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Membrana plasmática
Todas as células encontram-se envolvidas por uma estrutura membranar designada membrana
plasmática, plasmalema ou membrana celular.
A membrana plasmática constitui uma barreira entre o ambiente citoplasmático (intracelular) e o
ambiente exterior às células (extracelular), contribuindo para a integridade da célula e a manutenção das
suas condições internas. Essa barreira apresenta um comportamento dinâmico, caracterizado por uma
atividade constante, que possibilita efetuar trocas seletivas entre o interior e o exterior da célula, permitindo-
lhe também interagir com estruturas membranares citoplasmáticas e, ainda, reconhecer sinais químicos a
partir do meio extracelular.
Funções gerais da membrana plasmática:
• Proteção do conteúdo citoplasmático;
• Definição da forma da célula;
• Barreira que separa o meio intracelular do meio extracelular;
• Permite o intercâmbio de substâncias;
• É responsável pelo movimento de algumas células (pseudópodes);
• É responsável pelo reconhecimento molecular e celular
Componentes Funções
Fosfolípidos Determinam a estrutura fundamental da membrana; Constituem uma barreira seletiva entre
o meio intra e extracelular.
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A temperatura influencia a fluidez das membranas. A temperatura a que uma membrana solidifica
depende do tipo de lípidos que a constitui:
(a) Cadeias insaturadas versus cadeias saturadas
das caudas dos fosfolípidos:
– Cadeias insaturadas dificultam a compactação dos
fosfolípidos, contribuindo para o aumento da fluidez da
membrana.
– Cadeias saturadas permitem uma maior compactação
dos fosfolípidos, diminuindo a fluidez da membrana.
b) Papel do colesterol nas membranas (das células
animais):
– A temperaturas baixas, o colesterol aumenta a fluidez
da membrana, pois dificulta a compactação dos
fosfolípidos. A temperaturas mais elevadas, o colesterol
diminui a fluidez da membrana, uma vez que reduz o
movimento dos fosfolípidos. Assim, o colesterol aumenta
a amplitude de temperaturas a que membrana é capaz de manter uma fluidez funcional.
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membrana pela bicamada de fosfolípidos. Por outro lado, os compostos polares e as moléculas de grandes
dimensões necessitam de transportadores membranares.
Os mecanismos pelos quais ocorrem as trocas de materiais através da membrana celular são
variados. Alguns são controlados por processos físicos (transporte não mediado) e noutros intervêm
proteínas da membrana (transporte mediado). Existem dois transportes transmembranares distintos:
processos passivos (sem consumo de energia metabólica) e processos ativos (requer gasto de energia
na forma de ATP).
Muitas substâncias atravessam a membrana celular a favor do gradiente de concentração, ou
seja, do meio onde se encontram em maior concentração para o meio onde se encontram em menor ,
atingindo assim um equilíbrio entre os dois meios. Designam-se genericamente por transportes passivos,
todos aqueles que não impliquem, por parte da célula, dispêndio de energia. Englobam-se nesta categoria,
os transportes de eletrólitos ou de não eletrólitos que se efetuam, respetivamente, a favor do gradiente de
potenciais eletroquímico ou de concentrações. Há todavia que distinguir duas situações distintas,
decorrentes da natureza das moléculas e das suas permeabilidades: ou se trata de entidades que podem
atravessar a membrana por simples difusão ou, pelo contrário, de moléculas que o não podem e, para as
quais, a célula dispõe de mecanismos que facilitam o respetivo tráfego.
Quanto maior for o gradiente de concentração entre dois meios maior será a pressão osmótica do
meio hipertónico.
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No caso das células animais, como não existe parede, o potencial hídrico depende apenas da
componente osmótica. Frequentemente, para avaliar o efeito dos solutos no movimento da água por
osmose, usa-se o conceito de pressão osmótica, que é a força que seria necessário exercer para impedir
o movimento da água de um local menos concentrado (meio hipotónico) para um local mais concentrado
(meio hipertónico).
Tipos de soluto Concentração de solutos Potencial da água Descrição
Isotónica (isos = igual; Igual à solução comparadaIgual à solução comparada A concentração de solutos
tónos = vigor) é igual as duas soluções
Hipertónica (hiper = Elevado Baixo Solução ou meio com
muito; tónos = vigor) elevada concentração de
sóluto.
Hipotónica (Hipo = pouco; Baixa Elevada Solução ou meio com
tónos = vigor) baixa concentração de
soluto.
