVIER Capítulo 3 • A Execução Trabalhista
6
Zangrando, “A reforma do processo de execução e suas repercussões no processo do
trabalho”, p. 8.
7
Art.739-A: Os embargos do executado não terão efeito suspensivo.
8
Questão essa nada pacífica. Cf. Pedro Paulo Manus, Execução, p. 219. Para o autor,
como vasta doutrina, a adjudicação tem preferência no processo do trabalho.
37
CAPÍTULO 4
DA LIQUIDAÇÃO
39
CAPÍTULO 5
AS LIDES TRABALHISTAS E AS
NÃO-TRABALHISTAS E SEU
IMPACTO NO PROCEDIMENTO:
EMENDA NO 45 E AMPLIAÇÃO DA
COMPETÊNCIA NA JUSTIÇA
OBREIRA
1
Competência e procedimento na Justiça do Trabalho, p. 94.
2
Idem, p. 96.
ELSEVIER Capítulo 5 • As lides trabalhistas e as não-trabalhistas...
3
Cf. no entanto, Mauricio Godinho Delgado citado por Carlos Henrique Zangrando:
“(...) Se usarmos o método liberal de interpretação, a conclusão será que todas as
relações que envolvam dispêndio de alguma energia considerada economicamente
útil para qualquer ser humano é uma relação de trabalho... se todas as relações que
existem na sociedade capitalista forem levadas à competência da Justiça Trabalhista,
ela se tornará uma Justiça Geral e a Justiça Estadual ficará especializada em relações
sociais que não tenham trabalho envolvido”. “As diferenças entre relação de consumo
e relação de trabalho...”, RDT, ano 12, no 10, p. 13.
4
Idem, Ibidem.
5
Cf. a propósito, Claudia Coutinho Stephan. “A Competência Material da Justiça
do Trabalho e a Relação de Consumo”, RDT, ano 11, no 10, p. 15. Também,
Zangrando, RDT, ano 12, no 10, p. 14, diferenciando relações de emprego da de
consumo. Entre outros aspetos, nomeando a primeira como fator econômico, en-
quanto a segunda é fator de produção.
41
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
6
No mesmo sentido: TRT 15a – Proc.0237-2006-129-15-00-2 ROPS – Ac.18083/
07-3a C – Rel. Juíza Luciane Storel da Silva – DOESP 27/04/2007.
42
ELSEVIER Capítulo 5 • As lides trabalhistas e as não-trabalhistas...
43
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
44
ELSEVIER Capítulo 5 • As lides trabalhistas e as não-trabalhistas...
11
Estevão Mallet adverte que apenas serão excluídos da competência da JT os
serviços prestados por pessoas jurídicas sem fraude. “Apontamentos sobre a compe-
tência da Justiça do Trabalho após a Emenda no 45/2004”, p. 34.
12
Araruna. “A Execução do Termo de Ajuste de Conduta: Pontos Polêmicos”, p. 22.
45
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
13
Álvaro de Oliveira, Do formalismo no processo civil, p. 119.
14
V. por tudo isso, inclusive com os fortes argumentos de Jorge Luiz Souto Maior e
Mauricio Godinho Delgado. In “A essência da Justiça do Trabalho”.
15
Mallet, op. cit. p. 42.
46
ELSEVIER Capítulo 5 • As lides trabalhistas e as não-trabalhistas...
16
Shimura, “A execução da sentença na Reforma de 2005”, p. 546.
47
CAPÍTULO 6
P RINCÍPIO
1
Guerra, Direitos Fundamentais e a proteção do credor na execução civil, p. 85.
2
Idem, ibidem.
ELSEVIER Capítulo 6 • Princípio
3
Queremos dizer com isso que se referem a todo o processo (na acepção proposta,
como único meio, sem classificações em conhecimento, execução e cautelar) e não a
um determinado segmento, ainda que, eventualmente, adquira uma maior intensi-
dade de discussão em determinados tipos de tutela.
4
De acordo com Luiz Rodrigues Wambier, Curso Avançado de Processo Civil, p. 68-
69
49
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
5
Bueno, Direito Processual Civil, p. 477 e segs.
6
Carpena, Do processo cautelar moderno, p. 104/108.
50
ELSEVIER Capítulo 6 • Princípio
51
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
7
Cf. Santos, Prova judiciária e comercial no cível.
8
Bedaque, Poderes instrutórios do juiz.
9
Do Formalismo no processo civil, p. 7.
52
ELSEVIER Capítulo 6 • Princípio
10
Idem, p. 62.
11
Idem, p. 116.
53
CAPÍTULO 7
PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO: DO
MODELO CLÁSSICO – LIBERAL
PARA A REVISITAÇÃO
2
Palavras muito bem colocadas por Gregório Assagra de Almeida, “Execução cole-
tiva em relação aos direitos difusos coletivos e individuais homogêneos”, p. 323.
3
A citação se refere à posição de Julio César Beber. In “A hora e a vez da unificação
dos processos civil e trabalhista”, p. 36.
55
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
1.1. Patrimonialidade
Um dos primeiros princípios articulados é, sem sombra
de dúvida, o da patrimonialidade ou da realidade.
Isso se deve, entre outros aspectos, ao fato de conceberem os
liberais que a única forma de responder à execução seria com o
patrimônio do devedor. É dizer: a vontade ou a pessoa do executa-
do jamais ficaria jungida à execução, mas unicamente seus bens.
Nessa medida, se apenas bens se sujeitam ao processo,
por igual os de terceiros poderão se submeter à constrição.
De acordo com o art. 592 do CPC, há responsabilidade
secundária de determinadas pessoas pela dívida de outrem: ou
seja, existe responsabilidade sem dívida, nos casos em que o de-
vedor não possui patrimônio, respondendo, de tal arte, terceiros
vinculados a ele, sempre com a possibilidade de regresso.5
1.2. Da utilidade
Também denominado de princípio do resultado,6 impede
que o exeqüente use medidas que em nada lhe acrescerão, cau-
sando inconvenientes desnecessários ao devedor.
4
Pinto, “A hora e a vez da unificação dos processos civil e trabalhista”, p. 36.
5
Sampaio, Reflexos da Reforma do CPC no Processo do Trabalho, p. 150. O autor,
comentando o princípio da patrimonialidade, indica outro, consistente na Isenção do
Patrimônio do Terceiro, salvo às hipóteses previstas em lei.
6
Licastro, Recurso Especial e Extraordinário, Repercussão Geral e atualidades, p. 41.
56
ELSEVIER Capítulo 7 • Princípios da Execução...
57
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
58
ELSEVIER Capítulo 7 • Princípios da Execução...
10
Cf. Bueno, Partes e Terceiros no Processo Civil, p. 98.
59
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
60
ELSEVIER Capítulo 7 • Princípios da Execução...
15
Mallet, op. cit. p. 76.
16
Em contrapartida, sendo salarial e portanto de natureza alimentar, a jurisprudência
se inclina em sentido oposto: “Execução – Art. 620 do CPC – Aplicação na JT. O
art. 620, do CPC, não pode ser interpretado de forma isolada, sem levar em conta o
estatuído no art. 612, caput, também do Estatuto Processual, fixando que a execução
deve ser promovida no interesse do credor, além disso, há de se mitigar a observância
do citado art. 620, CPC, nesta Especializada, diante da natureza alimentar dos
créditos normalmente perseguidos pelos obreiros. TRT 15a -AP-0-1086-Ac. Ter-
ceira Turma 25337/01 – Rel. Juiz Francisco Alberto da Motta Peixoto Giordani:
DJSP 25/06/2001, p. 30.
17
Almeida, Curso prático de processo do Trabalho, p.401.
61
CAPÍTULO 8
DA REVISITAÇÃO DOS
PRINCÍPIOS
1. Do sincretismo
Como sobejamente demonstrado, o modelo civilista de exe-
cução optou claramente por um modelo sincrético, onde são con-
centradas no mesmo processo os módulos cognitivos e executivos.
Assim é que o princípio da autonomia cede para o do sincretismo.
Resta saber se a sistemática trabalhista também se baseia
na mesma norma.
Manuel Antonio da Silva recorda que a execução traba-
lhista sempre se diferenciou das demais por permitir a execução
de ofício, in verbis:
Art. 878-CLT. A execução poderá ser promovida por qual-
quer interessado, ou ex officio pelo próprio juiz ou Presi-
dente ou Tribunal competente, nos termos do artigo anterior.
De tal arte, conclui, apesar da citação do devedor, a exe-
cução trabalhista sempre pôde correr a despeito da presença do
credor, o que significa que ao menos pragmaticamente “(...) foi
projetada para servir como simples fase (grifos nossos) subse-
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
1
Teixeira Filho, Execução no processo trabalhista, p. 105.
2
Neves, “Princípios do processo de execução”, p. 36.
3
A circunstância do processo ser iniciado de ofício não impressiona para efeito do
sincretismo. O inventário também pode ser deflagrado pelo juiz; e é o processo
autônomo (art. 989 do CPC)!
63
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
4
Medina, Execução Civil, p. 94.
5
Já se discutiu muito sobre a possibilidade de antecipação de uma sentença declaratória
ou constitutiva. Como o efeito, ou alguns deles, é que será adiantado, não há motivos
para se inibir a antecipação de efeitos condenatórios.
64
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
6
Bueno, Tutela antecipada, p. 40.
7
Marinoni, tutela antecipatória, julgamento antecipado e execução imediata da senten-
ça, p. 165.