Difusão simples – Transporte passivo e não mediado – Gases sem carga elétrica
Movimento de substâncias de acordo com o gradiente de concentração (meio de maior
concentração para meio com menor concentração), sem que haja intervenção de proteínas transportadoras
(transporte não mediado).
A velocidade do transporte será tanto maior quanto maior for a diferença de concentração entre os
meios.
Apenas depende da concentração da substância que está a difundir-se.
Este movimento tende a igualar a concentração das substâncias nos diferentes meios, o número de
moléculas que atravessa a membrana num sentido é idêntico ao que atravessa no sentido inverso.
Difusão facilitada – Transporte passivo e mediado – Substâncias de maior dimensão e com carga elétrica
Movimento de substâncias (de dimensões consideráveis como a glicose, os aminoácidos ou
algumas vitaminas) de acordo com o gradiente de concentração, exigindo a intervenção de proteínas
transportadoras para atravessarem a membrana. As proteínas são específicas para cada tipo de
substâncias – permeases.
A ligação da molécula a transportar à parte hidrofílica da permease faz com que esta modifique a
sua forma, permitindo a passagem da molécula e regressando, em seguida, à sua forma inicial.
Alguns solutos eletricamente carregados, como os iões K + e Na+, atravessam a membrana através
de canais iónicos, formados por proteínas transmembranares. Neste caso, e ao contrário do que acontece
com as permeases, os solutos não estabelecem ligação com a proteína que forma o canal nem provocam
nela mudanças na sua conformação.
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Nas membranas das células de muitos tecidos animais e vegetais, a água pode difundi-se de forma
facilitada através de proteínas transmembranares (aquaporinas) que formam canais através dos quais a
água se pode movimentar de forma rápida.
Etapas da difusão facilitada:
- Ligação de uma molécula de soluto à permease;
- Alteração da forma da proteína, o que permite a transferência dessa partícula através da membrana;
- Retorno da permease à sua conformação inicia
Transporte ativo
As células necessitam de estabelecer gradientes de concentração de determinadas substâncias
com o meio extracelular. A manutenção desses gradientes garante às células a presença de substâncias
úteis ao seu metabolismo e a saída rápida de substâncias de excreção deles resultantes, mantendo assim o
equilíbrio interno das células.
Estas diferenças de concentração são mantidas pelo transporte ativo de substâncias através da
membrana celular, do meio onde estão menos concentradas para onde a sua concentração é mais elevada.
Este movimento ocorre , portanto, contra o gradiente de concentração, com consumo de energia
metabólica.
O transporte ativo constitui uma forma de transporte mediado, uma vez que as moléculas ou iões se
ligam a proteínas transportadoras da membrana (ATPases) . Estas proteínas consomem energia, na forma
de ATP, necessária ao processo de transporte.
Através da hidrólise do ATP em ADP e Pi, a bomba de sódio e potássio promove a saída de três
iões Na+ e a entrada de dois iões K +, assegurando assim a diferença de concentrações entre os meios
intracelular e extracelular.
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Endocitose e exocitose
As células possuem outros recursos que permitem o transporte, para o interior ou para o exterior, de
macromoléculas, de partículas com maiores dimensões ou mesmo de pequenas células.
A transferência desses materiais faz-se através de vesículas que se formam a partir da membrana
plasmática, em direção ao interior da célula – endocitose –, ou de vesículas que se fundem com a
membrana celular, libertando o seu conteúdo no exterior da célula – exocitose.
Tipos de endocitose:
• Fagocitose → Organismos unicelulares → A membrana plasmática engloba partículas de grandes
dimensões ou mesmo células inteiras. A célula emite prolongamentos (pseudópodes) que englobam a
partícula, formando uma vesícula fagocítica / fagossoma que se destaca da membrana para o interior do
citoplasma. As vesículas assim formadas fundem-se, geralmente, com os lisossomas , dando origem a
vacúolos digestivos, onde se dá a digestão das células fagocitadas.
• Endocitose mediada por recetor → processo de endocitose em que macromoléculas entram na célula,
ligadas à membrana das vesículas de endocitose.
Processo:
1.As moléculas ligam-se a recetores existentes na membrana celular. A membrana celular invagina-
se enquanto as proteínas envolvem a vesícula formada.