8
Não apenas nesses casos. A jurisprudência registra vários casos em que, apesar de
não haver perigo de dano, a antecipação é deferida. Isso se dá por estar o pedido
respaldado em enunciados firmes do Tribunal. De maneira que não seria apenas de
evidência as hipóteses em que incontroverso o pedido, mas os respaldados em Direito
reconhecido por outros julgados (jurisprudência firme).
A recíproca também é verdade. É possível a antecipação dos efeitos da sentença,
embora o fato não se respalde em um fato verossímil, contudo, o perigo é tão signifi-
cativo, que a tutela é deferida unicamente por tal motivo (tutela apenas de urgência).
65
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
3. Da atipicidade de meios
Corolário do anterior, surge o princípio da atipicidade.
Isso porque, a rigor, temos um sistema em que as técnicas
executivas se encontram nominadas para cada procedimento.
Assim é que, para os alimentos constantes de sentença, e apenas
para eles, poderá a parte requerer o desconto em folha, a expro-
priação de rendas e bens e até a prisão civil. Para as sentenças
condenatórias de quantia certa, ultrapassada a fase de cumpri-
mento, a execução será necessariamente sub-rogatória, ou seja,
através da penhora de bens, para ulterior expropriação.
Com o ingresso dos arts. 461 e 461-A no CPC foi dado o
primeiro passo para a mudança. Inseriu-se no sistema a possibili-
dade do magistrado se valer, na efetivação ou no cumprimento das
decisões antecipatórias e sentenças de obrigação de fazer, não fa-
zer e entregar coisa, de medidas não previstas (atípicas, inominadas),
apenas limitando-se os poderes do juiz ao razoável.
Assim é que surgiram as multas coercitivas,9 entre as vá-
rias medidas executivas, como uma nova técnica de realização
do Direito.
9
Art. 461...
§ 5o. Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente,
poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como
a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas,
desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de
força policial.
66
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
67
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
10
Das astreintes. A natureza das astreintes é precipuamente inibitória, ou seja, a sua
finalidade é obrigar a parte a cumprir a ordem proferida pelo órgão julgador. Dessa
forma, o seu valor pode e deve ser alto, tanto quanto necessário para compelir ao
cumprimento do mandamento judicial. MANTIDO O VALOR FIXADO NA
SENTENÇA. Apelação Cível, no 70015337983, 14a Câmara Cível – Rel. Cláudio
Bauermann Lummertz – TJRS.
68
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
11
Guilherme Rizzo do Amaral, em excelente obra sobre o assunto, discorre sobre as
correntes que negam essa possibilidade. Diz que, entre outros aspectos, vislumbra
parte da doutrina uma execução definitiva, já que naquele momento fora desacatada
a autoridade. As Astreintes no Processo Civil brasileiro, p. 212. Também Marco Túlio
Murano Garcia, “Da Execução da Astreinte Prevista no CPC – Brevíssimas Considera-
ções”, p. 247-248.
Cf. jurisprudência sobre o assunto: TUTELA ANTECIPATÓRIA – Multa – San-
ção estipulada em caso de descumprimento da decisão – Decisão que serve como
título executivo judicial – Formação de dívida de valor, não importando qual o
desfecho da demanda de conhecimento - Possibilidade de execução definitiva se
ausente a interposição de recurso – Inteligência do art. 587 do CPC. Ap. Cív.
70005366620 - 19a Câmara – TJRS-j. 10/12/2002 - Rel. Des. Mário José Gomes
Pereira.
12
Guerra, op. cit., p. 130. Na mesma linha, Guilherme Rizzo do Amaral, op.cit., p. 99.
69
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
70
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
15
Ou seja, executar uma decisão interlocutória.
71
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
16
Moura, “A estabilização da tutela antecipada pelo pedido incontroverso no proces-
so do trabalho”, p. 444.
17
Cf. Lopes, Tutela Antecipada no processo civil brasileiro, p. 108.
18
Tupinambá, “A nova execução do processo civil e o processo trabalhista”, p. 33.
19
Reis, “O Cumprimento de Sentença Trabalhista”, p. 157.
72
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
73
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
20
Manus, “A execução no processo do trabalho, o devido processo legal, a efetividade
do processo e as novas alterações do processo civil”, p. 46.
21
No mesmo sentido, Guilherme Feliciano, “O novíssimo processo civil brasileiro”,
p. 75. Aduz o mal do efeito surpresa da supressão do mandado citatório.
22
Op. cit., p. 98.
23
Cf., a propósito, a excelente exposição do autor quanto às espécies de lacunas. Fala
sobre lacunas ontológicas e axiológica, sendo essa última essencial para o entendi-
mento de que a interpretação literal do art. 769 se mostra insatisfatória ao
jurisdicionado trabalhista. Op. cit., p. 103.
24
Teixeira Filho, “O Cumprimento de Sentença no CPC e o Processo do Trabalho”,
p. 53.
74
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
75
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
26
Entre eles, Marcelo Freire Sampaio, p. 52. Aduz, entre outros aspectos, uma nova
visão para o tema da prescrição intercorrente. Todavia, reportamos-nos ao estabele-
cido por Pizzol e Miranda. Para os autores, a execução sem intervalo não impede a
fluência da prescrição entre fases. “Novos Rumos da Execução Contra Devedor
Solvente”, p. 179.
76
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
77
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
30
ESTABILIDADE OU GARANTIA DE EMPREGO. REINTEGRAÇÃO.
Recurso Ordinário. Empregado portador de Aids. Responsabilidade social da em-
presa. Impossível colher prova mais robusta da discriminação contra o aidético do
que sua dispensa imotivada, especialmente quando o exame demissional o considera
apto para o trabalho. É a segregação silenciosa de quem busca livrar-se de um
presumido problema funcional lançando o empregado portador do vírus HIV à
conta do Poder Público e à sua própria sorte. Como participante de sua comunidade
e dela refletindo sucessos e insucessos, ganhos e perdas, segurança e risco, saúde e
doença, a empresa consciente de suas responsabilidades sociais atualmente já assimila
o dever de colaborar na luta que amplamente se trava com a Aids e, através de suas
lideranças, convenciona condições coletivas que excluem a exigência de teste de HIV
por ocasião da admissão no emprego ou na vigência do contrato de trabalho, e veda
a demissão arbitrária do empregado que tenha contraído o vírus, assim entendida a
despedida que não esteja respaldada em comprovado motivo econômico, disciplinar,
técnico ou financeiro. E isso sob o fundamento de que a questão envolve a
vulnerabilidade da saúde pública, não podendo a categoria econômica furtar-se à
responsabilidade social que inegavelmente detém. Além do mais, a inviolabilidade
do direito à vida está edificada em preceito basilar (art. 5o, caput, da CF). Recurso a
que se dá provimento. TRT 2o, Ac. 20060877078, Décima primeira Turma, Rel.
Wilma Nogueira de Araújo Vaz da Silva, j. 24/10/2006.
31
V. com mais detalhes, Eduardo Henrique Brennand Dornelas Câmara, “Reper-
cussões Trabalhistas da Lei Maria da Penha”. RDT, ano 21, no 10, out. 2006.
78
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
32
Art. 39
§ 1o Se não houver acordo, a Junta de Conciliação e Julgamento, em sua sentença,
ordenará que a Secretaria efetue as devidas anotações, uma vez transitada em julgado, e
faça a comunicação à autoridade competente para o fim de aplicar a multa cabível.
33
Pois não pensamos que a incompatibilidade se dá por conta da existência da regra
expressa, mas pelo fato de se tratar de suprimento da vontade pelo Estado, o que
basta para a incidência do art. 466-C do CPC, bem como do art. 39 da CLT.
34
Carrion, Comentários à CLT, p. 102.
79
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
35
Feliciano, “O novíssimo processo civil e o processo do trabalho”, p. 49.
80
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
36
Manuel Antonio Teixeira Filho, faz uma importante compilação dos vários enten-
dimentos trilhados pelos maiores expositores do Direito do Trabalho. Relembra a
discussão da reintegração manu militari, à revelia do empregador, defendida por
Wagner Giglio até a reconhecido direito do reclamado em não cumprir a sentença
consoante o saudoso Antonio Lamarca, p. 409.
37
MANDADO DE SEGURANÇA – ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA
TUTELA PARA REINTEGRAR RECLAMANTE QUE COMPÕE CONSE-
LHO FISCAL DO SINDICATO NA CONDIÇÃO DE SUPLENTE – Não há
ilegalidade na decisão que, à luz da verossimilhança das alegações e do dano de difícil
reparação, antecipa só efeitos da tutela a empregado dirigente sindical, restaurando o
contrato de trabalho e suas cláusulas. Exegese dos arts. 522 e 543 da CLT, art. 8o, VIII,
da CF, e OJ no 64 da SDI – II do TST. Segurança denegada. (TRT 4a R- 00714-2007-
000-04-00-0 MS – 1a SDI – Rel. Juiz José Felipe Ledur – DJU 26/07/2007).
38
Op. cit., p. 406-407.
81
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
39
Digna de nota a arguta observação do autor no que toca à execução de sentença
consistente na entrega das guias. Para tanto, destaca a impossibilidade de realização
por terceiro no que respeita à prestação do reclamado, já que a assinatura deste é
indispensável. Idem, ibidem, p. 408.