2. A vesícula é libertada na célula.
3. O revestimento proteico é libertado.
4. A vesícula funde-se com um organelo interno – lisossoma.
5. As moléculas são libertadas no citossol.
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Em resumo,
Processo Características Exemplo
Movimento da água através da membrana plasmática.
Transporte mediado Transporte não mediado
Moléculas
Difusão Deslocação de substâncias a favor do gradiente de concentração
lipossolúveis
simples sem intervenção de transportadores. É um transporte passivo.
Gases
endocítica. Gotículas de
Fagocitose – Inclusão de macromoléculas ou agregados solutos
Endocitose
moleculares em que a célula emite pseudópodes que rodeiam o Bactérias
material, originando-se uma vesícula fagocítica. captadas por
Pinocitose – Processo endocítico em que as substâncias entram em glóbulos brancos
solução.
Resíduos da
Expulsão de substâncias para o exterior da célula por um processo
Exocitose digestão
inverso da endocitose.
intracelular
O transporte através das membranas celulares está na base de muitos processos vitais, como a
origem e a propagação do impulso nervoso os animais, ao longo dos neurónios que constituem a maior
parte do tecido nervoso.
Os neurónios apresentam um corpo celular e dois tipos de prolongamentos:
• Dendrites – prolongamentos finos , geralmente ramificados, que recebem e conduzem os estímulos
provenientes do ambiente ou de outras células até ao corpo celular;
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• Axónio – fibra fina e longa cuja função é transmitir os impulsos nervosos provenientes do corpo celular.
Nos vertebrados e alguns invertebrados , o axónio é coberto por uma bainha isolante de mielina.
O conjunto do axónio e da bainha de mielina que o envolve designa-se fibra nervosa. As fibras
nervosas reunidas em feixes envolvidos por uma capa de tecido conjuntivo constituem os nervos,
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Se uma célula nervosa for sujeita a estímulos de natureza física ou química, poderá ser
desencadeada uma rápida alteração do seu potencial, originando o impulso nervoso. Este processo é
conhecido como potencial de ação e integra uma fase de despolarização e outra de repolarização. O início
da despolarização é desencadeado pela abertura de canais de sódio que possibilita a entrada de Na +, por
difusão facilitada, para a célula. Este movimento faz com que o interior da célula fique mais positivo do que
o interior, atingindo-se um valor máximo de despolarização, correspondente ao pico potencial de ação. Este
pico potencial de ação provoca o fecho dos canais de Na + e a abertura dos canais de K+, o que promove a
difusão facilitada destes iões para o exterior, levando à repolarização. No final desta fase, a intervenção da
bomba de sódio e potássio permite o retorno ao potencial de repouso e à possibilidade de um novo
estímulo.
A estimulação de um neurónio obedece à lei do “tudo ou nada”. Isto significa que o estimulo tem de
ter uma determinada intensidade para gerar um potencial de ação. O estímulo mínimo necessário para
desencadear um potencial de ação designa-se estímulo limiar. Uma vez ultrapassado esse estimulo limiar,
e portanto estimulado o neurónio, o potencial de ação é igual, independentemente da intensidade do
estímulo.
O potencial de ação, que se gera na área da membrana estimulada, propaga-se à área vizinha,
conduzindo à sua despolarização. Verifica-se, então, uma sucessão de despolarização e repolarização ao
longo da membrana do neurónio - impulso nervoso. A propagação faz-se num único sentido (dendrite –
corpo celular - axónio)
A ocorrência do potencial de ação, em determinado
local da membrana, leva à abertura de canais de sódio
vizinhos, fazendo com que o potencial de ação se propague
através do axónio até às suas terminações.
A rápida propagação do impulso nervoso, nos
neurónios dos Vertebrados, é garantida pela presença da
bainha de mielina. Esta bainha é formada por camadas
concêntricas de membranas das células de Schwann.
O isolamento dos axónios pela bainha de mielina
apresenta interrupções – nódulos de Ranvier – nos quais a
superfície do axónio fica exposta.
Nas fibras nervosas mielinizadas, o potencial de ação
despolariza a membrana do axónio unicamente na região dos nódulos de Ranvier, pois o efeito isolante da
bainha de mielina impede que essa despolarização ocorra nas restantes zonas. Desta forma, o impulso
nervoso salta de um nódulo para o seguinte.
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Sinapse
A sinapse é uma região de contacto muito próxima entre a extremidade de um neurónio e a
superfície de outras células ( outros neurónios, células musculares, células sensoriais ou células
glandulares).
Tipos de sinapse:
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