40
Entre outras propostas, como a fixação da asterinte na pessoa dos diretores dos sindi-
catos recalcitrantes quanto à determinação judicial de retorno às atividades, ao menos
para atender às necessidades inadiáveis da comunidade. A responsabilidade civil do Estado
pela paralisação nas atividades essenciais, Dissertação de Mestrado, PUC/SP, 2005.
82
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
41
“Tutela antecipada e mandado de segurança”, Revista do Advogado no 82, p. 75. Cf.
a propósito, o interessante estudo que desenvolve tendo em consideração as OJs
nos 50, 51, 63 e 87 da SDI do TST. Pensamos que, deferida na sentença, poderá ser
impugnada apenas pelo próprio RO, considerada a unirrecorribilidade recursal. Em
compensação, concedida após ou antes da sentença, impugnável por mandado de
segurança. No entanto, vedado o mandado por tais orientações, nada melhor do que
o manejo de petição simples cautelar. Aliás, a jurisprudência civilista é rica nesse
assunto. Op. cit., p. 81-3. De qualquer sorte, cf. EN. 414 do TST.
42
Castelo, “Tutela antecipada e mandado de segurança: da busca do efeito ativo da
tutela antecipada”, p. 77.
43
Castelo, op. cit., p. 76.
83
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
84
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
85
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
44
Carrion, Comentários à CLT, p. 522.
86
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
45
O art. 475 O do CPC impõe a prestação de uma garantia para que a execução
provisória prossiga, quer dizer, seja completa. De outra parte, exclui tal obrigação:
§ 2o. A caução a que se refere o inciso III do caput deste artigo poderá ser dispensada:
I – quando, nos casos de crédito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilícito, até o
limite de 60 (sessenta) vezes o valor do salário-mínimo, o exeqüente demonstrar situação
de necessidade.
87
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
46
Zangrando, “A Reforma do Processo de Execução e suas Repercussões no Processo
do Trabalho”, p. 8.
88
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
47
Embora pensemos que poderá ser de ofício com base no microssistema de tutelas
de urgência, ou seja, aplicando-se os arts. 798 e 797 do CPC, de modo harmônico.
89
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
48
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PROCESSO CIVIL. TUTELA AN-
TECIPADA. SUBSEQÜENTE SENTENÇA DE MÉRITO. SUBSISTÊN-
CIA DO RECURSO ESPECIAL QUE ESTENDE OS EFEITOS DA
ANTECIPAÇÃO DA TUTELA PARCIALMENTE CONCEDIDA NO
JUÍZO A QUO ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA DE
MÉRITO. REJEIÇÃO.
...
2. Não podem prosperar as assertivas da embargante. Como assinalado pelo emi-
nente Ministro Ari Pargendler no REsp 112111/PR:
“Não há relação de continência entre tutela antecipada e a sentença de mérito. A
aludida tutela não antecipa simplesmente a sentença de mérito; antecipa, sim, a
própria execução dessa sentença, que por si só não produziria os efeitos que irradiam
da tutela antecipada.” No mesmo sentido a doutrina de Guilherme de Almeida
Bossler: “Diferentemente dos demais casos, a decisão interlocutória que concede a
antecipação de tutela não é substituída pela decisão de mérito. Seus efeitos perma-
necem até que seja cassada pela instância superior.”
3. Em atenção à segurança jurídica há de se manter incólume o provimento antecipatório
da tutela, até o trânsito em julgado da sentença de mérito...” EDcl no REsp 6444845/
RS, Primeira Turma, Rel. Min. José Delgado, DJU. 17/10/2005, p. 182.
90
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
4. Da efetividade
Dissemos que apenas haverá jurisdição na exata medida
em que o Judiciário der ao jurisdicionado tudo o que ele busca-
va e exatamente aquilo a que tem direito, de modo que uma
execução frustrada é uma “não jurisdição”.
Lima Guerra,49 falando sobre o direito fundamental à tu-
tela executiva aduz sobre (...) a exigência de que existam meios
executivos capazes de proporcionar a satisfação integral de qual-
quer direito consagrado em título executivo.
Significa dizer que o sistema deve contemplar e viabilizar
(...) meios capazes de proporcionar pronta e integral satisfação
de qualquer direito merecedor de tutela executiva.50
Já nos debruçamos exaustivamente sobre a tutela específica.
Agora cuidaremos de abordar a execução de obrigação de pagar.
Conquanto neguemos a possibilidade de multa para com-
pelir o empregador a cumprir a sentença, não temos dúvida so-
bre o seu manejo para compeli-lo a indicar bens à penhora.
É claro que não incorrerá, como visto, em multa por ato
atentatório na sua omissão de arrolar o seu patrimônio. Na CLT,
a indicação ainda é um ônus do devedor, que descumprido ape-
nas passará ao jugo do credor.
Em sentido oposto, Luiz Ronan Neves Koury, para quem
no processo do trabalho justifica-se ainda mais a incidência da
norma.51
49
Guerra, op. cit., p. 101.
50
Guerra, op. cit., p. 103.
51
A Lei no 11.382, de 6 de dezembro de 2006, e o processo do trabalho, RTST, v. 73, p. 92.
91
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
52
Aspecto esse igualmente destacado por Guilherme Feliciano. Contudo, o autor men-
ciona o cabimento da multa tarifada de 10% para fins de ato atentatório. Não concorda-
mos, não sendo o caso de aplicação subsidiária do art. 475-J do CPC, mas apenas de
medida coadjuvante, dependerá o seu valor unicamente do juiz. Op. cit., p. 77.
53
Guerra, op. cit., p. 152. Defende o autor o manejo das medidas coercitivas como
coadjuvantes da execução por quantia.
92
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
54
Medida cautelar em RO- Processo 02005/2005.000.15.00-8. Ação Cautelar, 3a
Vara do Trabalho de Jundiaí. Rel. Ana Paula Pellegrina Lockmann.
93
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
55
Entre eles, Mário Gonçalves Junior, “Efeito Suspensivo dos Recursos Trabalhistas”,
Revista Síntese no 183, set. 2004; Valentin Carrion, Comentários, p. 806, nota 3.
94
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
56
Julgado esse também mencionado em nossa obra, “A competência para o deferi-
mento da tutela cautelar”, p. 154.
57
Sabendo o juiz que sua decisão está divorciada da jurisprudência dominante, con-
quanto segura sobre os fatos e argumentos em que se escorou, nada impede de ele
próprio suspender os efeitos de sua decisão. Cf. Mário Gonçalves Jr., op. cit., p. 57.
95
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
58
No processo civil há grande divergência acerca de quem poderia deferir medidas de
urgência após a interposição do recurso. Isso porque o mencionado art. 518 do CPC
menciona que o juiz de primeiro grau determinará em quais efeitos receberá o
recurso. No cível, diferentemente do trabalhista, a apelação é recebida no duplo
efeito, o que justificaria ao juiz examinar as hipóteses em que não seria assim admi-
tida, seja por força de lei, seja por conta do perigo de dano e da fumaça do bom
Direito.
59
Com mais detalhes, consultar a nossa obra, “A competência para o deferimento de
tutela cautelar”, p. 156.
96
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
97
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
63
A defesa do executado por meio de ações autônomas, p. 145.
64
Temos que o pedido de suspensão de uma execução proposta, no bojo de uma ação
autônoma, se trata inegavelmente de uma ação cautelar. E cautelar nominada, não
havendo mais que se falar em poder geral de cautela na medida em que prevista a
cautelar de suspensão no art. 489 do CPC. Sobre o tema, discorremos exaustiva-
mente em competência para atribuição de medidas cautelares. In Recurso Especial e
Extraordinário: repercussão geral e atualidades, Rogério Licastro (coord.). São Paulo:
Método, 2007.
65
Carpena, Do Processo Cautelar Moderno, p. 133.
98
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
66
Por tudo, cf. Vezzoni, “Métodos de oposição ao título executivo: a manutenção da
exceção de pré- executividade na nova sistemática executiva”, p. 409 e segs.
67
Conquanto no mais das vezes seja aviada com este propósito: impedir a penhora ou
viabilizar a defesa a par da falta de patrimônio.
99
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
68
Paralisa-se a arrematação, principalmente nos casos em que se demonstra a
irreparabilidade da transferência do bem (perigo de dano), mas não assim a penhora!
100
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
69
Ronan Neves Koury, entendendo de forma contrária, aduz: a nova sistemática não
tem aplicação porquanto o art. 888, § 3o possui regra específica a respeito, determi-
nando a alteração da técnica expropriatória apenas na falta de licitante. “A Lei
11.382, de dezembro de 2006, e o processo do trabalho”, p. 93.
101
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
5. Da proporcionalidade
Conforme mencionado, se é verdade que a execução é
realizada no interesse do credor, que apresenta uma posição de
proeminência pelo crédito (art. 612 do CPC), isso não exclui os
70
Ver Góes, “A base ética da execução por sub-rogação no processo civil brasileiro:
os princípios da idoneidade do meio e da menor onerosidade”, p. 105.
71
Guerra, op. cit., p. 105.
102
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
103
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
74
Neves, “Impenhorabilidades de bens”, p. 47.
75
“Anotações à Lei no 11.382, de 6 de dezembro de 2006”, Revista do Tribunal
Superior, v. 73, no 1. jan-mar. 2007, p. 79.
104
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
76
RDT, no 6, 2002, p. 44-6. Interessante colacionar o trecho do acórdão em que
fixada as bases para o pagamento: “(...)...torna-se válida a realização da constrição
judicial dos benefícios previdenciários do executado, respeitando-se o limite máximo
mensal de um salário mínimo, até a integral quitação da dívida, como o único meio
para a concretização do crédito trabalhista.”
77
“Penhora sobre salários, proventos da aposentadoria e poupança – O princípio da
legalidade e da utilidade da Jurisdição”. Revista LTr, ano 71, ago. 2007, p. 957.
78
Nelson Nazar, comentando o conflito entre a impenhorabilidade do bem de
família e o crédito alimentar salarial, assim se posiciona: “(...) quando estamos diante
do crédito alimentar ou do débito alimentar-se nos referimos propriamente à relação
de emprego –, o exame da lei que trata do resguardo ao bem de família deve ter
presente critérios de valores superiores estabelecidos em princípios. Isso nos impõe,
constantemente, uma interpretação restritiva, sempre que possível, privilegiando o
débito com reação ao alimento ou à sobrevivência daquele que trabalha dentro do
princípio informador das regras de proteção que norteiam o Direito do Trabalho
(...)”. Tendências de Direito Material e Processual do Trabalho, p. 271.
79
Germinignani, op. cit., p. 959.
105
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
80
Nessa linha, Daniel Natividade e Narbal Antonio de Mendonça Fileti. “Penhora
de salário” Revista LTr, ano 71, no 02/2007, p. 185.
81
Aspecto esse muito bem apontado por Daniel Amorim, op. cit., p. 214.
82
Marina Vezzoni, “Ainda sobre o anteprojeto”, p. 203, RT, ano 23, mar. 2006.
83
Não são raros os julgados que atribuem apenas ao credor, a possibilidade de alterar
a ordem de nomeação, restando ao executado apenas segui-la.
106
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
107
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
108
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
6. Do contraditório
Pode causar estranheza a inserção do princípio constitu-
cional do contraditório entre os revisitados.
Em primeiro lugar, não podemos deixar de assinalar que
todos os princípios infraconstitucionais, executivos ou não, de-
vem se acomodar junto aos constitucionais, formando um mo-
delo constitucional de processo.
85
Assis, Manual do Processo de Execução, p. 749.
109
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
86
Braghittoni, O Princípio do Contraditório no Processo, p. 152.
87
Indica o artigo datado de 1978, “Il Contradittorio Nel Processo Esecutivo”. In
Rivista de Dirito Processuale, Padova, Cedam.
110
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
7. Da lealdade e da boa-fé
Nesse contexto, não podemos deixar de considerar a ques-
tão consectária à responsabilidade. Seriam as hipóteses de frau-
de à execução e dos efeitos dos embargos, especialmente na
esfera trabalhista.
Regulados nos arts. 600 e 601 do CPC lastreiam-se na
inarredável postura ética que as partes deverão ostentar a todo o
momento e em qualquer justiça.88
Como já apontado nas linhas gerais sobre a execução ci-
vil, a fraude à execução dependerá, à luz do novo sistema, do
autor averbar a distribuição da ação ou penhora realizada
(art. 615-A) nos registros de bens.89 Nesse caso a lei presume,
de modo absoluto, que o terceiro sabia ou podia saber da
constrição, respondendo como responsável subsidiário.
Para alguns, em razão do princípio da disponibilidade,90
contando o credor com a execução aparelhada em seu favor, a
nova regra sujeita ainda mais o devedor, já que poderá ter con-
tra si os registros efetuados pelo autor, dificultando a aliena-
ção de seus bens.
De outra parte, o legislador buscou enfatizar a importân-
cia da boa-fé no processo, de modo que o terceiro apenas res-
ponda subsidiariamente na medida em que saiba ou possa saber
da existência da constrição.91
88
Nesse sentido, Daniel Amorim Neves. “Princípios do processo de execução”. In
Revista Dialética de Direito Processual, p. 47.
89
Mallet entende absolutamente compatível a nova regra com o processo do traba-
lho, inclusive no que toca à responsabilidade do reclamante pelo abuso. Op. cit.,
p. 85. No mesmo sentido, José Augusto Rodrigues Pinto. “A hora e a vez da unifi-
cação dos processos civil e trabalhista”, p. 30.
90
Enquanto princípio revistado proposto por Licastro, op. cit., p. 45.
91
Teori Zawascki entende que há um dever social das partes consultarem os cartórios
de distribuição.
111
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
92
PROCESSO CIVIL. FRAUDE A EXECUÇÃO.TERCEIRO DE BOA-FÉ.
A ineficácia proclamada pelo art. 593, II, do CPC, da alienação do imóvel não pode
ser oposta a terceiros de boa-fé. Embargos conhecidos mas não providos. EREsp
144190/SP, 2a S do STJ, Rel. Min. Ari Pargendler, DJU 01/02/2006, p. 427.
93
Como exposto em nota, Mallet e Rodrigues Pinto.
94
O que não afasta, agora com maior substrato jurídico, a prática de alguns TRTs,
consistentes na expedição de ofícios para a indisponibilização de bens do executado,
para o Detran, registros de imóveis.
112
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
113
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
95
Art. 475-O do CPC.
96
Qualquer título, seja uma decisão interlocutória antecipada ou em uma sentença.
Vale lembrar que o cumprimento das sentenças e liminares cautelares, por se sujeitar
ao resultado do processo principal, importa na mesma responsabilidade nos termos
do art. 811 do CPC. Finalmente, a caução não pode ser obstáculo à efetivação
sempre que o título esteja baseado em uma situação de perigo.
97
Assis, Manual do Processo de Execução, p. 312.
98
Tese essa aprovada no Seminário As Recentes Mudanças do CPC e suas Implicações
no Processo do Trabalho (TRT 15a R, 04/08/2006).
99
No mesmo sentido, Marcelo Freire S. Costa, Reflexos da reforma do CPC no
processo do trabalho, p. 85.
100
Bueno, “Variações sobre a multa do caput...”, p. 128 .
114
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
101
Marcelo Freire S. Costa também compartilha dessa tese. Op. cit., p. 89.
102
Na mesma linha, Zangrando. “A reforma do processo de execução e suas
repercurssões no processo trabalhista”, p. 7.
103
Abdo, O abuso do processo, p. 146.
115
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
104
Abdo, op. cit., p. 221.
105
O que chancela, vez mais, a nossa posição sobre o cabimento da exceção de pré-
executividade no processo civil.
116
ELSEVIER Capítulo 8 • Da Revisitação dos Princípios
106
Costa, op. cit., p. 29.
117
CAPÍTULO 9
A EXECUÇÃO COLETIVA
1
Couto, “Efetividade da execução e da liquidação da tutela jurisdicional coletiva na
área trabalhista e o código brasileiro de direitos coletivos”, p. 292.
ELSEVIER Capítulo 9 • A Execução Coletiva
2
Contra, Francisco Antonio. Para o autor, a ação de cumprimento possui requisitos
próprios, sendo que conta com uma fase de conhecimento. Op. cit., p. 255. Não
discordamos disto. O fato é que a existência do dano, como de uma convenção
coletiva, não mais se discute, ficando a instrução relegada para a prova do direito
individual.
3
Zawancki, com o costumeiro acerto, utiliza para a liquidação e execução das parce-
las decorrentes de ações coletivas da terminologia ação de cumprimento.
4
Com mais detalhes, cf. Gregório Assagra Almeida, “Execução coletiva em relação
aos Direitos Difuso, coletivos e individuais homogêneos”, p. 324.
119
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
120
ELSEVIER Capítulo 9 • A Execução Coletiva
7
Côrtes, “Legitimidade do MPT – Interesses Difusos, Coletivos e Individuais Ho-
mogêneos”, p. 530.
8
“Compete a este órgão promover a Ação Civil Pública no âmbito da Justiça do
Trabalho, para a defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos
sociais, constitucionalmente garantidos.”
121
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
9
Bezerra Leite, “Ação Civil Pública e Tutela dos Interesses Individuais Homogêneos
dos Trabalhadores em Condição de escravidão”, p. 539.
10
Idem, p. 552.
122
ELSEVIER Capítulo 9 • A Execução Coletiva
11
Revista do MPT, ano XII, p. 507.
12
Com respaldo das lições de Bezerra Leite. Op. cit., p. 540.
13
Em sentido contrário, v. TRT, 2a R: AÇÃO CIVIL PÚBLICA. GERAL. Cabí-
vel para a defesa de interesse difuso ou coletivo, mas não para tutela de direito
individual, ainda que homogêneo (art. 1o,V, e parágrafo único, Lei no 7.347/1985, e
art. 81 da Lei no 8.078/1990). Recurso ordinário improvido, porque correto o
indeferimento da petição inicial em que o sindicato postula os salários em atraso
através de meio processual idôneo (Ac.20060724085, Sétima Turma, Rel. Catia
Lungov, j. 14/09/2006.
123
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
14
Comentários à CLT, p. 911.
124
ELSEVIER Capítulo 9 • A Execução Coletiva
15
Oliveira, Ação Civil Pública, p. 251.
125
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
16
Idem, p. 302.
17
Idem, Ibidem.
126
CAPÍTULO 10
CONCLUSÃO
1
Trecho de Acórdão extraído da obra de Marcio Louzada Carpena.
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
128
ELSEVIER Capítulo 10 • Conclusão
129
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
130
ELSEVIER Capítulo 10 • Conclusão
131
Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
132
ELSEVIER Capítulo 10 • Conclusão
133
BIBLIOGRAFIA
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ELSEVIER Bibliografia
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Princípios do Processo de Execução • Marina Vezzoni ELSEVIER
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